1 1 Prezado colega, grato por ter assistido o curso. Estou enviando textos extraídos de minhas publicações e que poderão contribuir para que tenha sucesso no cultivo de plantas medicinais e condimentares. Furlan CULTIVO DE PLANTAS MEDICINAIS CONHECENDO CORRETAMENTE AS PLANTAS MEDICINAIS Uma planta é classificada como medicinal por possuir substâncias que tem ação farmacológica. Estas substâncias são denominadas de princípios ativos e na maioria das vezes não se sabe quais destes que realmente estão atuando. O produtor de plantas medicinais diferencia-se de outros por necessitar de conhecer a utilização de sua planta, como estão as pesquisas sobre esta planta e principalmente saber a sua identificação. Alguns anos atrás, produtores de confrei tiveram grandes prejuízos, depois que foram divulgados os efeitos cancerígenos do uso excessivo, que mesmo sendo uma informação polêmica, causou proibição do comércio de folhas da planta. O contrário aconteceu com a fáfia, que acabou sendo comparada com o ginseng e melhorou a vida das pessoas que a produziam. De qualquer maneira é mais comum notícias que realçam o valor medicinal das plantas. Além das informações sobre as pesquisas na área da saúde, é importante que se tenha certeza da identificação da planta que se pretende investir, pois não são raras as confusões que acontecem como as que ocorrem quando se menciona os nomes boldo, arnica, melissa, erva- cidreira, erva-doce e atualmente com as ervas-de-são-joão. Muitos compradores de plantas medicinais para iniciar o contato, levam em consideração o conhecimento do produtor. Por isso é importante que se saiba o máximo possível da planta que tenha interesse em produzir. Nome popular x nome científico Embora as comunidades tenham os nomes para identificar as plantas, e que devem ser respeitados, estes variam muito e dificultam quando ocorrem trocas de informações. São raras as plantas medicinais que possuem poucos sinônimos como por exemplo arruda, picão preto, alecrim, alfazema, citronela e eucalipto.
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Prezado colega, grato por ter assistido o curso. Estou enviando textos extraídos de minhas publicações e que poderão contribuir para que tenha sucesso no cultivo de plantas medicinais e condimentares. Furlan
CULTIVO DE PLANTAS MEDICINAIS
CONHECENDO CORRETAMENTE AS PLANTAS MEDICINAIS
Uma planta é classificada como medicinal por possuir substâncias que tem ação
farmacológica. Estas substâncias são denominadas de princípios ativos e na maioria das vezes
não se sabe quais destes que realmente estão atuando.
O produtor de plantas medicinais diferencia-se de outros por necessitar de conhecer a
utilização de sua planta, como estão as pesquisas sobre esta planta e principalmente saber a sua
identificação. Alguns anos atrás, produtores de confrei tiveram grandes prejuízos, depois que
foram divulgados os efeitos cancerígenos do uso excessivo, que mesmo sendo uma informação
polêmica, causou proibição do comércio de folhas da planta. O contrário aconteceu com a fáfia,
que acabou sendo comparada com o ginseng e melhorou a vida das pessoas que a produziam. De
qualquer maneira é mais comum notícias que realçam o valor medicinal das plantas.
Além das informações sobre as pesquisas na área da saúde, é importante que se tenha
certeza da identificação da planta que se pretende investir, pois não são raras as confusões que
acontecem como as que ocorrem quando se menciona os nomes boldo, arnica, melissa, erva-
cidreira, erva-doce e atualmente com as ervas-de-são-joão.
Muitos compradores de plantas medicinais para iniciar o contato, levam em consideração
o conhecimento do produtor. Por isso é importante que se saiba o máximo possível da planta que
tenha interesse em produzir.
Nome popular x nome científico
Embora as comunidades tenham os nomes para identificar as plantas, e que devem ser
respeitados, estes variam muito e dificultam quando ocorrem trocas de informações. São raras as
plantas medicinais que possuem poucos sinônimos como por exemplo arruda, picão preto,
alecrim, alfazema, citronela e eucalipto.
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As variações podem ocorrer até mesmo entre vizinhos e muitos não aceitam o nome que
o outro dá a sua planta. Como exemplo, são dados os nomes populares ou vulgares de duas
espécies que possuem nomes que variam conforme a região (boldo-baiano) ou que variam dentro
da mesma (capim-limão).
Boldo-baiano
Esta espécie, de origem africana, tem variações principalmente em função das regiões
como por exemplo:
⇒ figatil
⇒ fel-da-terra
⇒ boldo-indígena
⇒ boldo-do-chile
⇒ estomalina
⇒ cuaça
⇒ aluman
⇒ loma
⇒ árvore-do-pinguço
⇒ boldo-de-goiás
⇒ alcachofra
⇒ boldo
⇒ caferana
As denominações deste boldo, como pode-se observar, variam muito entre si, apesar de
muitos nomes já indicarem a sua utilização como hepático. Curioso também é o uso dos nomes
alcachofra e boldo-do-chile, pois nos aspectos visuais não há semelhança com os verdadeiros. A
ampla variação de nomes se dá principalmente pela importância que a medicina popular dá a esta
planta, cujos efeitos já são comprovados.
Capim-limão
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Apesar de ser uma planta de origem asiática, no Brasil adaptou-se facilmente e hoje é
uma espécie que mesmo dentro de uma comunidade pode ter vários nomes como por exemplo:
⇒ capim-santo
⇒ erva-cidreira
⇒ chá-de-estrada
⇒ cidrão
⇒ capim-cidrão
⇒ cidreira
⇒ chá-brochante
⇒ erva-cidreira-de-folha-estreita
⇒ erva-cidreira-de-homem
⇒ cidró
⇒ capim-cidreira
No mercado mundial como é uma planta importante para as grandes indústrias de
destilação, é conhecida por muitos comerciantes no Brasil como lemongrass, que é considerado
um nome comercial.
As confusões com relação a identificação de plantas podem trazer problemas tais como:
• uso de forma errada;
• intoxicação com a planta errada;
• compra ou venda da planta errada;
• plantio de espécie não adequada ao local; e
• perda de credibilidade principalmente para o futuro produtor.
As confusões aparecem em função de fatores tais como: desinformação (que muitas vezes
é causada até por órgãos de imprensa, quando noticiam as virtudes de uma planta), da
transmissão oral e da diversidade de raças e do tamanho do país. As plantas nativas de uso na
medicina popular com vários nomes são geralmente plantas que ocorrem praticamente em todo o
país.
Para tentar resolver o problema destas variações, os pesquisadores colocaram para cada
ser vivo um nome oficial ou chamado de nome científico. Este nome possui regras e as principais
são demonstradas nos nomes científicos do capim limão e do boldo-baiano.
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Nome popular Nome científico
Capim-limão Cymbopogon citratus Stapf.
Boldo-baiano Vernonia condensata Baker
Observe que o nome científico vem grafado em itálico (ou pode ser em negrito) e o
primeiro nome (gênero) inicia em maiúscula e o segundo (espécie) em minúscula. O nome do
autor no final do nome científico serve para indicar quem originou o nome. Há outras regras
como se indicam híbrido (como exemplo Mentha X villosa) ou variedade (Mentha aquatica var.
crispa por exemplo), mas estas são as principais.
Plantas que possuem o mesmo gênero são bem parecidas como por exemplo as mentas:
hortelã-pimenta (Mentha piperita), poejo (Mentha pulegium) e a hortelã comum (Mentha
crispa).
Infelizmente há alguns nomes oficiais que estão sendo discutidos e que sofreram
mudanças ao longo do tempo. Como exemplo, o boldo de folha peluda que era chamado de
Coleus barbatus e os livros mais atuais passaram a chamá-lo de Plectranthus barbatus ou a
camomila que recebe nomes científicos diferentes quando se observa as publicações.
Pela legislação é obrigatório em rótulo de medicamento, colocar o nome científico de
todas as espécies vegetais que ele contenha.
Portanto o produtor comercializa Cymbopogon citratus e não capim-limão.
Principais confusões na identificação
Felizmente não são muitas as confusões e para colocar-se um passo a frente de muitos,
aprenda a reconhecer os verdadeiros boldo, arnica, melissa, erva-doce, erva-de-são-joão e
algumas outras, como veremos a seguir. Algumas confusões acontecem mesmo com vendedores,
propositalmente ou até por falta de informação.
Há até exageros como uma empresa que vendia cápsula de algas marinhas mas no rótulo
constava do nome científico Baccharis trimera ou seja, a popular carqueja (também chamada de
tiririca-de-babado no nordeste).
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Boldos
A maioria da população acredita que possui no quintal o boldo-do-chile, no entanto o
verdadeiro é raríssimo no Brasil. No país ocorrem algumas plantas que são chamadas de boldos e
os principais são: o boldo-da-terra (boldo de folha peluda) e o boldo-baiano, que pode ser
considerado o mais alto. As folhas do boldo-do-chile possui odor muito próximo da erva-de-
santa-maria devido a presença de mesma substância.
A denominação boldo no início do século só era referência ao boldo-do-chile e na
Primeira Farmacopéia Brasileira de 1929, há somente citação deste com nome científico - Boldus
boldus - que atualmente não é mais utilizado, exceto em algumas farmácias.
A identificação correta dos boldos é importante porque o boldo-do-chile e o boldo-da-
terra possuem efeitos colaterais e portanto devem ser usados com muito critério e também
porque possuem diferenças nas indicações. De qualquer maneira o que encontramos nas
farmácias é o verdadeiro, pois o Brasil gasta muito dinheiro com importação desta espécie,
apesar de possuir plantas com eficácia semelhante.
Além destes dois, há ainda o boldo de folhas miúdas (boldo-português ou boldo-miúdo
entre outros nomes), que é do mesmo gênero do boldo-da-terra e o boldo-chinês. De qualquer
maneira todos os boldos são usados pela população para problemas hepáticos.
Apesar de praticamente não encontrar boldo-do-chile plantado no Brasil, é fácil de
encontrá-lo em supermercado e farmácias, o que conclui-se que o Brasil importa grande
quantidade desta planta.
Diferenças entre os principais boldos
Boldos
Nome científico Origem Características principais
Boldo-do-chile Peumus boldus Chile altura de 12 a 15 m
importado
Boldo-baiano Vernonia condensata África 2 a 4 m de altura
quebra facilmente com o vento
Boldo-da-terra Plectranthus barbatus
ou Coleus barbatus
África 1 a 2 m de altura
folha peluda
flor azulada
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Como é comum em plantas não domesticadas pelo homem, estes boldos podem ter
grandes variações na altura e no tamanho das folhas, principalmente como as que ocorrem com o
boldo-baiano. Só tome cuidado para não confundir com algumas espécies ornamentais muito
parecidas com o boldo-da-terra
Além das diferenças citadas no quadro 01, observe no próximo quadro as diferenças nos
usos e componentes químicos dos principais boldos.
Usos e componentes químicos dos boldos
Boldos
Usos ou propriedades Componentes químicos Toxicidade ou
efeitos colaterais
Boldo-do-
chile
estomáquica, coletérica,
diurética
ascaridol, boldina,
flavonóides e glicosídios
abortivo,
causa hemorragia interna
Boldo-baiano analgésica, anti-úlcera,
antimicrobiana, carminativa
sesquiterpenos,
saponinas
ainda não verificado
Boldo-da-terra azia, analgésica,
estimulante da digestão,
óleo esssencial,
flavonóides e saponinas
pose causar irritação
gástrica quando usado p
período
Ervas-cidreiras
As palavras cidreira ou melissa nas plantas medicinais estão relacionadas ao uso como
calmante e por isso, várias plantas possuem essas denominações. No entanto, quando se trata da
verdadeira melissa, o correto seria a de origem européia e na qual derivou o nome latino Melissa
officinalis.
Em quase todo o Brasil, a planta que recebe o nome de melissa é uma planta com flores
liláses e que cresce com muita facilidade. No sul é comum chamá-la de erva-cidreira-brasileira.
O seu nome científico é Lippia alba e é de origem brasileira. No nordeste há outras espécies de
Lippia mas que recebem nomes como alecrim-pimenta ou alecrim-de-vaqueiro.
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Outra planta chamada de erva-cidreira é um capim e possui inúmeras outras
denominações, como já foi observado. Através da chave de identificação fica fácil saber quais
são as ervas-cidreiras ou melissas que ocorrem mais comumente no Brasil.
Diferenças entre as principais ervas-cidreiras
Ervas cidreiras
Nome científico Origem Características principais
Capim-limão Cymbopogon citratus Ásia capim
cheiro suave de limão
Erva-cidreira- brasileira Lippia alba América do Sul cerca de 1,0 m
flores liláses
cresce muito fácil
Erva-cidreira Melissa officinalis Europa menos de 60 cm
raro dar flor no Brasil
semelhante ao hortelã
odor de desinfetante
Arnicas
São inúmeras as plantas que recebem o nome de arnica no Brasil, apesar de que a
verdadeira é de rara ocorrência no país, pois seu hahitat natural são as montanhas da Europa. No
Brasil são comuns em quintais ou pastos duas arnicas, e que antigamente uma era também
chamada de sapé macho, erva-lanceta ou rabo-de-foguete e a outra de cravorana ou cravo-de-
urubu, além de outros nomes. As pessoas que conhecem bem as plantas medicinais ainda usam
estes nomes.
No caso das arnicas, tanto a européia quanto a nacional (sapé-macho) já eram
relacionadas na Primeira Farmacopéia Brasileira e atualmente são comercializadas. No entanto, a
européia recebe preços bem maiores mas é incerto a sua produção em termos de princípios ativos
nas nossas condições.
Diferenças entre as principais arnicas
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Arnicas
Nome científico Origem Características principais
Arnica Arnica montana Europa menos de 0,5 m
flores amarelas
sem caule
Sapé-macho Solidago chilensis ou
Solidago microglossa
América do Sul cerca de 1,0 m
flores amarelas
espontâneas
Arnica-de-cerrado Lichnophora pinaster América do Sul mais alta das arnicas
comum em cerrados
folhas iguais a de pinheiro
Cravorana Porophyllum ruderale América do Sul menos de 1,0 m
folhas com odor de caju ou pitanga
comum em quintais
Ervas-de-são-joão
Não são muitas as plantas com o nome de erva-de-são-joão, mas as duas principais
possuem diferentes usos e locais de ocorrência. A nossa erva-de-são-joão, também chamada de
catinga-de-bode, mentrasto ou picão roxo, é comum nos quintais, possui flores com tons
azulados a roxos e tem o uso como analgésico para reumatismo e artrose já atestado pela ciência.
A erva-de-são-joão de origem européia é de rara ocorrência no Brasil e possui fama como
antidepressiva, o que tem sido a causa de ampla propaganda de algumas empresas.
Há ainda o cipó-de-são-joão, trepadeira e de flores alaranjadas, que é tóxico e na
medicina popular é usado no tratamento do vitiligo. Através do quadro 05 percebe-se que são
grandes as diferenças entre estas plantas.
Diferenças entre as ervas-de-são-joão
Ervas-de-são-joão
Nome científico Origem Características principais
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Erva-de-são-joão ou mentrasto Ageratum conyzoides América do Sul cerca de 0,5 m
flores roxas, liláses e amarelas
comum em hortas
Erva-de-são-joão Hypericum perforatum Europa cerca de 1,0 m
flores amarelas
Cipó-de-são-joão Pyrostegia venusta América do Sul trepadeira
flores alaranjadas
comum em beira de estradas
Funcho x erva-doce
Na maioria das vezes o funcho é chamado de erva-doce e esta é de rara ocorrência nos
quintais e hortas brasileiras. De qualquer maneira o uso e odor são semelhantes, apesar da
verdadeira erva-doce ter maior teor de óleos essenciais.
Erva-doce pode ser sinônimo de anis, como consta no próprio nome científico Pimpinella
anisum. No entanto, como anis há ainda a árvore anis-esrelado que produz semente com odor
muito semelhante e uma espécie de manjericão com folhas que lembram o cheiro de anis.
Diferenças entre erva-doce e funcho
Espécie
Nome científico Origem Características principais
Funcho Foeniculum vulgare Europa mais de 1,0 m de altura
flores amarelas
folhas finas
possui variedades com bulbo comestível
semente mais alongada
Erva-doce Pimpinella anisum Egito
e
Oriente
Médio *
menos de 1,0 m
flores brancas
folha larga
semente mais arredondada e menor que a do funcho
* alguns autores citam outras regiões
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UM POUCO SOBRE PRINCÍPIOS ATIVOS
Conhecer o que é produzido pelas plantas e que as torna possuidora de efeito medicinal é
imprescindível para aqueles que produzirão estas plantas, pois conforme o tipo de substância que
se desejará produzir, deverá levar em conta as condições do local e de como será conduzida a
cultura. Poderá ser um pouco complicado mas poderá ir conhecendo aos poucos.
O metabolismo das plantas pode ser dividido didaticamente em primário e secundário. No
primário, são produzidas substâncias como lipídeos, proteínas, carboidratos, aminoácidos e
ácidos nucleicos e que possuem objetivos relacionados ao crescimento e desenvolvimento.
No metabolismo secundário são produzidas substâncias que não são essenciais a vida,
mas com atividades tais como proteção contra pragas e doenças e atração de polinizadores. A
erva-baleeira (Cordia curassavica) é uma planta medicinal que além de ter seus usos
comprovados na medicina (cicatrizante e antiinflamatória), também tem sido utilizada na
agricultura como atraente de broca que ataca frutíferas, devido a produzir substância que
lembram o feromônio do macho.
O capim-limão é muito utilizado na apicultura para atrair abelhas e a citronela produz
substância que repele pernilongos. Na Europa é comum o uso caseiro de sachê de tomilho em
armários para afugentar as traças.
Muita planta é considerada daninha por liberar substâncias no solo que inibem o
desenvolvimento de outras plantas. Recentemente foram divulgadas pesquisas sobre o plantio de
capim-limão para inibir no solo o desenvolvimento de vermes.
Para as plantas medicinais em termos de qualidade, o objetivo maior é o estudo do
metabolismo secundário, pois através deste é que são produzidos os princípios ativos. É
importante citar que são poucas as plantas que possuem os estudos sobre seus componentes
químicos e principalmente como atuam no organismo ou seja, sua ação farmacológica. A
dificuldade destes estudos é principalmente pelas milhares de substância que ocorrem na planta
No entanto há plantas amplamente estudadas como a maria-sem-vergonha ou vinca
(Catharanthus roseus) que já possui dezenas de alcalóides determinados ou a quebra-pedra.
Resumidamente, alguns dos principais grupos de princípios ativos, suas funções e
algumas plantas ricas nestas substâncias estão relacionados no quadro 08:
LORENZI, H. 1992. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas
arbóreas nativas do Brasil. Nova Odessa, Plantarum. 368 p.
MADUEÑO BOX, M. 1973. Cultivo de plantas medicinales, 2 ed., Publicaciones de Extension
Agraria, Madrid. 490 p.
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Dorling Kindersley, 192 p.
ORTIZ, E. L., 1992. The encyclopedia of herbs, spices & flavouring the complete guide for
cooks. London : Dorling Kindersley, p.100-101.
PAIVA, H. N., GOMES, J. M. 1993. Propagação vegetativa de espécies florestais. Viçosa:
Universidade Federal de Viçosa. 40p. (mimeogr.).
PEREIRA,N.A.; SIQUEIRA-JACOUD,R.J.; RUPPELT,B.M.; MATTOS,S.M.P. 1989. As
plantas medicinais brasileiras estudadas por Rodolfo Albino Dias da Silva. Rev. Bras.
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POTT, A. & POTT, V. J. 1994. Plantas do pantanal. Corumbá, EMBRAPA-SPI. 320 p.
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L. ( Lamiaceae) in Índia. Plant-Species-Biology, 4 : 107-116.
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obtectus Say (Coleoptera), a kidney bean (Phaseolus vulgaris) bruchid, by aromatic essential
oils. Crop Protection, 13: (8): 624-628.
RIBEIRO, R. A. et al.., 1984. Efeitos Anti-hipertensor e diurético de alguns alimentos de origem
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WEBERLING,F. & SCHWANTES,H.O. 1986. Taxionomia vegetal. São Paulo, EPU. p.107-8.
PLANTAS CONDIMENTARES BOTÂNICA DAS PLANTAS CONDIMENTARES O valor de uma especiaria ou planta condimentar está quase sempre relacionado a um grupo de substâncias denominadas de óleos essenciais, que são também considerados princípios ativos e com amplo uso na medicina. Há também outros tipos de substâncias como a capsaicina do pimentão e pimentas picantes, que é classificada como alcalóide. O produtor de plantas condimentares também terá
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de acompanhar pesquisas na área de saúde sobre sua planta, pois aspectos negativos ou positivos relacionados ao seu uso medicinal irão influenciar diretamente o valor econômico da espécie escolhida. Outro assunto que é importante a ser levado em conta é a identificação da planta, principalmente para evitar que cometa erros que poderão comprometer a imagem do produtor, pois não são poucas as confusões que ocorrem na denominação de alguns condimentos. No entanto não se exige a correta denominação do orégano verdadeiro, das pimentas ou das inúmeras espécies ou variedades de manjericão e de hortelã, devido a existirem apenas alguns especialistas nestas plantas em todo o mundo. Portanto não fique frustrado se não conseguir a exata classificação de algumas espécies. Neste item são dadas algumas informações que serão úteis ao produtor principalmente para facilitar na identificação, pois quando mais informado sobre a área de condimento, maior transmissão de segurança e confiabilidade no que trabalha. Nome científico Ao contrário das plantas medicinais, não é obrigatório o nome científico do condimento no rótulo, apesar do autor recomendar para dar maior credibilidade ao produto, pois em alguns casos a omissão do nome pode parecer proposital. Outra diferença com as plantas medicinais é a mínima variação entre os nomes populares. Para relembrar vamos ver com se escreve o nome científico: Nome popular da espécie Nome científico da espécie Açafrão Crocus sativus L. Manjericão italiano Ocimum basilicum L. O nome científico vem grafado na forma diferente de como são escritas as outras palavras, isto é, em itálico, negrito ou até grifado (o importante é seu destaque no texto). O primeiro nome (gênero) inicia em maiúscula e o segundo em minúscula. Pode ainda vir no final do nome científico o nome do autor responsável pelo nome científico. Quando é variedade o nome pode ser escrito da seguinte forma: Mentha arvensis L. var. piperascens, que é uma variedade de hortelã. Algumas confusões na identificação Felizmente são poucas as confusões com os condimentos, mas algumas vezes há alguns exageros como o tomilho (folhas próximas ao do alecrim e com cheiro do orégano) que é chamado de cominho (com folhas semelhante ao funcho). No quadro são relacionadas algumas confusões que ocorrem. Quadro: confusões na identificação de condimentos. Confusão Características
do verdadeiro Características do falso
Nome científico do verdadeiro
Nome científico do falso
Açafrão raríssimo no Brasil, é obtido dos pistilos das flores
obtido das raízes de cor alaranjada, é conhecido também por curcuma
Crocus sativus Curcuma longa
Alcaparra rara no Brasil, ereta, o sabor acentua-se no
comum no Brasil em locais de clima mais
Capparis spinosa Tropaeolum majus
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vinagre ameno e é rasteira
Erva-doce menos de 1,0 m, flores brancas, folhas largas, sementes mais arredondadas
comum no Brasil, flores amarelas, folhas com folíolos afinados, sementes alongadas, também chamado de funcho
Pimpinella
anisum
Foeniculum vulgare
A erva-doce verdadeira é de rara ocorrência nos quintais e hortas brasileiras, mas seu odor é bastante semelhante ao do funcho, anis-estrelado ou até uma espécie de manjericão. Entre estas plantas apenas o funcho possui variedades específicas para produção de bulbo comestível, principalmente em salada. Talvez o erro mais comum no Brasil entre os condimentos, é confundir o verdadeiro açafrão, e que aqui pode referir-se a pelo menos 4 espécies, o legítimo (Crocus sativus), um que poucos chamam por este nome que é o Bixa orellana (mais conhecido por urucum), uma raiz de cor alaranjada e também chamado de açafrão pelos brasileiros (Curcuma longa) e um de rara ocorrência nas regiões mais frias e também pouquíssimo conhecido (Carthamus tinctorius), que aliás é mais utilizado como corante. Há ainda no Brasil, algumas plantas com odor bem próximo a da pimenta-do-reino. São espécies que pertencem ao gênero Xilopia e que mereceriam mais estudos sobre sua viabilidade na culinária, pois são menos picantes. Possuem nomes vulgares como pindaíba, pimenta-de-bugre e pimenta-de-macaco. E próxima da noz-moscada temos uma planta silvestre com características semelhantes, que é a Cryptocarya moschata e que pertence a família do louro e das canelas. Aliás, no Brasil, as plantas chamadas de canelas não possuem as mesmas utilidades da canela-da-china. Outra planta que brota espontaneamente no Brasil e que pode ser usada como condimento é a aroeira-vermelha (Schinus
terenbinthifolius) e que já é chamada de pimenta-rosa. No nordeste há uma planta com formato semelhante ao boldo-de-folha-peluda e com um aroma que lembra muito pouco o orégano mas que também é usada na culinária. É chamada de hortelã-do-norte, malvaisco ou até alfavaca como no interior de Sergipe e o nome científico é Plectranthus
amboinicus. Em Cuba é chamado de orégano. Além do coentro (Coriandrum sativum), no Brasil é também conhecido como coentrão ou coentro uma planta de nome Eryngium foetidum, que é comum no nordeste. Para mais confusão há também o orégano mexicano (Lippia graveolens), que não tem aparência semelhante ao verdadeiro. Há também muitas plantas nativas no Brasil que recebem o nome de alecrim como o alecrim-do-campo e o alecrim de vaqueiro, sendo que a maioria não possui uso condimentar. A identificação correta de alguns grupos de plantas só é possível em Instituições estrangeiras de pesquisa como o Royal Garden na Inglaterra. Como exemplo de grande dificuldade para chegar ao nome correto pode-se citar manjericões, hortelãs, orégano ou manjerona e pimentas, sendo o primeiro o grupo com maior diversificação de espécies e variedades de interesse econômico. Entre as pimentas há divergências entre os pesquisadores. Para auxiliar na busca da identificação de algumas espécies são fornecidas características em comum de algumas espécies. ♦ espécies que possuem aroma semelhante • aroma de anis: há algumas espécies que possuem aroma semelhante ao que lembra o anis, como a verdadeira erva-doce ou anis (Pimpinella anisum), o funcho e sua variedades produtoras de sementes ou
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“bulbos” (Foeniculum vulgare), um manjericão que muitos chamam de atroveran (Ocimum selloi), sendo inclusive utilizado na fabricação de licores caseiros, o anis estrelado (Illicium verum); • aroma de orégano: neste aroma podem ser exemplificados o próprio orégano (Origanum vulgare), a manjerona (Origanum majorana), a segurelha (Satureja hortensis), e o tomilho (Thymus vulgaris). Este último possui folhas mais afinadas e menores enquanto que a segurelha possui folhas menores que o orégano e a manjerona, e entre estas últimas é muito difícil a diferenciação. Acrescente também que em todas citadas existem variedades. Há ainda o coentrão ou chicória para alguns (Eryngium foetidum); • aroma de menta: aqui entram vários hortelãs do gênero Mentha e uma planta conhecida como poejo-do-rio-grande (Cunila microcephella); • aroma de manjericão ou alfavaca: são inúmeras as espécies que possuem odor que lembra o que muitos chamam de alfavaca, principalmente em função das inúmeras variedades. Todos pertencem ao gênero Ocimum; e • aroma de cravo: o próprio cravo-da-índia (Eugenia ) e o manjericão-cravo ou favacão (Ocimum
gratissimum). Origem de algumas plantas condimentares Ásia Aneto, pimenta-do-reino, cardamomo, canela verdadeira, canela-da-china, noz-moscada, gengibre, curcuma e cravo-da-índia América Baunilha e pimenta-malagueta Europa Coentro, hissopo, manjerona, tomilho, sálvia, segurelha, erva-doce, funcho, levístico e cominho. Exemplos de partes das plantas que fornecem o valor condimentar De acordo com a parte que serve como condimento pode-se agrupar da seguinte forma: ∗ frutos completos: capuchinha, pimenta, anis; ∗ flor: cravinho, açafrão; ∗ partes do fruto ou sementes: anis, funcho, cominho, coentro, alcarávia, mostarda, noz moscada; ∗ folhas: cerefólio, levístico, estragão, sálvia, orégano, tomilho, alecrim, salsa, louro; ∗ casca: canelas; ∗ órgãos subterrâneos: gengibre, curcuma; e ∗ bulbo: alho e cebola. Algumas espécies produzem mais de uma parte como condimento como por exemplo coentro (folhas e sementes), funcho (semente e bulbo), hissopo e manjerona (folhas e sumidades florais). EXIGÊNCIAS CLIMÁTICAS E EDÁFICAS PARA AS PLANTAS CONDIMENTARES
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A qualidade de uma planta condimentar está relacionado diretamente aos teores de algumas substâncias (como os óleos essenciais) e com isto, a produção da biomassa não será o principal parâmetro levado em consideração para efeito de preço. Como os fatores climáticas e de solo influenciam a produção de substâncias na planta, o produtor deverá estar bastante atento as exigências da cultura. Se o não observá-las, a sua produção poderá até estar bem desenvolvida mas sem o teor de princípio ativo desejado. Com isto, caso tenha interesse em produções maiores, certifique com especialistas de que sua planta estará no local adequado. Grandes volumes de plantas medicinais são comprados somente após análise do material. Clima Temperatura A temperatura irá afetar principalmente a produção da biomassa ou a produção de flores como ocorre principalmente com plantas originárias de regiões mais frias. A maioria das plantas condimentares é de clima temperado (ameno) ou mais quente como muitas das espécies das família solánacea (pimentas principalmente), umbelíferas e labiadas. Com relação a época de plantio é importante seguir as seguintes orientações: • em locais de clima mais ameno, plante as espécies exigentes em clima mais quente apenas nos meses
de setembro ou outubro e as de clima mais frio em qualquer época; e • em locais de clima quente plante em abril ou maio as de clima mais ameno e no ano todo as que
preferem clima temperado ou mais quente. Com observações do comportamento das espécies em relação a temperatura, podemos chegar as seguintes conclusões: ⇒ espécies que toleram grande variação de temperatura: açafrão e alcarávia (sofrem com geadas),
cebolinha, hortelã, orégano, cominho, aneto e salsinha; ⇒ espécies que sofrem em clima mais frios: coentro, manjericão, erva-doce, louro, cerefólio, funcho
(depende da variedade), segurelha, estragão, manjerona, gengibre, raiz forte e alecrim; e ⇒ espécies que produzem menos em clima mais quente: segurelha anual, capuchina, funcho, raiz-forte,
levístico, estragão, alho, hissopo, alecrim, sálvia, tomilho, louro e erva-doce. Luz solar São raras as plantas condimentares que conseguem desenvolver sem a luz solar direta. Mesmo em plantas cultivadas em estufas, a mínima obstrução da luz solar, causa perda na qualidade aromática. Em uma propriedade com inclinações em todas as faces (norte, sul, leste ou oeste), a produção de melhor qualidade ocorrerá na face norte devido a maior incidência de luz solar. O mesmo raciocínio pode ser utilizado para a colocação de jardineiras em prédio, só que neste caso, a face sul é inviável para o plantio de condimentos. Altitude
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Com relação à altitude, a maioria das condimentares não teria no Brasil as condições ideais, considerando que são espécies nativas de locais com altitude superior a 1.000m. No país a maior parte do seu território situa-se entre o nível do mar e 1.200 m de altura. Abaixo são dadas as maiores altitudes exigidas para algumas condimentares: Até 1.000 m Erva-doce Entre 1.000 até 1.500m Alecrim, açafrão, coentro, cominho, estragão, funcho (variedade doce requer menor altitude), manjerona Entre 1.500 e 2.000 Alcarávia, sálvia, tomilho, segurelha (Satureja montana) Mais de 2.000 m Orégano Latitude A influência da latitude, que irá refletir diretamente na quantidade de horas de luz, é condição que justificam a melhor qualidade das aromáticas em suas regiões de origem. Várias espécies são originadas ou cultivadas com sucesso em locais com latitude superior a 40º (no Brasil a latitude máxima é próxima de 35º). Umidade A umidade do ar ou do solo é outro fator que influencia na qualidade do condimento. Em alguns experimentos, o excesso d’água tem resultado em plantas com mais biomassa mas com menores teores de óleos essenciais e um pequeno stress hídrico pode favorecer no aumento do teor mas com menor peso. Edáficas (solo) O tipo de solo pode influenciar a produção da biomassa e das substâncias medicinais. Geralmente a origem da planta medicinal pode servir como indício de qual solo ela está mais adaptada, de modo que possa servir de subsídios para indicação de locais mais propícios. Quadro: Indicações da qualidade de solo para algumas plantas condimentares (extraído de BUSTAMANTE, 1993, MARTINS et al., 1995 e SILVA JÚNIOR et al.,1996). NOME VULGAR NOME CIENTÍFICO QUALIDADE DO SOLO Açafrão Crocus sativus não pode ser argiloso, úmido e impermeável Alcarávia Carum carvi vegeta em ampla variedade de solo, desde que
bem drenado, não seco e compacto Alecrim Rosmarinus officinalis calcário e bem drenado Aneto Anethum graveolens bem drenado, rico em matéria orgânica e fértil
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Coentro Coriandrum sativum fértil e bem drenado Cominho Cuminum cyminum solo areno-argiloso, permeável e fértil.
Desenvolve bem em solo calcário Endro Anethum graveolens fértil e sem umidade excessiva Erva-doce Pimpinella anisum bom teor de matéria orgânica, não suporta solo
argiloso e mal drenado Estragão Artemisia dracunculus fértil, permeável e solto Funcho Foeniculum vulgare bem adaptado a vários tipos de solo, desde que
bem drenado (não seco) e levemente alcalino Gengibre Zinziber officinale bem drenado Hissopo Hyssopus officinalis areno-argiloso ou argilo-arenoso, bem drenado Hortelã Mentha villosa exigente em matéria orgânica e nem um pouco
seco Manjericão Ocimum basilicum rico em matéria orgânica, não suporta solo
argiloso e mal drenado Manjerona Origanum marjorana sofre com solo excesso de umidade e muito
argiloso Orégano Origanum vulgare natureza calcária e fértil, e menos exigente que a
manjerona Sálvia Salvia officinalis tolera pH de 5,0 a 9,0 e não é muito exigente
quanto a fertilidade Segurelha anual Satureja hortensis cresce até em solos arenoso e calcário Tomilho Thymus vulgaris tolera solo argiloso e calcário Também com relação ao solo pode-se ter fazer outras observações: • curcuma e gengibre (espécies que produzem raízes para colheita) devem ser plantados em solos mais soltos (nem um pouco argiloso); • os solos mais escuros são geralmente mais férteis e mais propensos a doenças; e • solos mais claros são geralmente mais ácidos e mais secos. PLANTIO Reprodução sexuada (por sementes) Abaixo são dados exemplos de tratamentos para aumento da germinação. Embebição com KNO3 Algumas sementes com as de funcho, necessitam de serem embebidas em solução a 2% de KNO3. 7 dias por 5-10º C Deixar na temperatura e período citados as sementes de sálvia, aneto e cerefólio. Luz
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Muitas espécies necessitam de luz para germinar. Exemplo: hissopo e alecrim Sempre teste com uma pequena quantidade os métodos indicados tendo em vista que estas recomendações são obtidos de experimentos no exterior. Alguns comerciantes de sementes também pode dar algumas informações para o máximo de germinação. A grande maioria das espécies de condimentos propagam-se por semente mas algumas só conseguem propagar-se quase que somente por esta forma como por exemplo: alcarávia, aneto, cominho, funcho, erva-doce, salsinha, coentro e cerefólio. Algumas dicas para aquisição de sementes: • compre somente sementes de empresas com tradicão na importação de sementes; e • compre sementes de saquinhos ou latas que não foram abertos. Propagação vegetativa Para obter maior sucesso na propagação vegetativa siga os seguintes conselhos: ⇒ Época de coleta material para propagação: final de inverno ou início da primavera. ⇒ Características do dia da coleta: nublado ou até com chuvisco. ⇒ Horário da coleta: após o horário mais quente. ⇒ De qual planta matriz coletar: que não esteja em fase reprodutiva, nem muito nova ou velha, com
ótima condições de sanidade e bem desenvolvida. As principais formas de propagação vegetativa são: Estaquia de folha É o processo vegetativo mais utilizado para as plantas condimentares. Normalmente são utilizados pedaços de galhos de 5 a 10 cm (tomilho, sálvia, segurelha, estragão, orégano e manjerona), 10 a 15 cm (alecrim, manjericão, favacão) e de 15 a 20 cm de comprimento (louro e urucum). O diâmetro varia de 0,2 a 1 centímetro de diâmetro e cada estaca deverá ter pelo menos três nós. Na prática tem se conseguido melhor resultado quando as estacas são um pouco lenhosas na parte que será enterrada. De arbustos ou árvores, as estacas de galho devem ser mais lenhosas e maiores. As estacas também podem ser de rizomas ou raízes (curcuma, gengibre e hortelã), desde que tenham duas a três gemas. Sempre cortar as estacas de galho com tesoura de poda. Na parte que será enterrada em forma de bisel (inclinado) e reto no ápice. Deixar um par de folhas (louro e urucum ou apenas 1/3 das folhas (alecrim, tomilho, segurelha, orégano e manjerona). As estacas podem ser plantadas em canteiros ou sacos plásticos, com substrato preparado (mistura de partes iguais de terra comum, húmus e areia), deixando de fora 2/3 da estaca e enterrando o restante. Para melhor enraizamento, pode-se usar hormônios, encontrados em casas especializadas. Divisão de touceira É o método que permite desenvolvimento mais rápido das mudas mas também é o que menos rende, pois consiste em aproveitar partes da planta contendo parte aérea e raiz. Após a retirada das mudas, podar a parte aérea e a raiz, deixando respectivamente 5 a 10 cm e 2 a 5 cm de comprimento. São exemplos de condimentos que reproduzem por divisão de touceira: cebolinha, tomilho, hissopo, orégano e segurelha.
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Alporquia Sem a utilização de hormônios é a forma mais recomendada para o louro. As etapas para alporquia são: ∗ escolha um galho com ótima aparência e com no mínimo 30 cm de comprimento ∗ sem retirá-lo da planta, faça um anelamento (retire a casca em forma de anel) a uma distância de
cerca de 20 cm do ápice do galho ∗ coloque barro ou esfagno úmido sobre o anel ∗ envolva o anel com uma fita plástica e amarre nas pontas ∗ depois de bem enraizado, plante no local definitivo ou em recipientes No caso do louro, a demora para pegamento é cerca de 2 a 4 meses. Há também plantio por bulbos como para o açafrão e alho.
Quadros para planejamento da compra de sementes Quadro: peso de 1.000 sementes de plantas condimentares obtidos pelo autor e PRADO, C.; ROMERO, F. H. C. e SANTOS, R. R. (1998) Espécie Peso de 1.000
PRODUÇAO EM VASOS E JARDINEIRAS Para aqueles que querem uma produção em vasos, jardineiras ou recipientes, estes devem ter pelo menos 20 cm de profundidade para as espécies com até 50 cm de altura. Mesmo espécies que requerem vasos maiores como louro e alecrim, estas podem ficar por até 6 meses (ou quando notar murchamento ou crescimento excessivo de raízes) e deverão ser transplantadas para o local definitivo. Qualquer local em que incida pelo menos 6 horas de sol e protegido de ventos frios e fortes, para que as plantas cresçam com vigor, pode ser utilizado para a colocação dos recipientes. Mesmo em locais onde a iluminação é deficiente (3 a 4 horas de sol), pode-se colocar espécies tais como hortelã, capuchinha, salsinha, cebolinha e tomilho, apesar de perderem em qualidade. O substrato mais utilizado é uma mistura em partes iguais de terra comum, húmus e areia e no fundo devem haver furos para evitar encharcamentos e cobertos com camada de pequenas pedras ou até pedaços de telhas. Para evitar que fique adubando todo mês, adicione para cada cinco litro do substrato 2 colheres de chá de farinha de ossos e duas de torta de mamona. Repita a cada 6 meses esta adubação. Sempre que o recipiente estiver com o substrato seco, coloque água. Adube mensalmente com uma colher de húmus de minhoca.
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Salsa 1,585 Salsão 0,445 BUSTAMANTE (1993) fornece os seguintes pesos de 1000 sementes: Espécie Peso em gramas Alcarávia
3,000
Alecrim 1,038 Aneto 1,460 Coentro 9,003 Cominho 3,140 Erva-doce 2,400 Funcho 4,970 Hissopo 0,900 a 1,000 Manjericão italiano 1,400 Manjerona 0,225 Mostarda branca 5,000 Orégano 0,035 Sálvia 6,300 Satureja hortensis 0,761 Satureja montana 0,650 Tomilho 0,265 Estes outros valores foram fornecidos por empresa que comercializam sementes: Espécie Número de sementes por grama Alcarávia 120 Alecrim 1.000 Anis ou erva-doce 220 Cebolinha comum 600 Estragão 6.000 Funcho 200 Hissopo 1.000 Levístico 6.000 Sálvia 150 Segurelha 1.500 Tomilho 4.000 Com relação ao gasto com sementes, HORNOK (s.d.), fornece as seguintes quantidades: Espécie Requerimento de sementes por hectare (Kg) Alcarávia 6-10 Aneto 12-14 Coentro 16-20 Erva-doce 13-15 Estragão 40.000 a 50.000 mudas Funcho 8-10 Hissopo 3-5 Levístico 6-8 Manjericão 4-6
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Majorana 6-8 Mostarda branca 15-17 Mostarda preta 12-14 Sálvia 30.000 a 36.000 mudas Segurelha 4-8 Tomilho 80.000 mudas Quadro: espaçamento de algumas plantas medicinais. Espécie Entre plantas (cm) Entre linhas (cm) Açafrão 10 15 a 45 Alcarávia 20 a 30 40 a50 Alecrim 50 80 a 160 Aneto 10 a 20 40 Cerefólio 15 25 Coentro 15 a 20 50 a 60 Cominho 25 a 30 50 Erva-doce 20 40 a 70 Estragão 30 40 a 50 Funcho (para sementes) 50 a 60 50 a 90 Hissopo 30 a 40 80 a 140 Manjericão 20 a 30 50 a 70 Manjerona 20 a 30 40 Orégano 35 30 a 70 Segurelha (Satrureja hortensis) 20 a 25 30 a 60 Segurelha (S. montana) 30 a 35 80 a 120 Sálvia 40 60 a 80 Tomilho 25 a 30 60 a 80 Como a maioria dos espaçamentos não foram estudados nas nossas condições, pode ocorrer variações quando for plantar. Em solos menos férteis, o espaçamento pode ser menor e nos mais férteis o espaçamento poderá ser maior. Plantas muito separadas estarão mais sujeitas a poeiras e muito adensadas, crescerão com menos força. Adubação para plantios comerciais Quadro: adubação orgânica e de NPK em plantas condimentares segundo BUSTAMANTE (1993) Espécie N (kg) P2O5 (kg) K2O (kg) Observações M. O.
(ton) antes do plantio
Alcarávia 60 100 100 solo de média fertilidade Alecrim 60 a 80 60 a 80 80 a 100 adubação anual 30 a 50 Coentro 60 a 80 80 a 100 100 a 120 no preparo do solo e N em duas
vezes
Erva-doce 45 80 a 100 100 a 120 solo de média fertilidade 15 Estragão 75 80 120 anual e depois de cada corte
suplementar com 30 de N 30 a 50
Funcho 80 120 120 não ultrapassar a dose de N, 15 a 20
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devido a influência na produção de folhas
Hissopo 50 a 70 60 a 80 100 a 120 antes do plantio e anual após o início da fase vegetativa, após 1º corte, mais 30 de N
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Manjericão 100 a 150 100 a 140 100 a 140 maior quantidade para solos com grande perda por lixiviação
Manjerona 150 100 a 120 100 a 120 solo médio, N em três vezes (início da vegetação, depois 1º corte e depois do 2º corte)
Orégano 120 a 150 80 a100 100 a 120 N em duas vezes (1º na atividade vegetativa e 2º após 1º corte)
Sálvia 40 a 50 80 a 100 80 a 100 anual, após 1º corte mais 30 de N, 20 Segurelha anual
60 a 80 40 a 60 60 a 80 N em duas vezes (1ª no preparo do solo e a segunda logo após o plantio)
Segurelha perene
60 a 70 50 a 60 80 a 100 antes do plantio, todos os anos e na primavera
30
Tomilho 75 a 80 50 a 60 100 a 120 N em cobertura, P e K no preparo superficial do solo
40 a 50
Obs. m. o.= matéria orgânica Com relação ao período crítico relacionado a irrigação, MAROUELLI et al. (1996), fornece os seguintes dados: Espécie Período crítico Cebola Desenvolvimento do bulbo Pimentão Formação e desenvolvimento de frutos Pimentas Frutificação até a colheita Recomendações gerais para controle de pragas 1. plantar espécies ou variedades resistentes e adaptadas ao local e a época; 2. respeitar os espaçamentos e época recomendados para cada espécie/variedade; 3. quando realizar capina ou qualquer outro tipo de trato cultural, procure não danificar as plantas, já que um ferimento é a porta de entrada de patógenos. A sálvia é exemplo de planta que sofre com qualquer dano que recebe; 4. comece o trabalho sempre pelas sadias e termine o trato nas plantas doentes, para que não haja infecção; 5. desinfeccione toda hora o material de colheita ou poda; 6. evitar a monocultura, procurando plantar na mesma área espécies de forma e famílias diferentes; 7. manter sempre o solo em boas condições; 8. evitar o uso de produtos químicos, sem a devida orientação técnica; 9. ao notar uma planta doente retire a parte infectada (folha, ramo etc.) ou até mesmo a planta inteira e queime-a, para que não haja contaminação, após isso isole o local e plante outra espécie de família diferente;
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10.nunca deixe seu canteiro excessivamente irrigado, pois alta umidade e temperaturas altas, tornam o ambiente mais propício ao ataque de doenças; 11.procure ter o maior número de espécies diferentes e sempre realizar rotação de culturas, evitando plantar em dois anos consecutivos uma mesma planta ou da mesma família, pois absorvem o mesmo nutriente do solo e a planta fica fraca e vulnerável a pragas e doenças, além de se ter no canteiro patógenos que sobrevivem no solo de uma ano para o outro; 12.contra certas pragas plante em volta do canteiro por exemplo, cravo de defunto ou tagetes que mantêm os pulgões longe, hortelã que afugenta as formigas, e arruda contra lesmas; 13.ao perceber o início de ataque de doenças, inicie a colheita antes que perca toda a produção; 14.faça também todo ano tratamento de inverno (aplicação de caldas), para prevenir contra doenças e pragas, além de preparar a planta para a brotação, florescimento e frutificação;e 15.adquirir sempre mudas sadias; e 16.ao utilizar uma planta como matriz de mudas, observe se ela está isenta de doenças e pragas e com ótimo vigor, ou seja saudável. COLHEITA Alguns cuidados gerais são: • a colheita deve ser feita após o orvalho e nunca em dia nublado ou chuvosos; • não é recomendada a lavagem do material no dia da colheita, pois poderá favorecer ao aparecimento de bolores. Pode ser exceção quando se tem a garantia do controle da temperatura da secagem e que o local não tenha alta umidade; • se as plantas estiverem muito empoeiradas, faça uma irrigação um dia antes da colheita ou, se for pequena produção, lave-as com regador; • faça antecipado o planejamento da colheita, estudando o ciclo de vida da planta com o objetivo de escolher o momento ideal da colheita, preparar o material e explicar detalhadamente para os funcionários; e • pode-se colher as raízes no final da tarde. Para produções comerciais será importante pesquisas sobre horários mais específicos de colheita, pois estas observações não servem para todas. FOLHAS Se for para pequenas produções pode-se tomar cuidados mais rigorosos como por exemplo: • colher sem o pecíolo e no início da formação de flores; • retire um pouco de cada planta e se quiser dar volume, corte o ramo apical; • um dia antes da colheita, lavar as plantas (cuidado para colher somente em dia ensolarado); e • para aumentar a massa foliar em manjericões, deve-se retirar as flores. FLORES, BOTÕES FLORAIS OU SUMIDADES FLORIDAS Muitas aromáticas são valorizadas quando são colhidas as folhas e as sumidades floridas ao mesmo tempo. Estas sumidades devem ser colhidas com 2 cm de pedúnculo, pela manhã e no início da floração antes que se abram totalmente. FRUTOS E SEMENTES
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Para a grande maioria das plantas produtoras de sementes ou frutos, o momento ideal para colher seria quando da completa maturação destas partes, no entanto se for esperar este momento, as sementes podem cair. Com isto, deverão ser colhidas logo que percebe o início da queda de algumas sementes. RAÍZES São poucas as plantas condimentares que são destinadas a produção de raízes para temperos e plantas como curcuma e gengibre tem com indicativo, a morte da parte aérea. Caso tenha que fazer colheita de apenas uma parte da planta, escolher as raízes mais próximas da superfície. As épocas que tem tido melhor resultado para colheita de raízes são início da primavera ou do outono. Nos quadros abaixo estão relacionados dados retirados de algumas das principais publicações ou instituição de pesquisa. Estas informações serão essenciais para poder estimar a produção e planejar o momento da colheita. Em pesquisas do Centro Pluridisciplinar de Pesquisas Químicas, Biológicas e Agrícolas (CPQBA) da Universidade de Campinas, chegou-se aos seguintes rendimentos: Espécie Rendimento
ton/matéria seca/hectare Alecrim 1,82 de folhas Hortelã-pimenta 1,58 da parte aérea Sálvia 1,7 de folhas LA LUZ (1993) faz as seguintes considerações, sobre colheita de plantas aromáticas em Cuba: Espécie Rendimento anual
por hectare Observações
Alho a colheita inicia quando 50% das folhas estão murchas e 20% das plantas caem ao solo.
Aneto 836 kg de sementes após 100 dias do transplante e 10 coletas com intervalo de 3 dias, cortando-se a umbela quando as sementes iniciam a maturação.
Coentro mais de 600 hg de sementes
colhe-se após 4 a 5 meses da semeadura.
Funcho 1 ton de sementes coleta a cada 7 dias e quando terminar, cortar a planta a 25-30 cm do solo.
Ocimum basilicum 18 ton de matéria fresca
3 cortes a 10 cm do solo. O primeiro após 3 meses e depois a cada 45 dias. Melhor produção no verão.
Manjericão 10 ton de matéria fresca
2 cortes por ano a 10 cm do solo. 1º corte após 4 meses e o 2º, 2 meses após 1º.
Salsa Se for folhas o 1º corte aos 65 a 70 dias e 2º corte 30 a 40 dias mais tarde cortando rente ao solo.
BUSTAMANTE (1993) fornece o rendimento de um coletor e considerações sobre a colheita.
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Espécie Peso (kg) Alecrim 350-450 Funcho 375-400 Manjerona 200-250 Orégano 30-50 Sálvia 400-450 Tomilho 150-180 Obs. são valores obtidos de coletores experientes. Rendimento e observações sobre colheita de espécies condimentares (adaptado de BUSTAMANTE, 1993) Espécie Partes
colhidas Rendimento anual por hectare Observações
Açafrão estigmas dessecados
15 kg (1º ano), 30 kg (2º ano), 20 kg (3º ano) 0,3 a 2,0 % de óleo essencial 10.000 a 20.000 kg de bulbos
colheita anual, cortando as flores logo que abrir.
Alcarávia frutos 1,5 ton (seco) 3 a 7% (óleo essencial)
floração no 2º ano e quando inicia a maturação
Alecrim folhas e sumidades floridas
Parte aérea: 8,0 a 10,0 ton (fresca), 2,0 a 3,0 ton (seca) Folhas: 1,6 a 2,4 ton Óleo essencial: 40 a 60 kg
colher 30 cm acima do solo e o 1º corte após 12 a 18 meses e depois 1/ano.
Aneto frutos e folhas Folhas: 5,0 kg (frescas), 0,75 kg (secas) Frutos: 1,5 ton Óleo essencial: 25 a 40 kg
Coentro frutos maduros e secos
1,0 a 2,0 ton (frutos) 1,2 a 1,5 kg (folhas secas)
colheita antes da maturação completa. 65 a 70% é a perda de peso após retirada do pecíolo
Cominho frutos maduros e secos
0,6 a 1,0 ton (frutos secos) 2,5 a 4% (óleo essencial)
colher antes da maturação completa
Erva-doce frutos maduros
0,6 a 0,7 ton a 1,2 a 1,5 ton 6% (óleo essencial)
inicia colheita 50% estão maduros
Estragão folhas dessecadas
Parte aérea fresca: 1º ano no máximo 3 a 5 ton, 2º ano 12 a 15 ton Folhas secas: 800 kg
5 a 6 anos de coleta. Após secar perde-se 80% do peso normal
Funcho frutos, folhas e raízes
1,5 ton (variedade doce), 2,0 ton (var. amarga) Óleo essencial: 35 a 70 kg (var. doce) e 70 a 140 kg (var. amarga)
Hissopo folhas e sumidades floridas
Parte aérea: 1,4 a 2,0 ton (1º ano, seca), 5,0 a 6,0 ton (2º ano, seca)
colhe-se em plena floração 1º ano (1 corte)
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Óleo essencial: 40 a 50 kg 2º ano (2 cortes) Manjericão italiano (Ocimum
basilicum)
folhas, sumidades floridas
Planta: 10 a 15 ton (fresca), 2 a 3 ton (seca) Folhas: 1,2 a 1,5 ton (secas) Óleo essencial: 2,4 a 3,0 kg (variedades “fino verde” e “gran verde”) e 6 a 8 kg (var. “hoja de lechuga”)
colhe-se na floração quando para óleo essencial e para culinária, antes da floração e a 15 cm do solo
Manjerona folhas e sumidades floridas
7,0 a 12,0 ton 3,0 a 4,0 ton 20 a 25 kg de óleo essencial
colher na floração para destilação
Mostarda-branca
sementes 1,0 a 1,5 ton 0,7 a 1,4% (óleo essencial)
Orégano folhas e sumidades floridas
Matéria fresca: 3,0 ton (1º ano), 15,0 ton (2º ano) Óleo essencial: 2,0 kg
1º ano (1corte), 2º ano (2 cortes). Colhida antes de abrirem todas as flores
Sálvia folhas e sumidades floridas
Por corte: Planta fresca - 6,0 ton Planta seca - 1,5 ton (1º ano), 4,0 ton (2º ao 4º ano) Folhas secas - 0,9 a 2,1 ton Óleo essencial - 1,0 a 2,5 %
no 5º ano diminui a produção. 2 cortes a partir do 2º ano
Satureja
hortensis
folhas, sumidades floridas
Planta: 12 a 15 ton (fresca), 3,5 a 4 ton (seca) Folhas: 0,9 a 1,0 ton (secas) Óleo essencial: 27 a 30 kg
380 frutos com 4 aqüênios cada planta, colhe em plena floração
Satureja
montana
folhas, sumidades floridas
Planta: 8 a 12 ton (fresca), 3,6 a 5,4 ton (seca) Folhas: 1,5 a 2,0 ton (secas) Óleo essencial: 16 a 24 kg
Tomilhos folhas e sumidades floridas
Fresco: 4,0 a 5,0 ton Seco: 0,8 a 1,2 ton Óleo essencial: 20 a 25 kg
1 ou raras vezes 2 cortes ao ano
HORNOK (S.D.) fornece os seguintes dados: Espécie Parte colhida Rendimento do
Manjericão parte aérea 0,5-1,1 1,8-2,0 Majorana parte aérea 0,5-1,3 1,8-2,0 Mostarda branca semente 0,8-1,0 Mostarda preta semente 1,1-1,5 Sálvia parte aérea
folha 1,0-2,5 1,0-1,5
0,5-0,8 Segurelha parte aérea 1,0-2,0 1,0-1,5 Tomilho parte aérea 1,0-2,5 1,5-2,5 SECAGEM E ARMAZENAMENTO Pode-se considerar a secagem como a etapa mais delicada do cultivo das plantas condimentares, pois se for mal feita, pode-se perder todo o trabalho. Uma boa secagem mantém boa parte do valor organoléptico e preservar o material colhido do ataque de doenças e pragas. Os procedimentos antes da secagem são: * retirar fragmentos de outras plantas, insetos e outros materiais estranhos; * selecionar partes de melhor aspecto (sem sintomas de ataque de pragas e doenças); * tomar cuidado para não sujar as partes colhidas com terra; e * manipular o mínimo possível o material colhido. Além de melhor preço obtido, o produtor poderá tornar-se referência para compradores, invertendo a situação normal, isto é , passará a ser procurado para comprar material. 10.1. SECAGEM Na produção caseira, o uso das plantas frescas é o mais recomendável mas na produção comercial, o que é comercializado é a matéria seca (exceto para venda em restaurantes, pizzarias, etc.). Para conseguir um bom produto seco, deve-se proceder à secagem o mais brevemente possível. As condições internas do secador ou local para secagem são: * limpo; * seco; * arejado; * sem aberturas para o lado sul; * permitir o mínimo de entrada de luz; * saída para o ar quente; e * temperaturas máximas entre 35ºC (para folhas e flores aromáticas) e 40ºC (para não aromáticas). Apenas as partes duras não aromáticas que podem ser secas a 65ºC. No processo de secagem observar os seguintes procedimentos: * evitar o revolvimento das camadas de folhas e flores; quente; * não secar ao sol folhas e flores; * fazer camadas de folhas de no máximo 5 cm de espessura; * colocar uma espécie de cada vez no local de secagem; * utilizar prateleiras, deixando espaçamentos de 20 a 30 cm entre cada uma; e * não secar sobre superfície não compactada. Utilize tela, sombrite ou ripado.
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Secagem natural Nesta secagem, não há controle da temperatura e com isto, o material colhido demora muito mais para secar (1 a 2 semanas se fore parte aérea). Na figura, estão demostrados como podem ser colocados o material para secar. Pode-se cobrir as partes com papel de embrulhar pão, com a finalidade de absorver mais a umidade, diminuir a iluminação e manter livre de poeira. A secagem pode ser também sobre panos, ripados ou redes, estendidos em local arejado, sem umidade e abrigados do sol. Secagem artificial Para secar grandes quantidades deve-se usar a secagem artificial, que se dá com temperatura controlada (entre 30 e 65º). É bem mais rápida e o material poderá estar pronto no mesmo dia. Infelizmente são raras as empresas que comercializam secadores, ficando a cargo do produtor idealizar o seu próprio. Em alguns casos faz-se uma estabilização, que é feita com vapores de álcool etílico, que mantém as enzimas celulares inativas, preservando assim, sua composição química. Armazenamento O material após a secagem, deverá ser armazenado em local escuro, seco, arejado, sem insetos ou poeiras e com temperatura não muito alta. Como um dos fatores que prejudica o teor de substâncias é a luz, inativando ou até destruindo algumas, o material deverá ser conservados em recipientes de metal, cerâmica, vidro escuro ou madeira. Para produções maiores, sugere-se guardá-los em sacos de juta, que comumente são usados para guardar produções agrícolas. Para impedir poeira, desenvolvimento de fungos, entrada de insetos, umidade ou perdas dos óleos essenciais, recomenda-se fechar o mais hermeticamente possível. Não esquecer de colocar no material colhido, etiquetas com o nome da espécie colhida e a data da colheita. COMERCIALIZAÇÃO Com poucos estudos da qualidade dos condimentos quando cultivados no Brasil, o produtor pode arriscar a iniciar em uma pequena área o cultivo de algumas espécies de alto valor econômico como o açafrão ou a alcaparra, apesar da literatura atual indicar que estas culturas não são aclimatadas as nossas condições. No entanto, praticamente não há pesquisas que comprovem estas informações.. Alguns países da América do Sul já iniciaram estudos sobre a viabilidade de algumas culturas como o açafrão na Argentina (já citado), e estão conseguindo resultados positivos. Em função da tradição da península ibérica na venda de especiarias, são dadas em %, a participação de alguns condimentos no seu comércio: pimentão: 15% alho: 12% salsa 12% pimenta: 10% açafrão: 9% canela: 8% Em levantamento realizado pelo autor em Portugal no início de 1998, obteve os seguintes preços de alguns condimentos:
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Espécie Preço em escudo/kg Malagueta 4.589 Manjericão 13.000 Coentro 4.412 Cravinho 5.258 Açafrão 40.000/100 gramas Canela 6.325 Cominho 2.980 Gengibre 5.275 Açafrão das índias 4.600 Cardamomo 5.257 Pimentão 2.200 Salsa 4.734 Tomilho 9.750 Noz moscada 5.460 Orégano 9.773 Pimenta 5.110 Alecrim 2.167 Obs. valor de 1 dólar = 182,15 escudos (31.07.98). Aos produtores sugere-se que: • pesquisar no comércio, os condimentos mais comercializados e verificar a qualidade do material oferecido no comércio; • após a seleção, obter o máximo de informações técnicas sobre as espécie escolhidas; • caso não tenha muita informação, inicie com pequena área para verificar a viabilidade; • quanto maior a área, menor o número de espécies cultivadas e acima de 5 ha escolha uma ou duas
espécies; • contatar compradores e se possível estabelecer contrato de compra; e • selecionar e treinar a mão-de-obra. Alternativas como fonte de renda:
Para pequenas áreas • viveiro de mudas mesmo em uma área de 200 a 500 m2, pode-se conseguir lucro com viveiro de mudas de plantas condimentares. Para oficialização desta atividade há necessidade de registro na Secretaria da Agricultura (ou similar no seu estado), no IBAMA, responsável técnico (Engenheiro Agrônomo ou Engenheiro Florestal) e registro no CREA (dependendo do Estado) se for empresa. Para divulgar o produto, participe de feiras e exposições. Conseguirá mais lucro se estiver próximo de capitais ou grandes cidades. • produção de plantas condimentares para distribuição direta (restaurantes por exemplo) para áreas um pouco maior (1 a 2 ha), é altamente rentável mas já começa a ficar saturado em algumas grandes cidades. O preço de um maço é quase sempre superior ao preço de 1,0 kg de matéria seca da mesma planta. Sugere-se enviar amostras aos restaurantes. • artesanato com plantas condimentares (guirlandas, travesseiros, sachê) poderá produzir o próprio artesanato e sofrerá menos burocracia para criar a empresa. A participação em feiras e exposições também é essencial.
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Para grandes áreas • produção de plantas para atacadista • produção para empresas que vendem condimentos já ensacados
para áreas acima de 10 ha.
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