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Artigo_18 Elcio Da Silva_Danilo Matoso

Oct 07, 2015

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Detalhes estruturais de Brasilia
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  • ESTRUTURAS METLICAS NO CONCRETO DE BRASLIA

    Elcio Gomes da Silva Arquiteto e Urbanista

    Analista Legislativo Arquiteto Cmara dos Deputados Doutor em Arquitetura e Urbanismo UnB (2012)

    Danilo Matoso Macedo

    Arquiteto e Urbanista Analista Legislativo Arquiteto Cmara dos Deputados

    Mestre em Arquitetura e Urbanismo Escola de Arquitetura da UFMG Doutorando em Arquitetura e Urbanismo UnB

    Cmara dos Deputados Palcio do Congresso Nacional - Praa dos Trs Poderes

    Cmara dos Deputados Anexo I, Sala 2009 CEP 70160-900 - Braslia-DF - Brasil

    Fone - +61 3216-4346 | Fax - +61 3216-4336 [email protected]

    [email protected]

  • ESTRUTURAS METLICAS NO CONCRETO DE BRASLIA RESUMO

    Os edifcios representativos construdos em pouco mais de trs anos e meio para a inaugurao de Braslia caracterizam-se, essencialmente, pela exaltao da tcnica do concreto armado e das possibilidades do material hbrido, explicitadas na leveza aparente das colunas dos palcios, nos planos delgados e nas cpulas. No obstante, o conjunto arquitetnico dos edifcios de mltiplos andares, definidor da Esplanada dos Ministrios, materializou-se a partir do considervel uso de esqueleto estrutural metlico. Testado preliminarmente como prottipo na execuo do Braslia Palace Hotel, o sistema fez parte das solues apresentadas por Oscar Niemeyer para os prismas que abrigariam os Ministrios conforme a proposta urbanstica de Lucio Costa e para as torres anexas do Palcio do Congresso Nacional. A deciso tornou possvel o cumprimento do prazo previsto, mas no sem dificuldades. De um incio alicerado na indstria nacional ao envolvimento malogrado de empresas estrangeiras a leitura da sequncia dos fatos revela, nas dificuldades enfrentadas e nas concesses admitidas, aspectos prprios da condio em que se encontravam a tcnica e a tecnologia das estruturas de ao no Brasil. Tendo por base a anlise da documentao tcnica original, referente ao projeto e execuo daqueles edifcios, bem como dos documentos administrativos da construo, o trabalho apresenta os eventos histricos e procura avaliar as possveis contribuies deste perodo de incomum concentrao do emprego de estruturas de ao nas construes. Palavras-chave: Estruturas metlicas, Palcio do Congresso Nacional, Edifcios Ministeriais de Braslia ABSTRACT Brasilias representative buildings, produced in three years and a half for the inauguration of the capital, are a showcase for the advanced technique of reinforced concrete in Brazil, exploring the possibilities of that hybrid material through the lightness of the palaces columns, the slim plans and the domes. However, many of the main buildings defining the Esplanade of Ministries were possible thanks to a steel skeleton. The system, tested as a prototype at the small Braslia Palace Hotel, was used in the prisms of the Ministries designed by Niemeyer after Lucio Costas urban design and also in the towers annex to the National Congress. It made possible to accomplish the tight schedule, but not without difficulties. From a beginning based on Brazilian industry to a unsuccessful involvement of foreign companies, the reading of the historical facts shows, in the obstacles and compromises, the state of development of technique and technology of steel structures in Brazil. Based on the scrutiny of the original technical and administrative documentation referring to the design and building processes of those works, this paper present the historical events aiming to evaluate the possible contributions of that period of unusual and concentrated use of steel structures in Brazil. Keywords: Steel structures, Palace of Congress, Ministries in Brasilia.

  • ESTRUTURAS METLICAS NO CONCRETO DE BRASLIA

    A construo de Braslia, em termos tecnolgicos, no pode ser considerada um

    marco da tecnologia nacional; mas, sem dvida, o da engenharia brasileira.

    mais o resultado de decises firmes tomadas em nome de um projeto e

    construo do que de estudos apurados de materiais, mtodos e processos de

    construo. Ela permitiu, contudo que se desenvolvessem, pela ao direta,

    mtodos de construo inusitados em regies longnquas dos meios

    industrializados.1

    Braslia foi construda a partir de agosto de 1956, registro dos primeiros projetos, e

    inaugurada em abril de 1960, com os principais edifcios pblicos executados. Alm

    das dificuldades determinadas pelas condies do canteiro, o prazo de pouco mais de

    trs anos e meio, entre deciso poltica e data escolhida para a mudana, foi tambm

    fator delimitador das aes. Imps a disciplina do tempo ao planejamento arquitetnico

    que, alm de solucionar aspectos vinculados s exigncias simblicas, deveria

    garantir a viabilidade dos prdios para a inaugurao, por meio, dentre outros

    recursos, da escolha de sistemas construtivos adequados ao cronograma de curto

    prazo.

    As condies para atender ao grande volume de obras previsto resultariam, em

    grande medida, da adoo de tcnicas que proporcionassem velocidade na produo.

    Neste contexto, a deciso do esqueleto estrutural assumia importncia fundamental,

    principalmente devido necessidade de construo rpida dos edifcios de mltiplos

    andares destinados a abrigar os diversos rgos pblicos necessrios ao

    estabelecimento da Administrao Federal.

    Como notrio, o concreto armado era o sistema estrutural preponderante na poca

    para construo civil no Brasil, com pleno domnio projetual e executivo pelos tcnicos

    e empresas locais. Impulsionado pela grande demanda por construes, ocorrida a

    partir da dcada de 20, teve hegemonia consolidada graas a uma combinao de

    fatores. Alicerava-se na formao dos engenheiros de estruturas, obtida no mbito

    das firmas de projetos e das construtoras que atuavam na rea. Possua a

    convenincia de exigncia mnima na qualificao da mo-de-obra. Por fim, contava

    com estmulos do Estado, quer no apoio conduo de pesquisas no mbito dos

    institutos e laboratrios, quer no favorecimento para a instalao de fbricas de

    cimento no pas, fato que aconteceu em 1924.2

    Embora de ampla utilizao nos arranha-cus em outros pases, o uso de estruturas

    metlicas ainda se encontrava em estgio inicial em nosso pas.3 A exemplo do

  • concreto, os projetos tambm dependiam de formao complementar e extracurricular,

    entretanto, eram poucos os profissionais especializados no clculo. O custo e a

    exigncia de formao dos trabalhadores para a montagem das peas restringiam o

    uso da mo-de-obra disponvel. Os conflitos de interesse entre as firmas produtoras de

    ao e os cartis de cimento politicamente mais fortes em virtude dos favores Estatais

    tambm foram determinantes para o tmido emprego do ao em obras.4 No por

    acaso, a indstria siderrgica fornecedora de perfis laminados, destinados

    construo civil, iniciou sua consolidao tardiamente, em meados da dcada de 40,

    com o aporte de capital externo para a inaugurao da Usina Siderrgica de Volta

    Redonda.5

    No cenrio de franca hegemonia do concreto armado, a deciso pelo emprego de

    estruturas metlicas em edifcios pblicos de Braslia e o conhecido xito da

    empreitada, de certo, despertam indagaes. Tomando-se por base os

    acontecimentos ocorridos nas construes da capital e que envolveram decises de

    planejamento, desdobramentos projetuais e a prpria construo, procura-se avanar

    na compreenso de alguns destes questionamentos. De um lado, investiga-se a

    partir das iniciativas do Estado como empreendedor quais os desdobramentos na

    siderurgia voltada para a construo civil. De outro, diante da experincia em grande

    escala com sistema construtivo tendente industrializao, busca-se verificar as

    possveis contribuies tecnolgicas e para a capacitao tcnica no uso do ao.

    BRASLIA PALACE HOTEL, O CANTEIRO EXPERIMENTAL

    Iniciado ainda sem a definio do plano urbanstico da nova capital, um dos primeiros

    edifcios que teve o uso de perfis estruturais de ao foi o Hotel de Turismo Braslia

    Braslia Palace Hotel. A construo serviu como laboratrio para a empreitada que se

    vislumbrava e, embora no fosse uma tpica edificao em altura, a ideia de realizar

    um experimento em menor escala mostrava-se prudente, tanto para avaliar o

    atendimento a premissas arquitetnicas, quanto para colocar prova possibilidades da

    indstria nacional e capacidade tecnolgica das empreiteiras diante das difceis

    condies de execuo.

    Alm da potencial reduo de prazos para erguer superestruturas, a opo pelo uso

    do sistema metlico tambm se vinculava determinao de Juscelino Kubitschek

    para incluir nas atividades de Braslia a indstria siderrgica do pas. Neste caso, o

    material seria fornecido pela Fbrica de Estruturas Metlicas, subsidiria da

    Companhia Siderrgica Nacional CSN, usina de Volta Redonda. A previso

  • sinalizava que no s o fornecimento para a construo do hotel, mas tambm as

    peas dos futuros Ministrios ficariam a cargo da indstria nacional.

    De acordo com uma solicitao da NOVACAP, e em obedincia urgente

    recomendao do Presidente Juscelino Kubitschek, a Usina de Volta Redonda

    fornecer Companhia Urbanizadora estruturas metlicas desenhadas e

    fabricadas na Fbrica de Estruturas Metlicas da Companhia Siderrgica

    Nacional. Os primeiros fornecimentos destinar-se-o provavelmente

    construo de um hotel. Em seguida, a Fbrica projetar as estruturas para os

    primeiros edifcios ministeriais a se erguerem em Braslia. 6

    Figura 1 Braslia Palace Hotel, 1956 Planta baixa do trreo e corte transversal

    O Hotel fazia parte do conjunto urbanstico que tambm contemplava Igreja,

    Residncia Oficial e Palcio Presidencial. Localizado s margens do lago artificial que

    seria criado, o prdio tinha por principal funo servir de apoio a visitantes e a

    autoridades, receptivo apropriado em proximidade com o palcio previsto. A primeira

    verso do projeto, datada em 17 de agosto de 1956, mostra um volume horizontal de

    dois nveis sobre pilotis, destinado aos apartamentos, e outro volume trreo, marcado

    por vedao em desenho sinuoso, que se destinava aos espaos de convvio e

    social.7

  • A segunda verso manteve a concepo inicial, marcada pelos dois principais volumes

    conectados. O prisma horizontal foi acrescido de um nvel e ganhou maior dimenso

    horizontal, enquanto o volume trreo permaneceu com as mesmas caractersticas da

    proposta original. Entre o plano inicial e o definido para execuo, a malha do principal

    volume sofreu adaptaes, provavelmente resultantes da opo pelo sistema baseado

    no esqueleto estrutural metlico, passando a ter vos de 7m e 7,25m e balanos de

    2,5m, no sentido transversal, e de 3,5m nas extremidades do bloco (fig. 1).8

    Na fase projetual define-se a tipologia estrutural adotada para os demais sistemas

    que, na poca, empregaram o ao em Braslia. Em concreto armado seriam

    executadas as fundaes e as vedaes das circulaes verticais torres de escadas

    e poos de elevadores definidas como ncleos rgidos de contraventamento,

    atuantes na estabilidade horizontal do edifcio. Elementos metlicos dispostos em

    malha regular com apoios recuados configurando os balanos nos planos de pisos

    e lajes em concreto solidarizadas ao vigamento de ao. Todas as peas metlicas

    ficariam ocultas. Pilares totalmente envolvidos por revestimento ou por concreto e

    vigas integradas aos planos horizontais definidos pelas lajes de piso e laje de forro. Os

    materiais aplicados tinham, por principal funo, atuar na resistncia ao fogo das

    estruturas de ao.

    No caso do hotel, utilizaram-se pilares em duplo C espaados e soldados a

    segmentos intercalados. Vigamentos principais e secundrios contaram com perfis I

    conectados, entre si ou aos suportes, por rebites. As lajes se solidarizavam ao

    conjunto por meio de uma malha de ferro soldada s vigas, o que garantia a unio

    entre as partes em ao e os trechos em concreto. Somente os pilares receberam

    envoltrio em placas de concreto e revestimento externo em chapa metlica, o

    vigamento sob forro, aparentemente teve apenas cobertura de proteo contra fogo.

    Para a construo, o material proveniente de Volta Redonda foi transportado por via

    frrea at Anpolis, de onde seguiu por estradas precrias at o local do canteiro (fig.

    2). A execuo ficou a cargo da empresa Pacheco Fernandes Dantas Ltda.,

    proveniente de So Paulo e cujo envolvimento nas obras de Braslia deu-se por uma

    combinao de fatores polticos que culminaram na participao da empreiteira nas

    tarefas para o hotel.9 Tendo como responsvel tcnico o engenheiro Fausto Favale, a

    obra tambm contou com outro engenheiro, mais experiente, e que j havia trabalhado

    com estruturas em ao nos Estados Unidos.10

  • Figura 2 Braslia Palace Hotel, 1957 Fotos da montagem do esqueleto estrutural metlico

    Fonte: Arquivo Pblico do Distrito Federal

    A deciso pelo esqueleto estrutural em ao visando promover rapidez na execuo

    obteve o resultado pretendido. O Hotel cuja construo fora iniciada em setembro de

    1957, foi concludo em oito meses, sendo inaugurado em maio do ano seguinte (fig. 3).

    Ainda que o sucesso pudesse sinalizar uma alternativa vivel, tratava-se de um objeto

    isolado e de relativamente pequena rea construda se comparado s necessidades

    para abrigar os futuros edifcios pblicos da capital.

    Figura 3 Braslia Palace Hotel, 1958 Fonte: Arquivo Pblico do Distrito Federal

  • EDIFCIOS PBLICOS DE MLTIPLOS ANDARES

    Em maro de 1957, como resultado do concurso para o Plano Piloto, a proposta de

    Lucio Costa apresenta, no conjunto cvico-administrativo da nova capital, a sequncia

    de blocos na Esplanada dos Ministrios e a sugesto de lmina vertical para o edifcio

    do Congresso Nacional na Praa dos Trs Poderes.11 Ao longo do mesmo ano, na

    elaborao de projetos dos edifcios, Niemeyer ratificaria a volumetria sugerida pelo

    urbanista: os Ministrios seriam definidos como a sequncia de volumes prismticos; e

    o Congresso Nacional marcaria a transio entre Esplanada e Praa com a

    composio das cpulas em base horizontal e os dois edifcios em altura.

    Embora, no perodo simultneo ao concurso, a construo do Hotel com material e

    mo-de-obra nacionais estivesse em fase de concluso, a complementao dos

    demais prdios em estrutura metlica fornecidas pela indstria brasileira, ao contrrio

    do previsto, foi deixada de lado. Dentre as razes, tem-se o fato destes elementos

    terem sido contemplados como parte de um acordo internacional firmado entre Brasil e

    Estados Unidos, que envolvia a concesso de emprstimo junto ao Export-Import

    Bank.12 Em contrapartida ao financiamento obtido, a Companhia Urbanizadora da

    Capital Federal NOVACAP firmaria contrato para fornecimento e montagem de

    estruturas em ao dos dezesseis edifcios ministeriais e da barragem no futuro Lago

    Parano.13

    A contratao das estruturas com empresa estrangeira remete deciso do Estado,

    conduzida, em abril de 1957, pelo ento presidente da NOVACAP Israel Pinheiro:

    O presidente expe ao Conselho as dificuldades para construo de edifcios

    pblicos em Braslia, principalmente no tocante s estruturas, comumente feitas

    de concreto armado. Declara, tambm, estar procedendo a estudos, por

    intermdio dos rgos tcnicos competentes da Companhia, a fim de verificar

    possibilidade do emprego de estruturas metlicas. Adianta, ainda ter recebido

    proposta de firma especializada norte-americana para fornecimento e montagem

    de estruturas metlicas, inclusive com financiamento do Eximbank.14

    A proposta tambm teve o parecer favorvel de Niemeyer, que manifestou

    preocupaes com o prazo de execuo e a capacidade da indstria nacional para

    atender demanda, conforme transcrio de entrevista realizada na poca.15

    [...] a encomenda de estruturas metlicas no estrangeiro pela Companhia

    Urbanizadora da Nova Capital do Brasil visa a dois objetivos principais:

    economia e tempo. Pelo contrato efetuado, as estruturas sero entregues em

    tempo recorde, e seu custo ser muito inferior ao do mercado corrente. Por outro

  • lado, Volta Redonda, que est executando uma encomenda tambm de

    estruturas para Braslia, no poderia desincumbir-se de mais este pedido sem

    prejuzo para seu programa de produo.16

    A partir da iniciativa, contrato firmado em 12 de julho de 1957 com a norte americana

    Raymond Concrete Pile Company of the Americas, com sede em Nova York, previu a

    execuo das obras de fundao e montagem das estruturas metlicas dos edifcios

    ministeriais, alm da construo de represa e usina hidreltrica para o lago.17 Como

    parte do acordo, a empresa delegou Construtora Planalto os servios a serem

    realizados no Brasil, ficando sob responsabilidade da contratada original somente a

    parcela prestada no exterior, em especial o fornecimento das peas metlicas.18

    Convm ressaltar que acordo internacional com vinculao entre empresas brasileiras

    e estrangeiras inseria-se em contexto comum no perodo e tinha inteno clara. A

    estratgia j havia sido utilizada em obras pblicas, durante as gestes anteriores de

    Kubitschek com o intuito de, simultaneamente, viabilizar execuo dos servios e

    promover a capacitao das empresas nacionais por meio da transferncia de

    tecnologia. Tratava-se, portanto, de oportunidade para absorver conhecimento e

    implementar novas tcnicas construtivas por parte do empresariado local.19

  • PROJETO DOS EDIFCIOS MINISTERIAIS

    Como parte deste contexto decisrio, o primeiro estudo para os Ministrios teve

    registro em julho de 1957. O lanamento previa edificaes de 17mX120m, com 38m

    de altura, dez pavimentos sobre pilotis e sobreloja passarela elevada que

    interligaria os prdios, alm de servir como passagem abrigada. O lanamento

    estrutural nos pavimentos indicava os apoios recuados, com balanos de 1m,

    distribudos em eixos modulares de 5m no sentido longitudinal e vos assimtricos de

    9m e 6m no sentido transversal, com trs linhas de apoio. No pilotis, de dupla altura, o

    projeto trazia uma espcie de transio, com apoios desenhados e que direcionariam

    o carregamento para duplicar o vo no trreo (fig. 4).20

    Figura 4 Anteprojeto para os Edifcios Ministeriais, 1957 Fonte: Arquivo Pblico do Distrito Federal

    A partir do lanamento, a soluo estrutural foi conduzida pela arquitetura. o que

    aponta o conjunto de documentos tcnicos elaborados, em fevereiro de 1958, para

    clculo e fornecimento das peas metlicas (fig. 5). Estes desenhos possuem registros

    de notas e especificaes em ingls e, aparentemente determinaram o projeto

    executivo para a construo. Dentre as orientaes, os pilares com perfil I seriam

    protegidos por concreto simples e o vigamento metlico, com mesma tipologia de

    perfis, teria lajes de concreto solidarizadas.21

  • Figura 5 Lanamento estrutural para os Edifcios Ministeriais, 1958 Fonte: Arquivo Pblico do Distrito Federal

    Os registros para as estruturas tambm indicam alteraes na proposta original.

    Neles, o prdio tem a proporo modificada para 17mX100m, mantem a altura total,

    mas reduz nmero de pavimentos para oito, acima do mezanino, talvez, devido s

    demandas de estruturas e locao de reas tcnicas na cobertura. A malha

    estrutural tambm modificada, se aproximando da tipologia padro j vista. No

    sentido longitudinal, mantidos os eixos modulares transversais de 5m, acrescida

    uma quarta linha apoios, que configura uma sequncia de pilares muito prximos, o

    que, juntamente com os ncleos verticais em concreto, atuam em benefcio da

    estabilidade horizontal do conjunto. Tambm no sentido longitudinal, junto s

    elevaes, so suprimidos pilares, em intervalos regulares, e o vo passa a ter 10m,

    desaparecendo a transio no pilotis.

  • Figura 6 Edifcios Ministeriais, 1958

    Planta baixa do trreo, corte transversal e elevao

    O segundo estudo da arquitetura, baseado no lanamento estrutural e datado em

    maro de 1958, encerra as modificaes e orienta a execuo (fig. 6). O partido se

    aproxima da volumetria do prisma puro e, agora, sem pilotis, as vedaes e as

    empenas chegam at o piso. Afora esta mudana, permanece vlida, nestes registros,

    a ideia original, sinalizada por Lucio Costa nos croquis para o Plano Piloto, da

    sobreloja e do elevado interligando os prdios, o que no chegou a ser executado.22

    PROJETO DAS TORRES ANEXAS NO PALCIO DO CONGRESSO

    NACIONAL

    O contrato estabelecido com a Raymond Concrete Pile seria motivo de alguns termos

    aditivos, ao menos dois deles com desdobramentos significativos para a discusso em

    pauta. O primeiro relaciona-se incluso de estruturas metlicas em parte do conjunto

    que definiria o Palcio do Congresso Nacional. Conforme visto, o contrato

    contemplava a montagem para dezesseis edifcios ministeriais, desta previso as

    estruturas destinadas aos Ministrios foi reduzida a onze prdios e, noutra mudana,

    foram includas as duas torres anexas do Congresso Nacional, no relacionadas

    inicialmente.

    A concepo projetual para o palcio ocorre entre maro e julho de 1957, perodo no

    qual se define a composio final com o embasamento horizontal, cpulas e as duas

    torres anexas de vinte e oito andares. A proposta inicial das torres resulta do exerccio

    para a obteno de espessura laminar mnima nos pontos extremos do prisma,

    recurso tambm utilizado por Le Corbusier para as torres de escritrios que faziam

    parte da proposta de urbanizao da cidade de Argel (1931-1934).23 No caso de

  • Braslia, a soluo tem, no hbil alargamento da parte interna central, o abrigo

    necessrio a circulaes verticais e reas de apoio, ao mesmo tempo em que libera

    espao regular para os escritrios junto s principais faces dos volumes.

    Alm de serem edifcios altos, a preocupao com as aes horizontais provenientes

    dos ventos nas fachadas envolvia algumas peculiaridades. Com grande rea sujeita a

    estas aes, as faces expostas nas fachadas sul e norte apresentavam 95m de altura

    e 45m de comprimento. Em acrscimo, a proporo entre largura 12,5m

    considerando a maior dimenso e altura de cada lmina correspondia a uma relao

    de aproximadamente 1/8. Esta combinao de fatores poderia comprometer a

    estabilidade das construes. Nesse sentido, a ligao intermediria que ocorre entre

    as lminas tambm se justifica como recurso para auxiliar o combate s foras

    horizontais nas fachadas. 24

  • Figura 7 Palcio do Congresso Nacional, 1957

    Planta, corte e distribuio dos apoios nas torres anexas

    Durante a etapa de desenvolvimento, o projeto mantm a volumetria original,

    entretanto, a malha redefinida em funo do projeto executivo das estruturas.

    Preservadas as caractersticas externas da forma e as dimenses gerais, os vos

    longitudinais so redimensionados para se ajustarem ao comprimento das peas

    metlicas pilares e vigas com perfis I resultando em trechos de 4,89m (fig. 7). No

    sentido transversal acrescida uma linha de apoios em posio prxima dos pilares

    da fachada, soluo que, juntamente com o ncleo rgido central que conta tambm

    com pilares muito prximos e a ligao intermediria entre as torres, auxilia

    estabilidade do prdio.25

    Tendo por referncia os desenhos dos Ministrios e este lanamento da arquitetura

    para o Congresso, as peas metlicas foram fornecidas por uma das grandes

    produtoras de ao dos Estados Unidos, a Bethlehem Steel Corporation.26 De acordo

    com o local de destino, os perfis metlicos foram distribudos ao longo da Esplanada

    dos Ministrios e do canteiro central na Praa dos Trs Poderes (fig.8). Com previso

    de montagem utilizando guindastes treliados para posicionamento das peas e de

    rebites para conexo entre elas, o planejamento e a execuo ficaram, ento, sob a

    responsabilidade dos profissionais estrangeiros.

    Figura 8 Peas metlicas distribudas na Esplanada dos Ministrios e Vista dos esqueletos metlicos Fonte: Instituto Moreira Salles

    CONSTRUO

  • A segunda modificao no contrato internacional, com relevante impacto, refere-se

    montagem das estruturas metlicas pela prpria NOVACAP. Se havia expectativa de

    que a equipe de profissionais americanos pudesse realizar a tarefa nas mesmas

    condies que os construtores brasileiros, as aes verificadas no incio da montagem

    deixaram claro que o modo de trabalho no se adequava realidade de Braslia. Os

    registros do conta da incompatibilidade entre os procedimentos dos contratados,

    balizados pelas regras que a tcnica determinava, e as exigncias para lidar com

    situaes de exceo ou com mtodos alternativos. Cumprimento de jornada de

    trabalho em turnos regulares, atendimento irrestrito s questes de segurana e

    exigncias quanto ao uso de equipamentos especficos em obra, foram algumas das

    situaes que levaram ao problema. Segundo os depoimentos dos envolvidos, a

    impresso foi de que a superespecializao os limitava, construa-se muito devagar.27

    Figura 9 Palcio do Congresso Nacional, 1959 Fotos da montagem do esqueleto metlico Fonte: Arquivo Pblico do Distrito Federal

    Motivada por esta preocupao e j contando com as peas metlicas distribudas ao

    longo do canteiro central da Esplanada dos Ministrios e da Praa dos Trs Poderes,

    em 02 de maio de 1959, a NOVACAP promove alteraes no contrato firmado com a

    Raymond das Amricas. Neste novo termo, a empresa pblica assume a

    administrao e a finalizao dos edifcios restantes incluindo as torres do

    Congresso Nacional (fig. 9) e da represa, deixando como nica obrigao a cargo da

    contratada a responsabilidade de prestar assistncia tcnica na construo desta

    ltima. 28

    A partir da iniciativa, a montagem das estruturas metlicas, tanto dos Ministrios,

    quanto das torres anexas contariam com mo-de-obra sem experincia no sistema

    construtivo e que seria capacitada durante a prpria realizao das tarefas (fig. 10). A

  • NOVACAP contratou pequenas empresas, distribuindo entre elas os Ministrios.

    Embora no tivessem conhecimento nem domnio da tcnica para montar edifcios em

    estruturas metlicas, foram estes os agentes responsveis pela realizao dos

    trabalhos.

    [...] para montar os ministrios [...] vieram operrios que no tinham experincia

    nenhuma, nordestinos que tinham chegado na nova capital e que comearam,

    em pouco tempo, a montar estruturas metlicas dificlimas, que envolviam

    tarefas de arrebitar, com a maior rapidez do mundo para se cumprir o prazo

    necessrio.29

    Figura 10 Operrios durante a montagem das estruturas Fonte: Arquivo Pblico do Distrito Federal

    A execuo das partes em concreto para o sistema estrutural, tanto das lajes que

    completam a estabilidade, quanto da soluo de proteo contra incndio, tambm foi

    marcada por imprevistos. As lajes foram objeto de contratao especfica, para

    Ministrios e torres anexas do Congresso, em mesmo processo. Dentre as propostas

    apresentadas, foi aprovada, inicialmente, a execuo de um sistema com lajes

    pr-moldadas, com parecer favorvel de Joaquim Cardozo.30 Os servios foram

    contratados com a empresa Emulpress do Brasil S.A.. Problemas com atraso no

    cronograma, decorrentes da tardia liberao dos esqueletos estruturais por parte da

    NOVACAP para o incio destes servios, foram verificados ainda na execuo dos

    Ministrios, o que levou reviso do contrato original, na qual foram retiradas do

  • escopo as partes em concreto das torres do Congresso, onde os servios sequer

    haviam sido iniciados.

    Em decorrncia, promoveu-se o aditamento no contrato da Companhia Construtora

    Nacional, que estava executando a parte em concreto armado no bloco horizontal do

    Congresso, para que a empreiteira assumisse a execuo das estruturas em concreto

    das torres anexas, ficando tambm a seu encargo a elaborao do projeto estrutural.31

    O projeto foi feito de acordo com a proposta arquitetnica, que previa, alm de vigas e

    pilares metlicos totalmente envolvidos por concreto, a execuo de laje de forro no

    mesmo material, o que definiu as lajes duplas nos pavimentos (fig. 11).32; 33

    Figura 11 Palcio do Congresso Nacional, 1959 Detalhe para execuo do revestimento em concreto nas partes metlicas

    Fonte: Acervo da Cmara dos Deputados

    Em que pesem os problemas verificados, tanto nos Ministrios, quanto ns torres

    anexas, a combinao entre ao imediata da NOVACAP e a capacidade dos agentes

    construtores na execuo de tarefas, ainda que desconhecidas, possibilitou que os

    edifcios caracterizassem a feio pretendida para os espaos cvico-administrativo de

    Braslia na data da inaugurao. Ainda que sem vidros nas esquadrias e pendentes de

    acabamentos em seus espaos interiores, os edifcios aparentavam, a partir do

    suporte das estruturais metlicas, devidamente revestidas pelo concreto, a arquitetura

    pretendida (fig. 12).

  • Figura 12 Esplanada dos Ministrios e da Praa dos Trs Poderes, 1960 Fonte: Arquivo Pblico do Distrito Federal

  • ENTRE REALIZAES E OPORTUNIDADES PERDIDAS

    Do percurso conhecido, pode se dizer que, at certo ponto, o xito na empreitada de

    Braslia tenha contribudo para o vislumbre das possibilidades do esqueleto estrutural

    em ao na execuo de edifcios. O considervel emprego do material, responsvel

    por mais de 207.000m de rea construda, em curto perodo, no deixa dvidas

    quanto eficcia do sistema pelo qual se optou. No entanto, ainda que a quantidade

    de ao e o nmero de obras produzidas tenham sido significativos para a poca, a

    anlise do percurso das realizaes aponta algumas oportunidades perdidas,

    notadamente, no que tange aos potenciais de avano na tecnologia e na tcnica da

    construo metlica no Brasil.

    A experincia ocorrida durante a construo do Braslia Palace Hotel, que confirmou a

    rapidez de se erigir com o ao, tambm colocou em evidncia as parcas condies da

    indstria nacional para atender demanda que se vislumbrava. Difcil afirmar se as

    intenes iniciais de Juscelino Kubitschek, conforme vistas, poderiam ter alavancado

    um crescimento imediato da indstria de fornecimento do ao para o setor da

    construo civil. Entretanto, as mnimas chances nesse sentido no puderam seguir

    adiante, face o acordo internacional firmado e a conveniente contrapartida de

    importao dos perfis laminados dos Estados Unidos. Sem a responsabilidade pela

    demanda principal e uma vez que no era necessrio produzir em grande escala, a

    siderurgia voltada produo de perfis estruturais teve pouco impulso proveniente das

    obras da capital.

    Possvel benefcio decorrente do mesmo acordo, a transferncia de tecnologia no

    ocorreu. De um lado, embora indicados pela arquitetura, os clculos foram feitos no

    exterior pelas empresas fornecedoras do material. De outro, a associao entre

    empreiteira nacional e empresas do exterior no teve os desdobramentos que se

    esperavam. O que poderia ter sido oportunidade para acmulo de conhecimento

    tcnico, passou a ser conduzido conforme as condies e o contexto que o canteiro

    determinava, assumido sob riscos e a duras penas pelos agentes construtores.

    Talvez tenha sido justamente este um dos aspectos mais significativos para uma

    cultura da construo em ao, ainda em formao. No lugar de realizao levada a

    cabo por equipes experientes e mo-de-obra qualificada, a montagem dos esqueletos

    estruturais assumida bravamente pelos candangos em tpica adaptao brasileira a

    condies adversas tambm pode ter deixado a falsa impresso que, tal como o

    concreto, o ao poderia prescindir de especializao em sua tcnica. a constatao

  • a que se chega ao observar que, passados mais de meio sculo, ainda hoje, construir

    na capital utilizando-se o ao como estrutura principal continua sendo uma aventura.

    NOTAS 1 VARGAS, 1994, A tecnologia na engenharia civil. In: VARGAS, 1994, "Histria da tcnica e da tecnologia no Brasil", p. 243. 2 Cf. TELLES, 1984, "Histria da engenharia no Brasil: Sculo XX". 3 Dentre as iniciativas do perodo, o sistema estrutural metlico foi apresentado como proposta para o projeto vencedor do concurso para o Senado Federal, que seria construdo no lugar do Palcio Monroe. Cf. HABITAT. Arquitetura e artes no Brasil. Senado Federal, Rio de Janeiro. Habitat, So Paulo, n 34, p.32-39, set. 1956. 4 Cf.:FICHER, 1991, "Edifcios altos no Brasil"; e SANTOS, 2008, "A armao do concreto no Brasil". 5 Cf. GOMES, 1983, "Histria da siderurgia no Brasil". 6 BRASIL, 1960, "Dirio de Braslia: 1956-1957", p.45, em 01 dez. 1956. 7 Cf. NIEMEYER, [1956], [Arquitetura] NC. [Nova Capital Hotel de Turismo Braslia]. 8 Cf. NIEMEYER, [1957], [Arquitetura], Hotel de Turismo Braslia HTB 2. 9 A desenvoltura apresentada na conduo da obra, por certo, foi aspecto relevante para que a empresa, posteriormente, fosse escolhida como responsvel pela construo do Palcio Presidencial, o Palcio do Planalto 10 Cf. VENEZIANI, 1989, [Empresrio], "Depoimento Programa de Histria Oral", p. 9. 11 Para informaes acerca do Concurso do Plano Piloto, ver: MDULO n 8, 1957, "Edio especial: Braslia". 12 Export-Import Bank of the United States, ou EximBank, rgo oficial de crdito para exportao dos Estados Unidos, teve registros anteriores Braslia, tais como a concesso do crdito em 1940 para exportao do material destinado usina de Volta Redonda. In: GOMES, 1983, "Histria da siderurgia no Brasil", p. 278. 13 O Brasil recebe do Banco de Exportao e Importao dos Estados Unidos (Export & Import Bank) de Washington, a soma inicial de US$ 10 milhes para financiamento da compra de estruturas de ao para os edifcios de Braslia. In: BRASIL, 1960, "Dirio de Braslia: 1956-1957", p. 125, 20/09/1957. 14 Sumrio dos assuntos tratados pelo Conselho de Administrao da NOVACAP 13 reunio 9 de abril de 1957. In: BRASLIA, 1958, n 22, p. 17. 15 Embora no fosse opo corrente nas obras do arquiteto, Niemeyer teve oportunidade de verificar as possibilidades do esqueleto estrutural metlico em dois momentos de viagens a Nova York. No primeiro, em 1939, testemunhou a rpida construo do Pavilho do Brasil para a Feira Mundial, que teve sistema misto de ao e concreto. No segundo, em 1947, por ocasio da reunio de

  • arquitetos para o projeto do Palcio da Sede das Naes Unidas, alm de participar das discusses sobre o emprego do material, vivenciou a experincia de realizar os trabalhos em um dos cones da construo de arranha-cus com base na tcnica: um dos edifcios do Rockfeller Center. Cf. DUDLEY, 1994, "A workshop for peace: designing the United Nations headquarters". 16 BRASIL, 1960, "Dirio de Braslia: 1956-1957", p. 97-98, 26/06/1957. 17 Juscelino Kubitschek comenta a opo pela contratao com firmas estrangeiras e as justificativa para a iniciativa. Deixa clara a vinculao com o emprstimo obtido e lembra das explicaes tcnicas apresentadas por Oscar Niemeyer. " Cf.: KUBITSCHEK, 1975, "Por que constru Braslia", p. 125. 18 O contrato relaciona outros segmentos da mesma empresa, a Raymond Builders Incorporated, sociedade annima panamenha, com sede no Panam. Em conjunto as partes estrangeiras e a empresa nacional, so designadas como Grupo Raymond. Dados obtidos a partir do resumo elaborado por ocasio das modificaes propostas no contrato com a Raymond Concrete Pile Company of Americas Cf. DIRIO OFICIAL [DA] REPBLICA FEDERATIVA DO BRASIL, 20 mai.1959, Seo I, p. 11873. 19 Apesar de no ter havido nenhuma poltica especfica para o setor, o Estado por intermdio do Programa de Metas e de um protecionismo no explcito iniciativa privada nacional criou um espao efetivo para a consolidao da engenharia nacional. Assentando as bases para a absoro, difuso e implementao de novas tecnologias e para a definio do capital privado nacional que, neste perodo, apresentou uma mobilidade at ento inexistente no setor [...]. As empresas construtoras e de montagem nacionais comearam a se unir a empresas estrangeiras, em termos de 'joint-ventures' ou de uma associao qualquer, at sob a forma de participao acionria de capital, para que pudessem absorver o 'know-how' de projetos. GRANDI, 1985, "Desenvolvimento da indstria da construo no Brasil". 150-154, passim. 20 Cf. NIEMEYER, [1957], [Arquitetura], Ministrios EMP-A 21 Cf. NIEMEYER, [1958], [Estruturas], Edifcios Ministrios Pblicos EMP.. 22 Cf. MDULO n 8, 1957, "Edio especial: Braslia", p. 41. 23 Cf. CORBUSIER et JEANNERET, 1934, "Oeuvre complte 1929-1934", pp. 174-174 24 Segundo Nauro Esteves, a ligao teria uma funo imediata na montagem das estruturas: os Anexos receberam uma passarela que no existia no projeto original, ela une os dois prdios verticais, foi necessrio faz-la para o travamento da estrutura metlica, devido altura dos prdios. Cf. GARCIA, 2004, "Construindo Braslia", p. 41. 25 Tanto nos ministrios, quanto nas torres do Congresso, apesar das empenas cegas chegarem at o piso, elas no funcionam como paredes de contraventamento (shear wall). Estas partes foram executadas como vedaes sobre as lajes mnimas em balanos. 26 Cf.: BRASIL, 1960, "Dirio de Braslia: 1959", p. 177; e HOMER, 1990, [Empresrio], "Depoimento Programa de Histria Oral", p. 17. 27 Cf.: VENEZIANI, 1989, [Empresrio], "Depoimento Programa de Histria Oral"; MONTENEGRO, 1989, [Arquiteto], "Depoimento Programa de Histria Oral"; e KUBITSCHEK, 1975, "Por que constru Braslia".

  • 28 Cf. DIRIO OFICIAL [DA] REPBLICA FEDERATIVA DO BRASIL, 20 mai.1959, Seo I, p. 11873. 29 MONTENEGRO, 1989, [Arquiteto], "Depoimento Programa de Histria Oral", p. 2. 30 Cf. COMPANHIA Urbanizadora da Nova Capital do Brasil, 1958, Processo n 1112/1958. "Concorrncia para construo das lajes dos Edifcios Ministeriais e do Congresso Nacional em Braslia". 31 Carta do Engenheiro Chefe do Departamento de Edificaes da NOVACAP, Pery Rocha Frana, sugerindo a retirada do contrato da Emulpress o encargo de lajeamento de piso e forro dos Anexos do Congresso, devido ao atraso nos servios. 6 de abril de 1959. Ibidem, p.59. 32 Cf. PALCIO do Congresso Nacional, [Estruturas], 1957-1960, CN - Congresso Nacional. [Anexos]. 33 O contrato original e os termos de aditamento fazem parte do processo de contratao dos servios. Cf. COMPANHIA Urbanizadora da Nova Capital do Brasil, 1957, Processo n 776/1957. "Contrato entre a NOVACAP e a Cia Construtora Nacional, para execuo de servios de construo das estruturas de concreto do edifcio do Congresso Nacional de Braslia. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

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