-
1
Apresentao
Aluno
Voc deve ter percebido que vivemos num mundo rodeado de
mensagens escritas. So os textos! Vamos aproveitar esta unidade
para conhecermos as diferentes formas de textos que podemos
utilizar para expressarmos nossos pensamentos. Mas . . . o que um
texto? O texto um tecido. Quando se produz um texto, o processo de
construo se assemelha ao da tecelagem, que mistura fios para
originar o pano. Na produo do texto, ordenam-se palavras e frases
para formar um conjunto final que atenda aos nossos propsitos ou
inteno de comunicar algo.
-
2
Legenda
Exerccio [faa no seu caderno]
Produo de texto [escreva no seu caderno]
Conceito [conceito importante que voc deve gravar]
Aprenda mais [faa no seu caderno]
Ler viver [leia e depois responda no seu caderno]
-
3
Leia as poesias abaixo: Leia as poesias abaixo: Leia as poesias
abaixo: Leia as poesias abaixo:
CIDADEZINHA QUALQUER Carlos Drummond de Andrade
Casas entre bananeiras Mulheres entre laranjeiras
Pomar amor cantar.
Um homem vai devagar. Um cachorro vai devagar. Um burro vai
devagar.
Devagar. . . as janelas olham. Eta vida besta, meu Deus. In:
Poesia Completa e Prosa.
Rio de Janeiro, Aguilar, 1973
A ESTRELA Manuel Bandeira
Vi uma estrela to alta. Vi uma estrela to fria! Vi uma estrela
luzindo Na minha vida vazia.
Era uma estrela to alta! Era uma estrela to fria! Era uma
estrela sozinha Luzindo no fim do dia.
Por que da sua distncia Para a minha companhia No baixava aquela
estrela? Por que to alta luzia?
E ouvi-a na sombra funda Responder que assim fazia Para dar uma
esperana Mais triste ao fim do meu dia.
In: Estrela da vida inteira. 6 ed. Rio de Janeiro, Jos Olympio,
1976.
-
4
As duas poesias da pgina anterior tm um formato particular. Cada
linha um verso e um conjunto delas forma uma estrofe. So diferentes
de um texto em prosa que tem as linhas contnuas.
VERSOVERSOVERSOVERSO Observe este texto sem palavras.Observe
este texto sem palavras.Observe este texto sem palavras.Observe
este texto sem palavras. Mm mm MM mm Mm mm mm Mm m, mm Mm m mm mm
Mm m mmm mm m Mm mm! Mm mm mm m Mm m mmm
Mm m m m mm.
In: Carvalho, Carmen Slvia C.Torres. Construindo a escrita.
Vol. 2. So Paulo: tica, 1995) A este formato d-se o nome de
poema.
-
5
1- Se houvesse algo escrito no lugar do m, que tipo de texto
seria?
2- Escreva tudo o que voc observou para dar essa resposta.
PROSAPROSAPROSAPROSA
Agora, observe este texto:Agora, observe este texto:Agora,
observe este texto:Agora, observe este texto:
Mm mm Mm mm
Mm mm, mm mm
mm. Mm mm mmm mmm mmm mmmmm mmmmm mmmmmmm mm mmm. Mm mmm. Mm mm
mmm, mm mm mmm mmmm mmm mmmmmm mmm mmm, mm mmmm mmmm mmmmm mm? Mmm
mmm mmm mm mmm mmmm mmmmm mmmm mm mm. Mmmm mm mmm?!? Mm mmm. . .
mmm mm mmm mm mm mm. Mmmm mmm: Mmm mmm mmm!! Mm mmmm mmmm mmmm.
Mmm, mmmm mmmm mm mm mmmm mm mmmm mmm, mmm m mm.
In: (Carvalho, Carmen Slvia C. Torres. Construindo a escrita.
Vol. 2. So Paulo:
tica, 1995). A este formato d-se o nome de texto em prosa.
-
6
1- Se houvesse algo escrito no lugar dos m, que tipo de texto
seria?
2- O que voc observou, para tirar sua concluso quanto organizao
das linhas?
Podemos perceber que o texto em prosa no organizado em versos,
como o texto da pg. 4, e, sim, em linhas contnuas, formando
pargrafos.
O pargrafo constitui uma idia desenvolvida em uma ou mais
frases. Sempre se comea um pargrafo com um distanciamento da
margem.
-
7
Compare os textos: Compare os textos: Compare os textos: Compare
os textos:
Quando oiei a terra ardendo Qu foguera de So Joo Eu perguntei a
Deus do Cu, ai Pur que tamanha judiao
Qui braseiro, qui fornaia Nem um p de prantao Pru farta d gua
perdi meu gado Morreu de sede meu alazo
Int mesmo a asa branca Bateu asas do serto Entonce eu disse,
adeus Rosinha Guarda contigo meu corao
Hoje longe muitas lguas Numa triste solido Espero a chuva cair
de novo Pra mim vort pro meu serto
Quando o verde dos teus io Se espai na prantao Eu te asseguro,
num chore no, viu? Que eu vortarei, viu, meu corao
Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira. Asa branca. In: Nova histria
da MPB. So Paulo, Abril, 1978. 4 capa.
A regio seca parecia um deserto: a terra estava rachada, nenhum
sinal de verde. At as rvores estavam peladas de folhas e com os
galhos secos. No cu azul, nem uma nuvem de chuva. E sobre toda a
terra seca o sol brilhava, parecendo secar at a alma das
pessoas.
Graciliano Ramos, Vidas Secas. Jos Olympio.
Em ambos os textos, os autores escrevem sobre o grave problema
das secas, mas de formas diferentes. Os versos do poema de Luiz
Gonzaga nos mostram a tristeza, a saudade, a linguagem do homem do
campo que viu sua terra secar. O texto de Graciliano Ramos, em
prosa, descreve a seca da regio Nordeste, de maneira agreste.
-
8
O escritorO escritorO escritorO escritor voc! voc! voc! voc!
Leia o poema A CASA, de Vincius de Moraes, em que o autor, por meio
de versos, faz a descrio de uma casa.
A CASA
Era uma casa Muito engraada No tinha teto No tinha nada Ningum
podia Entrar nela no Porque na casa No tinha cho Ningum podia
Dormir na rede Porque na casa No tinha parede Ningum podia Fazer
pipi Porque penico No tinha ali
Mas era feita Com muito esmero Na rua dos Bobos
Nmero zero.
In. Para gostar de ler. vol. 6. Poesias So Paulo, tica,
1988.
Descrio a construo escrita, em prosa ou versos, de imagens que
representam seres, objetos ou cenas.
Vamos ento tentar uma descrio em prosa?
-
9
Escreva sobre a sua casa, contando-nos:
1- Onde se localiza? 2- Qual o seu aspecto? 3- Que lembranas a
casa desperta em voc?
PROSAPROSAPROSAPROSA
Em prosa, podemos encontrar textos literrios e no literrios.
Estes ltimos podem ser: textos jornalsticos, textos de informao
cientfica, textos instrucionais, textos epistolares (cartas e
bilhetes), textos humorsticos, textos publicitrios. Apresentamos a
voc alguns textos em prosa que, com certeza, j fazem parte do seu
dia-a-dia.
Leia a descrio de uma tempestade, escrita por Jorge Amado.
A TEMPESTADE A TEMPESTADE A TEMPESTADE A TEMPESTADE
A noite se antecipou. Os homens ainda no a esperavam quando ela
desabou sobre a cidade em nuvens carregadas. Ainda no estavam
acesas as luzes do cais; no Farol das Estrelas no brilhavam as
lmpadas pobres que iluminavam os copos de cachaa, muitos saveiros
ainda cortavam as guas do mar, quando o vento trouxe a noite de
nuvens pretas. Os homens se olharam e como se interrogaram.
.Fitavam o azul do oceano a perguntar de onde vinha aquela noite
adiantada no tempo. No era a hora ainda. No entanto, ela vinha
carregada de nuvens, precedida do vento frio do crepsculo,
embaciando o sol, como um milagre terrvel.
A noite veio, nesse dia, sem a msica que a saudasse. No ecoara
pela cidade a voz clara dos sinos do fim da tarde. Nenhum negro
aparecera ainda de violo na areia do cais. Nenhuma harmnica saudava
a noite da proa de um saveiro. No rolava sequer pelas ladeiras o
baticum montono dos candombls e macumbas. Por que ento a noite j
chegara sem esperar a msica, sem esperar o aviso dos sinos, a
cadncia das violas e harmnicas, o misterioso bater dos instrumentos
religiosos? Por que viera assim antes da hora, fora do tempo?
Amado, Jorge. Mar Morto. 27ed. So Paulo, Livraria Martins
Editora.
-
10
Este um texto literrio: Sabe por qu? Porque o autor procura
despertar a sensibilidade das pessoas. Ele descreve a tempestade de
uma maneira original.
O autor selecionou palavras carregadas de expressividade
formando imagens poticas, como: - No ecoara pela cidade a voz clara
dos sinos. . . . ela vinha carregada de nuvens, precedida do vento
frio do crepsculo, embaciando o sol, como um milagre terrvel.
Nenhuma harmnica saudava a noite da proa de um saveiro. Alm disso,
esse tipo de texto , na maioria das vezes, fruto da imaginao do
autor, e no um fato real.
Vejamos, agora, um Texto Informativo e um Texto No Literrio.
A cana-de-acar
Originria da sia, a cana-de-acar foi introduzida no Brasil pelos
colonizadores portugueses no sculo XVI. A regio que durante sculos
foi a grande produtora de cana-de-acar no Brasil a Zona da Mata
nordestina, onde os frteis solos de massap, alm da menor distncia
em relao ao mercado europeu, propiciaram condies favorveis a esse
cultivo. Atualmente, o maior produtor nacional de cana-de-acar So
Paulo, seguido de Pernambuco , Alagoas, Rio de Janeiro e Minas
Gerais. Alm de produzir o acar, que em parte exportado e em parte
abastece o mercado interno, a cana serve tambm para a produo de
lcool, importante nos dias atuais como fonte de energia. A imensa
expanso dos canaviais no Brasil, especialmente em So Paulo, est
ligada ao uso do lcool como combustvel em automveis.
In: Brasil, Sociedade e Espao. So Paulo, tica, 1996.
-
11
O texto informativo tem como inteno informar sobre fatos reais.
Alguns desses textos so utilizados para nosso estudo de Histria,
Cincias, Matemtica. . .
A preocupao em transmitir uma informao clara e precisa aparece
nos textos cientficos, nas matrias jornalsticas, nos avisos, nos
filmes e documentrios.
O que Texto Jornalstico Texto Jornalstico Texto Jornalstico
Texto Jornalstico ?
D uma olhada num jornal. Voc vai encontrar vrios cadernos, cada
um com determinados assuntos: poltica, economia, fatos policiais,
esportes, cultura, espetculos, etc.
Vai encontrar tambm sees de cartas, informaes de utilidade
pblica, divertimentos. Sem falar nos anncios, que podem ser
publicitrios (as propagandas) ou classificados.
Um jornal traz informaes sobre tudo o que acontece no mundo e na
sua cidade, no dia daquela edio.
Notcia de jornalNotcia de jornalNotcia de jornalNotcia de
jornal
Leia a notcia abaixo:
Ministrio vai informar mes
da Sucursal de Braslia
Depois de ter reajustado em 66% o valor pago pelo parto normal,
o Ministrio da Sade lana nova ofensiva para tentar reduzir o nmero
de partos por cesariana no Brasil. A partir do segundo semestre,
todas as mulheres cujos partos tenham sido realizados em hospitais
da rede SUS (Sistema nico de Sade) recebero em casa correspondncia
do ministrio detalhando o tipo de procedimento a que foram
submetidas. O objetivo evitar que os hospitais faam partos normais,
mas cobrem como se fossem cesariana, que custam mais caro. Como as
gestantes vo receber em casa a descrio do tipo de atendimento a que
foram submetidas, podero denunciar a irregularidade caso tenha
havido fraude.
-
12
Se a experincia der certo, o Ministrio da Sade vai expandir esse
procedimento para todas as internaes hospitalares realizadas em
hospitais do SUS.
Folha de So Paulo, 10 de maro de 1999.
O texto uma notcia de jornal. Toda notcia tem como objetivo
principal informar o leitor sobre um fato verdadeiro, ocorrido em
determinado lugar, num determinado dia.
I - Recorte uma notcia de jornal que voc achou interessante e
cole-a no seu caderno. Procure ler e entender bem o assunto da
notcia. A seguir, responda s questes:
1- Qual foi o fato noticiado?
2- Onde aconteceu?
3- Quando isto ocorreu?
4- Quem foram as pessoas envolvidas no acontecimento?
5- Copie o ttulo da notcia.
Manchete o ttulo da notcia mais importante do jornal. Vem na
primeira pgina em letras grandes.
II- Recorte e cole em uma folha de seu caderno uma manchete de
jornal.
-
13
TEXTO INSTRUCIONALTEXTO INSTRUCIONALTEXTO INSTRUCIONALTEXTO
INSTRUCIONAL
INSTRUES Cuidados gerais com a fita de vdeo
1. No toque na superfcie da fita magntica.
2. No deixe a fita perto de campos magnticos fortes (como
aparelhos de TV, caixas acsticas, etc.).
3. No tente desmontar a fita ou consertar eventuais danos.
4. No bobine e rebobine sucessivamente a fita sem fazer a
reproduo, o que pode acarretar afrouxamento ou outro tipo de
dano.
5. Evite oscilaes bruscas ou choques. 6. Para evitar o
apagamento acidental de
uma gravao, quebre a lingueta de proteo no dorso da fita. Para
gravar novamente, cubra o buraco com fita adesiva.
Receita de brigadeiroReceita de brigadeiroReceita de
brigadeiroReceita de brigadeiro
Ingredientes:Ingredientes:Ingredientes:Ingredientes: 1 lata de
leite condensado 4 colheres de sopa de chocolate em p 1 colher de
sopa (cheia) de manteiga
Modo de fazer:
Misture todos os ingredientes numa panela e ponha para ferver,
em fogo brando. O ideal mexer sempre, com uma colher de pau. Deixe
ferver at ele comear a desgrudar do fundo da panela. Quando estiver
no ponto, despeje em uma vasilha rasa, para esfriar. Depois de
frio, enrole os brigadeiros. Para facilitar, passe um pouco de
manteiga na mo. Por fim, passe no chocolate granulado.
Os dois textos tm a inteno de passar instrues a quem os l. Por
isso usam expresses que indicam ordem ou pedido: no toque, no
deixe, misture, deixe ferver, etc.
O texto instrucional procura informar o leitor sobre o
procedimento adequado de manusear aparelhos eltricos, mquinas e at
mesmo informar sobre os ingredientes e o modo de fazer receitas
culinrias.
-
14
Vamos ler um TEXTO HUMORSTICOTEXTO HUMORSTICOTEXTO
HUMORSTICOTEXTO HUMORSTICO ?
Texto humorstico - aquele que tem a inteno de divertir, contar
coisas engraadas, fazer rir.
-
15
Qual a inteno de um TEXTO PUBLICITRIO TEXTO PUBLICITRIO TEXTO
PUBLICITRIO TEXTO PUBLICITRIO ?
O texto publicitrio tem a inteno de divulgar um produto,
convencer algum a consumir o que anunciado.
Ele composto de imagens e palavras e procura chamar a ateno do
espectador para a qualidade do produto anunciado: o filme Menino
Maluquinho.
-
16
Numa publicidade, podemos encontrar os seguintes elementos:
ilustrao, texto, slogan e logotipo (uma frase breve e atraente,
chamando ateno para as qualidades que se quer destacar, por exemplo
Arapu ligadona em voc).
Normalmente aparece um outro elemento: o logotipo que representa
o anunciante do produto. Veja estes quatro elementos na publicidade
abaixo: texto
-
17
1- Crie um slogan para este produto:
2- Escolha uma propaganda em revista, jornal ou TV que voc acha
interessante.
a) Qual o produto anunciado?
b) A quem a propaganda pretende atingir?
c) Quais as vantagens ou qualidades apontadas ou sugeridas?
-
18
OuveOuveOuveOuve //// houvehouvehouvehouve
Ouve do verbo ouvir.
Exemplo: Voc ouve o que eu falo?
Houve do verbo haver, tem o sentido de aconteceu, ocorreu.
Exemplos: Houve uma festa ontem. O que houve com voc?
I- Complete as lacunas com ouve ou houve.
1- Acho que vov no ________ muito bem.
2- Dizem que ______ um acidente na estrada.
3- Quem diz o que quer _______ o que no quer.
4- Ela ______ bem o que ele diz.
II- Complete o quadro abaixo com os significados apresentados.
Todas as palavras comeam com o x.
1 2 3 4 5 6 7
APRENDA MAIS
-
19
1- vasilha onde se serve caf 2- lquido que serve para lavar os
cabelos 3- medicamento para tosse 4- jogo sobre um tabuleiro de 64
casas 5- bisbilhoteiro, importuno 6- indgenas do Brasil central 7-
designao das rochas metamrficas de textura folheada como a
ardsia
A estranha passageira
O senhor sabe? a primeira vez que eu viajo de avio. Estou com
zero hora de vo e riu nervosinha, coitada. Depois pediu que eu me
sentasse ao seu lado, pois me achava muito calmo e isto iria
fazer-lhe bem. L se ia a oportunidade de ler o romance policial que
eu comprara no aeroporto, para me distrair na viagem. Suspirei e
fiz o bacano respondendo que estava s suas ordens. Madama entrou no
avio sobraando um monte de embrulhos, que segurava
desajeitadamente. Gorda como era, custou a se encaixar na poltrona
e arrumar todos aqueles pacotes. Depois no sabia como amarrar o
cinto e eu tive que realizar essa operao em sua farta cintura.
Afinal estava ali pronta para viajar. Os outros passageiros estavam
j se divertindo s minhas custas, a zombar do meu embarao ante as
perguntas que aquela senhora me fazia aos berros, como se estivesse
em sua casa, entre pessoas ntimas. A coisa foi ficando ridcula:
Para que esse saquinho a? foi a pergunta que fez, num tom de voz
que parecia que ela estava no Rio e eu em So Paulo. para a senhora
usar em caso de necessidade respondi baixinho. Tenho certeza de que
ningum ouviu minha resposta, mas todos adivinharam qual foi, porque
ela arregalou os olhos e exclamou: Uai . . . as necessidades neste
saquinho? No avio no tem banheiro? Alguns passageiros riram, outros
por fineza fingiram ignorar o lamentvel equvoco da incmoda
passageira de primeira viagem. Mas ela era um azougue (embora com
tantas carnes parecesse mais um aougue) e no parava de badalar.
Olhava para trs, olhava para cima, mexia na poltrona e quase levou
um tombo, quando puxou a alavanca e empurrou o encosto com fora,
caindo para trs e esparramando embrulhos para todos os lados.
-
20
O comandante j esquentara os motores e a aeronave estava parada,
esperando ordens para ganhar a pista de decolagem. Percebi que
minha vizinha de banco apertava os olhos e lia qualquer coisa. Logo
veio a pergunta:
Quem essa tal de emergncia que tem uma porta s pra ela?
Expliquei que emergncia no era ningum, a porta que era de
emergncia, isto , em caso de necessidade, saa-se por ela.
Madama sossegou e os outros passageiros j estavam conformados
com o trmino do show. Mesmo os que mais se divertiam com ele
resolveram abrir jornais, revistas ou se acomodarem para tirar uma
pestana durante a viagem. Foi quando madama deu o ltimo vexame.
Olhou pela janela (ela pedira para ficar do lado da janela pra ver
a paisagem) e gritou: Puxa vida!!! Todos olharam para ela,
inclusive eu. Madama apontou pra janela e disse: Olha l embaixo. Eu
olhei. E ela acrescentou: Como ns estamos voando alto, moo. Olha s
. . . o pessoal l embaixo at parece formiga. Suspirei e lasquei:
Minha senhora, aquilo so formigas mesmo. O avio ainda no levantou
vo.
Ponte Preta, Stanislaw In: Para Gostar de Ler. Vol. 8. So Paulo,
tica, 1988.
Voc considera normal a atitude de madama por nunca ter viajado
de avio? Explique.
-
21
Gabarito
p. 05 1) texto em verso, chamado poema. 2) composto de versos e
estrofes.
p. 06 1) texto em prosa 2) escrito em linhas contnuas
pp. 08 e 09 Resposta pessoal
p. 12 I- Resposta pessoal II- Resposta pessoal
p. 17 1- Resposta pessoal 2- Resposta pessoal
p. 18 I- 1) ouve 2) houve 3) ouve 4) ouve
p. 19 II- 1) xcara 2) xampu 3) xarope 4) xadrez 5) xereta 6)
Xavantes 7) xisto
p. 21 Resposta pessoal
-
22
Apresentao
Vamos continuar o estudo da matria, caro
aluno.
Queremos que voc sinta que lidar com as palavras pode ser
agradvel, complementando sua habilidade em comunicao, que
importante em todas as situaes da sua vida.
-
23
Legenda
Exerccio [faa no seu caderno]
Produo de texto [escreva no seu caderno]
Conceito [conceito importante que voc deve gravar]
Aprenda mais [faa no seu caderno]
Ler viver [leia e depois responda no seu caderno]
-
24
ComunicarComunicarComunicarComunicar---- se preciso se preciso
se preciso se preciso!!!! Voc saberia dizer o que estas figuras
juntas esto
representando?
No conseguiu? claro que no! Voc no conhece o que representam os
smbolos usados. Se,
entretanto, para cada um dos smbolos apresentssemos uma letra
correspondente, por exemplo:
Veja: = O
= V
= E
= C
= ACENTO CIRCUNFLEXO
. . . que palavra seria possvel descobrir?
-
25
Voc sabe o que Cdigo ?
Toda vez que precisamos nos comunicar, utilizamos um cdigo que
pode ser:
a) verbal: quando usamos a palavra escrita ou falada.
b) no verbal: quando no usamos a palavra, como num trecho de
partitura musical.
Cdigo: so os sinais, frutos de uma conveno, que utilizamos para
elaborar as mensagens.
Esses sinais podem ser representados por uma cor, um som, um
gesto e pela palavra falada ou escrita.
-
26
Identifique o tipo de linguagem utilizada em cada uma das
mensagens: verbal, no-verbal ou as duas ao mesmo tempo.
-
27
A cada dia, aumentam as mensagens compostas por imagens,
substituindo ou completando as mensagens verbais.
Observe que a compreenso das imagens uma das maneiras de se ler
e interpretar um texto.
Leia as imagens abaixo, traduzindo em linguagem escrita: A)
B)
EXERCCIOS
-
28
C) D)
Voc sabe que os brasileiros falam a lngua portuguesa. Mas voc
sabe
o que lngua?
Cest un papillon. This is a butterfly. Esta uma borboleta.
As trs frases acima utilizam a palavra escrita, que pode ser
falada. Pessoas diferentes usam lnguas diferentes, de acordo com a
sua nacionalidade. Ns, brasileiros, usamos uma linguagem que a
lngua portuguesa: Esta uma borboleta;
- os franceses, a lngua francesa: Cest un papillon; - os
ingleses, a lngua inglesa: This is a butterfly .
Ento:
Lngua o cdigo verbal (palavras faladas ou escritas) utilizado
por um grupo de pessoas de determinada comunidade.
-
29
Lngua falada e lngua escritaLngua falada e lngua escritaLngua
falada e lngua escritaLngua falada e lngua escrita
O estudo de uma lngua revela muitas variaes, tais como as
diferenas entre a lngua falada e a lngua escrita.
A lngua falada mais espontnea, mais solta, vem acompanhada de
gestos e entonaes (mudanas no tom de voz). A sua produo se d por
meio dos sons. A lngua escrita no a simples representao da lngua
falada. Ela um sistema mais disciplinado, com regras diferenciadas.
Sua produo se d por meio das letras. H portanto regras
diferenciadas entre uma e outra.
Vamos estudar os Nveis de Linguagem
Observe como as pessoas falam:
Todas as mensagens dos bales esto em Portugus. Mas voc pode ver
que h alguma coisa diferente em cada uma delas. A palavra gajo
usada em Portugal e no no Brasil. Cabra porreta, expresso usada na
regio
A, guri, tu promete volt logo?
Oxente, que cabra porreta!
Por favor, o senhor pode me informar o caminho do correio?
, meu, que dez essa praia!
-
30
Nordeste, para o paulista um cara legal. O guri usado na regio
Sul o menino de So Paulo.
Vrios fatores interferem no uso da lngua: idade, regio onde se
nasceu, ou se reside, profisso, sexo, nvel cultural. . . As
diferenas manifestadas em cada grupo compem os nveis de fala ou
nveis de linguagem.
Um nvel de fala no melhor que o outro. Voc usar o que for mais
adequado a cada situao.
Observe os textos:Observe os textos:Observe os textos:Observe os
textos:
Texto 1 Maria (sorrindo) Tu gosta de eu? Tio dengosa, eu sem tu
no era nada. . . Maria Bobagem, namorad como tu era. . . Tio Tudo
passou!
Maria Pensa que eu no sei? Todas elas miando: Tiozinho pra c,
Tiozinho pra l. . . (Abraando-o) Mas eu roubei oc pra mim! Tio Todo
eu!
Maria (fazendo bico) Fingido! Tio Palavra, dengosa!
Guarnieri, Gianfrancesco. Eles no usam black-tie. 5 ed. Rio de
Janeiro, Civilizao Brasileira, 1987. p. 22.
-
31
Texto 2
Leonor No foi por esse motivo. (hesitando) Queria saber de vs
mesmo se estveis perfeitamente bem. Alcoforado Eu vo-lo agradeo,
senhora. Infelizmente nada sofri. Leonor Infelizmente! Alcoforado
Infelizmente. Se algum desastre me houvesse acontecido, talvez que
por um instante vos esquecsseis da vossa nobreza para derramar um
olhar de compaixo sobre o msero que por vs se houvesse sacrificado:
talvez que por um instante vos
esquecsseis da prudncia, essa virtude divina que o mvel das
vossas aes, no para verter lgrimas sobre mim, mas ao menos para
desatar uma palavra do corao, para soltar um grito que me
convencesse de que tambm experimentais o que to profundamente
fazeis sentir.
DIAS, Antnio Gonalves. Teatro completo. Rio de Janeiro, Servio
Nacional de Teatro, 1979, p. 92-3.
Observe como cada apaixonado demonstra seu amor nos textos a
seguir:
a) dengosa, eu sem tu no era nada. . .
b) . . . para soltar um grito que me convencesse de que tambm
experimentais o que to profundamente fazeis sentir
Que diferena, em termos de linguagem, voc percebe?
No primeiro texto o nvel da fala extremamente informal e no
segundo, extremamente formal.
-
32
Os nveis de linguagem podem ser resumidos em:
a) nvel informal: a maneira coloquial e familiar de uso da
lngua: em casa, com os amigos, em todas as circunstncias
informais.
b) nvel formal: a lngua utilizada segundo as regras da Gramtica
Normativa, ou seja, as regras aceitas no pas onde a lngua
falada.
Voc estuda Portugus para conhecer os diversos nveis de linguagem
e empreg-los adequadamente, isto , conforme o lugar e a situao em
que se encontra. Nveis de linguagem
Leia o dilogo dos personagens abaixo:
-
33
1) O que a professora quis dizer com Voc precisa melhorar no
portugus?
2) Como Chico Bento entendeu a fala da professora?
3) Que nvel de linguagem utilizado na fala de Chico Bento e de
seu pai?
4) Que nvel de linguagem utilizado na placa?
5) Nas duas histrias em quadrinhos, houve problemas na comunicao
entre as personagens? Por qu?
6) SAMBA DO ARNESTO
O Arnesto nus convid Prum samba, ele mora no Brais Nis fumu num
encontremu ningum Nis vortemu cuma baita duma reiva Da outra veiz
nis num vai mais
-
34
Nis num semu tatu
Noutro dia encontremu co Arnesto Qui pidiu discurpas mais nis
num aceitemu Isso num si faiz Arnesto Nis num si importa Mais oc
divia t ponhado um recado na porta (Esses divinos Demnios da Garoa.
So Bernardo do Campo, Discos Copacabana, 1990)
Reescreva o trecho acima usando o nvel formal ao invs do
informal. Vamos estudar o uso dos sinais de pontuao. Os sinais de
pontuao marcam a expressividade na escrita. Vejamos:
Quando voc ler uma histria em quadrinhos, observe que a fala da
personagem indicada pelo balo.
Exemplo:
Num texto, ao tirarmos o balo, a fala da personagem indicada
pelo travesso:
Alice disse me: - Manh! Estou morta de fome!
Veja, no exemplo abaixo, outro uso do travesso para realar o
nome dos amigos:
Meus melhores amigos Jonas, Paulo e Diogo - apoiaram-me quando
estive doente.
O travesso () usado para indicar, no dilogo, a fala da
personagem ou para destacar algum elemento no interior da
frase.
Manh! Estou morta de fome!
-
35
O que marca a pergunta na fala a entonao (mudana no tom de voz).
Como voc falaria a frase:
Boa noite, nas situaes: bravo amoroso indiferente
Continuando, estudaremos outros sinais de pontuao que nos ajudam
na escrita.
O ponto de interrogao (?) marca a pergunta na frase escrita.
A frase que indica uma pergunta chama-se frase
interrogativa.
Exemplo 1: Voc vai estudar hoje? Exemplo 2: Voc sabe onde fica a
rua Cesrio Mota?
Observe que no exemplo 1 a resposta sim ou no, mas no exemplo 2,
normalmente, a pessoa faz uma pergunta que equivale a um pedido,
isto , que voc a informe onde fica a rua Cesrio Mota.
O ponto de exclamao ( ! ) usado nas frases cuja entonao expressa
emoo, medo, surpresa, pedido, alegria, etc.
Exemplo: - Que dia lindo!
O ponto final ( . ) usado no final das frases declarativas, em
que se afirma ou se nega alguma coisa.
Exemplos: Eu estudei bastante. Eu no quero ir mal na prova.
-
36
Os dois pontos ( : ) so usados para indicar uma enumerao,
explicao ou introduzir a fala de algum, nos dilogos.
Exemplos: Comprou muitas coisas: uma blusa, um tnis e um par de
sapatos.
Ela me perguntou: Como vai?
As aspas ( ) so usadas para destacar palavras estrangeiras,
grias ou palavres; para indicar a fala de uma personagem; para
indicar que uma frase no de nossa autoria.
Exemplos:
Voc quer um hot-dog?
Neste caso, a situao complica-se disse-me Jos.
Eduquem-se os meninos e no ser preciso castigar os homens.
(Pitgoras)
A vrgula ( , ) usada para separar elementos de uma relao numa
frase; separar o local da data; destacar quem est sendo chamado;
separar uma expresso que explica um termo da frase.
Exemplos: Todos os alunos trouxeram caderno, lpis, borracha,
rgua e apontador.
Sorocaba, 22 de abril de 1998.
Joo, vamos almoar?
Tiradentes, o mrtir da Independncia, morreu enforcado.
-
37
O ponto e vrgula ( ; ) usado para separar elementos acompanhados
de uma explicao, ou em frases longas que necessitam de pausas
maiores que a vrgula.
Exemplo: Os livros so: Cazuza, de Viriato Correa; Mar Morto, de
Jorge Amado;
Menino de Engenho, de Jos Lins do Rego.
Reticncias ( . . . ) so usadas para indicar a interrupo do
pensamento, porque esquecemos o assunto ou no queremos
revel-lo.
Exemplos: Moro na rua . . .
Acho que . . . no, nada.
Sinais de pontuaoSinais de pontuaoSinais de pontuaoSinais de
pontuao
Utilize os sinais de pontuao ( ponto final, ponto de exclamao,
ponto de interrogao e travesso ) no dilogo abaixo:
bom mesmo o cafezinho daqui, meu amigo Sei dizer no senhor no
tomo caf
Voc dono do caf, no sabe dizer Ningum tem reclamado dele no
senhor Ento me d caf com leite, po e manteiga
-
38
TEXTO
CONVERSINHA MINEIRA
(1) bom mesmo o cafezinho daqui, meu amigo? (2) Sei dizer no
senhor: no tomo caf. (3) Voc dono do caf, no sabe dizer? (4) Ningum
tem reclamado dele no senhor. (5) Ento me d caf com leite, po e
manteiga. (6) Caf com leite s se for sem leite. (7) No tem leite?
(8) Hoje, no senhor. (9) Por que hoje no? (10) Porque hoje o
leiteiro no veio. (11) Ontem ele veio? (12) Ontem no. (13) Quando
que ele vem? (14) Tem dia certo no senhor. s vezes vem, s vezes
no
vem. S que no dia que devia vir em geral no vem. (15) Mas ali
fora est escrito Leiteria! (16) Ah, isto est, sim senhor. (17)
Quando que tem leite? (18) Quando o leiteiro vem. (19) Tem ali um
sujeito comendo coalhada. feita de qu? (20) O qu: coalhada? Ento o
senhor no sabe de que feita a
coalhada? (21) Est bem, voc ganhou. Me traz um caf com leite sem
leite.
Escuta uma coisa: como que vai indo a poltica aqui na sua
cidade?
(22) Sei dizer no senhor: eu no sou daqui. (23) E h quanto tempo
voc mora aqui? (24) Vai para uns quinze anos. Isto , no posso
agarantir com
certeza: um pouco mais, um pouco menos.
(25) J dava para saber como vai indo a situao, no acha? (26) Ah,
o senhor fala da situao? Dizem que vai bem. (27) Para que partido?
(28) Para todos os partidos, parece.
-
39
(29) Eu gostaria de saber quem que vai ganhar a eleio aqui. (30)
Eu tambm gostaria. Uns falam que um, outros falam que
outro. Nessa mexida. . .
(31) E o prefeito? (32) Que que tem o prefeito? (33) Que tal o
prefeito daqui? (34) O prefeito? tal qual eles falam dele. (35) Que
que falam dele? (36) Dele? Uai, esse trem todo que falam de tudo
quanto prefeito. (37) Voc, certamente, j tem candidato. (38) Quem,
eu? Estou esperando as plataformas. (39) Mas tem ali o retrato de
um candidato dependurado na parede,
que histria essa? (40) Aonde, ali? U, gente: penduraram isso a.
. .
Sabino, Fernando. Afinal, que ser mineiro? Em Brasil Terra e
Alma. MG. Seleo de textos de Carlos Drummond De Andrade. Rio. 1967,
pp. 104-105)
Ateno:Ateno:Ateno:Ateno: No texto, o autor usou a palavra
AGARANTIR para representar a fala do povo. No nvel formal
GARANTIR.
Voc dever, agora, ler o texto em voz alta, observando com
bastante ateno as palavras do vocabulrio. Depois faa os exerccios a
seguir.
1- O dilogo de Conversinha Mineira se d entre:
a) o dono do bar e o leiteiro
-
40
b) o dono do bar e o fregus c) o leiteiro e o fregus
2- Na fala: Quando o leiteiro vem. (18), o ponto final foi usado
para:
a) indicar uma pergunta b) indicar uma surpresa c) indicar uma
afirmao com certeza. 3- O ponto de exclamao na frase Mas ali fora
est escrito Leiteria! (15) foi usado para:
a) indicar uma pergunta; b) indicar espanto; c) indicar
interrupo do pensamento.
4- No texto todo, de que forma o autor assinalou as falas das
personagens?
a) travesso; b) aspas.
5- Copie do texto uma frase em que foi empregado o ponto de
interrogao e responda s questes abaixo.
a) Para quem foi feita a pergunta?
b) Por que se fez a pergunta?
c) Que idia essa pergunta passa ao leitor, dvida ou certeza?
d) Se quisesse dar a idia de certeza, qual pontuao o autor
deveria usar?
6- Na sua opinio, por que o texto se chama Conversinha
Mineira?
7- Quem receber a herana?
Um homem rico, sentindo que ia morrer, escreveu assim: Deixo
meus bens minha irm no ao meu sobrinho jamais ao mordomo.
-
41
Como morreu em seguida, no teve tempo de pontuar. Para quem
ficar a riqueza? Dependendo da pontuao, a riqueza ficar ou para a
irm, ou para o sobrinho, ou para o mordomo. Copie a frase, fazendo
diferentes pontuaes, de modo que a herana fique para a irm do
morto, depois para o sobrinho e depois para o mordomo.
1- para a irm: 2- para o sobrinho: 3- para o mordomo:
PorPorPorPor oraoraoraora //// porporporpor horahorahorahora Por
oraPor oraPor oraPor ora equivale a por enquanto. Exemplo: Os
alunos, por ora, no esto preocupados com o exame. Por hora equivale
a por 60 minutos.
Exemplo: Quantos carros passam por hora nesta estrada?
Copie as frases, completando as lacunas com por ora ou por
hora:
1- Se voc for a 100 quilmetros ________, chegar l antes do
anoitecer.
2- ________ as coisas parecem calmas na cidade.
3- Fique tranqilo; ________ no h com que se preocupar.
4- Esse tcnico cobra caro _________ de servio.
5- Bem, ________ chega de exerccios!
-
42
CHATEAR E ENCHER
Um amigo meu me ensina a diferena entre chatear e encher.
Chatear assim: voc telefona para um escritrio qualquer da cidade.
Al! Quer me chamar por favor o Valdemar? Aqui no tem nenhum
Valdemar. Da a alguns minutos, voc liga de novo: O Valdemar, por
obsquio. Cavalheiro, aqui no trabalha nenhum Valdemar. Mas no o
nmero tal? , mas aqui nunca teve nenhum Valdemar. Mais cinco
minutos, voc liga o mesmo nmero: Por favor, o Valdemar j chegou? V
se te manca, palhao. J no te disse que o diabo desse Valdemar nunca
trabalhou aqui? Mas ele mesmo me disse que trabalhava a. No
chateia. Da a dez minutos, liga de novo. Escute uma coisa! O
Valdemar no deixou pelo menos um recado? O outro desta vez esquece
a presena da datilgrafa e diz coisas impublicveis. At aqui chatear.
Para encher, espere passar mais dez minutos, faa nova ligao: Al!
Quem fala? Quem fala aqui o Valdemar. Algum telefonou para mim?
(Campos, Paulo Mendes. Para gostar de ler. 3. ed. So Paulo,
tica, 1979. v. 3 crnicas, p. 35.)
1- Que diferena voc percebeu entre chatear e encher?
-
43
2- Leia as vrias definies de chato e depois escreva uma sua.
Gabarito p. 05
a) no verbal b) verbal c) verbal e no-verbal
p. 07 - mo dupla - proibido fumar - rea para natao - rea para
futebol
p. 12
1) Precisa melhorar seus conhecimentos da lngua portuguesa.
-
44
2) Que deveria pedir ajuda ao portugus. 3)
p. 13 4) Nvel informal 5) Nvel formal 6) Chico Bento no soube
interpretar as mensagens.
6) Ernesto nos convidou Para um samba, ele mora no Brs Ns fomos,
no encontramos ningum Ns voltamos com muita raiva Em uma outra vez,
ns no vamos mais No somos tatu.
No outro dia encontramos com o Ernesto Que pediu desculpas, mas
no aceitamos Isso no se faz Ernesto Ns no nos importamos Mas voc
deveria ter posto um recado na porta. p. 17
bom mesmo o cafezinho daqui, meu amigo? Sei dizer no senhor: no
tomo caf. Voc dono do caf, no sabe dizer? Ningum tem reclamado dele
no senhor. Ento me d caf com leite, po e manteiga.
p. 19 1) b) o dono do bar e o fregus 2) c) indicar uma afirmao
com certeza
p. 20 3) b) indicar espanto 4) a) travesso 5) Resposta pessoal
6) Resposta pessoal 7) 1- Deixo meus bens minha irm, no ao meu
sobrinho, jamais ao
mordomo. 2- Deixo meus bens, minha irm no, ao meu sobrinho,
jamais ao mordomo. 3- Deixo meus bens, minha irm no, ao meu
sobrinho jamais, ao mordomo.
-
45
p. 21 8) 1) por hora
2) Por ora 3) por ora 4) por hora 5) por ora
p. 23 Resposta pessoal
-
46
Apresentao
Aluno
Voc j enviou ou recebeu, pessoalmente ou pelo correio, alguma
mensagem escrita? Essa mensagem pode ser formal ou informal.
Depende do grau de intimidade das pessoas envolvidas. Trata-se da
correspondncia que usada entre empresas, pessoas amigas,
familiares, etc. Nesta unidade, voc estudar a carta e o bilhete e
aprender como usar o dicionrio.
-
47
Legenda
Exerccio [faa no seu caderno]
Produo de texto [escreva no seu caderno]
Conceito [conceito importante que voc deve gravar]
Aprenda mais [faa no seu caderno]
Ler viver [leia e depois responda no seu caderno]
-
48
Estudando: Carta - Bilhete - Internet
Leia a carta abaixo:
So Paulo, 22 de abril de 199l
Querida Jane
Ando um pouco desnorteada para escolher meus discos. Gostaria
que voc me indicasse alguns realmente bons. Faa uma lista dos
livros tambm. Continuo apaixonada pelo Biquinha, mas, para ser
honesta, h alguma coisa dentro de mim pelo Gordo que ainda no
morreu. Ser que porque o Gordo foi o meu primeiro amor? Acho que
no, acho que, sei l, se uma pessoa fica se remoendo acaba
embrulhando as coisas. O que evidente que o Gordo est totalmente
maluco por mim e no pensa em outra coisa a no ser em mim.
Interessante isso.
Beijo da
Ber
Pasta de Redao
Sargentin, Osvaldo 6 srie. S.P. Editora IBEP, Ano 1992.
Uma carta permite a comunicao de idias e pensamentos atravs da
linguagem escrita, com pessoas que esto longe, em outros
lugares.
-
49
Normalmente uma carta apresenta as seguintes caractersticas:
nome da cidade onde a carta est sendo escrita e data; nome do
destinatrio (pessoa para quem enviada); assunto; despedida;
assinatura de quem est mandando a carta. (remetente)
Quando conhecemos bem a pessoa, o tratamento ser carinhoso
(querido tio, caro irmo etc.). Quando no temos intimidade, o
tratamento ser formal ( Prezado Senhor, Vossa Excelncia). A
despedida tambm poder ser carinhosa ou formal.
Tradicionalmente as cartas seguiam o padro da que voc leu.
Entretanto, com a modernizao trazida pelos computadores, as cartas
podem ser formatadas assim: sem distanciamento do pargrafo, mas com
espao entre um pargrafo e outro.
Exemplo:
So Paulo, 22 de abril de 1991.
Querida Jane
Ando um pouco desnorteada para escolher meus discos. Gostaria
que voc me indicasse alguns realmente bons.
Faa uma lista dos livros tambm.
Continuo apaixonada pelo Biquinha, mas, para ser honesta, h
alguma coisa dentro de mim pelo Gordo que ainda no morreu. Ser que
porque o Gordo foi o meu primeiro amor? Acho que no, acho que, sei
l, se uma pessoa fica se remoendo acaba embrulhando as coisas. O
que evidente que o Gordo est totalmente maluco por mim e no pensa
em outra coisa a no ser em mim. Interessante isso.
Beijo da Ber Pasta de Redao
-
50
Sargentin, Osvaldo 6 srie S.P. Editora IBEP, Ano 1992.
O pargrafo constitui uma idia desenvolvida em uma ou mais
frases. Sempre se comea um pargrafo deixando um distanciamento da
margem ou seguindo a formatao moderna dos computadores.
Leia atentamente a carta e responda s questes:
1) Quem o remetente desta carta? Quem o destinatrio?
2) Qual o assunto da carta?
3) Quantos pargrafos tem a carta? Indique o incio de cada
um.
Carlos Drummond de Andrade tambm escreveu uma carta para a me.
Neste caso, a carta escrita em versos: um poema.
Carta
Carlos Drummond de Andrade
H muito tempo, sim, que no te escrevo. A falta que me fazes no
tanto Ficaram velhas todas as notcias. hora de dormir, quando
dizias Eu mesmo envelheci: Olha, em relevo, Deus te abenoe, e a
noite abria em sonho. Estes sinais em mim, no das carcias
quando, ao despertar, revejo a um canto (to leves) que fazias no
meu rosto: a noite acumulada de meus dias, so golpes, so espinhos,
so lembranas e sinto que estou vivo, e que no sonho. da vida a teu
menino, que ao sol-posto perde a sabedoria das crianas. Obra
completa. Rio de Janeiro, 1967. p.349.
-
51
Conhea ccccarta comercialarta comercialarta comercialarta
comercial
So Paulo, 10 de julho de 1987.
Organizao Atlas S/A So Paulo Capital
Prezados Senhores
Conforme anncio publicado no jornal . . . ., de 9 de julho,
candidato-me vaga de Auxiliar de Departamento de Vendas.
Tenho 17 anos, terminei o ano passado o curso de 1 grau e estou
fazendo o 1 colegial.
Gostaria de trabalhar no perodo da tarde.
Atenciosamente
__________________________
Maurcio Barreto da Silva
Tufano, Douglas. Curso Moderno de Lngua Portuguesa. Ed. Moderna
ano 1991, 2 ed. pg. 83.
-
52
1- Voc j tinha lido uma carta comercial antes? 2- Que diferenas
voc nota entre essa carta comercial e a da Ber?
3- O texto uma carta comercial. Analise a sua estrutura:
a) destinatrio b) assunto do 1 pargrafo c) assunto do 2 pargrafo
d) assunto do 3 pargrafo e) fecho
ATENO: LEMBRETE DO CORREIO
ENVELOPE - COMO ENDEREAR
Enderece o envelope a mo ou a mquina, respeitando sempre a
seguinte ordem: nome do destinatrio, endereo, bairro, cidade e
Estado. Se voc estiver escrevendo a mo, ponha os nmeros do CEP nos
quadrinhos. Mas, se for a mquina - ATENO - escreva acima dos
quadrinhos, sem espaos entre os algarismos, sem a palavra CEP e sem
sublinhar. Assim, tudo ficar bem mais fcil.
-
53
Na parte da frente do envelope devem ser escritos: o nome, o
endereo e o CEP (Cdigo de Endereamento Postal) do destinatrio.
Veja:
-
54
Desenhe ou cole em seu caderno a frente e o verso de um envelope
e preencha-o.
O que um BilheteBilheteBilheteBilhete?
Existe uma outra forma de comunicao escrita que se caracteriza
pela informalidade. o bilhete. O bilhete muito usado para
transmitir pequenos recados, lembrar algum de um compromisso,
contar uma novidade, convidar algum para um passeio, declarar
afeto, amor, etc.
Um exemplo:
PedroPedroPedroPedro
Estive tarde em sua casa e voc havia sado. Quero convid-lo para
um jogo de futebol, que vai acontecer no sbado, no campinho. Ns
vamos jogar contra o time da rua de baixo. No falte! Contamos com
suas sensacionais defesas.
Renato
1) Escreva um bilhete a um colega de trabalho ou a um vizinho.
Assunto o que no deve faltar. No se esquea de elaborar com
cuidado.
Apelo
Amanh faz um ms que a Senhora est longe de casa. Primeiros dias,
para dizer a verdade, no senti falta, bom chegar tarde, esquecido
na conversa de esquina. No foi
-
55
ausncia por uma semana: o batom ainda no leno, o prato na mesa
por engano, a imagem de relance no espelho.
Com os dias, Senhora, o leite primeira vez coalhou. A notcia de
sua perda veio aos poucos: a pilha de jornais ali no cho, ningum os
guardou debaixo da escada. Toda a casa era um corredor deserto, e
at o canrio ficou mudo. Para no dar parte de fraco, ah, senhora,
fui beber com os amigos. Uma hora da noite eles se iam, eu ficava
s, sem o perdo de sua presena a todas as aflies do dia, com a ltima
luz na varanda.
E comecei a sentir falta das pequenas brigas por causa do
tempero na salada o meu jeito de querer bem. Acaso saudade,
Senhora? As suas violetas, na janela, no lhes poupei gua e elas
murcham. No tenho boto na camisa, calo a meia furada. Que fim levou
o saca-rolhas? Nenhum de ns sabe, sem a Senhora, conversar com os
outros: bocas raivosas mastigando. Venha pra casa, Senhora, por
favor.
Trevisan, Dalton. Os mistrios de Curitiba, In: Os Desastres do
Amor. Rio, Civilizao Brasileira, 1968. (Extrado do livro O Conto
Brasileiro Contemporneo Bosi, Alfredo Editora Cultrix, SP)
2) Seguindo o mesmo estilo do texto Apelo, de Dalton Trevisan,
que uma carta familiar, elabore uma cujo remetente seja:
a- o pai que, aps desentendimentos com o filho, pede-lhe que
volte para casa; ou
b- a mulher que, sofrendo a ausncia do marido, escreve-lhe para
voltar para casa.
-
56
Internet
I- Internet -- Que bicho esse?
Parece que no se fala mais em outra coisa. Internet pra c,
Internet para l. . . Mas o que isso vem a ser exatamente? Que uma
rede que liga milhes de computadores no mundo inteiro, voc j deve
ter ouvido falar. S que isso no explica muita coisa. De onde
surgiu? Para que serve? E, acima de tudo, o que tem a ver com a
gente? A Internet surgiu no final dos anos 60, numa poca em que
todo o mundo morria de medo de que a Unio Sovitica e os Estados
Unidos comeassem uma guerra nuclear. O governo norte-americano teve
ento uma idia: que tal criar um sistema de comunicao que nem uma
bomba atmica pudesse destruir? A soluo foi desenvolver uma rede de
computadores auto-suficiente, quer dizer, que se mantm por conta
prpria. (. . .) A Internet foi crescendo cada vez mais, at atingir
nmeros espantosos: em 120 pases, 4,8 milhes de computadores e 35
mil redes podem ser conectados por 50 milhes de pessoas! (. . .) O
acesso a ela tambm tornou-se cada vez mais fcil: bastava um modem
(aparelho que liga o computador linha telefnica), um programa
especfico para esse fim e um canal de acesso, concedido por uma
instituio, governo ou universidade. Como uma teia de aranha
gigantesca cobrindo o planeta, a rede hoje se liga a tudo e a
todos: de uma escola primria NASA, de um pesquisador a um estudante
atrs de novidades em vdeo games. Mas a Internet importante porque
democratizou o acesso s informaes, colocando o conhecimento
disposio de todos. Atravs de um computador conectado Internet voc
pode, por exemplo, conversar sobre qualquer assunto com pessoas em
qualquer ponto do planeta, consultar cerca de duas mil bibliotecas
pelo mundo afora, passear por dentro do Museu do Louvre, na Frana
(e at ver a Monalisa sorrindo no seu monitor), dar uma olhada nas
ltimas fotos enviadas pelos satlites, e muito mais.
Revista Dr. Eco e Companhia. n 0. So Paulo. Paulus. 1995. (In:
Miranda, Cludia Linguagem Viva Vol. 4. So Paulo: tica, 1997.)
-
57
II- Emoes virtuais
Smbolos e cdigos formam nova linguagem na Internet e tornam
mais
divertida a comunicao na rede.
A troca de correspondncias pela Internet est se transformando
numa
divertida brincadeira. Para escrever um e-mail (correio
eletrnico), os internautas descobriram que podem usar mais do que
letras e nmeros. Eles
criaram uma linguagem especial para traduzir sentimentos e emoes
os
emoticons e esse novo dicionrio no pra de crescer. O
internets
mistura criatividade e humor para expressar desde um simples
abrao e
variaes de estado de esprito at para descrever personalidades
(leia quadro). Os smbolos surgem da mescla de letras, numerais e
sinais de acentuao e de pontuao, que formam desenhos na tela.
Explorando a pontuao
Vamos reler Internet que bicho esse? e observar os sinais de
pontuao que o autor empregou?
1- O sinal que marca o trmino do ttulo do texto um ponto de
interrogao. Para que serve esse ponto?
-
58
2- Transcreva uma outra frase do texto finalizada com ponto de
interrogao.
3- Ainda no ttulo observamos um travesso. Qual a sua funo?
4- No segundo pargrafo, o travesso foi empregado com a inteno de
introduzir uma explicao. Transcreva o trecho.
5- O que expressa o ponto de exclamao que finaliza o terceiro
pargrafo : admirao ou susto? Que fato provocou isso?
6- Releia o texto Emoes virtuais e veja um uso diferenciado para
a pontuao. Quais os sinais de pontuao para indicar o choro? E o
riso?
Observao: o sinal (. . .) indica que algumas partes foram
tiradas. Preferimos omitir algumas informaes para que o texto no se
tornasse muito extenso.
Como usar o Como usar o Como usar o Como usar o Dicionrio
Voc precisa consultar constantemente o dicionrio. Veja como
fcil! A ordem das letras no dicionrio a mesma do alfabeto.
A - B - C - D - E - F - G - H - I - J - K - L - M - N - O - P -
Q - R - S - T - U - V - W - X - Y - Z
-
59
Quando a primeira letra for a mesma, ordene as palavras
observando a segunda letra.
Quando as duas iniciais so iguais, coloque as palavras em ordem
observando a terceira letra e assim por diante.
1-Coloque em ordem alfabtica, observando a primeira letra.
homem passou finalidade dentes anos lei
2- Coloque em ordem alfabtica, observando a segunda letra.
tempo tarde tranqilo tmulo tlintlim tormento
-
60
3- Coloque em ordem alfabtica, observando a terceira letra.
fase farinha faminto falso fato fazenda faxina
4- Procure no diagrama cinco palavras, coloque-as em ordem
alfabtica.
A D F U O B G T K E C A N J I C A R A A R T A C A U P E R E I N
A D O Y A N O T G R E Y T E A G H A V A R T D V B N D L D Z X T A Z
S A V O L K D L I M A T Y U I
O dicionrio traz vrios significados para as palavras. preciso
escolher o significado mais apropriado, isto , aquele que est de
acordo com o texto em que se encontra a palavra.
5- Copie o significado mais adequado para a palavra destacada na
frase.
a- Para ir ao baile, a moa pintava-se muito bem. b- Agora
escreva uma outra frase com pintar, usando um significado diferente
do apresentado na frase acima.
Observe a pgina de um dicionrio.
-
61
Para facilitar o trabalho de localizao das palavras, o dicionrio
traz, no alto da pgina, a primeira e a ltima palavra que aparecem
em cada pgina. So as palavras-chave.
-
62
Nem sempre o dicionrio traz a palavra exatamente como ela
aparece em um texto. Veja:
No texto No dicionrio
partimos partir escrevendo escrever comprava comprar espertos
esperto espertas esperto cafezinho caf
Transforme as palavras abaixo na forma em que elas so
encontradas no dicionrio:
- ameaou - emocionais - recebiam - canes - deprimida -
corrssemos - garantindo - cachorrinho
-
63
Leia atentamente o texto:
O elefante e as formigas
Tendo um elefante, ao passar pelas veredas da floresta, esmagado
sem ver uma fila de formigas, estas ficaram muito tristes,
mandaram-lhe as mais argutas do formigueiro em embaixada, para
pedir-lhe que, quando andasse por aqueles lados, prestasse um pouco
de ateno aos seus passos, evitando matar bichos que lhe no faziam o
menor mal. As formigas embaixadoras treparam a um tronco de rvore,
a fim de falar ao elefante; porm, quando ele viu o seu pequenino
tamanho e a sua fraqueza, encheu-se de desprezo e metendo a tromba
num charco, aspirou a gua, que sobre elas soprou num jato,
matando-as todas. Todo o formigueiro ficou furioso com a morte das
suas embaixadoras e declarou guerra ao elefante, que recebeu essa
notcia s gargalhadas. Contudo, noite, enquanto dormia, as formigas,
em aluvio, vieram roer-lhe a planta dos ps. Pela manh, mal comeou a
andar, o elefante sentiu dores nas solas das patas, no agentou a
aspereza do saibro e correu para uma lagoa. As formigas tinham
cavado tneis subterrneos nas duas margens. Ao peso do paquiderme, o
terreno abateu e ele despejou-se da ribanceira nas guas fundas,
onde pereceu afogado. E as formigas ajudaram a devorar-lhe o corpo
imenso.
Barroso, Gustavo. O elefante e as formigas. In: Antologia da
literatura mundial: lendas, Fbulas, e aplogos. So Paulo, Logos.
s.d.v. 4.
-
64
Palavras O que voc acha O que diz o Desconhecidas que significam
dicionrio
veredas argutas embaixadoras charco aluvio saibro paquiderme
Ortografia
S/Z
Os moleques de leva-e-traz ficavam olhando o capito por trs.
Voc percebeu que esta frase serve para mostrar que temos, neste
caso, duas palavras homfonas (de mesmo som), mas de grafias e
significados diferentes.
traz: forma do verbo trazer trs: atrs, detrs, aps
-
65
Compare as frases seguintes:
O automvel estava danificado na parte de trs, devido a uma
batida. O av sempre traz boas histrias para contar aos netos. Quem
no traz maldade no corao, no ataca as pessoas por trs.
Complete com traz ou trs:
a) Saiu por _______ e desapareceu. b) Foram para ______ e
ficaram cochilando. c) Por que voc no ________ o livro? d) Quarto
escuro j no me ______ mais medo.
Meu ideal seria escrever . . .
Meu ideal seria escrever uma histria to engraada que aquela moa
que est doente naquela casa cinzenta, quando lesse minha histria no
jornal risse, risse tanto que chegasse a chorar e dissesse ai meu
Deus, que histria mais engraada! E ento a contasse para a
cozinheira e telefonasse para duas ou trs amigas para contar a
histria; e todos a quem ela contasse rissem muito e ficassem
alegremente espantados de v-la to alegre. Ah, que minha histria
fosse como um raio de sol, irresistivelmente louro, quente, vivo,
em sua vida de moa reclusa, enlutada, doente. Que ela mesma ficasse
admirada ouvindo o prprio riso, e depois repetisse para si prpria
mas essa histria mesmo muito engraada! Que um casal que estivesse
em casa mal-humorado, o marido bastante aborrecido com a mulher, a
mulher bastante irritada com o marido, que esse casal tambm fosse
atingido pela minha histria. O marido a leria e comearia a rir, o
que aumentaria a irritao da mulher. Mas depois que esta, apesar de
sua m-vontade, tomasse conhecimento da histria, ela tambm risse
muito, e ficassem os dois rindo sem poder olhar um para o outro sem
rir mais; e que um, ouvindo aquele riso do outro,
INTERPRETAO DE TEXTO
-
66
se lembrasse do alegre tempo de namoro, e reencontrassem os dois
a alegria perdida de estarem juntos. Que nas cadeias, nos
hospitais, em todas as salas de espera a minha histria chegasse e
to fascinante, de graa, to irresistvel, to colorida e to pura que
todos limpassem seu corao com lgrimas de alegria; que o comissrio
do distrito, depois de ler minha histria, mandasse soltar aqueles
bbados e tambm aquelas pobres mulheres colhidas na calada e lhes
dissesse por favor, se comportem, que diabo! eu no gosto de prender
ningum! E que assim todos tratassem melhor seus empregados, seus
dependentes e seus semelhantes em alegre e espontnea homenagem
minha histria. E que ela, aos poucos, se espalhasse pelo mundo e
fosse contada de mil maneiras, e fosse atribuda a um persa, na
Nigria, a um australiano, em Dublin, a um japons, em Chicago mas
que em todas as lnguas ela guardasse a sua frescura, a sua pureza,
o seu encanto surpreendente; e que no fundo de uma aldeia da China,
um chins muito pobre, muito sbio e muito velho dissesse: Nunca ouvi
uma histria assim to engraada e to boa em toda a minha vida; valeu
a pena ter vivido at hoje para ouvi-la; essa histria no pode ter
sido inventada por nenhum homem, foi com certeza algum anjo
tagarela que a contou aos ouvidos de um santo que dormia, e que ele
pensou que j estivesse morto; sim, deve ser uma histria do cu que
se filtrou por acaso at nosso conhecimento; divina. E quando todos
me perguntassem mas de onde que voc tirou essa histria? eu
responderia que ela no minha, que eu a ouvi por acaso na rua, de um
desconhecido que a contava a outro desconhecido, e que, por sinal,
comeara a contar assim: Ontem ouvi um sujeito contar uma histria .
. . E eu esconderia completamente a humilde verdade: que eu
inventei toda a minha histria em um s segundo, quando pensei na
tristeza daquela moa que est doente, que sempre est doente e sempre
est de luto e sozinha naquela pequena casa cinzenta de meu
bairro.
Braga, Rubem In: Para gostar de ler. vol. 3 So Paulo, tica,
1995.
-
67
1- Quantos pargrafos existem no texto que voc leu?
2- Afinal, saiu uma histria engraada ou no? Comente.
Gabarito p. 05
1) Remetente Ber Destinatrio Jane
2) Pedido de sugesto para escolha de discos e livros. Comentrio
sobre sua paixo. 3) 4 pargrafos 1 Ando um pouco. . . 2 Faa uma
lista. . . 3 Continuo apaixonada. . . 4 O que evidente. . . p.
08
1) Resposta pessoal. 2) A carta de Ber mais ntima, o tratamento
informal. A carta comercial, por ser uma solicitao de emprego, mais
formal. 3) a) Organizao Atlas S/A
b) Solicitao de uma vaga de Auxiliar de Departamento de Vendas
c) Informao sobre o seu grau de escolaridade d) Pretenso de horrio
de trabalho e) Despedida
p. 10 Desenho do envelope: resposta pessoal.
1) Resposta pessoal p.11
2) a) Resposta pessoal b) Resposta pessoal p. 14 1) A pergunta
feita para despertar o interesse sobre o assunto. (Internet) 2)
Resposta pessoal
-
68
3) Tornar a pergunta direta ao leitor. 4) . . . quer dizer, que
se mantm por conta prpria. 5) Admirao. O crescimento rpido do nmero
de usurios da Internet. 6) Choro: ) (dois pontos, aspas,
parnteses)
Riso: - ) (dois pontos, travesso, parnteses) p. 15
1) anos dentes finalidade homem lei passou p. 16
2) tarde tempo thintlim tormento tranqilo tmulo 3) falso faminto
farinha fase fato faxina fazenda 4) bica cadeado canjica carnaval
jangada lima reinado 5) a) maquiava-se - b) resposta pessoal
p. 18 ameaar depresso emocionar correr receber garantir cano
cachorro p. 20 Consulte seu dicionrio ou dirija-se biblioteca da
escola. p. 22 a) trs b) trs c) traz d) traz p. 24
1) 06 pargrafos 2) Resposta pessoal
-
69
Apresentao
Aluno
Cada um de ns uma pessoa especial e sempre temos o que contar
sobre nossas vidas. Que tal escrever sobre a sua?
Nesta unidade, voc saber que h alguns passos importantes para
ordenar suas idias e manifest-las num texto escrito. Perceber,
ainda, as possibilidades de separar as slabas ao escrever as
palavras do seu texto e de todos os outros com os quais estar em
contato.
-
70
Legenda
Exerccio [faa no seu caderno]
Produo de texto [escreva no seu caderno]
Conceito [conceito importante que voc deve gravar]
Aprenda mais [faa no seu caderno]
Ler viver [leia e depois responda no seu caderno]
-
71
PARA ESCREVER CADA VEZ MELHOR
1) Pense e leia bastante sobre o assunto que vai escrever.
2) Anote num rascunho todas as idias que forem surgindo.
3) Organize as idias mais ou menos nesta ordem:
a- Introduo (comeo) b- Desenvolvimento (meio) c- Concluso
(fim)
Depois melhore o texto.
Quando voc produz um texto, deve valoriz-lo atravs de alguns
cuidados:
4) PARGRAFO
Lembre-se que para iniciar o pargrafo preciso um distanciamento,
um espao da margem. Use sempre o mesmo espao dado ao primeiro
pargrafo. O pargrafo ajudar a organizar as idias, separando-as em
unidades.
5) CAPRICHO
Evite rabiscos, borres, manchas e faa letra legvel. Faa rascunho
antes de escrever o texto definitivamente. Faa distino entre letras
maisculas e minsculas.
6) OUTROS LEMBRETES
a) Observe a pontuao: ponto final ( . ) ponto de interrogao ( ?
) ponto de exclamao ( ! ) reticncias ( . . . )
Nunca deixe o final de uma frase sem pontuao;
-
72
b) consulte sempre o dicionrio quando tiver alguma dvida quanto
escrita correta das palavras. c) Quem ser o seu leitor? Observe se
a linguagem atende seu objetivo e adequada a seu leitor. (O leitor
pode ser voc mesmo!!)
7) TTULO
No se esquea de dar um ttulo ao seu texto. Coloque-o no meio da
linha. Deixe um espao entre o ttulo e o texto.
Releia com ateno e analise se voc registrou tudo o que gostaria
de dizer e da forma como gostaria.
APRENDE-SE A ESCREVER, ESCREVENDO!
Nesta oportunidade, desejamos conhec-lo um pouquinho melhor por
meio de um texto em que voc nos contar sobre sua vida. Antes de
redigir, leia o texto de Jos de Oliveira e perceba como ele foi
formado. Voc no precisa escrever sobre as mesmas idias
apresentadas. Elas, porm, podem servir de inspirao para idias
novas. BOA SORTE!
-
73
Texto: Minha vida
Meu nome Jos. Tenho doze anos, trabalho na roa. Moro num stio,
bem afastado da cidade. Acordo de madrugada, quando o sol ainda no
saiu. Pego o caldeiro com o arroz e, quando tem, um ovo frito. Ando
bem uma hora com o pai at chegar onde est o gato com o caminho. De
l vamos pro campo cortar cana, at o sol sumir. Volto para casa e
jogo os ossos na cama. No gosto daqui, acho que nunca vamos
melhorar de vida. Meu pai trabalhou a vida inteira e at hoje minha
me no tem nem um fogo decente. Tenho pena de meus irmos menores,
que vivem aqui sem escola, sem divertimentos.
Infncia de quem mora na roa tudo igual. s vezes, no final de
semana, d para ir at o riozinho, nadar um pouco para refrescar.
Quando o pai est disposto, at pescamos. bom comer uns peixes nem
que seja lambari para variar a bia. A maior parte do tempo tenho
que cuidar dos irmos ou da criao. No sobra tempo para brincar.
Felicidade quando chega o tempo das frutas. A s trepar nas rvores e
chupar mangas, laranjas at cansar. A me tambm faz uma gelia divina.
Ningum resiste. Queria tanto que as coisas fossem diferentes. Fico
olhando todo mundo que corta cana e acho que eles esto com uma cara
de cansados. Todo mundo doente, sem dentes, manchas no rosto, um
jeito de quem precisa comer mais e melhor. Por que a gente tem que
trabalhar tanto para ganhar to pouco? s vezes tenho vontade de
sumir daqui, ir para a cidade grande, andar de automvel, tomar
banho de chuveiro. Sei l, tanta coisa que gostaria de conhecer. O
amor o que segura a gente: o pai, a me, as crianas; se a gente no
se gostasse tanto, seria muito mais difcil sobreviver. Pena que s
vezes no d nem tempo de contar um para o outro o quanto a gente se
gosta. Amigos no tenho muitos. Brinco com a molecada, mas acho que
desde pequeno meu pai tem sido meu melhor amigo. Deus no olha para
a gente aqui no stio. Ele manda chuva, faz as sementes crescerem,
as galinhas botarem, a vaquinha dar o leite. S que eu esperava bem
mais, muito mais Dele. Ser que Ele ainda vai se lembrar de mim?
Jos de Oliveira
O texto que voc leu um exemplo para que voc possa construir o
seu.
-
74
Observe: Slaba - Separao
A palavra Pa-ra-guai possui trs slabas, apoiadas, a cada vez, na
vogal a.
Ao som ou grupo de sons que se emite em cada impulso de voz
chamamos slaba. A vogal o ponto de apoio da slaba.
Separamos as slabas ao final de uma linha quando no h mais espao
para continuar escrevendo uma palavra. Essa separao sempre marcada
por um hfen ( - ).
Quanto ao nmero de slabas, as palavras podem ser classificadas
em: monosslabas, disslabas, trisslabas e polisslabas.
1 slaba ps monosslabas
2 slabas ca sa disslabas
3 slabas r vo re trisslabas
4 ou mais slabas an ti ga men te polisslabas
-
75
EXERCCIOS
1) Complete, classificando as palavras quanto ao nmero de
slabas.
a- Picareta ______________ porque tem ______ slabas. b- Cu
________________ porque tem ______ slaba. c- Av _________________
porque tem ______ slabas. d- Moleque _____________ porque tem
______ slabas.
Observe:
O que voc faria se soubes- se que o preo da gaso- lina vai subir
outra vez?
As palavras soubesse e gasolina foram separadas no trecho acima,
porque estavam no final da linha.
Veja todas as possibilidades de separao para soubesse e
gasolina:
sou- ga- besse solina
soubes gaso- se lina
gasoli- na
O espao ao final da linha que determinar uma dessas
possibilidades de separao das slabas.
Observe:
Separamos rr. sc, s, ss, xc, pt, dv, gn, mas no separamos ch,
lh, nh, qu, gu,ns, bs.
-
76
Exemplos: terra ter-ra dignidade dig-ni-da-de fascnio fas-c-nio
absteno abs-ten-o cresa cres-a ritmo rit-mo passo pas-so chapu
cha-pu excede ex-ce-de milho mi-lho rapto rap-to tinha ti-nha
advogado ad-vo-ga-do quero que-ro gua -gua parabns pa-ra-bns
2) Voc chegou ao final de uma linha. De que formas as palavras
abaixo poderiam ser separadas?
amassado exceo piolho obstculo nasceram desa apto digno
guerreiros guinchado
Vamos aprender a acentuao correta das palavras?
Para acentuar corretamente as palavras, um conhecimento
fundamental saber localizar a slaba tnica.
Observe a palavra garota. H nela trs slabas:
GA RO TA
Essas slabas so pronunciadas com diferentes intensidades: RO
GA TA
fraca forte fraca
RO a slaba forte, isto , pronunciada com maior intensidade.
A slaba forte recebe o nome de slaba tnica.
-
77
GA e TA so slabas fracas, isto , pronunciadas com menor
intensidade.
A slaba fraca recebe o nome de slaba tona.
Estudando posies da slaba tnica
Slaba TNICA a slaba mais forte de uma palavra.
Contamos as slabas do FIM para o COMEO da palavra. Assim:
CI M sa au to vel ltima
ltima penltima penltima
antepenltima
S consideramos as trs ltimas slabas.
f Palavra oxtona: ca
Palavra OXTONA aquela em que a slaba TNICA a LTIMA.
co Palavra paroxtona: es la
Palavra PAROXTONA aquela em que a slaba TNICA a PENLTIMA.
r Palavra proparoxtona: vo re
-
78
Palavra PROPAROXTONA aquela em que a slaba TNICA a
ANTEPENLTIMA.
EXERCCIOS
1) Faa a diviso silbica, sublinhe a slaba tnica e classifique as
palavras quanto ao nmero de slabas e quanto posio da slaba tnica.
Assim:
amiguinho - a-mi-gui-nho - polisslaba e paroxtona
piolho - pi-o-lho - trisslaba e paroxtona
impossvel qualquer plstico informao difceis faris nibus
programa
2) Indique a nica palavra proparoxtona no quadro:
palavra - liberdade - amor - timo - amanh - disco
3) Indique as palavras paroxtonas no quadro:
teste - anunciar - empresa - inaugurando - astrnomo
4) Agora indique as oxtonas:
Japo - China - bandeirante - opinio - jacar - texto
-
79
DITONGO e HIATO
Para que saibamos separar as slabas das palavras em que h
encontros voclicos, necessrio aprender o significado de ditongo e
hiato.
Sons voclicos na mesma slaba recebem o nome de ditongo .
Exemplos de ditongo:
papai pa - pai
azuis a - zuis
quase qua - se
Sons voclicos em slabas diferentes recebem o nome de hiato.
Exemplos de hiato:
sade sa - - de
pas pa - s
sadia sa - di - a
-
80
Leia o texto:
Todas as vidas
1 Vive dentro de mim 3 Vive dentro de mim uma cabocla velha a
mulher cozinheira. de mau-olhado, Pimenta e cebola. acocorada ao p
do borralho, Quitute bem feito. olhando pra o fogo. Panela de
barro. Benze quebranto Taipa de lenha. Bota feitio. . . Cozinha
antiga Ogum. Orix. toda pretinha. Macumba, terreiro. Bem cacheada
de picum. Og, pai-de-santo. . . Pedra pontuda.
Cumbuco de coco. 2 Vive dentro de mim Pisando alho-sal.
a lavadeira do Rio Vermelho. Seu cheiro gostoso. dgua e
sabo.
4 Vive dentro de mim Rodilha de pano. a mulher do povo. Trouxa
de roupa, Bem proletria. pedra de anil. Bem linguaruda, Sua coroa
verde de so-caetano. Desabusada, sem preconceitos.
De casaca-grossa, de chinelinha, E filharada.
5 Vive dentro de mim 6 Vive dentro de mim A mulher roceira. a
mulher da vida. Enxerto da terra, Minha irmzinha. . . meio
casmurra. to desprezada, Trabalhadeira. to murmurada. . .
Madrugadeira. Fingindo alegre seu triste fado. Analfabeta. De p no
cho. 7 Todas as vidas dentro de mim: Bem parideira. Na minha vida
Bem criadeira. A vida mera das obscuras. Seus doze filhos, Seus
vinte netos.
Coralina, Cora In: Poema dos becos de Gois e estrias mais.
14 ed. So Paulo, Global, 1987.
-
81
EXERCCIOS
1) O texto de Cora Coralina um poema que fala das vidas que
vivem dentro de uma pessoa. Voc acha que isso possvel?
Explique.
2) Para caracterizar as vrias vidas enfocadas no poema, a autora
utiliza palavras que indicam qualidade. Exemplo: cabocla velha,
pedra pontuda. As duas palavras grifadas indicam qualidade. Observe
o trecho que fala da mulher roceira. Quais as palavras usadas para
indicar qualidades dessa mulher?
APRENDA MAIS
Complete com as palavras indicadas entre parnteses ( ).
Siga o modelo:
(influi -- influ) A opinio dele no influi nas minhas decises.
(influi ditongo) Ela diz que influ muito na educao do rapaz. (
influ hiato)
a- (contribui - contribu)
1- O bom humor ________ muito para um bom ambiente de trabalho.
2-______ para a campanha com algumas economias que tinha
guardado.
b- (distribui - distribu)
1- No Natal passado, _____ brinquedos entre os meus sobrinhos.
2- Naquela casa, sempre o pai quem ______ os castigos.
-
82
c- (sai - sa)
1- Meu Deus, ele no ______ do meu p. 2- Ficou bravo s porque
_______ com o primo dele!
d- (contrai - contra)
1- Neste ano, como sempre, ______ outra infeco de pele. 2-
Quando fica nervosa, ela _______ as sobrancelhas.
e- (atrai - atra)
1- Acho que, sem querer, ______ a ateno dele sobre mim. 2-
Comida descoberta ______ moscas.
Comunicao
importante saber o nome das coisas. Ou, pelo menos, saber
comunicar o que voc quer. Imagine-se entrando numa loja para
comprar um . . . um . . . como mesmo o nome? Posso ajud-lo,
cavalheiro? Pode. Eu quero um daqueles, daqueles . . . Pois no? Um
. . como mesmo o nome? Sim? Pomba! Um . . Um . . . Que cabea a
minha. A palavra me escapou por completo. uma coisa simples,
conhecidssima. Sim senhor. O senhor vai dar risada quando souber.
Sim senhor. Olha, pontuda, certo? O qu, cavalheiro? Isso que eu
quero. Tem uma ponta assim, entende? Depois vem assim, assim, faz
uma volta, a vem reto de novo, e na outra ponta tem uma espcie de
encaixe, entende? Na ponta tem outra volta, s que esta mais
fechada. E tem um, um . . . Uma espcie de, como que se diz? De
sulco. Um sulco onde encaixa a outra ponta, a
-
83
pontuda, de sorte que o, a, o negcio, entende, fica fechado.
isso. Uma coisa pontuda que fecha. Entende? Infelizmente,
cavalheiro. . . Ora, voc sabe do que eu estou falando. Estou me
esforando, mas . . . Escuta. Acho que no podia ser mais claro.
Pontudo numa ponta, certo? Se o senhor diz, cavalheiro.
Como, se eu digo? Isso j m vontade. Eu sei que pontudo numa
ponta. Posso no saber o nome da coisa, isso um detalhe. Mas sei
exatamente o que eu quero. Sim senhor. Pontudo numa ponta. Isso. Eu
sabia que voc compreenderia. Tem? Bom, eu preciso saber mais sobre
o, a, essa coisa. Tente descrev-la outra vez. Quem sabe o senhor
desenha para ns? No. Eu no sei desenhar nem casinha com fumaa
saindo da chamin. Sou uma negao em desenho. Sinto muito. No precisa
sentir. Sou tcnico em contabilidade, estou muito bem de vida. No
sou um dbil mental. No sei desenhar, s isso. E hoje, por acaso, me
esqueci do nome desse raio. Mas fora isso, tudo bem. O desenho no
me faz falta. Lido com nmeros. Tenho algum problema com os nmeros
mais complicados, claro. O oito, por exemplo. Tenho que fazer um
rascunho antes. Mas no sou um dbil mental, como voc est pensando.
Eu no estou pensando nada, cavalheiro. Chame o gerente. No ser
preciso, cavalheiro. Tenho certeza de que chegaremos a um acordo.
Essa coisa que o senhor quer, feito do qu? de, sei l. De metal.
Muito bem. De metal. Ela se move? Bem . . . mais ou menos assim.
Presta ateno nas minhas mos. assim, assim, dobra aqui e encaixa na
ponta, assim. Tem mais de uma pea? J vem montado? inteirio. Tenho
quase certeza de que inteirio. Francamente. . . Mas simples! Uma
coisa simples. Olha: assim, assim, uma volta aqui, vem vindo, vem
vindo, outra volta e clique, encaixa. Ah, tem clique, eltrico. No!
Clique, que eu digo, o barulho de encaixar. J sei! timo!
-
84
O senhor quer uma antena externa de televiso. No! Escuta aqui.
Vamos tentar de novo. . . Tentemos por outro lado. Para o que
serve?
Serve assim para prender. Entende? Uma coisa pontuda que prende.
Voc enfia a ponta pontuda por aqui, encaixa a ponta no sulco e
prende as duas partes de uma coisa. Certo. Esse instrumento que o
senhor procura funciona mais ou menos como um gigantesco alfinete
de segurana e . . . Mas isso! isso! Um alfinete de segurana! Mas o
jeito que o senhor descrevia parecia uma coisa enorme, cavalheiro!
que eu sou meio expansivo. Me v a um . . . um . . Como mesmo o
nome?
Verssimo, Lus Fernando. In: Para Gostar de ler. Vol.7. So Paulo,
tica, 1994.
Por que voc acha que o autor deu o ttulo de Comunicao a esse
texto?
Gabarito p. 05 1) Resposta pessoal. 2) Resposta pessoal.
p. 06 3 a 11 Resposta pessoal. p. 07
1) a- polisslaba - quatro b- monosslaba uma c- disslaba - duas
d- trisslaba - trs p. 08
Observe os exemplos possveis no incio da p. 08.
-
85
2) a mas sa do ex ce o pi o lho obs t cu lo nas ce ram des a ap
to dig no guer rei ros guin cha do p. 11 1) im pos s vel polisslaba
= paroxtona pls ti co = trisslaba proparoxtona di f ceis =
trisslaba paroxtona ni bus = trisslaba proparoxtona qual quer =
disslaba oxtona in for ma o = polisslaba oxtona fa ris = disslaba
oxtona pro gra ma = trisslaba paroxtona 2) timo 3) teste empresa -
inaugurando 4) Japo opinio - jacar p. 15
1) Resposta pessoal 2) casmurra, trabalhadeira, madrugadeira,
analfabeta, parideira, criadeira
p. 16 a) 1- contribui 2- contribu b) 1- distribu 2- distribui c)
1- sai 2- sa d) 1- contra 2- contrai e) 1- atra 2- atrai p. 19
Resposta pessoal
-
86
Apresentao
Aluno
Voc, certamente, j observou que algumas palavras que lemos ou
escrevemos possuem um sinal sobre elas. o acento. Para us-lo,
necessrio conhecer algumas regras.
Nesta unidade, voc aprender as regras de acentuao para as
palavras oxtonas e proparoxtonas. E ir iniciar o estudo do texto
narrativo conhecendo alguns de seus componentes.
-
87
Legenda
Exerccio [faa no seu caderno]
Produo de texto [escreva no seu caderno]
Conceito [conceito importante que voc deve gravar]
Aprenda mais [faa no seu caderno]
Ler viver [leia e depois responda no seu caderno]
-
88
No dia que o gato falou
Era uma vez uma dama gentil e senil que tinha um gato siams.
Gato siams! Gato de raa, de bom-tom, de filiao, de nimo cristo.
Lindo gato, gato terno, amigo, pertencente a uma classe quase
extinta de antigos deuses egpcios. Este gato s faltava falar. Manso
e inteligente, seu olhar era humano. Mas falar no falava. E sua
dona, triste, todo dia passava uma ou duas horas repetindo slabas e
palavras para ele, na esperana de que um dia a inteligncia que via
em seu olhar explodisse em sons compreensivos e claros. Mas nada! A
dama gentil e senil era, naturalmente, incapaz de compreender o
fenmeno. Tanto mais que ali mesmo,`a sua frente, preso a um poleiro
de ferro, estava um outro ser, tambm animal, inferior at ao gato,
pois era somente uma pobre ave, mas que falava! Falava mesmo muito
mais do que devia. Um papagaio que falava pelas tripas do Judas.
Curiosa natureza, pensava a mulher, que fazia um gato quase humano,
sem fala, e um papagaio cretino mas parlapato. E quanto mais
meditava mais tempo gastava com o gato no colo, tentando mtodos,
repetindo slabas, redobrando cuidados para ver se conseguia que seu
miado virasse fala. Exatamente no dia 16 de maio de 1958 foi que
teve a idia genial. Quando a idia iluminou seu crebro, veio
acompanhada da crtica, autocrtica: Mas, como no me ocorreu isso
antes? perguntou ela para si prpria, muito gentil e senil como
sempre, mas agora tambm autopunitiva. Como no me ocorreu isso
antes? O papagaio viu no brilho do olhar da dona o seu (dele)
terrvel destino e tentou escapar. Mas estava preso. Foi morto,
depenado e cozinhado em menos de uma hora. Pois o raciocnio da
mulher era lgico e cientfico: se desse ao gato o papagaio como
alimentao, no era evidente que o gato comearia a falar? Era? No
era? Veria. O gato, a princpio, no quis comer o companheiro.
Temendo ver fracassado o seu intuito, a dama gentil e senil
procurou for-lo. No conseguindo que o gato comesse o papagaio,
bateu-lhe mesmo horror! pela primeira vez. Mas o gato se recusou.
Duas horas depois, porm, vencido pela fome, aproximou-se do prato e
engoliu o papagaio todo. Imediatamente subiu-lhe uma nsia do
estmago, ele olhou para a dona e, enquanto esta chorava de alegria,
comeou a gritar (num tom meio corrupaco, meio miau-miau-miau, mas
perfeitamente compreensvel):
-
89
Madame, foge pelo amor de Deus! Foge, madame, que o prdio vai
cair! Corre, madame, que o prdio vai cair! A mulher, tremendo de
emoo e alegria, chorando e rindo, ps-se a gritar por sua vez:
Vejam, vejam, meu gatinho fala! Milagre! Milagre! Fala o meu
gatinho! Mas o gato, fugindo ao seu abrao, saltou para a janela e
gritou de novo: Foge, madame, que o prdio vai cair! Madame, foge! e
pulou para a rua. Nesse momento, com um estrondo monstruoso, o
prdio inteiro veio abaixo sepultando a dama gentil e senil em meio
aos seus escombros. O gato, escondido melancolicamente num terreno
baldio, ficou vendo o tumulto diante do desastre e comentou apenas,
com um gato mais pobre que passava: Veja s que cretina. Passou a
vida inteira para fazer eu falar e, no momento em que falei, no me
prestou a mnima ateno. MORAL: O MAL DO ARTISTA NO ACREDITAR NA
PRPRIA CRIAO.
Fernandes, Millr. In: Fbulas Fabulosas, So Paulo. Crculo do
Livro, 1976.
No dia que o gato falou um texto em prosa, uma narrativa, isto ,
algum conta um fato real ou imaginrio. Toda narrativa tem vrios
elementos. Um deles o enredo.
Enredo a seqncia de fatos, aes que se desenvolvem em uma
histria.
EXERCCIOS
1) Substitua as palavras grifadas por expresses equivalentes,
consultando o dicionrio se for preciso.
a- Era uma vez uma dama gentil e senil. . . . b- Gato terno,
amigo, pertencente a uma classe quase extinta. c- E quanto mais
meditava mais tempo gastava. . . d- O prdio inteiro veio abaixo
sepultando a dama gentil e senil em meio aos seus escombros.
-
90
2) Numere os fatos de acordo com a seqncia do enredo:
( ) O gato se recusou a comer o papagaio, mas foi vencido pela
fome e acabou devorando a ave. ( ) A dona do gato matou o papagaio
para verificar se o gato falaria comendo a ave. ( ) O prdio veio
abaixo e sepultou a dona do gato que no fugiu quando o animal lhe
pedira isso. ( ) A senhora gentil possua um gato e desejava muito
que ele falasse. ( ) O gato comeou a gritar que o prdio ia cair. (
) A dona do gato chorava de emoo pelo milagre do animal ter
falado.
Observe outros elementos da narrativa:
Espao o lugar onde acontece a histria.
Tempo o momento em que acontece o fato narrado.
Personagens - pessoas ou seres que participam da histria.
EXERCCIOS
1) No terceiro pargrafo, h a indicao do tempo. Qual ? O que
aconteceu naquele momento?
2) No pargrafo em que o gato fala pela primeira vez, h indicao
do espao onde acontece a histria. Qual ?
3) No primeiro pargrafo, como apresentada a personagem que tinha
um gato?
-
91
Pontuao
1) O 1 pargrafo do texto No dia que o gato falou termina com um
ponto de exclamao: Mas nada!
a- O que ele indica: decepo ou entusiasmo? Quando o gato comea a
falar, h tambm ponto de exclamao: Madame, foge pelo amor de
Deus!
b- O que ele indica: uma splica (pedido) ou uma alegria?
2) Escreva uma frase do texto em que aparece o ponto de
interrogao. Em seguida responda: Para quem foi feita a pergunta?
Por que ela foi feita?
3) Na moral da histria, por que o uso dos dois pontos?
4) Transcreva do texto um trecho com aspas e explique o uso
delas.
5) Passou a vida inteira para fazer eu falar e, no momento em
que falei . . . Se no texto houvesse esse sinal de reticncias, ela
estaria indicando:
( ) interrupo do pensamento ( ) hesitao
Leia o texto abaixo:
O comportamento dos gatos
Os gatos que vivem prximos uns dos outros formam uma comunidade
de gatos. Numa cidade, por exemplo, uma comunidade de gatos formada
pelos gatos que vivem em vrios quarteires.
-
92
Os