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16 POSMECUniversidade Federal de UberlndiaFaculdade de
Engenharia Mecnica
SOLDABILIDADE DO AO INOXIDVEL FERRTICO
Demostenes Ferreira FilhoUniversidade Federal de Uberlndia
UFU/FEMEC, Av. Joo Naves de vila, 2121 B. Santa Mnica, Uberlndia
[email protected]
Valtair Antonio FerraresiUniversidade Federal de Uberlndia
UFU/[email protected]
Resumo: Os aos inoxidveis ferrticos abragem um grande campo de
utilizao, como indstriaautomobilstica, indstria de aparelhos
eletrodomsticos e indstria qumica. Estes aos soformados basicamente
por liga ferro-carbono e outros elementos estabilizantes de ferrita
epossuem uma estrutura predominantemente ferrtica em qualquer
temperatura. Estes aosapresentam geralmente uma baixa
soldabilidade, que compensada por uma boa resistncia corroso e pelo
baixo custo quando comparado aos outros inoxidveis. Este trabalho
tem comoobjetivo fazer uma reviso sobre este ao, apresentando sua
composio qumica, as aplicaesindustriais, a soldabilidade e os
problemas gerados por este processo.
Palavras-chave: ao inoxidvel ferrtico, composio qumica,
soldabilidade.
1. INTRODUO
O ferro um dos metais mais importantes e comuns na crosta
terrestre. Ele forma a base dosgrupos mais usados de materiais
metlicos, ferros e aos. O sucesso destes metais deve-se ao fato
deeles poderem ser produzidos de forma barata em grandes
quantidades e oferecerem uma extensivagama de propriedades mecnicas
desde nveis de resistncia moderados com excelenteductibilidade e
tenacidade at altssima resistncia com ductibilidade adequada.
Infelizmente, osaos comuns e de baixa liga so susceptveis corroso e
requerem revestimentos de proteo parareduzir a taxa de degradao. Em
muitas situaes a proteo galvnica ou a pintura de umasuperfcie
impraticvel (Karlsson, 2005). Para superar este problema foram
desenvolvidos os aosinoxidveis de liga de cromo, que possuem uma
camada apassivadora que protege o material dacorroso.
Os aos inoxidveis so aos de alta liga, geralmente contendo
cromo, nquel, molibdnio emsua composio qumica. Estes elementos de
liga, em particular o cromo, conferem uma excelenteresistncia
corroso quando comparados com os aos carbono. Eles so, na
realidade, aosoxidveis. Isto , o cromo presente na liga oxida-se em
contato com o oxignio do ar, formandouma pelcula, muito fina e
estvel, de xido de cromo. Ela chamada de camada passiva e tem afuno
de proteger a superfcie do ao contra processos corrosivos. Para que
a pelcula de xido sejaefetiva, o teor mnimo de cromo no ao deve
estar ao redor de 11%. Assim, deve-se tomar cuidadopara no reduzir
localmente o teor de cromo dos aos inoxidveis durante o
processamento.(ACESITA, 2006)
Segundo Karlsson (2005) os aos inoxidveis podem ser divididos em
cinco grandes grupos, osaos inoxidveis austenticos, os aos
inoxidveis ferrticos, os aos inoxidveis
duplex(austenticos-ferrticos), as composies martensticas e os aos
inoxidveis endurecidos porprecipitao.
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Os aos inoxidveis ferrticos so compostos basicamente da liga
ferro-cromo e outroselementos estabilizantes de ferrita. H at
poucos anos, os aos inoxidveis ferrticos eram soldadosapenas com
arames austenticos, tais como AWS ER 308LSi e 307Si, para garantir
uma boaqualidade solda. Recentemente foram desenvolvidos arames
inoxidveis ferrticos estabilizados(por exemplo, os tipos 430Ti,
430LNb e 409Nb), que podem conferir uma boa qualidade s soldas,alm
de terem um menor custo. Esses arames tm sido usados de forma
crescente na indstria,principalmente na automotiva.
Este trabalho tem como objetivo fazer uma reviso sobre o ao
inoxidvel ferrtico apresentandosua composio qumica, as aplicaes
industriais, a soldabilidade e os problemas gerados pelosprocessos
de soldagem.
2. COMPOSIO QUMICA DO AO INOXIDVEL FERRTICO
Os aos inoxidveis ferrticos so ligas Fe-Cr com suficiente
quantidade de cromo e/ou outroselementos estabilizantes da ferrita,
tais como alumnio, nibio, molibdnio e titnio, para inibir aformao
de austenita no aquecimento (Welding Handbook, 1991). Estes aos
temperaturaambiente, so formados basicamente por uma matriz de
ferrita (), isto , uma soluo slida decromo e outros elementos de
liga em ferro, com estrutura cristalina cbica de corpo centrado
(CCC).E como esta fase pode conter muito pouco carbono e nitrognio
(elementos intersticiais) emsoluo, estes ficam principalmente na
forma de precipitados (em geral, carbonetos e nitretos decromo)
(Modenesi, 2001).
A composio qumica de alguns aos inoxidveis ferrticos apresentada
na Tabela 1.
Tabela 1. Composio Qumica de alguns Aos Inoxidveis Ferrticos
(Welding Handbook, 1991).
Tipo Composio Quimica (%)C Mn Si Cr Ni P S Outros405 0,08 1 1
11,5 - 14,5 - 0,04 0,03 0,10 - 0,30 Al409 0,08 1 1 10,5 - 11,75 -
0,045 0,045 Ti min - 6x%C430 0,12 1 1 16,0 - 18,0 - 0,04 0,03 -434
0,12 1 1 16,0 - 18,0 - 0,04 0,03 0,75 - 1,25 Mo442 0,2 1 1 18,0 -
23,0 - 0,04 0,03 -
444 0,025 1 1 17,5 - 19,5 1 0,04 0,031,75 - 2,5 Mo;0,035 N
Max;(Cb+Ta)min -0,2+4(%C+%N)
446 0,2 1,5 1 23,0 - 27,0 - 0,04 0,03 0,25N
026-1 0,06 0,75 0,75 25,0 - 27,0 0,5 0,04 0,020,75 - 1,50
Mo0,020 - 1,0 Ti
0,04N;0,2 Cu
Uma vez que o elemento de liga fundamental destes aos o cromo,
um ponto inicial para o seuestudo o diagrama de equilbrio Fe-Cr,
conforme mostrado na Figura 1.
O cromo um elemento alfagnio, isto , que estabiliza a ferrita
(). Devido a estacaracterstica, a faixa de temperatura de existncia
da austenita diminui rapidamente para teoressuperiores a 7% de Cr
e, para teores acima de 13%, a austenita no mais se forma.
Estasconsideraes so vlidas para ligas binrias Fe-Cr puras, conforme
pode ser verificado na Figura 1.
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Os aos inoxidveis possuem ainda outros elementos em pequena
quantidade em suacomposio. A presena de elementos gamagnios,
particularmente C e N, expande o campo deexistncia da austenita
para maiores teores de cromo (Figura 2.2), podendo
apresentartransformao parcial da ferrita a alta temperatura
(tipicamente entre 900 e 1200C) em aosinoxidveis ferrticos com
teores de cromo superiores a 13% (Modenesi 2001).
Figura 1 -Diagrama de equilbrio Fe-Cr (Chiaverini, 2002).
Existem trs geraes de aos inoxidveis ferrticos. A primeira gerao
(tipos 430, 442 e 446)contm somente cromo como estabilizador da
ferrita e notadamente carbono. Eles esto sujeitos acorroso
intergranular depois da soldagem a menos que um tratamento trmico
posterior a soldagemseja realizado (Welding Handbook, 1991). Esta
gerao apresenta baixa tenacidade. A liga prottipo o tipo 430,
tipicamente com 0.12 max C 17 Cr. Para temperaturas prximas a
1030C, ferrita eaustenita podem coexistir. O resfriamento pode
causar aparecimento de carbonetos. Aaproximadamente 920C a
austenita desaparecer e somente ferrita e carbonetos restaro
atemperatura ambiente, sob condies de equilbrio (Asm Speciality
Handbook, 1994).
Pode parecer um equvoco chamar esta primeira gerao de ferrtica,
por causa da austenita queaparece a elevadas temperaturas. Esta
austenita tem um efeito benfico de retardar o crescimento degro,
que afeta a fragilidade. Contudo, esta austenita tende a se
transformar em martensita sobcondies de soldagem (Asm Speciality
Handbook, 1994).
A segunda gerao de aos inoxidveis ferrticos (tipos 405 e 409)
tem menores teores decromo, carbono e nitrognio, mas tem forte
presena de elementos formadores de ferrita na fuso. Oprottipo dessa
segunda gerao o tipo 409, tipicamente 0,04 C 11 Cr 0,5 Ti. O titnio
e onibio se combinam tanto com o carbono como com o nitrognio,
formando carbonetos e nitretos,deixando o cromo livre na soluo e
diminuindo a quantidade de carbono na soluo slida. Otitnio um
elemento ferritizante.
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O tipo 405 uma liga similar, mas estabilizado com alumnio que se
combina com onitrognio, mas no com o carbono. O alumnio outro
elemento ferritizante. Os vrios carbonetose nitretos produzidos
pela adio de estabilizantes auxiliam na resistncia ao crescimento
de gro nasegunda gerao de aos inoxidveis ferrticos. Esses aos so
altamente ferrticos, embora nasoldagem ou tratamento trmico possa
resultar em uma pequena quantidade de martensita. Estagerao tem
melhores caractersticas de fabricao do que a primeira gerao, mas,
tambmapresentam baixa tenacidade (Welding Handbook, 1991).
A terceira gerao de aos inoxidveis ferrticos surgiu por volta de
1970 com advento detcnicas de descarbonetao, mais eficiente na
produo desses aos. Os nveis de carbono enitrognio so baixos,
tipicamente 0,02% ou menos, e os estabilizadores, como titnio e/ou
nibio,so freqentemente adicionados para se combinar com alguns
elementos intersticiais livres. Os tipos444 (18Cr-2Mo) e 26-1
(26Cr- 1Mo) so exemplos desta gerao. A liga prottipo o tipo
444(18Cr-2Mo). Geralmente, estes aos no so susceptveis a corroso
intergranular depois dasoldagem. Eles tm a sua tenacidade melhorada
e boa resistncia tanto para a corroso por pitingem ambientes com
cloreto, quanto para trinca de corroso sob tenso (Welding Handbook,
1991).
Atualmente as indstrias vm desenvolvendo novos aos inoxidveisl
ferrtico, principalmentedevido ao baixo preo, boa resistncia
corroso, performance de resistncia abraso/corroso emmeios midos e
ao bom nvel de caractersticas mecnicas.
3. APLICAO INDUSTRIAL
Segundo Chiaverini, 2002 a utilizao dos aos inoxidveis ferrticos
abragem um campo muitogrande, como indstria automobilstica,
indstria de aparelhos eletrodomsticos e indstria qumica.Outros
empregos incluem: decoraes arquitetnicas, equipamentos de
restaurante e de cozinha,peas de fornos, dentre outras.
As ligas de baixo (11%) cromo (405 e 409, o ltimo sendo mais
largamente usado) tm boaresistncia corroso e oxidao e so, ainda, de
fcil fabricao a baixo custo (Asm SpecialityHandbook, 1994). Segundo
Chiaverini, 2002 estes aos possuem aplicaes em tubos de
radiadores,caldeiras, recipientes para indstrias petroqumicas e
exaustores de automveis, dentre outras.
As ligas de cromo (16 a 18%) intermedirio (430 e 434) so usadas
para ornamentosautomotivos e utenslios de cozinha. Essas ligas no
so to fceis de fabricar como as de baixocromo, devido a sua baixa
tenacidade e soldabilidade (Asm Speciality Handbook, 1994).
As ligas de alto (19 a 30%) cromo (442 e 446), freqentemente
referidas como superferrticas,so usadas para aplicaes que exigem um
alto nvel de resistncia corroso e oxidao. Essasligas, normalmente,
contm alumnio ou molibdnio e tm baixssimos teores de carbono.
Suafabricao possvel devido a tcnicas especiais de fundio que podem
alcanar baixos teores decarbono e nitrognio. Elementos
estabilizadores como titnio e nibio podem ser adicionados
paraprevenir a sensitizao e melhorar as condies de soldabilidade
(Asm Speciality Handbook, 1994).
No Brasil, segundo site do Infosolda, o ao inoxidvel ferrtico
utilizado na fabricao decaixas dgua, em substituio as fabricadas de
amianto, pois esta possuem efeito nocivo. O aomais utilizado para
este processo o AISI 444, devido a sua boa resistncia corroso
atmosfrica epor pite, aliada a um baixo custo.
Segundo o site Inda, aos inoxidveis ferrticos desenvolvidos
recentemente tem como meta autilizao em vages ferrovirios. Com
relao ao ao carbono revestido, comumente utilizado nafabricao de
vages esses aos apresentam algumas vantagens, que so a capacidade
de absorode energia de impacto 100% superior ao ao carbono comuns,
maior vida til, menor freqncia emenor tempo de parada para manuteno
e reduo da tara, devido s propriedades mecnicas quepossibilitam um
vago com espessura 20% menor. Estes aos vm sendo utilizados ainda
nafabricao de nibus, implementos rodovirios, container, usinas de
acar, cabines telefnicas,minerao e estruturas metlicas.
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4. SOLDABILIDADE
Durante a soldagem por fuso, o metal base aquecido a
temperaturas entre a ambiente e a defuso do material (prxima a
1500C). A ZF, quando a sua composio similar ao metal base,passar
por alteraes similares, com uma estrutura de gros colunares
grosseiros. Caracteriza-se, aseguir, a microestrutura da regio da
solda dos aos inoxidveis ferrticos separando-se estesmateriais em
dois grupos (Modenesi 2001):
Aos parcialmente transformveis: Corresponde aos aos no
estabilizados e cujo teor deelementos intersticiais suficiente para
causar a formao de austenita alta temperatura. Nestesmateriais, a
solda (ZF e ZTA) apresentar as seguintes regies (Figura 2):
Regio bifsica: corresponde poro da ZTA que foi aquecida at o
campo decoexistncia da austenita e da ferrita. A austenita se forma
preferencialmente nos contornosde gro da ferrita e, aps
resfriamento nas condies usualmente encontradas em soldagem,se
transforma em martensita; Regio de crescimento de gro: corresponde
regio da ZTA aquecida acima do
campo de coexistncia da austenita e da ferrita. caracterizada
por um intenso crescimentode gros e pela dissoluo e posterior
reprecipitao dos carbonetos e nitretos presentes.Durante o
resfriamento, pelo afastamento da poa de fuso, esta regio da ZTA
atravessa ocampo bifsico, de modo que austenita formada
preferencialmente nos contornos de gro,em geral com estrutura de
placas do tipo "Widmanstatten" (coma morfologia de agulhas
ouplacas). A temperaturas mais baixas, esta austenita pode se
transformar em martensita; Zona fundida: caso a composio qumica da
zona fundida seja igual a do metal de
base, esta apresentar uma estrutura semelhante da regio de
crescimento de gro, tendoentretanto gros colunares.
Figura 2. Formao da microestrutura da solda de um ao inoxidvel
ferrtico que atravessa ocampo binrio ( + ). MB metal de base. A
regio bifsica (ZTA). B regio de crescimento de
gro (ZTA). ZF zona fundida (Modenesi 2001).De uma maneira geral,
a solda caracterizada por uma estrutura de granulao grosseira,
apresentando uma rede de martensita junto aos contornos de gro e
precipitados finos de carbonetose nitretos nos contornos e no
interior dos gros. A Figura 3 mostra a estrutura da zona fundida
deum ao com 17% de cromo, no estabilizado (Modenesi 2001).
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Figura 3. Microestrutura da solda de um ao inoxidvel ferrtico no
estabilizado. Ataquegua-rgia. (a) Microscopia tica (50X). (b)
Microscopia eletrnica (500X). M Martensita.
ferrita (Modenesi, 2001).
Aos no transformveis: Aos inoxidveis ferrticos com teor mais
elevado de cromo, commenor teor de elementos intersticiais e/ou
adies de elementos estabilizantes podem ter umbalano entre
elementos alfagnios e gamagnios tal que a austenita no se forme em
nenhumatemperatura. Nestas condies, a sua ZTA ser formada
essencialmente por uma regio decrescimento de gro e a ZF apresentar
uma estrutura grosseira e colunar, com precipitados finosintra e
intergranulares (Figura 4). Em aos estabilizados com Nb ou Ti, o
crescimento de gro podeser reduzido parcialmente pela maior
estabilidade dos carbonitretos destes elementos em relao aosde
cromo. Em aos com menores teores de intersticiais, o problema de
crescimento de gro maisintenso, j que a quantidade de precipitados
menor (Modenesi, 2001).
Figura 4. Microestrutura da solda de um ao inoxidvel ferrtico
estabilizado com nibio.Ataque: gua-rgia. Microscopia: (a) tica
(50X), (b) eletrnica (500X) (Modenesi 2001).
5. PROBLEMAS DA SOLDABILIDADE
Modenesi (2001) comenta que em geral os aos inoxidveis ferrticos
apresentam uma baixasoldabilidade, particularmente se comparados
com os austenticos, pois a sua solda caracterizadapor ductilidade e
tenacidade baixas alm de sensibilidade corroso intergranular.
Trincas de solidificao tambm podem ocorrer na zona fundida. De
uma maneira geral, afragilizao da solda mais intensa em aos com
maiores teores de cromo e elementos intersticiaise a sensibilizao
corroso intergranular maior com maiores teores de elementos
intersticiais emenores teores de cromo (Tabela 2).
Aos inoxidveis ferrticos com cerca de 12-13%Cr (AISI 409) podem,
em geral, ser soldadosde forma a se obter propriedades adequadas. J
aqueles com teor de cromo mais elevado (AISI 430,442, 446, etc.) so
mais sensveis a problemas de fragilizao durante a soldagem. Este
efeito maispronunciado em aos com maiores teores de elementos
intersticiais (Modenesi 2001).
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Segundo Thielsch (1951) apud Modenesi (2001) a fragilizao da
regio da solda atribuda aformao de uma rede de martensita ao longo
dos contornos de gro ferrticos (no caso de ligas commaiores teores
de intersticiais); granulao grosseira nas regies de crescimento de
gro da ZTA ena zona fundida (quando a ZF for tambm ao inoxidvel
ferrtico) e ocorrncia de "fragilizao aalta temperatura", proposta
por Thielsch em 1951 e relacionada com a reprecipitao
decarbonitretos em uma forma muito fina aps soldagem.
Tabela 2. Teores mximos de intersticiais (C + N) para uma
adequada ductilidade e resistncia corroso na condio como soldada em
ligas Fe-Cr (Steigerwald, 1977).
% CrLimites de Teor de Elementos Interticiais
(ppm)Corroso Intergranular Dutilidade da Solda
19 60 - 80 < 70026 100 - 130 220 - 50030 130 - 200 80 - 10035
at 250 < 20
Os aos inoxidveis ferrticos podem sofrer problemas de corroso
intergranular, a precipitaode carbonetos de cromo nos contornos de
gro da matriz, que ocorre quando o material exposto auma dada faixa
de temperaturas por um tempo suficientemente longo, causa o
empobrecimento decromo nas regies imediatamente adjacentes a estes
contornos. Como resultado, estes se tornammais sensveis corroso que
o restante do material. Quando este exposto a um meio agressivo,
acorroso se processar rapidamente ao longo dos contornos causando o
desprendimento dos gros(Modenesi 2001).
Modenesi (2001) comenta que o problema pode ser minimizado coma
utilizao de menoresteores de intersticiais, so necessrios teores
extremamente baixos (Tabela 3). A utilizao deelementos
estabilizantes (Nb e Ti) permite minimizar o problema para aos com
maiores teores deintersticiais. A resistncia corroso de aos
ferrticos no estabilizados pode ser recuperada por umtratamento
trmico entre 700 e 900C (Tabela 3).
Tabela 3. Efeitos de tratamentos trmicos na resistncia corroso
de um ao inoxidvel tipo AISI446 (Peckner e Dernstein, 1977 apud
Modenesi (2001)).
Tratamento Trmico Taxa de Corroso(mm/ano)Condio inicial 0,7630
min a 1100C, tmpera em gua 19,830 min a 1100C, tmpera ao ar 20,330
min a 1100C, tmpera em gua seguidade 30 min. a 850C, tmpera em gua
1,0730 min a 1100C, resfriado lentamente para: 1000C, tmpera em gua
900C, tmpera em gua 800C, tmpera em gua 700C, tmpera em gua 600C,
tmpera em gua
19,500,690,510,460,64
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Segundo Kah e Dickinson (1981) os aos inoxidveis ferrticos podem
apresentar aindatendncia formao de trincas durante a solidificao. O
enxofre seria o elemento mais prejudicialpara a resistncia fissurao
em um ao tipo AISI 430. Para este ao, foi observada seguinteordenao
de diferentes elementos em funo de sua influncia na sensibilidade
fissurao:
S >C>N>Nb>Ti>P>Mn.
Segundo os mesmos autores, um ao inoxidvel do tipo AISI 430 pode
ser considerado ummaterial sensvel formao de trincas de
solidificao, apresentando uma maior facilidade paratrincar que um
ao tipo AISI 304 com teores semelhantes de intersticiais e
impurezas.
A ACESITA (2006) aponta trs problemas principais de
soldabilidade e as possveis solues. Oprimeiro devido sensitizao,
tendo como soluo a escolha de um material adequado(estabilizado ao
titnio e/ou nibio) e reduo de energia de soldagem. O segundo a
fragilizaopor hidrognio, que possuiu como soluo a utilizao de
procedimento que introduza poucohidrognio. E a terceira e o
crescimento de gro que tem como soluo a utilizao de umprocedimento
com a menor energia de soldagem possvel.
6. CONSIDERAES FINAIS
Os aos inoxidveis ferrticos mostram um grande campo de utilizao,
que vai desdeutilizaes simples como em objetos de decorao, at mesmo
em estruturas que necessitam de umaboa confiabilidade, como por
exemplo, em usinas de acar e estruturas metlicas.
Entre os aos inoxidveis os ferrticos possuem como grande
vantagem o custo, que inferioraos demais. A limitao dos ferrticos
ser impossvel realizar tmperas, uma vez que praticamenteno se
consegue austenitiz-los.
Com relao soldabilidade, que outra limitao deste ao,
particularmente se comparadoscom os austenticos, a sua solda
caracterizada por ductilidade e tenacidade baixas alm
desensibilidade corroso intergranular e tambm por susceptibilidade
de trincas de solidificao.
7. AGRADECIMENTOS
Ao CNPq pelo apoio a bolsa de estudo e ao LAPROSOLDA/UFU pelo
apoio laboratorial.
8. REFERNCIAS
ACESITA, 2006, Pgina na Internet: http://
www.acesita.com.br/port/aco_inox/pdf/apostila_aco_inox_soldagem.
pdf#search=%22figura%20transferencia%20metalica%20MIG%22.
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Materials Park.
Chiaverini, V., 2002, Aos e Ferros Fundidos, 7 Edio, ABM, So
Paulo, Brasil.
INDA, 2006, Pgina na Internet:
http://www.inda.org.br/revista_materia.php?Codigo=28.
INFOSOLDA, 2006, Pgina na Internet:
http://www.infosolda.com.br/download/12ddr.pdf.
Kah, D. H., Dickinson, D. W., 1981, Weldability of the ferritic
stainless steels. Welding Journal,ago. 1981, p. 135s-142s.
Karlsson, L., Abril, 2005, Aos Inoxidveis Passado, Presente e
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16 POSMEC. FEMEC/UFU, Uberlndia-MG, 2006.
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Modenesi, P. J., 2001, Apostila Soldabilidade dos Aos
Inoxidveis, Volume 1, SENAI, Osasco,Brasil.
Peckner, D.; Bernstein, I. M., 1977, Handbook of Stainless
Steels. McGraw-Hill, New York,USA.
Steigerwald, R.E. et all, 1977, The physical metallurgy of
Fe-Cr-Mo ferritic stainless steels,Stainless Steels 77, p.
57-76.
Thielsch, H., 1951 Physical and welding metallurgy chromium
stainless steels, Welding Journal,30(5), p. 209s-250s.
Welding Handbook, 1991, American Welding Society, vol. 4, 7 ed.,
USA.
REVIEW OF FERRITIC STAINLESS STEEL
Demostenes Ferreira FilhoUniversidade Federal de Uberlndia
UFU/FEMEC, Av. Joo Naves de vila, 2021 B. Santa Mnica, Uberlndia
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Valtair Antonio FerraresiUniversidade Federal de Uberlndia
UFU/[email protected]
Abstract: The ferritics stainless steel encloses a great field
of use, as automobile industry, industryof household-electric
devices and chemical industry. These steel are basically formed by
leagueiron-carbon and other elements to stabilize the ferrite and
possess a predominantly ferriticstructure in any temperature. These
steel generally present low weldability, which is compensatedby a
good resistance to the corrosion and by the low cost when compared
with the other stainlessones. This work has as objective to make a
revision on this steel, being presented its chemicalcomposition,
the industrial applications, the weldability and the problems
generated for thisprocess.
Keywords: ferritic stainless steel, chemical composition and
weldability.