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Ponto 1Veracidade como premissa:
A sinceridade em relao ao que apresentado em nossas
afirmaes.
No jornalismo, a veracidade representa a condio inicial que
sustenta a pretenso jornalstica de narrar fatos.
Isto , que h disposio e sinceridade dos profissionais em relao
ao compromisso de relatos fatos reais.
Alm disso, emprega recursos para afastar o engano e o erro.
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Ponto 2Verdade:
caractersticas de alguns discursos que se reportam realidade.
Adequao entre as coisas e o nosso
entendimento sobre elas.
Atender a condio de verdade uma exigncia para que o jornalismo
possa informar s pessoas que no presenciaram os fatos o que
aconteceu.
As pessoas esperam notcias verdadeiras, por isso evitam-se os
erros, a manipulao, a displicncia, que podem comprometer a produo
de relatos verdadeiros.
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Ponto 3
Realismo ingnuo:H vrias formas de se compreender a vinculao
entre
notcia e verdade.
A alternativa mais arraigada e disseminada parece ser a do
realismo ingnuo.
A ideia que sustenta essa teoria a de que o conhecimento seria
especular, no sentido de que a notcia deveria ser ou seria o
espelho dos fatos.
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Ponto 3
Realismo ingnuo:
O conhecimento seria especular, no sentido de que a notcia
deveria ser ou seria o espelho dos fatos.
Os fatos seria estveis, absolutos e disponveis a qualquer
conscincia.
Esse discurso revela uma ingenuidade, a ideia de que o fato um
dado definitivo, independente da subjetividade que o conhece, e
prvio em relao ao ato de conhecer.
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Ponto 4
O interesse:O envolvimento entre quem conhece e o conhecido,
seu objeto.
A relao cognitiva dos homens entre si e com a realidade acontece
sempre de tal forma que os plos da relao se encontram sempre
previamente envolvidos.
Conhecer familiarizar, controlar, assimilar. impossvel conhecer
o absolutamente estranho (a coisa em si).
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Ponto 4O interesse:
O interesse como um vcio epistemolgico, isto , algo que impede
ou limita o conhecimento. Para se conhecer, seria preciso elimin-lo
ou super-lo.
Haveria sempre algo por trs de afirmaes de fato sobre a
realidade, como a vontade de dominao (conceito banal de
interesse).
Em uma concepo no banal de interesse, interesse a recproca
pertena entre homem e mundo, entre conscincia e fatos.
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Ponto 4
O interesse:
Trata-se de um pertencimento recproco que no permite a
sobrevivncia de descarte algum entre este homem e as coisas que ele
aborda ou os fatos que ele pretende conhecer.
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Ponto 5O fato como problema:
Consequncias para a definio do fato a partir da noo de
interesse.
Se a condio para o conhecimento objetivo, verdadeiro, o
distanciamento entre quem conhece e o objeto conhecido, o fato
(estvel, absoluto), a afirmao do interesse (a noo de
co-pertencimento entre o fato e quem o conhece) parece justamente
impossibilitar a possibilidade da verdade.
Todo conhecimento tem embutido uma srie de elementos no
tematizados, isto , que nos atravessam e agem em ns para a sua
produo (desejos, imaginrio, linguagem, etc).
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Ponto 5
O fato como problema:
Toda fala dotada de sentido, todo enunciado a respeito do mundo,
toda interpretao da realidade possvel apenas enquanto o mundo, a
realidade mesma, disponvel e interpretada na lngua histrica dos
homens.
A linguagem se apresenta como o elemento prvio e insupervel de
toda interpretao do mundo e da realidade.
condio de possibilidade de todo pensar e conhecer.
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Ponto 5
O fato como problema:
Faz crticas teorias do jornalismo que no tm sido muito feliz no
desdobramento consistente dessas
premissas.
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Ponto 6
Ponderao:Crtica as noes de verdade e de fato no exclui a
possibilidade de verdade e de fato objetivo
Se captulo anterior o autor crtica o conceito de fato absoluto e
estvel, neste ele busca retomar uma linha de raciocnio na qual os
fatos, apesar de seu copertencimento ao sujeito cognoscente, pode
reger os parmetros de sua prpria interpretao.
Ele problematizou a noo de fato e de verdade do realismo ingnuo,
mas no se perfila postura relativista que dissolve o conceito de
verdade.
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Ponto 7
O conceito de fato:As notcias so textos que falam de fatos.
Um fato um complexo que inclui eventos envolvendo coisas,
pessoas e textos.
As suas marcas so a atividade, a relao e a temporalidade;
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Ponto 7
O conceito de fato:
Atividade: o fato resultado de uma ao, aquilo que deixa para trs
como resultado de sua obra. Por isso essa noo de particpio passado
que o define: fato algo acabado, o que se consuma, numa ao em
movimento.
Relao: s pode ser pensado espacialmente como uma dimenso fechada
onde coisas, pessoas e textos se conectam. Um recorto voluntrio no
contnuo de interaes da realidade.
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Ponto 7O conceito de fato:
Temporalidade: consequncia e causa. O fato tem precedentes que
conduzem ao fato que ele .
Texto e fato. Texto, uma tessitura discursiva configurada nas
tramas da linguagem. Fato, uma tessitura de interrelaes entre
entidades interagentes (objetos, pessoas e textos).
O texto pode ser um fato ou parte de um fato, quando alm de uma
figurao expressiva a produo de sentidos desenvolve uma configurao
pragmtica (uma funo prtica na interrelao com objetos e
pessoas);
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Ponto 7
O conceito de fato:
A notcia um texto. Mas, pode tornar-se fato como o fato de que
trata.
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Ponto 8Fato e conhecimento: A notcia se refere a fatos e deve
poder ser julgada a partir de sua capacidade de dar a
conhecer o fato.
Frmula simples que exprime a convico comum de que a verdade pode
residir no discurso e que a verdade se situa numa forma de adequao
entre a notcia e o fato que se noticia.
Verdade da notcias deve-se entender duas coisas:- compreenso
verdadeira daquilo a notcia, do seu
texto, de sua manifestao expressiva;- compreenso da verdade que
noticiada sobre os
fatos;
Depois, o autor retoma a crtica a esta compreenso.
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Ponto 9
Contraponto: os limites do perspectivismo.
No essencial, o perspectivismo nos conduz ao relativismo.
Aceitas suas premissas, no h como negar a perda de toda dimenso
crtica.
No h a possibilidade de identificar a verdade como verdade nem a
mentira como mentira.
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Ponto 10
Para um conceito perspectivista de verdade: verdade e falsidade
como exigncia pragmtica da interao
comunicativa.
Em princpio, as pessoas devem ser capazes de dizer a verdade
sobre as coisas e os seus discursos devem poder ser aceitos como
tal.
No h a possibilidade de identificar a verdade como verdade nem a
mentira como mentira.
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Ponto 11A comunidade de sentido: uma ordem intersubjetiva.
bem verdade que o perspectivismo nos ensinou que o nosso
conhecimento intervm sobre as coisas de algum modo alterando-a, mas
alterar aqui significa organizar, faz-las existir como polo de uma
relao cujo outro correlato somos ns.
bem verdade que a interveno humana (nunca do indivduo singular,
porm) sobre o continuum da percepo, segmentando, classificando e
pertinentizando no uma interveno de pouca monta, pois as coisas
passam a ser constituir para uma comunidade de sentido apenas
depois dessa interveno.
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Ponto 11A comunidade de sentido: uma ordem intersubjetiva.
Mesmo sem considerar um fato estvel, absoluto, deve-se admitir
que o mundo mediado pela comunidade de sentido possui uma inrcia
toda sua.
O que quer dizer que ele conserva uma espcie de autonomia, de
independncia do nosso conhecimento.
H assim um sentido naturalizado das coisas e fatos, mas no deve
ser entendido como o faz o realismo ingnuo fatos existindo
indiferentes experincia humana mas no sentido de que a experincia
humana configuradora do conhecimento e do fato no significa que em
cada ato perceptivo o indivduo se pe como construtor da
realidade.
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Ponto 11
A comunidade de sentido: uma ordem intersubjetiva.
Os atos perceptivos singulares refazem percursos j institudos
por uma comunidade de sentido, experimentando as suas classificaes,
pertinentizaes, etc..
possvel fazer com que um fato diga muitas coisas, a depender das
relaes estabelecidas na comunidade de sentido; mas impossvel faz-lo
dizer o que efetivamente no diz.
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Ponto 12A interpretao do fato: explorar possibilidades e
limites
no mbito da comunidade de sentidos.
O fato interpretado segundo uma estratgia complicada de interaes
que necessariamente h de envolver tambm as testemunhas-intrpretes e
a sua competncia sobre o conhecimento do patrimnio pblico de
sentidos no mbito da comunidade de sentido.
Interpretar significa reagir diante do fato entendido como
mundo; a interpretao no produzida pela estrutura da mente humana,
mas pela realidade construda pelo processo de significao
(semiose).
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Ponto 13Um retorno ideia de verdade: adequao realidade em
sua naturalidade instituda.
O que seria a notcia verdadeira?
Aquela sobre a qual deve ser possvel um acordo universal
realizado por uma comunidade ilimitada de comunicao.
Entretanto, h a questo dos procedimentos voluntrios para que se
possa corrigir, melhorar ou contestar os enunciados que reivindicam
a verdade sobre os fatos: a crtica.
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Ponto 13
Um retorno ideia de verdade: adequao realidade em sua
naturalidade instituda.
preciso ultrapassar o processo de apreenso espontnea do fato na
direo de uma interpretao reflexiva, capaz de descrever e de
explicar por quais razes formais um fato determinado produz
determinada resposta. Ou, por que o fato o que se diz que .
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Ponto 14Um leque de possibilidades tericas para se pensar o
jornalismo
O panorama apresentado pelo autor oferece as bases para se
pensar duas grandes vertentes tericas sobre o jornalismo:
O paradigma da mediao, em que o conceito de verdade central para
o modelo;
O paradigma construcionista, em que a crtica a ideia de verdade
e objetividade reformula a concepo sobre o jornalismo. Instaura uma
ruptura com padres clssicos do jornalismo.
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