RADIOLOGIA UNESP ARAÇATUBA – aafc – 2016 IMAGENS DAS ALTERAÇÕES DO PERIÁPICE AMPLIAR AS IMAGENS, OBSERVAR AS LEGENDAS E ESTUDAR COM ATENÇÃO AOS DETALHES Os tecidos pulpares reagem a infecção bacteriana ou a outros estímulos (físicos, químicos ou térmicos) com resposta inflamatória. A polpa é muito vascularizada e está confinada entre paredes rígidas, calcificadas, o que impede tumefação nas fases de hiperemia e edema da inflamação, como ocorre em outras partes do corpo. Isso pode levar ao comprometimento de sua existência, destruindo-a totalmente. Uma infecção leva, invariavelmente, a sua necrose completa e a tendência é de expansão para a região do periápice, a única possível. É importante compreender que lesões periapicais não representam entidades individuais e distintas mas, na sua maior parte, evidenciam transformação. Os diferentes tipos de reação tecidual no periápice dental se devem principalmente a: capacidade pessoal de defesa orgânica e ao grau de virulência do agente agressor . Muito importante lembrar que não existirá lesão de periápice sem necrose pulpar (qualquer que seja a causa). A grande maioria das lesões que ocorrem no periápice são osteolíticas e sua imagem típica evidencia (FIGURAS 1a/1b) : espessamento/interrupção da imagem do ligamento periodontal, alteração na espessura da imagem da lâmina dura em densidade e continuidade (podendo até desaparecer) e perda da densidade normal do tecido ósseo (FIGURAS 2a/2b) por alterações na forma das trabéculas do osso alveolar. Desde que o primeiro tecido ósseo encontrado pelos microorganismos que passam pelo ápice é a lâmina dura, ela é a primeira a revelar evidência radiográfica de alteração (setas em 2a) bem como a imagem do espaço do ligamento periodontal (setas em 2a) ; ambos desaparecem sempre que uma rarefação óssea apical for resultado de infecção pulpar e pode-se afirmar que a ausência de alteração na imagem da lâmina dura no ápice dental sugere fortemente que essa rarefação não seja causada por necrose pulpar . Em 2b observamos linhas do trabeculado ‘dentro da lesão’ porque nossa imagem radiográfica é 2D (não temos noção de profundidade). 46: ESPAÇO PERIODONTAL MUITO ESPESSO (comparar com a imagem da raiz distal do mesmo dente) E PERDA DA IMAGEM DA LÂMINA DURA NO PERIÁPICE DENTE SEM VITALIDADE 1. PERDA DA IMAGEM DO LIGAMENTO PERIODONTAL E LÂMINA DURA. 2. ALTERAÇÃO NA DENSIDADE DO TECIDO ÓSSEO PERIAPICAL CUIDADO: PAREDES DO CANAL INCISIVO 1 a 1 b
This document is posted to help you gain knowledge. Please leave a comment to let me know what you think about it! Share it to your friends and learn new things together.
Transcript
RADIOLOGIA UNESP ARAÇATUBA – aafc – 2016
IMAGENS DAS ALTERAÇÕES DO PERIÁPICE
AMPLIAR AS IMAGENS, OBSERVAR AS LEGENDAS E ESTUDAR COM ATENÇÃO AOS DETALHES
Os tecidos pulpares reagem a infecção bacteriana ou a outros estímulos (físicos, químicos ou
térmicos) com resposta inflamatória. A polpa é muito vascularizada e está confinada entre paredes
rígidas, calcificadas, o que impede tumefação nas fases de hiperemia e edema da inflamação, como ocorre
em outras partes do corpo. Isso pode levar ao comprometimento de sua existência, destruindo-a
totalmente. Uma infecção leva, invariavelmente, a sua necrose completa e a tendência é de expansão para
a região do periápice, a única possível.
É importante compreender que lesões periapicais não representam entidades individuais e distintas
mas, na sua maior parte, evidenciam transformação. Os diferentes tipos de reação tecidual no periápice
dental se devem principalmente a: capacidade pessoal de defesa orgânica e ao grau de virulência do
agente agressor. Muito importante lembrar que não existirá lesão de periápice sem necrose pulpar
(qualquer que seja a causa).
A grande maioria das lesões que ocorrem no periápice são osteolíticas e sua imagem típica
evidencia (FIGURAS 1a/1b): espessamento/interrupção da imagem do ligamento periodontal,
alteração na espessura da imagem da lâmina dura em densidade e continuidade (podendo até
desaparecer) e perda da densidade normal do tecido ósseo (FIGURAS 2a/2b) por alterações
na forma das trabéculas do osso alveolar. Desde que o primeiro tecido ósseo encontrado pelos
microorganismos que passam pelo ápice é a lâmina dura, ela é a primeira a revelar evidência
radiográfica de alteração (setas em 2a) bem como a imagem do espaço do ligamento
periodontal (setas em 2a); ambos desaparecem sempre que uma rarefação óssea apical for
resultado de infecção pulpar e pode-se afirmar que a ausência de alteração na imagem da
lâmina dura no ápice dental sugere fortemente que essa rarefação não seja causada por
necrose pulpar. Em 2b observamos linhas do trabeculado ‘dentro da lesão’ porque nossa imagem
radiográfica é 2D (não temos noção de profundidade).
46: ESPAÇO PERIODONTAL MUITO ESPESSO (comparar com a imagem da raiz distal do mesmo dente) E PERDA DA IMAGEM DA LÂMINA DURA NO PERIÁPICE
DENTE SEM VITALIDADE 1. PERDA DA IMAGEM DO LIGAMENTO PERIODONTAL E LÂMINA DURA. 2. ALTERAÇÃO NA DENSIDADE DO TECIDO ÓSSEO PERIAPICAL
CUIDADO:
PAREDES DO
CANAL INCISIVO
1 a
1 b
RADIOLOGIA UNESP ARAÇATUBA – aafc – 2016
As margens das lesões osteolíticas vão gradualmente invadindo o tecido ósseo e, algumas vezes, o limite
entre a lesão osteolítica e o osso alveolar é pobremente definido (2a e 2b), sendo, assim, difícil perceber sua
extensão. Uma lesão sem contorno e sem limites claros caracteriza uma lesão difusa (aguda) (FIGURAS 3a/ 3b
/3c), como que ‘espalhada’ em torno do ápice dental. Em outros casos há nítida demarcação entre osso normal e área
osteolítica, caracterizando uma lesão circunscrita (FIGURAS 4a/4b). Observamos, muitas vezes, linha de osso
esclerótico, bastante transparente, de espessura e densidade variável, circunscrevendo a lesão: condensação ou
esclerose óssea. Há quem afirme que lesões com uma margens bem definidas estão sob controle mais efetivo por
parte da defesa orgânica, o que nem sempre é verdadeiro.
2 a 2 b
LESÃO OSTEOLÍTICA – TRABECULADO ÓSSEO DESORGANIZADO - DESAPARECE IMAGEM DO LIG. PERIODONTAL E LÂMINA DURA - HIPERCEMENTOSE E REAB EXTERNA NA RAIZ MESIAL= LESÃO CRÔNICA
LESÃO OSTEOLÍTICA – TRABÉCULAS ÓSSEAS EM UM DOS LADOS DA LESÃO - TEXTURA DO OSSO ALTERADA HIPERCEMENTOSE NAS RAÍZES RESIDUAIS= LESÃO CRÔNICA
3 a 3 b
Em 3a e 3b conseguimos observar a área da
lesão mas contorno/limites são indefinidos.
Espaço periodontal e l. dura desapareceram
Mesmo com canal obturado a lesão passa
por fases de agudização, perde
contorno/limites e se espalha pela área
3 c
4 a 4 b 4 b
TANTO EM 4 a QUANTO EM 4 b OS LIMITES DAS LESÕES PERIAPICAIS SÃO NÍTIDOS E MARCADOS POR
LINHA EM 4A (HALO RADIOPACO) OU CONTORNO MAIS ESPESSO DE OSSO ESCLERÓTICO EM 4B
CUIDADO COM A IMAGEM DE RIZOGÊNESE PRÓXIMO A DENTE SEM
VITALIDADE
HIPERCEMENTOSE E REAB EXTERNA LIG. PERIODONTAL PRESERVADO
1/3 APICAL DESTRUÍDO POR REABSORÇÃO EXTERNA
45 ÍNTEGRO
RADIOLOGIA UNESP ARAÇATUBA – aafc – 2016
Abaixo estão algumas considerações a respeito de alterações de imagem radiográfica dos tecidos
periapicais (ilustramos as 4 grifadas): pericementite, abscesso dentoalveolar agudo, abscesso