PARECER TÉCNICO Nº: 01-FCF-QAA A Questão do Manguezal da Praia 13 de Julho -- Esgotamento Sanitário e Macrodrenagem Pluvial -- TRECHO FECHADO DE CANAL CANAL ABERTO - NÃO REVESTIDO CANAL ABERTO - REVESTIDO Bacia Hidrográfica - CIRURGIA - SÃO JOSÉ - -SALGADO FILHO - (~ 390 ha) Bacia Hidrográfica - JARDINS - GRAGERÚ - (~ 260 ha) MANGUEZAL DA PRAIA 13 DE JULHO (detalhe na página seguinte) Estádio Lourival Baptista Setor pouco edificado Shopping Center Parque da Sementeira Canal da Av .Sílvio Teixeira Parque Tramandaí Canal da Av .Gonçalo Prado Banco de Areia Rio Sergipe Maré do Rio Poxim I - Introdução e Objetivo Exuberante em demasia, por conta da excessiva carga de nutrientes dos esgotos sanitários convergentes, e agora, há pouco mais de um ano, em parte sendo asfixiado pelo soterramento circunstancial de suas raízes aéreas, o relativamente jovem e surpreendente manguezal da Praia 13 de Julho enfrenta um processo lamentável de deterioração e mortandade que, em se afirmando como progressivo, poderá até extingui-lo por completo. Praia 13 de Julho ou Praia Formosa corresponde a um vasto banco de areia (além de outros sedimentos) parcialmente vegetado e com conformação fisiográfica indefinida (variável ao longo do tempo) que, acoplado ao contorno urbano consolidado da cidade de Aracaju, compõe a barra do Rio Poxim no estuário do Rio Sergipe. Em termos gerais, de modo distinto das faixas costeiras abertas, a dinâmica da conformação espacial das praias estuarinas ainda não é suficientemente conhecida; bastante complexa, depende da conjugação de fatores específicos locais tais como: a amplitude das marés, a frequência, direção e intensidade dos ventos, a variação de energia das correntes fluviais (em correlação às correntes marinhas) e as eventuais alterações na linha da costa, estas, via de regra, decorrentes da ação do Homem. No contexto da evolução geomorfológica do estuário do Rio Sergipe, a feição atual da Praia Formosa traduz uma condição ambiental deveras preocupante; uma situação que, sem dúvida, está intimamente associada a uma série de intervenções antrópicas (algumas um pouco mais antigas e outras relativamente recentes), iniciativas ora classificadas como deletérias e que correspondem à etapas do intrincado processo de expansão urbana da cidade. O presente Parecer Técnico objetiva alertar a sociedade civil aracajuana quanto à realidade da questão do manguezal da Praia 13 de Julho e reclama a necessidade da implementação de intervenções competentes, a partir de uma análise multidisciplinar dos fatores contribuintes ao fenômeno e da justa correlação entre os mesmos, a prevenir quanto às interpretações reducionistas e à formulação de proposições desconexas e ineficazes. O infográfico abaixo indica a disposição do manguezal, as bacias hidrográficas urbanas contribuintes e os canais da macrodrenagem correspondente, estruturas estas tipicamente destinadas à condução exclusiva de águas pluviais mas que, de forma inconsequente, simultânea e cotidianamente recepcionam contribuições sanitárias geradas nos setores convergentes e as descarregam no estuário do Rio Sergipe, impactando o ecossistema, tanto ao condicionar a existência e a exuberância do bosque do manguezal quanto ao contribuir para a sua mortandade. Engº Francisco Chagas Filho Dezembro de 2012 [email protected]Pg. 01/05 Imagem do Google Earth – Editada por Francisco Chagas Filho em Dez/2012 *¹
Em Aracaju, os remanescentes de manguezal no estuário do Rio Poxim, submetidos aos efeitos da expansão urbana desordenada, são ameaçados pelo soterramento de suas raízes aéreas e pelo lançamento, através de canais da macrodrenagem convergente, de esgotos sanitários brutos ou insuficientemente tratados.
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PARECER TÉCNICO Nº: 01-FCF-QAA
A Questão do Manguezal da Praia 13 de Julho
-- Esgotamento Sanitário e Macrodrenagem Pluvial --
TRECHO FECHADO DE CANAL
CANAL ABERTO - NÃO REVESTIDO
CANAL ABERTO - REVESTIDO
Bacia Hidrográfica - CIRURGIA - SÃO JOSÉ -
-SALGADO FILHO -
(~ 390 ha)
Bacia Hidrográfica - JARDINS - GRAGERÚ -
(~ 260 ha)
MANGUEZAL DA PRAIA 13 DE JULHO
(detalhe na página seguinte)
Estádio
Lourival Baptista
Setor pouco
edificado Shopping
Center
Parque da Sementeira
Canal da
Av .Sílvio Teixeira
Parque
Tramandaí
Canal da
Av .Gonçalo Prado
Banco
de Areia
Rio Sergipe
Maré do
Rio Poxim
I - Introdução e Objetivo
Exuberante em demasia, por conta da excessiva carga de nutrientes dos esgotos sanitários convergentes, e
agora, há pouco mais de um ano, em parte sendo asfixiado pelo soterramento circunstancial de suas raízes aéreas,
o relativamente jovem e surpreendente manguezal da Praia 13 de Julho enfrenta um processo lamentável de
deterioração e mortandade que, em se afirmando como progressivo, poderá até extingui-lo por completo.
Praia 13 de Julho ou Praia Formosa corresponde a um vasto banco de areia (além de outros sedimentos)
parcialmente vegetado e com conformação fisiográfica indefinida (variável ao longo do tempo) que, acoplado ao
contorno urbano consolidado da cidade de Aracaju, compõe a barra do Rio Poxim no estuário do Rio Sergipe.
Em termos gerais, de modo distinto das faixas costeiras abertas, a dinâmica da conformação espacial das
praias estuarinas ainda não é suficientemente conhecida; bastante complexa, depende da conjugação de fatores
específicos locais tais como: a amplitude das marés, a frequência, direção e intensidade dos ventos, a variação de
energia das correntes fluviais (em correlação às correntes marinhas) e as eventuais alterações na linha da costa,
estas, via de regra, decorrentes da ação do Homem.
No contexto da evolução geomorfológica do estuário do Rio Sergipe, a feição atual da Praia Formosa traduz
uma condição ambiental deveras preocupante; uma situação que, sem dúvida, está intimamente associada a uma
série de intervenções antrópicas (algumas um pouco mais antigas e outras relativamente recentes), iniciativas ora
classificadas como deletérias e que correspondem à etapas do intrincado processo de expansão urbana da cidade.
O presente Parecer Técnico objetiva alertar a sociedade civil aracajuana quanto à realidade da questão do
manguezal da Praia 13 de Julho e reclama a necessidade da implementação de intervenções competentes, a partir
de uma análise multidisciplinar dos fatores contribuintes ao fenômeno e da justa correlação entre os mesmos, a
prevenir quanto às interpretações reducionistas e à formulação de proposições desconexas e ineficazes.
O infográfico abaixo indica a disposição do manguezal, as bacias hidrográficas urbanas contribuintes e os
canais da macrodrenagem correspondente, estruturas estas tipicamente destinadas à condução exclusiva de águas
pluviais mas que, de forma inconsequente, simultânea e cotidianamente recepcionam contribuições sanitárias
geradas nos setores convergentes e as descarregam no estuário do Rio Sergipe, impactando o ecossistema, tanto
ao condicionar a existência e a exuberância do bosque do manguezal quanto ao contribuir para a sua mortandade.