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1. Terminologia, definições da logística e Evolução do conceito de Logística
A palavra Logística deriva do francês, do verbo loger alojar - Logistique Logística. O termo
é de origem militar e que significa a arte de transportar, abastecer e alojar tropas (a parte da arte da guerra
que trata do planejamento e da realização de: projeto e desenvolvimento, obtenção, armazenamento,
transporte, distribuição, reparação, manutenção e evacuação de material para fins operativos ou
administrativos).
Com o passar do tempo o significado foi se tornando mais amplo, chegando a abranger outras
áreas como a gerência de estoques, armazenagem e movimentação. Pela definição do Council of Logistics
Management, "Logística é a parte do Gerenciamento da Cadeia de Abastecimento que planeja, implementa
e controla o fluxo e armazenamento eficiente e econômico de matérias-primas, materiais semi-acabados e
produtos acabados, bem como as informações a eles relativas, desde o ponto de origem até o ponto de
consumo, com o propósito de atender às exigências dos clientes”.
1.1 História da logística
Desde os tempos bíblicos os líderes militares já se utilizavam da logística. As guerras eram longas e
geralmente distantes, eram necessários grandes e constantes deslocamentos de recursos. Para transportar as
tropas, armamentos e carros de guerra pesados aos locais de combate onde eram necessários um
planejamento, organização e execução de tarefas logísticas,(Dias, 2005, p. 27).Até o fim da Segunda
Guerra Mundial a Logística esteve associada apenas às atividades militares. Após este período, com o
avanço tecnológico e a necessidade de suprir os locais destruídos pela guerra, a logística passou também a
ser adotada pelas organizações e empresas civis.
1.2 Evolução das atividades logísticas
A Logística nasceu com a própria evolução da humanidade. Nos primórdios dos tempos, o homem era um
ser que somente caçava e coletava frutos para consumo próprio, portanto ele comia seu alimento no local
onde foi conseguido. Com o tempo, o homem foi se socializando e criando a necessidade de estocar
alimentos para uma família ou clã. Com isso surgem as primeiras atividades Logísticas. Porém, foi na área
militar que a Logística alcançou seu maior crescimento, através das grandes campanhas principalmente na
Europa. No campo empresarial, a Logística tomou uma forma mais consistente com a Revolução
Industrial. Na época, quando as empresas começaram a surgir e a necessidade por novos produtos era uma
constante, a Logística foi o alicerce fundamental para a sustentação do sistema.
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2. Definição estrutural e organizacional dos tipos de operações logísticas
Cada vez mais as empresas de diversos setores estão concentrando seus esforços na implantação
de conceitos logísticos nos processos produtivos de suas empresas. Fatores como aumento da concorrência,
globalização de mercados e desenvolvimento da tecnologia da informação, tornaram o estudo da logística
atividade fundamental como forma de reduzir os custos logísticos e disponibilizar o produto ao cliente,
onde quer que ele esteja. Para que se tenha um gerenciamento logístico eficaz, é necessário planejar a
operação do sistema logístico, definindo a estrutura interna na empresa, controlando o fluxo de bens e
serviços e planejando as atividades logísticas.
O Gerenciamento Logístico enfatiza a idéia de fluxo, tanto o fluxo físico quanto o financeiro e o
de informações, tendo como principais operações logísticas: as atividades de movimentação,
armazenamento, estoque, controle de entrada e saída de materiais transporte, distribuição física que
devem ser planejadas visando suas otimizações, com as decisões sendo tomadas, tendo em vista os seus
impacto nos custos totais de toda a cadeia. O tipo de estrutura organizacional necessária a logística depende
da natureza da firma, dos locais onde os custos logísticos acontecem e onde as necessidades de serviço
logístico são maiores. A organização pode centrar-se na administração de materiais, na distribuição física,
ou em ambas; em cada um desses casos, o tipo de organização a ser planejada irá variar de caso para caso.
A estratégia para efetuar-se um controle das operações logísticas, envolve a execução das
seguintes etapas:
1-Definição de metas e padrões de desempenho
2- Medida do desempenho
3- Tomada de ações corretivas
Definições de metas e padrões de desempenho Etapa fundamental, defini até que ponto a empresa
pretende se posicionar no mercado. No caso de desejar ser líder de desempenho em alguma medida, deve
alcançar um nível de desempenho superior a todos seus concorrentes, e muitas vezes isto implica em custos
elevados. Por isso, é fundamental planejar estes padrões de desempenho de acordo com a estratégia
}
Previsão Demanda
Compras
Planej. Requirimentos
Planej. Produção
Inventário produção
Armazenagem
Manseio de Materiais
Embalagem Ind.
Inventário prod. acab
Plan. distribuição
Proces. ordem
Transporte
Serviço ao cliente }
}
}
}
Distribuição Física
Gerenciam. Materiais
Logistica Integrada
1950 1970 1990 1980 1960
Controle Produção
2000
}
Gerenciam. Logístico
Administração Materiais
Logistics do Negócio
Ambiente
Foco da
Indústria
Foco da Logística
Volume Vendas e MKT Des. Capital Competição Globalização
Custos Serviço Lucratividade Qualidade Tempo
Estoque Distribuição Produção Compra/prod.
Venda
Processo/Negócio
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O objetivo da medida de desempenho é obter informações sobre o desempenho das atividades
logísticas, aferindo a performance do sistema, percebendo pontos falhos e gerando dados para conhecer
melhor a estrutura do processo. A avaliação das atividades logísticas pode ser feita por meio de algumas
medidas de desempenho e/ou por benchmarking, neste caso, comparando o resultados com os indicadores
das empresas que possuem a excelência neste item.
A escolha da estrutura organizacional é peça fundamental para facilitar a implantação desta nova
forma de gerenciamento, e obter os resultados esperados. Qualquer empresa que queira modificar sua
forma de gestão para um modelo voltado para a logística, Comparação feita pelo administrador ou pelo
computador Padrões ou metas Relatórios, auditorias ou informação Ação corretiva Atividades logísticas.
3. Etapas essenciais da logística: Cadeia de suprimentos, movimentação de materiais, armazenagem, distribuição, e transporte.
3.1 Cadeia de suprimentos
A gestão da cadeia de suprimentos é um processo que consiste em gerenciar estrategicamente
diferentes fluxos (de bens, serviços, finanças, informações.A logística de suprimentos é o ramo da logística
empresarial que trata dos fluxos de matéria-prima e de produtos para a organização, sendo o objetivo da
logística de suprimentos e satisfazer às necessidades de materiais da operação. A boa administração da
logística de suprimentos significa coordenar a movimentação de suprimentos com as exigências de
operação (BALLOU, 2003).
3.2 Movimentações de materiais
Definição - A movimentação de material refere-se ao movimento de produtos em uma pequena distância
dentro de uma área. Deslocamento de qualquer material em qualquer superfície ou combinação de
superfícies, por quaisquer meios que incluam a estocagem (movimento com velocidade zero) numa mesma
empresa. O deslocamento entre as empresas é denominado transporte
Conceituação - Movimentação de materiais é definida pelo Material Handling Industry of America
(MHIA) como “deslocamento, armazenagem, proteção e controle de materiais através da fábrica e nos
processos de distribuição, incluindo seu consumo e disponibilidade”.A movimentação de materiais deve ser
feita de forma segura, eficiente, com baixo custo, na hora certa, com acurácia (o material correto na
quantidade correta para o local correto) e sem danos aos materiais.
Deslocamento de cargas - Alguns autores diferenciam o deslocamento de cargas no âmbito das fábricas
do deslocamento externo, ou seja, entre fábricas, de fábrica para centros de distribuição ou de consumo.
Dentro da fábrica, este deslocamento pode ser:
Manuseio: deslocamento utilizando a força física dos operários.
Movimentação: deslocamento utilizando equipamentos adequados.
Fora da fábrica, o deslocamento é denominado transporte.
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Princípios da movimentação de materiais
Princípio 1 – Princípio do Planejamento Toda movimentação de materiais deve ser resultado de um
plano no qual as necessidades, os objetivos de desempenho e a especificação funcional dos métodos
propostos estejam totalmente definidos desde o início.
Princípio 2 – Princípio da Padronização Os métodos de movimentação de materiais, equipamentos,
controles e softwares devem ser padronizados dentro de limites para que se atinja os objetivos totais de
desempenho sem sacrificar a flexibilidade, a modularidade e rendimento.
Princípio 3 – Princípio do Trabalho O trabalho de movimentação de materiais deve ser minimizado sem
sacrificar a produtividade e o nível dos serviços requerido para a operação.
Princípio 4 – Princípio Ergonômico As capacidades e limitações humanas devem ser reconhecidas e
respeitadas no projeto das tarefas de movimentação, dos equipamentos e das operações.
Princípio 5 – Princípio da Carga Única (unitizada) As cargas unitizadas devem ter tamanho e
configuração apropriados para alcançar os objetivos de movimentação de materiais e de inventário, em
cada estágio da cadeia de suprimentos.
Princípio 6 – Princípio da Utilização de Espaço O uso do espaço disponível deve ser eficaz e eficiente.O
espaço em movimentação de materiais é tridimensional, normalmente considerado cúbico.Em áreas de
armazenagem o objetivo da máxima densidade armazenada deve ser balanceado em relação à
acessibilidade e à facilidade de selecionar itens.
Princípio 7 – Princípio Sistêmico As atividades de movimentação e armazenagem devem ser totalmente
integradas para formar um sistema operacional coordenado que envolve recepção, inspeção, armazenagem,
produção, montagem, embalagem, unitização, seleção, expedição, transporte e movimentação de retorno.
Princípio 8 – Princípio da Automação As operações de movimentação devem ser mecanizadas ou
automatizadas onde puderem aumentar a eficiência e reduzir custos, eliminando o trabalho manual
repetitivo ou potencialmente inseguro.
Princípio 9 – Princípio do Meio-ambiente O impacto no meio-ambiente e o consumo de energia devem
ser considerados como critério no projeto e seleção de alternativas de equipamentos e sistemas de
movimentação de materiais.
Princípio 10 – Princípio do Custo do Ciclo de Vida Uma análise econômica completa deve considerar o
ciclo de vida total de toda a movimentação de materiais e os sistemas resultantes.O custo do ciclo de vida
inclui todas as despesas que ocorrem entre o instante no qual o primeiro valor é gasto para planejar um
novo método de movimentação até a substituição total do método, peças ou equipamentos.
As empresas passaram então a administrar melhor os suprimentos. Houve um interesse maior na
redução de custos, produtividade e qualidade, ao passo que a inflação deixava o custo do capital mais caro.
O cenário levou as empresas a focarem também na questão da Logística integrada. Esta começava a ser
entendida dentro do contexto mais amplo da administração de materiais.
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4- Atividades de Suporte da logística. Logística Empresarial.
A Logística possui atividades primárias que são (1) transportes, (2) Manutenção de estoques e (3)
Processamento de pedidos. Porém existem também as atividades de apoio que são (1) Armazenagem, (2)
Manuseio de materiais (3) Embalagem de produção (4) Obtenção (5) Programação de produtos (6)
Manutenção da informação.
3.1 Atividades primárias
Identifica aquelas atividades que são de importância primária para que se possa atingir os objetivos
logísticos de custo e nível de serviço. Estas atividades são:
Transportes: Considerada por muitos a atividade mais notória e conhecida no meio empresarial, os
transportes é a atividade básica que trata da movimentação de materiais tanto interna como externamente.
Ela absorve cerca de 2/3 dos custos logísticos. Os transportes agregam valor de lugar.
Manutenção de estoques: Muitas vezes não é viável providenciar produção ou entrega instantânea a
clientes. Para se atingir um grau de disponibilidade maior, é necessário manter estoques. Eles servem como
amortecedores entre a oferta e a demanda. Porém o uso extensivo pode acarretar num aumento nos custos
logísticos na ordem de 2/3. Os estoques agregam valor de tempo.
Processamento de pedidos: Os custos com processamento de pedidos são geralmente inferiores aos
demais, porém ela consiste em uma atividade primária por ser um elemento crítico para se levar produtos
aos clientes o mais rápido possível.
Apesar de transportes, manutenção de estoques e processamento de pedidos serem os principais
ingredientes que contribuem para a disponibilidade e a condição física de bens e serviços há uma série de
atividades que apóiam essas atividades primárias. São elas:
Armazenagem: Refere-se à administração do espaço necessário para manter estoques. Envolve problemas
como localização, dimensionamento de área, arranjo físico, recuperação de estoque, projeto de docas ou
baías de atração e configuração do armazém.
Manuseio de materiais: Está associada com a armazenagem e a manutenção de estoques. Refere-se à
movimentação de materiais nos locais de estocagem.
Embalagem de proteção: Um dos objetivos da Logística é movimentar produtos sem danificá-los de
forma econômica. A Logística auxilia na definição da melhor embalagem.
Obtenção: É a atividade ligada à compra de insumos de fornecedores, deixando estes insumos disponíveis
para o sistema logístico.
Programação do produto: É a atividade que lida com a distribuição (saída). Refere-se às quantidades
agregadas que devem ser produzidas e quando devem ser fabricadas.
Manutenção de informações: Nenhuma função logística dentro de uma firma poderia operar
eficientemente sem as necessárias informações de custo e desempenho.
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4.2 Atividades de apoio
5. Noções gerais e Tipos de Sistemas Logísticos e seus ciclos
O uso de ferramentas tecnológicas vêm crescendo desde a Revolução Industrial, onde começou-se
a substituição de homens por máquinas, nas fábricas. Nota-se que esta substituição sempre ocorreu em
níveis operacionais. Mesmo hoje, a tecnologia tem substituído desempenho humano em processos físicos
facilmente, através de automação comercial, que proporciona uma série de benefícios, mas nota-se a
dificuldade em substituir o desempenho humano em processos lógicos, por tecnologia.
5.1 Logística Integrada, ou seja, o conceito de sistema.
Um movimento em qualquer um dos componentes do sistema tem, em princípio, efeito sobre outros
componentes do mesmo sistema. A tentativa de otimização de cada um dos componentes, isoladamente,
não leva a otimização de todo o sistema. Ao contrário, leva a subotimização. Tal princípio é normalmente
conhecido como trade-off, ou seja, o princípio das compensações, ou perdas e ganhos.
O formato do canal de distribuição é definido depois de se pensar como serão distribuídos os
produtos criados e seus níveis desde a manufatura até o consumidor final caracterizando-se, desta forma, à
extensão e a amplitude, representada pelo número de empresas que nela atuam.
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O ciclo de pedido do cliente ocorre na interface entre o cliente e o varejista e inclui todos os processos
diretamente envolvidos no recebimento e no atendimento ao pedido do cliente. Normalmente, o cliente
inicia esse ciclo em um varejo. O principal objetivo desse ciclo é satisfazer a demanda do cliente. A
interação do varejista com o cliente começa quando é feito o contato com o cliente e termina quando este
recebe seu pedido. Os processos envolvidos no ciclo de pedido do cliente estão demonstrados na Figura 1.4
e incluem o seguinte:
Chegada do cliente;
Emissão do pedido do cliente;
Atendimento ao pedido do cliente;
Recebimento do pedido pelo cliente.
Chegada do cliente – O termo “chegada do cliente” refere-se ao momento em que o cliente chega ao local
onde ele tem acesso às opções e decide o que vai comprar. O ponto de partida de qualquer cadeia de
suprimento é a chegada do cliente que pode acontecer quando:
O cliente entra no supermercado para realizar a compra;
O cliente entra em contato com uma central de telemarketing para receber o pedido pelo o correio;
O cliente usa a internet ou algum link eletrônico e faz sua encomenda.
Emissão do pedido do cliente – O termo “emissão do pedido do cliente” refere-se à comunicação do
cliente ao varejista sobre que produtos ele tem interesse em adquirir. Refere-se também à distribuição dos
produtos ao cliente feita pelo varejista. No supermercado, a emissão do pedido é caracterizada pelo cliente
colocando todos os itens que pretende comprar dentro de seu carrinho de compras. No caso das
encomendas pela central de telemarketing ou pela internet, a emissão do pedido é caracterizada pelo o
cliente informando ao varejista quais os itens e quantidades selecionados.
Atendimento ao pedido do cliente – Durante o processo de atendimento ao pedido do cliente, o pedido é
atendido e enviado ao cliente. No supermercado, o cliente conduz esse processo. Em uma empresa que
recebe encomendas, esse processo normalmente abrange a retirada do pedido no estoque, a embalagem e o
envio ao cliente. Todos os estoques deverão ser atualizados, o que pode desencadear o início do ciclo de
reabastecimento. No geral, o atendimento ao pedido do cliente acontece no estoque do varejista.
Recebimento do pedido pelo cliente – Durante o processo de recebimento do pedido pelo cliente, o cliente
recebe o pedido e tem posse sobre ele. Os registros desse recibo devem ser atualizados e o pagamento em
dinheiro iniciado. No supermercado, o recebimento acontece no caixa. Na empresa que faz a entrega pelo
correio, o recebimento acontece quando o produto é entregue ao cliente.
Ciclo de reabastecimento
O ciclo de reabastecimento acontece na interface entre o varejista e o distribuidor e engloba todos os
processos ligados ao reabastecimento dos estoques do varejista. Inicia-se quando o varejista faz um pedido
para reabastecer estoques que deverão atender a uma futura demanda. O ciclo de reabastecimento é
semelhante ao ciclo de pedido do cliente com a diferença de que agora o cliente é o varejista. O objetivo do
ciclo de reabastecimento é restaurar os estoques do varejista a um custo mínimo e oferecer
simultaneamente a disponibilidade de produto necessário ao cliente.
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Acionamento do pedido do varejista;
Emissão do pedido do varejista;
Atendimento ao pedido do varejista;
Recebimento do pedido pelo varejista.
Acionamento do pedido do varejista – Ao atender à demanda do cliente, o varejista tem seu estoque
esgotado, devendo ser reabastecido para atender a solicitações futuras. Uma atividade crucial realizada pelo
varejista durante o ciclo de abastecimento é o planejamento de uma política de reabastecimento ou a
emissão de pedidos que acionem um pedido a partir de um estágio anterior (possivelmente, o distribuidor
ou o fabricante). O objetivo do acionamento do pedido de reabastecimento é maximizar a lucratividade
equilibrando disponibilidade de produto e custo.
Emissão do pedido do varejista – O processo de emissão do pedido do varejista é semelhante ao de
emissão de pedido do cliente ao varejista. A única distinção é que agora o varejista é o cliente, efetuando
seus pedidos junto ao distribuidor ou ao fabricante. O objetivo do processo de emissão do pedido do
varejista é que o pedido seja emitido com precisão e transmitido rapidamente a todos os processos da
cadeia de suprimento a ele relacionados.
Recebimento do pedido pelo varejista – Uma vez que o pedido de reabastecimento chega ao varejista, ele
deve providenciar (entregar) o que foi pedido, atualizar todos os registros de estoques e quitar todas as
contas a pagar. Esse processo envolve fluxo de produto do distribuidor para o varejista, bem como fluxo
financeiro e de informações. O objetivo do processo de recebimento do pedido pelo varejista é atualizar os
estoques a abastecer as prateleiras de maneira rápida e precisa, com o menor custo possível.
6- Desenvolvimento e gerenciamento da Cadeia de Abastecimento
Conforme Silva e Cardoso (2000), a logística de suprimentos trata de uma série de atividades que
são cíclicas e ocorrem diversas vezes ao longo do processo de produção. São elas basicamente:
a) especificação de recursos e planejamento de suprimentos;
b) emissão e transmissão de pedidos de aquisição;
c) transporte dos recursos até a obra e seu recebimento; e
d) manutenção dos suprimentos previstos no planejamento (controle e reprogramação).
Do ponto de vista operacional, um outro aspecto importante para melhoria da eficiência na gestão
da logística de suprimentos é o planejamento da produção, do qual faz parte o planejamento do suprimento
Todo modelo de gestão de cadeia de suprimentos deve incluir maneiras de melhorar a eficiência
– o ganho de rendimento – das atividades seguintes:
previsão e planejamento do equilíbrio entre oferta e demanda;
Localização de fornecedores de matérias-primas;
Fabricação do produto;
Armazenagem do produto;
Entrega do produto;
Devolução do produto pelo cliente, caso necessário;
Feedback através do serviço de atendimento ao cliente e melhoria do processo, onde necessário.
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O planejamento logístico ajudará a reduzir os custos de produção, a velocidade de entrega de seu
produto e a responder rapidamente aos pedidos de seus clientes. Além disso, simplificará o gerenciamento
de seus itens de fornecimento, o seu inventário e seus custos.
Veja onde o planejamento logístico deve ser aplicado:
Logística de entrada (inbound): fluxo de matérias-primas entregues à sua empresa para entrar no
processo produtivo;
Logística interna: circulação das matérias-primas, dos produtos sendo fabricados e dos produtos
acabados dentro de sua empresa;
Logística externa (outbound): transporte dos produtos acabados (envolvendo embalagem,
expedição, manutenção e transporte).
7. A importância da Logística para a competitividade nas organizações Empresariais
7.1 O papel da informação na logística
O fluxo de informações é um elemento de grande importância nas operações logísticas. Pedidos de
clientes e de ressuprimento, necessidades de estoque, movimentações nos armazéns, documentação de
transporte e faturas são algumas das formas mais comuns de informações logísticas.
Antigamente, o fluxo de informações baseava-se principalmente em papel, resultando em uma
transferência de informações lenta, pouco confiável e propensa a erros. O custo decrescente da tecnologia,
associado a sua maior facilidade de uso, permitem aos executivos poder contar com meios para coletar,
armazenar, transferir e processar dados com maior eficiência, eficácia e rapidez.
A transferência e o gerenciamento eletrônico de informações proporcionam uma oportunidade de
reduzir os custos logísticos através da sua melhor coordenação. Além disso, permite o aperfeiçoamento do
serviço baseando-se principalmente na melhoria da oferta de informações aos clientes.
7.2 Sistemas de Informações Logísticas
Os sistemas de informações logísticas funcionam como elos que ligam as atividades logísticas em
um processo integrado, combinando hardware e software para medir, controlar e gerenciar as operações
logísticas. Estas operações tanto ocorrem dentro de uma empresa específica, bem como ao longo de toda
cadeia de suprimentos.Podemos considerar como hardware desde computadores e dispositivos para
armazenagem de dados até instrumentos de entrada e saída do mesmo, tais como: impressoras de código de
barras, leitores óticos, GPS, etc. Software inclui sistemas e aplicativos / programas usados na logística.
Os sistemas de informações logísticas possuem quatro diferentes níveis funcionais: sistema
transacional, controle gerencial, apoio à decisão e planejamento estratégico. O formato piramidal
apresentado sugere que a implementação de um sistema transacional robusto é a base que sustenta o
aprimoramento dos outros três níveis.
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O avanço da tecnologia de informação (TI) nos últimos anos vem permitindo às empresas
executarem operações que antes eram inimagináveis. Atualmente, existem vários exemplos de empresas
que utilizam a TI para obter reduções de custo e/ou gerar vantagem competitiva.
Atualmente existe uma verdadeira agitação no que diz respeito à implementação de sistemas de
gestão empresarial, conhecidos como ERP, do inglês Enterprise Resource Planning. Não são apenas as
grandes empresas que têm oportunidade para implementação desta solução; há pacotes de todos os
tamanhos e para vários orçamentos. Estes sistemas visam basicamente permitir a empresa "falar a mesma
língua", possibilitando uma gestão integrada. Com isso, relatórios gerenciais com informações diferentes
estão com seus dias contados. Mas e a logística? Como ela está sendo abordada?
8- Noções gerais de armazenagem e sua importância para as operações logísticas.
A armazenagem é uma atividade importante dentro da logística de uma empresa. É um serviço que
trata da estocagem ordenada e da distribuição de produtos acabados dentro da fábrica ou em locais
destinados a este fim, o que pode ser feito pelos fabricantes ou por um processo de distribuição
determinado.
Para a atividade ficar mais compreensível, vamos trazer uma lembrança do passado. Antes, o
armazém servia apenas para guardar determinados materiais. Ele não tinha muito mais utilidade do que
isso, pelo menos era a forma como os administradores o enxergavam. Com o tempo, as empresas foram
percebendo que o serviço de armazenagem podia trazer rendimento ao fazer parte de atividades de
produção, marketing e finanças.
Mas como isso foi possível? A resposta é simples. Os administradores perceberam que os
armazéns tinham espaço para fluxo de materiais, assim nascia uma atividade chamada controle. O controle
na logística envolve a proteção de materiais, controle de entrada, controle de saída, controle de estoque,
distribuição, controle de demanda e capacidade de produção. Portanto, aquele local que apenas estocava
“coisas” tornava-se um setor essencial para a customização de todas as atividades da empresa, aumentando
o lucro.
Definição de Armazenagem - Gerenciar eficazmente o espaço tridimensional de um local
adequado e seguro, colocado a disposição para a guarda de mercadorias que serão movimentadas rápida e
facilmente, com técnicas compatíveis as respectivas características, preservando a sua integridade física e
entregando-a a quem de direito no momento aprazado.
A logística da armazenagem abrange as atividades de planejamento, coordenação, controle e
desenvolvimento do processo de mantimento/abrigo de materiais, estocando estes em condições adequadas
para uso e realizando sua distribuição dentro do prazo solicitado.
O uso do armazém objetiva:
A maximização do uso dos espaços, aumentando a área estática através do uso de páletes, permitindo o
armazenamento de um número maior de produtos;
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Acesso rápido aos itens armazenados, através do uso de endereço, evitando o gasto de tempo durante a
sua busca;
Proteção e conservação dos materiais, de acordo com as suas propriedades e especificações.
A redução dos custos de armazenagem:
Maior controle das informações;
Aumento no nível de qualidade dos serviços; Administração de inventários;
Práticas operacionais;
Técnicas de movimentação de materiais;
Processamento de pedidos;
Métodos de estocagem.
O uso de armazéns possibilita a redução de custos com transportes, através da consolidação de
cargas; aproxima a empresa de seus clientes e fornecedores; agiliza a entrega dos produtos; e compensa as
defasagens ocorridas na produção. Entretanto, o capital se torna imobilizado, uma vez que a mercadoria
passa muito tempo parada, além de aumentar o risco de envelhecimento do produto, necessitando assim de
um maior controle e gerenciamento da armazenagem. Os custos com a movimentação também aumentam,
devido a alta rotatividade dos produtos, visando atender a demanda.
9 - A Influência das Dimensões da Qualidade de Serviços na Satisfação do Cliente
A capacidade de gerar altos lucros costuma ser resultado direto da eficácia da cadeia de
suprimentos. Uma cadeia de suprimentos bem projetada é personalizada para atender às diversas
necessidades dos vários grupos de clientes, permitindo que se encontre o equilíbrio entre geração de receita
e custo do serviço.
A maioria das empresas vê a logística apenas como uma maneira de reduzir custos, e isso é uma
realidade no mundo inteiro. Algumas, contudo, começam a utilizar o sistema de distribuição como fonte de
vantagem competitiva. Conseguem isso personalizando o pacote de serviços oferecido, a fim de atender às
necessidades específicas de cada grupo de clientes. Para tanto, tratam de encontrar novas formas de
organizar a cadeia de suprimentos e de alinhar seus integrantes à estratégia global.
Nos últimos anos, porém, tem havido uma explosão na variedade de produtos oferecidos aos
clientes –seja a variedade de cores, de estilos, seja a de funcionalidade. Surgiu também um aumento
significativo no número de canais para servir aos clientes. O resultado é um aumento da complexidade e do
custo da cadeia de suprimentos. Isso torna um desafio ainda maior a atribuição do valor correto ao cliente
certo pelo preço adequado.
Qualidade de serviço é definida por: “avaliações cognitivas de longo prazo, por parte dos clientes,
sobre a entrega do serviço de uma empresa, ao passo que a satisfação do cliente é conceituada como uma
reação emocional de curto prazo ao desempenho específico de um serviço”.
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A relação entre a satisfação do cliente e a qualidade de serviço está na atualização das avaliações dos
clientes acerca a qualidade do serviço recebido, que se dá por meio da satisfação. A forma de os clientes
avaliarem a qualidade do serviço de uma empresa que não conhecem é afetada pelas expectativas que eles
possuem dela
10- Noções gerais e a importância dos sistemas de informações Logísticas
Nas últimas décadas o mundo dos negócios tem enfrentado sérios desafios decorrentes da mudança
da Era Industrial para a Era da Informação. Esta mudança foi em grande parte liderada pelos avanços
acelerados na área de tecnologia da informação (TI). Na área de logística, esta rápida evolução implica
também em profundas mudanças. A TI aplicada à logística ajuda a reduzir os custos logísticos e redefine
organizações e suas interconexões.
A existência de uma estratégia logística se faz necessária para qualquer organização, pois os
consumidores estão cada vez mais exigentes. Visando a adequação da necessidade do cliente de ter o
produto certo, no lugar certo e na hora correta a logística ganhou ferramentas, e as mesmas são de grande
importância no que diz respeito ao atendimento efetivo para o mercado consumidor..
Com isso a tecnologia passou a andar lado a lado com os processos logísticos, sendo assim foram
desenvolvidos vários sistemas de informação para auxiliar na tomada de decisão logística, sendo o
principal e mais conhecido o WMS, ou Warehouse Management System (Sistema de Gerenciamento de
Armazéns). Ele é uma parte importante da cadeia de suprimentos, pois é responsável direto pelo
funcionamento preciso dos estoques, produtividade do pessoal e de equipamentos, separação de pedidos, e
controle de carregamento de veículos e suas rotas.
Diferentemente do WMS, mas não menos importantes, os TMS’s, ou Transportation
Management System (Sistemas de Gerenciamento de Transportes) atuam diretamente na área de
controle de transportes. Sistemas como esse são capazes de acompanhar em tempo real a localização exata
do veículo na rota e enviar comandos, isso graças a utilização de satélites no processo. Outro sistema
importante na agregação de valor são os ERP’s, ou Enterprise Resourch Planning que integram as
informações de vários departamentos em consonância com a logística
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11- Distribuição física (parâmetros Fundamentais).
A logística é dividida em três grandes segmentos, o primeiro atende às necessidades da logística
de suprimento (entrada) de insumos, matéria-prima, equipamentos, peças etc. Já o segundo segmento é
responsável pela transformação do processo produtivo (produção) em produtos acabados ou serviços.
Enquanto, que o terceiro segmento é responsável pela transferência ou distribuição física dos produtos
acabados ou serviços (saída) aos diversos tipos de clientes e consumidores.
O transporte e o armazenamento são os principais processos que compõem a distribuição física,
movimentando os produtos desde o fim da produção até o mercado de clientes. Os canais de distribuição
são os principais caminhos dos produtos, eles são representados por atacadistas, varejistas, revendedores,
distribuidores etc.
A importância da distribuição física no processo logístico Um canal de distribuição corresponde a
uma ou mais empresas ou organizações que participam do fluxo de produtos e/ou serviços desde o produtor
até o cliente ou consumidor final. Normalmente, a organização pensa em entregar diretamente a seus
clientes, porém nem sempre é possível.
Existe um grande número de canais disponíveis entre eles:
Venda direta ao cliente, via e-mail, telefone ou internet;
Representantes, que tipicamente vendem diretamente em nome dos fabricantes;
Distribuidoras, que geralmente vendem aos atacadistas;
Varejista, geralmente chamados de comerciantes, que vendem aos consumidores finais;
Processos da Distribuição
A distribuição é divida em outros
sub-processos.
Movimentação da linha de produção;
Expedição;
Gestão de estoques;
Gestão de Transportes;
Logística Empresarial
Suprimento Físico
(Administração de Materiais) Distribuição Física
Fornecedor
es
Fábricas Clientes
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12- A importância dos transportes para as operações logísticas e suas características no Brasil..
Características dos modais de transporte
Os cinco tipos de modais de transporte básicos são o ferroviário, o rodoviário, o aquaviário, o dutoviário e
o aéreo. A importância relativa de cada tipo pode ser medida pela distância coberta pelo sistema, pelo
volume de tráfego, pela receita e pela natureza de composição do tráfego. Cada tipo modal é abordado
levando em consideração sua importância.
*Ferroviário: As ferrovias sempre detiveram a maior quantidade de toneladas-quilômetro de transporte
dentro dos EUA continental. Em decorrência do surgimento antecipado de uma extensa rede ferroviária
conectando praticamente toda a sociedade e municípios, as ferrovias dominaram a tonelagem de transporte
intermunicipal até uma época posterior à Segunda Guerra Mundial.
Rodoviários: Comparadas ao sistema ferroviário, as transportadoras rodoviárias necessitam de
investimentos fixos relativamente pequenos em terminais e operam em rodovias com manutenção pública.
Embora o custo com taxas de licença, impostos ao usuário e pedágios seja grande, essa despesas estão
diretamente relacionadas com a quantidade de quilômetros e veículos operados.
Aquaviário: As vias marítimas e fluviais são o meio de transporte mais antigo. Os veleiros originais foram
substituídos por barcos a vapor no início de 1800 e pelo motor a diesel nos anos 20. A principal vantagem
do transporte Aquaviário é a capacidade de movimentar cargas muito grandes.
Dutoviário: Modal responsável por uma significativa parcela em movimentação em toneladas-quilômetro
de petróleo e óleo bruto. Além do petróleo, o gás natural é outro importante produto transportado pelas
dutovias. Os dutos também são utilizados para o transporte de produto químicos manufaturados , de
materiais secos e pulverizados a granel, como cimento e farinha em suspensão aquosa.
Aeroviário:O mais novo tipo de transporte, porém menos utilizados, é o aéreo. A vantagem desse tipo de
transporte está na rapidez de entrega das cargas. Uma carga que percorre costa a costa, por via aérea, requer
apenas algumas horas de vôo, em contraste com outros tipos de transporte, que levam dias para chegar a
seu destino. O alto custo do transporte aéreo, porém, torná-o um meio de transporte extremamente caro;
entretanto, esse aspecto pode ser compensado pela grande rapidez.
No Brasil, os preços relativos dos diferentes modais possuem a mesma ordenação encontrada nos
EUA, ou seja, aéreo, rodoviário, ferroviário, dutoviário e aquaviário. No entanto, a ordem de grandeza das
diferenças entre eles é significativamente diferente, principalmente quando se considera o transporte
rodoviário. Enquanto nos EUA o preço do rodoviário é 4,0 vezes superior ao do ferroviário, no Brasil esta
diferença é de apenas 1,7 vezes.
Uma outra maneira de examinar os preços relativos dos modais no Brasil e nos EUA, é através da
comparação do valor do frete em cada país, para cada um dos modais existentes. Verifica-se aí uma grande
distorção no modal rodoviário. Enquanto que para os modais aéreo, dutoviário e aquaviário, os preços aqui
são superiores aos praticados lá fora, no caso rodoviário a figura se inverte. Ou, seja, o preço aqui é um
terço do preço praticado lá fora.
A segunda dimensão a ser considerada na escolha do modal é a qualidade dos serviços oferecidos.
São cinco as dimensões mais importantes, no que diz respeito às características dos serviços oferecidos:
velocidade; consistência; capacitação; disponibilidade; e freqüência
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13- Aspectos gerais da qualidade e dos aspectos ambientais nas operações logísticas
A mesma dinâmica que torna importante o desenvolvimento de processo baseados no tempo faz
com que se torne fundamental a adoção de sistemas de mensuração de desempenho que sejam ágeis,
abrangentes e consistentes. A Logística opera num ambiente de grande diversidade, sejam em termos de
produtos, clientes, mercados, ou áreas geográficas.
Para alcançara excelência logística, torna-se necessário conseguir ao mesmo tempo redução de custos e
melhoria do nível de serviço ao cliente. A busca simultânea desses dois objetivos quebra um antigo
paradigma, segundo o qual existe um trade-off inexorável entre custos e qualidade de serviços, ou seja, a
crença de que melhores níveis de serviço implicam necessariamente maiores custos, as empresas que
conseguem alcançar a excelência logística tendem a quebrar esse paradigma. O que lhes permite alcançar
tal feito é um conjunto de características:
Sucesso do cliente;
Integração interna;
Integração externa;
Processos baseados no tempo;
Mensuração abrangente; e,
Banchmarking.
A identificação das melhores práticas estejam elas onde estiverem, e sua adaptação para as condições do
próprio negócio, tem-se revelado um procedimento fundamental para manter competitividade no longo
prazo.
Conceito de Supply Chain Management (SCM)
Para melhor compreender o conceito de Gerenciamento da cadeia de Suprimentos, o SCM do inglês,
é fundamental entender primeiro o conceito de canal de distribuição (visto no subitem12.3, no conceito de
Logística Integrada) já bastante consolidado e há muito utilizado por marketing. O conceito pode ser
definido como o conjunto de unidades organizacionais, instituições e agentes internos e externos, que
executam as funções que dão apoio ao marketing de produtos e serviços de determinada empresa.
Qualquer unidade organizacional, instituição ou agente que execute uma ou mais funções de suporte
ao marketing é considerado um membro do canal de distribuição.
Implementando o conceito de SCM: barreiras e alternativas de solução
Considerando os enormes benefícios que podem ser obtidos com a correta utilização do conceito
de SCM, surpreende verificar que tão poucas empresas o tenham implementado. As razões para tanto são
basicamente duas. A primeira da relativa novidade do conceito, ainda em formação e pouco difundido entre
os profissionais; e a segunda, da complexidade e da dificuldade de implantação do conceito. SCM é uma
abordagem que exige mudanças profundas em práticas arraigadas, tanto no nível dos procedimentos
internos, quanto no nível externo, no que diz respeito ao relacionamento entre os diversos participantes da
cadeia.
Quebrar essa cultura arraigada e convencer os gerentes de que deverão estar preparados para
sacrificar seus objetivos funcionais individuais em benefício do conjunto tem-se mostrado uma tarefa
desafiante. Alcançá-la implica abandonar o gerenciamento de funções individuais e buscar a integração das
atividades por meio da estruturação de processos-chave na cadeia de suprimentos.
Entre os processos de negócios chave para o sucesso de implantação do SCM, os sete mais citados
encontram-se listados:
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I. Relacionamento com os clientes: desenvolver equipes focadas nos clientes estratégicos, que
busquem um entendimento comum sobre características de produtos e serviços, a fim de torná-los
atrativos para aquela classe de clientes;
II. Serviço aos clientes: fornecer um ponto de contato único para todos os clientes, atendendo de
forma eficiente a suas consultas e requisições;
III. Administração da demanda: captar, compilar e continuamente atualizar dados de demanda, com o
objetivo de equilibrar a oferta com a demanda;
IV. Atendimento de pedidos: atender aos pedidos dos clientes sem erros e dentro do prazo de entrega
combinado;
V. Administração do fluxo de produção: desenvolver sistemas flexíveis de produção que sejam
capazes de responder rapidamente às mudanças nas condições do mercado;
VI. Compras / suprimento: gerenciar relações de parceria com fornecedores para garantir respostas
rápidas e a contínua melhoria de desempenho;
VII. Desenvolvimento de novos produtos: buscar o mais cedo possível o envolvimento dos
fornecedores no desenvolvimento de novos produtos.
Muito importante também é lembrar que a cadeia de suprimento ampliada necessita um canal de
informações que conecta todos os participantes. A maioria das grandes empresas possui os requisitos
tecnológicos para fazer a integração. O problema é que elas os estão utilizando de forma incorreta.
Idealmente, a informação que se torna disponível quando o consumidor efetiva a compra deveria ser
imediatamente compartilhada com os demais participantes da cadeia, ou seja, transportadoras, fabricantes,
fornecedores de componentes e de matéria-prima.
Os resultados que se esperam da utilização de sistemas que automatizem o SCM são:
Reduzir custos de desperdícios;
Aumentar a eficiência;
Ampliar os lucros;
Melhorar os tempos de ciclos da cadeia de fornecimento;
Melhorar o desempenho nos relacionamentos com clientes e fornecedores;
Desenvolver serviços de valor acrescentado que dão a uma empresa uma vantagem competitiva;
Obter o produto certo, no lugar certo, na quantidade certa e com o menor custo;
Manter o menor estoque possível.
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REFERÊNCIAS
BOWERSOX, Donald J. Logística empresarial: o processo de integração da cadeia de suprimento /
Donald J. Bowersox, David J. Gloss; Tradução: Equipe do Centro de Estudos em Logística, Adalberto
Ferreira das Neves; coordenação da revisão técnica Paulo Fernando Fleury, César Lavalle. – São Paulo:
Atlas; 2001.
CHOPRA, Sunil; MEINDL, Peter. Gerenciamento da cadeia de suprimentos: estratégia, planejamento
e operação – São Paulo: Prentice Hall, 2003. 465 p. ISBN 85-87918-24-9
FLEURY, Paulo Fernando; WANKE, Peter; FIGUEIREDO, Kleber Fossati. Logística empresarial: a
perspectiva brasileira – São Paulo: Atlas, 2000 – (Coleção COPPEAD de Administração)
MOURA. Reinaldo A. Atualidades na logística – São Paulo : IMAM, 2003.
NOVAES, Antônio Galvão. Logística e gerenciamento da cadeia de distribuição: estratégia, operação
e avaliação. 2. ed., rev. e atual. Rio de Janeiro: Campus, 2004.
SLACK, Nigel; JOHNSTON, Robert; CHAMBERS, Stuart. Administração da produção. 1. ed. 10.
reimp. – São Paulo: Atlas, 2006.
VIANA, João José. Administração de Materiais: um enfoque prático – 1. ed. – 6ª reimpressão – São
Paulo: Atlas, 2006.
Investimentos em Infra-Estrutura para o Desenvolvimento Econômico e Social. Disponível em:
http://www.brasil.gov.br/pac/infra_estrutura/. Acesso em março de 2008.