AULA 1: TEORIA LITERÁRIA PROFª: Mara Magaña NOÇÕES BÁSICAS: O QUE É LITERATURA? “Arte literária é mimese(imitação); é a arte que imita pela palavra.” (Aristóteles,séc.IV a.c.) Assim: •Literatura como imitação da realidade; •Manifestação artística; •A palavra como matéria-prima; •Manifestação da expressividade humana.
35
Embed
AULA 1: TEORIA LITERÁRIA PROFª: Mara Magaña NOÇÕES BÁSICAS: O QUE É LITERATURA?
AULA 1: TEORIA LITERÁRIA PROFª: Mara Magaña NOÇÕES BÁSICAS: O QUE É LITERATURA? “Arte literária é mimese(imitação); é a arte que imita pela palavra.” (Aristóteles,séc.IV a.c.) Assim: Literatura como imitação da realidade; Manifestação artística; A palavra como matéria-prima; - PowerPoint PPT Presentation
Welcome message from author
This document is posted to help you gain knowledge. Please leave a comment to let me know what you think about it! Share it to your friends and learn new things together.
Transcript
AULA 1: TEORIA LITERÁRIA
PROFª: Mara Magaña
NOÇÕES BÁSICAS:
O QUE É LITERATURA?
“Arte literária é mimese(imitação); é a arte que imita pela palavra.” (Aristóteles,séc.IV a.c.)
Assim:
•Literatura como imitação da realidade;
•Manifestação artística;
•A palavra como matéria-prima;
•Manifestação da expressividade humana.
FUNÇÕES DA LITERATURA:
Função evasiva – fuga da realidade;
•Função lúdica – jogo de experiências sonoras e de relações surpreendentes;
Ex. A ONDA (Manuel Bandeira)
A onda anda
Aonde anda
A onda?
A onda ainda
Ainda onda
Ainda anda
Aonde?
Aonde?
A onda a onda
•Função de “Arte pela arte” – descompromissada das lutas sociais (Parnasianismo)
•Função de literatura “engajada” – comprometida com a defesa de certas idéias políticas.
Ex. NÃO HÁ VAGAS (Ferreira Gullar)
O preço do feijão
Não cabe no poema. O preço
Do arroz
Não cabe no poema.
Não cabem no poema o gás
A luz o telefone
A sonegação
Do leite
Da carne
Do açúcar
Do pão
O funcionário público
Não cabe no poema
Com seu salário de fome
Sua vida fechada
Em arquivos.
Como não cabe no poema
O operário
Que esmerila seu dia de aço
E carvão
Nas oficinas escuras
- porque o poema, senhores
está fechado: “Não há vagas”
Só cabem no poema
O homem sem estômago
A mulher de nuvens
A furta sem preço
O poema, senhores,
Não fede
Nem cheira.
(Antologia Poética)
Nosso interesse está na literatura dita “canonizada” – conj. de obras escritas e aceitas como artisticamente valiosas e representativas de nossa herança cultural.
Ex. “Dom Casmurro”, de Machado de Assis; “Vidas secas”, de Graciliano Ramos; “A Hora da Estrela”, de Clarice Lispector, dentre outras.
LITERATURA É A ARTE DA LINGUAGEM ESCRITA, QUE EXPLORA TODAS AS POTENCIALIDADES DE COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO E É CAPAZ DE TRANSPOR LIMITES DE TEMPO E ESPAÇO.
DIFERENÇAS ENTRE UM TEXTO LITERÁRIO E UM NÃO-LITERÁRIO:
Texto Literário:
ênfase na expressão;
linguagem conotativa;
linguagem mais pessoal, emotiva;
recriação da realidade;
ambigüidade – recurso criativo.
Texto não-literário:
•ênfase no conteúdo;
•linguagem denotativa;
•linguagem mais impessoal;
•realidade apenas traduzida;
•Normalmente sem ambigüidade ou duplas interpretações.
Texto 1:
“Uma nuvem colossal em forma de cogumelo sobre a cidade japonesa de Hiroxima assinala a morte de 80 mil de seus habitantes – vítimas do primeiro ataque nuclear do mundo, em 6 de agosto de 1945. O lançamento da bomba, uma das duas únicas do arsenal americano, foi feito para forçar os japoneses à rendição. Como não houve resposta imediata, os americanos lançaram outro “artefato” remanescente sobre Nagasaqui e os russos empreenderam a prometida invasão à Manchúria. Uma semana depois, o governo japonês concordou com os termos da rendição e a capitulação formal foi assinada em 2 de setembro.” (“A sombra dos ditadores”, História dos ditadores, 1993, p.88)
Texto 2
A ROSA DE HIROXIMA
(Vinícius de Moraes)
Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
como rosas cálidas
mas oh não se esqueçam
Da rosa, da rosa
Da rosa de Hiroxima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A anti-rosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rosa sem nada.
Quanto à disposição gráfica, um texto literário pode ser:
Prosa: em linhas “corridas”.
Poesia (verso): a cada linha dá-se o nome de verso e ao conjunto deles, estrofe.
Estilo individual: é o estilo único de determinado escritor, ou seja, sua visão única e modo próprio de criação literária.
Estilo de época: características comuns em obras de autores diferentes,mas contemporâneos. Ex. embora Bernardo Guimarães e José de Alencar tenham estilos diferentes, ambos pertencem ao Romantismo.
•Literatura contemporânea – (1960 – até nossos dias)
GÊNEROS LITERÁRIOS:
Conjuntos de elementos semânticos, estilísticos e formais utilizados pelos autores em suas obras, para caracterizá-las de acordo com a sua visão da realidade e o público a que se destinam.
Lírico: sentimental, poético.
Épico: narrativo.
Dramático: teatro.
AULA 2 – TEORIA LTERÁRIA
Profª: Mara Magaña
GÊNERO LÍRICO: é a manifestação literária em que predominam os aspectos subjetivos do autor. É, em geral, a maneira de o autor falar consigo mesmo ou com um interlocutor particular (amigo, amante, fantasia, elemento da natureza, Deus...)
Não confundir “eu-lírico” com o autor. O “eu-lírico” ou “eu-poético” é uma espécie de personalidade poética criada pelo autor que dá vazão a sensações e/ou impressões.
ELEMENTOS DA VERSIFICAÇÃO: Elementos técnicos que auxiliam a leitura, a interpretação e a análise de textos poéticos.
1. Verso e Estrofe:
Cada linha = verso Conjunto de versos = estrofe
Classificação das estrofes:
•Dísticos = 2 versos
Ex. Canção do exílio (José Paulo Paes)
Um dia segui viagem
Sem olhar sobre o meu ombro
Não vi terras de passagem
Não vi glórias nem escombros.
Guardei no fundo da mala
Um raminho de alecrim.
(...)
•Tercetos = estrofes com 3 versos
Ex. Os Lírios (Henriqueta Lisboa)
Certa madrugada fria
Irei de cabelos soltos
Ver como nascem os lírios.
Quero saber como crescem
Simples e belos – perfeitos! –
Ao abandono dos campos.
(...)
•Quartetos = 4 versos
Ex. Infinito presente (Helena Kolody)
No movimento veloz
De nossa viagem,
Embala-nos a ilusão
Da fuga do tempo.
Poeira esparsa no vento,
Apenas passamos nós.
O tempo é mar que se alarga
Num infinito presente.
•Oitavas = 8 versos
Ex. Os Lusíadas (Canto primeiro) - Camões
As armas e os barões assinalados
Que, da Ocidental praia Lusitana,
Por mares nunca dantes navegados
Passaram ainda além da Taprobana,
Em perigos e guerras esforçados
Mais do que prometia a força humana,
E entre gente remota edificaram
Novo reino, que tanto sublimaram.
•Décimas = 10 versos
Ex. As duas ilhas (Castro Alves)
São eles – os dois gigantes
No século de pigmeus.
São eles que a majestade
Arrancam da mão de Deus.
- Este concentra na fronte
Mais astros – que o horizonte
Mais luz – do que o sol lançou!...
- Aquele – na destra alçada
Traz segura sua espada
- Cometa, que ao céu roubou!...
•Soneto: composição poética de 14 versos = 2 quartetos e 2 tercetos
Ex. Soneto de Fidelidade (Vinícius de Moraes)
1. Rimas: coincidência de sons (total ou parcial) entre palavras no final ou no meio dos versos.
Classificação das rimas:
• Quanto à categoria gramatical:
POBRES: as palavras que rimam pertencem à mesma classe gramatical.