DOENÇAS DE PLANTAS: CONCEITOS; DOENÇAS DE PLANTAS: CONCEITOS; CICLO DA RELAÇÃO PATÓGENO - CICLO DA RELAÇÃO PATÓGENO - HOSPEDEIRO E PRINCÍPIOS GERAIS DE HOSPEDEIRO E PRINCÍPIOS GERAIS DE CONTROLE CONTROLE Prof. Milton Luiz da Paz Lima Instituo Federal Goiano – Campus Urutaí Curso de Agronomia Disciplina de Fitopatologia I
This document is posted to help you gain knowledge. Please leave a comment to let me know what you think about it! Share it to your friends and learn new things together.
Transcript
DOENÇAS DE PLANTAS: CONCEITOS; DOENÇAS DE PLANTAS: CONCEITOS; CICLO DA RELAÇÃO PATÓGENO - CICLO DA RELAÇÃO PATÓGENO -
HOSPEDEIRO E PRINCÍPIOS GERAIS DE HOSPEDEIRO E PRINCÍPIOS GERAIS DE CONTROLECONTROLE
Prof. Milton Luiz da Paz Lima
Instituo Federal Goiano – Campus UrutaíCurso de Agronomia
Não: Fumagina = doença sem parasitismoCapnodium sp.
IMPORTÂNCIA DAS DOENÇAS DE PLANTAS
1. INTRODUÇÃO
Referências mais antigas são encontradas na Bíblia, 750 A.C.:
“ Eu vos feri com um vento abrasador e com ferrugem a multidão de vossas hortas e de vossas vinhas. Aos vossos olivais e aos vossos figueirais comeu a lagarta; e vós não voltastes para Mim, diz o Senhor”. (Amós 4:9).
Ferrugem do trigo e dos cereais: romanos
Castigo de um casal de deuses: Robigo (feminino) e Robigus(masculino). Robigália: sacrifício de animais aos deuses, para obter proteção.
2. QUANTIDADE DE DOENÇAS DE PLANTAS
Estimativa nos Estados Unidos da América(Agrios, 1999)
> 8.000 fungos ~ 100.000 doenças
> 200 bactérias
> 500 vírus
> 20 viróides
> 500 nematóides
3. DANOS CAUSADOS POR DOENÇAS DE PLANTAS
A. Dano Potencial
B. Dano Real
Danodireto
Danoindireto
Primário
Secundário
- Produção (quantidade)- Qualidade- Custo de controle- Perda de receita com variedades menos rentáveis.
- Contaminação sementes, tubérculos, etc.- Patógenos de solo
- Produtor- Comunidade rural- Consumidor- Estado- Ambiente
4. EPIDEMIAS FAMOSAS No BRASILE NO MUNDO
REQUEIMA DA BATATAPhytophthora infestans
Powelson & Inglis, 1998
1845 – 46Bélgica, Holanda, França, Inglaterra e Irlanda
Mortes: 2 milhõesEmigrantes: 1,5 milhõesPop.: 8,3 5,2 milhões
De Barry, 1861: identifica o fungo
Pasteur, 1860-64: geração espontânea
Postulados de Koch, 1881
Beijerinck, 1898: vírus
Fry & Goodwin, 1997
RESSURGÊNCIA NOS EUA E CANADÁ – DÉCADA 90
Estirpe exótica
Res. metalaxyl
Danos: 80 – 85%
Pulverizações: EUA: 2,5 para US$ 30 milhõesMéxico: ~25
S. bulbocastanumresistente
Batata transgênica?
Mosaico da Cana• Entrada no Brasil através de toletes
contaminados em 1920 trazidos da argentinatrazidos da argentina;• Variedades plantadas na época eram de cana
nobre – possuia elevada suscetibilidade ao mosaico;
• Doença causava rápida redução do porte do canavial
• 1922-1925 – 6 milhões para 2 milhões de litros de álcool – redução.
• Na época o alcool não era combustível.
Tristeza do Citros• 1930 ocorrência em SP• Árvores apresentavam crescimento paralisado• Sintomas severos combinação porta enxerto
laranja azeda (Citrus aurantium) com laranja doce (C. sinensis). Esta combinação era resistente a gomose – 80% do pomar era dessa combinação.
• A doença dizimou 9 milhões de árvores;• 1946 Meneghini identificou a natureza viral da
doença.• Solução foi a subst. de laranja azeda por limão
cravo.
"Citrus Tristeza Virus"
Cancro Cítrico: Xanthomonas axonopodis pv citri
• 1957 Após recuperaçao do desastre promovido pela tristeza descobriu-se o camcro;
• Presidente Prudente – existia métodos já conhecidos de controle;
• Doença era endêmica no sudeste asiático e Japão;• 1910 – Doença introduzida na Flórida – medida de
controle – Erradicação.• Solução promovida pelo Inst. Biológico é
erradicação nos pomares paulistas;• Custos de destruição: 250 mil árvores e 3 milhões
de mudas;
Cancro Cítrico:
Xanthomonas
axonopodis pv citri
Cancro Cítrico: Xanthomonas axonopodis pv citri
• 1957-1979 – 2 milhões de árvores foram destruídas.
• Duas décadas de controle.• 1996 – larva minadora – lepdóptero –
cavava galerias que ampliava a severidade da doença.
Carvão da cana de açúcar – Ustilago scitamunea
• Década de 40-80 – sintoma de chicote• 1946 Primeiro registro em SP• Variedades plantadas na época POJ36 e
mil ha 1976 – ampliação para 10 milhões de ha em dez anos.
• Expansão de cultivo da variedade NA56-79 – moderadamente resistente a carvão.
Carvão da cana de açúcar – Ustilago scitamunea
• Nao foi realizado rouguing, termoterapia – PROÁLCOOL;
• 1981 A 1987 – aumentou em 10 mil vezes o carvão;
• Governo do estado limitou o plantio de NA56-79;
• Rapidamente foi substituída;
Carvão da cana de açúcar – Ustilago scitamunea
VASSOURA-DE-BRUXA DO CACAUEIROCrinipellis perniciosa
Vassoura de almofada floral
Vassoura vegetativa
Bowers et al., 2001
Bowers et al., 2001
VASSOURA-DE-BRUXA DO CACAUEIROCrinipellis perniciosa
Fruto de cacauinfectado
Fruto de cacaumumificado/basidiocarpos
Bowers et al., 2001
Bowers et al., 2001
VASSOURA-DE-BRUXA DO CACAUEIROCrinipellis perniciosa
Basidiocarpo
80 - 90 milhões de basidiósporos
Bowers et al., 2001
VASSOURA-DE-BRUXA DO CACAUEIROCrinipellis perniciosa
- Descoberta no Suriname em 1885- Venezuela: produção reduzida 5126 ton.
para 119 ton em 4 anos (97%)- Chegou na Bahia em 1989
Antes da vassoura
2º produtor mundial
95% produção nacional20% produção mundial400 mil ton./ano300 mil empregos diretos650 mil ha plantados700 kg por ha
Depois da vassoura
6º produtor mundial
100 mil ton./ano90 mil empregos diretos250 mil desempregados
BRASIL
BAHIA
VASSOURA-DE-BRUXA DO CACAUEIROCrinipellis perniciosa
Desastre socio-econômico:Fechamento de fazendasQueda no preço da terraÊxodo ruralCamacan perdeu 30% população
Controle: MANEJO INTEGRADOTerapia: remoção e destruição de partes afetadasFungicidas protetores a base de cobreResistência genéticaControle biológico com Cladobotryum amazoneses
e Trichoderma polysporum (TRICOVAB)
5. DOENÇAS DE IMPORTÂNCIA ATUAL
A. Cancro cítrico (1997)
B. Sigatoka negra da bananeira (1998)(Mycosphaerella fijiensis)
C. Morte súbita dos citros (1999)
D. Ferrugem Asiática da soja (2001)(Phakopsora pachyrhizi )
E.“Greening” dos citros (2004)(Candidatus Liberibacter spp)
Mal do Panamá - Fusarium oxysporum f.sp. cubense
• 1930 Piracicaba – variedade AAB – principalmente maçã, prata e ouro – suscetíveis a doença.
• Fazendo com a cultura se tornasse nômade• Mudas obtidas de plantas doentes foram
espalhadas pelo Estado de SP.• Muda de maçã – impossível hoje de se
encontrar.• Grupo Cavendish, nanica e nanicão - resistente
Mal do Panamá –Fusarium oxysporum f.sp. cubense
Mal da folhas da Seringueira-Microcyclus ulei
• Peruy e Brasil – inicio do século XIX unicos produtores de borracha;
• Amazônia – Centro de origem da Seringueira;• 1912 – maior produtor e exportador mundial;• Sudeste asiático – 1876 – sementes do Brasil
foram para Londres – enviadas para Sri lanka – espalhando-se para países vizinhos;
• 1 século depois é a região responsável pela produção de mais de 90% da produçao mundial;
Mal da folhas da Seringueira-Microcyclus ulei
• Colonização do sudeste asiático pelos ingleses foi um sucesso;
• Entao a Ford Motors – plantio na Amazônia – Forlandia;
• 1928 – 4000 ha plantados materiais da ásia;• 1934 – abandono de seringais devido M. ulei.• 1934 – Henry Ford instalou ouro projeto rio avima –
6478 ha;• 1942 – M. ulei destroi novamente;• Hoje borracha na Amazônia é uma atividade de
elevado risco – sudeste asiático o P não existe;
Sri Lanka
Migração da produção de borracha
Mal da folhas da Seringueira-Microcyclus ulei
Font
e: h
ttp://
ww
w.fa
o.or
g/do
crep
/010
/ai0
03e/
AI00
3E25
.htm
Ferrugem da Soja-Phakopsora pachyrhizii
• 2001 – chegada no PR – rapidate espalhou-se pelo Brasil.
• Região Central plantio na época de seca – manutenção do inóculo;
• 2004-2005 – Soja com 20 dias tinha foco da doença.
• Até antes de 2001 – Brasil era o 8o. Consumidor de defensivos; 2007 – passou a ser segundo
• Medidas cruciais de manejo: VAZIO SANITÁRIO E PLANTIO DE CULTIVARES PRECOCES
Ferrugem da Soja-Phakopsora pachyrhizii
• CV precoce – visa redução do tempo de exposição da cultura ao patógeno – redução do número de aplicacões;
• Cultivares resistentes vem sendo estudadas.
Greening ou Huanglonbing• Doença a décadas restrita a Ásia e África• Habitantes do floema: 3 espécies de bactérias
descritas e um fitoplasma• Sintoma de depauperamento generalizado da
copa• Dispersão ocorre por insetos vetores;• Controle: produtores da regiãodevem erradicar
plantas doentes e combater o inseto vetor – execuçao na área de forma homogênea;
• SP – substituiçao de pomar de laranja por canavial devido o greening;
Literatura recomendada:
Aula elaborada utilizando o capítulo:•BERGAMIN FILHO, A. AMORIM, L. REZENDE, J.A.M. Importância das doenças de plantas. In: AMORIN, L.REZENDE, J.A.M., BERGAMIN FILHO, A. Manual de Fitopatologia princípios e conceitos. Volume 1, 4a. Ediçao. Editora Ceres, 2011.