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As idéias de Marx
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As idéias de Marx

Jun 21, 2015

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Juan Juan
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As idéias de Marx

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Karl Marx (1818-1888) nasceu e cresceu na Alemanha. Durante sua juventude, conviveu com uma comunidade acadêmica portadora de idéias novas e críticas quanto ao Estado Alemão. Por conta do seu envolvimento político, foi perseguido pelo governo, sendo impedido de ingressar na carreira acadêmica. Tornou-se jornalista. Mudou-se para Paris, onde conheceu Engels, com quem escreveu, dentre outros livros, o Manifesto do Partido Comunista. Migrou para Londres após perseguição do governo Francês. Seu pensamento influencia várias áreas do conhecimento humano. Foi o fundador da doutrina comunista moderna.

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Enquanto que para Durkheim a sociologia seria a ciência que contribuiria para levar a sociedade capitalista à perfeição, para Marx a sociedade capitalista sempre seria imperfeita.Para ele, o único caminho para a superação dos problemas sociais seria a luta política para a construção de uma nova sociedade: o socialismo.

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Durkheim analisou a sociedade a partir da organização da moral social.Marx, ao contrário, analisou pela relação existente entre a consciência das pessoas e a forma de se organizarem para transformar a natureza através do trabalho.

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Para ele o modo como as pessoas trabalham em determinada sociedade influi no modo como pensam e se definem como seres sociais.

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No capitalismo o trabalho se organiza de forma a dar origem à produção quase infinita de mercadorias. A aparência da nossa sociedade seria, portanto, a de um imenso depósito de mercadorias.Seguindo esse raciocínio, Marx concluiu que para além das mercadorias e das relações de troca está a produção dessas mercadorias.

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Estudando o modo de produção dessas mercadorias, concluiu que existem duas classes sociais básicas: de um lado os proprietários dos meios de produção e de outro os proprietários da força de trabalho.Essa segunda classe não tem outro recurso que não seja vender por salário a sua força de trabalho, que acaba por ser considerada ela também como mercadoria.

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Os proprietários dos meios de produção sabem que a força de trabalho é uma mercadoria peculiar: a única que tem a capacidade de produzir muito mais do que necessita para sua reprodução. Ou seja, uma mercadoria que produz lucro para a classe empresarial.

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A classe trabalhadora produz mais do que recebe e precisa (mais valia).Seu salário é sempre muito menor que a soma do valor dos bens que produziu.Todo o excedente que a classe trabalhadora produz fica nas mãos do capitalista, que, com isso, enriquece sempre mais.

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Marx, nesta análise, descobre a contradição básica do capitalismo: que a riqueza de alguns era devida a uma situação de exploração e pobreza a que a imensa maioria está submetida.Para Marx, seria impossível superar tal contradição dentro do próprio capitalismo. Ele propõe a adoção de um novo sistema: o socialismo.

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Para ele, apenas numa situação histórica em que não existisse mais a distinção entre proprietários e não-proprietários é que eliminaria a contradição capital-trabalho.Porém, para tal, seria necessário que a classe trabalhadora, a mais prejudicada no capitalismo, se organizasse e lutasse por seus direitos.

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Assim, enquanto Durkheim acreditava que a ciência sociológica e a educação poderiam reformar o capitalismo para melhor, eliminando seus problemas, Marx pregava que através da organização e luta da classe trabalhadora dentro de todas as instituições, a sociedade capitalista seria superada com a criação de uma sociedade nova e mais humana.

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Para a teoria de Marx o elemento fundador da sociedade é o trabalho: o ser humano transforma a natureza que o cerca e cria bens materiais de que necessita; neste processo as pessoas passam a pensar e a desenvolver sua consciência para se comunicar, trocar idéias através da linguagem; passam a interpretar não só a sociedade em que vivem, como também as suas atividades práticas; neste momento que as pessoas estabelecem relações sociais.

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O que constatamos é que no desenrolar da história só foi possível desenvolver uma consciência e uma linguagem por conta dos problemas práticos que surgem ao enfrentar a natureza. Ou seja, é a luta pela sobrevivência que faz desenvolver o pensamento e a linguagem.

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Em resumo, para Marx, não é a consciência das pessoas que explica a sociedade, mas determinada maneira de se apropriar da natureza e agir cria determinada consciência, determinada maneira de pensar.A consciência das pessoas, suas idéias, seus valores resultam de relações sociais que os indivíduos estabelecem entre si no processo de apropriação material da natureza.

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Ele esclarece que é importante saber que a ligação entre as relações sociais e a consciência é algo contraditório: ou seja, nem sempre a realidade social corresponde àquilo que pensamos sobre essa realidade. Nem sempre a visão da exploração está presente na consciência das pessoas, porque aparecem certas idéias e valores que tentam esconder essa realidade.A origem dessas idéias e valores seria diferente nas duas classes sociais:

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Na dos proprietários, o trabalho é visto como fonte de lucro, sua tendência é reforçar os aspectos que acha positivos no capitalismo: sociedade boa, de riquezas, de progresso, liberdade para empreender e torna-se rico, etc.Na dos trabalhadores, o trabalho é visto como fonte de pobreza, sua tendência é reforçar os aspectos negativos do capitalismo: sociedade desigual, de privações, de salários baixos, falta de liberdade para viver dignamente, etc.Essa segunda visão não estaria presente na mente da maioria.

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Isto porque a classe empresarial, que tem maior poder econômico, político e de comunicação, consegue impor com mais facilidade os seus interesses, convencer o conjunto da sociedade da “verdade” e “validade” prática de sua visão de mundo.

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Para Marx, ideologia na sociedade capitalista seria uma imposição de valores e idéias da classe empresarial (dominante) como sendo a única visão correta de sociedade e a consequente tentativa de fazer com que a classe trabalhadora pense com os valores da classe dominante.

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• Para Marx, a sociedade divide-se em:

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“A educação é um mecanismo que, conforme seu conteúdo de classe, pode oprimir ou emancipar o homem.”

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Ele também percebe na educação a possibilidade de mudança social e a emancipação intelectual do individuo.Marx via na educação a possibilidade de livrar o indivíduo da opressão da sociedade.

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...uma maneira de propagar o abuso de uma classe social em relação a outra, pois tende a disseminar o pensamento dominante.

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Fetichização da Mercadoria

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O centro nervoso do sistema capitalista deslocou-se da produção industrial para o monetarismo e para o sistema financeiro, “privilegiando a mais abstrata e fetichizada das mercadorias, o dinheiro.” (CHAUÍ)

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Fetiche da mercadoria: segundo Marx, o trabalhador, ao vender sua mão-de-obra no mercado de trabalho, perde o controle sobre o produto produzido. A mercadoria, que surge da linha de produção, trabalhada parcialmente por diversos operários, torna-se algo irreconhecível para seus produtores (os trabalhadores). A perda do controle sobre o fruto do trabalho permite que o produto assuma características de tirania e de controle absoluto sobre seus produtores.

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A mercadoria e o mercado permitem uma inversão de perspectiva: a mercadoria controla o produtor e não o produtor controla a mercadoria. Como num feitiço (fetiche), a mercadoria ganha vida própria, torna-se a determinante da vida dos homens. Ela se “humaniza” na mesma medida que o homem se reifica ou torna-se coisa. Afinal, tudo e todos se tornam mercadorias no âmbito das relações capitalistas.

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Manifesto do Partido Comunista(Ed. Edipro, pp 71/72)

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Através da exploração do mercado mundial, a burguesia deu um caráter cosmopolita à produção e ao consumo de todos os países. Para grande pesar dos reacionários, retirou debaixo dos pés da indústria o terreno nacional. As antigas indústrias nacionais foram destruídas e continuam a ser destruídas a cada dia. São suplantadas por novas indústrias, cuja introdução se torna uma questão de vida ou morte para todas as nações civilizadas – indústrias que não mais empregam matérias-primas locais, mas matérias-primas provenientes das mais remotas regiões, e cujos produtos são consumidos não somente no próprio país, mas em todas as partes do mundo.

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Em lugar das velhas necessidades, satisfeitas pela produção nacional, surgem necessidades novas que para serem satisfeitas exigem os produtos das terras e dos climas mais distantes. Em lugar da antiga auto-suficiência e do antigo isolamento nacional e local, desenvolve-se em todas as direções um intercâmbio universal, uma universal interdependência das nações. E isso tanto na produção material quanto intelectual. Os produtos intelectuais de cada nação tornam-se um patrimônio comum. A unilateralidade e a estreiteza nacionais tornam-se cada vez mais impossíveis, e das numerosas literaturas nacionais e locais forma-se uma literatura mundial.

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Com o rápido aperfeiçoamento de todos os instrumentos de produção, com as comunicações infinitamente facilitadas, a burguesia arrasta todas as nações, mesmo as mais bárbaras, para a civilização. Os baixos preços das suas mercadorias são a artilharia pesada com que derruba todas as muralhas chinesas, com que força à capitulação o ódio mais obstinado dos bárbaros aos estrangeiros. Compele todas as nações a apropriarem o modo de produção da burguesia, sob pena de ruína total; compele-se a introduzirem no seu seio a chamada civilização, isto é, a tornarem-se burguesas. Numa palavra, a burguesia cria para si um mundo à sua imagem e semelhança.