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Patologias em Prdio de Alvenaria EstruturalInspeo de Curta
Durao
Adilson Rabello Dalbone1
Resumo
O sistema de construo em alvenaria estrutural vem sendo
empregado h muitos anos em todo o mundo, porm trata-se de um
sistema construtivo menos utilizado quando comparado com as obras
de concreto armado. Nos ltimos anos o interesse por este sistema
tem aumentado sensivelmente por vrios motivos, tais como ampliao de
estudos desta tcnica, aperfeioamento dos mtodos de clculo, reduo de
custos e a reduo de prazos de concluso das obras tem mudado
consideravelmente o panorama de construo no pais, e j se pode ver
com frequncia diversas obras em alvenaria estrutural, seja com
blocos de concreto ou blocos de cermica vermelha. Edifcios de at 20
pavimentos tem sido construidos e entregues nesta modalidade com
frequncia.
Este artigo trata da importncia do levantamento de patologias em
inspees rpidas, mostrando um estudo de caso realizado num edificio
de alvenaria estrutural que encontra-se em construo, j em fase de
acabamento, no Estado do Rio de Janeiro. Aspectos importantes foram
levantados numa inspeo de curta durao e so relatados neste
artigo.
Palavras-chave: Patologia das construes, alvenaria estrutural,
blocos cermicos e blocos de concreto.
1 Introduo
Este artigo aborda uma inspeo de curta durao realizada num prdio
em construo, em alvenaria estrutural. O objetivo deste artigo
adquirir as noes bsicas de identificao de patologias de alvenaria
estrutural, suas causas e a importncia da realizao de inspees para
identificao destas anomalias. Neste estudo de caso as estruturas
anali-sadas foram prdios em alvenaria estrutural de cermica, de
modo a possibilitar o entendimento e avaliao das patologias, que
limita-se s patologias ou indcios de patologia ou ainda sinais de
prticas inadequadas de construo.
A justificativa deste artigo se faz face a com-plexidade do
assunto e principalmente pela grande implementao que se observa em
todo pais de construes de alvenaria estrutuaral. Este sistema
construtivo se apoia em trs pilares bsicos, segundo SNCHEZ (2011):
A qualidade dos blocos cermicos ou blocos de cimento, a qualidade
da mo de obra e a qualidade da argamassa. Portanto o conhecimento
de ocorrncias de patologias ou o conhecimento de prticas no
recomendadas de construo poder con-tribuir significativamente para
reduo de patologias e consequentemente reduo de custos de reparos e
outros, oriundos de falhas das estruturas.
Realiza-se uma reviso bibliogrfica, de modo a permitir a
caracterizao das diversas patologias observadas na obra
vistoriada.
O projeto e execuo so etapas fundamentais para se evitar
problemas nos edifcios construdos com alvenaria estrutural, onde
existe uma forte interde-pendncia entre os vrios projetos que fazem
parte de uma obra (arquitetnico, estrutural, instalaes), pois a
parede alm da funo estrutural tambm um elemento de vedao e pode
conter os elementos de instalaes. Logo, o projeto dever ser
racionalizado como um todo (CAMACHO, 2006). As falhas nem sempre so
fceis de detectar em sua origem. Pro cura-se mostrar as anomalias
mais comuns e suas causas de modo a corrigi-las ou evit-las. A obra
um conjunto habitacional com prdios de quatro pavimentos, situado
em Itabora, Estado do Rio de Janeiro.
Conceitos fundamentais
2.1 Principais caractersticas a se buscar em uma obra de
alvenaria estrutural:
Podem ser descritas as seguintes caractersticas:
qualificaotcnicadosfabricantes;
1 Engenheiro Civil, Mestrando UFF. [email protected].
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blocosqueatendamsnormasbrasileirasde blocos de concreto para
alvenaria estrutural terminologia e requisitos, NBR 15961, e de
blocos cermicos, NBR 15812.
Com base nestas normas deve-se definir: resistnciacompresso;
umidade; absorodegua; caractersticasdimensionais;
argamassadeassentamentoegrautes,que
atendam norma brasileira NBR 15961.Com base na NBR 15961 deve-se
definir: dosagens; retenodegua(argamassas); resistncia
compresso.Outros fatores de igual importncia so:
osdemaismateriaisutilizados(ao,cimento,
cal hidratada, agregados, aditivos e gua) de vem ser
especificados conforme suas normastcnicas;
projetoarquitetnicodetalhado; projetoestruturaldetalhado;
manualdoproprietriocontendoosproce
dimentos de uso adequados e eventuais restries, cuidados na
manuteno e lim-peza, orientaes para a pintura, seja interna ou
externa, periodicidade e especificaes dos produtos
recomendveis.
2.2 Principais anomalias das alvenarias estruturais
Segundo THOMAZ (1988) apud RITCHER (2008), as fissuras so a
principal forma de mani-festao patolgica em alvenarias. A anlise
das fissuras ajuda a entender as suas causas e encontrar a melhor
soluo para recuperao da alvenaria e tambm, evitar anomalias e obras
futuras.
Diversos fatores podem contribuir para o aparecimento de
anomalias nas Alvenarias estruturais (BAUER, 2007):
blocos:resistnciacompressoabaixodoespecificado, dimenses
incorretas, poro-sidadeeacabamentosuperficial;
argamassa de assentamento: resistncia compresso abaixo do
especificado, retenodeguaeretrao;
recalquesdiferenciadosemfundaes; movimentaeshigroscpicas;
movimentaestrmicas; eflorescncias decorrentes de depsitos
salinos, principalmente de sais de metais
alcalinos (sdio e potssio) e alcalinos-terrosos (clcio e
magnsio) na superfcie de alvenarias, provenientes da migrao de sais
solveis nos materiais e componentes da alvenaria, presena de gua e
presso hidrosttica necessria para que a soluo
migreparaasuperfcie;
infiltraesdeguapelasfissuras; infiltraode guapelos
componentesda
alvenaria; infiltraodeguapelasjuntasdeassenta
mento; einfiltraesrelacionadasaoutrosfatores.O tipo de fissura,
espessura, inclinao, espa-
amento e poca em que surgiu ajudam a diagnosticar a origem da
anomalia.
2.2.1 Fissuras Verticais e possveis causas:
As fissuras ocorrem verticalmente ao longo das juntas (Figura 1)
quando a resistncia trao do bloco superior resistncia trao da
argamassa.
Figura 1 Fissura cortando as juntas de argamassas.
As fissuras ocorrem verticalmente ao longo da parede rompendo
bloco e argamassa (Figura 2) quando a resistncia trao do bloco
igual ou inferior resistncia trao da argamassa.
Figura 2 Fissura cortando os blocos e as juntas de
argamassa.
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As fissuras podem ocorrer verticalmente ao longo da parede
(Figura 3) pelo motivo de cargas uniformemente distribudas, em funo
principal-mente da deformao transversal da argamassa de
assentamento e da eventual fissurao de blocos ou tijolos por flexo
local.
Figura 3 Fissuras verticais ao longo da parede.
A expanso das alvenarias por higroscopicidade causam movimentaes
que podem tambm provocar fissuras verticais na alvenaria (Figura
4).
Figura 4 Fissura vertical por higroscopicidade.
2.2.2 Fissuras Inclinadas e possveis causas
Inexistncia de vergas e contravergas ou subdimensionamento
destes elementos ocasionaro o aparecimento de fissuras a partir dos
vrtices das aberturas de portas e janelas (Figura 5) pelo motivo de
considervel concentrao de tenses no contorno dos vos destas
aberturas.
Figura 5 Fissuras por falta de vergas e contravergas.
Quando no houver uma correta distribuio dos esforos atravs de
coxins ou outros elementos, poder ocorrer esmagamento localizado e
formao de fissura a partir do ponto de transmisso da carga (Figura
6).
Figura 6 Fissuras por cargas concentradas sem correta distribuio
de esforos.
Falhas de projeto, rebaixamento do lenol de gua, falta de
homogeneidade do solo ao longo da cons-truo, compactao diferenciada
de aterros e influncia de fundaes vizinhas podero provocar recalque
diferenciados que geram fissuras inclinadas (Figura 7) em direo ao
ponto onde ocorreu o maior recalque.
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Figura 7 Fissuras por recalques diferenciados.
2.2.3 Fissuras horizontais e possveis causas
Sobrecargas verticais atuando axialmente no plano da parede
podem eventualmente gerar fissuras horizontais (Figura 8) pelo
esmagamento da argamassa das juntas de assentamento. Estas fissuras
costumam aparecer tambm quando a alvenaria est submetida
flexocompresso.
Figura 8 Fissuras por flexocompresso.
Expanso diferenciada entre fiadas de blocos pode provocar tambm
o aparecimento de fissuras horizontais na base das paredes (Figura
9).
Figura 9 Fissura por expanso diferenciada.
A secagem de grandes superfcies de lajes de concreto armado sob
forte insolao causam retrao
da laje que podem provocar fissu ras (Figura 10) pelo motivo da
rotao nas fiadas de blocos prximos laje.
Figura 10 Fissuras por secagem das lajes.
As movimentaes trmicas provocam fissu-ras idnticas s das
movimentaes higroscpicas e retraes por secagem (Figura 10). So mais
percebi-das nas lajes de cobertura e podero ser evitadas com um
cintamento rgido ou sistema de apoio deslizante.
2.2.4 Eflorescncias
As eflorescncias podem surgir a partir de diversas substncias
qumicas existentes nos diversos materiais usados na construo das
alvenarias.
Seguem alguns exemplos: carbonato de clcio e carbonato de
magn-
sio provenientes da carbonatao da cal
lixiviadadaargamassaouconcreto;
carbonato de potssio e carbonato de s dio provenientes da
carbonatao dos hidr-xidos alcalinos de cimentos com elevado
teordelcalis;
sulfato de magnsio, sulfato de clcio e cloreto de magnsio
provenientes da gua deamassamento;
sulfato de potssio, sulfato de sdio pro-venientes dos agregados
e da gua de amassamento;
cloreto de alumnio e cloreto de ferro
prove-nientesdelimpezacomcidomuritico;
hidrxido de clcio provenientes da cal
liberadanahidrataodocimento;
cloreto de clcio provenientes da gua de amassamento e limpeza
com cido muritico.
3 Inspeo de edifcio em constru-o em Itabora, Estado do Rio de
Janeiro
A obra visitada em 29/06/2011 constar de qua-tro prdios de
apartamentos com quatro pavimentos aps concluso. Cada prdio ter
oito apartamentos
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por andar totalizando trinta e dois apartamentos por prdio. Na
data da visita haviam dois prdios em acabamento. As obras dos
outros dois prdios ainda no estavam iniciadas. Pelo fato das obras
estarem bem adiantadas, j com todas as paredes externas emboadas e
as internas com a quase totalidade das paredes j com revestimento
de gesso, no foi pos-svel a observao dos aspectos construtivos
destas paredes em sua totalidade. Os blocos utilizados so da
Cermica Argibem, com dimenses de 14 X 19 X 39cm. A obra apresentava
bom aspecto estrutural como um todo porm com algumas situaes que
poderiam se transformar em anomalias. Uma vista geral (Figura 11)
de um dos prdios em construo onde pode se ver que a obra j se
encontra bastante avanada faltando apenas 3 meses para a
entrega.
Figura 11 Vista Geral de um dos prdios em construo.
Logo na entrada do canteiro de obras existe um local para
estocagem de materiais perecveis onde pode-se observar gesso
estocado em rea parcialmente coberta (Figura 12) com embalagem
danificada, com perda e contaminao do material.
Figura 12 Material mal estocado com embalagens danificadas.
Ferragem armazenada em local totalmente mido e sem cobertura
(Figura 13). Esta ferragem quando colocada em uso certamente j
estar com adiantado estado de corroso.
Figura 13 Ferragem estocada ao tempo e em local totalmente
mido.
Observa-se tambm lajes treliadas, pr-moldadas (Figura 14), com
espessura de apenas 3cm, estocadas ao tempo e em terreno
desnivelado. Embora possam ser vistos espaadores entre as vi-gotas,
o terreno desnivelado provocar esforos de toro nestas vigotas com
consequentes trincas. Novamente aqui cabe a observao relativa
corroso antecipada que iro sofrer as ferragens destas lajes.
Figura 14 Laje estocada ao tempo e em terreno desnivelado.
A bandeja usada para colocao de arga-massa, improvisada e
bastante danificada (Figura 15), ocasiona perda de material e
comprova a no utilizao de suporte regulvel. A falta destes
su-portes ocasionam desconforto para o trabalhador e perda de
produtividade.
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Figura 15 Bandeja de argamassa improvisada e bastante
danificada.
Armazenagem incorreta de blocos cermicos (Figuras 16 e 17) ao
lado de diversas cargas, lixo e at sucata. Pode-se observar blocos
danificados e quebrados. Pode se observar tambm vigota de laje
pr-moldada armazenada de forma inadequada (Figura 16) e j
danificada.
Figura 16 Armazenagem incorreta deblocos cermicos.
Figura 17 Armazenagem incorreta deblocos cermicos.
Recorte irregular de blocos para passagem de conduites (Figura
18) danficando a parede, mostra
improvisao, falta de palanejamento e falha de pro-jeto. Este
tipo de procedimento afeta diretamente a resitncia compresso da
alvenaria.
Figura 18 Recorte para passagem de conduites feitos de forma
inadequada.
Na parede junto escada, ainda sem emboo (Figura 19), observa-se
vrios blocos sem argamassa nas juntas verticais e grande
irregularidade de espessura de juntas verticais e horizontais.
Conclui-se que as paredes j emboadas, em sua grande maioria, esto
nestas condies como comprovado nas (Figuras 20, 21 e 22).
Figura 19 Parede com vrios tijolos sem argamassa nas juntas
verticais.
Figura 20 Parede com vrios tijolos sem argamassa nas juntas
verticais e parcialmente sem
argamassa na base.
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Figura 21 Parede com vrios tijolos sem argamassa nas juntas
verticais.
Figura 22 Parede com vrios tijolos sem argamassa nas juntas
verticais e parcialmente
sem argamassa na base.
Retrabalho na parede j emboada (Figura 23), com recorte do
revestimento danificando par-cialmente os blocos, com perda de
produtividade, evidenciando falha de projeto ou de execuo no
cumprimento do projeto. Vale salientar que vrias paredes apresentam
o mesmo problema. Observa-se trabalhador executando o mesmo
retrabalho no apar-tamento em frente (Figura 24).
Figura 23 Parede com retrabalho. Emboo recortado e arrancado da
parede.
Figura 24 Parede em retrabalho.
Vrios blocos cortadoas lateralmente na ho-rizontal (Figura 25),
para passagem de conduite evidenciam a deficincia de projeto e
falha no plane-jamento da obra. Esta prtica no recomendada pois
afetar sensivelmente a resistncia compresso dos blocos e
consequentemente a resistncia compres-so da parede estrutural.
Figura 25 Parede com corte horizontal para passagem de
conduites.
No vo da escada observa-se a viga de con-creto armado (Figura
26) apoida sobre os blocos de alvenaria. Embora a viga esteja com
bom aspecto, a deciso de se fazer desta maneira foi tomada durante
execuo da obra. Novamente evidencia-se a falha de planejamento,
projeto e execuo. Este tipo de in terveno na obra, alm de ficar
fora do controle do calculista gera perda de produtividade e elevao
dos custos. Esta alternativa tambm no a mais correta e adequada sob
o aspecto de resistncia e se-gurana da obra.
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Figura 26 Viga de Concreto armado apoiada sobre blocos de
alvenaria.
Paredes complementadas com blocos de alvena-ria no estrutural
(Figuras 27 e 28) mostram falha de execuo, afetando a resistncia
compresso da parede estrutural, que poder resultar em patologias
futuras.
Figura 27 complementao de parede com blocos de cermica no
estrutural.
Figura 28 Complementao de parede com blocos de cermica no
estrutural.
Blocos danificados para amarrao de andai-me (Figura29)
comprometendo a resistncia com-
presso do bloco e gerando pontos de concentra o de tenses e
descontinuidade na parede estrutural.
Figura 29 Blocos danificados para amarraode andaime.
Existncia de bloco com trinca (Figura 30), com abertura maior da
trinca na parte superior, indicando que o mesmo sofreu esforo de
flexo, ou seja, o bloco no estava apoiado corretamente sobre o
piso, quando recebeu carga da parede.
Figura 30 Bloco com trinca.
Suporte improvisado para caixa de argamassa (Figura 31), com
altura fixa sobre andaime improvisado. O ideal so suportes e
andaimes regulveis que permitem ajustes medida que se varia a
altura do emboo. Uso deste dispositivo improvisado diminue a
produtividade e causa considervel desconforto ao trabalhador.
Figura 31 Suporte improvisado para caixade argamassa.
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A parede suporte para a caixa dgua (Figuras 32 e 33), no topo do
prdio, apresenta reparo exe-cutado. Observa-se no detalhe ampliado
(Figura 33) que a parede sofreu alguma anomalia e teve seus blocos
substituidos. Esta observao pode ser comprovada pela diferena de
assentamento dos blocos como tambm pela diferente colorao dos
blocos utilizados. Tal anomalia no foi por excesso de carga pois a
laje do fundo da caixa dgua ainda estava em fase de construo.
Figura 32 Paredes de sustentao dacaixa dgua com reparo.
Figura 33 Detalhe do reparo na parede de sustentao da caixa
dgua.
Na forma da laje do piso da academia de ginstica (Figura 34)
observa-se isopores desalinhados
com mudanas de seo e descontinuidades nas vigas da laje. Nota-se
tambm conduites passando longi-tudinalmente por dentro da cinta de
suporte da laje, diminuindo a rea da seo da viga de concreto. So
situaes que facilitaro o aparecimento de patologias.
Figura 34 Laje da Academia de ginstica.
4 Concluso
Este artigo mostrou os aspectos bsicos e fundamentais das
patologias em obras de alvenaria estrutural e suas principais
causas. Embora o tempo de visita e inspeo na obra tenha sido curto,
cerca de 1 hora e ainda, o prdio estar em fase final de construo,
foi possvel observar e registrar diversas situaes que podem
conduzir a processos de apa-recimento de anomalias. Foi observado
tambm que o sistema baseado em alvenaria estrutural depende
fortemente do projeto, planejamento da obra e de mo de obra bem
treinada, que cumpra rigorosamente as especificaes estabelecidas no
projeto. No pode ser permitido que alguma etapa seja realizada de
modo precrio para depois dar-se jeito.
O resultado final e o sucesso de implantao de uma obra em
alvenaria estrutural est diretamente ligado integrao das atividades
e equipes envol-vidas. Cada atividade, desde o incio da definio do
projeto, dever ser realizada cumprindo o planejado e dentro das
tolerncias permitidas por normas e padres. Cada atividade depender
da atividade concluida anteriormente. Assim o sucesso de se
conseguir cumprir os prazos e garantir a qualidade da obra est no
rigor em se cumprir cada etapa individualmente do projeto e, que o
mesmo esteja completo, ou seja, contenha projetos de alvenaria,
instalaes eltricas, hidrulicas, sanitrias, gs, telefonia, internet
e outros que se fizerem necessrios e suas respectivas listas de
materiais. A logstica de abastecimento dever trabalhar afinada com
a
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execuo, para que no haja soluo de continuidade por falta de
material especificado no canteiro. Ins-pees regulares devero ser
programadas de modo a detectar desvios de procedimentos e
corrigi-los para garantir a qualidade e vida til esperada para a
obra.
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