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Aula 01 Profª Adriana Figueiredo · apenas o conteúdo, é muito legal quando percebemos que o aluno está começando a gostar de textos, e estou aqui pra isso: para trabalhar o

Jun 05, 2020

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Aula 01

Profª Adriana Figueiredo

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português

AULA 01

Olá, pessoal! Estou muito feliz de estar aqui com vocês, gosto muito dos alunos da Casa e tenho tido vários retornos positivos dos alunos daqui. Fico muito feliz com esta energia, a aula não é apenas o conteúdo, é muito legal quando percebemos que o aluno está começando a gostar de textos, e estou aqui pra isso: para trabalhar o texto, neste que é um concurso muito disputado, e a experiência que eu tenho em INSS é de que as questões de interpretação de textos são questões que definem. Este é um concurso que duas ou mais questões fazem a diferença.

Quando você aprende interpretação de textos nas provas, você aprende interpretação de textos para a vida! Isto te ajuda em tudo: nos enunciados do direito, te ajuda a ler os textos de estudo em todas as disciplinas. Do tripé gramática, interpretação e redação, qual o trabalho essencial? Interpretação de textos, que te ajuda também em redação.

Como serão as aulas de interpretação? Práticas, muito práticas! Eu preparei um material pra vocês com todas as questões do Cespe de interpretação recentes, algumas bem recorrentes, para vocês treinarem. Depois das técnicas da aula, vocês vão ver, a atitude diante das questões é diferente. Sem saber as técnicas, as questões são feitas de forma um pouco intuitiva, deixando um risco muito grande. Isso vai mudar, vocês irão ver: recorrência, inferência, paráfrase, reescritura. Por isso é importante não treinar com as questões antes da aula. Não iremos conseguir resolver todas as questões da apostila, porque temos um material completo, que vai proporcionar que vocês continuem treinando. Mas, iremos fazer aquelas que vão direcionar as demais.

Das bancas que temos no mercado, as locais, nacionais, o Cespe é a banca, se não for uma dela, talvez a banca mais técnica em termos de elaboração de questões em português. Tanto é que, toda a vez que se entra com recurso, a banca assume quando erra e fundamenta o seu pensamento. É impressionante como ela fundamenta, eles tem argumento pra tudo. Isto é legal porque, se a banca tem técnica, vamos aprender, usar “macetes”, tentar driblar. Enquanto alguns irão fazer a prova por intuição, vamos fazer a prova de forma pragmática. Esta técnica vai fazer a diferença.

Quando você lê o enunciado, olhando o conteúdo programático do INSS do último edital, parece pouco conteúdo: compreensão e interpretação de texto, tipologia textual e significação das palavras. Dentro disso, que existe de técnica? Compreensão de texto são aquelas questões em que a banca quer que você localize a informação no texto, para ver se aquela assertiva é a reescritura do que está no texto, se a assertiva diz o mesmo do que diz no texto. Tratando-se de Cespe, uma questão que parece tranquila, mas existe a malícia da banca, que muda uma palavra, e isso pode mudar o sentido. Esta parte é a mais cansativa,é um trabalho de ficar comparando. Vamos ver o que é uma comparação. Se alguma palavra muda o sentido, o que não muda. Interpretação de texto são as questões de inferência, de dedução. Existe muita diferença entre as duas técnicas: uma, é de compreender o que está lá, outra, é a de interpretar

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a partir do que você leu. Na interpretação, você tem que ler o que está ali e deduzir. O problema aqui é não extrapolar. Existem técnicas para deduzir sem errar. Tipologia textual? A banca ama esse item. São muitas questões. A banca trabalha entre texto narrativo, descritivo, dissertativo (se é argumentativo ou expositivo), são os tipos, as classificações. Lembre-se: texto não dá pra se envolver. Tem que ser objetivo, pura técnica. Significação das palavras são as questões de reescritura, que vamos ver lá pelo final do curso. São questões em que a banca pega um trecho e pergunta se tem o mesmo significado que aquele do texto. E se tiver uma palavra desconhecida? O Cespe não é uma banca que dificulta nesta parte, é possível pelo contexto entender. É uma banca que privilegia quem se prepara para esta banca. Cespe é outro tipo de enunciado, é muito diferente. Quem tem a base de português sai na frente? Sai. Mas Cespe é muita técnica.

Tipologia textual

Este será nosso primeiro assunto. E com faremos? Vamos para as questões. Não vamos ler o texto todo, apenas quando eu avaliar que é importante, para ganharmos tempo. Vamos direto à assertiva.

1. (FUNPRESP – EXE – SUPERIOR – CESPE – 2016)

  O meu antigo companheiro de pensão Amadeu Amaral Júnior, um homem louro e fornido, tinha costumes singulares que espantavam os outros hóspedes.  Amadeu Amaral Júnior vestia-se com sobriedade: usava uma cueca preta e calçava medonhos tamancos barulhentos. Alimentava-se mal, espichava-se na cama, roncava o dia inteiro e passava as noites acordado, passeando, agitando o soalho, o que provocava a indignação dos outros pensionistas. Quando se cansava, sentava-se a uma grande mesa ao fundo da sala e escrevia o resto da noite. Leu um tratado de psicologia e trocou-o em miúdo, isto é, reduziu-o a artigos, uns quarenta ou cinquenta, que projetou meter nas revistas e nos jornais e com o produto vestir-se, habitar uma casa diferente daquela e pagar ao barbeiro.  Mudamo-nos, separamo-nos, perdemo-nos de vista.  Creio que os artigos de psicologia não foram publicados, pois há tempo li este anúncio num semanário: “Intelectual desempregado. Amadeu Amaral Júnior, em estado de desemprego, aceita esmolas, donativos, roupa velha, pão dormido. Também aceita trabalho”. O anúncio não produziu nenhum efeito.  Muita gente se espanta com o procedimento desse amigo. Não sei por quê. Eu, por mim, acho que Amadeu necessitados deviam seguir o exemplo dele. O anúncio, pois não. E, em duros casos, a propaganda oral, numa esquina, aos gritos. Exatamente como quem vende pomada para calos.

Graciliano Ramos. Um amigo em talas. In: Linhas tortas. Rio de Janeiro: Record, 1983, p. 125 (com adaptações).

Com relação às ideias e aos aspectos linguísticos do texto “Um amigo em talas”, julgue o item que se segue:

Para caracterizar o personagem Amadeu Amaral Júnior, o narrador combina, no segundo parágrafo, recursos dos tipos textuais narrativo e descritivo.

( X ) Certo   ( ) Errado

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Vamos olhar para o texto. Tipologia Textual, verificar se o texto é narrativo, descritivo ou dissertativo. Este é o primeiro tipo de questão.Vamos entender a diferença entre narração, descrição e dissertação.

Se o Cespe pergunta se o texto é narrativo, descritivo ou dissertativo, você tem que se perguntar: qual a intenção do autor? Intenção é: o que o autor veio fazer aqui. No texto narrativo, o autor vem contar uma história: “Ontem acordei, fui ao banco, fui ao curso”. A característica que mais se destaca no texto é a evolução cronológica, sempre tem um antes e depois. E os tempos verbais? Quando você conta uma história, você pode identificar a diferença entre narração e descrição apenas olhando para os tempos verbais. Por exemplo: “Ontem eu acordei, tomei banho, tomei café, fui ao curso”. O que estou fazendo aqui? Estou usando o pretérito perfeito. Indica uma ação completamente acabada, começa e acaba. Por isso que ele é o tempo que predomina em uma narração, quando você conta uma história, você está trazendo acontecimentos que iniciaram e acabaram. “Acordei, tomei banho, tomei café”, são ações que vêm uma após a outra e cada uma começou e acabou. Porém, ele não é o único. De vez em quando, usamos outro tempo verbal: “Oito horas da manhã. Acordo. Tomo banho. Tomo café.” Estou contando a história no presente, tornando a história mais próxima, mais real.

Na descrição, olha o que vai acontecer: “Ontem, oito horas da manhã, acordei, tomei banho, fui ao curso. Iniciei a aula, o passarinho cantava na janela o telefone da aluna tocava sem parar e dois alunos conversavam ao lado”. Eu interrompi a minha narração (passarinho cantava na janela o telefone da aluna tocava sem parar e dois alunos conversavam ao lado) para trazer aquilo que eu observava no momento. É como se fosse uma fotografia, como se ela congelasse a narração para dizer tudo o que estava acontecendo naquele determinado momento. Ou seja, a intenção do autor é outra, é caracterizar, qualificar cenas, paisagens, personagens. É por isso que temos como característica a simultaneidade, tudo acontece ao mesmo tempo, as ações não evoluem no tempo, elas acontecem ao mesmo tempo e a segunda característica é a grande presença de substantivos e adjetivos, pois a grande ideia é qualificar. E o tempo verbal? “Acordei, tomei banho, tomei café, iniciei minha aula, o passarinho cantava na janela, o telefone tocava sem parar os alunos conversavam.” Qual o tempo verbal? Pretérito imperfeito. Quando você narra no pretérito perfeito, a descrição vem no imperfeito. O imperfeito é uma ação contínua, durativa. Tem que ser mesmo, pois para você descrever tem que durar um tempo. Você é capaz de dizer o que acontece em cada linha do texto, só em olhar os tempos verbais. Vamos voltar a nossa história: “Oito horas, acordo, tomo banho, tomo café, vou ao curso, inicio a minha aula, o telefone toca sem parar, a menina conversa com a colega e o passarinho canta na janela”. Estou narrando no presente e descrevendo no presente. Se a narração está no pretérito perfeito, a descrição virá no imperfeito. Fica fácil identificar. Porém, se narrarmos no presente, a descrição virá no presente. Então como vou saber se é narração ou descrição? Pela simultaneidade. “Oito horas da manhã, acordo, tomo banho, tomo café” (temos uma evolução cronológica). “Inicio a minha aula, o passarinho canta na janela, o telefone toca sem parar e as meninas conversam” Todas as ações ocorrem sem parar.

Voltando à questão 1, vamos buscar elementos para responder? O item está certo! Ao olhar o segundo parágrafo: “vestia-se” (pretérito imperfeito) – aquele do “antigamente”. Vamos ver se tem mais? “Ontem leu”. Pronto. Ele começou descritivo, com ações no pretérito imperfeito, ações que ocorriam ao mesmo tempo e depois foi a narrativa, “leu’ é pretérito perfeito, “ontem leu”.

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2. (CEF – SUPERIOR – CESPE – 2014)

  As primeiras moedas, peças representando valores, geralmente em metal, surgiram na Lídia (atual Turquia), no século VII a.C. As características que se desejava ressaltar eram transportadas para as peças por meio da pancada de um objeto pesado, em primitivos cunhos. Com o surgimento da cunhagem a martelo e o uso de metais nobres, como o ouro e a prata, os signos monetários passaram a ser valorizados também pela nobreza dos metais neles empregados.  Embora a evolução dos tempos tenha levado à substituição do ouro e da prata por metais menos raros ou suas ligas, preservou-se, com o passar dos séculos, a associação dos atributos de beleza e expressão cultural ao valor monetário das moedas, que quase sempre, na atualidade, apresentam figuras representativas da história, da cultura, das riquezas e do poder das sociedades.  A necessidade de guardar as moedas em segurança levou ao surgimento dos bancos. Os negociantes de ouro e prata, por terem cofres e guardas a seu serviço, passaram a aceitar a responsabilidade de cuidar do dinheiro de seus clientes e a dar recibos escritos das quantias guardadas. Esses recibos passaram, com o tempo, a servir como meio de pagamento por seus possuidores, por ser mais seguro portá-los do que portar dinheiro vivo. Assim surgiram as primeiras cédulas de “papel moeda”, ou cédulas de banco; concomitantemente ao surgimento das cédulas, a guarda dos valores em espécie dava origem a instituições bancárias.

Casa da Moeda do Brasil: 290 anos de História, 1694/1984

No que se refere aos aspectos linguísticos, à classificação tipológica do texto e às ideias nele expressas, julgue o item a seguir:

No Texto, predominantemente descritivo, são utilizados trechos narrativos como recurso para defender os argumentos elencados.

( ) Certo   ( X ) Errado

Um outro ponto que o Cespe pode pedir é: o que predomina. Como saber? Se narração e descrição aparecerem? Certamente, não é o número de linhas. Na verdade, para saber o que predomina é preciso perguntar a intenção do autor. O autor veio: contar uma história ou descrever uma cena? Em concurso, questão de prova, o cara que conseguir fazer as perguntas certas acerta. O que predomina é o que o autor veio fazer. A maldade é que a banca fala do texto todo. O que acontece? O texto se resolve sempre no primeiro e no último parágrafo. É claro que não estou dizendo pra você não ler o texto! Tem que ler! Quando você começa a fazer a prova, é claro que tem que ler o texto. Mas ler sem marcar nada. O texto não pode ser muito sublinhado. Porém, em concurso o texto não pode ser “limpinho”, tem que ser marcado, pois quem não marca nada no texto, e volta para fazer a questão se perde. Tem que ser estratégico! Na primeira leitura, não marque nada. Faça então as questões de gramática, guarde as de interpretação porque, nas questões de gramática a banca já dá pistas para interpretação. No Cespe é assim. Primeiro: ler o texto do início ao fim, sem ficar grifando nada. Segundo: questões de gramática. Ai você vai ler o texto pela segunda vez, marcando aquilo que você já viu nas questões de interpretação. O texto tem que ser lido duas vezes. Nesta segunda leitura, que é mais estratégica, você vai marcar principalmente o início e o final. Como uma redação: a ideia principal vem no inicio, depois mais forte no final. O início pode ser o primeiro ou segundo parágrafo. Quando o autor é bom, ele não entrega tudo no primeiro parágrafo. Muitas vezes, os parágrafos que pesam são o segundo e o último.

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Vamos ler o texto: “As primeiras moedas, peças representando valores, geralmente em metal, surgiram”. Vamos marcar surgiram, pretérito perfeito. Cheiro de narração. Depois: “passaram” (linha 5). Olhando o primeiro parágrafo, o texto parece o que? Narrativo. Pode ser que haja descrição no meio? Sim. No meio da narração vem a descrição. Só de olharmos esse primeiro parágrafo, vemos que a narração está predominando. Porém, eu devo dar uma olhada no segundo, às vezes muda tudo no segundo. “Embora a evolução dos tempos tenha levado à substituição do ouro e da prata por metais menos raros ou suas ligas, preservou-se” (continua contando uma história). Narração é muito isso, o tempo evolui. Os dois primeiros te dão um indício que o texto é narrativo. Nem precisamos ir ao último parágrafo! Notem: a assertiva pede predominantemente, ou seja, só pode ser a narração.

O aluno estratégico já observa que a própria assertiva é uma contradição. Eu nem precisaria ler o texto. No Texto, predominantemente descritivo, são utilizados trechos narrativos – até aí certo – como recurso para defender os argumentos elencados. Defender os argumentos elencados é defender o ponto de vista. Se ele é predominantemente descritivo, então não há argumentos! Argumentos é no texto dissertativo. Ou seja, contraditória a assertiva.

Vamos agora à dissertação. A intenção do autor é discorrer, discutir, abstrair. Na dissertação, fala-se de um tema. Se fala de um tema, não é narrativo nem dissertativo. Qualquer tipo de tema. As características principais são as relações de causa e efeito, que se aprende na aula de conjunções de língua portuguesa. São as causas, as consequências. O tempo verbal que predomina é o presente. Quando você fala de um tema, você usa o presente do indicativo. O objetivo é defender argumentos.

Tipologia Textual

Intenção do autor Características principais Tempos Verbais

Narração Contar uma história/ relatar acontecimentos. Evolução cronológica Pretérito perfeito

Presente

DescriçãoCaracterizar, qualifi-car cenas, paisagens,

personagens.

SimultaneidadeSubstantivos e adjetivos Pretérito imperfeito

Dissertação Discorrer, discutir, abs-trair, falar de um tema

Relações de causa e efeito Presente

3. (FUB – MÉDIO – CESPE – 2014)

  A desigualdade está entre os principais fatores de risco que preocupam a elite mundial, a julgar pela atenção dada ao tema no fórum econômico de Davos.  Por outro lado, estudo recente do Banco Mundial mostra que, pela primeira vez desde a Revolução Industrial, caiu a diferença de renda entre os países na fronteira do desenvolvimento e os emergentes.

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  Após o fim da cortina de ferro e a abertura econômica da China e da Índia, centenas de milhões de pessoas passaram de um estado de subsistência precária à condição de nova classe média global. Entretanto, é preciso que os países não só reforcem políticas compensatórias para reduzir a exclusão, mas também atuem para promover a igualdade de oportunidades.  A educação, como sempre, é o instrumento decisivo para garantir que a sorte de um indivíduo não seja determinada por sua origem social ou geográfica.

Idem, ibidem (com adaptações).

Em relação ao fragmento de texto, julgue o próximo item.

Predomina no fragmento em análise o tipo textual narrativo, já que ele apresenta fatos ocorridos no passado.

( ) Certo   ( X ) Errado

“A desigualdade está” (presente indicativo), “Por outro lado, estudo recente do Banco Mundial mostra que, pela primeira vez desde a Revolução Industrial, caiu a diferença de renda entre os países na fronteira do desenvolvimento e os emergentes.” (caiu – pretérito perfeito) . A predominância é dissertativa, pois tem o tema, a desigualdade. O segundo parágrafo vem como narrativo: “Por outro lado, estudo recente do Banco Mundial mostra que, pela primeira vez desde a Revolução Industrial, caiu a diferença”. Agora, vamos ao terceiro parágrafo. “Após o fim da cortina de ferro e a abertura econômica da China e da Índia, centenas de milhões de pessoas passaram” (pretérito perfeito). Continue! “Entretanto, é preciso”, o entretanto chama mais atenção para o que vem depois. A conjunção adversativa enfatiza o que vem depois dela! A narração é um pré-texto, o mais importante é a dissertação. O item está errado.

4. (CÂMARA DOS DEPUTADOS – TÉCNICO LEGISLATIVO – CESPE – 2014)

  A democracia já não se reduz a uma esperança, não é mais uma questão, não é apenas um direito, não é somente o apanágio de uma cidade ilustrada como Atenas, ou de um grande povo como o romano: é mais, é tudo nas sociedades modernas. De mera previsão, converteu-se em fato; de opinião controversa, transformou-se em realidade viva; deixou de ser puro direito para ser direito e força; passou de simples fenômeno local a lei universal e onipotente.   Enquanto alguns discutem ainda se ela deve ser, já ela é. Como o crescer silencioso, mas incessante, do fluxo do oceano, sobe e espraia-se calada, mas continuamente. Cada onda que se aproxima, e recua depois, estende os limites do poderoso elemento. Os espíritos que não veem muito deixam-se dormir, entretanto, recostados indolentemente à margem que as águas não tardarão em invadir, porque a enchente cresce linha a linha sem que a percebam, e, como a onda retrocede sempre, parece-lhes que, retrocedendo, perdeu todo o terreno vencido. Embora alguma onda mais impetuosa, como que os advertindo, jogue de longe sobre eles a espuma. Riem dela, porque a veem retrair-se logo após; persuadidos de que têm subjugado o oceano quando mandam pelos seus serviçais antepor-lhe a cautela de algum quebra-mar que dure pela vida de uma ou duas gerações. Cuidam ter desse modo segurado a sua casa e o futuro dos filhos. Mas o frágil anteparo, minado pela ação imperceptível das águas, esboroa-se um bom dia, malogrando-lhes os cálculos, quando não mais que isso.  A aristocracia teve a sua época e passou. A realeza teve a sua, e extinguiu-se também. Chegou a vez da democracia, e esta permanecerá para sempre. Por quê? Porque a aristocracia

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era a sujeição de todos a poucos, era o privilégio, a hereditariedade, que, na propriedade individual, é legítima, por ser consequência do trabalho, mas que, em política, é absurda, porque exclui do governo a vontade dos governados e submete o merecimento à incapacidade. A realeza também era o privilégio, ainda mais restrito, mais concentrado, personificado em um indivíduo, circunscrito a uma família. A democracia, essa é a negação das castas, das exclusões arbitrárias, e a consagração do direito: por isso, não morre.

Rui Barbosa. Obras completas de Rui Barbosa. Vol. I (1865-1871), tomo I, p. 19-20. Internet: <www.casaruibarbosa.gov.br> (com adaptações).

Julgue o item, relativo às ideias e a aspectos linguísticos do texto:

Utilizando-se de metáforas, o autor constrói texto argumentativo em que a democracia é retratada como o oceano e suas ondas, e os que nela não creem, representados como os “espíritos que não veem muito”.

( X ) Certo   ( ) Errado

Este texto é argumentativo? Um texto argumentativo desenvolve uma linha de raciocínio, defende argumentos. Existem dois tipos de dissertação que a banca trabalha muito: a expositiva e a argumentativa. Por exemplo, um texto que trate de direito previdenciário. Você vai discorrer sobre aquele assunto. É um texto dissertativo, você está falando de um tema. Você está expondo o que sabe. Então, é expositivo. Ele expõe fatos, é aquilo que não se discute. Já o argumentativo, o nome já diz, traz a defesa de uma tese, de ponto de vista.

Nesta questão, ela fala em argumentativo. Primeiro, preciso ver se está apenas expondo ou defendendo um ponto de vista. Leia no primeiro parágrafo “é mais, é tudo”, ele está dando opinião, é argumentativo.

Um conceito muito importante na prova do Cespe é o de modalizador. É um vocábulo que indica opinião do autor. Diferencia o fato da opinião. Se eu digo assim: “Amanhã não haverá aula”. Isto é um fato. Se eu digo: “Infelizmente, amanhã não haverá aula”. Passa a ser opinião, passa a ser texto argumentativo. Porque há um modalizador. Se eu digo: “Amanhã não deve haver aula.” Não deve é opinião, dever é um modalizador. Não existe uma lista de modalizadores. Pode ser um advérbio, pode ser um verbo, naquela frase ele mostra um ponto de vista. Isto que diferencia o expositivo do argumentativo. O modalizador destrói o texto expositivo. Em uma prova discursiva, o que fazer? Trazer a fonte e não dizer o melhor. Quando você insere o modalizador, muda a modalidade textual.

Ou seja, este “é mais, é tudo” é um modalizador. É um texto argumentativo. Só precisamos saber se a democracia é retratada como um oceano e suas onda, e os que nela não creem, representados como os “espíritos que não veem muito”. Tentem achar o trecho em que se fala da democracia, comparando com onda, mar. No segundo parágrafo: “Como o crescer silencioso, mas incessante, do fluxo do oceano, sobe e espraia-se calada, mas continuamente”. É uma metáfora. Porque é uma linguagem figurada. O item está certo.

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5. (TJ ACRE – TÉCNICO – CESPE – 2012)

  Um levantamento do Conselho Nacional de Justiça mostra que, atualmente, no Brasil, estão disponíveis para a adoção 4.799 crianças e adolescentes. São 27.437 interessados, mas a maioria não quer crianças com mais de cinco anos de idade. A preferência brasileira de adoção é por crianças com até dois anos de idade, e boa parte dos candidatos não aceita irmãos.  Autoridades do Brasil, Peru e Bolívia discutirão o assunto no VII Encontro Norte/Nordeste de Apoio à Adoção e no I Encontro Trifronteiriço de Adoção — Brasil/Peru/Bolívia, eventos que ocorrerão, pela primeira vez, no Acre.  A ideia é reunir famílias adotivas e pretendentes à adoção, conselheiros tutelares, profissionais dos sistemas de justiça, saúde e educação, assistência e promoção social, e integrantes do Ministério Público, gestores e pessoas da comunidade em torno do tema Rompendo as Fronteiras da Adoção — desafios e perspectivas da integração entre os povos do século XXI.  A realização é do Grupo de Estudos de Apoio à Adoção do Acre em conjunto com o Ministério Público do Estado do Acre e diversos outros parceiros.  As discussões irão contemplar os avanços e entraves das leis da adoção nos três países, além da integração de ações estratégicas com o Brasil para a consolidação de grupos de apoio à adoção no Peru e Bolívia.

Internet: <www.ac24horas.com> (com adaptações).

Com relação ao texto acima, julgue o seguinte item:

Nesse texto, que se caracteriza como dissertativo-argumentativo, o autor se posiciona favoravelmente à adoção de crianças com mais de cinco anos de idade.

( ) Certo   ( X ) Errado

Está trabalhando a distinção entre argumentativo e expositivo. Não está defendendo uma tese, apenas expõe um fato. “Um levantamento do Conselho Nacional de Justiça mostra.” começa com dados. Até pode defender uma argumentação depois. Mas ele continua: “Autoridades do Brasil, Peru e Bolívia discutirão”, ou seja, não está defendendo tese nenhuma, tá expondo. “A ideia é reunir famílias adotivas”, continua expondo“. A realização é do Grupo de Estudos” e “As discussões irão contemplar”, nada disso é argumentativo. O texto é dissertativo expositivo, errado.

6. (TRE MS – TÉCNICO – CESPE – 2013)

  Diversas são as naturezas dos instrumentos de que dispõe o povo para participar efetivamente da sociedade em que vive. Políticos, sociais ou jurisdicionais, todos eles destinam-se à mesma finalidade: submeter o administrador ao controle e à aprovação do administrado. O sufrágio universal, por exemplo, é um mecanismo de controle de índole eminentemente política — no Brasil, está previsto no art. 14 da Constituição Federal de 1988, que assegura ainda o voto direto e secreto e de igual valor para todos —, que garante o direito do cidadão de escolher seus representantes e de ser escolhido pelos seus pares.  Costuma-se dizer que a forma de sufrágio denuncia, em princípio, o regime político de uma sociedade. Assim, quanto mais democrática a sociedade, maior a amplitude do sufrágio. Essa não é, entretanto, uma verdade absoluta. Um sistema eleitoral pode prever condições legítimas a serem preenchidas pelo cidadão para se tornar eleitor, desde que não sejam discriminatórias

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ou levem em consideração valores pessoais. Segundo José Afonso da Silva, considera-se, pois, universal o sufrágio quando se outorga o direito de votar a todos os nacionais de um país, sem restrições derivadas de condições de nascimento, de fortuna ou de capacidade especial. No Brasil, só é considerado eleitor quem preencher os requisitos da nacionalidade, idade e capacidade, além do requisito formal do alistamento eleitoral. Todos requisitos legítimos e que não tornam inapropriado o uso do adjetivo universal.

Internet: <http://jus.com.br> (com adaptações).

O texto é, essencialmente:

a) prescritivo e normativo.b) dissertativo-argumentativo.c) narrativo.d) descritivo.e) informativo.

Mais uma questão de tipologia textual. Essencialmente é o que predomina.

Antes de resolver, uma dica: para não perder tempo, basta fazer a pergunta certa: o autor veio contar uma história (narrativo), descrever cenas, personagens, paisagens (descritivo) ou o autor veio discutir um assunto (expondo – dissertativo expositivo ou defendendo um ponto de vista – dissertativo argumentativo).

“Diversas são as naturezas dos instrumentos de que dispõe o povo”, está dissertando, discutindo um assunto. O tema é o voto. E olhe o que temos no segundo parágrafo: “Essa não é, entretanto, uma verdade absoluta”. Resolvemos a questão! Letra B

Prescritivo ou instrucional são textos que dizem o que deve ser feito. Normativo, das normas. E o informativo é um texto expositivo que informa, um texto jornalístico, por exemplo.

7. (FUB – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CESPE – 2015)

  Estação do ano mais aguardada pelos brasileiros, o verão não é sinônimo apenas de praia, corpos à mostra e pele bronzeada. O calor extremo provocado por massas de ar quente fenômeno comum nessa época do ano, mas acentuado na última década pelas mudanças climáticas ― traz desconfortos e riscos à saúde. Não se trata somente de desidratação e insolação. Um estudo da Faculdade de Saúde Pública de Harvard (EUA), o maior a respeito do tema feito até o momento, mostrou que as temperaturas altas aumentam hospitalizações por falência renal, infecções do trato urinário e até mesmo sepse, entre outras enfermidades. “Embora tenhamos feito o estudo apenas nos EUA, as ondas de calor são um fenômeno mundial. Portanto, os resultados podem ser considerados universais”, diz Francesca Domininci, professora de bioestatística da faculdade e principal autora do estudo, publicado no jornal Jama, da Associação Médica dos Estados Unidos. No Brasil, não há estudos específicos que associem as ondas de calor a tipos de internações. “Não é só aí. No mundo todo, há pouquíssimas investigações a respeito dessa relação”, afirma Domininci. “Precisamos que os colegas de outras partes do planeta façam pesquisas semelhantes para compreendermos melhor essa importante questão para a saúde pública”, observa.

Internet: <www.correioweb.com.br> (com adaptações)

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Com relação às ideias e às estruturas do texto acima, julgue os itens que se seguem:

Elementos presentes no texto permitem classificá-lo como narrativo.

( ) Certo   ( X ) Errado

“Estação do ano mais aguardada pelos brasileiros, o verão não é sinônimo apenas de praia, corpos à mostra e pele bronzeada. O calor extremo” – o texto conta uma história ou discute um assunto? “Não se trata somente de desidratação e insolação”. O texto está dissertando, ele discorre sobre os problemas que vem do verão. Errado o item e texto dissertativo expositivo. Opinião de terceitos é fato, não é opinião.

8. (MPU – ANALISTA-TECNICO – CESPE – 2015)

  A partir de uma ação do Ministério Público Federal (MPF), o Tribunal Regional Federal da 2.a Região (TRF2) determinou que a Google Brasil retirasse, em até 72 horas, 15 vídeos do YouTube que disseminam o preconceito, a intolerância e a discriminação a religiões de matriz africana, e fixou multa diária de R$ 50.000,00 em caso de descumprimento da ordem judicial. Na ação civil pública, a Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão (PRDC/RJ) alegou que a Constituição garante aos cidadãos não apenas a obrigação do Estado em respeitar as liberdades, mas também a obrigação de zelar para que elas sejam respeitadas pelas pessoas em suas relações recíprocas.  Para a PRDC/RJ, somente a imediata exclusão dos vídeos da Internet restauraria a dignidade de tratamento, que, nesse caso, foi negada às religiões de matrizes africanas. Corroborando a visão do MPF, o TRF2 entendeu que a veiculação de vídeos potencialmente ofensivos e fomentadores do ódio, da discriminação e da intolerância contra religiões de matrizes africanas não corresponde ao legítimo exercício do direito à liberdade de expressão. O tribunal considerou que a liberdade de expressão não se pode traduzir em desrespeito às diferentes manifestações dessa mesma liberdade, pois ela encontra limites no próprio exercício de outros direitos fundamentais.

Internet: <http://ibde.org.br> (com adaptações).

A respeito das ideias e das estruturas linguísticas do texto II, julgue o item subsequente.

Predomina no texto em apreço o tipo textual narrativo.

( X ) Certo   ( ) Errado

O texto descreve, conta uma história ou fala de um assunto? Qual a dúvida? Dissertativo expositivo ou narrativo? Se ele for dissertativo expositivo, há um tema. Narrativo tá contando uma história. Basta ser um relato. Se ele for dissertativo argumentativo, você tem que ser capaz de identificar o tema. Se não conseguir, é porque não é. Olhe os primeiros verbos “determinou”, “retirasse”, pretérito perfeito. Tá contando o que aconteceu. “Na ação civil pública, a Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão (PRDC/RJ) alegou que” – tá contando o que aconteceu. O item está certo.

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10. (CESPE – CEBRASPE – PM-SÃO LUÍS – 2017)

O açúcar

O branco açúcar que adoçará meu cafénesta manhã de Ipanemanão foi produzido por mimnem surgiu dentro do açucareiro por milagre.

(...)

Este açúcar veioda mercearia da esquina e tampouco o fez o Oliveira, dono da mercearia.Este açúcar veiode uma usina de açúcar em Pernambucoou no Estado do Rioe tampouco o fez o dono da usina.

Este açúcar era canae veio dos canaviais extensosque não nascem por acasono regaço do vale.

Em lugares distantes, onde não há hospitalnem escola,homens que não sabem ler e morrem de fomeaos 27 anosplantaram e colheram a canaque viraria açúcar.

Em usinas escuras,homens de vida amargae duraproduziram este açúcarbranco e purocom que adoço meu café esta manhã em Ipanema.

Ferreira Gullar. Toda poesia. Rio de Janeiro. Civilização Brasileira, 1980 (com adaptações)

No texto, o eu lírico

a) expõe as razões que explicam a sua superioridade em relação aos homens que produzem o açúcar.

b) ressalta a qualidade do trabalho dos homens que produzem o açúcar.c) critica a classe social dos homens que produzem o açúcar.d) questiona a passividade dos homens que produzem o açúcar.e) reflete sobre a desigualdade social existente entre os homens que consomem e os que

produzem o açúcar.

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O grande desafio do poema. Ele assusta. Mas você tem que procurar a ideia que se repete. Leia as estrofes e procure uma ideia que se repete, ela será o tema do poema. Qual a ideia reescrita deste poema? O acúçar (tema), a produção do acúçar. “não foi produzido por mim”. Essa ideia volta? “Tampouco o fez o Oliveira,” “tampouco o fez o dono da usina”. Aí começa a dizer de onde veio: “dos canaviais extensos, lugares distantes, homens que não sabem ler e morrem aos 27”. Ou seja, o texto vem falar da oposição entre o que foi visto no início (quem consome) e quem produz. Letra e. O Cespe quer saber o que é recorrente.

10. (CESPE – CEBRASPE – PM-SÃO LUÍS – 2017)

  Conversamos com especialistas de Portugal e do Brasil para saber como está a situação, e quais são as dificuldades, do ensino da língua portuguesa. Quanto aos desafios, os docentes concordam em um ponto: a forma de ensinar a língua portuguesa deveria ser modificada.  O professor doutor José Fiorin, da Universidade de São Paulo, acredita que o conteúdo não pode nem deve ser entendido como algo isolado, pois precisa fazer parte de um todo. “Não formamos leitores com proficiência, gente que seja capaz de produzir, e ler, textos claros e concisos. Hoje o ensino está voltado para a descrição da língua. O professor se contenta, em suas aulas, em explicar a gramática, explicar o que é análise sintática, sintaxe, etc, conta.  Segundo a professora doutora Luísa Marinho Paolinelli, da Universidade da Madeira, em Portugal, a união de gramática e literatura, em seu país, afasta o aluno de ambas as disciplinas e dificulta o ensino. “Em minha opinião pessoal, acredito que ganharíamos se separássemos o estudo da língua portuguesa do estudo do texto literário. A ideia de partir do texto artístico para aprender a sintaxe, a morfologia etc. tem duas consequências nefastas: o aluno não gosta de gramática e o aluno não gosta de literatura. A língua é a comunicação e a literatura é um dos muitos usos da língua.”

Revista Giz, 25/mai/2012. Internet: <http://revistagiz.sinprosp.org.br> (com adaptações)

O propósito do autor do texto é

a) coletar exemplos de práticas de ensino de língua portuguesa de professores do Brasil e de Portugal.

b) argumentar a favor do ensino da gramática como aspecto essencial do ensino de língua portuguesa.

c) expor as opiniões de dois especialistas oriundos de países lusófonos distintos sobre o ensino de língua portuguesa.

d) evidenciar como o ensino de língua portuguesa no Brasil está avançado em relação ao de Portugal.

e) argumentar a favor de reformas no ensino de língua portuguesa nos países lusófonos.

Um outro tipo de questão é sobre o propósito do autor do texto, que são as questões de argumentação. Agora que você já sabe diferenciar uma modalidade da outra, vamos avançar em questões que a banca requer que você localize o que é principal no texto. A banca pega um texto grande e pergunta qual o propósito dele, qual a intenção do autor. Vamos resolver resumindo cada parágrafo, marcando o que é principal. “Conversamos com especialistas de Portugal e do Brasil para saber como está a situação, e quais são as dificuldades, do ensino da língua portuguesa.” Já identificamos que este texto é dissertativo, pois fala de um tema: as dificuldades da língua portuguesa. É dissertativo expositivo ou argumentativo? Expositivo.

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Porque ele traz opinião de terceiros, o que eles pensam. Só em perceber que o texto é expositivo, podemos eliminar duas assertivas:

a) coletar exemplos de práticas de ensino de língua portuguesa de professores do Brasil e de Portugal.

b) argumentar a favor do ensino da gramática como aspecto essencial do ensino de língua portuguesa.

c) expor as opiniões de dois especialistas oriundos de países lusófonos distintos sobre o ensino de língua portuguesa.

d) evidenciar como o ensino de língua portuguesa no Brasil está avançado em relação ao de Portugal.

e) argumentar a favor de reformas no ensino de língua portuguesa nos países lusófonos.

Todas as que dizem argumentar ou evidenciar. Agora a dúvida é em A e C. Lendo os demais parágrafos e analisando. Exemplos de práticas? Expor a opinião de dois especialistas? Mostra na prática ou expõe? “O professo acredita’ e “Segundo a professora”, são opiniões. Letra C.

11. (CESPE – SEE-DF – MAGISTÉRIO PÚBLICO – 2017)

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Com referência às ideias e aos aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o próximo item como Certo ou Errado:

O texto é predominantemente argumentativo, o que pode ser comprovado pela seleção de palavras que remetem às posições e às opiniões dos seus autores.

( X ) Certo   ( ) Errado

Lembrem dos modalizadores, as palavras que transforma o fato em opinião. Na linha 5 “por isso parece”, “grande equívoco”, linha 7 “questão crucial”. Grande número de modalizadores, item certo!

12. (CESPE – FUB – CONHECIMENTOS BÁSICOS – 2015)

  Sustentabilidade, crise econômica mundial, mudanças climáticas, escassez de mão de obra, inovação – essas são as palavras-chave que compõem o vocabulário das mudanças pelas quais passa o mundo e que, inevitavelmente, impõem a cada um de nós a busca por um novo modelo de vida no planeta. Nesse cenário, a educação tem peso de ouro e as universidades passam a assumir um papel fundamental no processo reflexivo da sociedade.

Internet: www.techoje.com.br <com adaptações>

Julgue o item a seguir como Certo ou Errado, relativo à tipologia e aos aspectos linguísticos do texto acima:

Predomina no texto o tipo textual narrativo.

( ) Certo   ( X ) Errado

Este texto fala de um assunto? Sim. Dissertativo. Tem modalizadores? “Peso de ouro” na linha 6, por exemplo. Item errado.

13. (CESPE – FUB – CONHECIMENTOS BÁSICOS – 2015)

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Julgue o item a seguir como Certo ou Errado, relativo à tipologia e aos aspectos linguísticos do texto anterior.

Predomina no fragmento o tipo textual injuntivo ou prescritivo, visto que o texto tem como objetivo oferecer orientações ao futuro funcionário.

( ) Certo   ( X ) Errado

Injuntivo ou prescritivo? É aquele que diz o que deve ser feito, as instruções. Está presente nos manuais, aparelhos eletrônicos. Ele vem presente em textos que dizem como algo deve ser feito. Ele espera uma ação, diz um passo a passo. A questão é: ele é dissertativo. “Especialistas em recursos humanos identificaram”. Opinião de terceiros é fato, é exposição. “Na maioria das empresas, saber usar um processador” – continua falando o que eles pensam. Errado! O texto é dissertativo expositivo.

14. (CESPE – FUB – CONHECIMENTOS BÁSICOS – 2016)

Julgue o item a seguir como Certo ou Errado, relativo à tipologia e aos aspectos linguísticos do texto anterior.

O último parágrafo do texto caracteriza-se como predominantemente descritivo, pois apresenta uma articulação textual de informações e opiniões.

( ) Certo   ( X ) Errado

Será mesmo que você precisa ler o texto? A banca diz que é descritivo, pois apresenta uma ar-ticulação textual de informações e opiniões. Isso seria o texto expositivo, com o argumentativo, misturou tudo! O item está errado. Ele é dissertativo argumentativo “paradoxalmente”, “qual-quer pessoa hoje”, são modalizadores ao longo do texto.

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15. (CESPE – INST. RIO BRANCO – BOLSA-PRÊMIO DE VOCAÇÃO PARA A DIPLOMACIA – OBJETIVA – 2015)

O Cespe faz a prova de diplomata. Está expondo? Não, está contando um tema, uma história. O item está certo!

Encerramos por aqui, até a próxima aula!