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LIBRAS- Lngua Brasileira de Sinais Professor: Rafael Silva
Guilherme
Introduo:
Pesquisas sobre as lnguas de sinais vm mostrando que estas
lnguas
so comparveis em complexidade e expressividade a quaisquer
lnguas orais.
Estas lnguas expressam idias sutis, complexas e abstratas. Os
seus usurios
podem discutir filosofia, literatura ou poltica, alem de
esportes, trabalho, moda
e utiliz-las com funo esttica para fazer poesias, contar
estrias, crias peas
de teatro e humor.
Como toda lngua, as lnguas de sinais aumentam seus
vocabulrios
com novos sinais introduzidos pelas comunidades surdas em
resposta s
mudanas culturais e tecnolgicas.
A Libras, como toda lngua de sinais, uma lngua de modalidade
gestual-visual que utiliza, como canal ou meio de comunicao,
movimentos
gestuais e expresses faciais e corporais que so percebidas pela
viso.
Quando se comea a trabalhar com a lngua de sinais,
fundamental
compreender alguns detalhes que nem sempre so percebidos pelos
alunos.
Por exemplo, quando um surdo quer identificar uma pessoa cujo
nome no
conhece, completamente normal que ele se utilize das
caractersticas fsicas
desta para design-la, dizendo que ela gorda, alta, tem o cabelo
crespo,
magrrima, possui o nariz afilado, o olho torto, o cabelo em p, e
muitas outras
caractersticas que comumente as pessoas preferem no apontar.
Mas
preciso compreender que a lngua de sinais outra lngua situada
numa
estrutura completamente distinta do portugus, e da qual no
possvel fazer
tradues literais, apenas interpretaes, o que justifica a
profisso interprete
de libras e no tradutor de libras. Portanto, ao iniciar um curso
de lngua de
sinais, esteja atento ao fato que as atitudes do professor,
quando dentro de
uma postura tica, jamais visam constranger, provocar, humilhar
ou prejudicar
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os alunos. Tudo que ele fizer, mesmo que desperte em algum aluno
a
vergonha, no uma atitude deliberada contra a pessoa que o
estudante,
mas isto se deve propriedade da lngua de sinais, que organizada
num
sistema visual-motor, suscitando a necessidade de se valer de
todos os
mecanismos que a viso pode captar.
1. Quem so os surdos?
So aquelas pessoas que utilizam a comunicao espacial-visual
como
principal meio de conhecer o mundo em substituio audio e
fala.
A maioria das pessoas surdas, no contato com outros surdos,
desenvolve a lngua de sinais. J outros, por viverem isolados ou
em locais
onde no exista uma comunidade surda, apenas se comunicam por
gestos.
Existem surdos que por imposio familiar ou opo pessoal preferem
utilizar a
lngua oral (falada).
Aproximadamente 2% da populao brasileira apresentam
problemas
relacionados surdez. A definio de surdo muito diversa, pois
existem
vrios graus de surdez, desde a leve, passando pela moderada,
severa,
profunda e anacusia, cada qual levando a uma dificuldade
diferente entre si,
contrariando a noo de que a comunidade surda seja homognea. Os
surdos
so muito diferentes entre si, apesar de se valer da mesma lngua
para sua
comunicao, e conseqentemente cada comunidade surda diferente
entre si
quando transitamos de um estado para o outro.
Em geral a comunidade surda prefere aplicar o termo surdez, uma
vez
que a palavra deficincia desperta outros conceitos que no apenas
uma
disfuno auditiva. E os surdos em geral tm apenas uma deficincia
de
audio, no uma deficincia em seu sentido mais amplo.
A lngua de sinais p uma opo de muitos surdos, pois sendo uma
lngua natural que pose ser aprendida com muita facilidade devido
ao seu
carter visual, sua aquisio tanto pelo surdo quanto pelo ouvinte
pode ser
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espontnea, se ambos conviverem diariamente com usurios de
sinais.
Entretanto, uma boa parte das famlias dos surdos composta de
ouvintes
(pessoas que escutam), fazendo com que muitas vezes o surdo
aprenda um
mtodo chamado de leitura labial. Por este motivo, a maioria dos
surdos
brasileiros no adquire naturalmente a lngua brasileira de
sinais, na infncia e
no conhece as comunidades surdas.
Surdo-Mudo: Provavelmente a mais antiga e INCORRETA
denominao
atribuda ao surdo, e infelizmente ainda utilizada em certas reas
e divulgada
nos meios de comunicao, principalmente televiso, jornais e
radio.
2. Histria dos surdos
Os registros mais antigos so de Scrates; que dizia que a
comunicao
se d atravs dos olhos nos sinais feitos pelas mos, expresso
facial/corporal,
e as vezes tambm sons, tudo simultaneamente ou em seqncia e a
pessoa
precisa atentar-se para entender o contexto.
Suponha que ns, os seres humanos, quando no falvamos e
queramos
indicar objetos, uns para os outros, nos o fazamos como fazem os
surdos
mudos sinais com as mos, cabea e demais membros do corpo.
Scrates.
Em 530 d.c. eram usados pelos Monges Beneditinos da Itlia para
se
manter o silncio. Usvamos a comunicao por sinais para manter o
voto do
silncio. Poucos registros h sobre esta comunicao ate a
Renascena, mil
anos depois.
No final do Sc. XV, os surdos eram considerados incapazes de
serem
ensinados, por isso, foram excludos.
Adde Charles Michel de IEppe o mais importante professor pois
foi de
seu instituto na Frana que veio para o Brasil o Padre Huet
(surdo) que a
convite de D. Pedro trouxe o mtodo combinado.
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No ano de 1857 foi fundado a 1 escola de surdos no Brasil, hoje
INES.
Em 1896 Houve o encontro internacional que avaliou o Congresso
de
Milo que havia acontecido em 1880. Neste congresso decidem-se
pelo
mtodo do oralismo puro. Os professores foram afastados e os
alunos
proibidos de utilizar a lngua de sinais tendo suas mos
amarradas.
O instituto (INES) torna-se uma escola s de meninos; os
educadores no
consideravam as meninas surdas por serem tranqilas e estarem
submissas s
famlias, no necessitavam de escola, o que seria vantajoso para o
governo
porque no iria ter gastos para repasse de recursos financeiros
na educao
para elas.
Em 1923 criou-se instituto Santa Terezinha, escola particular em
So
Paulo, somente para meninas.
Os surdos vem lutando para terem escolas para surdos porque
acreditam que atravs de um ensino que atenda eficazmente
suas
necessidades lingsticas e culturais, eles podero se integrar e
estar em
condies de igualdade com os ouvintes quando disputarem, em
concurso,
uma vaga para universidades e empregos.
Europa:
O surdo era considerado incapaz e excludo da sociedade
comprometendo at sua sobrevivncia. Em alguns lugares os surdos
eram
proibidos de possuir e/ou herdar propriedades, casar-se, votar.
Os surdos que
no falavam que sofriam a maior excluso, afirmando que o problema
no
estava na falta de audio mas na falta da fala.
Sucia:
1. Sec XIX: Trabalhos religiosos;
2. 1968: todo surdo tem direito de acesso ao interprete; 1 curso
de
formao;
3. 1981: cada conselho municipal deveria ter uma unidade com
interpretes.
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Espanha:
1. 1520-1584: Pablo Ponce de Leon inicia a educao dos surdos
atravs
do uso da lngua de sinais e do alfabeto manual;
2. 1613: Juan Pablo Bonet atribui grande importncia existncia de
um
ambiente lingstico rico, alem de priorizar o uso do alfabeto
manual
juntamente com a escrita para o ensino da fala. Defende que o
treino da
fala seja iniciado precocemente.
Inglaterra:
3. 1616 1618: Holder defende que a reeducao deveria comear
pelo
ensino da escrita e utiliza o alfabeto de duas mos para apoiar o
treino
da fala;
4. 1648: Jonh Bulwer o autor do 1 trabalho sobre leitura labial
da lngua
inglesa de cuja aprendizagem faz depender a posterior aquisio
da
fala.
Portugal:
5. 1715-1780: Jacob Rodrigues Pereira utiliza o alfabeto manual
como
apoio do ensino da fala.
Frana:
6. 1712-1789: Abb De Lepe defende a mmica constitui a
linguagem
natural ou material dos surdos. Conclui a linguagem dos gestos
um
verdadeiro meio de comunicao e de desenvolvimento de
pensamento.
EUA:
7. Thomas Gallaudet e Laurente Clerc fundam a 1 escola de surdos
em
Hartford, o American Asylum for the Education of the Deaf and
Dumb.
Hoje Gallaudet University.
8. 1815: Thomas Gallaudet era interprete de Laurente Clerc;
9. Voluntariado;
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10. 1851: Gallaudet tem uma historia de luta, fora e poder em
prol da
defesa dos direitos dos surdos e da lngua de sinais. Na educao
utiliza
de forma radical a lngua de sinais, seu progresso e
desenvolvimento
resulta na Universidade com conhecimento Mundial num trabalho
que
comea com a estimulao precoce e vai ate os cursos de PHD e
Academia Superior de Surdos;
11. 1964: Organizao Nacional de Interpretes para surdos;
12. 1972: Seleo de interpretes com registro.
Itlia:
13. 1880: em Milo, Congresso Mundial de Surdos considera que o
uso
simultneo da fala e dos gestos mmicos tem a desvantagem de
impedir
o desenvolvimento da fala, da leitura labial, e da preciso das
idias e
declara que o mtodo oral puro deve ser preferido de forma
definitiva e
oficial.
Brasil:
14. 1855: um surdo francs chamado Huet veio ao Brasil e fez um
programa
especial para ensinar os surdos. Este programa consistia em usar
o
alfabeto manual e a lngua de sinais francesa. Apresentou
documentos
importantes para educar os surdos, mas no havia escola
especial.
Solicitou ao imperador D. Pedro II um prdio para fundar uma
escola.
15. 1857: No dia 26 de setembro fundou-se, ento, o Instituto
Nacional de
Educao dos Surdos Mudos, atualmente INES, na cidade do Rio
de
Janeiro.
16. 1858: Flausiano Jos da Gama, ex-aluno do Instituto Surdos
Mudos,
elaborou um pequeno vocabulrio de sinais baseados em desenhos.
Ele
props, assim, mostrar a linguagem dos surdos brasileiros.
Essa
linguagem no mais usada atualmente;
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17. 1930-1947: Dr. Armando Paiva de Lacerda, ex-Diretor do INES,
exige
que o alunos no usem a lingua de sinais. Podem s usar o
alfabeto
manual, um bloco de papel com lpis no bolso para escrever
palavras e
a fala.
18. A partir de 1950: Ana Rimoli de Faria Doria, ex-diretora do
INES, quando
assume o cargo, probe o alfabeto manual e a lngua de sinais.
Implanta
o mtodo oralista. Os surdos no conseguem adaptar-se a essa
imposio do oralismo e continuam a usar a lngua de sinais e o
alfabeto
manual; professores e inspetores burlam as ordens nas
comunicao
com os alunos surdos.
19. Decada de 1970: o poder do mtodo oral francs cresce em todo
o
Brasil sob a responsabilidade da Professora Alpia Couto que, de
dentro
do Centro Nacional de Educao Especial, realiza projetos na rea
da
deficincia auditiva. O desconhecimentos e a fala de convivncia
com os
surdos provoca prejuizs na cultura e na comunidade surda,
empobrecimento da lingua de sinais, fala de acesso s
informaes
sociais. As questes da educao especial se tronam apenas
vinculadas
e interesses polticos economicos.
20. 1980: Trabalhos religiosos;
21. 1988: I Encontro Nacional de Interpretes da Lingua de Sinais
organizado
pela FENEIS;
22. 1990: Unidades de interpretes ligados aos escritrios da
FENEIS;
23. 1993 a 1994: Encontros estaduais;
24. 2002: Lei 10.436 reconhecimento da Libras
25. 2005: Decreto 5.626 Tambm inicio de contratao pelas
instituies
de Ensino Superior
26. 2006: Curso de graduao Letras/Libras UFSC
27. 2006: Prolibras: Certificao de proficincia.
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28. O que deficincia?
A etimologia da palavra vem do latim deficientia e significa:
falta,
imperfeio ou insuficincia. Segundo a Organizao Mundial de
Sade
(OMS), deficincia uma condio caracterizada por perdas
sensoriais, fsicas,
mentais ou mltiplas, podendo ser de origem congnita ou
adquirida.
O conceito da OMS apresenta uma abordagem fisiolgica no
entendimento e caracterizao da deficincia. Todavia, no podemos
nos
esquecer da deficincia como uma condio social. Sob esta
perspectiva,
perceberemos limitaes que no se encontram apenas na ordem
anatmica/fisiolgica, mas nas relaes que a sociedade estabelece
com as
pessoas com deficincia. Tais limitaes, em muitos casos,
sobrepem
aquelas caracterizadas pela OMS e dizem respeito aos
ordenamentos e
determinaes socioculturais que geram excluso social. Entendendo
a
questo social relacionada deficincia, Aranha (2003) prope o
seguinte
conceito para deficincia: Uma condio social caracterizada pela
limitao ou
impedimento da participao da pessoa diferente nas diferentes
instncias do
debate de idias e de tomadas de decises na sociedade.
Na medida em que atentamos s questes sociais atreladas
deficincia, somos capazes de perceber as pessoas com deficincia
no
apenas a partir das suas limitaes motoras, sensoriais ou
cognitivas.
possvel compreender que a realidade social de tais pessoas
influencias,
tambm, as construes e organizaes subjetivas que fazem para
lidarem
com a condio da falta orgncia/biolgica.
Para facilitar a compreenso, uma classificao das deficincias
poder
ser:
29. Deficincia mental;
30. Deficincia fsica;
31. Deficincia sensorial visual;
32. Deficincia sensorial auditiva;
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33. Deficincia mltipla.
Todas essas deficincias podem ser permanentes ou temporrias.
A
deficincia permanente pode ser definida como aquele que ocorreu
ou se
estabilizou durante um perodo de tempo suficiente para no
permitir
recuperao ou ter probabilidade de alterar-se apesar de novos
tratamentos
mdicos e cirrgicos. Uma pessoa com deficincia permanente ou
temporria
experimenta situaes de estresse que podem ser reduzidas com a
reduo ou
eliminao das causas.
3.1 Deficincia Mental:
Refere-se perda total ou parcial do raciocnio lgico ou
intuitivo,
apresentando comprometimento de grau leve, moderado, severo ou
profundo.
A inadequao no comportamento adaptativo tanto maior quanto o
grau do
comportamento (dificuldades cognitivas).
3.2 - Deficincia Fsica:
Traduz-se como alterao completa ou parcial de um ou mais
segmentos do corpo humano, tendo como conseqncia o
comprometimento
da funo motora. Apresenta-se sob diversas formas, entre as quais
algumas
abaixo exemplificadas.
34. Paraplegia: perda total das funes motoras dos membros
inferiores.
35. Paraparesia: perda parcial das funes motoras dos membros
inferiores.
36. Monoplegia: perda total das funes motoras de um s membro
(podendo ser membro superior ou inferior).
37. Monoparesia: perda parcial da funes motoras de um s
membro
(podendo ser membro superior ou inferior).
38. Tetraplegia: perda total das funes motoras dos membros
superiores e
inferiores.
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39. Tetraparesia: perda parcial das funes motoras dos
membros
superiores e inferiores.
40. Triplegia: perda total das funes motoras de trs membros.
41. Triparesia: perda parcial das funes motoras de trs
membros.
42. Hemiplegia: perda total das funes motoras de um hemisfrio do
corpo
(direito ou esquerdo).
43. Hemiparesia: perda parcial das funes motoras de um hemisfrio
do
corpo (direito ou esquerdo).
44. Amputao: perda total de um determinado segmento de um
membro
(superior ou inferior).
45. Paralisia cerebral: leso de uma ou mais reas do sistema
nervoso
cerebral, tendo como conseqncia alteraes psicomotoras,
podendo
ou no causar deficincia mental.
3.3 - Deficincia Sensorial:
1. Sensorial visual:
a perda ou reduo de capacidade visual que pode resultar em
dificuldades de orientao, de mobilidade e de comunicao. Pode
ocorrer em
ambos os olhos ou em um, em carter definitivo e que no possa
ser
melhorada ou corrigida com o uso de lentes e tratamento clinico
ou cirrgico.
Entre os deficientes visuais h os portadores de cegueira e os de
viso
subnormal. Essas definies e limites variam nas classificaes
esportivas,
legais e outras.
Alm de agudeza visual e campo de viso, considerados nessas
classificaes, outros fatores como fuso, viso cromtica, adaptao
ao claro
e escuro e sensibilidade e contrastes devem ser levados em conta
para avaliar
a viso funcional.
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2. Sensorial auditiva:
A deficincia auditiva a perda parcial ou total da capacidade
de
comunicar-se. Inclui as disacusias leves, moderadas, severas e
profundas.
3.4 - Deficincia Mltipla:
Refere-se concomitncia de duas ou mais deficincias, que se
manifesta na mesma pessoa.
3. Dicas ao encontrar uma pessoa com deficincia.
Muitas pessoas ficam confusas quando encontram com uma
pessoa
com deficincia. Isso natural. Todos ns podemos nos sentir
desconfortveis
diante do diferente. Esse desconforto diminui e pode ate mesmo
desaparecer
quando existem muitas oportunidades de convivncia entre pessoas
deficientes
e no deficientes.
No faa de conta que a deficincia no existe. Se voc se
relacionar
com uma pessoa deficiente como se ela no tivesse uma deficincia,
voc
estar ignorando uma caracterstica muito importante dela. Dessa
forma, voc
no estar se relacionando com ela, mas sim com outra pessoa: uma
que voc
inventou, que no real. No trate o deficiente como um ser
diferente. Ele
uma pessoa como as outras. Todos temos diferenas
individuais.
As pessoas com deficincia so pessoas como voc, tem os mesmos
direitos, os mesmos sentimentos, os mesmos receios, os mesmos
sonhos.
Aceita a deficincia. Ela existe e voc precisa lev-la em
devida
considerao. Lembre-se de que a deficincia traz limitaes, mas no
impede
a pessoa de ter uma vida normal.
No subestime as possibilidades, nem superestime as dificuldades
e
vice-versa. Permita que a pessoa com deficincia realize o que
sabe e pode
fazer sozinha. Elas tem o direito, podem e querem tomar suas
prprias
decises e assumir a responsabilidade por suas escolhas.
Ter uma deficincia no faz com que a pessoa seja melhor ou pior
do
que uma pessoa no deficiente. Por causa da deficincias, essa
pessoa pode
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encontrar dificuldade para realizar algumas atividades e, por
outro lado, possuir
extrema habilidade para fazer outras coisas. Exatamente como
todo mundo.
A maioria das pessoas com deficincia no se importam de
responder
perguntas, principalmente aquelas feitas por criana, a respeito
de sua
deficincia e sobre a realizao de algumas tarefas. Mas, se voc
tem muita
intimidade com a pessoa, evite fazer perguntar muito
intimas.
Quando quiser alguma informao de uma pessoa deficiente,
dirija-se
diretamente a ela e no a seu acompanhante ou interprete.
Sempre que quiser ajudar, oferea ajuda. Sempre espere sua oferta
ser
aceita, antes de ajudar. Sempre pergunte o modo mais adequado
para faz-lo.
Mas, no se ofenda se seu oferecimento for recusado; pois nem
sempre as
pessoas com deficincia precisam de auxilio. As vezes, uma
determinada
atividade pode ser mais vem desenvolvida sem assistncia.
Se voc no se sentir confortvel ou seguro para fazer alguma
coisa
solicitada por uma pessoa deficiente, sinta-se livre para
recusar. Nesse caso,
ser conveniente procurar outra pessoa que possa ajudar.
Voc no deve ter receio de fazer ou dizer alguma coisa errada.
Aja com
naturalidade, e tudo vai dar certo. Se ocorrer alguma situao
embaraosa,
uma boa dose de delicadeza, sinceridade e bom-humor nunca
falha.
4.1- Sobre o deficiente fsico:
Se a pessoa usar uma cadeira de rodas, importante saber que,
para
uma pessoa sentada, incmodo ficar olhando para cima por muito
tempo;
portanto, se a conversar for demorar mais do que alguns minutos,
lembre-se de
sentar, se for possvel, para que voc e ela fiquem com os olhos
no mesmo
nvel.
A cadeira de rodas (assim como as bengalas e muletas) parte
do
espao corporal da pessoa, quase uma extenso de seu corpo.
Agarrar ou
apoiar-se na cadeira de rodas como agarrar ou apoiar-se numa
pessoa
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sentada numa cadeira comum. Isso as vezes simptico se vocs
forem
amigos, mas no deve ser feito se vocs no se conhecem.
Nunca movimente a cadeira de rodas sem antes pedir permisso para
a
pessoa. Empurrar uma pessoa em cadeira de rodas no como empurrar
um
carrinho de supermercado. Quando estiver empurrando uma pessoa
sentada
numa cadeira de rodas, e parar para conversar com algum,
lembre-se de virar
a cadeira de frente, para que a pessoa tambm participe da
conversa.
Ao empurrar uma pessoa em cadeira de rodas, faa-o com
cuidado.
Preste ateno para no bate nas pessoas que caminham frente.
Subindo degraus, incline a cadeira para trs para levantar as
rodinhas
da frente e apoi-las sobre a elevao. Para descer um degrau, mais
segura
faz-lo de marcha a r, sempre apoiando par que a descida seja
sem
solavancos. Para subir ou descer mais de um degrau em seqncia,
ser
melhor pedir a ajuda de outra pessoa.
Se voc estiver acompanhando uma pessoa deficiente que anda
devagar, com auxilio ou no de aparelhos ou bengalas, procure
acompanhar o
passo dela.
4.2 - Sobre o deficiente mental:
Voc deve agir naturalmente ao dirigir-se a uma pessoa com
deficincia
mental. Trate-o com respeito e considerao. Se for uma criana,
trate-a como
criana. Se for adolescente, trate-o como adolescente. Se for uma
pessoa
adulta, trate-a como tal.
No ignore. Cumprimente e despea-se delas normalmente, como
faria
com qualquer pessoa. D ateno a elas, converse, e vai ver como
ser
divertido. No superproteja. Deixa que ela faa ou tente fazer
tudo o que puder.
Ajude apenas quando for realmente necessrio. No subestime
sua
inteligncia. As pessoas com deficincia mental levam mais tempo
para
aprender, mas podem adquirir muitas habilidades intelectuais e
sociais.
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As pessoas com deficincia mental, geralmente, so muito
carinhosas.
4.3 - Sobre o deficiente visual:
Nem sempre as pessoas cegas ou com deficincia visual precisam
de
ajuda, mas se encontrar alguma que parea estar em dificuldades,
identifique-
se, faa-a perceber que voc esta falando com ela e oferea seu
auxilio. Nunca
ajude sem perguntar antes como deve faz-lo.
Caso sua ajuda como guia seja aceita, coloque a mo da pessoa em
seu
cotovelo dobrado. Ela ir acompanhar o movimento de seu corpo
enquanto
voc vai andando. Procure andar com um cego sempre que possvel em
linha
reta ao atravessar praas, avenidas e ruas, para que ele no se
desoriente.
sempre bom voc avisar antecipadamente a existncia de
degraus,
pisos, escorregadios, buracos e obstculos em geral, durante o
trajeto. Num
corredor estreito, por onde s possa passar uma pessoa, coloque
seu brao
para trs, de modo que a pessoa cega possa continuar a seguir
voc.
Para ajudar uma pessoa cega a sentar-se, voc deve gui-la at
a
cadeira e colocar a mo dela sobre o encosto da cadeira,
informando se esta
tem brao ou no. Deixe que a pessoa sente-se sozinha.
No deixe nada no caminho por onde uma pessoa cega costuma
passar.
Para tomar um carro, encaminhe o cego na direo em que ele
dever
entrar, colocando-lhe a mo na parte superior da porta para sua
melhor
orientao. Se a porta do carro estiver fechada, coloque-lhe a mo
na
maaneta da porta, e ele se orientar para o interior do
carro.
Ao apresentar um cego a algum, faa-o na posio correta, isto ,
de
frente para a pessoa a quem voc o est apresentando; isto evitar
que ele
estenda a mo para o lado contrrio aquele onde a pessoa se
encontra.
Quando for embora, avise sempre o deficiente visual.
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4.4 - Sobre o deficiente auditivo ou surdo:
No correto dizer que algum surdo-mudo. Muitas pessoas surdas
no falam porque no aprenderam a falar. Muitas fazem a leitura
labial, outras
no.
Quando quiser falar com uma pessoa surda, se ela no estiver
prestando ateno em voc, acene para ela ou toque em seu brao
levemente,
fale de maneira clara pronunciando bem as palavras, mas no
exagere. Use a
velocidade normal, a no ser quando a pessoa pedir que fale mais
devagar.
Use o tom de voz normal a no ser que lhe peam para falar mais
alto. Gritar
nunca adianta. Fale diretamente com a pessoa, no de lado ou atrs
dela.
Faa com que sua boca esteja bem visvel. Gesticular ou segurar
algo em
frente boca torna impossvel a leitura labial. Usar bigodes tambm
atrapalha.
Quando falar com uma pessoa surda, tente ficar num lugar
iluminado.
Evite ficar contra a luz (de uma janela por exemplo), pois isso
dificulta ver seu
rosto.
Se souber Libras, tente us-la. Se a pessoa surda tiver
dificuldades em
entender avisar. De modo geral, suas tentativas sero apreciadas
e
estimuladas.
Seja expressivo ao falar. Com as pessoas surdas no podem
ouvir
mudanas sutis de tom de voz que indicam sentimentos de alegria,
tristeza,
sarcasmo ou seriedade, as expresses faciais, os gestos e o
movimento do
seu corpo sero excelentes indicaes do que voc quer dizer.
Enquanto estiver conversando, mantenha sempre contato visual;
se
voc desviar o olhar, a pessoa surda pode achar que a conversa
terminou.
Nem sempre a pessoa surda tem uma boa dico. Se tiver
dificuldade
para compreender o que ela esta dizendo, no se acanhe em pedir
que repita.
Geralmente, as pessoas surdas no se incomodam de repetir quantas
vezes
for preciso, para que sejam entendidas.
Se for necessrio, comunique-se por meio de bilhetes. O
importante se
comunicar. O mtodo no to importante.
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Quando a pessoa surda estiver acompanhada de um interprete,
dirija-se
a pessoa surda e no ao interprete.
4.4.1 - Tipos de surdez:
A surdez pode ser classificada em quatro nveis diferentes, tais
como:
1. Surdez leve: perda auditiva de at 40 dB. No impossibilita o
sujeito de
adquirir, de maneira mais prxima da natural, a lngua oral.
Embora
possa ter algumas dificuldades.
2. Surdez moderada: perda entre 40 dB e 70 dB. O paciente s
conseguir
escutar sons mais altos e apresentar maior dificuldade no que se
refere
aquisio da linguagem oral.
3. Surdez severa: perda entre 70 dB e 90 dB. A compreenso
verbal
depender da aptido no uso da percepo visual para observar o
contexto.
4. Surdez profunda: perda superior a 90 dB, a gravidade tal que
o sujeito
s conseguir perceber e identificar a voz humana com os
devidos
suportes.
As classificaes variam de acordo com a rea, autores, estudiosos
e
pesquisadores. A observncia no aproveitamento do resduo auditivo
do
indivduo tambm considerada no desenvolvimento de cada um.
5 - O que LIBRAS?
uma lngua completa, no mmica nem apenas gestos. captada
pela viso e produzida pelos movimentos do corpo, especialmente
as mos. A
libras constituda por todos os componentes pertinentes as lnguas
orais,
como: gramtica, semntica, pragmtica e outros elementos,
preenchendo
assim, os requisitos cientficos para ser considerada
instrumental lingstico de
poder e fora.
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Sendo a lngua que surgiu nas comunidades surdas a que mais
se
adapta expresso dos surdos. No se deve dizer linguagem de sinais
pois a
Libras comparvel a qualquer outros idioma do mundo.
A lngua brasileira de sinais, LIBRAS, a forma de comunicao e
expresso gestual, capaz de transmitir idias e fatos.
reconhecida
cientificamente como sistema lingstico de comunicao
visual-motor, prprio
das comunidades surdas brasileiras e consideradas uma lngua
completa, com
estrutura independente da lngua portuguesa, e que possibilita
o
desenvolvimento cognitivo dos surdos, favorecendo a aquisio
de
conhecimentos culturais da sociedade. Os usurios de LIBRAS so os
surdos,
seus familiares, profissionais da rea da surdez e todos que
convivem ou
trabalham com surdos ou tenham interesse por utilizar, pesquisar
e aprender
esta lngua.
As comunidades surdas do Brasil lutaram por anos para serem
respeitadas enquanto minorias lingsticas por isso reivindicaram
o
reconhecimento oficial da LIBRAS como um direito cidadania.
Assim, a LIBRAS foi reconhecida no ano de 2002, no dia 24 de
abril
atravs da Lei n 10.436 e regulamentada em 2005 pelo Decreto n
5.626.
5.1 - Legislao:
LEI N 10.436, DE 24 DE ABRIL DE 2002.
Dispe sobre a Lngua Brasileira de Sinais - Libras e d outras
providncias.
O PRESIDENTE DA REPBLICA Fao saber que o Congresso Nacional
decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1o reconhecida como meio legal de comunicao e expresso a
Lngua Brasileira de Sinais - Libras e outros recursos de expresso a
ela associados.
Pargrafo nico. Entende-se como Lngua Brasileira de Sinais -
Libras a forma de comunicao e expresso, em que o sistema lingstico
de natureza visual-motora, com estrutura gramatical prpria,
constituem um sistema lingstico de transmisso de idias e fatos,
oriundos de comunidades de pessoas surdas do Brasil.
-
18
Art. 2o Deve ser garantido, por parte do poder pblico em geral e
empresas concessionrias de servios pblicos, formas
institucionalizadas de apoiar o uso e difuso da Lngua Brasileira
comunidades surdas do Brasil.
Art. 3o As instituies pblicas e empresas concessionrias de
servios pblicos de assistncia sade devem garantir atendimento e
tratamento adequado aos portadores de deficincia auditiva, de
acordo com as normas legais em vigor.
Art. 4o O sistema educacional federal e os sistemas educacionais
estaduais, municipais e do Distrito Federal devem garantir a
incluso nos cursos de formao de Educao Especial, de Fonoaudiloga e
de Magistrio, em seus nveis mdio e superior, do ensino da Lngua
Brasileira de Sinais - Libras, como parte integrante dos Parmetros
Curriculares Nacionais - PCNs, conforme legislao vigente.
Pargrafo nico. A Lngua Brasileira de Sinais - Libras no poder
substituir a modalidade escrita da lngua portuguesa.
Art. 5o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicao.
Braslia, 24 de abril de 2002; 181o da Independncia e 114o da
Repblica.
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO Paulo Renato Souza
Texto publicado no D.O.U. de 25.4.2002
A partir do momento em que a lngua de sinais foi
oficialmente
reconhecida, os surdos passaram a ter garantia de uso da Libras
enquanto
direito lingstico. Conseqentemente as instituies se viram
obrigadas a
garantir o acesso das pessoas surdas atravs dos ILS.
No dia 24 de abril de 2002, foi homologada a lei federal que
reconhece a lngua brasileira de sinais como lngua oficial das
comunidades surdas brasileiras. Tal lei representa um passo
fundamental no processo de reconhecimento e formao do profissional
intrprete da lngua de sinais no Brasil, bem como, a abertura de
vrias oportunidades no mercado de trabalho que so respaldadas pela
questo legal. (QUADROS, 2004, p.15).
-
19
No dia 22 de dezembro de 2005 o Presidente da Repblica Luiz
Incio
Lula da Silva regulamentou a Lei n 10436 atravs do Decreto n
5626 que
refora a importncia da Libras e a necessidade do profissional
ILS nos mais
diversos ambientes.
5.2 - Gramtica:
A libras formada por cinco parmetros:
1. Expresso facial/corporal pode ser:
Muitos sinais tem como trao diferenciador a expresso
facial/corporal, como
os sinais alegre e triste. H sinais feitos somente com a
bochecha como ladro,
ato-sexual; sinais feitos com a mo e expresso facial, como o
sinal de bala, e
h ainda sinais em que sons e expresses faciais complementam os
traos
manuais; como os sinais helicptero e moto.
Um advrbio de modo: OLHAR (espantado), / OLHAR
(desdenhosamente);
Um intensificador: BONITINH@ - BONIT@ - BONITA@.
2. Movimento:
os sinais podem ter um movimento ou no.
Sinais com movimento: ( sonhar, brincar, consertar, sbado,
domingo)
Sinais sem movimento: (pensar, ajoelhar, em p, casa, sentar)
Uma marca de aspecto ou modo de realizao da ao:
1. TRABALHAR / TRABALHAR CONTINUAMENTE
2. DAR / DAR A CADA UM
3. VARRER / VARRENDO
4. ANDAR / ANDAR CAMBALEANDO (ANDAR DE ANIMAL)
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20
5. FALAR / FALAR DEMASIADAMENTE.
6. Configurao de mo:
Pode ser um classificador, ou seja, uma marca de gnero (animado:
pessoa e
animais / inanimado: coisas). Essa marca prende-se ao verbo.
Frase: O carro bateu em uma pessoa.
PESSOA CARRO COLIDIR
7. Ponto de articulao:
Lugar onde se posiciona a mo.
Ex.: os sinais trabalhar , Brincar, consertar so feitos no espao
neutro e os
sinais esquecer, aprender, pensar so realizados na testa.
Pode ser uma marca de concordncia verbal com o locativo adjunto
adverbial
de lugar.
Frase: Eu coloco o copo na mesa.
MESA COPO (objeto arredondado) COLOCAR
8. Orientao da(s) mo(s):
Os sinais tem uma direo com relao aos parmetros. Assim os verbos
ir e
vir se opem em relao direcionalidade, como os verbos subir e
descer,
acender e apagar, abrir-porta e fechar-porta.
Uma concordncia verbal numero-pessoal. Ex.: Eu pergunto a voc #
Voc me
pergunta.
Um advrbio de tempo: ex.: ano e ano-passado.
5.2.1 A incorporao da negao.
-
21
Na Libras pode acontecer a incorporao da negao em alguns
verbos
que possuem um determinado movimento em um primeiro momento, e
finaliza-
se com um movimento contrrio, que caracteriza a negao
ncorporada, como
nos verbos: QUERER / QUERER-NO; GOSTAR / GOSTAR-NO.
A negao tambm pode se incorporar simultaneamente ao
movimento
ou expresso corporal, como nos verbos: TER / TER-NO; PODER /
PODER-
NO.
A negao, alm de poder ocorrer atravs dos advrbios no e nada,
pode-se construir uma frase negativa, como no exemplo: EU INGLS
SABER
NO, ENTENDER NADA eu no sei ingls, no entendo nada.
5.2.2 - Sinais em contextos:
Na libras, como em ingls, h muitos sinais que so invariveis
e
somente no contexto pode-se perceber se esto sendo utilizados
com a funo
de verbo ou de nome. Exemplos:
1. AVIO / IR DE AVIO.
2. CADEIRA / SENTAR
3. FERRO / PASSAR COM FERRO
4. PORTA / ABRIR PORTA
5. BRINCADEIRA / BRINCAR
6. TESOURA / CORTAR COM TESOURA
7. BICICLETA / ANDAR DE BICICLETA
8. CARRO / DIRIGIR CARRO
9. VIDA / VIVER
Alguns destes pares apresentam uma diferena em relao ao
parmetro
movimento, como o verbo IR DE AVIO, que tem um movimento
mais
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22
alongado, em relao ao substantivo AVIO, e PASSAR COM FERRO,
que
tem um movimento mais repetido e alongado, em oposio ao
movimento
repetido e retido para o nome FERRO.
Na libras tambm pode-se criar um novo sinal a partir de dois ou
mais sinais
que se combinam e do origem a uma outra forma, um outro sinal.
Ex.:
CAVALO^LISTRA PELO CORPO (Zebra); MULHER^BEIJO NA MO
(Me); CASA^ESTUDAR (Escola); CASAR^SEPARAR (Divorciar);
COMER^
MEIO DIA (Almoar).; ETC..
Pode-se perceber que a libras, como qualquer outra lngua, tem
suas regras
para criar sinais e organiz-los. Portanto, ficar atento para o
uso adequado dos
sinais em contexto.
Voc sabia?
1. Cada pas tem uma lngua de sinais prpria, e a do Brasil a
LIBRAS.
2. O alfabeto manual apenas um recurso utilizado para soletrar
nomes
prprios. A Libras to complexa como as lnguas orais.
3. A libras possui uma gramtica prpria.
4. Ser surdo no significa ser mudo. Por isso, o correto dizer
apenas que
a pessoa surda.
5. As crianas surdas tem direito a uma educao bilnge, isto ,
aprender
a Libras e pelo menos a modalidade escrita da lngua portuguesa
na
escola.
6. As pessoas surdas tem direito garantido em lei a interprete
na escola,
nos rgos e locais pblicos, hospitais, bancos, teatros e
empresas.
7. Existe diferena entre surdo e deficiente auditivo. Surdos so
aqueles
que j nasceram com a falta de audio. J os deficientes
auditivos
perderam a audio aps o nascimento devido a um acidente ou
doena.
-
23
Todo mundo tem direito de ser como : Acessibilidade preparar o
mundo para respeitar as diferenas.
6 - O que acessibilidade?
fazer com que todas as pessoas tenham acesso a nossos
prdios,
shoppings, hospitais, escolas, transportes coletivos, teatros,
restaurantes e
ruas, garantindo assim o direito de ir e vir, o conforto e o
bem-estar. garantir
direitos iguais a todos, para que cada um, com seu jeito e
caracterstica, possa
ter a mesma oportunidade em nossa sociedade.
Para que a acessibilidade acontea preciso que toda a populao
se
mobilize, exigindo a construo de rampas, elevadores, pisos
anti-derrapantes,
sinalizao em Braille entre outros. Assim, teremos a participao
de todos nas
atividades do dia-a-dia.
Se todos contriburem para a construo da idia de acessibilidade,
o
direito de ser voc estar garantido. Com suas prprias
caractersticas, voc
pode e deve ter acesso a todos os lugares de que precisa para
ter uma vida
mais digna, independente e feliz.
Atravs da lei n 10.098 de 19 de dezembro de 2000 foi
estabelecido a
lei da acessibilidade que estabelece normas gerais e critrios
bsicos para a
promoo da acessibilidade das pessoas portadoras de deficincia ou
com
modalidade reduzida, e d outras providencias.
7- Comunidade e Cultura Surda
As comunidades surdas so espalhadas pelo Brasil. E como o
pais
muito grande e diversificado, estas comunidades possuem
diferenas
-
24
regionais, em relao a hbitos alimentares, vesturio, situao
socioeconmica, dentre outros. Estes fatores geram tambm
variaes
lingsticas regionais.
As escolas so fatores de integrao ou desintegrao das
comunidades
surdas. Dependendo da metodologia adotada se a escola rejeita a
Libras e
tenta transformar a crianas surda em ouvinte deficiente, a
criana no vai
conhecer sua comunidade e nem aprender sua lngua.
Existem escolas em cidade ou estados que no possuem associao
de
surdos, usam uma metodologia oralista, as crianas surdas criam
um dialeto
prprio entre eles e ficam desintegradas da cultura surda.
Devido a tradio oralista, h surdos que s querem falar,
usando
sempre o portugus como tambm aqueles que no dominam a libras, e
usam
o bimodalismo, que falar o portugus enquanto sinalizam.
Mas existem tambm escolas como o Ins no Rio de Janeiro que
se
comunicam em libras, os professores sabem ou esto aprendendo
libras, e
oferecem cursos para os pais dos alunos. E isso aproxima mais os
surdos da
sua cultura.
Ainda no existem estudos profundos da cultura surda, mas com
a
convivncia pode se perceber diferenas como:
8. Surdos preferem um relacionamento mais intimo com outra
pessoa
surda.
9. Suas piadas envolvem a problemtica da incompreenso da surdez
pelo
ouvinte que geralmente o portugus que no percebe bem, ou
quer
dar uma de esperto e se d mal.
10. Aborda questes de relacionamento, educao e viso de mundo
prprio do universo do surdo.
11. O surdo do seu silencio, tem um modo prprio de olhar o mundo
onde as
pessoas so expresses faciais e corporais. Como fala com as
mos,
-
25
evita us-las desnecessariamente e quando as usam, possui uma
agilidade e leveza que dificilmente um ouvinte poder
alcanar.
A cultura surda muito recente, tem pouco mais de cem anos e
somente
agora comea-se a interesse em se registrar atravs de filmes, as
narrativas
pessoais dos surdos idosos para se conhecer um pouco sua
histria.
Cultura surda: Critrios para pertencer a esta cultura.
1. Fator audiolgico: Ter perda auditiva.
2. Fator social: est associado a outros surdos, freqentar
escolas, casar-
se com surdos.
3. Fator poltico: em que medidas a pessoa influencia nos
assuntos da
comunidade civil.
4. Fator lingstico: em que a medida que o surdo (individuo) usa
a lngua
de sinais.
Caractersticas da comunidade surda:
1. Comum contato fsico-toque, quando longe, usa acenar, pisar no
cho,
gritar o nome, acender ou apagar a luz.
2. Assegurando a comunicao gostam de pessoas que usam muitos
sinais.
3. Surdos vem as atitudes dos ouvintes em relao privacidade
com
perplexidade e irritao.
4. Virar as costas contato ocular bastante valorizado virar as
costas
um insulto.
5. Dizer adeus: chegada e partida do surdo demorada,
sinalizada
(combinam encontros e repetem a data e o horrio), explicam onde
vo
e o que iro fazer.
-
26
Como comunicar-se com a pessoa surda:
Ao encontrar um surdo, se voc no sabe lngua de sinais,
observe:
6. No gritar;
7. Posicionar-se na frente da pessoa;
8. Para chamar sua ateno abane as mos no campo visual do surdo
e
ou toque a pessoa gentilmente;
9. Feito o contato visual, olhos nos olhos, fale calmamente em
tom de voz
normal articulando bem as palavras sem exagerar;
10. Utilize a comunicao visual, se voc sabe, mesmo que poucos
sinais,
use-os! No se envergonhe de apontar, desenhar, escrever ou
dramatizar.
8 - Interprete de lngua de sinais
O interprete de lngua de sinais a pessoa que traduz mensagens
da
lngua portuguesa para a Libras e vice-versa, sem perder o seu
sentido original.
Para o exerccio da profisso necessrio: ser maior de 18 anos,
ter
completado o ensino mdio, ser fluente nas duas lnguas envolvidas
e ser
certificado no curso de interpretao em lngua de sinais aprovado
por entidade
representativa da comunidade surda.
Os servios de interpretao so necessrios em:
11. Palestras e conferencias;
12. Entrevistas e trmites como trabalho, consultas mdicas,
audincias
judicirias, etc.
13. Aulas onde o professor no seja fluente em Libras e nas
universidades;
14. Situaes em que a interao entre pessoas surdas e ouvintes
no
usurios de lngua de sinais seja intensa, de longa durao e/ou
de
relevante importncia.
-
27
Falhas do interprete:
15. Inferncia
16. Omisso
17. Se eximir do seu papel; ou seja; no colocar seu ponto de
vista.
Outras leis que respaldam o trabalho do interprete:
18. Lei 10.098/00 (Acessibilidade)
19. Lei 10.172/01 ( Plano nacional de educao)
20. Resoluo 02/2001 ( Diretrizes Nacionais para a Educao
Especial na
Educao Basica).
21. Portaria 1679/99 (Educao Superior).
Aspectos a serem considerados no Brasil:
22. Aceitao da lngua de sinais;
23. Direito das pessoas surdas a oportunidades sociais, com a
maioria da
sociedade;
24. A legalizao do direito das pessoas surdas de terem
disponveis
servios de interpretao gratuitamente;
25. O reconhecimento do interprete de lngua de sinais como
um
profissional;
26. A correspondncia entre o nmeros de interpretes requeridos e
a
demanda;
-
28
27. O estabelecimento de cursos de formao de interpretes com
treinamento e educao formal;
28. As atitudes das pessoas surdas e ouvintes quanto necessidade
dos
servios de interpretes.
8.1 - O interprete educacional:
Aspectos negativos:
29. O surdo fica dependente demais
30. Quando o interprete tem viso paternal
31. Quando as pessoas no esto cientes da funo
32. Quando o aluno surdo desconhece LIBRAS
33. O interprete tem pouca fluncia em LIBRAS/no consegue passar
o
contedo da mesma forma que o professor
34. exaustivo para o interprete trabalhar sozinho
35. Relaes de poderes
Aspectos positivos:
36. O surdo tem acesso informaes
37. O surdo sente-se mais seguro, tem mais chance de compreender
e ser
compreendido;
38. A libras passa a ser divulgada, utilizada de maneira mais
adequada e
valorizada;
39. O interprete tem proficincia lingstica, e interculturalidade
com os
surdos;
40. O interprete e os surdos respeitam os espaos um dos
outros.
-
29
13 - VOCABULRIO:
Saudaes:
Bom dia! Boa tarde! Boa noite! Oi!
Bem vindos! Obrigado! Por favor! Desculpa.
Verbos:
Fazer Acontecer Conhecer Estudar
Trabalhar Participar Passear Querer
Alugar Gostar Encontrar Procurar
Pedir Ensinar Lembrar Parar
Chegar Sair Fugir Aprender
Explicar Comear Terminar Precisar
Mudar Perguntar Aproximar Cair
Nascer Convidar Visitar Desculpar
Vender Pagar Acreditar Falar
Famlia:
Pai Me Filho Irmo
Marido Esposa Av Neto
Tio Primo Sobrinho Cunhado
Sogro Namorado Noivo Casado
Solteiro Separado Divorciado Famlia
-
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Interrogativas:
O que? Quem? Como? Quando?
Qual? Porque? Onde? Quantos?
Quanto custa? Para qu? Quem ? Quantas horas?
Lugares:
Escola Hospital Igreja Empresa
Banco Faculdade Supermercado Farmcia
Restaurante Padaria Shopping Cinema
Correios Metr Pizzaria Rodoviria
Prefeitura Museu Casa Hotel
Loja Aeroporto Delegacia Bar
Teatro Parque Clube Feira
Oficina Escritrio Associao Banheiro
Banco Portaria Nova Cana
Cidades, Estados, Pases:
Betim Contagem Belo Horizonte Rio de janeiro
So Paulo Vitria Espirito Santos Brasil
Argentina Europa Portugal Inglaterra
Dia da semana, horas, meses...
Dia Semana Ms Ano
Hoje Amanh Ontem Feriado
Segunda Tera Quarta Quinta
Sexta Sabado Domingo Janeiro
Fevereiro Maro Abril Maio
-
31
Junho Julho Agosto Setembro
Outubro Novembro Dezembro Hora
8:00 9:45 14:00 15:50
20:30 21:20 2:30 3:10
Meio-dia Meia-noite Relgio
Escolares:
Lpis Borracha Rgua Caneta
Caderno Livro Recreio Apontador
Adjetivos:
Bonito Feio Horrivel Falso
Metido Orgulhoso Humilde Curioso
Calmo Nervoso Chato Legal
Educado Mal educado Mau Bom
tico Inteligente Responsvel Irresponsvel
Sentimentos:
Lpis Borracha Rgua Caneta
Caderno Livro Recreio Apontador
Transportes:
Carro Trem Navio Empilhadeira
nibus Metr Caminho Bicicleta
Moto Avio Ambulncia Helicoptero
-
32
Cores:
Preto Branco Azul Verde
Vermelho Marrom Amarelo Cinza
Laranjado Rosa Vinho Roxo
Frutas:
Ma Laranja Melancia Uva
Banana Abacaxi Manga Coco
Tamanho/Dimenso:
Muito Grande Alto Longe
Profundo Mdio Pouco Pequeno
Baixo Perto Metade
Profisses:
Diretor Intrprete Mdico Gerente
Dentista Engenheiro Motorista Professor
Psiclogo Advogado Fisioterapeuta Cabelereiro
Animais:
Cachorro Gato Porco Peixe
Girafa Elefante Leo Vaca
Cobra Tartaruga Urso Sapo
Objetos:
Televiso Telefone Celular DVD
Geladeira Fogo Mesa Cadeira
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Computador Som Sof Cama
Substantivo:
Papel Metal Colher Caf
Futebol Revista Garfo Refrigerante
Bola Jornal Faca Cerveja
Vinho Campo Mesa gua
-
34
REFERNCIAS BIBLIOGRAFICAS:
Referncias Bsicas: 1. BOTELHO, Paula. Surdos oralizados e
identidade surda. Belo Horizonte. Autntica, 2002.
2. FELIPE, Tanya A, MONTEIRO, Myrna S. Libras em contexto: curso
bsico, livro do professor instrutor. Braslia. Programa Nacional de
Apoio Educao dos Surdos,
MEC: SEESP, 2001.384P.
3.QUADROS, Ronice Muller de KARNOPP, Lodenir Becker. Lngua de
Sinais Brasileira Estudos Lingsticos. Porto Alegre: Artmed,
2004.
4. QUADROS, Ronice Muller de, SCHMEIEDT, Magali L. P. Idias para
ensinar portugus para alunos surdos. Braslia: MEC/SEEP, 2006.
120p.
5. SKLIAR, Carlos (org). Um olhar sobre o nosso olhar acerca da
surdez e das
diferenas.
In: A surdez: um olhar sobre as diferenas.Porto Alegre: Mediao,
1998.
6. ARRIENS, Marco Antnio. Histria dos surdos no mundo. Curitiba:
PROVLIS (Produtora de Vdeo e Literatura para Surdos), 2001.
(mimeo).
Referncias Complementares: 1. CAPOVILLA, Fernando Csar, RAPHAEL,
Walkria Duarte. Dicionrio
Enciclopdico Ilustrado Trilnge da Lngua de Sinais Brasileira.
V.1. Sinais de
A a L. 3 edio. So Paulo: Editora da universidade de So Paulo,
2006.
2. Dicionrio virtual de apoio:
http://www.acessobrasil.org.br/libras/
3. Dicionrio virtual de apoio:
http://www.dicionariolibras.com.br/
4. Legislao Especfica de Libras
MEC/SEES-Phttp://portal.mec.gov.br/seesp
5.Brasil. Lei 10.436, de 24 abril 2002. Dispe sobre a Lngua
Brasileira de Sinais (LIBRAS) e d outras providncias. Disponvel em:
Acesso em: 24 setembro de 2011.
6.Brasil. Decreto 5626, de 22 dez 2005 - Regulamenta a Lei no
10.436, de 24 de abril de 2002, que dispe sobre a Lngua Brasileira
de Sinais - Libras, e o art. 18 da Lei no 10.098, de 24 setembro de
2011.