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UNIVERSIDADE ANHANGUERA-UNIDERP
Maria Regina Martins de Barros RA 266872
UNIVERSIDADE ANHANGUERA UNIDERP CENTRO DE EDUCAO A DISTNCIA
CURSO DE PEDAGOGIA
Maria Regina Martins de Barros
Cultura de paz na escola: Construindo uma unidade
na diversidade.
No contexto dos primeiros anos do Ensino Fundamental
Polo Mace - MS.
2013
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Maria Regina Martins de Barros RA 266872
UNIVERSIDADE ANHANGUERA UNIDERP
CENTRO DE EDUCAO A DISTNCIA
CURSO DE PEDAGOGIA
MARIA REGINA MARTINS DE BARROS
Cultura de Paz na Escola: Construindo uma Unidade na
Diversidade
No contexto dos primeiros anos do Ensino Fundamental
Trabalho de Concluso de Curso-Artigo apresentado ao
curso de Pedagogia da Universidade Anhanguera
UNIDERP para obteno de grau da Graduao de
Pedagogia.
Orientadora: Prof Esp. Tutora a distncia, Talita Daiane
Ruis.
Polo Mace - MS
2013
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Maria Regina Martins de Barros RA 266872
SUMRIO
Epgrafe
..........................................................................................................
.................04
Resumo
...........................................................................................................
.................05
Palavras Chaves
................................................................................................
..............05
Abstract
.............................................................................................................
..............06
Keywords
..........................................................................................................
..............06
Introduo
..........................................................................................................
.............07
Desenvolvimento.............................................................................................................07
Subttulos
1. De uma cultura de guerra para uma cultura de
paz.....................................................07
2. Unidade na diversidade: ensinar e aprender a aceitar as
diferenas, um caminho para
a
paz............................................................................................................................10
3. Violncia na sala de aula e unidade na
diversidade..................................................12
4. A importncia da educao para a paz nos primeiros anos do
ensino
fundamental.................................................................................................................14
5. E na escola, o que se tem feito para ensinar e aprender a
unidade na diversidade?...16
Consideraes
Finais........................................................................................
..............18
Referncias Bibliogrficas
.................................................................................
.............19
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Ningum nasce odiando outra pessoa devido a cor
de sua pele, sua origem ou ainda sua religio.
Para odiar, preciso aprender. E, se podem aprender
a odiar, as pessoas tambm podem aprender a amar.
Nelson Mandela
Que no se vanglorie quem ama seu prprio pas,
mas sim quem ama o mundo inteiro. A terra um s
pas e a humanidade, seus cidados.
Bahullh
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RESUMO
O presente trabalho resultado de pesquisa bibliogrfica visando
identificar a
relao entre a aceitao das diversidades, e o fim da violncia no
ambiente escolar,
bem como ressalta a importncia de se iniciar o aprendizado de
uma cultura de paz nos
primeiros anos do Ensino Fundamental, com um foco no
desenvolvimento de valores e
virtudes. Relaciona ainda, alguns sites de organizaes
governamentais e no
governamentais que oferecem material pedaggico e sugestes de
projeto sobre o tema,
incluindo o Mato Grosso do Sul.
Palavras-chave: Cultura de Paz, Unidade, Diversidade,
Incluso.
ABSTRACT
This work is the result of a bibliographical research to
identify the relationship
between the acceptance of diversity and the end of violence in
the school environment,
and highlights the importance of starting the learning of a
culture of peace in the early
years of elementary school, with a focus on the development of
values and virtues.
Relates also some websites of governmental and non-governmental
organizations that
provide educational materials and suggestions on the topic,
including Mato Grosso do
Sul.
Keywords: Culture of Peace, Unity, Diversity, Inclusion
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INTRODUO
A escola hoje apresenta entre tantos desafios, a necessidade
urgente de se
estabelecer a no violncia. Oriundos de diferentes meios
culturais, socioeconmicos,
tnicos, religiosos, vindos de histrica segregao, e com a
determinao compulsria
de incluir no mesmo espao pedaggico alunos com diferentes nveis
de facilidade no
aprendizado e com deficincias educacionais especficas, a escola
esta aprendendo a
conviver e ser, com a diversidade. Como cores de belezas nicas
que ainda
desconhecem a beleza de um caleidoscpio, esse primeiro momento
de incluso
absoluta impactante.
Durante a pesquisa bibliogrfica, experincia no estgio pedaggico,
e em sites
disponveis na internet, foi de fcil observao que os educadores
enquanto agentes de
transformao esto preocupados e empenhados em entender, ensinar e
aprender sobre a
Cultura de paz, fortalecer ambientes propcios a uma educao mais
universal,
valorizando as diversidades culturais como riqueza potencial.
Embora ainda se tenha um
imenso caminho a percorrer no sentindo de se ter uma incluso de
fato, j se chegou ao
consenso de que irrevogvel, imprescindvel preparar alunos e
professores para esse
acolhimento. misso da Educao apresentar ao aluno os conceitos
necessrios a sua
formao como ser humano integral, de uma maneira construtiva,
reflexiva e prtica,
dando a ele uma oportunidade, talvez nica, de entender sua
participao ativa na
construo do ambiente em que vive, atravs dos seus atos.
Conhece-te a ti mesmo
segundo Scrates, sugerindo que antes de tudo temos que nos
desembaraar dos
conceitos errneos, e refletir sobre as virtudes que nos permite
ser chamados humanos.
De uma cultura de guerra para uma cultura de paz
Desde a mais tenra idade, a criana estimulada e inserida em
um
processo de aprendizado ainda oriundo de uma cultura de guerra.
Cultura essa que
temos construdo e mantido automaticamente desde os primrdios da
nossa histria,
inicialmente simplesmente para a sobrevivncia da espcie. Agora o
caminho outro,
inverso, o caminho da paz e da no violncia. No entendimento de
MILANI, Mais de
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que em qualquer outro momento da Histria, as pessoas compreendem
que devemos
avanar de uma cultura de guerra e violncia para uma cultura de
paz e no-violncia.
(MILANI 2003, p.13).
Segundo as UNESCO/ONU, em seu Documento de 2000, Cultura de Paz,
da
Reflexo Ao:
Substituir a secular cultura de guerra por uma cultura de paz
requer um
esforo educativo prolongado para modificar as reaes adversidade
e
construir um modelo de desenvolvimento que possa suprimir as
causas de
conflito. (UNESCO/ONU, p.12).
As histrias e filmes na televiso e no cinema ainda esto imersos
em
comportamentos violentos, aes competitivas e disputas gratuitas.
Se hoje j existe um
movimento para coibir a utilizao de brinquedos que reproduzem
armas letais sem a
devida orientao, em um passado bem prximo, aqueles que hoje so
jovens, e adultos,
em sua infncia tiveram amplo e fcil acesso e incentivo a
brinquedos como Forte
Apache, armamento blico inclusive pesado, como tanques de guerra
e metralhadora,
bonequinhos de soldados de guerra como o Falcon, entre muitos
outros.
Livre acesso tambm para filmes e seriados de guerra, e da
conquista do Oeste
estadunidense, que contavam a histria do ponto de vista em que
onde os brancos
colonizadores eram sempre os heris, e, os povos indgenas eram
descritos como cruis
e implacveis, omitindo e ou minimizando o fato de serem os
originais moradores e
proprietrios dos territrios colonizados. Essa verso romanceada e
falsa da histria,
amplamente divulgada e assistida por milhares de pessoas das
dcadas finais do sculo
XX, contribuiu para a construo desses esteretipos, repassados
para os brinquedos
infantis. Brincando de Forte Apache as crianas aprendiam e
treinavam o desrespeito
para os povos que originalmente ocupavam as terras da Amrica,
muitas vezes os povos
dos quais descendiam.
So exemplos dos meios e reflexos dessa cultura de guerra a que
estamos
inseridos deste a pr-histria.
Rituais de iniciao ainda presentes em muitas culturas visam
construo de
Guerreiros de toda espcie. O que se espera de uma criana que
brinca de caar, e
pescar sem necessidade, matar em srie, duelar, perseguir
implacavelmente o inimigo,
competir sem por qu? Que aprende a dissecar um sapo ou outros
animais vivos, sem o
mnimo respeito ou preocupao com sua dor ou medo ou direito a
vida, a colecionar
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insetos vivos, ou, como usualmente na cultura estadunidense, a
caar sem fome,
assassinar animais sem motivo, como um presente de entrada na
puberdade? Rituais de
iniciao vida adulta que insensibilizam para a dor do outro
ser.
Apesar da proibio da dissecao de animais vivos no Ensino
Fundamental Lei
Federal 6632/79, regulamentada pela Lei 11.794/2008, s no ano
passado uma escola
em Canoas RS, (dissecando gatos) e outra em Goinia, GO,
(dissecando Coelhos) foram
flagradas fazendo isso, apesar da grande polmica gerada,
conforme noticia divulgada
no noticioso via internet, G1, em 21 e 26 do 10/2012, da rede
globo de jornalismo.
Continuamos, como Esparta, a treinar nossos filhos para a
Guerra. E, quando eles
crescem e se tornam violentos nos surpreendemos. E mais na
frente, nos desesperamos
com o resultado.
Em Terceira Carta do Assassinato de Galdino Jesus dos Santos -
ndio Patax
Paulo Freire, impactado pelo assassinato do ndio Galdino por
jovens de classe mdia,
em Braslia, faz a seguinte reflexo:
Cinco adolescentes mataram hoje, barbaramente, um ndio patax,
que
dormia tranquilo, numa estao de nibus, em Braslia. Disseram
polcia
que estavam brincando. Que coisa estranha. Brincando de matar.
Tocaram
fogo no corpo do ndio como quem queima uma inutilidade. Um
trapo
imprestvel. Para sua crueldade e seu gosto da morte, o ndio no
era um tu
ou um ele. Era aquilo, aquela coisa ali. Uma espcie de sombra
inferior no
mundo. Inferior e incmoda, incmoda e ofensiva. possvel que,
na
infncia, esses malvados adolescentes tenham brincado, felizes e
risonhos, de
estrangular pintinhos, de atear fogo no rabo de gatos
pachorrentos s para v-
los aos pulos e ouvir seus miados desesperados, e se tenham
tambm divertido esmigalhando botes de rosas nos jardins pblicos
com a
mesma desenvoltura com que rasgavam, com afiados canivetes, os
tampos
das mesas de sua escola. E isso tudo com a possvel complacncia
quando
no com o estmulo irresponsvel de seus pais. (FREIRE, 2000,
p.31)
A cultura de paz se contrape a essa cultura de guerra que fomos
submetidos e
submetemos at agora. um novo paradigma. De acordo com BOULDING
(2000),
apud MILANI (2003) em Cultura de Paz: Estratgias, Mapas e
Bssolas,
(..) cultura de paz uma cultura que promove a diversidade
pacfica. Tal
cultura inclui modos de vida, padres de crena, valores e
comportamento,
bem como os correspondentes arranjos institucionais que promovem
o
cuidado mtuo e bem estar, bem como uma igualdade que inclui
o
reconhecimento das diferenas, a guarda responsvel* e partilha
justa dos
recursos da Terra entre seus membros e com todos seres vivos.
(MILANI,
2003, p.35)
MILANI pontua que Cultura de paz no significa uma cultura na
qual no
existem conflitos, mas sim que estes so resolvidos de forma
pacfica e justa.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11794.htm
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A ONU, no Art. 1 em sua 53/243. Declarao e Programa de Ao sobre
uma
Cultura de Paz
Uma Cultura de Paz um conjunto de valores, atitudes,
tradies,
comportamentos e estilos de vida baseados: a) No respeito vida,
no fim da
violncia e na promoo e prtica da no-violncia por meio da educao,
do
dilogo e da cooperao (A/RES/53/243 pg. 2)
Cultura de paz a anttese da Cultura de Guerra, e exige uma ao
pedaggica
voltada para desenvolver valores e sensos ticos, como justia,
tolerncia, solidariedade,
amor, respeito pelo outro e pelas diferenas intrnsecas que o
outro trs, empatia,
aceitao. Ainda no deixamos de viver em guerra, mas, j ansiamos
por vivenciar a
paz.
Unidade na diversidade: ensinar e aprender a aceitar as
diferenas, um caminho
para a paz.
Grandes transformaes em todas as reas e campos so o cenrio da
vida no
Planeta Terra, hoje. Ideias e pensamentos, comportamentos
sociais, economia, educao
e cultura esto em absoluta revoluo. Certezas milenares esto
sendo questionadas, e
novas descobertas cientficas colocam por terra mtodos e crenas
da cincia, da
compreenso histrica, e da prpria viso que o ser humano havia
construdo sobre sua
prpria espcie.
Pensar a Histria como possibilidade reconhecer a educao
tambm
como possibilidade. () Uma de nossas tarefas, como educadores
e
educadoras, descobrir o que historicamente pode ser feito no
sentido de
contribuir para a transformao do mundo, de que resulte um mundo
mais
redondo, menos arestoso, mais humano, e em que se prepare a
materializao da grande Utopia: Unidade na Diversidade. (FREIRE
1993,
pp. 35-36)
Dentro desse macrocosmo, sua unidade de oficina humana, a
escola, tambm
borbulha, sendo e perfazendo esses paradigmas.
Observamos que h pouco mais de cem anos, os seres humanos tinham
uma
viso de si prprio partimentada, dividida em grupos econmicos,
sociais, culturais,
ticos, religiosos, facilmente identificados pela cor da pele,
gnero, poderio econmico,
cultura, etnia, ou ainda, de que lado estavam da linha da
opresso.
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A Escola, local destinado ao aprendizado dos smbolos e cdigos
socioculturais,
no almejava atingir a universalidade. Era acessvel somente a um
grupo de
privilegiados, ou, previamente escolhido por algum interesse, e
que geralmente exclua
mulheres, explorados como fora de trabalho, povos nativos,
indgenas, negros e
minorias, tanto tnicas, quanto culturais e econmicas.
Pessoas com qualquer tipo de deficincia, tanto intelectuais
quanto fsicas, eram
excludas da escola comum, segregadas em instituies quando
haviam, ou, mantidas
escondidas, analfabetas e sem o estimulo necessrio para o
desenvolvimento de suas
potencialidades. Segundo relata MILLER (2000) Antigamente os
deficientes eram
separados, afastados de qualquer convvio social, pois sua
diferena era vista como
maldio, destino, marca do demnio e todo tipo de crendice.
Estudar era o privilegio declarado, dos grupos sociais
detentores do poder
econmico e cultural em cada local e regio. Esse o cenrio da
educao e da escola at
muito recentemente.
Na perspectiva de GIMENO (2002, p.119), apud MELO E FERREIRA
(p.28)
pois
[...] no h forma de excluso mais radical do que aquela que
implica o
sentimento de que uma pessoa no importante para ningum,
negada
(como indivduo ou como grupo), seja pela condio de ser mulher,
criana,
imigrante, idoso, negro, aposentado, ignorado na escola, cigano,
delinquente,
deficiente, mendigo ou por no falar, pensar, rezar ou querer
como ns.
O fim gradual das prticas educacionais excludentes do passado
proporciona
a todos os alunos uma oportunidade igual para terem suas
necessidades
educacionais satisfeitas dentro da educao regular. O
distanciamento da
segregao facilita a unificao da educao regular e especial em
um
sistema nico. Apesar dos obstculos, a expanso do movimento da
incluso,
em direo a uma reforma educacional mais ampla, um sinal visvel
de que
as escolas e a sociedade vo continuar caminhando rumo a prticas
cada vez
mais inclusivas. (STAINBACK & STAINBACK, 1999, p.44)
Hoje, um amanh bem prximo desse cenrio, vivemos um momento em
que a
palavra de ordem na escola incluso. Reconhecemos em tese, o
direito educao
todos os seres humanos. Em seu discurso em Paris, 1986, quando
contemplado com o
Premio Unesco de Educao para Paz PAULO FREIRE afirma que:
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De annimas gentes, sofridas gentes, exploradas gentes aprendi
sobretudo
que a Paz fundamental, indispensvel;, mas que a PAZ implica
lutar por
ela. A Paz se cria, se constri na e pela superao de realidades
sociais
perversas. A Paz se cria, se constri na construo incessante da
justia
social. Por isso no creio em nenhum esforo chamado educao para a
paz
que, em lugar de desvelar o mundo das injustias o torna opaco e
tenta
miopizar as suas vtimas. (FREIRE, 2006, p.388)
Apesar de ainda no vivenciarmos esse direito em tua totalidade,
no Brasil a
poltica educacional atual torna compulsria a incluso. (Lei de
Diretrizes e Bases da
Educao 9394/96, Estatuto da Criana e do Adolescente, LDB Educao
Especial,
Programa de Complementao aos Atendimentos Educacionais
Especializados s
Pessoas Portadoras de Deficincia, Plano Educacional de Educao -
Educao Especial
e decretos como: Decreto n2. 208/97 Regulamenta Lei 9.394 LDB;
Decreto n3.
298/99 Regulamenta a Lei n. 7.853/89; Decreto n914/93, Lei; Lei
n 10.172, de 9 de
janeiro de 2001, que aprova o Plano Nacional de Educao). A
prpria Constituio
Federal de 1988 proclama: Art. 205 A educao, direito de todos e
dever do Estado e
da famlia, ser promovida e incentivada com a colaborao da
sociedade. Visando o
pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exerccio da
cidadania e sua
qualificao para o trabalho.
Oriundos de uma cultura de violncia, guerra e competio, os
alunos antes
segmentados, selecionados pela cor da pele, pelo gnero,
divididos em grupos tnicos,
culturais, socioeconmicos, graus de dificuldade na aprendizagem
pelos mtodos
pedaggicos usualmente utilizados, esto cada vez mais, a exemplo
de outras reas
sociais, participando do mesmo espao de aprendizado. Mas, apesar
de no mais
segmentados, estaremos realmente unidos?
Violncia na sala de aula e unidade na diversidade
No seu dia a dia, os educadores em sala de aula enfrentam
situaes que
envolvem violncia nos seus vrios nveis: Brigas, Bulling,
indisciplina, desrespeito,
uso de drogas licitas e ilcitas, constrangimento, ameaa, agresso
fsica e at
assassinato. De acordo com NOLETO, em Abrindo Espaos: Educao e
Cultura para a
Paz, 2004:
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Aprender a Viver Juntos: Trata-se de um dos maiores desafios da
educao
para o sculo XXI. Como diz o Relatrio Delors, a histria humana
sempre
foi conflituosa. H, no entanto, elementos novos que acentuam o
perigo e
deixam vista o extraordinrio potencial de autodestruio criado
pela
humanidade no decorrer do sculo XX. Ser possvel conceber uma
educao capaz de evitar os conflitos, ou de os resolver de
maneira
pacfica, desenvolvendo o conhecimento dos outros, das suas
culturas, da sua
espiritualidade? Observem o quadro atual de violncia na escola.
Como
combat-la? A tarefa rdua, diz o Relatrio, porque os seres
humanos tm a
tendncia de sobrevalorizar as suas qualidades e as do grupo a
que pertencem
e a alimentar preconceitos desfavorveis em relao aos outros.
(NOLETO,
UNESCO/2004, p.17)
A pesquisa do Professor Doutor MARCOS PAZ, para sua tese de
Doutorado em
educao realizada no Mato Grosso do Sul, coletada durante o
ultimo Congresso
Estadual dos Trabalhadores em Educao, em 2011, na cidade de
Jardim, com o tema
Violncia na Escola demonstra com dados inegveis esta
problemtica. Oitocentos e
noventa e um trabalhadores em educao responderam o questionrio
da pesquisa,
sendo que setenta e seis por cento dos entrevistados afirmaram
haver ocorrncias de
violncia nas escolas onde atuam, revela ainda que setenta e
cinco por cento ocorreram
entre alunos, vinte por cento entre alunos e professores, e
quinze por cento entre alunos
e familiares. Quanto ao uso de drogas ilcitas, a pesquisa revela
que trinta e cinco por
cento dos entrevistados tem conhecimento de alunos que usam
droga ilcita (maconha,
cocana, cola e crack).1
As cenas de alunos que se transformaram em franco-atiradores
pularam dos
noticirios internacionais para a realidade nacional. Em 2011, um
jovem de 24 anos,
alegando bulling, invadiu armado a escola onde havia estudado,
na cidade do Rio de
Janeiro, atirando a esmo sobre alunos e professores, causando a
maior tragdias do
gnero, em territrio nacional. Em Mato Grosso do Sul, em 2012, na
cidade de Nova
Andradina, MS, um estudante de 16 anos, esperou o diretor da
escola na calada do
colgio e o assassinou com trs tiros. Alunos que dizem sentir-se
no acolhidos,
professores, educadores e funcionrios que se tornam refns. Para
Paulo FREIRE
1 (Dados extrados da Revista da Federao dos Trabalhadores em
Educao em Mato Grosso do Sul,
Revista Atuao, de Maro de 2013).
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No possvel refazer este pas, democratiz-lo, humaniz-lo, torn-lo
srio,
Com adolescentes brincando de matar gente, ofendendo a vida,
destruindo o
sonho e inviabilizando o amor. Se a educao, sozinha, no
transforma a
sociedade, sem ela, tampouco, a sociedade muda. (FREIRE, 2000,
p.31.)
A importncia da educao para a paz nos primeiros anos do ensino
fundamental
Como bem diz a constituio na UNESCO/ONU Como as guerras se
iniciam
nas mentes dos homens, na mente dos homens que as defesas da paz
devem ser
construdas.
O carter, a personalidade, a postura de aceitao, a tica, e os
valores so
construdos e fortalecidos com intensidade dos primeiros anos de
vida at o incio da
maturidade. BEUST (2003) cita PIAGET para melhor descrever o
processo de
desenvolvimento moral: PIAGET descreve as etapas de
desenvolvimento moral em
quatro estgios: pr-moralidade (de 0 a 5 anos de idade,
aproximadamente),
heteronomia moral (5 a 8 anos), semi-autonomia moral (8 a 13) e
autonomia moral
(depois dos 13 anos).
(...) depois de fechada a janela de oportunidade para o
aprendizado moral e
tudo indica que isso ocorra ao redor da puberdade, extremamente
difcil
corrigir o carter de um ser humano. Na verdade, h indcios de que
ao redor
dos cinco ou seis anos de idade as estruturas morais
fundamentais j estaro
ou no construdas. (BEUST, 2003, p.214).
Por isso, importante e primordial que os educadores do Ensino
Fundamental
possam e desejem trabalhar de maneira ldica e dinmica, temas
inclusivos,
fortalecendo os arqutipos positivos e melhorando a maneira como
cada um v a si
mesmo e ao mundo.
Construir uma unidade na diversidade, eis o grande desafio desta
era. Construir
um mundo e consequentemente agentes deste espao, que reconheam a
sua unidade
em essncia, que valorizem as diferenas culturais, a beleza da
diversidade tnica, a
responsabilidade mais veemente que ns como educadores podemos
abraar. A
eliminao dos preconceitos e da discriminao passa antes de tudo
pela educao. Nem
uma criana nasce racista, preconceituosa, ou discriminatria,
elas aprendem com o
comportamento dos adultos e com os conceitos decadentes de uma
poca em
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transformao. Neste contexto, paz e aceitao da diversidade
parecem estar de mos
dadas. Apesar de diferentes, temos que aprender a viver
juntos.
Unidade na Diversidade, em essncia estar inserido em um coletivo
que
preserva e respeita sua individualidade. Para flores de
diferentes espcies, seria um
Jardim. ver nas diferenas do indivduo uma riqueza para o
coletivo.
BEUST, (1996) para o site UNIDADE NA DIVERSIDADE sugere que
a
construo do paradigma da Unidade na Diversidade poder se dar
atravs da evoluo
humana do eu para o ns, de uma crescente percepo de que somos
parte de tudo e
de todos que nos cerca, e de que a evoluo de um ser como humano
o conduz de sua
unidade como ser humano, para o membro de uma famlia, evoluindo
ainda, para o
membro de uma cidade, de um pas, de um planeta. Passando a se
identificar como um
ns que a raa humana, e membros de um pas, que a Terra.
Embora essas noes e percepes de ns e de eles sejam to poderosas,
elas
no so estticas. possvel incorporar, quase num passe de mgica, os
que
eram eles no crculo do ns. Por exemplo, podemos dizer: Ns, de
nossa
famlia. Eles, os vizinhos. Mas se dissermos ns, os moradores do
nosso
prdio, ento eles passam a fazer parte de um novo ns. Podemos
dizer
ns, os paulistas; eles, os mineiros. Mas, se dissermos ns, os
brasileiros,
ento eles passam a ser parte de ns. Da mesma forma, podemos
pensar ns,
os brasileiros; eles, os uruguaios. Mas se pensarmos ns, os
latino-
americanos, no temos mais eles, apenas um grande ns. Podemos
nos
referir a ns, os latino-americanos; eles,os europeus. Mas
podemos superar
esta dicotomia dizendo ns, os seres humanos. Este paradigma de
construir
uma percepo em que o eles desaparea, para dar lugar a uma
dimenso
sempre maior e mais ampla do ns pode ser ensinada e aprendida, e
pode
transformar drasticamente a maneira como vemos e sentimos o
mundo e as
pessoas. (BEUST- 1996/unidadenadiversidade.org.br)
De acordo com genecitistas e cientistas, a origem da vida na
terra se deu no
continente Africano, comprovando que todos ns somos realmente
membros de uma
mesma famlia humana, e que as diferenas fsicas so superficiais e
motivadas pela
adaptao do ser humano em diferentes regies e ambientes do
planeta.
A teoria cientfica da origem do homem na frica antiga.
Comprovada,
sobretudo pelas recentes pesquisas do bilogo e geneticista Ulf
Gyllensten, da
Universidade de Uppsala, na Sucia, cujas descobertas foram alvo
das mais importantes
publicaes cientficas mundiais.
Teorias essas h muito afirmadas por grandes figuras da histria
da humanidade,
que por essa verdade dedicaram sua vida, como Sir Abdl Bah Abbs,
Marthin Luther
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King, Nelson Mandela, Mahatma Gandhi, Maral de Souza Tup I,
Cacique Seattle,
entre tantos, que afirmaram a verdade inegvel: Somos todos
membros de uma nica
espcie e de uma mesma raa: A raa humana. Por ignorncia de nossa
origem nica,
etnias e grupos sociais tem sido submetidos a toda sorte de
preconceito e explorao,
permanecendo em situao de excluso social. A eliminao dos
preconceitos e da
discriminao passa antes de tudo pela educao.
MICHEL E JORDAN, Apud MARQUES, no Artigo O que raa declaram
que:
A maioria dos cientistas concordam que toda a espcie humana
provem do
mesmo tronco ancestral, o qual provavelmente apareceu entre
600.000 a
1.000.000 de anos atrs. Eles, alm disto, concordam que raa pura
no
homem nunca existiu e nem pode agora existir, no obstante s
migraes
extensivas e os casamentos inter-raciais que houveram
continuamente desde
o comeo das espcies. 1999 bahi/racial.)
E na escola, o que se tem feito para ensinar e aprender a
unidade na diversidade?
Em seu artigo O Respeito s diferenas: um caminho rumo paz
JESUS
observa que
preciso compreender que diferentes culturas possuem
linguagens,
valores, smbolos e estilos de comportamentos diferentes, que tm
de ser
compreendidos na sua originalidade. O que precisa ser mudado no
a
cultura do aluno mas a cultura da escola. (JESUS 2003, p.
177,178).
Conscientes dos novos desafios, educadores e pensadores da
educao em todo o
planeta se levantam para construir esse novo cenrio. No Brasil
podemos verificar esse
esforo conjunto em projetos pedaggicos inovadores, cartilhas,
tratados, artigos
cientficos, livros, teses de mestrado e doutorado, todos,
trabalhos voltados para a
compreenso e para o desenvolvimento de uma cultura de paz dentro
e fora da escola,
dispondo diretrizes, norteando o caminho, ao mesmo tempo em que
relatam a
experincia vivenciada por educadores e alunos em todo o
territrio nacional, e em todo
o planeta. Na internet, vrios sites e blogs dispes vasto
material, tanto para pesquisa
do tema, como tambm o passo a passo para uma diversidade de
projetos a serem
implementados nos espaos educacionais. Nas ltimas dcadas a
UNESCO sozinha ou
em parceria, publicou varias cartilhas, passo a passo e reflexes
com o tema de se
aprender a ensinar a paz.
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Fonte de inspirao e alcanando excelente resultados, so as
Oficinas
Pedaggicas Ensinando Virtudes na Sala de Aula e Educando Alunos
Livres de
Preconceitos desenvolvidas pelos educadores Heather e Gabriel
Marques, e aplicadas
com sucesso entre os professores da cidade de Salvador BA, e
posteriormente
multiplicada para outras cidades do pas, e que tem o
reconhecimento da Universidade
Federal da Bahia, UFBA.
Os sites Anima Mundi, Projeto Geleds, Projeto Valores Humanos,
Brasil
Escola, Escola de Conselhos da Universidade Federal de Mato
Grosso do Sul, Andi
Agncia de Notcias do Direito da Criana, No Violncia, Unidade
Racial, Unidade na
Diversidade, Gira Solidrio, alm de vrios outros, disponibilizam
vasto material
pedaggico na rea da educao de virtudes e valores humanos,
unidade racial,
aceitao das diversidades, direitos da criana e do adolescente, e
cultura da paz.
a aquisio de um conhecimento que no se limita aos alunos, ns
enquanto
educadores temos que nos propor nesse momento, a nos tornarmos
tambm aprendizes
desse novo modo de ser e ensinar, e de, atravs desse tirocnio,
colocarmos um
definitivo fim na violncia na escola, e na vida. Para MILANI
2003
Aqueles que desejam participar da construo de uma Cultura de
Paz
precisam pensar e atuar em dois nveis bsicos o micro e o macro.
O
primeiro refere-se ao indivduo: seu comportamento, sua vida
familiar e suas
relaes na comunidade, local de trabalho e crculo de amizades.
As
possibilidades de ao neste nvel so quase infinitas, porque toda
pessoa
pode fazer algo, por menor e simples que seja, como sua parcela
de
contribuio. Alm disso, preciso atuar tambm no nvel macro, ou
seja,
repensar os processos sociais, definir estratgias de mudana
coletiva, criar
polticas pblicas, estruturas institucionais e programas
educativos e sociais
condizentes com os valores da paz. Este nvel de atuao exige
qualificao e
experincia, alm da capacidade de articular e integrar esforos
dos mais
diversos atores sociais. Os nveis micro e macro so
complementares,
interdependentes e precisam ser trabalhados simultaneamente.
(MILANI,
2003, p.32)
Espaos pedaggicos como a Escola das Naes em Braslia, tem
procurado
desenvolver uma pedagogia voltada para a cultura de paz e a
aceitao das diversidades,
servindo como modelo e laboratrio. Em So Paulo, a UNIPAZ oferece
cursos de ps-
graduao voltados para a formao de Educadores comprometidos com
o
estabelecimento de uma Cultura de Paz.
Em Mato Grosso do Sul, a Lei 4.034, institui o dia 21 de
Setembro como o Dia
Estadual da Cultura da Paz e o Prmio Paz e Cultura. Na cidade de
Bonito, em 2008
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aconteceu o encontro Construindo uma Cultura de Paz para Mato
Grosso do Sul .
Segundo o site Gira Solidrio, entre os temas das oficinas estava
a Educao para a Paz
na Preveno da Violncia.
CONSIDERAES FINAIS
Atravs das pesquisas bibliogrficas efetuadas, tanto em trabalhos
acadmicos
quanto em sites na Internet, que relatam experincias com a
implantao e
implementao de uma Cultura de Paz nas escolas em resposta
violncia escolar,
pde-se verificar que ainda h um grande caminho a ser percorrido,
mas possvel
observar aes pedaggicas voltada para esse novo paradigma na
Educao mundial,
incluindo neste cenrio o Mato Grosso do Sul.
Tanto os espaos pedaggicos particulares quanto pblicos, precisam
se
empenhar cada vez mais em encontrar caminhos para a incluso de
fato, para atravs do
desenvolvimento de uma viso histrica e abrangente sobre a
unidade da raa humana,
e a descoberta da beleza e riqueza da diversidade, construir a
no violncia na Escola.
A Cultura de Paz, alm de exigir polticas pblicas que garantam a
incluso
compulsria, busca tambm o desenvolvimento das potencialidades
morais, das virtudes
e valores, a bondade para com os animais, a proteo natureza e a
salvaguarda dos
direitos fundamentais da criana e do adolescente.
Aos professores e educadores dos primeiros anos do Ensino
Fundamental o
desafio maior, de atravs de uma prxis pedaggica inovadora,
estimulante, reflexiva,
auxiliarem na construo desses novos paradigmas, e da construo
dessa paz que nasce
nas mentes dos homens e mulheres do mundo, e o resultado do
respeito do ser humano
para com todos os seres.
A grande oficina da Educao, chamada Escola, precisa aprender a
falar vrias
lnguas ao mesmo tempo em que fala apenas uma. Mais, muito mais
do que falar em
braile e em libras, em alfabetizar bilngue, ela precisa falar na
linguagem do AMOR.
a escola se preparando para transformar as cores e matizes no
mais perfeito
caleidoscpio. Estamos no incio de uma grande transformao e como
todo
pioneirismo um desafio. Mas nos anos vindouros, em um futuro no
to distante, se
possvel fosse olhar para trs, com certeza ficaramos felizes e
orgulhosos de termos
feito parte dele.
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