Aula 4
Aula 4
Ciclos de desenvolvimento econômico do ES:
◦ 1850-1960- caracterizado pelo predomínio da cafeicultura
◦ 1960-1990 - 2º ciclo de desenvolvimento econômico ◦ 1990- Início o 3º ciclo de desenvolvimento econômico.
Espírito Santo Espírito Santo
Resumão A passagem para o trabalho livre não significou a constituição de
um mercado de trabalho. Pequenas propriedades com mão de obra familiar plantando café e
uma sólida cultura de subsistência. Reduzidos excedentes. Poucos excedentes serviam para comprar mais terras, dado o
crescimento das famílias Retardo na oferta e demanda por trabalho e na formação de núcleos
urbanos, que impedirá o crescimento da produção mercantil de alimentos e o desenvolvimento da divisão social do trabalho.
O capital comercial não possuía nenhum controle sobre o volume comercializado e, portanto, não conseguia apropriar os excedentes.
Dificuldades de recursos. Fracionamento das fazendas do sul. Escoamento de recursos para o RJ.
1º Ciclo de desenvolvimento econômico (1850-1960)
Vargas procura inverter o eixo produtivo, baseando a indústria na produção de bens de capital (insumos básicos e bens intermediários)
Dessa forma, o país finalmente poderia fugir dos gargalos estruturais e da forte dependência externa causada pelo modelo primário exportador
Cria-se a Petrobrás; Entra em operação a CSN; A Cia Vale do Rio Doce já exibe uma performance positiva (ainda
que modesta); Envia-se ao Congresso Nacional o projeto de criação da Eletrobrás; Cria-se o BNDE (hoje BNDES).
ambicioso projeto que tinha por objetivo transformar o Brasil em uma nação industrializada o mais rapidamente possível, justificando seu slogan de campanha “cinquenta anos em cinco”.
conjunto de 31 metas, incluindo-se a construção de Brasília. A base do Plano: pesquisas implementadas pelo grupo misto
BNDE-CEPAL, que apontavam para uma considerável demanda reprimida de bens de consumo durável.
Proposta:◦ Inversão do eixo econômico do país, do café para a indústria ◦ Acabar com a irrelevância econômica brasileira no mercado
mundial e a total dependência dos preços internacionais dos produtos primário–exportadores
Anos 1950 no ES marcam o início do processo de transformação
produtiva, com claros limites à expansão cafeeira. ◦ Na região Sul, impulsionadas pela integração do mercado
nacional e pelo esgotamento da fronteira agrícola na região, desenvolveram: pecuária leiteira; extração do mármore; e fabricação de cimento.
◦ Na região Central, promoção de maior infraestrutura da capital através de: escoamento do café (vindo de outras regiões do estado e de Minas) presença da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) Novas unidades industriais também em Vila Velha e Cariacica.
1º Ciclo de desenvolvimento econômico (1850-1960)
Anos 1950 no ES: marcam o início do processo de transformação
produtiva, com claros limites à expansão cafeeira. ◦ Na região Norte:
as terras e o clima tornavam-se impróprios à lavoura cafeeira a medida em que o cultivo se aproximava do extremo do estado
Com isso, a extração madeireira e a utilização para pastagem após o desmate tornam-se as principais atividades daquela região do estado.
“Também a ponte sobre o rio Doce na cidade de Linhares, no início dos anos 50, impulsionou a grande derrubada de madeira a partir dessa década” (BUFFON, 1992, p. 197-201).
1º Ciclo de desenvolvimento econômico (1850-1960)
Anos 1950 no ES Início do Processo de transformação produtiva:
◦ Fatores endógenos Esgotamento do solo; Esgotamento da fronteira agrícola ; Presença da CVRD;
◦ Fatores exógenos Queda dos preços internacionais do café; Integração do mercado nacional; Avanço da urbanização; Plano de Metas;
1º Ciclo de desenvolvimento econômico (1850-1960)
Entretanto, café ainda constituía-se não apenas no principal componente da renda interna estadual, como também na principal absorvedora de mão de obra e na mais importante fonte de receita tributária para o governo estadual.
A partir de 1955, eleva-se oferta de café no mercado internacional e reverte-se o comportamento dos preços externos que passam a declinar em ritmo progressivo
configura-se no país e no estado, uma crise de superprodução, comprometendo tanto as condições de lucratividade da cafeicultura nacional como também estadual
1º Ciclo de desenvolvimento econômico (1850-1960)
Plano de Renovação da Lavoura◦ Objetivo:
diminuir a capacidade produtiva para a erradicação de cafezais velhos e renovar as plantações, substituindo-se os pés arrancados por novos à razão de uma muda para cada três pés velhos.
◦ Assim, foi criada a Comissão de Erradicação de Cafezais Deficitários, da qual resultou a proposta de criação do Grupo Executivo de Racionalização da Cafeicultura – GERCA.
◦ Este novo órgão deveria traçar diretrizes para a cafeicultura e, simultaneamente, colaborar com a política econômica global, dado que as políticas para o setor cafeeiro afetavam o controle monetário do país.
◦ Desse modo, sua composição envolvia membros do IBC e representantes de outros órgãos e ministérios
1º Ciclo de desenvolvimento econômico (1850-1960)
Plano Diretor do GERCA ◦ Elaborado em 1962, composto de três diretrizes básicas:
promoção da erradicação dos cafezais antieconômicos; diversificação agrícola das áreas erradicadas por outras culturas; e renovação de parcela da cafeicultura existente.
◦ Promoção da erradicação dos cafezais foi a mais bem sucedida, transformando-se na “chave mestra” da nova política cafeeira.
◦ Quanto as demais diretrizes, podemos dizer que estas não chegaram a ter consequências significativas.
◦ 53,8% dos cafeeiros capixabas foram erradicados, enquanto este índice para os estados de Minas Gerais, Paraná e São Paulo foi da ordem, respectivamente de 33,0%, 28,4% e 26,0%.
2º Ciclo de desenvolvimento econômico (1960-1990)
Política de Erradicação dos Cafezais◦ O programa se baseava na erradicação dos cafezais velhos
estimulados pelo pagamento de um bônus para os produtores que aderissem à iniciativa
◦ Realizada em duas etapas, iniciadas, respectivamente em 1962 e 1966
◦ Atingiu um número de cafeeiros bem superior ao valor estabelecido, de forma que o Espírito Santo erradicou duas vezes mais a cota que lhe fora definida.
◦ Isso se explica pelo fato da cafeicultura capixaba apresentar-se tão antieconômica que o valor das indenizações pagas pelos cafeeiros erradicados era superior ao rendimento obtido com a produção do café
◦ Proporcionalmente, o Espírito Santo foi o Estado que apresentou o maior número de cafeeiros erradicados
2º Ciclo de desenvolvimento econômico (1960-1990)
Consequências◦ desequilíbrio no mercado de trabalho na economia capixaba,
provocando a elevação da emigração rural (praticamente 60 mil pessoas ficaram sem emprego na área rural).
◦ O desemprego na agricultura provocou êxodo de famílias para as cidades, especialmente para a região da Grande Vitória
◦ a bonificação paga por cafeeiro erradicado não possibilitou aos pequenos e médios cafeicultores a mesma flexibilidade de mudança de atividade permitida aos grandes proprietários, pois possuíam condição financeira precária (baixo nível de renda e alto grau de endividamento), o que acabou obrigando-os a vender ou a abandonar suas terras, e a integrarem-se ao mercado de trabalho já estruturalmente saturado
2º Ciclo de desenvolvimento econômico (1960-1990)
Consequências◦ Os grandes proprietários ocuparam-se com a pecuária devido
aos incentivos estatais à formação de pastagens que acompanharam a erradicação.
◦ diversificou as culturas nas áreas liberadas e com a renovação racional das lavouras cafeeiras ocorreram mudanças significativas no panorama rural do Espírito Santo
2º Ciclo de desenvolvimento econômico (1960-1990)
Incentivos Estatais a Agropecuária◦ No início da década de 1970 vários programas de incentivos a
agropecuária capixaba direcionados para a grande propriedade foram implantados no Espírito Santo, tais como:
◦ o programa de crédito do CONDEPE, para incentivo da pecuária bovina;
◦ os programas de promoção do reflorestamento; e ◦ os programas para incentivo da cana-de-açúcar, todos
beneficiando a grande propriedade. Tais medidas, aliadas à erradicação dos cafezais, foram
responsáveis pelo início do acelerado processo de concentração de terras a partir da década de 1970 no Espírito Santo.
2º Ciclo de desenvolvimento econômico (1960-1990)