Arte, arquitetura e urbanismo no século XIX Centro Universitário Facex Curso de Arquitetura e Urbanismo Disciplina História da Arte, da Arquitetura e do Urbanismo 02 Professora Flávia Assis
Arte, arquitetura e urbanismo no sculo XIX
Centro Universitrio Facex
Curso de Arquitetura e Urbanismo
Disciplina Histria da Arte, da Arquitetura e do Urbanismo 02
Professora Flvia Assis
Contexto Histrico Europa no sculo XIX
Sculo XIX sculo das revolues. Frtil em levantes, insurreies, guerras civis contra a ordem
estabelecida, em favor da liberdade, da democracia poltica ou social, da independncia ou unidade nacionais.
Colapso dos grandes Imprios: Espanha, China, Frana, Sacro Imprio Romano, Mongis
Crescimento da influncia dos novos Imprios: Russo, Germnico, Japons, Norte-Americano (destaque para a Inglaterra)
Conflitos militares, avanos cientficos e explorao do territrio global
Liberalismo: movimento de reforma poltica Incio da abolio da escravatura/servido ao redor do mundo
A Revoluo Industrial
O Imprio Britnico passa a liderar o poder mundial e o pioneiro na primeira Revoluo Industrial. Chamamos de Revoluo Industrial as transformaes
ocorridas na Europa Ocidental, entre os sculos XVIII e XIX, diretamente relacionadas evoluo do processo produtivo.
Consolidao do poder poltico da burguesia Avanos na cincia e medicina permitem um
grande crescimento da populao mundial Inveno da locomotiva a vapor e do navio a
vapor: aprimoramento dos sistemas de transporte de massa (para cargas e pessoas encurtamento das distncias)
Migrao, superlotao das cidades e precrias condies de vida da classe trabalhadora prprias da Revoluo Industrial
A Revoluo Industrial
Reflexos na arquitetura: Novos modos de utilizao do ferro, vidro e cimento:
permitiram novas formas arquitetnicas, coberturas transparentes, grandes estruturas, vo livres maiores e balanos.
aumento da produo e explorao dos materiais
facilidade de transporte qualidade estrutural (vos
maiores) progresso no clculo estrutural economia de tempo e custo formao de escolas
especializadas
Arquitetura dos Engenheiros
Engenheiros X Arquitetos Polmica acirrada Paris
Engenheiros:
Pioneiros da funcionalidade tcnica Estruturalistas Escola Politcnica
Arquitetos:
Conservadores da arquitetura dos estilos Decoradores Escola Belas Artes
Novas metodologias configuram o espao da sociedade
moderna
Arquitetura dos Engenheiros
Joseph Paxton Palcio de Cristal (Exposio Universal, Londes, 1851) Novo mtodo de projeto e execuo: funcionalidade,
economia e rapidez construtiva Elementos pr-fabricados (segmentos mlicos e lminas de
vidro) e modulados Ideia revolucionria : Fazer arquitetura com procedimentos
de engenharia (ARGAN).
Trs resultados estticos: valorizao da geometria do edifcio volumetria transparente, mais vazios/menos cheios luminosidade semelhante do ambiente externo
VDEO
G. Mengoni Galeria Vitor Emanuel, Milo, 1865.
H. Labrouste Salo da Biblioteca Nacional de Paris, 1858 1868.
V. Contamin e F. Dutert. Galeria das Mquinas em Paris Exposio Universal 1889. Arcada de 108m.
Neoclacissismo
O neoclassicismo foi um movimento cultural nascido na Europa em meados do sculo XVIII, que teve larga influncia na arte e cultura de todo o ocidente at meados do sculo XIX.
Teve como base os ideais do iluminismo e um renovado interesse pela cultura da Antiguidade clssica, advogando os princpios da moderao, equilbrio e idealismo como uma reao contra os excessos decorativistas e dramticos do Barroco.
Nascendo como uma reao ao Barroco e ao Rococ, a arte neoclssica
no foi apenas um movimento artstico, mas tambm cultural e poltico, que refletiu as mudanas que ocorriam na poca marcadas pela ascenso da burguesia. Este estilo procurou expressar e interpretar os interesses, a mentalidade e os hbitos da burguesia manufatureira e mercantil da poca da Revoluo Francesa e do Imprio Napolenico, mas tambm expressou muitos valores polticos e cvicos quando patrocinado pelo Estado.
Arquitetura Neoclssica
O esprito iluminista, aplicado ao repertrio da tradio renascentista, recolhe naquelas formas dois motivos de validade: a correspondncia com os modelos da arquitetura antiga, grega e romana, e a racionalidade das prprias formas assimiladas a elementos de construo:
as colunas de sustentao vertical o travejamento de sustentao horizontal as cornijas no cimo dos telhados os tmpanos nos encontros entre dois planos de cobertura
Arquitetura Neoclssica
Algumas caractersticas da arquitetura: materiais nobres (pedra, mrmore, granito, madeiras); processos tcnicos avanados; formas regulares, geomtricas e simtricas; uso de abbada de bero ou de aresta e cpulas; espaos interiores organizados segundo critrios geomtricos e formais de
grande racionalidade; prticos colunados e frontes triangulares; decorao de carter estrutural.
Panorama do interior de Panteo de Paris.
Panteo de Paris
Origens do urbanismo moderno
Industrializao + crescimento populacional + migrao campo-cidade = PROBLEMAS URBANOS
Como num formigueiro, aglomeravam-se ao redor das fbricas, ao longo de ruas imundas, nas quais o esgoto, que corria a cu aberto, e montanhas de lixo dominavam a paisagem. Epidemias proliferavam sem controle, e as condies desumanas de trabalho nas fbricas no mediam horas nem respeitavam idade.
(GONALVES JR. et. al., 2006, p. 15-16)
Pre-urbanismo Progressista
Condies precrias de vida nas cidades: necessidade de criao de uma cidade moderna, ao mesmo tempo em que h a revalorizao do campo e do modo de vida suburbano.
Influncia do racionalismo; Direcionado para o futuro e baseado na ideia de progresso,
mas nostlgico com relao cidade existente antes da Revoluo Industrial;
A cincia e a tcnica como soluo para os problemas urbanos;
Modelo aberto, com espaos verdes; Separao das funes humanas; nfase em um arranjo espacial visualmente agradvel; Preocupao com questo habitacional.
Plano de expanso de Barcelona
Ildefonso Cerd (Espanha, 1815-1876) Objetivos: aumentar a rea total da cidade, permitindo sua
expanso alm dos limites da antiga muralha, e fornecer uma alternativa mais ordenada de ruas e quadras em comparao confusa trama da do centro histrico de Barcelona;
Prope um traado que envolve o ncleo antigo de Barcelona, mantendo-o praticamente intacto. A cidade funciona em torno do duplo conceito: movimento e repouso Importncia da quadra e do sistema virio na estrutura da cidade A rua deve fornecer redes de infraestrutura, permitir o transporte e
possibilitar a melhor aerao e iluminao das casas; O sistema de transportes elemento fundamental para funcionamento da
cidade; O plano deve possibilitar a extenso ilimitada da cidade, mantendo a unio
entre a cidade antiga e a nova zona de extenso.
Plano de Expanso de Barcelona Ildefonso Cerd
Plano de Expanso de Barcelona Ildefonso Cerd
Plano de reforma de Paris
George Haussmann (Frana, 1809-1891).
Principais objetivos: melhorar a circulao no interior da cidade, conectando os
diversos bairros; eliminar a insalubridade e a degradao dos bairros, atravs
da ventilao, do acesso luz e da arborizao; revalorizar e reenquadrar os monumentos, unindo-os atravs
de eixos virios e criando efeitos de perspectiva.
Principais consequncias: a introduo de um novo traado de vias; a reestruturao fundiria; a construo de infraestrutura, equipamentos e espaos
livres.
Plano de reforma de Paris
a cidade retalhada por vias que surgem de pontos especficos, que so praas ou cruzamentos importantes, funcionando como rotatrias e abrigando monumentos ou edificaes importantes;
a ocupao do territrio baseada no quarteiro, resultante do traado virio, o que gerou quarteires com formas poligonais irregulares e triangulares;
pr-definio dos tipos arquitetnicos a serem utilizados e padronizao de ornamentos, propores das aberturas, materiais e revestimentos: o edifcio no autnomo e deve construir uma paisagem urbana junto com os outros imveis; destruio de 20 mil casas para construir mais de 40 mil entre
1852 e 1870; criao de diversos novos parques; a construo de vias largas.
Plano de Reforma de Paris George Haussmann
VDEO
Plano de Reforma de Paris George Haussmann
Plano de Reforma de Paris George Haussmann