AULA 04 MICROECONOMIA PARA BANCO CENTRAL – ÁREA 02 PROFESSOR: CÉSAR DE OLIVEIRA FRADE Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 1 Olá pessoal, Essa aula será mais pesada. Entretanto, como ninguém tem perguntado, acho que todos estão entendendo. Agradeço algumas sugestões que tenho recebido. E, claro, as críticas também. As críticas ou sugestões poderão ser enviadas para: [email protected]. Prof. César Frade JUNHO/2012
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AULA 04 MICROECONOMIA PARA BANCO CENTRAL – ÁREA 02
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Olá pessoal,
Essa aula será mais pesada. Entretanto, como ninguém tem perguntado, acho
que todos estão entendendo.
Agradeço algumas sugestões que tenho recebido. E, claro, as críticas também.
As críticas ou sugestões poderão ser enviadas para:
Ao efetuarmos a multiplicação das quantidades (fizemos isso porque a função
U=X.Y) que foram informadas pelas respostas possíveis, vimos que a letra a
deu o maior resultado, seguido pela e e assim por diante.
Portanto, devemos testar as quantidades que estão determinadas na letra a na
equação de restrição. Portanto:
��%!c çã$ d 2 · 8 � 4 · 0,5 e 10
Como a restrição não foi atendida, o gabarito não pode ser a letra a. Passemos
para a letra e.
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��%!c çã$ � d 2 · 2,5 � 4 · 1,25 � 10
Portanto, como a restrição é atendida, o gabarito é a letra E.
Gabarito: E
Enunciado para as questões 40 e 41 Acerca da teoria do consumidor, julgue os itens subsequentes.
Questão 40
(CESPE – BASA - Economista – 2010) – Considere que os bens substitutos
perfeitos, x1 e x2, sejam representados pela função utilidade u(x1,x2) = x1+x2.
Nesse caso, a função utilidade v(x1,x2) = (x1+x2)2 não pode representar a
preferência pelos mesmos dois bens substitutos.
Resolução:
Em geral, substitutos perfeitos são representados por curvas de indiferença
que são retas paralelas, conforme figura abaixo:
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Essa não é a única forma de representá-los. Podemos fazer transformações
monotônicas nas funções de utilidade que as escolhas permanecerão as
mesmas.
Antes de tudo, lembre-se que não nos interessa quantos útiles3 um
determinado consumidor terá ao consumir um bem. Ou seja, não nos interessa
a ordenação cardinal das cestas pois é muito complexo e irreal pensar que
alguém irá calcular quanto ganhará de satisfação ao consumir uma cesta de
bens. Entretanto, necessitamos de uma ordenação ordinal que nos informará
quais cestas são preferidas em relação às outras.
E exatamente pelo fato de não estarmos preocupados com o tamanho da
utilidade que a cesta trará sem que seja feita uma comparação a qualquer
outra que podemos fazer as transformações monotônicas. Essas
transformações consistem em somar, multiplicar ou elevar a função a um
determinado número. Como resultado, teremos uma utilidade completamente
diferente mas a ordenação continuará a mesma.
Observe que isto pode ser feito em Teoria do Consumidor dado que a função
nos responderá qual o nível de satisfação. Entretanto, tal transformação não
pode ser feita na Teoria da Firma pois a função nos informa a quantidade de
bens que está sendo produzida.
Sendo assim, se multiplicarmos a função por 2, teríamos:
2.u(x1,x2) = z(x1,x2) = 2x1+2x2
Essa nova função z(x1,x2) nos retornaria valores de utilidades completamente
diferentes da função anterior mas manteria a ordenação de escolha das cestas
do consumidor em questão. Dessa forma, essa transformação não teria
qualquer efeito a não ser o de poder facilitar as operações matemáticas
necessárias.
De forma análoga, podemos elevar a função ao quadrado e teríamos:
[u(x1,x2)]2 = v(x1,x2) = (x1+x2)2
3 Unidade de medida de utilidade.
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Da mesma forma, não mudaríamos a ordenação das cestas e tal transformação
poderia ser feita e estaria representando bens que são substitutos perfeitos.
Portanto, é importante ressaltar que os substitutos perfeitos não são
representados apenas por curvas de indiferenças que são linhas retas, mas
também por quaisquer transformações monotônicas a que essas curvas sejam
submetidas.
Segundo Varian:
“A multiplicação por 2 é um exemplo de transformação
monotônica. A transformação monotônica é um modo de
transformar um conjunto de números em outro, mas preservando a
ordem original dos números.
A transformação monotônica é em geral representada pela função
f(u), que transforma cada número u em outro número f(u), mas
preserva a ordem dos números para que u1 > u2 implique f(u1) >
f(u2). Uma transformação monotônica e uma função monotônica são,
em essência, a mesma coisa.”
Com isso, vemos que a questão está ERRADA.
Gabarito: E
Questão 41
(CESPE – BASA - Economista – 2010) – Considere que os bens substitutos
perfeitos x1 e x2 tenham preços iguais: p = p1 = p2. Nesse caso, a função de
demanda pelo bem x1 de um consumidor de renda m será igual a p
m .
Resolução:
Na verdade pelo fato de a questão estar errada não conseguimos explicar
exatamente o que o examinador pensou. Vamos lá. Em primeiro lugar, um
esclarecimento que o examinador pode ou não ter levado em consideração.
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Infelizmente, só poderíamos ter certeza disto se a questão fosse dada como
correta. Eu, particularmente, acho que o examinador não considerou o que
colocarei abaixo.
Observe que o examinador apenas diz que os bens são substitutos perfeitos e
com a igualdade nos preços nos solicita determinar a demanda pelo bem x1.
Ou essa questão está, de cara, errada pois não tendo a função utilidade dos
bens que são substitutos perfeitos não poderíamos NUNCA determinar a
demanda por um dos bens. Ou, e é isso que eu acredito, o examinador pelo
simples fato de ter dito que os bens são substitutos perfeitos, parte do
pressuposto errôneo de que a função utilidade é u(x,y)=x1+x2.
No entanto, os autores afirmam que para que dois bens sejam substitutos
perfeitos eles não precisam ser trocados na proporção um para um como
assumido na questão.
O livro do Pindyck mostra um caso em que o consumidor chamado Philip
mostra que é indiferente entre suco de mação e suco de laranja na proporção
1 para 1 e conclui que:
“Essas duas mercadorias são substitutos perfeitos para Philip, uma
vez que ele se mostra totalmente indiferente entre beber um copo de
um ou de outro. Neste caso, a TMS do suco de maçã pelo suco de
laranja é 1; Philip está sempre disposto a trocar um copo de um por
um copo de outro. Geralmente, dizemos que dois bens são
substitutos perfeitos quando é constante a taxa marginal de
substituição de um bem pelo outro, ou seja, quando as curvas
de indiferença que descrevem a permuta entre o consumo das
mercadorias apresentam-se como linhas retas.” (grifo meu)
Observe no trecho grifado acima que o autor em momento algum define que
os bens devem estar na proporção 1 para 1 e, no meu ponto de vista, deixa
implícito que a condição, em geral, é que a TMS seja constante. Se a sua
leitura for a mesma, você concorda comigo que a proporção do consumo pode
ser diferente. Ou seja, se uma pessoa gosta de uma xícara de café ou dois
copos de leite pela manhã, esses dois bens são substitutos perfeitos mas na
proporção 2 para 1.
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Já sei que você deve estar questionando o GERALMENTE, correto? Na minha
opinião, essa palavra é colocada no texto porque podemos fazer
transformações monotônicas na função e não modificar a ordenação das
escolhas mas modificaremos a forma básica da função e da TMS. No entanto,
mesmo assim, os bens não deixarão de ser substitutos perfeitos.
O Varian descreve que:
“Suponhamos, por exemplo, que o consumidor exija duas unidades
do bem 2 para compensá-lo pela desistência de uma unidade do bem
1. Isso significa que, para o consumidor, o bem 1 é duas vezes mais
valioso do que o bem 2. A função utilidade assume, portanto, a forma
u(x1,x2)=2x1+x2. Observemos que essa utilidade produz curvas de
indiferença com uma inclinação de -2.
As preferências por substitutos perfeitos em geral podem ser
representadas por uma função de utilidade da forma
U(x1,x2) = ax1+bx2
Aqui, a e b são números positivos que medem o “valor” que os bens
1 e 2 têm para o consumidor.”
O Varian ainda informa que:
“Temos três casos possíveis. Se p2 > p1, a inclinação da reta
orçamentária será mais plana do que a das curvas de indiferença.
Nesse caso, a cesta ótima será aquela em que o consumidor gastar
todo o seu dinheiro no bem 1. Se p1 > p2, o consumidor comprará
apenas o bem 2. Finalmente, se p1 = p2, haverá todo um segmento
de escolhas ótimas – nesse caso, todas as quantidades dos bens 1 e
2 que satisfazem a restrição orçamentária serão uma escolha ótima.
Assim, a função de demanda do bem 1 será
>
=
<
=
.p quando 0
;p quando e 0 entre númeroqualquer
;p quando
21
21
21
1 1
1
p
p
p
x pm
pm
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Serão esses resultados coerentes com o senso comum? Tudo o que
dizem é que, se dois bens são substitutos perfeitos, o consumidor
comprará o que for mais barato. E se ambos tiverem o mesmo preço,
o consumidor não se importará entre comprar um ou outro.”
Importante salientar que essa última informação que está contida no livro do
Varian só é válida se na função utilidade por ele descrita U(x1,x2) = ax1+bx2,
os valores de a e b forem iguais. Caso contrário, o resultado da demanda
dependerá da relação entre esses valores.
É exatamente isso que me parece que o examinador esqueceu-se de
considerar quando formulou a questão e partiu do pressuposto que o fato de
os bens serem substitutos perfeitos, implicava que os valores de a e b seriam,
necessariamente, iguais. Entretanto, o livro do Varian nos mostrou que não é
verdade isso.
De qualquer forma, a questão está ERRADA.
Gabarito: E
Enunciado para as Questões de 42 e 43
Considerando a equação de demanda ( )RPPQQ YXD
X
D ,,= , em que X
DQ seja a
quantidade demandada do bem X; XP , o preço do bem X; YP , o preço do bem
relacionado Y; e R, a renda do consumidor, julgue os itens subseqüentes.
Questão 42
(CESPE – MPU - Economista – 2010) – Uma curva de indiferença é convexa
quando a taxa marginal de substituição diminui à medida em que há
movimentação para baixo ao longo da mesma curva.
Resolução:
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Vamos utilizar uma curva de indiferença convexa em relação à origem,
conforme abaixo:
Tracemos uma reta tangente à curva de indiferença, determinando as
quantidade x1 e y1. Se recebermos uma unidade adicional do bem X, de tal
forma que a quantidade agora passasse a ser x2, teríamos que nos dispor uma
quantidade do bem Y igual à diferença entre y1 e y2. Observe que se optarmos
por receber uma outra unidade do bem X e passarmos a contar com x3
unidades, teremos que dispor de uma quantidade menor de Y (diferença entre
y3 e y2). Portanto, a taxa marginal de substituição será menor quanto mais nos
movimentarmos para baixo na curva de indiferença.
Se você está achando que fiz com o raciocínio trocado, efetue o raciocínio com
base no enunciado da TMS, mas saia de x3 e vá em direção a x1. No entanto,
estamos considerando apenas os módulos.
O Varian informa:
“O caso das curvas de indiferenças convexas mostra ainda outro tipo
de comportamento da TMS4. Nas curvas de indiferença estritamente
convexas, a TMS – a inclinação da curva de indiferença – diminui (em
valor absoluto) à medida que aumentamos x1. Assim, as curvas de
4 TMS é a abreviatura da Taxa Marginal de Substituição.
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indiferença mostram uma taxa marginal de substituição
decrescente.”
No entanto, devemos observar que a questão fala de curva de indiferença
convexa e não estritamente convexa. Bens substitutos perfeitos possuem retas
como curvas de indiferença e elas são convexas. No entanto, ressalta-se que
as taxas marginais de substituição são constantes.
Entretanto a questão diz que se as TMS são decrescentes, portanto, teremos
curvas convexas. Esta afirmativa está correta mas não vale a condição se, e
somente se.
Ou seja, se as curvas de indiferenças forem convexas, não necessariamente,
as TMS são decrescentes ao nos movimentarmos para baixo ao longo da
mesma curva de indiferença.
Dessa forma, a questão está CERTA.
Gabarito: C
Questão 43
(CESPE – MPU - Economista – 2010) – Em uma solução de canto não se
verifica a igualdade entre benefício marginal e custo marginal.
Resolução:
Uma solução é considerada de canto quando consumimos apenas um dos
bens. Será considerada de meio se consumirmos mais de um bem com a cesta
ótima.
Existem inúmeras opções para a ocorrência de soluções de canto, uma delas é
quando um indivíduo é neutro em relação a um dos bens, ou seja, para ele
tanto faz ter ou não ter daquele bem. No entanto, se o mesmo tem preço
positivo, há a necessidade de se consumir apenas da mercadoria em que ele
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não é neutro, pois não faz sentido pagar por aquilo que não retorna em
satisfação para o consumidor.
Outra opção seria você sentar em um local e ter azeitonas ou sorvetes para
comer. Mesmo que você goste dos dois produtos, me parece que não faz muito
sentido consumir os dois ao mesmo tempo. Dessa forma, você optará por uma
solução de canto uma vez que consumirá apenas um desses bens.
Segundo o Pindyck:
“Quando ocorre uma solução de canto, a TMS do consumidor não se
iguala à razão entre os preços. A condição necessária para a
maximização da satisfação é dada pela inequação5:
V
A
P
PTMS ≥
A condição de igualdade entre benefício marginal e custo marginal, é
válida apenas quando são adquiridas quantidades positivas de todos
os bens6.”
Dessa forma, a questão está CERTA.
Gabarito: C
Enunciado para as questões 44 a 47
Acerca do conjunto orçamentário do consumidor, julgue os itens subseqüentes.
Questão 44
(CESPE – Ministério da Saúde – Economista – 2009) – O conjunto
orçamentário do consumidor engloba todas as cestas de consumo possíveis,
excluindo-se apenas as cestas sobre a reta orçamentária. 5 Seria possível, porém improvável, que pudesse ocorrer uma solução de canto na qual a TMS fosse igual à razão entre
os preços. Note que o sentido da inequação deveria ser invertido se a solução de canto fosse no ponto A em vez de no
ponto B. 6 A figura abaixo foi retirada do livro do Pindyck.
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Resolução:
A restrição orçamentária é a reta que define o conjunto de cestas que podem
ser adquiridas. Se uma cesta qualquer estiver fora do limite da restrição
orçamentária (mais distante da origem), o consumidor não possuirá recursos
suficientes para efetuar sua compra.
Na verdade, a equação que define a restrição orçamentária é aquela que
informa que a renda do consumidor deverá ser superior à soma dos valores
gastos em cada uma das mercadorias. Se pensarmos em um mundo com
apenas duas mercadorias, teremos:
yx pypxR ⋅+⋅≥
No momento em que pensamos na igualdade, ou seja, quando o consumidor
gasta toda a sua renda com a compra dos dois bens que estão disponíveis,
essa inequação torna-se uma equação (a desigualdade vira uma igualdade) e
as cestas sobre a linha da restrição orçamentária são as determinadas com
esta igualdade.
yx pypxR ⋅+⋅=
Sendo assim, as cestas sobre a reta de restrição orçamentárias são possíveis
de serem adquiridas mas irão exaurir os recursos do consumidor. Com isso,
vemos que a questão está ERRADA.
Gabarito: E
Questão 45
(CESPE – Ministério da Saúde – Economista – 2009) – A restrição orçamentária
da forma mxxp ≤+⋅ 211 , em que p1 é o preço do bem 1 e x1 e x2 são,
respectivamente, as quantidades dos bens 1 e 2, indica que o preço do bem 2
é igual a zero.
Resolução:
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O examinador informa que essa é a restrição orçamentária do consumidor.
Observe que se compararmos a restrição que foi colocada nessa questão com a
que temos em geral, substituindo o R pelo m, pois ambos significam renda,
temos:
mxxp ≤+⋅ 211
Rpypx yx ≤⋅+⋅
Observe que se colocarmos que py é igual a 1, temos as mesmas inequações.
Rypx x ≤⋅+⋅ 1
Sendo assim, a questão está ERRADA, pois essa inequação indica que o preço
do bem 2 é igual a 1.
Gabarito: E
Questão 46
(CESPE – Ministério da Saúde – Economista – 2009) – Os interceptos da reta
orçamentária dependerão da renda que o consumidor possuir.
Resolução:
A reta orçamentária é definida pela seguinte equação:
Rypxp yx =⋅+⋅
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O intercepto com cada um dos eixos será determinado quando a reta
orçamentária tocar o eixo em questão. Para que isso ocorra, o consumidor
deverá estar optando por consumir apenas um dos bens.
Portanto, para calcularmos o intercepto no eixo Y, devemos fazer com que a
quantidade demandada do bem X seja igual a zero e substituirmos na fórmula
como abaixo:
y
y
yx
yx
p
RyRyp
Rypp
Rypxp
=⇒=⋅
=⋅+⋅
=⋅+⋅
0
Dessa forma, a quantidade que o consumidor consegue comprar do bem Y
quando não se compra nada de x é a razão entre a sua renda e o preço do
bem Y. Isso é relativamente simples de visualizar pois se um consumidor
gastará todos os seus recursos comprando apenas um dos bens, ele comprará
uma quantidade igual à sua renda disponível dividido pelo preço do bem em
questão.
De forma análoga podemos determinar a quantidade a ser adquirida do bem X
quando o consumidor opta por não consumir nada do bem Y. Observe abaixo:
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x
x
yx
yx
p
RxRxp
Rpxp
Rypxp
=⇒=⋅
=⋅+⋅
=⋅+⋅
0
Sendo assim, como o intercepto ao eixo ocorre no momento em que apenas
um dos bens é adquirido, fica simples chegarmos à conclusão de que ele
dependerá da renda do consumidor e que quanto maior a renda maior a
quantidade de bens que o consumidor poderá adquirir.
Com isso, a questão está CERTA.
Gabarito: C
Questão 47
(CESPE – Ministério da Saúde – Economista – 2009) – A inclinação de uma
reta orçamentária qualquer mede o custo de oportunidade de se consumir o
bem 1.
Resolução:
A inclinação da reta de restrição orçamentária pode ser determinada pela
tangente do ângulo Θ.
y
xx
y
x
y
P
P
R
P
P
R
P
R
P
R
tg
tg
=/
⋅/
==
=
θ
θ
adjacente cateto
oposto cateto
Observe que a inclinação da reta orçamentária é constante e igual à razão
entre os preços dos bens. Dessa forma, ela nos informará quantas unidades de
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um determinado bem são necessárias para a aquisição de outro bem. É sim a
idéia do conceito de Taxa Marginal de Substituição – TMS, mas lembre-se que
na TMS o consumidor deverá continuar na mesma curva de indiferença.
Essa relação de troca, na qual o consumidor determina para ele, por exemplo,
que duas maçãs têm o mesmo valor de uma pêra, mostra o custo de
oportunidade desse consumidor. Nesse caso, para que o consumidor fosse
indiferente entre uma pêra ou duas maçãs, o preço da pêra deveria ser duas
vezes maior.
Se no gráfico a pêra estivesse representada no eixo x, a tangente do ângulo Θ
deveria ser igual a 2 (razão entre os preços).
Dessa forma, vemos que a inclinação da reta orçamentária é a razão entre os
preços e representa o custo de oportunidade de se consumir um bem ao invés
do outro.
Sendo assim, a questão está CERTA.
Gabarito: C
Enunciado para as questões 48 e 49
Julgue os itens que se seguem, acerca dos efeitos preço, renda e substituição.
Questão 48
(CESPE – Ministério da Saúde – Economista – 2009) – Diminuição na renda do
consumidor faz que o efeito renda diminua a demanda pelo bem em questão.
Resolução:
Sabemos que se um consumidor tiver a sua renda reduzida, se o bem for
normal o consumo também cairá, mas se o bem for inferior isso provocará um
aumento no em seu consumo.
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Logo, não podemos afirmar que uma redução na renda do consumidor reduz o
consumo de um bem qualquer. Ele reduzirá o consumo daqueles bens que o
consumidor não terá mais condição de adquirir mas aumentará o consumo dos
bens que são mais acessíveis e que o consumidor não tinha tanto interesse em
consumir quando sua renda estava em um patamar mais alto.
Sendo assim, a questão está ERRADA.
Gabarito: E
Questão 49
(CESPE – Ministério da Saúde – Economista – 2009) – Para um bem de Giffen,
tem-se efeito renda negativo, que domina o efeito substituição positivo.
Resolução:
Vejamos novamente a figura que mostra a relação entre o bem GIFFEN e os
efeitos renda e substituição.
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Sabemos que o efeito substituição é sempre negativo pois quando há uma
queda no preço de um dos bens, o consumidor passa a ter mais incentivo em
efetuar uma troca e passar a consumir mais desse bem.
O efeito renda pode ser positivo ou negativo. Se positivo, o bem será
considerado normal. Se negativo, o bem será considerado inferior. Para que
um bem seja de GIFFEN, ele deve ser inferior e ainda o módulo do efeito renda
deve superar o módulo do efeito substituição.
Com isso, vemos que a questão é ERRADA pois informa que o efeito
substituição é positivo.
Gostaria de ressaltar algo importante nessa questão. Se o examinador falar
que se o efeito renda for maior do que o efeito substituição então o bem é de
GIFFEN, está errado. Errado porque se o bem for de GIFFEN o efeito renda é
negativo e “mais negativo” que o efeito substituição, logo, menor.
Mas se ele disser que se o módulo do efeito renda for maior do que o módulo
do efeito substituição então o bem é de GIFFEN também está errado. Errado
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pois o módulo não dá essa garantia porque um efeito renda positivo e muito
forte pode ter módulo maior que o módulo do substituição.
Gabarito: E
Enunciado para as questões 50 a 52
A teoria microeconômica examina o comportamento das unidades econômicas
específicas e analisa questões como a determinação dos preços e da produção
das firmas bem como as escolhas dos consumidores. Acerca desse tópico,
julgue os itens.
Questão 50
(CESPE – Ministério dos Esportes – Economista – 2008) – Para os
consumidores que acham que uma refeição dever ser sempre acompanhada de
uma taça de vinho, as curvas de indiferença entre esses dois bens são
lineares.
Resolução:
Se os consumidores acreditam que quando estiverem fazendo suas refeições
elas deverão estar sempre acompanhadas de taças de vinho, não podemos
falar que vinho e refeição são bens substitutos. Os consumidores não deixam
de comer para beber vinho.
Na verdade, esses dois bens são ditos complementares à medida que os
consumidores quando estão comendo querem consumir o vinho em conjunto.
As curvas de indiferença dos substitutos perfeitos são lineares, em geral, como
já vimos. Enquanto isso, as curvas de indiferença dos complementares
perfeitos formam figuras com ângulos retos, como abaixo:
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Dessa forma, vemos que a questão está ERRADA. Entendo que vocês podem
estar pensando que essas curvas de indiferença também são lineares, mas o
examinador estava pensando em lineares sem a quebra existente nessas que
foram representadas.
Dica: Não procure chifre em cabeça de cavalo pois, em geral, não tem.
Gabarito: E
Questão 51
(CESPE – Ministério dos Esportes – Economista – 2008) – O fato de as pessoas
maximizarem seus níveis de utilidade e considerarem que a utilidade marginal
derivada do consumo de determinado bem é decrescente conflita com a
existência de uma curva de demanda negativamente inclinada para esse
mesmo bem.
Resolução:
Vamos começar tentando entender o que é utilidade marginal. Quando um
consumidor tem uma cesta, ele passa a ter um certo nível de satisfação. Se
variar o consumo de um dos bens, mantendo todo o resto constante, a
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utilidade irá variar. Essa variação da utilidade total com a variação da cesta em
uma unidade é a utilidade marginal.
A utilidade marginal é decrescente e posso te dar dois exemplos claros disso.
Imagine que você está com muita sede, mas muita mesmo. Se eu te der um
copo de água, você irá ficar mais satisfeito, certo? Esse copo de água, dado o
seu nível de sede tem uma utilidade marginal enorme.
Imagina depois de beber esse primeiro copo de água, o que aconteceria com a
sua satisfação se você bebesse mais um copo de água? Te digo que você
ficaria mais satisfeito, mas a mudança da satisfação, ou seja, a utilidade
marginal seria menor pois a sua satisfação mudou muito mais com o primeiro
copo do que com esse segundo.
Imagine se você recebesse um terceiro copo de água. Você aumentaria sua
satisfação geral mas de forma residual.
Já sei que você deve estar pensando que daqui a pouco vai passar mal de
tanto beber água. E pode até estar raciocinando que a utilidade marginal
poderá ser negativa daqui um tempo. Tudo bem. Então, vocês já entenderam
o espírito da coisa e está na hora de mudarmos o exemplo.
Imagine a sua situação financeira neste momento. Provavelmente, ela não
está tão boa e você tem estudado muito (e está lendo essa aula) para poder
aumentar suas chances de melhorar a situação. Ótimo.
Imagine quanto satisfeito você ficaria ao ficar sabendo que conseguiu
economizar seus primeiros R$ 100.000,00 e que esse recurso está aplicado até
que você decida o que fazer com ele. É claro que, por mais que você não ligue
para dinheiro, ficará mais satisfeito, terá uma utilidade marginal positiva. É
certo que a variação da sua satisfação quando você saiu de zero e passou a ter
R$ 100.000,00 foi grande.
Imagine que eu acabo de te informar que você ganhou mais R$ 100.000,00 e
agora tem R$ 200.000,00. É fácil deduzir que você está mais satisfeito com R$
200.000,00 do que estava quando tinha R$ 100.000,00, mas que apesar de
sua utilidade marginal ser positiva, ela é menor do que a obtida nos primeiros
cem mil reais.
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E qual será sua utilidade marginal quando você passar a ter R$ 300.000,00?
Você ficaria mais satisfeito com R$ 300.000,00 ou com R$ 200.000,00? Com
isso, vemos que à medida que as pessoas estão mais ricas elas ficam mais
satisfeitas e, portanto, a utilidade marginal é positiva. No entanto, apesar de
ser positiva, o grau de variação da satisfação está cada vez menor. Ainda não
compreendeu?
Vamos imaginar um grande jogador de futebol, por exemplo, o Kaká. Imagine
que ele ganhou mais R$ 100.000,00 para juntar à sua fortuna. Será que ele
ficará mais satisfeito do que estava antes? Claro que ficará, pois quanto mais
melhor. Na pior das hipóteses, você doa os recursos para quem você quer e
fica mais satisfeitos escolhendo a pessoa.
Se ele ficará mais satisfeito, logo, a utilidade marginal do dinheiro é positivo.
Ela sempre será positiva. No entanto, você concorda que o quanto o Kaká teve
de aumento de satisfação é menor do que o que você teria se recebesse R$
100.000,00 e também menor do que a variação da satisfação que ele tinha
quando ainda jogava no São Paulo. Logo, está provado que, em geral, a
utilidade marginal é decrescente.
No entanto, o fato de a utilidade marginal ser decrescente não conflita em
nada com a inclinação negativa da curva de demanda.
Sendo assim, a questão está ERRADA.
Gabarito: E
Questão 52
(CESPE – Ministério dos Esportes – Economista – 2008) – Supondo-se que
casas de praia são substitutos para casas de campo, então um aumento dos
preços dos imóveis no litoral não altera as vendas de imóveis no campo,
porque, nesse caso, o efeito substituição é nulo.
Resolução:
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Se os dois bens são substitutos, o fato de aumentar os preços dos imóveis na
casa de praia fará com haja uma redução da demanda por estes imóveis e,
consequentemente, um aumento na demanda pelos imóveis no campo. Com
isso, haverá uma substituição.
A análise não é tão simples assim, pois deveriamos calcular o efeito renda e o
efeito substituição em curvas de indiferença de substitutos perfeitos. No
entanto, ao invés de fazer isso, optei por te dar essa dica de raciocínio que não
falhe e transcrever pequenos fragmentos do livro do Varian:
“Vamos agora examinar alguns exemplos de variações de preços para
determinados tipos de preferências e decompor as variações da
demanda em seus efeitos renda e substituição.
Começaremos como caso dos complementares perfeitos. O efeito
substituição é zero. A variação da demanda deve-se inteiramente ao
efeito renda.
E quanto aos substitutos perfeitos? A variação deve-se por inteiro ao
efeito substituição.”
Resumindo:
Complementares Perfeitos Substitutos Perfeitos
Efeito Substituição Zero Total
Efeito Renda Total Zero
Sendo assim, a questão está ERRADA.
Gabarito: E
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