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As resistências dos povos à partilha do mundo

May 01, 2023

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Estêvão Senra
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Ideologia ocidental, o nacionalismo foi reelaborado no contexto das resistências e acabou por influenciar a modificação da própria estrutura interna dessas sociedades. Dessa maneira, o colonialismo contribuiu para desarticular os antigos impérios que dominavam ou, pelo menos, ameaçavam a independência de outros povos, como o Império Chinês. Na China, o colonialismo enfraqueceu não somente o Império Chinês, mas também a antiga dinastia estrangeiras dos manchus (oriundos da vizinha Manchúria). Assim, a expansão colonial do século XIX teve conexões profundas com o processo de desagregação da “velha ordem” das sociedades tradicionais dos povos conquistados e colonizados, bem como a emergência do nacionalismo entre esses povos.

De um modo geral, pode-se afirmar que as revoltas e levantes anticolonialistas do período entre 1880 e 1914 impuseram importantes reveses ao colonialismo europeu sem, contudo, barrar-lhe o caminho, com as exceções vitoriosas da Etiópia e do Japão. Produziram, em alguns casos, pesadas perdas humanas aos europeus, como no caso dos holandeses na Sumatra (atual Indonésia), dos britânicos na Britânia (atual Myanmar) e dos americanos nas Filipinas.

Certamente os países colonialistas europeus provocaram destruições em muitos povos, culturas e Estados da África e Oceania, o que custou milhares de vidas. No entanto, é preciso recordar que o colonialismo não foi privilégio dos europeus ou do então chamado “homem branco”. O Japão, que em meados do século XIX foi cobiçado pela Grã-Bretanha e pelos EUA, conseguiu, como foi referido no fim do século, passar por um movimento reformista, a Restauração Meiji. Esse movimento não apena evitou a sua dominação como também transformo o japão num país colonialista, que, nos últimos anos do século XIX e no início do século XX, tornou-se uma ameaça aos interesses europeus e, sobretudo, americanos o Extremo Oriente e Oceania.

Portanto, o móvel da expansão colonialista não foi simplesmente o desejo de dominação dos europeus, mas sim a transformação pela qual passou o capitalismo no fim do século XIX. O que diferencia o colonialismo realizado pelos países capitalistas avançados europeus ou não (como Japão e EUA) daqueles empreendido nessa mesma época por outros Estados (africanos e asiáticos) são, basicamente, os interesses da expansão do mercado capitalista sobre os mais distantes povos da Terra. A resistência que esses povos ofereceram ao colonialismo, de modo geral, não conseguiu barrar essa expansão, mas contribuiu para definir as condições em que cada povo, etnia ou Estado se inseriu nesse mercado mundial.

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