09/03/2017 1 AULA 1 – REVISÃO DE CONCEITOS TEÓRICOS: BALANÇO DE PAGAMENTOS E MERCADO DE CÂMBIO Prof. Maria Antonieta Del Tedesco Lins IRI-USP Fevereiro 2017 Plano da aula Estrutura do BP Contas nacionais e o BP Equilíbrio no BP O mercado de câmbio Condição de paridade O que nós temos a ver com isso? Ref.: Terra, C. (2014) Finanças Internacionais: Macroeconomia aberta. Rio de Janeiro: Elsevier. Capítulos 2 e 3. 2
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AULA 1 REVISÃO DE CONCEITOS TEÓRICOS: BALANÇO DE ...
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09/03/2017
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AULA 1 – REVISÃO DE CONCEITOS
TEÓRICOS: BALANÇO DE PAGAMENTOS E
MERCADO DE CÂMBIO
Prof. Maria Antonieta Del Tedesco Lins
IRI-USP Fevereiro 2017
Plano da aula
Estrutura do BP
Contas nacionais e o BP
Equilíbrio no BP
O mercado de câmbio
Condição de paridade
O que nós temos a ver com isso? Ref.: Terra, C. (2014) Finanças Internacionais: Macroeconomia aberta. Rio de Janeiro: Elsevier. Capítulos 2 e 3.
Transferência de capital recebida enviada Aquisição de ativos não financeiros, não produzidos
venda compra
Conta Financeira
Investimento direto de estrangeiros no Brasil de brasileiros no exterior Investimento em carteira venda de títulos compra de títulos Derivativos financeiros venda de títulos compra de títulos Outros investimentos venda de títulos compra de títulos Reservas internacionais diminuição aumento
Erros e omissões
Total = =
Fonte: Terra, C. (2014) Finanças Internacionais: Macroeconomia aberta. Rio de Janeiro: Elsevier, p.8.
Investimento Direto Estrangeiro (IDE), Conta Corrente Conta (CC) e
Neces. de Financ. externo, dados anuais, US$ bilhões
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2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
FDI CA NEF
US$ bilhões
Nec. de financ. externo = déficit em conta corrente - IDE
Fonte: Banco Central
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Contas nacionais
PIB produzido no território nacional
PNB produzido por residentes do país
PNB-PIB=RP (1)
Y = C+I+G+X-M
Bens e serviços disponíveis em um país: Y-M = C+I+G+X
Y = C+I+G+(X-M) ou Y= C+I+G+BC; (X-M: balança comercial: BC)
Y+RP= C+I+G+BC+RP (usando (1))
PNB= C+I+G+BC+RP
PNB+RS= C+I+G+BC+RP+RS
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Produto Nacional Bruto Disponível Conta corrente
Yd=C+I+G+CC
Contas nacionais
Yd = C+I+G+CC
O balanço das TC é igual à diferença entre a renda nacional e os gastos domésticos dos residentes do país:
Yd– (C+ I + G) = CC
Quando a renda é maior do que a despesa agregada, o país tem superávit em CC
O balanço das TC é a produção de bens menos a demanda doméstica.
O balanço das TC é o excesso de oferta do financiamento doméstico
(Yd – T-C) +(T-G) – I = CC
Sp +Sg – I = CC
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Equilíbrio no balanço de pagamentos
A identidade fundamental do balanço de pagamentos
Qualquer transação internacional automaticamente ocasiona dois lançamentos equivalentes no balanço de pagamentos, resultando em uma identidade fundamental:
Conta corrente + conta financeira + conta capital = 0
CC+CK+CF=0 CC=-CF-CKCC+CKF=R
A variação no estoque das reservas internacionais é determinada pelo resultado do balanço de pagamentos
Mas, para além da identidade contábil que mostra o equilíbrio do BP, este está em equilíbrio quando sua composição pode ser sustentada sem intervenção ou choques bruscos
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O mercado de câmbio
Taxa nominal de câmbio: preço da moeda estrangeira; é o preço relativo de duas moedas.
As taxas de câmbio são determinadas no mercado de câmbio.
O mercado em que se dá o comércio de moeda internacional
Os participantes
Os principais participantes no mercado de câmbio são:
Bancos comerciais
Empresas
Instituições financeiras não bancárias
Bancos centrais
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Dois tipos de mudanças nas taxas de câmbio
Depreciação da moeda de um país
Uma elevação no preço da moeda estrangeira em relação à moeda do país
A depreciação da moeda de um país torna seus bens mais baratos para os estrangeiros.
Apreciação da moeda de um país
Uma queda no preço da moeda estrangeira em relação à moeda do país
A apreciação da moeda de um país torna seus bens mais caros para os estrangeiros e os produtos estrangeiros mais baratos para os residentes do país.
Taxas de câmbio e transações internacionais
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Mercado de câmbio
Governo atua diretamente no mercado de câmbio
e interfere na cotação da moeda
Governo pode adotar políticas que, indiretamente,
afetem a taxa de câmbio política monetária,
sobretudo
O limite à intervenção do governo é dado pelas
contas externas, pelo saldo em conta corrente
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A demanda por ativos em moeda estrangeira
Investidor compara rendimento de ativo financeiro em dois diferentes países, medido em uma mesma moeda.
Diferencial de rendimento determina título a ser escolhido pelo investidor.
Considerando que não há diferença de risco e liquidez, se comparará juros e câmbio.
Em equilíbrio, não há arbitragem.
A condição de paridade determinará uma taxa de câmbio à qual será indiferente comprar títulos em qualquer dos dois países.
A condição de paridade dos juros iguala as diferenças internacionais entre as taxas de juros nominais à variação porcentual esperada na taxa de câmbio nominal.
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Taxas de juros
Os participantes do mercado de câmbio precisam de duas informações para comparar os retornos sobre diferentes depósitos:
Como os valores monetários dos depósitos vão mudar
Como as taxas de câmbio vão mudar
A taxa de juros de uma moeda é o montante daquela moeda que um indivíduo pode ganhar ao emprestar uma unidade dela por um ano.
Exemplo: A uma taxa de juros em dólar de 10% ao ano, o outorgante do empréstimo de US$ 1 recebe US$ 1,10 ao final de um ano.
A demanda por ativos em moeda estrangeira 14
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Condições de paridade de juros
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And so what???
Questões de determinação de política econômica
Economia política da política cambial
Mercados, riscos e importância relativa das moedas no mundo
Liberalização financeira, tipos de controles de capitais, regulação financeira, governança econômica global
E mais...
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Mercado de bens
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Equilíbrio macroeconômico no modelo Mundell-Fleming
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Política econômica e regimes cambiais
Este modelo permite estudar os efeitos das políticas monetária e fiscal sobre o produto e os juros, segundo os diferentes regimes cambiais e diferentes graus de mobilidade de capitais.
De acordo com a escolha do regime cambial, o governo de um país deverá moldar sua política monetária e vice-versa.
O estoque de reservas internacionais e a política de gerenciamento das contas externas dependem, evidentemente, das escolhas de política cambial adotadas por um país. Os efeitos das políticas monetária e fiscal serão bastante distintos também de acordo com a política cambial.
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Expansão fiscal permanente sob regime de câmbio
flutuante
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Discussão a partir do modelo Mundell-Fleming
Algumas conclusões sobre os regimes cambiais emergem do estudo do modelo
A política monetária é ineficaz em regimes de câmbio fixo, pois a oferta monetária fica refém dos movimentos do setor externo e o BC não controla os agregados (dependem das reservas)
Os efeitos da política fiscal dependem diretamente do grau de mobilidade do capital: com total mobilidade, a política fiscal é completamente eficaz; sem mobilidade ela perde efeito pois os movimentos dependem das TC
Com câmbio flutuante, a política monetária recupera eficácia
Ainda no câmbio flutuante, a eficácia da política fiscal varia inversamente com a mobilidade do capital
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Discussão a partir do modelo Mundell-Fleming
Em quase todas as situações estudadas, a política monetária tem impactos diretos sobre a taxa de câmbio ou o contrário
Na realidade, a autoridade monetária, em grande parte dos casos, realiza operações de esterilização dos efeitos monetários sobre o balanço de pagamentos.
Resta a pergunta sobre a efetividade das políticas em economias domésticas cada vez mais abertas ao exterior, nos planos comercial e financeiro
Em um mundo com perfeita mobilidade de capitais, a efetividade da política monetária seria nula
Sem mobilidade de capitais, uma política monetária contracionista seria sustentada por intervenções esterilizadoras, já que o diferencial de juros atrairia elevados volumes de capital
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Brasil e outros emergentes na economia mundial
Passando aos números... 23
Importância dos emergentes no PIB mundial
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2 1,6 1,5 1,5 1,2 0,8 0,7 0,6 0,5 0,5 0,4
2002
13,1
4,6
2,8 2,3 2,3 2,1 2,1 1,2 1,1 0,9
2005
15,5
7,3 5,9
3,6 2,8 2,5 2,5 2,2 1,9 1,9
2011
17,5
10
4,8 3,9 2,9 2,8 2,2 2,2 2,1 2
2014
Fonte: FMI
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Mais Ricos e emergentes evolução da renda média
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1974
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1982
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2002
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2006
2007
2008
2009
2010
Mundo Brasil China Estados Unidos Área do euro India
Fonte: Banco Mundial
PIB PER CAPITA
(US$ CORRENTES), 1965-2010
Mas ritmos de crescimento muito diferentes...
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0,00
200,00
400,00
600,00
800,00
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1200,00
1400,00
1965
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1968
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1970
1971
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2008
2009
2010
Mundo Brasil China Estados Unidos Área do euro India
ÍNDICE DO PIB PER CAPITA (NOMINAL)
(BASE 1990=100)
Fonte: Banco Mundial
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Ritmo de crescimento do PIB per capita real
(índice base 1990=100, calculado sobre dados US$ constantes
United States 3,87 7,78 8,53 5,43 3,03 1,10 0,94 1,47 1,32 1,34 1,28
South Africa 0,18 0,08 0,12 0,20 0,33 0,46 0,43 0,43 0,42 0,42 0,40
30
Fonte: Banco Mundial (Databank)
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Maiores PIBs e estoques de reservas (2013-2014-
2015) 31
1 United States 17.419.000 2 China 10.354.832 3 Japan 4.601.461 4 Germany 3.868.291 5 United Kingdom 2.988.893 6 France 2.829.192 7 Brazil 2.346.076 8 Italy 2.141.161 9 India 2.048.517