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AULA 1: INTRODUZINDO A ECONOMIA
Nessa nossa primeira aula, ns vamos apresentar alguns conceitos
bsicos e especficos da Economia, que sero muito importantes para o
nosso aprendizado dos tpicos que veremos mais adiante, de nvel
intermedirio e at mais avanados da teoria econmica. Para aqueles
que j estudaram Economia ou que j so iniciados nesta disciplina,
este tpico ser til como reviso daqueles conceitos.1
1.1. Mas, afinal, de que trata a Economia?
Durante toda a nossa vida somos afetados pelas condies econmicas
da comunidade em que vivemos. As roupas que vestimos, os alimentos
que comemos, a escola que freqentamos, o salrio que recebemos, os
problemas do desemprego e da inflao, so todos fatores ligados
diretamente s condies econmicas. Voc certamente j se fez uma srie
de perguntas relacionas condio econmica dos pases e das pessoas e
para as quais nunca encontrou respostas satisfatrias. So perguntas
do tipo: -Por que existem umas poucas economias ditas desenvolvidas
enquanto em um elevado nmero de pases as condies de vida ainda so
bastante precrias? Por que algumas pessoas so ricas, enquanto
muitas ainda enfrentam o problema de no ter moradia nem alimentao
adequada? Por que algumas pessoas recebem altos salrios, enquanto
outras ganham apenas o suficiente para a sua sobrevivncia? Por que
existe tanto desemprego? Por que h perodos em que os preos sobem
persistentemente, enquanto, em outros, os 1 As eventuais notas
explicativas que apareceriam em notas de rodap foram jogadas para o
final do texto.
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preos permanecem relativamente estveis? Por que o Brasil e
outros pases tm uma dvida externa to elevada e, aparentemente, so
incapazes de pag-la?
O estudo da Economia objetiva a compreenso de todos esses
problemas, fornecendo respostas a essas e a diversas outras
questes. A cincia econmica pode nos proporcionar um melhor
entendimento de como funciona o sistema scio-econmico que nos
cerca, e o que pode ser feito para prevenir, corrigir ou pelo menos
aliviar problemas como a pobreza, o desemprego e a inflao.
Em geral, os estudantes, ao iniciarem seu estudo, querem uma
definio de Economia. Existem diversas como, por exemplo:
.
Agora um outro ponto importante a registrar: voc j percebeu o
quanto as pessoas so insaciveis? De uma forma geral, quanto mais
elas tm, mais elas querem, concorda? Se conseguem um primeiro
emprego para ganharem R$ 500, ficam fora de si de contentes.
Passados, porm, os primeiros dias ou meses, o encanto do primeiro
emprego acaba e a pessoa passa a procurar ou a se preparar para um
emprego melhor, que pague mais. E quando conseguem este emprego
melhor, a coisa no pra a. A pessoa continua cada vez querendo mais
e melhor. O mesmo ocorre quando a gente compra o primeiro carro
que, na maioria dos casos, no l essas coisas! Passada a euforia
inicial, a gente j est pensando em adquirir um outro mais novo e
mais vistoso. E assim vai.
Tudo isso leva-nos concluso de que as necessidades humanas so
ilimitadas. De um modo geral, quando as
A economia o estudo da maneira pela qual os homens utilizam
recursos produtivos para produzir mercadorias e servios para
satisfazer as necessidades dos membros da sociedade.
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necessidades bsicas (alimentao, moradia, vesturio) so atendidas,
o indivduo passa a sentir outras necessidades, como educao, lazer,
melhoria de seu padro de vida melhor casa, melhores roupas, um
automvel mais novo, e assim por diante. Uma vez atendidas
plenamente as necessidades ditas materiais, o indivduo passa a ter
outro tipo de necessidade: a estima dos amigos, o reconhecimento e
aceitao de seu grupo social, necessidade de status e coisas do
gnero.
Para satisfazer a maior quantidade possvel dessas necessidades,
a sociedade conta com recursos como terra, mo-de-obra, mquinas,
equipamentos, conhecimentos tcnicos e muitos outros. Esses
recursos, no entanto, so bastante limitados e, portanto, nem todas
as necessidades podem ser simultaneamente satisfeitas.
As escassez de recursos, ento, torna-se o problema fundamental
de cada sociedade. Como resultado, a sociedade, atravs do
instrumental analtico fornecido pela cincia econmica princpios,
teorias, modelos -, procura usar os recursos escassos to
eficientemente quanto possvel, a fim de produzir o mximo de bens e
servios que deseja. O campo de atuao da Economia seria, assim, o
estudo da escassez e a administrao eficiente dos recursos.
Eficincia, aqui, significa reduzir o desperdcio ao mnimo. Em outras
palavras, pode-se dizer que...
Observe-se que, se no houvesse escassez, quer dizer, se todos os
recursos fossem abundantemente disponveis, no haveria necessidade
de se estudar economia.
1.2 Alguns conceitos econmicos bsicos
...uma economia estar produzindo da forma mais eficiente possvel
quando no pode aumentar a produo de um bem sem reduzir a produo
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Antes de entrarmos na teoria econmica propriamente dita,
interessante que sejam conceituados alguns termos econmicos que
sero bastante usados ao longo do texto e cujo conhecimento
essencial para uma melhor compreenso do assunto. Assim, temos:
Bens e servios so o resultado do processo produtivo. Bens so as
coisas concretas, tangveis, como roupas, televisores, sapatos,
canetas, etc; servios so coisas intangveis, como transporte,
educao, sade, intermediao financeira, comunicaes, etc.
Fatores de produo - este um termo tpico do economs. Fatores de
produo so todos os recursos utilizados na produo dos bens e servios
para a satisfao de necessidades ou desejos do homem. Englobam desde
os recursos naturais no-renovveis, como terra e gua, at mquinas,
equipamentos, recursos humanos, galpes, conhecimento tcnico,
capacidade empresarial, e muitos outros.
Convenientemente, todos esses recursos produtivos so
classificados, de uma forma simplificada, em trs categorias:
a) Terra compreendendo todos os recursos naturais no-renovveis,
como terra, gua e ar.
b) Trabalho correspondendo aos recursos fsicos, mentais e
intelectuais do homem, aplicados na produo.
c) Capital englobando todos os recursos produzidos para serem
utilizados na produo de outros bens, incluindo a, principalmente,
mquinas, equipamentos e prdios.
Os bens, por sua vez, podem ser classificados de diversas
formas, dependendo de sua natureza, da quantidade disponvel, de seu
destino, de quem os consome, da fase em que se encontra no processo
produtivo etc. Assim, temos:
-Bens livres so aqueles que, apesar de serem limitados em
quantidade, existem em relativa abundncia. O uso de parte desses
bens, por algum, no afeta ou reduz seu
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consumo por outra pessoa. So exemplos de bens livres o ar, a gua
do mar, etc. Por existirem em abundncia, no tm preo, no
caracterizando um problema econmico.
-Bens econmicos so aqueles bens relativamente escassos, no sendo
suficientes para atender a todos. Como tal, tm um valor (preo) de
mercado.
-Bens intermedirios so bens que ainda vo sofrer algum tipo de
transformao, no estando, portanto, disponveis para o consumidor.
Como exemplos, podem ser citados o couro (que ainda vai entrar na
fabricao do sapato), a madeira (que vai virar mvel), o tecido (que
vai ser usado na produo de roupas), etc.
-Bens finais so os bens j disponveis para o consumidor, seja nas
lojas, seja nas padarias ou nos supermercados.
Um aspecto importante a registrar que o destino de um bem que o
caracteriza como bem intermedirio ou bem final. Assim, por exemplo,
a farinha de trigo tanto pode ser um como outro. A farinha que est
na padaria para a fabricao de pes um bem intermedirio; j a farinha
de trigo vendida no varejo, nas mercearias e supermercados, um bem
final, pois est ali disponvel para o consumidor compr-la. E se voc
adquirir um farol para seu carro numa loja de auto-peas, voc
classificaria este farol como bem intermedirio ou como bem
final?2
-Bens de consumo so os bens destinados satisfao de necessidades
pessoais, como, por exemplo, arroz, roupas, automveis.
Os bens de consumo se classificam em trs tipos: os bens de
consumo no-durveis que so aqueles que se esgotam de imediato, no
ato de sua utilizao pelo consumidor, como o caso de alimentos e
bebidas; os bens de consumo durveis que so aqueles que tm uma vida
til, no se
2 Voc acertou se respondeu que o farol , nesse caso, um bem
final, pois foi adquirido por um consumidor. Se tivesse sido
adquirido por um fabricante de carros, seria considerado um bem
intermedirio.
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esgotando de imediato com o seu uso, como, por exemplo, os
automveis e os eletrodomsticos; e, por fim, existem aqueles bens
que, a rigor, no se enquadram nem no primeiro grupo nem no segundo,
e que so, por isso mesmo, chamados de bens semi-durveis como so
exemplos o vidro, a roupa e calados.
Voc seria capaz de citar pelo menos mais um exemplo de cada um
desses tipos de bens de consumo?
Mas, continuemos com nossa classificao de bens:
-Bens de capital so os bens produzidos para serem utilizados na
produo de outros bens, no se destinando ao consumo final dos
indivduos, como o caso das mquinas e equipamentos, de prdios e
galpes.
-Bens complementares so bens consumidos conjuntamente, isto , o
consumo do bem X leva ao consumo do bem Y, como, por exemplo, carro
e pneu, po e manteiga. Quais mais?
-Bens substitutos so bens consumidos de forma concorrente, isto
, o consumo do bem X exclui o consumo do bem Y, sendo exemplo
clssico a manteiga e a margarina, ou dois carros de um mesmo padro,
porm de marcas diferentes. Esses bens so tambm chamados na teoria
econmica de bens sucedneos ou bens concorrentes.
A variao na renda real e o consumo de bens
Existe ainda uma outra classificao de bens quando ns associamos
o seu consumo a uma variao da renda real do consumidor3. Assim, por
exemplo, h alguns bens cujo
3 Veja que estamos falando de renda real e no simplesmente de
renda. O conceito de renda real est relacionado com os preos dos
produtos. Assim, por exemplo, se, num perodo qualquer, os preos
sobem 15% e o seu salrio cresce, tambm, 15%, voc no est nem melhor,
nem pior do que antes. Sua renda nominal cresceu 15%, mas sua renda
real permaneceu do mesmo jeito. Agora, se os preos subiram 15% e
seu salrio cresceu 25%, voc est melhor agora, pois pode comprar
mais bens agora do que antes, j que sua renda nominal cresceu mais
que a inflao. Ou seja, sua renda real, agora, est maior que antes.
Pelo mesmo raciocnio, se os preos subiram 15% e seu salrio s foi
corrigido em 8%, no perodo, houve, ento, uma queda em sua renda
real e voc ficou mais pobre.
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consumo cai quando a renda real do consumidor aumenta e
vice-versa. Estes bens so chamados de bens inferiores; h outros
bens cujo consumo aumenta quando a renda real aumenta e vice-versa,
ainda que no seja na mesma proporo. Estes bens so denominados bens
normais. H, ainda, um terceiro tipo de bem cujo consumo cresce
proporcionalmente mais que o crescimento da renda real do
consumidor (e vice-versa). A estes geralmente se d o nome de bens
superiores.
E o que so bens pblicos e bens privados?
Ah, j ia me esquecendo de falar desses dois tipos de bens muito
importantes, principalmente para quem vai estudar finanas pblicas.
Ento vamos l:
Bens pblicos so aqueles bens cujo consumidor no individualmente
identificado nem a quantidade consumida determinada. Mais ainda, o
consumo deste bem por algum no exclui a possibilidade de outrem
consumi-lo na mesma intensidade. O exemplo tpico a segurana
nacional, o servio de polcia e de corpo de bombeiros. Uma vez
oferecidos esses servios, todos, querendo ou no, se beneficiam
deles. Como no se sabe quem consumiu o bem ou servio e nem quanto
foi consumido por cada um, no h como cobrar do indivduo por seu
consumo. Nesse caso, o setor privado no tem nenhum interesse em
oferecer esse bem ou servio, cabendo ao Estado fornec-lo, cobrando,
para tanto, um imposto de todos.
J bens privados, ao contrrio, so aqueles cujo consumidor e a
quantidade por ele consumida so conhecidos. Nesse caso, o benefcio
e a satisfao do consumo se esgotam no prprio consumidor e,
portanto, cabe a ele pagar pelo mesmo. Como, nesse caso, so
conhecidos tanto o consumidor como a quantidade que ele adquiriu,
fica fcil cobrar dele por este consumo. Assim sendo, o setor
privado ter interesse em fornecer esse bem ou servio. o caso de
automveis, roupas, calados e eletrodomsticos.
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H, ainda, um terceiro tipo de bem cujo consumidor identificado,
mas o benefcio decorrente do seu consumo extrapola o consumidor
individual, terminando por atingir, direta ou indiretamente, toda a
sociedade. o caso da educao e da sade. Por esse motivo, esses bens
podem ser oferecidos tanto pelo setor privado, como pelo Estado,
atuando ambos de forma complementar. A esses bens costuma-se dar o
nome de bens semipblicos ou meritrios.
1.3. Consumo X investimento
Dois conceitos que, tambm, devem ser introduzidos desde j so o
consumo e o investimento. Ambos so gastos, porm de natureza
diferente. Consumo refere-se aos gastos ou despesas com bens e
servios que satisfazem necessidades pessoais, como so os gastos com
alimentao, automveis, sade, vesturio e lazer. J investimento
refere-se s despesas voltadas para a ampliao da capacidade
produtiva da economia. Exemplos tpicos de gastos de investimento
seriam a construo de uma hidroeltrica, a construo ou ampliao de uma
fbrica, a aquisio de novas mquinas e equipamentos por uma firma,
etc.
Relacionada ao investimento est a poupana que pode ser definida
como a parte da renda dos indivduos ou das empresas que no gasta.
importante frisar que sem poupana no h investimento. Algum na
economia tem de poupar, isto , sacrificar consumo, para que haja
recursos que financiem o investimento.
De outra parte, cumpre destacar que, em termos econmicos, nem
sempre o que se constitui ou se denomina de investimento para um
indivduo o ser para a economia. Assim, por exemplo, se voc adquire
um lote, isso pode se constituir num bom investimento para voc mas,
preciso considerar que esta operao em nada alterou a economia, j
que sua capacidade produtiva continua a mesma. Assim,
economicamente falando, esta aquisio de um lote que, para voc, pode
ter sido um bom negcio ou um bom
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investimento, no se constitui em investimento para a economia.
Da mesma forma, uma aplicao individual em caderneta de poupana ou
em depsito bancrio a prazo, com ganho de juros, ainda que comumente
seja chamada de investimento, no passa de uma poupana que,
posteriormente, poder ou no dar origem a novos investimentos, isto
, a gastos que ampliem a capacidade produtiva de uma empresa ou do
pas.
1.4. Microeconomia versus Macroeconomia
A Economia estudada em dois campos ou nveis distintos: de um
lado, temos a microeconomia que estuda o comportamento econmico dos
agentes econmicos como os consumidores, os proprietrios dos
recursos produtivos e as empresas produtoras; tambm estuda a
determinao e as variaes dos preos dos recursos produtivos como j
visto, chamados de fatores de produo - e dos bens e servios tomados
cada um de per si. microeconomia cabe, ainda, o estudo da produo da
firma e dos diversos tipos de mercados - concorrncia perfeita e
oligoplio, por exemplo - onde atuam os ofertantes e demandantes de
bens e servios. Assim, quando se falar na demanda e na oferta de
sal, ou de carros, de roupas, de passagens areas, etc, estamos
falando de microeconomia.
De outra parte, temos a macroeconomia - que trata da atividade
econmica em nvel agregado. macroeconomia cabe o estudo do nvel da
produo total de um pas, da renda nacional, da produo industrial ou
da produo agrcola como um todo. Ademais, a macroeconomia est
preocupada com a determinao do nvel de emprego e do nvel geral de
preos.
Assim, o estudo da produo de uma firma por maior que ela seja -
situa-se no campo da microeconomia, enquanto o estudo do setor
industrial um tpico da macroeconomia. Da mesma forma, se voc estuda
a atividade econmica de uma fazenda, voc est dentro da
microeconomia; j o
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estudo da agricultura como um todo pertence macroeconomia.
A rigor, o interesse pelo estudo e desenvolvimento da moderna
Macroeconomia ocorreu a partir da Grande Depresso do incio dos anos
trinta, tendo recebido impulso especial com a publicao da Teoria
Geral do Emprego, do Juro e da Moeda, de John Maynard Keynes, em
1936. Desde ento, os estudos macroeconmicos esto voltados para a
compreenso das causas das grandes flutuaes no nvel do produto
global e do emprego e na proposio de polticas de preveno contra
aquelas flutuaes de forma que a atividade econmica opere sempre
prxima do pleno emprego.
Importante considerar que o estudo da macroeconomia pode ser
enfocado no curto e no longo prazos. No curto prazo, a anlise est
voltada para a determinao do nvel de produo efetiva, em um dado
perodo, e na definio de medidas de poltica econmica que podem ser
adotadas para elevar esta produo caso esteja abaixo do nvel do
produto potencial da economia - definido este pelo pleno emprego
dos fatores de produo.
No longo prazo, o enfoque macroeconmico est centrado na Teoria
do Crescimento, onde so analisados os fatores que determinam o nvel
e a taxa de crescimento da economia. Trata-se, na verdade, de um
tpico mais avanado da macroeconomia e que, como tal, s ser abordado
por ns no curso de Economia II.
1.5. O sistema econmico: agentes e fluxos
Uma descrio do sistema econmico como um todo deve considerar, de
um lado, os tipos de agentes econmicos que nele atuam e, de outro,
os fluxos por ele gerados. Se considerarmos, por simplificao, uma
economia fechada, isto , sem relaes econmicas com outros pases (sem
exportaes e importaes, por exemplo), podemos identificar os
seguintes agentes que atuam no sistema econmico:
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. As unidades familiares
. As empresas.
. O governo.
No sistema econmico, s unidades familiares cabe o papel de
fornecer os recursos produtivos s empresas (recursos naturais,
mo-de-obra, capital, capacidade empresarial, etc.), recebendo, em
troca, uma remunerao isto , uma renda - que, num momento seguinte,
ser voltada para adquirir das empresas bens e servios de que
necessitam.
As empresas, por seu turno, demandam das unidades familiares os
recursos produtivos de que precisam, remunerando-as com uma renda
(salrios, aluguis, juros e lucros), enquanto ofertam para as mesmas
os bens e servios que produzem.
Ao governo cabe o papel principal de regulador da atividade
econmica e de provedor dos chamados bens pblicos- dos quais so
exemplos, como j vimos, a segurana nacional, o servio de polcia, a
administrao da justia - alm de garantir o fornecimento dos chamados
bens meritrios, como educao e sade. Para o desempenho dessas
atividades, o governo arrecada impostos dos agentes econmicos como,
por exemplo, o imposto de renda (IR) e o imposto sobre produtos
industrializados (IPI).
Num modelo mais completo, teramos de incluir um quarto agente
econmico, denominado comumente de resto do mundo, que responde
pelas importaes e exportaes de bens e servios do pas.
O funcionamento rotineiro do sistema econmico melhor retratado
atravs do fluxo circular da atividade econmica, conforme ilustrado
na Figura 1.1. A rigor, possvel identificar naquela figura quatro
fluxos do sistema econmico, bastante distintos. Um primeiro fluxo
pode ser visto na parte inferior da Figura 1.1., constitudo dos
fatores de produo - que fluem das famlias para as empresas; um
segundo, se
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constitui do fluxo de renda - correspondendo aos pagamentos
pelas empresas aos proprietrios dos fatores de produo utilizados, e
que so traduzidos nos salrios, aluguis, juros e lucros. Na parte
superior da Figura 1.1., temos mais dois fluxos: um seria o dos
bens e servios ofertados pelas empresas s unidades familiares,
denominado de fluxo de produtos; o outro caracterizado pelos
pagamentos das famlias s empresas pela compra daqueles bens e
servios.
Pela sua natureza, esses quatro fluxos costumam ser unificados
em dois fluxos distintos:
i) fluxos reais assim considerados o fluxo de fatores de produo
e o fluxo de produtos; e,
ii) fluxos monetrios correspondendo ao fluxo de renda e ao fluxo
de pagamentos, pelas famlias, dos bens e servios fornecidos pelas
empresas.
Figura 1.1
Pagamentos pelos bens e servios de consumo
Bens e servios de consumo
Fatores produtivos - trabalho, terra e capital
Salrios, ordenados, aluguis, juros e lucros
Famlias Empresas
importante ressaltar que, se excluirmos o governo, o preo dos
produtos ofertados no mercado pelas empresas corresponde exatamente
ao custo de produo (lembrando que, do ponto de vista econmico, os
lucros, como qualquer outro tipo de renda, fazem parte dos custos).
Em outras palavras, no havendo governo, o valor global dos produtos
ofertados igual, por definio, soma de todos os salrios, juros,
aluguis e lucros pagos ao longo de todo o processo
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produtivo, em todas as suas etapas4. Havendo governo, o valor
dos produtos no mercado ser acrescido dos impostos indiretos
(basicamente, o imposto sobre produtos industrializados IPI -, o
imposto sobre a circulao de mercadorias e servios ICMS - e o
imposto sobre servios ISS), deduzindo-se os subsdios
governamentais.
Note-se que, para que o sistema funcione em equilbrio5,
necessrio que todos os bens e servios produzidos sejam vendidos.
Como o valor da renda gerada no processo produtivo igual ao valor
dos produtos ofertados, isso significa que, para que a economia
funcione de forma equilibrada, necessrio que todos gastem a renda
que receberam das empresas, ou se nem todos gastarem, necessrio que
algum gaste no lugar deles.
1.6. Vazamentos e injees
Ocorre, no entanto, que existem diversos obstculos que, a
princpio, impedem que toda a renda auferida pelos indivduos retorne
s empresas sob a forma de compra de bens e servios. Esses obstculos
chamados de vazamentos so a poupana (S), os impostos (T) e as
importaes (M). Esses trs obstculos reduzem seus gastos, concorrendo
para sobrar produtos nas prateleiras das lojas. E por que isso
acontece? fcil explicar: suponha que voc recebe um salrio de
R$2000,00. Para que a economia funcione bem, isto ,
equilibradamente, voc deveria gastar todo este seu salrio (j que o
valor da renda total igual, por definio, ao valor total dos
produtos). Mas, a vem o governo e lhe tira, na fonte, R$200,00 a
ttulo de imposto de renda (sem falar na contribuio previdenciria
que tambm
4 Deve ser lembrado que as matrias primas se constituem em
custos para uma firma isolada. Porm, quando analisada a economia,
no agregado, o valor das matrias-primas compradas por uma firma
corresponde aos salrios, juros, aluguis e lucros pagos na etapa
anterior e que, portanto, j foram computados como custos da firma
que as produziu. Assim, no agregado, as matrias-primas desaparecem.
Este ponto ficar claro mais adiante, no Captulo de contabilidade
nacional. 5 Equilbrio, em economia, significa igualdade entre a
oferta e a demanda, seja a nvel global, de toda a economia, seja a
nvel de um produto especfico, como calados, caf, automveis,
etc.
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no deixa de ser um imposto!). Assim, mesmo que voc queira gastar
todo o seu salrio comprando produtos, voc s poder comprar R$1800,00
que o que lhe sobrou depois de retirado o IR. Mas, alm disso, voc
ainda resolve fazer uma poupanazinha mensal de, digamos, R$150,00
para, mais frente - quem sabe? comprar um carrinho usado. Ao tomar
esta deciso, voc estar deixando de gastar mais R$150,00 na compra
de produtos. Nessas alturas, voc j reduziu suas compras em
R$350,00. E depois de tudo isso, voc (ou outra pessoa) ainda decide
importar um microcomputador dos Estados Unidos. Mas, com que
dinheiro voc vai pagar esta importao? Certamente, com parte de seu
salrio. Digamos que voc gaste R$100,00 por ms com esta importao.
Ora, o dinheiro que voc gasta comprando bens do exterior faz
reduzir o seu dinheiro disponvel para gastar aqui dentro. No final,
somando estas trs parcelas, voc deixou de gastar, isto , de comprar
bens e servios dentro do Pas, R$450,00! A esse seus no-gastos se d
o nome de vazamentos. Assim, dos R$2000,00 de seu salrio, voc s ter
comprado R$1550,00 em mercadorias e servios.
Se nada for feito para compensar aqueles vazamentos, muitas
empresas no tero como vender todos os bens e servios que produziram
e, em conseqncia, certamente tendero a reduzir sua produo no prximo
perodo o que poder se traduzir em crise econmica com
desemprego.
Para evitar que tal acontea, necessrio criar mecanismos ou
gastos compensatrios para cada vazamento. Esses gastos - chamados
de injees so constitudos dos investimentos (I) que compensam a
poupana -, dos gastos do governo (G) que devem equivaler ao
montante arrecadado sob a forma de impostos -, e as exportaes (X)
que devem, na medida do possvel, ser iguais ao valor das importaes,
para que o setor externo fique equilibrado.
Ocorre, no entanto, que os agentes econmicos que poupam isto ,
as pessoas no guardam qualquer relao com os agentes econmicos que
fazem investimentos isto , as empresas. Ademais, a motivao para
poupar diferente
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da motivao para investir. Assim, perfeitamente plausvel que, em
determinado ano ou perodo, o valor das poupanas seja diferente do
valor dos investimentos, podendo um ser maior que o outro. Da mesma
forma, o governo tanto pode manter seu oramento equilibrado, como
pode gastar mais do que arrecada sob a forma de impostos (ou at
gastar menos!!!). Tambm bastante possvel que o valor das exportaes
ora seja maior, ora seja menor que o valor das importaes.
Resumindo: o valor total das injees tanto pode ser maior, como
pode ser menor, como pode at ser igual ao valor das injees.
Obviamente, cada uma dessas situaes traz conseqncias diferentes
para a economia do pas, como veremos a seguir.
1.7. Situaes de equilbrio e de desequilbrio macroeconmico
Antes de analisarmos essas trs hipteses, importante introduzir o
conceito de equilbrio em Economia. Equilbrio refere-se a uma situao
de mercado que, uma vez atingido, tende a persistir. O equilbrio de
mercado ocorre quando a quantidade demandada de um produto igual
quantidade ofertada desse produto. O equilbrio pode se dar tanto a
nvel de um produto ou servio tomado isoladamente, como a nvel da
economia como um todo. Assim, tanto se pode dizer que o mercado de
automveis est em equilbrio, como se pode dizer que a economia
brasileira est em equilbrio. Da mesma forma, pode-se tambm dizer
que o mercado tal e tal est em desequilbrio o que ocorre quando a
demanda maior ou menor que a oferta naquele mercado.
Com esse conceito de equilbrio em mente, vejamos as trs situaes
que uma economia pode enfrentar quando se compara o valor das
injees com o valor dos vazamentos:
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Suponha, em primeiro lugar, que as injees sejam menores que os
vazamentos. Isso quer dizer que ou os empresrios no esto confiantes
no desempenho da economia nos prximos anos e, como tal, no esto
dispostos a fazer muitos investimentos (ampliarem suas fbricas, ou
criar novas indstrias) e, portanto, est sobrando poupana nos
bancos, ou o pas est exportando menos do que importando ou, apenas
para raciocinar, o governo est gastando menos do que est
arrecadando (ser isso possvel?!!!). No importa qual seja a razo,
mas se os vazamentos so maiores que as injees, isso significa que
est havendo menos compras do que deveria haver. Em termos
econmicos, isto quer dizer que a demanda agregada est fraca, menor
do que a oferta agregada de bens e servios.
Se assim , qual deve ser a conseqncia disso para a economia como
um todo? Voc certamente j deduziu o que dever acontecer a partir
da: os empresrios, percebendo que seus produtos no esto sendo todos
vendidos, e que est havendo uma formao indesejada de estoques nas
empresas, comeam a reduzir a produo. E reduzir produo significa
reduzir o nvel de emprego e, numa cadeia de conseqncias, a reduo do
emprego implicar queda da renda das pessoas, que implicar um menor
consumo, etc. A economia entra, assim, num crculo vicioso de
recesso, com baixo nvel de emprego-renda-consumo. Esta a conseqncia
mais direta de uma situao onde as injees isto , os gastos agregados
so menores que os vazamentos (que so os no-gastos), a nvel
macroeconmico.
Vejamos, agora, a situao em que as injees so maiores do que os
vazamentos. Isso quer dizer que est havendo um volume de compras
muito grande na economia. Os empresrios esto otimistas com o futuro
da economia e esto fazendo muitos gastos de investimentos; o
governo deve, tambm, estar gastando mais do que arrecada em
impostos e, tambm, pode ser que as exportaes esto
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acima das importaes. Nesta situao, os lojistas, vendo que seus
estoques esto acabando, fazem mais e mais pedidos s fbricas,
obrigando estas a aumentarem a produo. O resultado disso certamente
mais crescimento econmico com mais gerao de emprego. Dependendo da
resposta mais ou menos rpida do setor produtivo, a presso das
compras em excesso pode (e deve) pressionar os preos para cima,
dando incio a um processo inflacionrio. Num primeiro momento, haver
crescimento econmico com inflao. Mas, com o passar do tempo, os
agentes econmicos comeam a perceber que a inflao est lhes causando
perdas e mais perdas reais e, em conseqncia, passam a exigir
correes compensatrias de salrios, surgem mecanismos automticos de
correes de aluguis e dos valores de contratos de fornecedores, as
taxas de juros se elevam para cobrir as taxas de inflao. Entra-se,
ento, no chamado crculo vicioso da inflao assim descrito: a inflao
gera correes de salrios e de outras rendas que geram mais inflao e
que gera mais correes, e assim por diante. O final deste processo a
conhecida espiral inflacionria de difcil controle e que acaba por
paralisar a atividade produtiva, entrando o pas, novamente, na
estagnao econmica. Ou, como se diz no jargo econmico, na estagflao,
caracterizada pelo pior dos dois mundos: estagnao com inflao!
Temos, por fim, a terceira situao, que aquela em que o valor
total das injees se iguala com o valor total dos vazamentos, ou, em
termos econmicos, trata-se de uma situao em que a chamada oferta
agregada de bens e servios igual chamada demanda agregada por esses
produtos. Nesta situao, tudo o que se deixou de comprar por causa
da poupana, dos impostos arrecadados pelo governo e das importaes
foi exatamente compensado pelos gastos de investimentos, do governo
e de exportaes. No sobra nem falta produto. Nesta hiptese, pode-se,
ento, afirmar que o sistema econmico estar em uma situao de
equilbrio estvel uma situao em que a economia cresce a taxas
moderadas digamos, entre 3% e 5%, - sem presses
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inflacionrias. Seria esta a situao ideal da economia que o que
geralmente acontece com as economias desenvolvidas, como a
Alemanha, a Frana, os Estados Unidos, o Canad e outros.
1.8. Outros conceitos econmicos relevantes
Existem, ainda, alguns outros conceitos econmicos bastante
relevantes e que certamente ajudaro voc a entender melhor os tpicos
macroeconmicos que estaremos desenvolvendo em aulas mais frente.
Seno, vejamos:
i) Variveis fluxo e variveis-estoque
Existem dois tipos de variveis econmicas: as variveis-fluxo e as
variveis-estoque.
As variveis-fluxos so aquelas que so medidas em um determinado
perodo, tais como ano, trimestre, ms, semana, etc., podendo ser
citados os seguintes exemplos:
.salrios pagos num determinado ms;
.exportaes e importaes no trimestre;
.lucro das empresas no quadrimestre;
.consumo de bens e servios no ano;
.o nmero de nascimentos e bitos na semana;
.a variao dos preos no semestre.
J as variveis-estoque so aquelas medidas em uma determinada
data, sendo exemplos:
.O estoque de mercadorias numa loja;
.o capital investido numa fbrica;
.a dvida externa do pas;
.o estoque de capital do pas;
.a dvida interna do governo;
.a populao de um pas;
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.a quantidade de moeda em circulao no pas;
Deve ficar claro que existe uma inter-relao entre as
variveis-fluxo e as variveis estoque, como pode ser visto no
exemplo de uma torneira que esteja despejando gua (varivel-fluxo)
num reservatrio. O volume de gua que existe em determinado momento
no reservatrio uma varivel-estoque, mas este volume afetado a cada
momento pela vazo de gua da torneira. Em outros termos, a
varivel-estoque (nvel da gua no reservatrio) influenciada pelo
valor da varivel-fluxo (que a vazo da gua da torneira).
A mesma coisa se passa em Economia. A dvida externa de um
determinado pas que, em qualquer momento, uma varivel-estoque
influenciado entre um momento e outro pelos fluxos de emprstimos e
de amortizaes feitas no perodo. Da mesma forma, existe, hoje ou
agora, um estoque de automveis no pas ou numa cidade, mas com
contnua produo de carros (fluxo), aquele estoque vai se alterando
com o passar dos dias, dos meses ou do ano.
ii) Mercados
Todos temos na cabea um quase perfeito conhecimento do que seja
mercado. Mas, se voc pergunta a um seu colega o que ele entende por
mercado, quase certo que ele vai gaguejar, dissimular, tentar
explicar, mas no fundo no vai saber definir o que seja esta
palavra. Ento, vamos l, tentar clarear a cabea de seu amigo:
Mercado lugar no qual compradores e vendedores se encontram para
comprar ou vender bens, servios e recursos. Existe um mercado para
cada bem ou servio, como tambm existe o mercado para um pas como um
todo. Voc tanto houve falar no mercado de automveis ou no mercado
de feijo, como no mercado brasileiro de caf, de trabalho, etc. E,
dependendo do nmero de agentes que atuam em determinado mercado
quantos compradores e ofertadores existem do produto este mercado
receber uma
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denominao diferente (como monoplio, oligoplio, etc), mas isso
ser visto com mais detalhes na prxima aula.
iii) Funo
Por fim, um outro termo que aparece muito nos textos de economia
funo. Uma funo nada mais que uma relao matemtica entre os valores
de duas ou mais variveis. A funo mostra como o valor de uma
determinada varivel chamada varivel dependente depende do ou varia
com o valor de uma ou mais variveis - chamadas independentes.
Assim, por exemplo, a funo-demanda de um produto no mercado mostra
a relao entre a quantidade demandada de um produto num perodo e o
preo deste produto (mantendo o valor das demais variveis
constante!). medida que variamos os preos de determinado produto,
vo variando tambm as quantidades demandadas desse produto.
Voc seria capaz de lembrar de alguma outra funo, em Economia? Se
no se lembra, d uma olhada nos exemplos que aparecem na nota de
rodap abaixo6.
1.9. Resumindo esta nossa primeira aula
Em resumo, esta nossa primeira aula serviu para introduzir
aqueles no iniciados em Economia ao mundo maravilhoso desta Cincia.
Para aqueles que j tm uma certa base na disciplina, esta aula deve
ter sido til para relembrar conceitos bsicos que nos sero bastante
teis quando comearmos a estudar a Macroeconomia, j a partir da
terceira aula.
Hoje, ns vimos os diversos conceitos de bens, o conceito e a
diferena de consumo e investimento, revisamos
6 So inmeros os exemplos de funo na teoria econmica, como a funo
consumo (C = bYd), a funo poupana (S = sYd), a funo oferta (Qs =
fP); a funo investimento (I = i r), e tantos outros.
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o funcionamento do sistema econmico seus fluxos e agentes e, por
fim, analisamos o conceito de equilbrio econmico, enfocando as
situaes de equilbrio e desequilbrio macroeconmico e suas
conseqncias para o nvel de emprego, de renda e de produto.
Na nossa prxima aula a 2 de uma srie de 12 aulas - ns
continuaremos introduzindo alguns conceitos econmicos bsicos,
quando vamos estudar os tipos de mercado existentes e a lei da
oferta e da procura. At nossa prxima aula, mas, antes, d uma olhada
nos exerccios de reviso do que foi visto at aqui.
Uma boa sorte para voc, um abrao e at nosso prximo encontro!
_________________________ Exerccios de reviso: 11..
CCoommpplleettee::
II -- SS aa lliimmiittaaoo ffssiiccaa nnoo pprroodduuzz
eessccaasssseezz;; oo aarr ee aa gguuaa ddoo mmaarr ssoo
lliimmiittaaddooss eemm
qquuaannttiiddaaddee,, mmaass nnoo ccaarraacctteerriizzaamm uumm
pprroobblleemmaa eeccoonnmmiiccoo,, ppoorrqquuee,, eemm
cciirrccuunnssttnncciiaass nnoorrmmaaiiss,, nnoo ssoo
__________________________________,,
ppoorrqquuee______________________________________
IIII -- EEccoonnoommiiaa ee eessccaasssseezz eessttoo ttoo
iinntteerrlliiggaaddooss qquuee uumm bbeemm eessccaassssoo
cchhaammaaddoo ddee
______________________________________________________,, ee uumm
bbeemm qquuee nnoo eessccaassssoo ddeennoommiinnaaddoo ddee
__________________________________________..
IIIIII --OOss rreeccuurrssooss qquuee eennttrraamm nnoo
pprroocceessssoo pprroodduuttiivvoo ssoo cchhaammaaddooss ddee
________________________________________.. JJ oo rreessuullttaaddoo
ddoo pprroocceessssoo ddee pprroodduuoo cchhaammaaddoo ddee
____________________________________________________..
IIVV -- CCllaassssiiffiiqquuee ooss iitteennss aabbaaiixxoo
((tteerrrraa,, ttrraabbaallhhoo oouu ccaappiittaall))::
11.. TTeerrrraa uussaaddaa ppaarraa uummaa bbaarrrraaggeemm
________________________________________
22.. TTeerrrraa uussaaddaa nnuummaa hhoorrttaa
__________________________________________
33.. UUmm ttrriittuurraaddoorr ddee mmiillhhoo
__________________________________________________
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44.. UUmmaa bbaatteeddeeiirraa ddee bboolloo
______________________________________________
55.. OOss sseerrvviiooss ddee uummaa eemmpprreeggaaddaa
ddoommssttiiccaa __________________________
66.. AA gguuaa uussaaddaa ppoorr eennggaarrrraaffaaddoorr ddee
cceerrvveejjaa ____________________________
VV -- NNaa tteerrmmiinnoollooggiiaa eeccoonnmmiiccaa,, ooss
mmeeiiooss ((oouu ffaattoorreess ddee pprroodduuoo))
pprroodduuzziiddooss ssoo cchhaammaaddooss ddee
__________________________________________________..
VVII -- RReeccoorrddaannddoo,, ffaaaa aa ddiissttiinnoo
eennttrree::
-- BBeennss ee sseerrvviiooss;;
-- BBeennss ddee ccoonnssuummoo ee bbeennss ddee
ccaappiittaall;;
-- PPoouuppaannaa ee iinnvveessttiimmeennttoo..
22.. CCoomm rreellaaoo aaoo fflluuxxoo cciirrccuullaarr ddaa
aattiivviiddaaddee eeccoonnmmiiccaa,, ppaarraa qquuee oo
ssiisstteemmaa eeccoonnmmiiccoo ffuunncciioonnee eemm
eeqquuiillbbrriioo,, nneecceessssrriioo ee ssuuffiicciieennttee
qquuee::
aa)) SS == II;;
bb)) GG == TT ee SS == II;;
cc)) SS == II ee XX == MM;;
dd)) GG == SS,, TT == MM ee XX == II;;
ee)) SS == II,, TT == GG ee XX == MM..
33.. CCoomm rreellaaoo,, aaiinnddaa,, aaoo cciicclloo ddaa
aattiivviiddaaddee eeccoonnmmiiccaa,, mmaarrqquuee CC
((cceerrttoo)) oouu EE ((eerrrraaddoo)) sseenntteennaass
aabbaaiixxoo..
aa)) (( )) AA ooffeerrttaa ddee bbeennss ee sseerrvviiooss
ttiippiiccaammeennttee uumm fflluuxxoo rreeaall..
bb)) (( )) OO ssiisstteemmaa eeccoonnmmiiccoo ccoonnttaa ccoomm
ddooiiss mmeerrccaaddooss ddiissttiinnttooss:: uumm ddee
ffaattoorreess ddee pprroodduuoo ee oouuttrroo ddee bbeennss ee
sseerrvviiooss..
cc)) (( )) OO ssiisstteemmaa eeccoonnmmiiccoo eessttaarr eemm
eeqquuiillbbrriioo ssee,, ee ssoommeennttee ssee,, oo ttoottaall
ddee ppoouuppaannaa ffoorr iigguuaall aaoo ttoottaall ddee
iinnvveessttiimmeennttooss..
dd)) (( )) AAss eemmpprreessaass,, aass uunniiddaaddeess
ffaammiilliiaarreess ee oo ggoovveerrnnoo ssoo ooss aaggeenntteess
eeccoonnmmiiccooss ddoo ssiisstteemmaa..
ee)) (( )) OO ssiisstteemmaa eeccoonnmmiiccoo ss eessttaarr eemm
eeqquuiillbbrriioo ssee ttooddaass aass rreennddaass ggeerraaddaass
nnoo pprroocceessssoo pprroodduuttiivvoo ffoorreemm
ggaassttaass..
ff)) (( )) AA ppoouuppaannaa ssee ccoonnssttiittuuii nnuummaa
iinnjjeeoo ddoo fflluuxxoo mmoonneettrriioo..
gg)) (( )) AAss uunniiddaaddeess ffaammiilliiaarreess ssoo ooss
aaggeenntteess ddeemmaannddaanntteess ttaannttoo ddooss
ffaattoorreess ddee pprroodduuoo ccoommoo ddooss bbeennss ee
sseerrvviiooss..
hh)) (( )) SSee oo ttoottaall ddee iinnjjeeeess ffoorr
iigguuaall aaoo ttoottaall ddee vvaazzaammeennttooss,, oo
ssiisstteemmaa eeccoonnmmiiccoo eessttaarr eemm
eeqquuiillbbrriioo,, mmaass sseemm qquuaallqquueerr eessttmmuulloo
eexxppaannssoo..
ii)) (( )) SSee oo ttoottaall ddaass iinnjjeeeess ffoorr
mmeennoorr qquuee oo ttoottaall ddee vvaazzaammeennttooss,,
hhaavveerr rreecceessssoo ccoomm iinnffllaaoo..
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jj)) (( )) AAss iimmppoorrttaaeess ssoo ccoonnssiiddeerraaddaass
vvaazzaammeennttooss nnoo fflluuxxoo ddee rreennddaa..
kk)) (( )) OO pprroocceessssoo pprroodduuttiivvoo dd
oorriiggeemm aa ddooiiss fflluuxxooss ddiissttiinnttooss:: oo ddaa
rreennddaa ((ppaaggaammeennttoo aaooss ffaattoorreess ddee
pprroodduuoo)) ee oo fflluuxxoo rreeaall ((ooffeerrttaa ee
pprrooccuurraa ddooss bbeennss ee sseerrvviiooss))..
ll)) (( )) OO pprroocceessssoo pprroodduuttiivvoo mmoossttrraa
qquuee aa eeccoonnoommiiaa sseemmpprree ee
oobbrriiggaattoorriiaammeennttee eessttaarr eemm
eeqquuiillbbrriioo,, jj qquuee oo vvaalloorr ddaa rreennddaa
ggeerraaddaa ,, ppoorr ddeeffiinniioo,, iigguuaall aaoo vvaalloorr
ddooss bbeennss ee sseerrvviiooss pprroodduuzziiddooss..
mm)) (( )) OOss ggaassttooss ddoo ggoovveerrnnoo ssoo
ccoonnssiiddeerraaddooss iinnjjeeeess,, ddeessddee qquuee
sseejjaamm iigguuaaiiss aaoo mmoonnttaannttee ddooss
iimmppoossttooss aarrrreeccaaddaaddooss..
nn)) (( )) OOss sseerrvviiooss ddooss ffaattoorreess ddee
pprroodduuoo fflluueemm ddaass ffaammlliiaass ppaarraa aass
eemmpprreessaass,, eennqquuaannttoo oo fflluuxxoo
ccoonnttrrrriioo,, ddaa rreennddaa,, ddeessttiinnaa--ssee aaoo
ppaaggaammeennttoo ddee ssaallrriiooss,, aalluugguuiiss,,
jjuurrooss ee lluuccrrooss..
..............
Gabarito com alguns comentrios:
11.. II -- eessccaassssooss;; eexxiisstteemm eemm
rreellaattiivvaa aabbuunnddnncciiaa;;
IIII -- bbeemm eeccoonnmmiiccoo;; bbeemm lliivvrree;;
IIIIII -- ffaattoorreess ddee pprroodduuoo;; bbeennss ee
sseerrvviiooss;;
IIVV -- 11.. tteerrrraa;; 22.. tteerrrraa;; 33..
ccaappiittaall;; 44.. ccaappiittaall;; 55.. ttrraabbaallhhoo;; 66..
tteerrrraa..
VV -- bbeennss ddee ccaappiittaall;;
VVII-- aammbbooss ssoo oo rreessuullttaaddoo ddoo
pprroocceessssoo pprroodduuttiivvoo;; bbeennss:: ssoo ccooiissaass
ccoonnccrreettaass,, ttaannggvveeiiss;; sseerrvviiooss:: ssoo
ccooiissaass iinnttaannggvveeiiss;; bbeennss ddee ccoonnssuummoo::
ssoo bbeennss ddeessttiinnaaddooss aa ssaattiissffaazzeerr
nneecceessssiiddaaddeess ppeessssooaaiiss;; bbeennss ddee
ccaappiittaall:: ssoo bbeennss pprroodduuzziiddooss ppaarraa
pprroodduuzziirr oouuttrrooss bbeennss ((eexx.. mmqquuiinnaass));;
ppoouuppaannaa:: aa ppaarrttee ddaa rreennddaa qquuee nnoo
ggaassttaa oouu ccoonnssuummiiddaa;; iinnvveessttiimmeennttooss::
ssoo ggaassttooss vvoollttaaddooss ppaarraa aauummeennttaarr aa
ccaappaacciiddaaddee pprroodduuttiivvaa ddaa ffiirrmmaa oouu ddoo
ppaass..
22.. EE
33.. aa)) CC;; bb)) CC;;
cc)) EE -- CCoommeennttrriioo:: RReeccoorrddee--ssee qquuee,,
ppaarraa qquuee oo ssiisstteemmaa eeccoonnmmiiccoo ffuunncciioonnee
eemm eeqquuiillbbrriioo,, nneecceessssrriioo qquuee ttooddaass aass
rreennddaass sseejjaamm ggaassttaass.. SSee oo
pprroopprriieettrriioo ddaa rreennddaa,, ppoorr aallgguumm
mmoottiivvoo nnoo ggaasstt--llaa iinntteeiirraammeennttee
((ppoorrqquuee qquuiiss ppoouuppaarr uummaa ppaarrttee,, oouu
ppoorrqquuee oo ggoovveerrnnoo llhhee ttoommoouu uummaa ppaarrttee
vviiaa iimmppoossttooss)),, aallgguumm tteemm ddee ggaasstt--llaa
eemm sseeuu lluuggaarr.. AAssssiimm,, nnoo bbaassttaa qquuee aa
ppoouuppaannaa sseejjaa iigguuaall aaooss
iinnvveessttiimmeennttooss ppaarraa aa eeccoonnoommiiaa eessttaarr
eemm eeqquuiillbbrriioo;; nneecceessssrriioo qquuee ttooddaass aass
ddeemmaaiiss iinnjjeeeess sseejjaamm iigguuaaiiss aaooss
rreessppeeccttiivvooss vvaazzaammeennttooss.. DDoo
ccoonnttrrrriioo,, oouu ssoobbrraa oouu ffaallttaa pprroodduuttoo
nnaa eeccoonnoommiiaa,, pprroovvooccaannddoo,, aassssiimm,, uummaa
ssiittuuaaoo ddee ddeesseeqquuiillbbrriioo..
dd)) CC CCoommeennttrriioo:: EEssttaa aaffiirrmmaattiivvaa
eesstt ccoorrrreettaa ddeessddee qquuee aa aannlliissee
eesstteejjaa ccoonnssiiddeerraannddoo uummaa eeccoonnoommiiaa
ffeecchhaaddaa,, iissttoo ,, sseemm rreellaaeess
ccoommeerrcciiaaiiss ee ffiinnaanncceeiirraass ccoomm oo
eexxtteerriioorr.. SSee aabbrriirrmmooss aa eeccoonnoommiiaa,, oouu
sseejjaa,, ccoonnssiiddeerraannddoo--ssee uummaa eeccoonnoommiiaa
aabbeerrttaa,, tteemmooss ddee aaccrreesscceennttaarr eennttrree
ooss aaggeenntteess eeccoonnmmiiccooss oo sseettoorr eexxtteerrnnoo
oouu oo rreessttoo ddoo mmuunnddoo..
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ee)) CC CCoommeennttrriioo:: vveejjaa ccoommeennttrriioo ddoo
iitteemm ((cc)),, aacciimmaa..
ff)) EE;;
gg)) EE CCoommeennttrriioo:: AAss uunniiddaaddeess
ffaammiilliiaarreess ooffeerrttaamm rreeccuurrssooss oouu
ffaattoorreess pprroodduuttiivvooss ee ddeemmaannddaamm bbeennss ee
sseerrvviiooss ddaass eemmpprreessaass.. JJ eessttaass llttiimmaass
ddeemmaannddaamm ffaattoorreess pprroodduuttiivvooss ee
ooffeerrttaamm bbeennss ee sseerrvviiooss ppaarraa aass
ffaammlliiaass..
hh)) EE CCoommeennttrriioo:: SSiimm,, oo ssiisstteemmaa
eeccoonnmmiiccoo eessttaarr eemm eeqquuiillbbrriioo,, mmaass
hhaavveerr eessttmmuulloo,, ssiimm,, aaoo ccrreesscciimmeennttoo..
AAoo vveerreemm qquuee ttooddooss ooss sseeuuss pprroodduuttooss
ffoorraamm vveennddiiddooss,, aass eemmpprreessaass eessttaarroo
iinntteerreessssaaddaass eemm pprroodduuzziirr mmaaiiss nnoo
pprrxxiimmoo aannoo.. NNeessttee ccaassoo,, aa eeccoonnoommiiaa
ccrreesscceerr aa ttaaxxaass mmooddeerraaddaass,, aallggoo
eennttrree 33%% ee 55%% aaoo aannoo..
ii)) EE;; jj))CC;; kk)) CC;;
ll))EE CCoommeennttrriioo:: RReeaallmmeennttee,, ppoorr
ddeeffiinniioo mmaatteemmttiiccaa,, oo vvaalloorr ttoottaall ddaass
rreennddaass iigguuaall aaoo vvaalloorr ttoottaall ddooss bbeennss
ee sseerrvviiooss.. MMaass,, ppaarraa aa aannlliissee ddoo
eeqquuiillbbrriioo iimmppoorrttaa mmeessmmoo vveerriiffiiccaarr
ssee ttooddaass aass rreennddaass ffoorraamm ggaassttaass,,
aaddqquuiirriinnddoo ttooddooss ooss pprroodduuttooss
ooffeerreecciiddooss..
mm)) EE CCoommeennttrriioo:: OOss ggaassttooss ddoo
ggoovveerrnnoo ssoo ccoonnssiiddeerraaddooss iinnjjeeeess,,
iinnddeeppeennddeenntteemmeennttee ddee sseerreemm iigguuaaiiss,,
mmaaiioorreess oouu mmeennoorreess ddoo qquuee ooss
iimmppoossttooss aarrrreeccaaddaaddooss.. EEmm eeccoonnoommiiaa,,
ggaassttooss ssoo sseemmpprree iinnjjeeeess ((iinncclluussiivvee oo
ccoonnssuummoo ddaass ffaammlliiaass))..
nn)) CC..
AAtt nnoossssaa pprrxxiimmaa aauullaa!!
.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.--.-.-.-.-.-.-.-.
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