Universidade de Passo Fundo Faculdade de Engenharia e Arquitetura Curso de Engenharia Civil DISCIPLINA: Sistemas Prediais I – Parte 1 ASSUNTO: Introdução; Materiais e componentes; Sistemas Prediais de Água Fria; Sistemas Prediais de Água Quente. PROFESSORES: Vera Maria Cartana Fernandes Vinicius Scortegagna Passo Fundo / 2015
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Universidade de Passo Fundo Faculdade de Engenharia e Arquitetura
Curso de Engenharia Civil
DISCIPLINA: Sistemas Prediais I – Parte 1
ASSUNTO: Introdução;
Materiais e componentes;
Sistemas Prediais de Água Fria;
Sistemas Prediais de Água Quente.
PROFESSORES: Vera Maria Cartana Fernandes
Vinicius Scortegagna
Passo Fundo / 2015
Sistemas Prediais I - 1
Profª. Dra Vera Maria Cartana Fernandes
1 SISTEMAS PREDIAIS – CONCEITUAÇÃO
1.1 Conceitos Iniciais:
Sistema: É o conjunto de partes coordenadas para realizar um conjunto de finalidades.
Edificação: É constituída de subsistemas inter-relacionados, classificados de acordo com
a suas funções.
Definição de Sistemas Prediais: Conjunto de insumos e serviços necessários para o
desenvolvimento das atividades em um edifício.
Sistemas Prediais são sistemas físicos, integrados a um edifício, e que têm por
finalidade dar suporte às atividades dos usuários, suprindo-os com os insumos prediais
necessários e proporcionando os serviços requeridos.
Os subsistemas das edificações podem ser divididos nas seguintes formas:
Estrutura:
Fundações
Superestrutura
Envoltória Externa:
Sob nível do solo
Sobre o nível do solo
Divisores de espaços externos
Verticais
Horizontais
Escadas
Divisores de espaços internos
Verticais
Horizontais
Escadas
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Serviços
Água Suprimento de suprimento de água
Sistema de Coleta de Esgotos
Energia Suprimento de gás
Suprimento de energia elétrica
Segurança Sistema de proteção contra incêndios
Sistema de segurança patrimonial
Conforto Sistema de condicionamento de ar
Sistema de iluminação
Transporte Sistema de transporte mecanizado
(elevadores / escadas rolantes)
Comunicações Sistema de comunicação interna
Sistema de telecomunicação
Automação Automação de escritórios
Automação predial
1.2 Os Sistemas Prediais e o Edifício:
2.1. Definição:
É o conjunto de tubulações, dispositivos e equipamentos necessários para o correto
desempenho das funções de uma edificação, no que diz respeito à utilização da água.
Sistemas hidráulicos (15):
- Água fria; Água gelada; Água quente; Esgotos sanitários; Águas pluviais;
Drenagem de sub-solo; Gás combustível; Água Salgada; Sabão líquido; Aquecimento de
pisos; Limpeza a vácuo; Gases hospitalares; Fonte e cascatas; Piscinas; Saunas /
duchas.
Sistemas de Segurança contra incêndios (13):
- Hidrantes; Extintores; Chuveiros automáticos, Água nebulizada; Espuma; FM200;
CO2; Deteção e alarme; “Voice Alarm”; Sinalização; Exaustão e fumaça; Portas
automáticas; “Dumpers”; corta fogo.
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Sistemas de Comunicação (12):
- Telefonia / Fax; Interfonia; TV/cabo; Vídeo Cassete; Internet; Central de chamada
(BIP); Busca Pessoa; Comunicação de dados; Automação de escritórios; Controles;
Rádio.
Sistemas Elétricos (10):
- Iluminação; Força; Energia estabilizada; Emergência; Sinalização; Extra baixa
tensão (12v); Hora unificada; Emergência - No break; Descargas atmosféricas; Comandos
foto-elétricos.
Sistemas Mecânicos/Segurança Patrimonial (9):
- Ventilação mecânica; Condicionamento de ar; Exaustão; segurança contra
intrusão; Controle de Acesso; Controle de veículos; Controle de ronda; Circuitos fechados
Nesta disciplina estudaremos os seguintes subsistemas do edifício, cujos nomes estão
em destaque.
Estrutura:
Envoltória Externa:
Divisores de espaços externos
Divisores de espaços internos
Serviços
Água Suprimento de suprimento de água fria, quente.
Sistema de Coleta de Esgotos sanitários e águas
Pluviais
Energia Suprimento de gás
Segurança Sistema de proteção contra incêndios
Hidrantes ou mangotinhos
Conforto
Transporte
Comunicações
Automação
Os sistemas hidráulicos prediais devem ser projetados de modo a:
- prover água nos locais de uso;
- prover a possibilidade de uso da água;
- destinar a água utilizada acompanhada de resíduos introduzidos pela utilização.
Para realizar estas finalidades, elas trabalham com os três subsistemas inter-
relacionados:
- Suprimento de água;
- Equipamento sanitário;
- Coleta de Esgotos Sanitários.
Como mostra o esquema abaixo:
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De modo a controlar as seguintes variáveis:
- Pressão;
- Velocidade;
- Vazão;
- Temperatura;
- Qualidade da água.
As quais possuem sua interação com o sistema físico da edificação, que tem por função
conduzir água desde a origem até o seu destino final.
A seguir são apresentados exemplos dos diversos sistemas que integram esta disciplina.
Sistema Predial de Água Fria
Com Medição Convencional
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Sistema Predial de Água Fria
Com Medição Individualizada
Sistema Predial de Água Quente
Aquecimento individual por apartamento
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Sistema Predial de Esgoto Sanitário
Sistema Predial de Água Pluvial
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Sistema Predial de Hidrantes ou Mangotinhos
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2 MATERIAIS E COMPONENTES EMPREGADOS NOS
SISTEMAS HIDRÁULICOS PREDIAIS
2.1 Introdução:
Quando um Engenheiro pensa na realização de um projeto de sistemas hidráulicos
prediais, ele passa necessariamente:
- pela definição do melhor lançamento das diferentes partes do sistema e o
encaminhamento das tubulações;
- por um estudo de integração entre os diversos projetos que irão compor a
edificação em questão (arquitetura, estrutura, eletricidade, etc);
- pelo dimensionamento de cada um dos sub-sistemas que compõem o sistema
hidráulico predial.
Pensando também na melhor forma de detalhamento, para dar maior clareza na hora
de execução dos projetos.
Mas todos estes cuidados podem ser desperdiçados, se o projetista não tiver a
preocupação de fornecer junto com todas as plantas, detalhes e memoriais descritivos
do projeto, uma detalhada especificação dos materiais e componentes a serem
utilizados.
Através da indicação dos tubos e conexões, aparelhos sanitários, dispositivos de
controle de fluxo, e acessórios hidráulico-sanitários.
2.2 Materiais Empregados nos Sistemas Hidráulicos Prediais:
2.2.1 Tubos e Conexões:
2.2.1.1 Tubos Galvanizados:
O problema comumente associado à condução de água em tubos galvanizados é a
corrosão.
Em tubos de aço-carbono zincado (ou galvanizado), conduzindo água fria, a camada
de zinco, ao promover uma película passiva de proteção, evita em larga extensão a
ocorrência do fenômeno da corrosão. Mas a intervenção de múltiplos fatores como
água de pH muito baixo, alta concentração de bicarbonatos, velocidades altas, etc,
podem desencadear o processo de deteriorização da superfície interna dos tubos. Pelo
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ataque a cobertura de zinco, o tubo galvanizado comporta-se com um tubo de ferro,
apresentando corrosão alveolar e formação de tubérculos, trazendo como principal
conseqüência a diminuição na capacidade de vazão das tubulações, o que pode
implicar, se for o caso, em elevação dos custos de bombeamento.
Em tubos galvanizados para condução de água quente, os depósitos ou incrustações
podem desempenhar um papel decisivo na evolução do processo de corrosão, a
formação dos depósitos deve-se a sedimentação de sólidos suspensos, quanto à
precipitação, em especial do carbonato de cálcio, desenvolvido a partir de reações
químicas, por elevação da temperatura. Sendo esta a maior causadora de problemas
de incrustações em sistemas prediais de água quente, podendo reduzir
significativamente a capacidade de vazão das tubulações, ao obturara a seção útil de
escoamento e aumentar, ao mesmo tempo, a perda de carga.
Os tubos de galvanizados são utilizados em sistemas prediais de água fria, água
quente, sistemas para auxilio ao combate a incêndios e de gás. Os tubos utilizados
nestes casos são de classe média, com as seguintes características: baixo teor de
carbono; são submetidos a pressão de teste de 5000 kPa (500 m.c.a.): fabricados em
varas de 6 metros de comprimento, rosqueados nas extremidades com roscas BSP e
diâmetros de referências e nominais que variam de (1/2") DN 21 mm a (6") DN 166
mm.
Os tubos são fabricados a partir de chapas de aço ou lingotes de aço. Sendo que os de
chapas dobradas e soldadas, constituem os chamados tubos com costura, os sem
costura são fabricados por laminação ou por extrusão.
As conexões são de ferro maleável que é uma liga constituída de ferro carbono e
silício, obtido por fusão.
2.2.1.2 Tubos de Cobre:
Nos tubos de cobre um metal mais nobre (da extremidade catódica da série galvânica),
a corrosão normalmente é uniforme, uma vez que, na presença de oxigênio dissolvido,
desenvolve, em toda a sua superfície interna, uma película protetora e aderente,
responsável pela taxa bastante lenta e generalizada de deteriorização.
Por outro lado, no emprego de tubos de cobre com tubos de um metal distinto (por
exemplo, aço-galvanizado) em um sistema de água quente, as posições relativas, á luz
do sentido de escoamento da água, devem ser levadas em conta, colocando-se os
elementos de metal mais nobre (no caso o cobre) sempre a jusante do de menor
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nobreza (aço-galvanizado), a fim de não de desenvolver uma pilha eletroquímica de
corrosão.
Um contato galvânico, freqüente em instalações hidráulicas prediais com aquecimento,
é aquele que se estabelece na região de mistura da água quente (tubo de cobre) com a
água fria (tubo de aço galvanizado). Esta condição acontece na ligação de chuveiros e
duchas, sendo o inconveniente do par galvânico minimizado através da adoção da
solução esquematizada abaixo.
AQ AF
(cobre) (aço galvanizado)
Os tubos de cobre apresentam três classes:
Classe E: os tubos possuem as paredes finas e são utilizados em instalações de água
fria e quente;
Classe A: os tubos apresentam as paredes intermediárias e são utilizados para
instalações de gás;
Classe I: os tubos apresentam paredes mais grossas, destinadas as instalações
industriais e combate a incêndios.
São fabricados nos diâmetros que variam desde (1/2") DN de 15 mm até (4") DN de
104 mm.
As conexões são de cobre e de latão (liga de cobre e zinco). Estas conexões podem
ser rosqueadas numa das extremidades e lisas na outra, para serem soldadas, ou
ainda lisas em ambas as extremidades.
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2.2.1.3 Tubos Plásticos:
A designação genérica de tubos plásticos compreende uma grande variedade de tubos
fabricados com polímeros orgânicos sintéticos, de origem petroquímica, cuja
classificação, pode ser feita em:
- Tubos termoplásticos: que podem ser submetidos, repentinamente, ao amolecimento
e endurecimento através da variação de temperatura, dentro de escala própria de cada
material, sem ocorrência de qualquer alteração apreciável de suas propriedades. Os
principais utilizados em instalações prediais são:
Polipropileno (PP)
Cloreto de polivinila (PVC)
Cloreto de polivinil pós-clorado (CPVC)
Polietileno reticulado (PEX)
- Tubos termoestáveis ou termofixos: não podem ser amolecidos e moldados pela
variação de temperatura, pois ocorre a degradação do material. São exemplos deste
tipo de tubos os de resinas de poliéster e de epoxi. Eles não apresentam aplicação em
sistemas prediais de água.
- Tubos de PVC:
Os tubos de PVC são utilizados para:
- sistemas prediais de água fria;
- sistemas prediais de esgoto sanitário e ventilação;
- sistemas prediais de águas pluviais.
Dependendo da finalidade podem ser divididos nos seguintes tipos:
- água fria: que funcionam como condutos forçados possuem uma parede mais
grossa, e são fabricados para pressões máximas de serviço de 750 Kpa a uma
temperatura de 20 C. Podendo neste caso ser roscáveis ou soldáveis, com diâmetro
que varia desde (1/2") DN 20 mm até (4") DN de 110 mm.
- Esgoto sanitário e ventilação: que funcionam como condutos livres, são fabricados
com paredes mais finas, de forma a suportar até 50 C de temperatura. São fornecidos
com diâmetros nominais de 40, 50, 75 e 100 mm.
Os tubos apresentam extremidades com ponta e outra com bolsa.
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- Águas pluviais: podem-se utilizar os tubos para esgoto sanitário, mas recomenda-se
a aplicação dos tubos desenvolvidos especialmente para essa finalidade que são os
chamados reforçados, pois as colunas verticais de águas pluviais podem, sob
determinadas condições de precipitação e altura da edificação, funcionarem como
condutos forçados e não livres.
Estas possuem diâmetros de 75 e 100 dependendo do fabricante.
As conexões usadas para água fria podem ser soldáveis ou roscáveis; para esgoto
primário e ventilação são de ponta e bolsa com junta elástica e para esgoto secundário
são soldáveis.
- Tubos de CPVC:
Estes tubos além das propriedades do PVC resistem à condução de líquidos sob
pressão com temperatura elevadas.
Sendo, portanto indicado para condução de água quente.
Os tubos e conexões são dimensionados para trabalharem com as seguintes pressões
de serviço:
- 600 Kpa conduzindo água a 80 C
- 2400 Kpa conduzindo água a 20 C.
Os tubos são fabricados com diâmetros externos de 15, 22 e 28 mm.
As suas juntas são executadas com solda química a fria, com técnica bem diferente
dos tubos e conexões de PVC. Pois são utilizados dois produtos, o primeiro produto
químico primer ataca as superfícies do tubo e conexões para facilitar a ação do
adesivo, que deve ser aplicado imediatamente após o primer. Atualmente o fabricante
já fornece junto com o adesivo o primer.
- Tubos de Polipropileno:
O polipropileno é um material plástico que vem sendo utilizado em sistemas prediais de
água fria e quente. Apresenta resistência a temperaturas elevadas e a produtos
químicos.
Os tubos são fabricados em dois tipos:
- soldáveis com paredes standard, para pressões de até 600 Kpa;
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- soldáveis com paredes grossas para pressões de até 1000 Kpa, ambos com
temperatura de 100 C.
São fornecidos com diâmetros de 20 mm até 160 mm, sendo que os tubos vem em
varas de 6 metros de comprimento. Nos diâmetros de 20, 25 e 32 mm os tubos podem
ser fornecidos em rolos de 100 metros.
As juntas de polipropileno são soldáveis pelo processo de polifusão de topo ou com o
emprego de conexões que oferecem uma melhor qualidade de solda.
A polifusão consiste no aquecimento controlado, através de resistências elétricas, do
tubo e conexão, e posterior acoplamento de ambos.
- Tubos de Polietileno reticulado (PEX):
O polietileno é uma resina plástica composta de macromoléculas lineares constituídas
de Hidrogênio e Carbono em ligações alternadas. A RETICULAÇÃO nada mais é que
expulsar o Hidrogênio do sistema fazendo com que as novas ligações espaciais
formadas de Carbono mais Carbono, gerem ao novo produto, suas principais
qualidades.
As principais características dos tubos Pex são as seguintes:
Flexibilidade.
Alta Resistência à Pressão e Temperatura (100 m.c.a à 95° C continuamente)
Resistência Química.
Ausência de fissuras por fadiga.
Vida útil prolongada (norma DIN estima mínimo de 50 anos).
Excelente resistência à abrasão.
Coeficiente de atrito abaixo de qualquer material convencional.
Absorção das pressões causadas pelo Golpe de Aríete.
Sem soldas e colagens.
Maior rendimento da mão de obra (o dobro com relação ao cobre).
As tubulações são fornecidas em rolos de 100 metros para os diâmetros de 16, 20 25 e
32 mm.
2.2.1.4. Outros tipos de tubos:
Nesta categoria estão incluídos os tubos que atualmente são menos utilizados em
sistemas prediais, são eles:
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- Tubos de ferro fundido: são usados em sistemas de esgoto sanitário, ventilação e
águas pluviais, são fornecidos com diâmetros que variam desde 50 mm até 250 mm,
apresentando em uma das suas extremidades ponta e outra bolsa, as conexões
apresentam também ligações de tipo ponta e ponta com anel de borracha ou luva
externa ao tubo, fixadas com abraçadeiras de aço inoxidável.
- Tubos de fibrocimento: São utilizados para coletores de esgotos sanitários e águas
pluviais, com diâmetro de 100 mm a 500 mm. As extremidades dos tubos são tipo
ponta e ponta e as conexões de ponta e bolsa com juntas elásticas.
2.3 Componentes Empregados nos Sistemas Hidráulicos Prediais:
2.3.1 Aparelhos Sanitários:
É função do sistema de esgoto sanitário coletar as águas servidas e encaminha-las a
um destino (coletor público, tanque séptico, ou local adequado).
A função de coletar as águas servidas é cumprida pelo uso das peças sanitárias, que
são projetadas de modo a tender o usuário ergonometricamente e na sua maneira de
utiliza-las.
- Bacia Sanitária:
Uma bacia sanitária deve cumprir a função de uma maneira econômica e eficiente. O
aspecto econômico se resume fundamentalmente em utilizar pouca água. Nos tempos
atuais, a água tornou-se de elevado valor, e parece um contra-senso efetuar
tratamento de água para torná-la potável e em seguida empregá-la para eliminar
dejetos. No Brasil, desde o ano de 2003, não é mais permitido a fabricação e a
comercialização de bacias sanitárias com volume acima de 6,8 L de descarga, ou 6,0 L
como valor nominal.
O aspecto de eficiência é cumprido por um projeto bem feito, segundo o qual uma
descarga de água deve ser capaz de carregar todos os dejetos. A limpeza mais
eficiente da bacia sanitária se consegue quando temos uma forte ação de sifonagem
nos primeiros dois ou três segundo, seguido de um período de fraca sifonagem,
durante o qual a bacia praticamente se esvazia, e novamente seguido de uma segunda
ação de sifonagem. Se a vazão de água é muito baixa, ocorre um quebra de
sifonagem, o resultado é uma limpeza deficiente da bacia. Se a vazão é muito alta, a
ação de sifonagem se torna contínua com a bacia parcialmente cheia até o final da
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descarga, pode resultar daí que a matéria fecal e papel fiquem flutuando, também
resultando em uma limpeza deficiente.
As bacias podem ser divididas em dois grupos quanto ao fornecimento de água para
limpeza: as de válvulas de descarga e as de caixa de descarga. No primeiro caso se
obtém vazões instantâneas maiores, no segundo caso se permitem uma maior
economia de água, devido a sua forma de uso. Hoje existem no mercado as chamadas
bacias dual, ou seja, aquelas que possuem a possibilidade de dois valores de volume
de descarga, um de 6L para dejetos sólidos e outra de 3L para dejetos líquidos,
ressalta-se que este tipo de bacia pode funcionar com válvula de descarga e com caixa
de descarga acoplada.
Atualmente as bacias sanitárias, independente de ser com caixa ou com válvula de
descarga, elas podem ter a saída do esgoto de duas maneiras, as de saídas
horizontais, onde então o esgoto escoa pela parede, ou as de saídas verticais, onde o
esgoto escoa pelo piso.
As figuras a seguir ilustram os diferentes tipos de bacias sanitárias apresentadas
acima.
1 Quanto ao fornecimento de água para descarga:
- Válvula de descarga:
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- Caixa de descarga:
Alta ou externa Média ou embutida Baixa ou acoplada
2 Quanto ao modelo da descarga:
Bacia sanitária caixa de descarga com acionamento dual
Bacia sanitária com válvula de descarga e acionamento dual
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3 Quanto a forma de escoamento do esgoto
Saída Vertical
Saída Horizontal
- Lavatórios, banheiras, pias de cozinha e tanques:
Quase todos os aparelhos sanitários possuem o fundo plano com um formato que
possibilite um escoamento suave no final do esvaziamento da peça. Com se verá
adiante se consegue desta maneira repor a água do fecho hídrico dos desconectores
acoplados à sua descarga. E este é um fato importante para se conseguir uma boa
operação dos sistemas de esgoto.
Convém ressaltar a importância do conhecimento, por parte do projetista, das alturas
mínimas recomendadas para os pontos de utilização dos aparelhos sanitários.
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As figuras abaixo ilustram as ligações desses equipamentos.
Lavatórios
Com coluna Sem coluna
Legenda:
Banheira
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Pia de Cozinha
Legenda:
Tanque de Lavar Roupas
Legenda:
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2.3.2. Dispositivos de Controle de Fluxo:
São aqueles usados para controlar e/ou interromper o fornecimento de água às
tubulações e aparelhos sanitários. São fabricados em bronze, ferro fundido, latão e
PVC.
Nas próximas figuras, estão demonstrados alguns exemplos.
a - Misturadores:
Para Lavatórios:
Para Bidê:
Para Pia de Cozinha:
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b - Torneiras:
Para Lavatórios:
Para Pias de Cozinha:
Para Tanque:
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c - Torneiras Bóias:
d - Registro de Gaveta:
e - Registro de Pressão ou Globo:
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f - Válvulas de Retenção:
Tipo Portinhola:
Tipo Levantamento Horizontal:
g - Válvula redutora de pressão:
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2.2.3.3. Acessórios hidráulicos sanitários:
Em geral os sistemas hidráulicos são embutidos nas paredes e/ou pisos, constituindo o
que costumamos chamar de pontos terminais de água fria e quente.
O esgotamento dos aparelhos sanitários em geral também necessita de dispositivos
para realizarem o seu escoamento.
Nas figuras seguintes estão apresentadas as principais interligações usadas em
sistemas hidráulicos prediais.
a - Desconectores:
Caixa Sifonada:
Ralo Sifonado:
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Sifão tipo Copo ou Garrafa:
Sifão Tipo "P":
Sifão Tipo "S":
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b - Tubos de Ligação Flexível:
c - Tubo para Válvula de Descarga:
f - Válvula de Escoamento:
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3 SISTEMAS PREDIAIS DE ÁGUA FRIA
3 1 Concepção e Projeto
3.1.1 Introdução:
No estudo dos sistemas prediais de água fria, costuma-se dividir a sua concepção e
projeto em dois grandes sistemas:
- Sistema de Abastecimento;
- Sistema de Distribuição.
O sistema de Abastecimento é formado pela fonte captação de água, que pode ser
diretamente da rede pública, quando o lugar onde se desenvolverá o projeto possui
sistema de abastecimento público em condições de atender as exigências de projeto; e de
fontes particulares nos demais casos.
Se a captação de água for feita a partir de uma fonte particular, deve ser previsto um
sistema de tratamento, a fim de se garantir a qualidade da água para uso humano.
De qualquer forma, caso exista rede pública, as fontes particulares podem ser utilizadas
para outras finalidades, tais como combate a incêndio, lavagem de pisos, uso industrial,
entre outros.
Compõem também este sistema um conjunto de tubulações chamadas de
alimentadoras, que conduzirão a água desde a sua fonte de captação até o início da
rede de distribuição dentro da edificação.
O abastecimento de água é feito por meio de uma ligação predial, que compreende:
- Ramal predial ou ramal externo: É o trecho compreendido entre a rede pública e o
aparelho medidor (hidrômetro);
• Alimentador predial ou ramal interno de alimentação: É o trecho compreendido entre o
hidrômetro e a primeira derivação, ou até a válvula de flutuador ("váIvula de bóia") na
entrada de um reservatório.
Se o sistema possuir reservatório inferior, conforme será visto na seqüência, deve ser
prevista uma instalação elevatória, constituída por dois conjuntos moto-bomba, válvulas
para operação e manutenção, entre outros.
O sistema de Distribuição é formado pelo conjunto de tubulações, dispositivos e
equipamentos que conduzem a água desde o sistema de alimentação até os pontos de
consumo.
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3.1.2. Componentes dos Sistemas - Terminologia:
Fazem parte do Sistema de Alimentação os seguintes componentes:
- Ramal predial
- Abrigo, cavalete e hidrômetro
- Alimentador predial
- Reservatório inferior
- Instalação de recalque - sucção, bombas e coluna de recalque
- Reservatório superior.
No Sistema de Distribuição temos então:
- Barrilete
- Colunas de distribuição
- Ramal
- Subramal.
O esquema apresentado abaixo identifica cada um destes componentes.
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3.2 Características do Sistema de Abastecimento:
Este sistema tem como finalidade:
dar continuidade de fornecimento de água;
ter uma vazão adequada com a do sistema urbano de abastecimento - Qsa
proporcionar o atendimento da vazão de pico do sistema de distribuição - Qpsd
apresentar pressão compatível com a disponível no ponto terminal do sistema
urbano de Abastecimento - Psa
fornecer pressão adequada nos pontos de consumo do sistema de distribuição -
Ppc
ser concebido e projetado de modo a atender todos os aspectos legais do S.U.A. e
S.U.D.
3.2.1 Classificação dos Sistema de Abastecimento:
SISTEMA DIRETO
São aqueles onde o abastecimento é feito diretamente da rede pública sem a interposição
de nenhum dispositivo, o sistema de abastecimento vai até o início da coluna de
distribuição, sendo então, a distribuição ascendente. Nesse sistema, as peças de
utilização do edifício estão ligadas diretamente aos elementos que constituem o
abastecimento, ou seja, a instalação é a própria rede de distribuição.
Conforme as condições de pressão e vazão da rede pública, tendo em vista as
solicitações do sistema predial, o sistema direto pode ser sem bombeamento ou com
bombeamento.
Sistema Direto sem Bombeamento
Neste caso, é o sistema de abastecimento que deve oferecer condições de vazão, pressão e
continuidade suficientes para o esperado desempenho da instalação. Este sistema encontra-
se detalhado na figura abaixo.
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Sistema Direto com Bombeamento
Neste caso, à rede de distribuição é acoplado um sistema de bombeamento direto, conforme
a figura abaixo. A água é recalcada diretamente do sistema de abastecimento até as peças
de utilização. Esta tipologia de sistema direto é empregada quando a rede pública não
oferece água com pressão suficiente para que a mesma seja elevada aos pavimentos
superiores do edifício.
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Comentários
O sistema direto apresenta, basicamente, as seguintes vantagens:
• dispensa reservatórios;
• proporciona um menor custo da estrutura, pois uma vez que dispensa a construção de
reservatórios (superior e inferior), há uma diminuição da carga depositada sobre a
mesma;
• possibilita a disposição de uma maior área útil, já que o espaço destinado aos
reservatórios poderá ser utilizado para outros fins;
• garante uma mehor qualidade da água, tendo em vista que o reservatório pode se
constituir numa fonte de contaminação (limpeza inadequada ou inexistente, possibilidade
de entrada de elementos estranhos, etc).
Porém, o sistema direto apresenta também algumas desvantagens, tais como:
• fica inoperante quando falta água na rede pública, pois não é provido de reservatório;
• necessita de dispositivos anti-retorno, para impedir que a água retorne e possa
contaminar a rede pública;
• solicita continuamente a rede pública, com pressões e vazões adequadas ao sistema
predial;
• tem-se um aumento da reserva de água no sistema público, uma vez que este terá que
atender aos picos de consumo do edifício;
• pode ocorrer contaminação da rede pública devido a um funcionamento inadequado do
dispositivo anti-retorno, que é um componente mecânico.
No caso do sistema direto ser pressurizado por bomba, existem outros fatores a serem
considerados, quais sejam:
• inoperância quando da falta de energia elétrica, o que acarretaria a adoção de um,
sistema gerador de energia elétrica de emergência ou a óleo diesel, onerando ainda mais
o sistema;
• manutenção periódica, exigindo mão-de-obra especializada, uma vez que se trata de um
sistema com características e equipamentos diferenciados;
• maior gasto de energia elétrica, pois pelo menos um conjunto motor-bomba opera
continuamente.
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SISTEMA INDIRETO
São os sistemas onde o abastecimento não é realizado diretamente da rede pública,
havendo a necessidade da interposição de reservatórios, nestes casos a distribuição e
sempre descendente por gravidade.
Quanto à pressurização, o sistema indireto de água fria pode ser por gravidade ou
hidropneumático.
Sistema Indireto por Gravidade
Neste tipo de sistema, cabe a um reservatório elevado a função de alimentar a rede de
distribuição. Este reservatório é alimentado diretamente pelo sistema de abastecimento,
com ou sem bombeamento, ou por um reservatório inferior com bombeamento.
Desta forma, configuram-se três tipos de sistemas indiretos por gravidade, quais sejam,
- Sistema indireto com reservatório superior
- Sistema indireto com bombeamento
- Sistema indireto com reservatório inferior e superior
Sistema Indireto RS
O sistema indireto RS é composto por um alimentador predial equipado com válvula e
bóia, um reservatório superior e uma rede de distribuição.
Quando há consumo na rede de distribuição, ocorre uma diminuição no nível do
reservatório causando uma abertura total ou parcial da váIvuia de bóia. Tal abertura
implica num reabastecimento do reservatório superior proporcionado pela rede de
abastecimento, através do alimentador predial.
Para a adoção deste sistema, faz-se necessário uma rede de abastecimento com
condições hidráulicas suficientes para elevar a água ao reservatório superior.
Na figura abaixo é apresentado um esquema do sistema indireto RS.
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Sistema - Indireto com Bombeamento
No caso do sistema indireto com bombeamento, tem-se um alimentador predial equipado
com válvula de bóia, a instalação elevatória, o reservatório superior e a rede de
distribuição.
Esta solução é adotada quando não forem oferecidas, pelo sistema de abastecimento,
condições hidráulicas suficientes para elevação da água ao reservatório superior.
Desta forma, a finalidade do sistema de recalque é elevar a água diretamente do sistema
de abastecimento ao reservatório superior, sendo o suprimento feito conforme o controle
imposto pela válvula de bóia. Na figura abaixo é apresentado um esquema do sistema
indireto com bombeamento.
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Sistema Indireto RI-RS
Este sistema é composto por um alimentador predial com válvula de bóia, reservatório
inferior, instalação elevatória, reservatório superior e rede de distribuição.
O inicio do ciclo de funcionamento deste sistema ocorre quando o reservatório superior
estiver no nível máximo e a instalação elevatória desligada. O reservatório superior possui
uma chave elétrica de nível, a qual aciona a instalação elevatória num nível mínimo e
desliga a mesma num nível máximo. Desta forma, havendo consumo na rede de
distribuição, o nível da água no reservatório superior desce até atingir o nível de ligação,
acionando a instalação elevatória, a qual será novamente desligada quando a água voltar
a atingir o nível máximo, encerrando assim o ciclo.
Paralelamente, quando do acionamento da instalação elevatória, a válvula de bóia do
alimentador predial abre-se parcial ou totalmente, e o reservatório inferior passa a ser
alimentado pela rede de abastecimento. Vale salientar que o reservatório inferior também
é equipado de uma chave elétrica de nível, a qual impossibilitará o acionamento da
instalação elevatória quando o referido reservatório estiver vazio. A figura abaixo
apresenta um esquema deste sistema .
Convém salientar que as características de funcionamento do sistema em questão,
evidenciam que as condições hidráulicas exigidas ao sistema de abastecimento referem-
se apenas ao reservatório inferior.
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Comentários
Os sistemas indiretos por gravidade apresentam as seguintes vantagens:
• rede predial menos exposta às falhas da rede pública, uma vez que com o(s)
reservatório(s) se garante, dentro do possível, a continuidade da vazão e pressão
nacesscirias para o sistema predial;
• economia de energia elétrica, pois não se utiliza de bombas para elevar a água aos
reservatórios superiores; no caso de sistemas indiretos por gravidade, aumentado
diretamente pela rede pública e no caso de sistemas indiretos por gravidade através de
um reservatório inferior com bombeamento de água ao reservatório superior, o conjunto
motorbomba é utilizado apenas durante determinados periodos de tempo, economizando
assim energia elétrica.
Em contrapartida, os sistemas indiretos por gravidade apresentam as seguintes
desvantagens:
• possibilidade de contaminação da água nos reservatórios;
• maior custo, devido ao acréscimo de carga na estrutura, decorrente da existência de um
reservatório superior;
• maior tempo de execução da obra, pois a existência do reservatório implica numa
estrutura mais complexa e a tubulação tem, na maioria das vezes, um percurso maior,
uma vez que não mais alimenta diretamente os aparelhos sanitários;
• maior área de construção, com o acréscimo decorrente das áreas dos reservatórios,
acarretando uma menor área útil.
Sistema Indireto Hidropneumático
Neste sistema, o escoamento na rede de distribuição é pressurizado através de um
tanque de pressão contendo ar e água. O sistema indireto hidropneumático pode ser sem
bombeamento, com bombeamento ou ainda um sistema com bombeamento e
reservatório inferior, usualmente denominado de sistema hidropneumático.
Sistema Indireto Hidropneumático sem Bombeamento
Este sistema compõe-se de um alimentador predial, um tanque de pressão e a rede de
distribuição.
A pressurização do tanque é através do sistema de abastecimento. Na figura abaixo
apresenta-se o esquema deste sistema, sem bombeamento.
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Sistema indireto Hidropneumático com Bombeamento
A composição deste sistema é a seguinte: alimentador predial, instalação elevatória,
tanque de pressão e rede de distribuição. O tanque é pressurizado através da instalação
elevatória. Nas figuras abaixo apresenta-se os esquemas destes sistemas.
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Funcionamento do Sistema Hidropneumático
O sistema hidropneumático é composto por um alimentador predial com válvula de bóia,
um reservatório inferior, uma instalação elevatória e um tanque de pressão.
Quando o tanque de pressão estiver submetido à pressão máxima e o sistema de
recalque desligado, a água no reservatório está num nivel máximo e o sistema apresenta
condições de iniciar seu ciclo de funcionamento.
Desta forma, quando há consumo na rede de distribuição, o nível de água no reservatório
começa a diminuir progressivamente. O colchão de ar expande-se e a pressão no interior
do tanque diminui até atingir a pressão mínima. Nesta situação, o pressostato aciona o
sistema de recalque elevando, simultaneamente, o nível de água e a pressão no interior
do tanque aos respectivos valores máximos. À pressão máxima, o pressostato desliga o
sistema de recalque, propiciando o inicio de um novo ciclo.
Quanto ao reservatório inferior, o mesmo comporta-se identicamente ao reservatório
inferior do sistema indireto RI-RS. Na figura abaixo é apresentado um esquema, do
sistema hidropneumático.
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3.2.2 Escolha do Sistema a ser Utilizado:
Para o escolha adequada do sistema de abastecimento é necessário o conhecimento das
condições da:
- Vazão do sistema de abastecimento (Qsa)
- Vazão de Pico do sistema de distribuição (Qpsd)
- Pressão do sistema de abastecimento (Psa)
- Pressão do ponto de consumo (Ppc)
Sendo assim, a escolha depende das seguintes condições:
Qsa QPsd Sistema Direto
Psa Ppc Sistema Indireto - Reservatório Superior ou com tanque
de pressão
Sistema Direto - com bombeamento
Qsa QPsd Sistema Indireto - com bombeamento
Psa Ppc Sistema Indireto com Reservatório Inferior
e tanque de Pressão.
Qsa QPsd Sistema Indireto - com Reservatório Superior ou com
Psa Ppc tanque de pressão
Qsa QPsd Sistema Indireto - com Reservatório Inferior
Psa Ppc e Superior
Sistema Indireto - com Reservatório Inferior
e Tanque de Pressão
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Resumindo:
(*) – reservação para atender as vazões de pico ( (**) - reservação para atender as vazões de pico e o período de falta de fornecimento pelo sistema de abastecimento.
4.2.3. Aspectos Legais - Tipo de Sistema de Abastecimento:
Segundo a NBR 5626/98 - Instalações Prediais de Água Fria -
"........A adoção do tipo direto para alguns pontos de utilização e do indireto para outros,
explorando-se as vantagens de cada tipo de abastecimento, constitui, em muitos casos, a
melhor solução".
Segundo o Regulamento dos Serviços de Água e Esgotos - CORSAN
Capítulo VI - Seção I - das Edificações
Artigo 50 - "As instalações prediais de água fria deverão ser projetadas de modo que o
abastecimento predial realize-se através do sistema de Distribuição Direta, Indireta e
Mista".
Artigo 51 - "Os imóveis ou parte dos mesmos poderão ter abastecimento direto desde que
seu ponto de água mais elevado esteja a uma altura máxima de 10 (dez) metros acima do
nível médio do logradouro".
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3.2.4. Detalhes do Sistema de Abastecimento:
3.2.4.1. Captação da Rede Pública:
DistribuidorPúblico
Registrode
Fecho
Hidrômetro
RGRG(*)
AbrigoCavalete
Ramal PredialAlimentador Predial
Primeira Derivação ouVálvula de flutuador do
Reservatório (**)
(**) em desuso na maioria das cidades
(*) Substituição do registro de fecho
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3.2.4.2 Detalhes do Reservatório Inferior:
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3.2.4.3 Detalhes do Reservatório Superior:
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3.3 Características do Sistema de Distribuição:
O sistema de distribuição deve ser projetado e construído para:
- garantir o fornecimento suficiente de água nos pontos de consumo;
- minimizar ao máximo os ruídos do escoamento;
- ter sempre pressão adequada nos pontos de consumo;
- manter a qualidade da água de consumo.
Segundo a Norma NBR 5626/98, a pressão estática máxima de qualquer ponto do
sistema de distribuição não deve ultrapassar aos 400 Kpa ou 40 m.c.a., sendo assim,
deve-se usar dispositivos para redução da pressão nestes pontos, os principais são:
- Caixa de quebra pressão;
- Válvula redutora de pressão
Os esquemas abaixo mostram a sua utilização.
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3.1. Detalhes do Sistema de Distribuição:
3.1.1 Distribuição convencional
Este tipo de sistema é o que tem sido utilizado nos últimos anos e é ainda o recomendado
pela normalização brasileria. Neste caso cada ambiente sanitário é abastecido por uma
coluna de distribuição, que se extende desde a cobertura do prédio até o primeiro
pavimento. Possui como característica básica o fato de que toda a edificação é medida
por um único hidrômetro, sendo que cada unidade paga a conta de água de acordo com a
área de sua unidade, e não baseada no seu consumo. Nestes casos temos os seguintes
esquemas e detalhes.
A - Esquemas verticais:
São os esquemas realizados sem escala definida, e que servem para visualizar o
encaminhamento do barrilete e das colunas de distribuição até a entrada nos ambientes
sanitários, podem ser realizados em planta ou em desenho isométrico. Como mostram os
detalhes abaixo.
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Colunas
Barrilete
ReservatórioSuperior
Neste caso o barrilete é chamado de concentrado, pois todos os registros de comando
estão localizados logo abaixo do reservatório superior de forma concentrada.
Já no caso da figura seguinte, pode-se ver o caso do barrilete distribuído, onde os
registros de comando estão distribuídos ao longo de toda a cobertura do prédio.
ReservatórioSuperior
Colunas
Barrilete
Nas figuras seguintes pode-se ver detalhes de plantas baixas de coberturas de prédios e
residências unifamiliares, mostrando a distribuição do barrilete, reservatórios e demais
componentes presentes em um projeto de sistemas prediais.
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B Desenho Isométrico dos ambientes sanitários:
O desenho isométrico é um detalhe realizado para cada um dos ambientes sanitário, com
a finalidade de se representar o encaminhamento da tubulação dentro destes.
São desenhados de acordo com as regras do desenho técnico para o desenho em
perspectiva isométrica, onde os dois ângulos de visualização são iguais e de 30 graus, a
escala destes desenho são 1:25. Nas figuras abaixo estão representados alguns
exemplos de desenhos isométricos.
Desenho Isométrico somente com água fria:
60
30
110
90
32
25
RG
RP
BOXVS/CA
LAVD
AF3
PVC50
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Desenho Isométrico com água fria e água quente:
35
75
90
60
25
BH
VS/CA
LAV
RP
RP
RG
RPRP
Vem de J
AF7PVC32
d
G
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3.3.1.2 Distribuição com medição individualizada
O sistema de medição individual de água em apartamento consiste na instalação de um
hidrômetro em cada unidade habitacional, de modo que seja possível medir o consumo
com a finalidade de emitir contas individuais.
Neste caso cada unidade terá uma única tubulação alimentadora, após passar pelo
hidrômetro individual. Neste caso os hidrômetros poderão estar concentrados logo abaixo
do reservatório superior, como mostra a figura abaixo.
H H H HHH
Apto 02
Apto 01
Apto 03
Apto 05
Apto 04
Apto 06
RS
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Ou então estarem distribuídos ao longo de todo o edifício em área de uso comum, como
mostra a figura abaixo.
H H Apto
RS
H
H
H
H
Apto
Apto
Apto
Apto
Apto
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Cabe a cada projetista decidir pela melhor solução, levando em conta as peculiaridades
de cada edifício, mas lembrando sempre que a grande maioria das concessionaras locais
ainda não realizam a leitura desses hidrômetros, ficando dessa forma para o zelador ou
síndico a realização destas leituras.
3.3.2 Alturas recomendadas para os pontos de utilização dos aparelhos sanitários:
Chuveiros:
- saída da água: 2.10 a 2.20 metros;
- registros 1.10 a 1.20 metros
Bacia Sanitária:
- com caixa acoplada: 0.25 a 0.30 metros
- com caixa embutida 1.40 metros
- com caixa externa 2.25 metros
- com válvula de descarga
- válvula 1.10 metros
- ponto de alimentação 0.35 metros
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Bidê:
- ponto de alimentação 0.25 a 0.30 metros
Lavatório:
- ponto de alimentação 0.60 metros
Banheiras:
- ponto de alimentação 0.30 metros
- registros 0.55 metros
Filtro de cozinha:
- ponto de alimentação 2.10 metros
- registro de pressão 1.50 metros
Tanque de lavar roupas:
- ponto de alimentação 1.10 a 1.20 metros
Máquinas de lavar roupas e pratos:
- ponto de alimentação 1.10 metros
Pia de cozinha:
- ponto de alimentação 1.10 metros
Registro - gaveta ( geral)
- ponto de alimentação 1.90 metros
Torneira de jardim
- ponto de ligação 0.50 metros
Mictório:
- com válvula de descarga
- válvula 1.10 metros
Ducha Higiênica:
- Saída da água: 0,50 a 0,55 metros
- Afastamento da bacia sanitária: 0,30 a 0,40 metros
- Colocação da ducha: 0,65 a 0,70 metros
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3.4 Normalização e Dimensionamento
As considerações adotadas nesta apostila, são baseadas na NBR 5626/98, nos
regulamentos da Concessionária local - CORSAN, e nas experiências de projetistas de
instalações prediais de água fria.
Dimensionamento dos Componentes do Sistema Água Fria:
3.4.1. Determinação do Consumo Diário:
CD = P x C
onde:
CD é o consumo diário em l/dia
P é a população do prédio em pessoas
C consumo diário "per capita" em l/dia pessoa
3.4.1.1. Cálculo da população:
Como esta consideração não é recomendada por norma, a maioria das cidades
brasileiras adotam como critério para o seu dimensionamento o estabelecido pela
concessionária, ou vale-se de experiências de outros projetistas, sendo assim,
apresentaremos duas maneiras de cálculo da população dos edifícios:
- Cálculo baseado em experiências de uso:
- Para prédios de apartamentos ou residências:
P = (2 x NDs + 1 x NDE ) x Nº de apartamentos x Nº de pavimentos
onde:
NDS é o número de dormitórios sociais
NDE é o número de dormitórios de empregados.
- Para outras finalidades adota-se o especificado na tabela 01, mostrada abaixo:
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Tabela 01 - Taxa de Ocupação de Acordo com a Natureza do Local
Natureza do Local Taxa de Ocupação
Prédio de escritório de
- uma só entidade
- mais de uma entidade
1 pessoa por 9 m2 de área
1 pessoa por 7 m2 de área
Restaurantes 1 pessoa por 1.5 m2 de área
Teatros e Cinemas 1 cadeira por 0.7 m2 de área
Lojas no pavimento térreo 1 pessoa por 3 m2 de área
Lojas no pavimento superior 1 pessoa por 5 m2 de área
Supermercados 1 pessoa por 2.5 m2 de área
Shopping Center 1 pessoa por 5 m2 de área
Salões de hotéis 1 pessoa por 6 m2 de área
Museus 1 pessoa por 8 m2 de área
Hotéis 1 pessoa por 15 m2 de área
Hospitais 1 pessoa por 15 m2 de área
- Cálculo baseado nas recomendações da CORSAN:
- Prédios Residenciais:
quando possuírem dormitórios com área de até 12 m2 considerar 2 pessoas por
dormitórios;
quando possuírem dormitórios com área maior do que 12 m2 considerar 3 pessoas
por dormitórios;
quando possuir dormitório de empregados considerar uma pessoa por dormitório;
quando possuírem vagas de garagem considerar 50 l/dia por vaga;
- Prédios Comerciais:
considerar 7 m2 de área útil por pessoa.
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3.4.1.2 Cálculo do Consumo Diário " per capita":
O consumo diário "per capita" também é um valor que não está especificado pela NBR
5626/98, sendo portanto um valor estimado.
A tabela 02, apresentada abaixo mostra alguns dos valores mais comuns de serem
usados na prática.
Tabela 02 - Estimativa de Consumo de Água Fria.
Prédio Consumo ( l/dia)
Alojamento provisório 80 per capita
Casas populares ou rurais 120 per capita
Residências 150 per capita
Apartamentos 200 per capita
Hotéis ( sem cozinha e sem lavanderia) 120 per capita
Escolas - internatos 150 per capita
Escolas - semi-internatos 100 per capita
Escolas - Externatos 50 per capita
Quartéis 150 per capita
Edifícios Públicos e comerciais 50 per capita
Escritórios 150 per capita
Cinemas e teatros 2 por lugar
Restaurantes e similares 25 por refeições
Garagens 50 por automóveis
Lavanderias 30 kg por roupa seca
Mercados 5 por m2 de área
Jardins 1.5 por m2 de área
Orfanatos e asilos 150 per capita
A concessionária local estabelece que o valor do Consumo Diário para prédios
residenciais é de 200 l/pessoa.dia, enquanto que para os demais usos adota-se o valor
de 50 l/dia.pessoa.
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3.4.2. Dimensionamento dos Componentes dos Sistemas de Abastecimento:
3.4.2.1 Ramal Predial e Medição:
É a tubulação que liga a rede pública de abastecimento até a instalação predial.
O seu dimensionamento é feito com base em parâmetros fornecidos pela concessionária,
e o consumo diário da edificação.
Por Exemplo:
No caso da CORSAN, adota-se o estabelecido na tabela 03, sendo que o consumo diário
é multiplicado por 30 dias.
Nesta tabela retira-se o hidrômetro indicando e o diâmetro da alimentador predial, com
base nestes dados, escolhe-se o tipo de cavalete a ser usado, conforme detalhes
fornecidos na apostila de concepção de projeto.
Tabela 03 - Tipo de Hidrômetro e Ramal Predial.
Tipo de
Hidrômetro
Vazão
(m3/h)
Hidrômetro
Indicado
Faixa de Consumo
( m3/mes)
Domiciliar
1,5
3
7
10
20
30
1.5 m3 x 3/4"
3.0 m3 x 3/4"
7,0 m 3 x 1”
10 m3 x 1"
20 m3 x 1 1/2"
30 m3 x 2"
0 até 30
0 até 400
401 até 1400
401 até 1400
1401 até 3000
3001 até 6000
Woltman
Vertical
300
1100
1800
4000
50 mm x 2"
80 mm x 3"
100 mm x 4"
150 mm x 6"
3001 a 6000
6001 a 20000
20001 a 45000
45001 a 90000
3.4.2.2 Alimentador Predial:
É a parte da tubulação que vai desde o ramal predial até a primeira derivação ou válvula
do flutuador do reservatório.
Qap CD/86.400
Onde:
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Qap é a vazão mínima a ser considerada no alimentador predial (m3/s)
CD é o consumo diário total (m3)
86.400 = 24 h x 60 min x 60 seg.
A velocidade de escoamento no alimentador predial pode variar:
0.6 Vap 1.0 m/s
Sendo o usual adotar 0 valor de 0.6 m/s.
O diâmetro do alimentador predial será dado por:
Vap
QapDap
4 2
1
O valor obtido é do diâmetro interno (m).
3.4.2.3 Reservatório Inferior (RI):
O volume do reservatório é estabelecidos em função do consumo diário (CD) e das
necessidades de água para combate a incêndios (VCI), e do consumo de outros sistemas,
como o de ar condicionado.
Costuma-se armazenar 60 % do CD no reservatório inferior .
Assim:
VRI = 0.6 CD + ND CD
Onde:
VRI é o volume do reservatório inferior;
ND é o número de dias onde ocorre falta de água, (1 a 2 dias), usual 0.5 dia.
-. Diâmetro do Extravasor e Limpeza:
São dimensionados adotando-se uma bitola comercial imediatamente superior à bitola do
alimentador predial.
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- Corte Esquemático:
Onde:
a é um valor que depende do espaço disponível para o reservatório, sendo que o valor
mínimo é de 50 mm
b e d são valores obtidos pelo dimensionamento do alimentador predial;
c é um valor que apesar de estar especificado na tabela 04, pode sofrer algumas
alterações;
e, f e g São valores obtidos em função do volume de cada um dos consumos que irão
compor o reservatório inferior.
3.4.2.4. Reservatório Superior: (RS)
VRS = 0.4 CD + VCIh + Vac
onde:
CD é o consumo diário em m3/dia
VCIh VCIh é o volume de combata a incêndios por hidrantes; o seu valor é adotado em
função do risco a que a edificação esta submetida, (conforme NBR13714).
Vac é a outra parte do volume de água necessária para o sistema de ar condicionado.
Reserva de Incêndio (VCIh):
A reserva de incêndios deve ser prevista para permitir o primeiro combate, durante
determinado tempo. Após este tempo considera-se que o corpo de bombeiros mais
próximo atuará no combate, utilizando a rede pública.
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O volume mínimo para o sistema de hidrante ou mangotinho, deverá ser determinado pela
seguinte fórmula:
V= QxT
Onde:
Q é a vazão de duas saídas aplicando, conforme a tabela da Norma 13714, a qual estaa
reproduzida na seqüência;
T é o tempo de 60 minutos para os sistemas do tipo 1 e 2, e de 30 minutos para o sistema
tipo 3.
V é o volume da reserva em litros.
Tabela do tipo de sistemas:
Mangueira Tipo Esguicho Diâmetro Comprimento Saídas Vazão
(mm) (mm) (m) (L/min) 1 Regulavel (13mm) 25 ou 32 30 1 80(1) a 100(2)
2 Jato compacto
16 mm regulável 40 30
2 300
3 Jato compacto
25 mm regulável 65 30
2 900
- Diâmetro do Extravasor e Limpeza:
São adotados uma bitola comercial imediatamente superior a bitola da tubulação de
recalque.
-. Corte Esquemático:
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onde:
j é um valor que depende do espaço disponível no reservatório, sendo o seu valor mínimo
adotado de 50 mm
k e m são valores que dependem do dimensionamento da tubulação de recalque
l é um valor que esta especificado na tabela 04
n e o são valores obtidos em função do volume de cada um dos consumos que formam o