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INTRODUO
O ectoparasitismo uma causa comum, ainda frequentemente
subestimada, de dermatopatia em felinos. Os parasitas externos da
pele podem mimetizar outras dermatites, mas podem envolver
tratamentos e prognsticos muito diferentes. Os parasitos da pele
devem ser sempre includos na lista de diagnsticos diferenciais para
a dermatopatia em felinos e devem ser considerados no diagnstico e
plano de tratamento, antes de se iniciar a investigao de outras
dermatopatias em felinos. As helmintoses constituem um grave
problema na clnica de ces e gatos pela sua alta prevalncia e por
serem, algumas delas, consideradas zoonoses. Os principais
helmintos de interesse mdico veterinrio podem ser divididos em dois
Filos o Filo Nemathelmintes, que compreende os nematdeos, e o Filo
Platyhelminthes, formado pelos cestdeos e trematdeos.Os helmintos
podem, na sua fase adulta, estar localizados em diferentes rgos de
acordo com a sua biologia ou podem migrar por diversos rgos durante
seu ciclo evolutivo.Sua distribuio, apesar de cosmopolita,
concentra-se mais em ambientes pobres, com menor higiene. Estes
ambientes constituem os maiores riscos das infeces humanas por
esses agentes.Cerca de 750 tipos de helmintos so diagnosticados nos
felinos e sua distribuio de acordo com a ocorrncia e amplitude
difere de regio para regio, devido a fatores como clima e possveis
infestaes e tambm varia de acordo com a estao do ano.Alm de serem
considerados agentes de zoonoses, os parasitos gastrintestinais
possuem um papel relevante dentre as endoparasitoses caninas e
felinas, constituindo-se em um dos principais fatores que
interferem no desenvolvimento do animal.O diagnstico das
parasitoses acima citadas realizado, em sua maioria, atravs de
exame de fezes chamado de coproparasitolgico, alm de verificao do
histrico do animal e exame fsico para deteco de sinais clnicos
caractersticos. Nesta etapa analisaremos apenas os helmintos que
parasitam o trato gastrointestinal dos felinos.Outros endoparasitas
so os protozorios, microorganismos de vida livre, e, entre os que
vivem como parasitas nos rgos dos mamferos apenas um pequeno grupo
pode ser considerado patognico. Mesmo assim, muitas vezes o seu
significado etiolgico no est esclarecido. Por exemplo, certos
flagelados intestinais multiplicam-se quando o hospedeiro apresenta
diarria. Nesses casos a presena de grande nmero de flagelados nas
fezes resultado, e no a causa da diarria. presena marcante dos
protozorios Giardia sp., Isospora felis ( atualmente chamado de
Cystoisospora) e Eimeria.Tendo-se em vista o alto risco zoontico
das doenas parasitrias e o crescente nmero de animais de companhia,
potenciais transmissores, torna-se relevante o conhecimento
especializado da rea do controle parasitrio. Na tentativa de
controle sobre as parasitoses, os mdicos veterinrios assistiram ao
desenvolvimento da resistncia dos parasitos frente aos compostos
qumicos mesmo em pequenos animais, e isso se deve, sobretudo,
maneira como estas drogas foram utilizadas. O clnico deve ter em
mente que, alm da sade animal, deve ocupar-se da sade humana,
esclarecendo os proprietrios quanto problemtica das zoonoses.
Portanto, deve-se administrar a quantidade correto do composto,
utilizar as drogas de maneira curativa, empregar bases qumicas
especficas para a enfermidade de forma continuada no fazendo rotao
at que se comprove o aparecimento da resistncia e, caso ocorra,
deve se utilizar droga de eficcia comprovada.O maior componente
para a contaminao ambiental por estes parasitas a eliminao dos ovos
nas fezes dos ces, disseminando assim formas infectantes no
ambiente. Por isso, medidas de controle do risco da infeco em
humanos devem enfocar: 1) tratamento adequado para eliminao total
dos vermes dos ces; 2) minimizao do risco da contaminao fecal em
locais pblicos;3) manejo4) higiene dos ambientes5) tcnicas
associadas de controle estratgico
DESENVOLVIMENTO
ECTOPARASITAS
CAROS
DEMODEX CATI E DEMODEX GATOIA demodicose uma doena parasitria
que acomete muito mais os ces do que os gatos, os sintomas, causa,
preveno e tratamento so muito parecidos com a demodicose canina,
porm apesar do caro ser do mesmo gnero Demodex, a sarna demodcica
canina causada pelo Demodex Canis e a sarna demodcica felina
causada pelo Demodex cati ou Demodex gatoi.A sarna causada pelo
Demodex cati no contagiosa, ocorre em gatos que esto
imunodeprimidos, geralmente com doenas virais como FIV e FELV, e
hiperadrenocorticismo e com essa queda da imunidade o caro se
prolifera e causa coceira e consequentemente feridas geralmente na
regio das orelhas, tambm ocorrem otites ceruminosas e dermatite
facial, a forma generalizada desta sarna rara e afeta a cabea, e o
dorso.J o Demodex gatoi muito contagioso e tem diagnstico mais
difcil, nem o raspado de pele consegue identificar s vezes, causa
bastante coceira e geralmente o ocorre uma perda de pelo simtrica
no corpo do felino. As leses da doena geralmente so em volta dos
olhos,cabea, pescoo e plpebras, causam muito prurido e crostas.
Essa doena pode afetar qualquer gato, mas os gatos da raa siams e
Birmaneses apresentam uma predisposio doena, os sintomas da
demodicose podem ser confundidos com alergias alimentares, alergias
por picada de pulgas, entre outros.Para diagnosticar todos esses
tipos de caro, faz-se alguns exames como o tricograma, onde feito a
retirada do pelo da raiz para observao no microscpio e diagnstico
da sarna, um exame simples e barato, e feito desta maneira pois o
caro Demodex vive no folculo piloso da onde nasce o pelo, e o caro
se alimenta; tambm h o raspado cutneo que consiste em raspar a pele
do gato at sangrar, em seguida o material colocado em uma lmina
para ser observado no microscpio.Por causa dessa doena parasitria
tambm ocorre pododemodicose que no to severa quanto a
pododemodicose canina, ocorre prurido, eritrema e descamaes
crostosas.Tratamento eficaz e tem uma boa reposta do organismo do
animal, a sarna demodcica localizada pode ser tratada atravs do uso
dirio de pomada de rotenona, e banhos com cal sodada, porm o animal
tambm pode ser banhado com amitraz. J a demodicose felina
generalizada tambm deve ser tratada com banhos de amitraz s que em
doses diferentes, que deve ser aplicado semanalmente, porm
apresenta alguns efeitos colaterais como salivao, leve sedao e
quietude. O prognstico muito bom e j apresenta grandes resultados,
depois de trs aplicaes de soluo de enxofre sodado.
CHEYLETIELLA BLAKEI
caro causador da queiletielose, uma dermatose descamante ou
ppulo-crostosa distribuda dorsalmente, em felinos. A Cheyletiella
yasguri, no co.Essas espcies de caros podem acometer vrias espcies
de hospedeiros, incluindo o homem. Eles so habitantes da superfcie,
e se alimentam de restos cutneos superficiais e fluidos
teciduais.So sugestivos para o diagnstico clnico: a anamnese, o
prurido, a localizao e o aspecto das crostas. Deve ser feito,
tambm, o diagnstico parasitolgico, que pode ser feito de duas
maneiras Imprint - aderindo-se uma fita gomada sobre as crostas, as
formas a presentes ficaro aderidas a fita que colocada, depois,
sobre uma lmina e examinada em microscpio;Raspado de pele - raspas
a epiderme no limite da pele s e das crostas mais recentes, colher
o raspado em lmina, colocar gotas de substncias especficas para
clarificar e examinar em microscpio.O tratamento feito com
ivermectina nos ces e gatos. Tratamento eficaz por via oral.
NOTOEDRES CATI
A sarna notodrica (sarna felina) uma dermatose intensamente
pruriginosa e formadora de crostas dos gatos, causada pelo caro
sarcoptiforme Notoedres cati. Este tambm pode infestar ces e pode
causar leses transitrias nos seres humanos em contato com os
animais infestados.A sarna notodrica potencialmente contagiosa,
geralmente por meio de contato direto. O caro pode sobreviver fora
do hospedeiro por somente alguns dias.OTODECTES CYNOTIScaro que
causa a sarna de ouvido nos gatos, de todas as raas e idades e
bastante comum. Esse caro no cava tneis como o Sarcoptes. Ele fica
na superfcie da pele do condutos auditivo. A sarna de ouvido causa
coceira intensa, balano de cabea e arranhes nas orelhas pela
coceira. A presena do caro causa irritao nas orelhas. Pode
ocasionar infeco bacteriana secundria. Em casos de grandes
infestaes em animais no tratados pode ocorrer at a surdez.O seu
ciclo composto pelas fases de ovo, larva, duas fases de ninfa e o
adulto (macho ou fmea).A fmea deposita os ovos com um tipo de
cimento que faz com que o ovo fique aderido pele. As larvas eclodem
dos ovos aps 4 dias de incubao. A larva alimenta-se por cerca de 3
a 10 para depois passarem para o estgio de Ninfa.A Ninfa passar por
dois estgios antes de se transformar no caro adulto (macho ou
fmea).Os adultos podem viver at dois meses. Alimentam-se de
fragmentos de pele. O ciclo completo dura trs semanas.O diagnstico
das Sarnas feito atravs de um "raspado de pele", realizado pelo
Mdico Veterinrio, que avaliar e orientar o tratamento adequado para
o animal de estimao.O tratamento feito com sarnicidas, em duas
aplicaes, uma a cada 30 dias e uso de ceruminoltico para limpar o
conduto auditivo.
PULGAS
As pulgas adultas so hematfagas obrigatrias, ou seja,
alimentam-se exclusivamente do sangue retirado de seus hospedeiros,
os quais so aves e mamferos, incluindo os humanos. Devido a essa
relao de prejuzo para o hospedeiro (que tem seu sangue sugado) e de
vantagem para a pulga (que se alimenta do sangue do hospedeiro,
prejudicando-o.Algumas espcies apresentam um hospedeiro especfico;
outras, embora apresentem hospedeiros preferenciais, podem sugar
outros animais, da sua importncia na transmisso de doenas.Em seu
ciclo de vida, a pulga passa por quatro estgios de desenvolvimento:
ovo, larva, pupa e adulto.O acasalamento geralmente ocorre no
hospedeiro, e com apenas um acasalamento inicial a fmea capaz de pr
cerca de 500 ovos divididos em vrias posturas de seis ovos ou mais.
Estes ovos so normalmente depositados no prprio hospedeiro e por no
serem pegajosos caem sobre o solo ou sobre outros locais aos quais
o homem e/ou outros animais tm acesso.
CTENOCEPHALIDES FELIS
O Ctenocephalides o nico gnero importante no co e no gato.
Ocorrem Ctenocephalides canis e C. felis, porm o C. felis bem mais
disseminada, e em muitas regies a espcie dominante em ces e no
homem, bem como em gatos. Ambas as espcies podem atuar como
hospedeiros intermedirios do cestide comum nestes animais domsticos
Dipylidium caninum. Alm disso, o gnero Ctenocephalides o responsvel
pela ocorrncia de dermatite alrgica picada de pulga em ces e
gatos.A mais comum a Ctenocephalides felis, a "pulga do gato.
Apesar do nome, a pulga do gato afeta ces e gatos - e tambm pode
ser desagradvel para seus donos.Ctenocephalides felis felis um dos
mais importantes ectoparasitos de ces e gatos no mundo inteiro, em
virtude de sua distribuio geogrfica, dupla ao parasitolgica como
agente infestante e vetor de doenas, perdas econmicas e resistncia
adquirida contra inseticidas comuns. No Brasil, ela
sobrepujaCtenocephalides canisem distribuio, nmero de espcies de
hospedeiros infestadas, prevalncia e importncia epidemiolgica.
Quando uma pulga salta para o seu animal de estimao, ela ir iniciar
a alimentao dentro de 5 minutos e pode estar a sugar o sangue por
at 2 horas. As pulgas fmeas so as mais vorazes, consumindo at 15
vezes seu prprio peso corporal em sangue.As infestaes por pulgas
podem rapidamente sair do controle. Isto porque as pulgas pem ovos
em to grande nmero. A uma taxa de 40 a 50 por dia para cerca de 50
dias, uma nica fmea pode produzir 2.500 ovos.Atualmente existem
muitas medidas profilaticamente para se controlar esse inseto, como
coleiras, inseticidas devendo-se ter o cuidado com reao alrgica
e/ou txica. Nos locais das picadas usar antibiticos,
corticosterides e anti-histamnicos. Alm disso, deve-se combater as
pulgas tambm no meio ambiente j que a maior parte do seu ciclo de
vida ocorre no meio ambiente. Para animais hipersensveis pode se
recorrer a dessensibilizao com antgenos de pulgas. Em gatos no
esquecer a grande sensibilidade aos organocloretados.
PIOLHOFELICOLA SUBROSTRATUS
O Felicola subrostratus, o piolho do gato, o causador da
Pediculose. uma espcie especfica para felinos. Em alguns indivduos
afetados podem ser observadas algumas leses primrias alm de uma
pelagem descuidada e com ns. Se o prurido for grave, tambm podem
ser observados outros sinais como escoriaes, dermatite miliar
secundria, deramtite semelhante a DAPP ou perda de plos traumtica
geralmente no dorso.A infestao de piolhos pode ocorrer em qualquer
espcie de animais de sangue quente, como mamferos e aves, incluindo
humanos. A infestao por piolhos denominada pediculose e nos gatos o
agente etiolgico comumente incriminado a espcie Felicola
subrostratus. Clinicamente pode ser assintomtica ou determinar
prurido intenso, com dermatite e perda de plos no dorso, em alguns
casos lembrando a dermatite miliar ou hipersensibilidade picada de
pulgas.nica espcie de piolho de interesse da veterinria que
comumente parasita gatos domsticos. Animais com plos longos so os
mais severamente atacados. Distingue-se dos demais piolhos
mastigadores pela forma da cabea, caracterstica da espcie, pelo
aspecto triangular e pontiagudo. A pediculose um diagnstico raro na
maioria dos clnicos veterinrios. Os piolhos so facilmente
exterminados por ps, sprays ou xampus antipulgas; assim, os
proprietrios usualmente eliminam esses parasitos atravs dos
cuidados estticos de rotina. Atualmente, tem-se usado mais xampus
inseticidas do que h alguns anos, e a infestao por piolhos vem
decrescendo, proporcionalmente a este fato.
HELMINTOSES
Physaloptera praeputialis
Adultos vivem aderidos mucosa do estmago de gatos e ces. um
helminto comum em nosso meio.Os adultos pem na luz do estmago seus
ovos, que alcanam o meio externo junto com as fezes. Os ovos so
ingeridos por vrias espcies de artrpodes, baratas e grilos, onde
alcanam seu estdio infectante. Gatos e ces infectam-se aps
ingerirem os hospedeiros intermedirios infectados.As larvas, ento,
evoluem no estmago para adultos.So hematfagos e vivem aderidos
mucosa gstrica onde podem provocar eroses, levando a gastrite
catarral ou hemorrgica e anemia.O controle se baseia no combate aos
hospedeiros intermedirios, manejo adequado das fezes e tratamento.
Os antihelmnticos mais indicados so o fenbendazol (50 mg/kg PO, uma
vez ao dia, por trs dias), ivermectina (0,2 a 0,4 mg/kg PO ou SC,
em dose nica) , mebendazol (22 mg/kg PO, uma vez ao dia, por trs
dias), pamoato de pirantel (5 mg/kg PO, em dose nica)
Ancylostoma braziliense (mais comum em gatos)Os adultos vivem
fixados mucosa do intestino delgado (ID).Provocam a larva migrans
cutnea no homem e tm sido observados crescentes casos de crianas
com enterite eosinoflica associada infeco intestinal por A.
caninum.Os ovos so postos na luz do ID e eliminados para o meio
exterior com as fezes. As fmeas ovipem diariamente milhares de ovos
no embrionados; as de A. caninum pe em mdia 16.000 e as de A.
braziliense, 4.000 ovos diariamente. No meio exterior, em condies
adequadas, evolui, em 24 a 48 horas no interior do ovo, uma larva
de primeiro estgio. Esta larva eclode e evolui no meio externo para
larva de terceiro estgio (infectante). Ces e gatos se infectam
pelas vias oral, mais freqente, percutnea, transplacentria e
lactognica. Quando as larvas infectantes so ingeridas, penetram na
parede intestinal, sofrem uma muda, retornam luz intestinal e
atingem a fase adulta. Quando a infeco pela via percutnea, as
larvas infectantes passam pelos capilares subcutneos de forma
ativa, alcanam os pulmes, onde sofrem muda para o quarto estgio e,
por expectorao e deglutio, chegam ao intestino delgado, onde se
tornam adultas. As larvas, ao penetrarem ativamente pela pele,
podem provocar irritao local. Alteraes pulmonares podem ser
observadas atravs do exame clnico e exames radiolgicos, devido a
migraes das larvas. Entretanto, a principal patogenia dos
ancilostomdeos nos ces e gatos ocorre pela espoliao sangnea. lceras
na mucosa intestinal so associadas fixao das formas adultas pela
sua pea bucal. Normalmente os parasitas no utilizam a mucosa
intestinal como alimento. Porm, quando os animais desenvolvem
alguma resistncia, os hbitos do parasita se modificam e, no lugar
de sangue, utilizam a mucosa.Sinais clnicos e impacto na sade do
animal: Os animais parasitados emagrecem, ficam anorxicos e podem
ficar desidratados,deprimidos e menos ativos.Controle: deve-se
localizar e eliminar as fontes de infeco atravs do tratamento dos
animais infectados, higiene ambiental, manejo dos animais a fim de
evitar reas onde as larvas possam sobreviver, certificar que os
animais se alimentem apenas com rao evitando a infestao pelo
carnivorismo de hospedeiros paratnicos que mantm a larva no
terceiro estgio, infectante em seus tecidos. No solo mido e
aquecido as larvas infectantes podem sobreviver por at 15 semanas.O
tratamento medicamentoso pode ser realizado com:Febantel 25mg/kg,
em dose nicaFenbendazol 50mg/kg, uma vez ao dia, por trs dias
Toxocara catiAdultos vivem no intestino delgado de ces e gatos.
Alimentam-se de produtos pr-digeridos (aminocidos, vitaminas e
oligoelementos) e as larvas, de serosidades. Provocam a larva
migrans visceral e a larva migrans ocular no homem.Os ovos de T.
cati so eliminados no segmentados junto s fezes, sendo as fmeas
muito fecundas. Uma fmea pode produzir mais do que 100.000 ovos /
dia.Seu ciclo complexo e no hospedeiro definitivo pode utilizar
duas rotas, a somtica e a hepatotraqueal.Possui trs vias de
transmisso oral , lactognica e por hospedeiro paratnico. No meio
exterior, em condies favorveis de oxigenao, temperatura e umidade
evolui, no interior do ovo, uma larva at o estdio infectante (L3).
Os animais se infectam pela ingesto dos ovos contendo as larvas
infectantes. No intestino delgado, a larva eclode, penetra na
parede intestinal e alcana a circulao sangnea. Atinge o sistema
porta heptico e migra posteriormente para os pulmes. Alcana os
brnquios, expectorada, deglutida e no intestino delgado evolui para
a forma adulta. A eliminao de ovos nas fezes ocorre 50 a 60 dias
aps a infeco.Roedores, rpteis e pssaros podem se infectar e servir
como hospedeiros paratnicos. Sinais clnicos e impacto para sade do
animal: Em infeces macias podem ocorrer obstrues no sistema
digestivo. Vmitos e diarria podem ser observados pela ao irritante
dos adultos na mucosa gstrica e intestinal. Alguns adultos podem
penetrar nos canais biliares ou pancreticos levando a quadros
agudos e s vezes fatais. Competio alimentar ocorre devido sua ao
espoliadora de aminocidos essenciais, vitaminas e sais minerais
levando ao enfraquecimento. Sinais neurolgicos vo desde irritao, at
crises convulsivas, e esto associados com as toxinas parasitrias de
vermes vivos ou mortos, irritao das terminaes nervosas intestinais
e sensibilizao do sistema nervoso central pelas larvas
errticas.Controle: se baseia no tratamento precoce, a fim de se
evitar a contaminao ambiental pelos ovos e deve ser iniciar aos 14
dias de vida podendo ser repetido a intervalos de trs a quatro
semanas at os trs emses de idade. A me deve ser tratada
simultaneamente. Para o tratamento so indicados: Febantel 25mg/kg,
PO, dose nicaFenbendazol 50mg/kg, uma vez ao dia, por trs
diasIvermectina 0,2 a 0,4 mg/kg, PO ou SC, em dose nicaMilbemicina
oxima 0,5 mg/kg, em dose nicaPamoato de Pirantel 5mg/kg, em dose
nicaSelamectina 6mg/kg, spot on, dose nica
Dipylidium caninumParasita o intestino delgado de ces e gatos.
Possui distribuio cosmopolita. Embora no seja comum, a infeco em
humanos pode ocorrer. H, em todo o mundo, 200 citaes da infeco em
humanos, sendo este dado provavelmente subestimado. A infeco mais
comum em crianas, por ingesto acidental de pulgas infectadas,
podendo provocar quadro clnico abdominal brando e prurido anal.As
progltides grvidas so eliminadas junto com as fezes ou saem
ativamente pelo nus. Tambm as cpsulas ovgeras podem ser eliminadas
com as fezes. Os ovos so libertados pela desintegrao das cpsulas e
so ingeridos por larvas de pulgas (Ctenocephalides felis). No
interior das pulgas e dos piolhos, desenvolvem-se larvas
cisticercides e o co ou gato se infectam ao ingerirem as pulgas ou
piolhos com as larvas. No intestino delgado as larvas cisticercides
se liberam e alcanam a maturidade em duas a trs semanas.Sinais
clnicos e impacto na sade do animal: Em geral, a infeco no provoca
danos graves. Nas infeces de alta intensidade pode ocorrer irritao
da mucosa com enterite. A sada ativa da progltides pelo nus pode
causar prurido na regio perianal.Controle: eliminao de pulgas e
piolhos do ambiente. Tratamento com:Praziquantel 5mg/kg, PO, dose
nica; Nitroscanato 50mg/kg, dose nica
T. campnula e T. serrataAs formas adultas vivem no ceco e clon
dos ces e gatos.Possui distribuio cosmopolita. Vivem com a
extremidade anterior fixada mucosa e alimentam-se de lquidos
tissulares, clulas epiteliais e sangue. O ciclo direto. Milhares de
ovos so eliminados diariamente com as fezes. No meio ambiente, no
interior dos ovos evoluem larvas infectantes de terceiro estgio. Os
ovos so resistentes, mas necessitam de umidade e as larvas em seu
interior no resistem exposio aos raios solares. Sinais clnicos e
impacto na sade do animal: Em infeces por grande nmero de parasitas
podem ocorrer inflamaes do ceco e clon, pois eles dilaceram a
mucosa, levando necrose, alm da ao espoliadora direta. Estes
fatores desencadeiam diarria sanguinolenta, anemia, desidratao e, s
vezes, morte. As leses necrticas favorecem a proliferao bacteriana
e tambm de certos protozorios ciliados como Balantidium coli.O
diagnstico firmado pelo encontro de ovos nas fezes pelos mtodos de
flutuao e de sedimentao.Controle: Tratamento pode ser feito
comMebendazol 22mg/kg, PO, uma vez ao dia por cinco diasFenbendazol
50mg/kg, uma vez ao dia, por trs diasIvermectina 0,2 a 0,4 mg/kg,
PO ou SC, em dose nicaMilbemicina oxima 0,5 mg/kg, em dose
nicaDevido localizao do parasita adulta na poro terminal do tubo
digestivo e pela presena de muco pode haver interferncia ao do
anti-helmntico, devendo ser realizados duas aplicaes a cada 21 dias
e novo exame coproparasitolgico oito dias aps a vermifugao.
PROTOZOONOSES EM FELINOS
Dentre as mais comuns esto a Giardia que so vermes flagelados
que pertencem ao gnero Diplomonada.Os trofozotas da Giardia esto
adaptados para aderir s clulas da mucosa do intesino delgado,
apresentam o formato de uma lgrima com um dos lados apresentando
uma depresso, formando o disco suctorial. No interior da clula h
dois ncleos grandes que do ao microorganismo a aparncia de uma
raquete de tnis com olhos na microscopia.Os trofozotas passam pelo
processo de encistamento antes de seguir o percurso intestinal. Os
cistos maduros com potencial d formar dois trofozotas so as formas
geralmente encontradas nas fezes do hospedeiro infectado, mas tambm
podem ser observados em fezes diarricas, sendo esta forma incapazes
de causar infeco e pouco resistente morrendo rapidamente (morrem ao
atingirem a gua doce devido a sua incapacidade osmorreguladora)A
transmisso pelo conato direto.Em ces, a diarria costuma ter incio
antes do 5 dia de pos-infeco aparecendo cistos nas fezes em cerca
de uma e duas semanas.O principal sinal clnico a diarria resultante
da m absoro intestinal.Os trofozotas podem ser detectados em
preparaes de fezes diarricas pelo exame direto, mas impossveis de
se detectar em fezes rgidas. Cistos so detectados por mtodo de
concentrao, como a flutuao fecal m sulfato de zinco (o parasita se
deforma em sacarose).A microscopia de contraste de fases ajuda na
identificao de trofozotas e cistos. Cistos de Giardia so
frequentemente observados em fezes normais de hospedeiros
assintomticos, mas em algumas casos de giardase clnica nem cistos
nem trofozotas so observados nas fezes.O tratamento feito com
fenbendazol na mesma dosagem utilizada pela helmintos. Ou com uma
combinao de febantel-pirantel-prazinquantel por trs dias.Os outros
agentes parasitrios desse gnero so os coccidios - pequenos
protozorios (organismos unicelulares) que se multiplicam no trato
intestinal de ces e gatos. So muito comuns em filhotes com menos de
6 meses de idade. Tambm ocorrem em animais adultos com problemas
imunolgicos ou sob stress.O Coccidio mais comum nos gatos o
Isospora felis e Eimeria. Com a idade, o filhote desenvolve
imunidade natural contra os coccdios. Os parasitas penetram nas
clulas da parede intestinal, destruindo-as e causando leso que
passa a sangrar. Essa ulcera agrava o quadro de parasitismo, pela
perda de sangue e tambm por ocorrer a partir da, infeco secundria
por bactrias oportunistas. A inflamao catarral, passa a apresentar
sangue e pus, evoluindo para uma enterite hemorrgica grave. A
ulcerao, pode se aprofundar e causar perfurao intestinal, com
consequente septicemia por peritonite.Alm do parasitismo, os
coccdios secretam toxinas, causando intoxicaes e sensibilizando o
organismo.O filhote adquire o coccdio pelo contato com as fezes da
me (adultos sadios so portadores sem apresentarem doena). Como o
filhote ainda no tem suas defesas naturais, ele se desenvolve
rapidamente e se multiplica livremente, muitas vezes com sinais
graves.Da exposio at a apresentao dos sintomas de doena leva em
torno de 13 dias. A maioria dos casos de filhotes doentes por
coccdia est numa faixa a partir das 2 semanas de vida.Os filhotes
podem se infectar no s com as fezes da me, mas como de outros
animais ou filhotes doentes. Por isso se faz necessrio o isolamento
de filhotes doentes em gatis, hospitais e abrigos, para que a doena
no se espalhe.O primeiro sinal de coccidiose a diarria. Pode ser de
leve severa, dependendo do grau de infeco. Muco e sangue podem
estar presentes, especialmente em casos avanados. Outros sinais so:
Vmito, inapetncia, desidratao e pode ocorrer a morte em alguns
casos mais graves.
A possibilidade de coccidiose deve ser analisada em casos de
fezes moles ou diarricas em animais jovens.O diagnstico feito
atravs do exame de fezes.
MTODOS DE CONTROLE DE HELMINTOSES EM FELINOS
A negligncia quase que completa acerca do conhecimento da
biologia dos parasitos associada ao uso supressivo dos
antiparasitrios em animais de produo e de companhia levou ao
fenmeno da resistncia parasitria. A resistncia um resultado de um
processo gradativo de seleo de indivduos capazes de sobreviver aps
o constante emprego de um composto qumico. A resistncia no uma
conseqncia inevitvel do uso de drogas, e sua seleo ser dependente
da capacidade reprodutiva conferida pelos alelos de resistncia e
susceptibilidade quando do uso de um medicamento. Portanto, deve-se
administrar a quantidade correto do composto, utilizar as drogas de
maneira curativa, empregar bases qumicas especficas para a
enfermidade de forma continuada no fazendo rotao at que se comprove
o aparecimento da resistncia e, caso ocorra, deve-se utilizar droga
de eficcia comprovada.Outro fato importante quanto ao manejo e a
sanidade dos locais onde vivem os animais visando, por exemplo, o
controle da alimentao do animal como; no oferecer carne fresca sem
cozimento, evitar que o animal cace pequenos roedores, impedir o
acesso a restos de comida e carne putrefada. Outro fator
determinante o clima, uma vez que no Brasil, o clima tropical
favorece a disseminao de doenas parasitrias, por isso, medidas
educativas com manejo ambiental com controle veterinrio freqente so
eficazes.No que diz respeito grandes propriedades onde esses
animais vivem soltos ou onde h grande populao desses animais e com
acesso descontrolado alimentos enfatiza- se a necessidade de serem
implementados programas integrados de controle parasitrio. Uma das
alternativas controle natural, que a utilizao de agentes
antagonistas disponveis no ambiente que atuam sobre hospedeiros
intermedirios, paratnicos, vetores e estgios larvais de vida livre
diminuindo a fonte de infeco para o hospedeiro definitivo causando
menos efeitos negativos no ambiente do que os agentes qumicos.Um
exemplo de controle natural ou biolgico so os fungos nematfagos (
mais usados na agropecuria). Mas em um gatil, preconiza-se cuidados
bsicos: vermifugaes e pulverizaes freqentes no animal e no
ambiente, eliminao de focos de parasitas. Assim sendo,
caracteriza-se um controle estratgico associado com mtodos
naturais, qumicos e mecnicos.Bem como, quando se fala em manejo, a
existncia de locais apropriados de fcil limpeza e que garanta e
higiene do local, a exposio ao sol, ventilao, pensando tambm no
bem-estar animal.Tambm quanto s instalaes preciso local reservado
para isolar animais doentes para qus sejam tratados de forma a no
infectar os demais.
CONCLUSES FINAIS
Atualmente os animais de estimao, neste caso, ces e gatos fazem
parte das famlias e do dia-a-dia do homem. Fato este que vem fiando
cada vez mais evidente e tem nmeros crescentes na economia
mundial.Por outro lado, preciso pensar nos riscos de uma interao to
grande e se for desorganizada pode vir a trazer prejuzos aos
homens, sem esquecer dos prprios animais.Tendo-se em vista o alto
risco zoontico das doenas parasitrias e o crescente nmero de
animais de companhia, potenciais transmissores, torna-se relevante
o conhecimento especializado da rea do controle parasitrio. O
clnico deve ter em mente que, alm da sade animal, deve ocupar-se da
sade humana, esclarecendo os proprietrios quanto problemtica das
zoonoses. Sendo que tanto os ecto como os endoparasitas so agentes
transmissores ou vetores de doenas de tanto de animal para animal
como de animal para o homem.Para que essa convivncia seja
harmoniosa preciso conscientizar no apenas proprietrios, mas as
pessoas de maneira geral sobre as doenas, ciclos, formas de
transmisso, profilaxias como no manejo correto no que diz respeito
ao controle qumico ou medicamentoso, ou seja, o tratamento dessas
parasitoses e o controle natural mecnico que dizem respeito ao
fatores de controle ambiental atravs do manejo correto desses
animais e de suas necessidades e fatores sanitrios.
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