1UMA ABORDAGEM SOBRE CUSTOS E SUAS TERMINOLOGIAS C ons idera ndo a s formas de custeio e seus refl exos NALDO DA SILVA COSTA RESUMO O presente artigo tem como finalidade mostrar os diversos tipos de custeio. Apresentar as vantagens e desvantagens e a melhor aplicabilidade para cada tipo de negócio. Conceituar os diversos tipos de gastos e definir os seus diferentes modo de rateios. Para a realização desse trabalho que é matéria obrigatória para conclusão de curso, foi realizado pesquisa s bibliográfic a que trata do assunto, portanto não tem caráter de apresentar ineditismo e sim ampliar o conhecimento do autor e apresentar as diferentes visões dos autores consultados e listado na bibliografia. Palavras-Chave : gestão de custos; tipos de custeio; modos de rateio. RESUMEN Este artículo pretende mostrar los diferentes tipos de costeo. Presentar las ventajas y desventajas, y las mejores aplicaciones para cada tipo de negocio. Conceptualizar los distintos tipos de gastos y definir los modos diferentes de rateo. Para realizacio n de este trabajo que es asignatura obligatoria para la finalización del curso, fue realizada pesquisa bibliográfica que trata del asunto, por lo tanto no hay novedoso y si para ampliar el conocimie nto actual de el autor y presentar las diferentes opiniones de los autores consultados y citados en la bibliografía. . Palabras clave: gestión de costes, los tipos de costeo, modalidades de rat eo.
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O presente artigo tem como finalidade mostrar os diversos tipos de custeio.Apresentar as vantagens e desvantagens e a melhor aplicabilidade para cadatipo de negócio. Conceituar os diversos tipos de gastos e definir os seusdiferentes modo de rateios. Para a realização desse trabalho que é matériaobrigatória para conclusão de curso, foi realizado pesquisas bibliográfica quetrata do assunto, portanto não tem caráter de apresentar ineditismo e sim
ampliar o conhecimento do autor e apresentar as diferentes visões dosautores consultados e listado na bibliografia.
Palavras-Chave: gestão de custos; tipos de custeio; modos de rateio.
RESUMEN
Este artículo pretende mostrar los diferentes tipos de costeo. Presentar lasventajas y desventajas, y las mejores aplicaciones para cada tipo de negocio.Conceptualizar los distintos tipos de gastos y definir los modos diferentes derateo. Para realizacion de este trabajo que es asignatura obligatoria para la
finalización del curso, fue realizada pesquisa bibliográfica que trata del asunto,por lo tanto no hay novedoso y si para ampliar el conocimiento actual de elautor y presentar las diferentes opiniones de los autores consultados y citadosen la bibliografía. .Palabras clave: gestión de costes, los tipos de costeo, modalidades de rateo.
serviços, de apoio a essas operações, de venda ou de pós-venda”. ( BOMFIM e
PASSARELI, 2010, p.51). Esse conceito se aplica a todos os serviços e bens
recebidos como, por exemplo: aquisição de matéria prima, aquisição de
imobilizado, gastos com mão de obra, com pesquisa, com salários etc. O seu
destino final poderá ser classificado como custos ou despesas, dependendo doprocesso de produção ou serviço. “A separação dos gastos em custos e despesas é
fundamental para a apuração do custo da produção e do resultado de um
período” (PEREZ JR, OLIVEIRA e COSTA, 2010, p.25). Segundo Martins (2006,
p.41) “A regra é simples, bastando definir-se o momento em que o produto está
pronto para a venda. Até ai todos os gastos são custos. A partir desse momento,
despesas.” Nos gastos também são inclusos os investimentos e as perdas.
CUSTOS – são gastos efetuados no processo de fabricação de bens ou de prestação
de serviços. “Custos constitui a expressão monetária dos insumos e consumos
ocorridos para a produção e venda de um determinado produto ou serviço”.
(BERTÓ, BEULKE, 2006, p. 19). O custo só é reconhecido no momento de sua
utilização, pois inicialmente pode ser pode ser gasto de aquisição, passando por
investimento quando estocado, ao ser associado na produção torna-se custo, mas
quando passa a ser bem elaborado volta novamente à condição de investimento,pois é ativado no estoque até o momento da venda. Para ilustrar, vejamos a figura
abaixo:
INVESTIMENTO CUSTO INVESTIMENTO
UUssbbb
Transformação da matéria-prima
Fonte: Ferreira (2010, p.18)
DESPESAS – “gastos relativos aos bens e serviços consumidos no processo de
geração de receitas e manutenção dos negócios da empresa”. (PEREZ JR,
OLIVEIRA e COSTA, 2010, p.22). As empresas têm despesas para gerar receitas e
não para produzir bens e serviços. As despesas podem ser administrativas,
financeiras, comerciais. Pode ser classificadas como despesas fixas e variáveis.
4 Uma abordagem sobre custos e suas terminologias – Considerando as formas de custeio e seus reflexos
INVESTIMENTOS – “são gastos que irão beneficiar a empresa em períodos
futuros”. (WERNKE R., 2001, p.11). Com o passar do tempo e utilização, são
alocados para custos e despesas. Como “exemplo de investimentos tem-se os bens
estocados até serem baixados por venda, consumo, depreciação, amortização. A
compra de imobilizado, aplicação financeira são também investimentos”.
(GUIMARÃES NETO, 2008, p.10)
PERDA – “são gastos involuntários e anormais que não geram um novo bem ou
serviço e tampouco receitas”. (PEREZ JR, OLIVEIRA e COSTA, 2010, p.22). Para
Berti (2009, p.21) “são gastos não intencionais decorrentes de fatores externos,
fortuitos ou da atividade produtiva a normal da empresa”.
DESPERDICIOS – “custos e despesas utilizados de forma não eficiente. São
consideradas todas as atividades que não agregam valor e que resultam em gastos
de tempo, dinheiro, recursos sem lucro”. (WERNKE R., 2001, p.11). São gastos
incorridos no processo produtivo ou de geração de receitas e que possam ser
eliminados sem prejuízo da qualidade ou quantidade dos bens, serviços ou
receitas geradas. A identificação e eliminação do desperdício é fator determinante
do sucesso ou fracasso de um negócio. Manter desperdício é sinônimo de prejuízo,
pois não poderão ser repassados para os preços.As empresas devem constantemente reduzir seus desperdício a fim depermanecerem competitivas no mercado moderno onde a concorrência é cadavez mais acirrada. Para se reduzir os desperdícios, primeiramente é necessárioconhecê-los. A mensuração dos desperdícios indica quanto podepotencialmente ser reduzido e onde agir corretivamente. (BORNIA,www.congressodecustos.com.br)
Como exemplo de desperdício, Perez Jr, Oliveira e Costa, (2010, p.24), classifica:
- retrabalho decorrentes de defeitos de fabricação;
- estocagem e movimentação desnecessária de materiais e produtos;
- relatórios financeiros, administrativos e contábeis sem qualquer utilidade;
- cargos intermediários de chefia e supervisão desnecessárias.
Depois de pontuar as diversas conceituações sobre gastos, o próximo tema
abordará a classificação dos custos.
3. CLASSIFICAÇÃO DE CUSTOS
Principais classificações de custos
Classificação Categorias
Quanto à tomada de decisões Relevantes Não relevantesQuanto à identificação Diretos Indiretos
Quanto ao volume produzido Variáveis Fixos
Fonte: Wernke, R. 2001, p.13
Custos relevantes são aqueles que se alteram dependendo da decisão tomada ecustos não relevantes são os que independem de decisão tomada. Assim oscustos realmente importantes como subsidio à tomada de decisão são osrelevantes; os outros não necessitam ser considerados. (WERNKE, R. 2001,p.13)
6 Uma abordagem sobre custos e suas terminologias – Considerando as formas de custeio e seus reflexos
CUSTOS DIRETOS – Para Perez Jr, Oliveira e Costa, (2010, p.30) ”são os
que podem ser quantificados e identificados no produto ou serviço com relativa
facilidade.” Como exemplos temos:
- matéria-prima utilizado na elaboração do produto;
- energia consumida por máquina (quando houver sistema de medição própria);
- mão-de-obra diretamente ligado a produção, etc.
CUSTOS INDIRETOS – Para Wernke (2001, p.14):
são gastos que não podem ser alocados de forma direta ou objetiva aosprodutos ou a outro segmento ou atividade operacional, e caso sejam atribuídosaos produtos, serviços ou departamentos, serão mediante critérios de rateio. (...)São os gastos que a empresa tem para exercer suas atividades, mas que não temrelação direta com um produto ou serviço especifico, pois se relacionam comvários produtos ao mesmo tempo. (WERNKE, 2001, p.14).
Como exemplos têm-se:
- mão de obra indireta, material indireto, outros custos indiretos. (PEREZ Jr,
OLIVEIRA, e COSTA, 2010, p.30)
É importante reduzir o máximo possível dos custos indiretos, para que a
gestão de custo seja mais objetiva. Para tanto, é necessário a implantação de
sistemas de medição na linha de produção e no processo produtivo (tempo gasto),
levando sempre em consideração a relação custoxbeneficio, pois pode haver maisdispêndios financeiros e humanos para a medição do que o resultado obtido.
(PEREZ Jr, OLIVEIRA e COSTA, 2010, pp.308-310)
CUSTOS VARIAVEIS – são os custos que mantém relação direta com o
volume de produção ou serviço. Dessa forma se o volume de produção aumenta,
conseqüentemente. Para Perez Jr, Oliveira e Costa (2010, p.28).
Os custos variáveis têm as seguintes características:
- o seu valor total varia na proporção direta do volume de produção;
- o valor é constante por unidade, independente da unidade produzida;
- a alocação aos produtos ou centros de custos, é normalmente, feita de formadireta, sem a necessidade de utilização de critérios de rateios. (PEREZ Jr,OLIVEIRA, e COSTA, 2010, p. 28)
Wernke (2001, p.14) ressalta a importância de diferenciar o custo variável
do custo direto, “um custo é variável se ele realmente acompanha a proporção da
atividade com que ele é relacionado, um custo direto é aquele que se pode medirem relação a essa atividade, setor ou produto”.
A classificação apresentada pode ser resumida no seguinte esquema:
Fonte: Fonte: Perez Jr, Oliveira e Costa (2010, p.24)
No esquema exposto, observar-se-á o comportamento dos gastos e os seus
desdobramentos, e a partir de então as diversas conceituações dependendo das
suas finalidades.
A seguir tratar-se-á das diversas formas de custeio.
4. MÉTODOS DE CUSTEIO
De acordo com PADOVEZE (2000, p.45), “o objetivo fundamental do
Método de Custeio é apurar o custo unitário de uma unidade do produto
fabricado”.
Sobre a importância da precisão na apuração dos custos têm-se as
considerações a seguir:(...), as organizações inseridas num ambiente econômico globalizadopreocupam-se com seus fatores de produção. Buscam constantemente
Gastos
Consumo de bens e serviços
Custos Despesas
Gastos incorridos no processo degeração de receitas
Gastos incorridos na produçãode novos bens ou serviços
10 Uma abordagem sobre custos e suas terminologias – Considerando as formas de custeio e seus reflexos
mecanismos, sistemas, procedimentos e formas que contribuam para otimizar agestão, no sentido de que possa competir no mercado com nível de qualidadeimprescindível a sua continuidade operacional. Esse ambiente exigeinformações relevantes relacionadas a custos, desempenho, processos,produtos, serviços e clientes. (...) A atribuição de valores “verdadeiros” aosprodutos passou a constituir um dos principais objetivos da contabilidade decustos (...). (WERNKE,2001, p.19)
Para Berti (2009, p.59) “quando se pensa em contabilidade de custos,
surge o primeiro desafio que é a identificação dos custos das atividades da
empresa, independentemente de ser indústria, comércio ou prestação de serviços”.
Existem vários métodos de custeio, cada método tem sua finalidade e seus
objetivos. Berti (2009, p.59) cita como exemplo “o custo-meta tem como um dos
objetivos o de identificar o valor necessário de redução para atingir o custo
desejado” destaca entre os diversos métodos, os seguintes: custeio por absorção,
custeio direto, custeio pleno, custeio meta, custo baseado em atividades (ABC) etc.
De acordo com Padoveze (2005, p.76), “o método é o grande fundamento teórico
mais importante na gestão de custos uma vez que todos os demais fundamentos e
processos decisórios deverão ser modelados à luz do método adotado”.
Para os principais métodos de custeios em relações com os gastos,
Padoveze (2004, p.343) esquematiza o seguinte quadro:
Conforme Berti (2009,) mesmo havendo métodos de apuração de custos
mais modernos e mais confiáveis do ponto de vista gerencial e administrativo, o
custeio por absorção, por sua aceitação fiscal e, ainda, por identificação com os
princípios fundamentais da contabilidade, é o método de apuração de custos maisutilizado no País.
O custeio por absorção conforme Martins (2006) é o método derivado da
aplicação dos princípios de contabilidade geralmente aceitos e consiste na
apropriação de todos os custos de produção aos bens elaborados. Para Oliveira e
Perez Jr (2000 p.117) “no custeio por absorção todos os custos de produção são
alocados aos bens ou serviços produzidos, o que compreende todos os custos
variáveis, fixos, diretos ou indiretos”.
Como se observa nesse sistema, todos os custos de produção de bens ou
serviço são integralizados. Os custos fixos e indiretos serão alocados por sistema
de rateios. Quanto a utilização de rateios, Bomfim e Passareli (2008, pp. 60-61)
ressaltam:
E, nisso, reside a principal falha do custeio por absorção como instrumento de
controle. Por mais objetivos que pretendam ser os critérios de rateio, sempreapresentarão um forte componente arbitrário, que distorce os resultadosapurados por produto e dificulta (quando não desorienta) as decisões dagerencia com relação a assuntos de vital importância para a empresa, como, porexemplo, a determinação de preços de venda ou o cancelamento da fabricaçãode produtos deficitários. (BOMFIM e PASSARELI, 2008, pp. 60-61).
Berti ((2009) afirma que em razão de os custos diretos serem atribuídos ao
produto em função de uma medição objetiva e os de custos indiretos serem
rateados, os custos diretos tem apropriação objetiva e os indiretos apresentam
12 Uma abordagem sobre custos e suas terminologias – Considerando as formas de custeio e seus reflexos
Conforme Bertó e Beulke (2006) o sistema por absorção, o sistema mais
tradicional, foi bastante utilizado e bem aceito em época que os custos fixos não
tinham grandes proporções na composição do custo total dos produtos,
mercadorias ou serviços. Nessa época, devido as suas pequenas participações ecompetitividade relativamente baixa, os erros eram bem menos expressivos e mais
aceitáveis. Porém com a maior competitividade e desenvolvimento tecnológico, os
custos fixos tomaram características de maior relevância na composição geral dos
custos dos produtos, mercadorias ou serviços. Isso decorreu em virtude de
aquisições de máquinas, informatização, automação. Quanto a esse aspecto, Bertó
e Beulke (2006, p.32) afirmam:
de um lado, isso se deve a crescente automação da atividade empresarial, nosentido genérico, aumentando a participação do custo fixo de depreciações,leasing, seguros, aluguéis, manutenção, etc. e de outro lado, houve também umsensível acréscimo das despesas ligadas à atividade mercadológica da empresa,caracterizadas pela pesquisa e pelo desenvolvimento de produto, comunicação,serviços pós-vendas etc. (BERTÓ e BEULKE, 2006, p.32)
Com a participação mais efetiva dos custos fixos e em conseqüência os seus
rateios de forma genérica, nesse contexto, os erros toma forma mais considerável,
ocorrendo o sub ou supercusteamento de produtos, mercadorias ou serviços. Para
Bertó e Buelke (2006, p.32) “é razoável dizer que o custeio integral, do ponto de
vista genérico do preço de venda, está se tornando um sistema menos ajustado ao
atual contexto”. Diante dessa afirmação, Bertó e Beulke (2006) levanta o seguinte
questionamento: se o método de absorção apresenta essas distorções porque ainda
é tão utilizada nas empresas. Esta reflexão leva os autores a apontar uma das
causas é a maior segurança que inspira a mente dos empresários, pelo fato de
apropriar todos os custos dos produtos e estabelecer o resultado para cada umdeles. Eles apontam também que parte dos empresários tem receio de utilizar
outro sistema por acharem que este não possa assegurar o repasse de todos os
custos aos produtos. Para eles, porém, essas afirmativas não conduzem a
resultados concretos, pois deve haver um volume mínimo para a cobertura dos
custos fixos, “a pré-atribuição dos custos fixos nas unidades dos produtos, por
critérios genéricos, convencionais, pode acabar sendo justamente o fator de
impedimento para que se alcancem volumes mínimos, compatíveis, tendentes ou
propulsores à geração de um resultado”. (BERTÓ e BUELKE, 2006, p.33)
14 Uma abordagem sobre custos e suas terminologias – Considerando as formas de custeio e seus reflexos
Fonte: MARTINS (2006, P.38)
O sistema de custeio por absorção ou integral por ser rígido e inflexível
tende a ser menos usado no contexto atual.
O tópico seguinte abordará o Custeio direto.
4.2. Custeio direto ou variável
A premissa básica do custeio direto ou variável é a separação dos gastos
fixos e variáveis, e não ratear ou distribuir os gastos fixos. Nesse sistema somente
os custos variáveis são apropriados à produção ou serviço. Conforme Berti (2009,
p.65) “a técnica do custeio direto parte do princípio de não ratear e não distribuir
ao custo dos produtos ou dos serviços as parcelas de custos fixos”. Para Wernke
(2001, p.29) “este método considera apenas os custos variáveis de produção e de
comercialização do produto ou serviço como matéria-prima, mão-de-obra direta,
etc.”. Os custos fixos serão considerados despesas do período. Diante dessepanorama, é de crucial importância a separação correta dos gastos fixos e variáveis
para uma tomada de decisão mais confiável, conforme assinalam Perez Jr, Oliveira
e Costa (2010, p.193):
Partindo do principio de que os custos da produção são, em geral, apuradosmensalmente e de que os gastos imputados aos custos devem ser aquelesefetivamente incorridos e registrados contabilmente, esse sistema de apuraçãode custos depende de um adequado suporte do sistema contábil, na forma deum plano de contas que separe, já no estágio de registro dos gastos, os custosvariáveis e os custos fixos de produção, com adequado rigor.
Bertó e Beulke (2006, p.34) destacam que o custeio direto ou variável,
denominados por eles de custeio marginal (ou variável):
(...) parte do principio de que um produto, uma mercadoria ou um serviço sãoresponsáveis apenas pelos custos e pelas despesas variáveis que geram. [...]Assim, segundo a concepção desse sistema, somente tais custos e despesasconstituem uma efetiva responsabilidade de um produto, uma mercadoria ouum serviço. Os demais custos e despesas (custos e despesas fixas) constituemcustos estruturais (mais vinculados a um período de tempo do que a umaunidade de produto). Por conseqüência, os custos e as despesas fixas, segundoos princípios desse sistema, não são de responsabilidade de um ou de outroproduto, mas do conjunto deles.
O sistema de custeio direto é uma das principais técnicas para tomadas de
decisões. Martins (2006, p.202) corrobora com essa assertiva ao afirmar que:
Do ponto de vista decisorial, verificamos que o Custeio Variável tem condiçõesde propiciar muito mais rapidamente informações vitais á empresa; também o
resultado medido dentro de seu critério parece ser mais informativo àadministração, por abandonar os custos fixos e tratá-los contabilmente como sefossem despesas, já que são quase sempre repetitivos e independentes dosdiversos produtos e unidades.
Perez Jr, Oliveira e Costa (2010, p.194) ao se referir aos defensores do
sistema de custeio direto, apresentam três argumentos:
1. Os custos fixos, por sua própria natureza, existem independentemente
da fabricação ou não de determinado produto ou do aumento ou
redução (dentro de certa faixa) da quantidade produzida. Os custos
fixos podem ser encarados como encargos necessários para que a
empresa tenha condições de produzir, e não como encargos de um
produto específico.
2. Por não estarem vinculados a nenhum produto especifico ou a uma
unidade de produção, eles sempre são distribuídos aos produtos por
meio de critérios de rateio que contêm, em maior ou menor grau, aarbitrariedade. A maioria dos rateios é feita com a utilização de fatores,
que, na realidade, não vinculam cada custo a cada produto. Em termos
de avaliação estoque, o rateio é mais ou menos lógico. Todavia, para a
tomada de decisão, o rateio, por melhores que sejam os critérios, mais
atrapalha que ajuda. Basta verificar que a simples modificação de
critérios de rateio pode fazer um produto não rentável passar a ser
16 Uma abordagem sobre custos e suas terminologias – Considerando as formas de custeio e seus reflexos
3. Finalmente, o valor dos custos fixos a ser distribuído a cada produto
depende, além dos critérios de rateio, do volume de produção. Assim,
qualquer decisão em base de custo deve levar em conta, também, o
volume de produção. Pior que isso, o custo de um produto pode variar
em função da variação de quantidade produzida de outro produto.O método de custeio direto como ferramenta gerencial traz informações
importantes para calcular a margem de contribuição, o ponto de equilíbrio e as
tomadas de decisões mais favoráveis.
Como vantagem desse sistema, Wernke (2001, p.30) destaca “o aspecto
gerencial ao enfatizar a rentabilidade de cada produto sem as distorções
ocasionadas pelos rateios de custos fixos aos produtos”. Já Bomfim e Passareli
(2008, p.260) apontam como argumentos dos defensores do custeio direto “é que o
método reflete as flutuações de lucro diretamente relacionadas com as vendas e o
nível de produção”. Isso facilita a analise e a situação atual do estagio de venda, se
está tendo sucesso ou fracasso. E em conseqüência tomada de medidas corretivas,
se necessário.
Como desvantagem, Bomfim e Passareli (2008, p.260) destacam dois
argumentos desfavoráveis: “o custeio direto é muito teórico, não atendendo os
princípios da “boa” teoria contábil; e o custeio direto do produto, ao concentrar-se
em apenas uma parte dos custos, omite custos incrementais relevantes”.
Bomfim e Passareli (2008, p.261) afirmam o seguinte, quanto aos sistemas
de custeio direto e absorção:
Devemos deixar claro que os que defendem o custeio direto e aqueles quedefendem o custeio por absorção destacam diferentes aspectos do problema. Os
que defendem o custeio direto têm o enfoque voltado para as necessidades dosrelatórios internos e daí a preocupação em informar a gerencia sobre ocomportamento dos custos. Todavia, aqueles que defendem o custeio porabsorção entendem que o custeio direto viola o conceito teórico dos custostotais.
Para compreender melhor a diferença entre o método de custeio por
absorção e custeio direto, Wernke (2001, p.31), apresenta dois quadros genéricos,
Supondo uma venda de cinco unidades a $ 500 cada uma, o resultado
pelos dois métodos é o representado a seguir:
Comparação entre custeio absorção e custeio direto.
Demonstração do Resultado do Exercício
Absorção Direto
Receitas (5 un. X $ 500) 2.500 2.500
CPV (5 un. X custo unitário - 1.265 - 1.100
Lucro bruto 1.235 1.400
Custos fixos - 330
Resultado 1.235 1.070
Fonte: Wernke (2001, p.31)Comparando os dois métodos percebe-se a diferença no resultado, sendo
que o custeio direto apresenta um resultado menor, por isso não é aceito para fins
fiscais.
Berti (2009, p.67) ao tratar o método de custeio direto, destaca:
embora trabalhando-se apenas com os custos variáveis e o preço de venda porproduto, e conhecidos os custos totais da empresa, pode-se obter dados paradeterminação do preço de venda; excluir um produto de uma linha deprodução da fabricação normal da empresa; avaliar o volume de vendasnecessário para a realização do lucro líquido desejado; decidir em fabricar oucomprar partes ou componentes do produto; manter o lucro com redução dopreço de venda e um conseqüente aumento da quantidade vendida; saber atéque ponto poderá ser reduzido o volume de vendas, sem que a empresa passe ater prejuízos com esse produto; saber qual o volume de vendas que compensa àempresa realizar com gastos adicionais com propaganda e promoção, de um oumais produtos; tomar decisões quer estratégicas, quer táticas, com a mudançade objetivos e/ou políticas da empresa.
Concluindo, o sistema de custeio variável é muito importante para tomada
de decisões gerenciais, quanto à fixação de preços, determinação do mix deproduto e comportamento do lucro em face das variações de vendas.
18 Uma abordagem sobre custos e suas terminologias – Considerando as formas de custeio e seus reflexos
4.3. Custeio por Atividade (ABC)
O Custeio por Atividade (Activity Based Costing) surgiu na década de 80,
como resultado dos estudos dos Professores Kaplan e Cooper, da Havard Bussines
School, com o objetivo principal de alocar os custos e despesas indiretas fixas aos
produtos.
Bonfim e Passareli (2008, p. 340) conceituam o custeio por atividade como
“um sistema de custeio baseado na análise das atividades significativas
desenvolvidas na empresa”. Eles afirmam que os sistema ABC é um complemento
aos sistemas de custeios tradicionais e que sua adoção vem complementar e não
substituir a algum desses sistemas. Os sistemas tradicionais em sua premissa
básica têm como geradores de custos, os recursos consumidos para a produção
dos bens e serviços realizados. Quanto a essa idéia, Bonfim e Passareli (2008, p.
341) afirmam que o sistema de custeio por atividades: “(...) orienta-se a partir do
pressuposto de que os recursos das empresas são consumidos pelas atividades
nelas desenvolvidas; os produtos ou serviços por sua vez, consomem atividades”.
Wernke (2001, p.22) sintetiza o custeio ABC, na figura a seguir:
consomem geram
Lógica do funcionamento do ABC
Fonte: Wernke (2001, p.22)
Para Wernke (2001, p.23) o método do custeio por atividade, tem o
seguinte comportamento:
esse método analisa o comportamento dos custos por atividade, e estabelecerelações entre as atividades e o consumo de recursos, independentemente defronteiras departamentais, permitindo a identificação dos fatores que levam ainstituição ou empresa a incorrer em custos em seus processos de oferta deprodutos e serviços e de atendimento a mercados e clientes.
Perez, Oliveira e Costa (2010, p.236) conceituam o ABC, como uma técnica
de controle e alocação de custos que permite:
- identificar os processos e as atividades existentes nos setores produtivos,
auxiliares ou administrativos de uma organização, seja qual for sua finalidade
(industrial, prestadora de serviços, instituição financeira, entidade sem finalidade
- identificar, analisar e controlar os custos envolvidos nesses processos e
atividades;
- atribuir os custos aos produtos, tendo como parâmetros a utilização dos
direcionadores (ou geradores) de custos.
Conforme Berti (2009, p. 73) “O ABC é uma ferramenta da gestão de
custos e que permite melhor visualização dos custos através da análise das
atividades executadas dentro da empresa e suas relações com os produtos ou com
os serviços, já que o ABC não se aplica apenas nas empresas industriais e sim, em
qualquer tipo de empresa que utilize a contabilidade de custos”.
Perez, Oliveira e Costa (2010, pp.320-321) afirmam que “os custos das
atividades devem ser identificados, medidos, localizados e analisados em funçãoda sua essencialidade para os objetivos de médio e longo prazo para a empresa em
questão”. Com tais informações, os gestores podem tomar decisões, tais como:
- possível redução pretendida de custos;
- eliminação ou redução de produção de bens ou serviços deficitários;
- importantes ajustamentos organizacionais envolvendo processos e linhas
de negócios;
- injeção de recursos para diversificação estratégica na linha de produção.
Kraemer (2000:61) apud Perez, Oliveira e Costa (2010, p.321) afirma que:
A contabilidade por atividades vem ao encontro dos novos conceitos deadministração que enfocam qualidade, competitividade e custos. Ela procuraidentificar a contribuição de cada unidade ao resultado da empresa. Assim,ficam evidenciados quais as atividades que contribuem positivamente para oresultado total da em presa, garantindo a sua eficácia.
Nakagawa (1995) apud Wernke (2001, p. 22) ao tratar do custeio ABCconsidera que “é um método de análise de custos que busca „rastrear‟ os gastos de
uma empresa para analisar e monitorar as diversas rotas de consumo dos recursos
diretamente identificáveis com suas atividades mais relevantes e destas para os
produtos ou serviços”. O autor indica que a organização consome atividades e
estas que devem receber as parcelas dos custos. Diante dessa assertiva, Bomfim e
Passareli (2010) indica que neste método o rateio perde importância e torna-se a
última alternativa quanto à atribuição dos gastos indiretos, e que será utilizado
somente quando não puder ser distribuído a uma atividade ou a um produto em
- fornece uma indicação confiável sobre a variação dos custos diretos a
longo prazo, a qual é bastante relevante para o planejamento estratégico da
empresa;
- fornece medidas bastante relevantes das atividades da empresa, tanto
financeiras, como não-financeiras;
- ajuda a identificação e a compreensão dos comportamentos dos custos de
uma empresa.
Perez Jr, Oliveira e Costa (2010, p.248) destacam a seguintes vantagens:
- identifica os direcionadores de custos, o que facilita a identificação de
custos desnecessários, que não agregam valor;
- atribuem os custos indiretos aos produtos de maneira coerente com a
utilização de recursos consumida para a execução das necessárias atividades.
Como críticos ao sistema de custeio por atividade Wernke (2001, p.24)
aponta dois autores, Kingcott(1998) e Catelli (1995). Ambos são contrários a
qualquer sistema que utilize como premissa o rateio dos custos fixo aos produtos.Kingcott (1998) apud Wernke (2010, p.24):
considera que o problema central do custeamento baseado em atividades é queeste sistema foi desenvolvido para proporcionar nova sobrevida ao custeio porabsorção, que também apresenta grandes limitações quanto à orientação dosprocessos decisoriais, pois a atribuição dos custos indiretos é sempre arbitrária,consome tempo, e a informação de custos resultante é inadequada parautilização na tomada de decisões
Como citado por vários autores, uma das vantagens da competitividade, é
a liderança em custos. Saber gerenciar bem os seus custos é fator preponderantepara a perpetualidade do negócio. Para isso, o gestor deve estar atento ao melhor
sistema de custeio. Bomfim e Passareli (2008, p. 367) destaca que para alcançar o
sucesso na implantação do ABC “requer uma mudança na cultura da empresa, ele
deve buscar o envolvimento e o comprometimento das pessoas na tarefa árdua de
transformar os conceitos de departamentos e centro de custos para os de
alcançar o objetivo, traçando o caminho a ser seguido, detectando erros e
auxiliando as decisões na pesquisa”
Para Cervo e Bervian (1983, p.55) pesquisa bibliográfica, é aquela que:
“explica um problema a partir de referenciais teóricos publicados em
documentos”.
Conforme Lakatos e Marconi (2005, p.185) a pesquisa bibliográfica “abrange
toda a bibliografia já tornada pública em relação ao estudo e com finalidade de
colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que já foi dito sobre
determinado assunto”.
E, ainda, segundo Oliveira (1999, p.119), “a pesquisa bibliográfica tem por
finalidade conhecer as diferentes formas de contribuição cientifica que serealizaram sobre determinado assunto ou fenômeno”.
Diante das considerações dos autores citados, a pesquisa bibliográfica
apresenta determinado assunto com o referencial teórico de diversos autores, sem
apresentar nada de novo, buscando apenas as contribuições significativas para o
tema.
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este artigo teve como objetivo mostrar resumidamente os diversos
métodos de custeio.
A empresa, seja qual for seu campo de atuação (produto, bens, serviços,
social), que não souber gerenciar bem o seu custo, está correndo grande risco de
fracasso. Por isso deve ter pleno conhecimento de seus custos. O gestor tem que
conhecer e adotar o melhor método de custeio para a sua empresa. Com a grandecompetitividade do mercado, a gestão dos custos se torna fator preponderante
para o sucesso.
Como apontado pelos diversos autores pesquisados, cada método tem suas
vantagens e desvantagens, porém há certa preferência pelo método mais moderno,
que é a gestão por atividades. Há de se ressaltar que o método aceito pela
legislação brasileira é somente o método por absorção, mas para um melhor
gerenciamento dos custos, os autores pesquisados indicam também outras opções.
Cada empresa tem a sua realidade e deve adotar o sistema que melhor a atende.
24 Uma abordagem sobre custos e suas terminologias – Considerando as formas de custeio e seus reflexos
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