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Gerenciamento e tratamento de resduos slidos urbanos e
industriais. Prof. Denize Dias de Carvalho
Engenharia do Meio Ambiente
RREESSDDUUOOSS SSLLIIDDOOSS A questo dos resduos slidos
atualmente, um dos temas centrais para aqueles que se preocupam com
ambiente na perspectiva de garantir a existncia das geraes
futuras.
DDEEFFIINNIIEESS
Primeiramente, devemos conceituar a palavra resduo, uma vez que
este inclui no apenas os materiais slidos, mas tambm inclui outros
tipos de materiais de diferentes estados fsicos, alm de uma
variedade de significados. usual na rea ambiental, utilizar a
palavra resduo associando a idia de materiais slidos ou
semi-slidos, como tambm se associa efluentes com materiais lquidos
e emisses com materiais gasosos. Alm disso, o termo resduos slidos
(urbanos) tido praticamente como sinnimo de lixo e usado de forma
geral pela populao. Segundo SABETAI CALDERONI (1998), o conceito de
lixo e de resduo pode variar conforme a poca e o lugar. Depende de
fatores jurdicos, econmicos, ambientais, sociais e tecnolgicos.
Para alguns lixo est associado ao poder pblico e resduo ao setor
industrial. Para Calderoni resduo um material que tem valor
comercial, e lixo um material descartado que no tem valor
comercial. Culturalmente, podemos definir resduo slido como o
conjunto de produtos no aproveitados oriundos de atividades humanas
- domstica, comercial, industrial, de sade entre outros tipos, ou
gerados pela natureza, como folhas, terra etc. Porm em agosto de
2010 foi instituda no Brasil a Poltica Nacional de Resduos Slidos
(PNRS), que levou 19 anos para ser aprovada. A LEI N 12.305, DE 2
DE AGOSTO DE 2010 institui a Poltica Nacional de Resduos Slidos;
altera a Lei n 9.605, de 12 de fevereiro de 1998;e d outras
providncias. Esta Lei apresenta uma serie de definies, definindo a
diferenciao entre resduos e rejeitos. Resduos slidos: material,
substncia, objeto ou bem descartado resultante de atividades
humanas em sociedade, a cuja destinao final se procede, se prope
proceder ou se est obrigado a proceder, nos estados slido ou
semisslido, bem como gases contidos em recipientes e lquidos cujas
particularidades tornem invivel o seu lanamento na rede pblica de
esgotos ou em corpos d'gua, ou exijam para isso solues tcnica ou
economicamente inviveis em face da melhor tecnologia disponvel;
Rejeitos slidos: resduos slidos que, depois de esgotadas todas as
possibilidades de tratamento e recuperao por processos tecnolgicos
disponveis e economicamente viveis, no apresentem outra
possibilidade que no a disposio final ambientalmente adequada.
CAPTULO I DO OBJETO E DO CAMPO DE APLICAO Art. 1 Esta Lei institui
a Poltica Nacional de Resduos Slidos, dispondo sobre seus
princpios, objetivos e instrumentos, bem como sobre as diretrizes
relativas gesto integrada e ao gerenciamento de resduos slidos,
includos os perigosos, s responsabilidades dos geradores e do poder
pblico e aos instrumentos econmicos aplicveis. Art. 3 Para os
efeitos desta Lei, entende-se por: I - acordo setorial: ato de
natureza contratual firmado entre o poder pblico e fabricantes,
importadores, distribuidores ou comerciantes, tendo em vista a
implantao da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida do
produto.
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II - rea contaminada: local onde h contaminao causada pela
disposio, regular ou irregular, de quaisquer substncias ou resduos;
III - rea rf contaminada: rea contaminada cujos responsveis pela
disposio no sejam identificveis ou individualizveis; IV - ciclo de
vida do produto: srie de etapas que envolvem o desenvolvimento do
produto, a obteno de matrias-primas e insumos, o processo
produtivo, o consumo e a disposio final; V - coleta seletiva:
coleta de resduos slidos previamente segregados conforme sua
constituio ou composio; VI - controle social: conjunto de
mecanismos e procedimentos que garantam sociedade informaes e
participao nos processos de formulao, implementao e avaliao das
polticas pblicas relacionadas aos resduos slidos; VII - destinao
final ambientalmente adequada: destinao de resduos que inclui a
reutilizao, a reciclagem, a compostagem, a recuperao e o
aproveitamento energtico ou outras destinaes admitidas pelos rgos
competentes do Sisnama, do SNVS e do Suasa, entre elas a disposio
final, observando normas operacionais es pecficas de modo a evitar
danos ou riscos sade pblica e segurana e a minimizar os impactos
ambientais adversos; VIII - disposio final ambientalmente adequada:
distribuio ordenada de rejeitos em aterros, observando normas
operacionais especficas de modo a evitar danos ou riscos sade
pblica e segurana e a minimizar os impactos ambientais adversos; IX
- geradores de resduos slidos: pessoas fsicas ou jurdicas, de
direito pblico ou privado, que geram resduos slidos por meio de
suas atividades, nelas includo o consumo; X - gerenciamento de
resduos slidos: conjunto de aes exercidas, direta ou indiretamente,
nas etapas de coleta, transporte, transbordo, tratamento e destinao
final ambientalmente adequada dos resduos slidos e disposio final
ambientalmente adequada dos rejeitos, de acordo com plano municipal
de gesto integrada de resduos slidos ou com plano de gerenciamento
de resduos slidos, exigidos na forma desta Lei; XI - gesto
integrada de resduos slidos: conjunto de aes voltadas para a busca
de solues para os resduos slidos, de forma a considerar as dimenses
poltica, econmica, ambiental, cultural e social, com controle
social e sob a premissa do desenvolvimento sustentvel; XII -
logstica reversa: instrumento de desenvolvimento econmico e social
caracterizado por um conjunto de aes, procedimentos e meios
destinados a viabilizar a coleta e a restituio dos resduos slidos
ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em
outros ciclos produtivos, ou outra destinao final ambientalmente
adequada; XIII - padres sustentveis de produo e consumo: produo e
consumo de bens e servios de forma a atender as necessidades das
atuais geraes e permitir melhores condies de vida, sem comprometer
a qualidade ambiental e o atendimento das necessidades das geraes
futuras; XIV - reciclagem: processo de transformao dos resduos
slidos que envolve a alterao de suas propriedades fsicas,
fsico-qumicas ou biolgicas, com vistas transformao em insumos ou
novos produtos, observadas as condies e os padres estabelecidos
pelos rgos competentes do Sisnama e, se couber, do SNVS e do Suasa;
XV - rejeitos: resduos slidos que, depois de esgotadas todas as
possibilidades de tratamento e recuperao por processos tecnolgicos
disponveis e economicamente viveis, no apresentem outra
possibilidade que no a disposio final ambientalmente adequada; XVI
- resduos slidos: material, substncia, objeto ou bem descartado
resultante de atividades humanas em sociedade, a cuja destinao
final se procede, se prope proceder ou se est obrigado a proceder,
nos estados slido ou semisslido, bem como gases contidos em
recipientes e lquidos cujas particularidades tornem invivel o seu
lanamento na rede pblica de esgotos ou em corpos d'gua, ou exijam
para isso solues tcnica ou economicamente inviveis em face da
melhor tecnologia disponvel; XVII - responsabilidade compartilhada
pelo ciclo de vida dos produtos: conjunto de atribuies
individualizadas e encadeadas dos fabricantes, importadores,
distribuidores e comerciantes, dos consumidores e dos titulares dos
servios pblicos de limpeza urbana e de manejo dos resduos slidos,
para minimizar o volume de resduos slidos e rejeitos gerados, bem
como para reduzir os impactos causados sade humana e qualidade
ambiental decorrentes do ciclo de vida dos produtos, nos termos
desta Lei; XVIII - reutilizao: processo de aproveitamento dos
resduos slidos sem sua transformao biolgica, fsica ou fsico-qumica,
observadas as condies e os padres estabelecidos pelos rgos
competentes do Sisnama e, se couber, do SNVS e do Suasa (Sistema
nico de Ateno Sanidade Agropecuria); XIX - servio pblico de limpeza
urbana e de manejo de resduos slidos: conjunto de atividades
previstas no art. 7 da Lei n 11.445, de 2007.
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CAPTULO II - PRINCPIOS E OBJETIVOS princpios da preveno e da
precauo; princpios do poluidor-pagador e do protetor-recebedor;
responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos;
proteo da sade pblica e da qualidade ambiental; incentivo indstria
da reciclagem, tendo em vista fomentar o uso de matrias-primas e
insumos derivados de materiais reciclveis e reciclados; integrao
dos catadores de materiais reutilizveis e reciclveis nas aes que
envolvam a Responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos
produtos; prioridade, nas aquisies governamentais, para produtos
reciclados e reciclveis; o reconhecimento do resduo slido
reutilizvel e reciclvel como um bem econmico e valor social,
gerador de trabalho e renda e promotor de cidadania; INSTRUMENTOS
os planos de resduos slidos; os inventrios e o sistema declaratrio
anual de resduos slidos; a coleta seletiva, os sistemas de logstica
reversa e outras ferramentas relacionadas implementao da
responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos; o
incentivo criao e ao desenvolvimento de cooperativas ou outras
formas de associao de catadores de materiais reutilizveis e
reciclveis; a educao ambiental; os incentivos fiscais, creditcios e
financeiros e Educao ambiental. Na gesto e gerenciamento de resduos
slidos, deve ser observada a seguinte ordem de prioridade:
no-gerao, reduo, reutilizao, reciclagem, tratamento dos resduos
slidos,
bem como disposio final ambientalmente adequada dos rejeitos.
Art. 13. Para os efeitos desta Lei, os resduos slidos tm a seguinte
classificao: I - quanto origem: a) resduos domiciliares: os
originrios de atividades domsticas em residncias urbanas; b)
resduos de limpeza urbana: os originrios da varrio, limpeza de
logradouros e vias pblicas e outros servios de limpeza urbana; c)
resduos slidos urbanos: os englobados nas alneas "a" e "b"; d)
resduos de estabelecimentos comerciais e prestadores de servios: os
gerados nessas atividades, excetuados os referidos nas alneas "b",
"e", "g", "h" e "j"; e) resduos dos servios pblicos de saneamento
bsico: os gerados nessas atividades, excetuados os referidos na
alnea "c"; f) resduos industriais: os gerados nos processos
produtivos e instalaes industriais; g) resduos de servios de sade:
os gerados nos servios de sade, conforme definido em regulamento ou
em normas estabelecidas pelos rgos do Sisnama e do SNVS; h) resduos
da construo civil: os gerados nas construes, reformas, reparos e
demolies de obras de construo civil, includos os resultantes da
preparao e escavao de terrenos para obras civis; i) resduos
agrossilvopastoris: os gerados nas atividades agropecurias e
silviculturais, includos os relacionados a insumos utilizados
nessas atividades; j) resduos de servios de transportes: os
originrios de portos, aeroportos, terminais alfandegrios,
rodovirios e ferrovirios e passagens de fronteira; k) resduos de
minerao: os gerados na atividade de pesquisa, extrao ou
beneficiamento de minrios; II - quanto periculosidade: a) resduos
perigosos: aqueles que, em razo de suas caractersticas de
inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade,
patogenicidade, carcinogenicidade, teratogenicidade e
mutagenicidade, apresentam significativo risco sade pblica ou
qualidade ambiental, de acordo com lei, regulamento ou norma
tcnica; b) resduos no perigosos: aqueles no enquadrados na alnea
"a". Pargrafo nico. Respeitado o disposto no art. 20, os resduos
referidos na alnea "d" do inciso I do caput, se caracterizados como
no perigosos, podem, em razo de sua natureza, composio ou volume,
ser equiparados aos resduos domiciliares pelo poder pblico
municipal.
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DOS PLANOS DE RESDUOS SLIDOS So planos de resduos slidos I o
Plano Nacional de Resduos Slidos; II os planos estaduais de resduos
slidos; III os planos microrregionais de resduos slidos e os planos
de resduos slidos de regies metropolitanas ou aglomeraes urbanas;
IV os planos intermunicipais de resduos slidos; V os planos
municipais de gesto integrada de resduos slidos; VI os planos de
gerenciamento de resduos slidos. LOGSTICA REVERSA Esto obrigados a
estruturar e implementar sistemas de logstica reversa, mediante
retorno dos produtos aps o uso pelo consumidor, de forma
independente do servio pblico de limpeza urbana e manejo dos
resduos slidos, os fabricantes, importadores, distribuidores e
comerciantes de: I agrotxicos, seus resduos e embalagens, assim
como outros produtos cuja embalagem, aps o uso, constitua resduo
perigoso, observadas as regras de gerenciamento de resduos
perigosos previstas em lei ou regulamento, em normas estabelecidas
pelos rgos do Sisnama, do SNVS e do Suasa, ou em normas tcnicas; II
pilhas e baterias; III pneus; IV leos lubrificantes, seus resduos e
embalagens; V lmpadas fluorescentes, de vapor de sdio e mercrio e
de luz mista; VI produtos eletroeletrnicos e seus componentes.
CAPTULO V - DOS INSTRUMENTOS ECONMICOS O Poder Pblico poder
instituir medidas indutoras e linhas de financiamento para atender,
prioritariamente, s iniciativas de: implantao de infra-estrutura
fsica e aquisio de equipamentos para cooperativas ou outras formas
de associao de catadores de materiais reutilizveis e reciclveis
formadas por pessoas fsicas de baixa renda; desenvolvimento de
projetos de gesto dos resduos slidos de carter intermunicipal ou,
nos termos do inciso I do caput do art. 11, regional; estruturao de
sistemas de coleta seletiva e de logstica reversa; descontaminao de
reas contaminadas, incluindo as reas rfs; CAPTULO VI - DAS PROIBIES
Ficam proibidas, nas reas de disposio final de rejeitos, as
seguintes atividades: utilizao dos rejeitos dispostos como
alimentao; catao; criao de animais domsticos; fixao de habitaes
temporrias ou permanentes; outras atividades vedadas pelo Poder
Pblico. Fica proibida a importao de resduos slidos perigosos e
rejeitos, bem como os resduos slidos cujas caractersticas causem
dano ao meio ambiente e sade pblica, animal e sanidade vegetal,
ainda que para tratamento, reforma, reuso, reutilizao ou recuperao.
A Associao Brasileira de Normas Tcnicas (ABNT) editou um conjunto
de normas para padronizar, a nvel nacional, a classificao dos
resduos: NBR 10.004 - Resduos Slidos NBR 10.005 - Lixiviao de
Resduos NBR 10.006 - Solubilizao de Resduos NBR 10.007 - Amostragem
de Resduos
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A NBR 10.004 Resduos Slidos Classificao (ABNT/04) define resduos
slidos como: resduos no estado slido e semi-slido que resultam de
atividades da comunidade de origem: industrial, domstica,
hospitalar, comercial, agrcola, de servios e de varrio. Ficam
includos nesta definio os lodos provenientes de sistemas de
tratamento de gua, aqueles gerados em equipamentos e instalaes de
controle de poluio, bem como determinados lquidos cujas
particularidades tornem inevitvel o seu lanamento na rede pblica de
esgotos ou corpos dgua, ou exijam para isso solues tcnicas e
economicamente inviveis em face melhor tecnologia disponvel. A NBR
10.004 classifica os resduos slidos segundo o grau de
periculosidade, em duas categorias: Classe I Perigosos, Classe II
No Perigosos (Classe IIA No Inertes e Classe IIB Inertes) Obs: Os
resduos radioativos no so objeto desta Norma, pois so de competncia
exclusiva da Comisso Nacional de Energia Nuclear (CNEN). Resduos
Classe I Perigosos Esses resduos apresentam periculosidade,
caracterstica que em funo de suas propriedades fsicas, qumicas ou
infecto-contagiosas, pode apresentar riscos sade pblica e ao meio
ambiente quando manuseados e destinados de forma inadequada.
Resduos slidos que constem nos anexos A ou B ou que apresentarem
pelo menos uma das caractersticas quanto a inflamabilidade,
corrosividade, reatividade, toxicidade, patogenicidade.
Por exemplo, um resduo : Reativo (...) se possuir em sua
constituio CN- ou S2- em concentraes maiores que 250 mg de HCN
libervel/kg de resduo ou de 500 mg de H2S
libervel/kg de resduo. Patogenico: (...) se contiver ou houver
suspeita de conter microrganismos patognicos, protenas virais, ADN
ou ARN recombinantes, organismos geneticamente modificados,
plasmdios, cloroplastos, mitocndrias ou toxinas capazes de produzir
doenas em homens, animais ou vegetais.
Listagem 1 - Resduos perigosos de fontes no
especficas
Indstria Cdigo Resduo perigoso Cdigo de
periculosidade
Genrica F 001 Os seguintes solventes
halogenados gastos utilizados
em desengraxe:
tetracloetileno, ..........e
fluocarbonos clorados e lamas
provenientes da recuperao
(T)
F015 solues exauridas de banhos
contenho cianeto provenientes
das operaes de extrao de
metais de minrios.
(R,T)
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Listagem 2 - Resduos perigosos de fontes
especficas
Indstria Cdigo Resduo perigoso Cdigo de
periculosidade
K048 Sobrenadante de separadores
tipo DAF, nas indstrias de
refinao de petrleo
(T)Refino
de
petrleo
K049 Slidos da emulso de leo
residual da indstria de
refinao de petrleo
(T)
importante frisar que todo material em contato com resduo
perigoso fica contaminado e passa tambm a ser considerado como
resduo perigoso. Qualquer outro resduo que se suponha txico e que
no conste nas listagens da norma, dever ter sua classificao baseada
em dados bibliogrficos disponveis. Resduos classe IIA No inertes:
Aqueles que no se enquadram nas classificaes de resduos de classe I
ou classe IIB. Aqueles que podem ter propriedades, tais como:
biodegradabilidade, combustibilidade ou solubilidade em gua.
Resduos classe IIB Inertes: Quaisquer resduos amostrados de uma
forma representativa, segundo a NBR 10.007, que submetidos a um
contato esttico ou dinmico com gua destilada ou deionizada,
temperatura ambiente, conforme NBR 10.006 (Solubilizao) no tiverem
nenhum de seus constituintes solubilizados a concentraes superiores
aos padres de potabilidade de gua, excetuando-se aspecto, cor,
turbidez, dureza e sabor (anexo G).
As decises tcnicas e econmicas em relao a todo o gerenciamento
dos resduos slidos (manuseio, acondicionamento, armazenamento,
coleta, transporte e disposio final), devero estar fundamentadas na
classificao dos mesmos. Contudo essa identificao bastante complexa
em determinados casos, e so poucos laboratrios que realizam este
servio. A amostragem do resduo uma operao fundamentalmente
importante, como j foi dito anteriormente existe uma norma a NBR
10007 que orienta sobre a forma de se realizar um processo de
amostragem, porm quanto mais heterogneo o resduo, mais crtica a sua
amostragem. Realizar uma determinao das caractersticas de resduos
que possa ser considerada representativa no tarefa simples e
depende de um bom programa de amostragem e da correta preparao das
amostras. A ausncia de uma padronizao nos mtodos de determinao das
caractersticas fisico-qumicas e microbiolgicas dificulta a comparao
de resultados e , atualmente, um dos problemas da discusso entre
especialistas na rea de resduos. Tabela 1 Responsabilidade pelo
gerenciamento dos resduos Origem do resduo
Responsvel
Domiciliar Prefeitura
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Pblico Prefeitura Comercial Gerador Servios de Sade Gerador
(hospitais, etc) Industrial Gerador (indstrias) Portos, aeroportos
e terminais ferrovirios e rodovirios
Gerador (portos, etc.)
Agrcola Gerador (agricultor) Entulho Gerador Segundo DALMEIDA ET
AL, 2000 (IPT), resduo slido, pode ser classificado como: I
Domiciliar aquele originado na vida diria das residncias,
constitudos por restos de alimentos, produtos deteriorados,
jornais, garrafas, embalagens em geral, papel higinico, dentre
outros, alm de alguns resduos considerados txicos. II Comercial
aquele originado nos diversos estabelecimentos comerciais e de
servios, como supermercado, lojas, bares, restaurantes etc. O lixo
destes locais tem grande quantidade de papel, plstico e embalagens
diversas. III Pblico aquele originado dos servios de limpeza pblica
urbana, incluindo-se todos os resduos de varrio das vias pblicas;
limpeza das praias; limpeza das galerias, crregos e terrenos;
restos de poda de rvores, corpos de animais etc. Inclui-se tambm
nessa categoria os resduos da limpeza de reas de feiras livres,
constitudos por restos de vegetais diversos, embalagens etc. IV
Servios de Sade e Hospitalar constituem os resduos spticos, ou
seja, aqueles que contm ou potencialmente podem conter germes
patognicos, oriundos de locais como hospitais, clnicas,
laboratrios, farmcias, clnicas veterinrias, postos de sade etc.
Esto tambm nessa categoria os resduos asspticos destes locais,
constitudos por papis, restos da preparao de alimentos, resduos de
limpeza gerais e outros materiais. V - Portos, Aeroportos e
Terminais Rodovirios e Ferrovirios constituem-se de materiais de
higiene, asseio pessoal e restos de alimentos; VI Industrial aquele
originado nas atividades dos diversos ramos de indstria como a
metalrgica, qumica, petroqumica, papeleira, alimentcia etc. O
resduo slido industrial bastante variado, podendo ser representado
por cinzas, lodos leos, resduos alcalinos ou cidos, plsticos,
papis, cermicas etc. VII Agrcola so resduos slidos das atividades
agrcolas e da pecuria. Incluem embalagens de fertilizantes e
defensivos agrcolas, raes, restos de colheita etc. VIII Entulho so
os resduos da construo civil, composto por materiais de demolies,
restos de obras, solos de escavaes diversas etc. DAlmeida et al
(2000) indica ainda a responsabilidade pelo gerenciamento dos
resduos descritos acima e ilustrados na Tabela 1:
Tabela 1 Responsabilidade pelo gerenciamento dos resduos
Origem do resduo Responsvel
Domiciliar Prefeitura
Comercial Prefeitura1
Pblico Prefeitura
Servios de Sade Gerador (hospitais, etc)
Industrial Gerador (indstrias)
Portos, aeroportos e terminais ferrovirios e rodovirios
Gerador (portos, etc.)
Agrcola Gerador (agricultor)
Entulho Gerador
1 A Prefeitura responsvel por quantidades pequenas, geralmente
inferiores a 50kg, de acordo com a legislao municipal especfica.
Quantidades superiores so responsabilidade do gerador.
ABNT NBR 10004:2004 CLASSIFICAO:
resduo
Tem origem
conhecida ?
Consta nos anexos A
ou B?
Tem caracteristicas de:
Inflamabilidade, corrosividade,
reatividade, toxicidade ou
patogenicidade?
resduo no perigoso classe II
Possui constituintes que so
solubilizados em concentraes
superiores ao anexo G ?
resduo no inerte Classe II A
resduo perigoso classe I
resduo inerte Classe II B
sim
no
sim
no
no
sim
no
sim
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O levantamento das quantidades de resduos industriais feito
utilizando a metodologia dos inventrios, que consistem em
questionrios enviados as indstrias consideradas potencialmente
importantes como geradoras de resduos.
Gerenciamento dos resduos slidos No vigsimo primeiro captulo da
Agenda 21, esto estabelecidas as diretrizes para o gerenciamento
dos resduos slidos de forma compatvel com a preservao ambiental. Um
novo estilo de vida, com mudanas nos padres de consumo, nos padres
de produo e de gerao de resduos se impe para a humanidade. O
estabelecimento desses novos padres comportamentais e culturais
depende de um trabalho de educao e conscientizao e deve (deveria)
ser tarefa da atual gerao e das prximas, na construo de um novo
modelo de mundo. A Agenda 21 define reas-programa que permitem o
estabelecimento de uma estratgia de gerenciamento de resduos slidos
compatvel com a preservao do ambiente. Minimizao da produo de
resduos, Maximizao de prticas de reutilizao e reciclagem
ambientalmente corretas, Promoo de sistemas de tratamento e
disposio de resduos compatveis com a preservao ambiental, Extenso
da cobertura de coleta dos servios de coleta e destino final. Em se
tratando de um resduo industrial, a fonte geradora geralmente
conhece a composio e a quantidade dos seus resduos, no entanto, o
gerenciamento desse tipo de resduo pode ser bastante problemtico.
Uma vez que a gerao dos resduos industriais diretamente dependente
das aes de minimizao praticadas pelas indstrias, demonstra que o
incio do Gerenciamento de Resduos Slidos comea antes da gerao. Na
Agenda 21, os programas considerados importantes para o
equacionamento da poluio por resduos perigosos (RP) so:
Promover a minimizao da gerao de RP Promover e fortalecer a
capacitao institucional para o gerenciamento de RP Promover e
fortalecer a cooperao internacional para o gerenciamento da
movimentao
de RP entre fronteiras Impedir o trfico internacional ilegal de
RP
Tambm faz parte do gerenciamento, o coleta, classificao,
segregao, armazenagem, transporte, reciclagem, bolsa de resduos,
levantar as alternativas de tratamento e disposio final destes,
considerando aspectos de treinamento de pessoal, manuseio e
procedimento de emergncia, dentro de critrios de garantia da proteo
ambiental e da sade pblica. Alm disto, se necessrio, realizar um
processo de recuperao dos locais contaminados pela disposio
inadequada.
As reas e as formas de armazenamento devero ser previamente
submetidas ao rgo ambiental para apreciao e parecer. O local para o
armazenamento de resduos dever estar situado a distncias mnimas de
residncias, hospitais, clnicas, centros mdicos, de escolas, clubes
esportivos e de outros equipamentos de uso comunitrio, de rodovias,
vias de acesso pblico e corpos dgua. Os procedimentos de coleta e
estocagem a serem seguidos so:
COLETA definir os equipamentos adequados para coleta e segregao
dos resduos slidos; definir os locais para os recipientes para
coleta e para segregao; descrever o processo de transporte;
descrever o processo de manuseio; ESTOCAGEM definir o local e a
capacidade disponvel para cada tipo de resduo;
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definir os procedimentos de manuseio entre as reas de estocagem
e tratamento ou disposio final;
definir o treinamento necessrio ao pessoal envolvido; Os resduos
slidos devero sofrer tratamento ou armazenamento adequado
preferencialmente no prprio local de produo e nas condies
estabelecidas pelos rgos responsveis de controle da poluio e de
preservao ambiental. Entretanto, a maior parte dos resduos,
principalmente aqueles caracterizados como perigosos so geralmente
tratados ou dispostos em locais distantes do seu ponto de gerao, o
que necessita de transporte do ponto de gerao ao local de
tratamento ou disposio, envolvendo coleta, condicionamento e
transporte.
Uma vez havendo a impossibilidade tcnico-cientfica e econmica do
tratamento e disposio dos resduos slidos prximos ao local de sua
gerao, o transporte deve ser feito em veculos apropriados,
compatveis com as caractersticas dos resduos, atendendo as
condicionantes de proteo ao meio ambiente e a sade pblica.
O transporte de resduos no perigosos (por exemplo sucatas de
ferro, lixo de restaurante, etc.) no apresenta grandes implicaes
quanto ao treinamento de motorista e ajudantes, estado de conservao
do caminho e burocracia com relao aos rgos ambientais
regionais.
Para o transporte de Resduos Perigosos a indstria obrigada a
seguir uma srie de procedimentos para que se cumpram todas as leis
e regulamentaes dos rgos ambientais envolvidos no transporte deste
tipo de material, com relao a documentaes, licenas etc. Alm do
cumprimento deste procedimento, deve exigir tambm das empresas
transportadoras o seu enquadramento s normas referentes ao
transporte de resduos perigosos, e atuar como fiscalizadora, j que
a mesma se encontra no papel de co-responsvel deste processo.
Os veculos de transporte de carga ou produtos perigosos s podero
transitar por vias pblicas ou rodovias, se preencherem os
requisitos de simbologia estabelecidos pela Norma Brasileira. Os
produtos devem estar acondicionados para suportar os riscos de
carregamento, transporte, descarregamento e transbordo. Devem
evitar o uso de vias que atravessem ou estejam prximas de reas
densamente povoadas, de reas de proteo de mananciais, reservatrios
de gua ou reservas florestais e ecolgicas para carregamento,
transporte e descarregamento de produtos perigosos. O transporte de
produtos perigosos somente ser realizado em veculos cujas
caractersticas tcnicas e estado de conservao possibilitem segurana
compatvel com o risco correspondente ao produto transportado. No
caso dos resduos serem transportados ou terem de ser estocados at
terem um tratamento adequado, eles devem ser cuidadosamente
manuseados, coletados e armazenados. O acondicionamento e/ou
estocagem de resduos pode ser realizado em: tambores, a granel,
caamba, tanque, fardos, sacos plsticos ou outras formas. Os veculos
de transporte de carga ou produtos perigosos s podero transitar por
vias pblicas ou rodovias, se preencherem os requisitos de
simbologia estabelecidos pela Norma Brasileira. Os produtos devem
estar acondicionados para suportar os riscos de carregamento,
transporte, descarregamento e transbordo. Devem evitar o uso de
vias que atravessem ou estejam prximas de reas densamente povoadas,
de reas de proteo de mananciais, reservatrios de gua ou reservas
florestais e ecolgicas para carregamento, transporte e
descarregamento de produtos perigosos. O transporte de produtos
perigosos somente ser realizado em veculos cujas caractersticas
tcnicas e estado de conservao possibilitem segurana compatvel com o
risco correspondente ao produto transportado. Geralmente o
gerenciamento interno de exclusividade da empresa, mas o externo,
muitas vezes, fica por conta de empresas contratadas, o que
dificulta o trabalho da empresa sendo a mesma responsvel por todas
as fases. O conhecimento do responsvel pela manipulao, remoo,
transporte, armazenamento, disposio e controle dos resduos slidos
tambm indispensvel. Outro fator vital a questo do cumprimento da
legislao pertinente e dos objetivos traados pela empresa, para
assegurar esse programa de gerenciamento. Com relao ao
gerenciamento de resduos slidos so necessrias, inicialmente, a
identificao da fonte de gerao com qualificao e quantificao atravs
da caracterizao por amostragem, anlise e classificao. Aps essa fase
inicial, o procedimento abrange as seguintes etapas:
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Medidas preventivas:
Gerao da menor quantidade possvel minimizao na gerao; Segregao
em local adequado para evitar a diluio dos materiais pelas guas de
chuva e
que fiquem dispostos ao tempo; Rtulos e etiquetas para a
identificao; Separao dos resduos entre si, para evitar a contaminao
dos menos perigosos com os
outros e para que no ocorram reaes qumicas entre os diferentes
materiais. Medidas corretivas
Identificao do tipo de tratamento a ser utilizado. As diretrizes
para o tratamento de resduos consiste em :
o Definio de processos de produo, tendo em vista as
caractersticas qualitativas e quantitativas dos resduos
resultantes;
o Desenvolvimento dos estudos de tratabilidade para avaliao dos
possveis tratamentos;
o Conceituao dos processos tendo-se em vista a eficincia de
remoo de poluentes e o impacto que iro provocar ao meio
ambiente.
Identificao das empresas que realizaro servios de tratamento,
anlise e transporte; Elaborao de um plano de tratamento que enviado
ao rgo Ambiental, junto com o
laudo de caracterizao do resduo, para que o rgo emita a
autorizao; Transporte do resduo por uma empresa devidamente
licenciada, que ter a
responsabilidade de encaminhar, junto com o resduo, a documentao
necessria; Recebimento do resduo pela empresa de tratamento,
retirada de uma amostra
testemunha e pesagem; Tratamento; Emisso do comprovante de
destinao final do resduo emitido pela empresa; Arquivamento por um
perodo de 5 anos das notas fiscais de transporte e do
comprovante
de destinao final do resduo. Cada resduo deve ter o seu
gerenciamento desde a fase imediatamente aps a gerao at a disposio
final, de forma a garantir a minimizao de riscos sade pblica e ao
meio a ambiente. Cabe ao gerador de resduos assumir a
responsabilidade de assegurar que empresas terceirizadas,
responsveis pela disposio final, tratamento, compra e reciclagem
estejam de acordo com as normas ambientais vigentes. Vale salientar
que todo o gerenciamento no definitivo, devendo ser reformulado
dependendo das circunstncias e das necessidades do momento.
As relaes entre pases, no que se refere aos problemas ambientais
provocados por produtos e resduos, tm sido objeto de tratados que
visam estabelecer novos padres nas relaes internacionais. Alguns
dos tratados atuais que interferem na questo dos resduos so:
Protocolo de Montreal, para controle das substncias que destroem
a camada de oznio A Conveno da Biodiversidade, que regula as
condies de acesso a recursos biolgicos
entre os signatrios. A Conveno da Basilia, que probe a
movimentao de resduos perigosos, entre
fronteiras, para pases no participantes da conveno, e estabelece
regras para a movimentao entre os pases signatrios.
Concluindo, a legislao brasileira para a caracterizao e a gesto
do problema ao nvel de ao governamental bastante completa e segue
os modelos adotados nos pases industrializados, em especial, EUA e
Alemanha, pases com os quais os tcnicos brasileiros tm mantido
maior intercmbio no assunto resduo industriais. As normas da ABNT
(Associao Brasileira de Normas Tcnicas) cobrem bastante bem as
definies dos resduos e os cuidados com o seu manuseio, transporte e
estocagem. Essas normas so complementadas pelos documentos federais
e estaduais referentes a padres de emisses
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para incineradores, requisitos mnimos para a localizao, construo
e operao de aterros industriais e transporte de resduos. A legislao
ambiental para transporte de resduos perigosos soma-se quela
referente ao transporte de substancias perigosas publicada pelo
Ministrio dos Transportes, sendo que a atuao dos rgos ambientais
tem se dado em articulao com as autoridades rodovirias, com
relativo sucesso.
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Lodos gerados nas ETEs O termo lodo tem sido utilizado para
designar os subprodutos slidos do tratamento de Estaes de
Tratamento de Esgotos ou de Efluentes Industriais. Nos processos
biolgicos de tratamento, parte de matria orgnica absorvida e
convertida, fazendo parte da biomassa microbiana, denominada de
lodo biolgico ou secundrio, composto principalmente de slidos
biolgicos, por isso denominada de bbiioosssslliiddoo; porm para
este termo ser adotado necessria uma estabilizao do lodo, tornando
as caractersticas qumicas e biolgicas compatveis a uma utilizao,
como por exemplo na agricultura. No Brasil, j temos exemplos
concretos da utilizao de Biosslido como fertilizante em plantaes de
milho em pesquisa realizada pela Embrapa, na regio de Jaguarina SP;
porm ainda no temos uma legislao especfica para permitir e
normalizar a utilizao de biosslido na agricultura.
TTrraattaammeennttoo ddee llooddoo
O gerenciamento de lodo proveniente de estaes de tratamento uma
atividade de grande complexidade, responsabilidade e alto custo, e
se for mal executado pode comprometer os benefcios ambientais e
sanitrios esperados do sistema. Portanto a gesto do lodo prev a
reduo de sua produo e o aumento mximo da reutilizao e da
reciclagem. A arte de gerenciar est em combinar as diferentes
solues possveis de maneira que resulte numa seqncia de processos de
baixo custo e boa confiabilidade. Se falhar o tratamento, a
disponibilidade de locais de armazenagem se esgotar rapidamente e a
eficincia depuradora da estao fica reduzida pela necessidade de
descarregar lodo com o efluente.Todo o esforo feito para tratar os
efluentes lquidos pode ser comprometido por um tratamento
inadequado do lodo gerado nesses processos. O lodo considerado um
resduo slido (semi-slido) Na estao de tratamento fica retido um
lodo aquoso, cuja quantidade pode ser avaliada em cerca de 1% a 2%
do volume total de esgoto/efluente tratado por isso importante se
achar uma utilizao economicamente vivel, pois o custo com o lodo
pode ficar entre 20% e 60% do total gasto com a operao de uma estao
de tratamentos. O lodo biolgico produzido em unidades (lagoas
aeradas, lodo ativado ) tem um teor de slidos de 0,5 - 1,5 % aps
descarga do decantador secundrio. Espessamento essencial para
reduzir este volume antes das operaes de desidratao. Se o
tratamento primrio produz um volume de lodo muito maior que o do
tratamento secundrio, os lodos podem ser misturados e desidratados
juntos. Contudo, so frequentemente mantidos separados para um
melhor controle da desidratao e disposio. Os lodos primrios variam
amplamente em densidade, estabilidade qumica e biolgica,
solubilidade, toxidez e tamanho de partcula. J o lodo secundrio,
geralmente semelhante para todas as indstrias. O lodo primrio
removido do decantador tem cerca de 97% de umidade. Quantidade de
Lodo A quantidade de lodo produzida por uma estao assim como as
caractersticas fsicas e qumicas deste lodo dependem diretamente: do
tipo de ao, ou melhor, da seqncia de processos unitrios empregados
no tratamento como um todo.
PPrr--ttrraattaammeennttoo Coagulao qumica (condicionamento
qumico) O condicionamento um processo de preparao de lodo, atravs
da adio de produtos qumicos (coagulantes e polieletrlitos) para
aumentar sua aptido a desidratao e melhorar a captura de slidos nos
sistemas de desidratao do lodo. A maioria dos lodos requer um
condicionamento qumico anterior ao espessamento e desidratao. A
adio de coagulantes qumicos facilita a coalescncia das partculas
mais finas do lodo melhorando sua filtrao. Os coagulantes mais
comuns so o cloreto frrico, cal e polieletrlitos. Coagulao qumica
(condicionamento qumico ) Os coagulantes inorgnicos so amplamente
utilizados e, na maioria dos casos, capturam com eficincia os
colides. Eles tm a desvantagem
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de contribuir substancialmente para o aumento de volume do lodo,
o que acarreta problemas na desidratao. Os floculantes orgnicos
(polieletrlitos) podem ser classificados como: catinicos, aninicos
ou no-inicos. Eles so mais especficos e eficazes, porm so tambm,
mais sensveis as alteraes de pH e so mais caros.
EEssppeessssaammeennttoo oouu AAddeennssaammeennttoo
O adensamento ou espessamento um processo fsico de concentrao de
slidos e consiste em basicamente reduzir o volume do lodo, pela
reduo de sua umidade, o que facilita as etapas seguintes de
tratamento. As taxas de espessamento dependem: propriedades da
alimentao, concentrao de slidos na alimentao, tempo de reteno,
qualidade requerida na alimentao da desidratao e qualidade do
sobrenadante requerida para disposio ou reciclo. Geralmente o
espessamento por sedimentao gravitacional ou flotao.
SSeeddiimmeennttaaoo A configurao mais comum um tanque circular
com profundidade de 3 m e dimetros de 3 - 4,5 m. As unidades so
semelhantes a decantadores primrios. Equivale a uma decantao cujo
objetivo principal no a clarificao do lquido sobrenadante, porm a
concentrao dos slidos no fundo. A eficincia depende muito do lodo.
Lodo primrio pode ser espessado por gravidade at cerca de 90% de
umidade, enquanto lodo misto de 95 a 92%.O espessamento de lodos
orgnicos (particularmente de lodo ativado) complicado pela ao
anaerbica. Se a temperatura for propcia, as bactrias no lodo comeam
a decompor a matria orgnica, liberando gases. Isto acarreta
problemas de flotao, impede a compactao e cria odores
desagradveis.
FFlloottaaoo
O espessamento por flotao empregado para lamas contendo slidos
que: flutuam melhor que decantam, tm baixas taxas de decantao ou
pobre compactao. A maioria dos espessadores por flotao usa a
pressurizao do reciclo. A alimentao do flotador misturada com o
reciclo pressurizado na entrada do mesmo. Podem ser retangulares
(usualmente para pequenas aplicaes) ou circulares. Ambos os tipos
so equipados com escumadeiras na superfcie e raspadores no fundo.
As escumadeiras removem o material flutuante do tanque de
espessamento para um reservatrio. Os raspadores removem os slidos
mais pesados que no podem flotar.
EEssttaabbiilliizzaaoo A estabilizao visa a atenuar o mau odor
no tratamento e manuseio do lodo. Reduo de organismos patognicos e
reduo de volume de slidos volteis. A estabilizao biolgica do lodo,
que praticada com frequncia antes da desidratao ou disposio, pode
ser anaerbia ou aerbia. A digesto anaerbia tm as vantagens de baixo
consumo energtico e produo de metano. As bacias de digesto aerbia,
com tempo e reteno de 10 -20 dias, reduzem em at 40 % os slidos
volteis. Na digesto anaerbia os orgnicos do lodo so reduzidos a
CH4, CO2 , NH3 e H2S. O CH4 pode
ser recuperado e aproveitado para gerao de energia ou outros
propsitos. A digesto depende da temperatura, na faixa mesoflica (0-
35 C), o tempo de digesto de 20 -55 dias, enquanto que na faixa
termoflica (38 - 60 C), o tempo de 15 - 20 dias.
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A fase subseqente a desidratao ou desaguamento do lodo, que pode
ser realizada por mtodos naturais ou mecnicos, tendo como objetivo
remover gua e reduzir ainda mais o volume, produzindo um lodo com
comportamento mecnico prximo ao dos slidos. A desidratao do lodo
tem um importante impacto nos custos de transporte e destino final
do lodo, j que o comportamento mecnico varia com o teor de umidade,
e a diminuio de volume otimiza o transporte do lodo para seu
destino final, visto que na maioria dos pases, incluindo o Brasil,
as estaes de tratamento de esgoto/efluente tm como principal meio
de locomoo da carga de lodo, o sistema rodovirio e a utilizao de
frota de caminhes.
DDeessiiddrraattaaoo
O propsito da desidratao remover lquido suficiente do lodo
espessado de forma a produzir uma torta com contedo de slidos e
propriedades de manuseio timos para subsequente processamento ou
disposio. Centrifugao Uma centrfuga de slidos consiste de um tambor
rotativo que concentra e desidrata o lodo, separando em uma torta e
uma corrente diluda. A torta se forma no interior do tambor e
descarregada deste por intermdio de um parafuso condutor, que gira
dentro do deste a uma velocidade levemente menor. O fluido
sobrenadante corre para a extremidade oposta do tambor onde
coletado. A capacidade da centrfuga est relacionada com seu tamanho
(dimetro e comprimento do tambor). Atravs da centrifugao pode-se
obter um lodo com teor de umidade na ordem de 70 - 80%.
FFiillttrraaoo vvaaccuuoo Um tpico filtro vcuo consiste de um
tambor rotativo parcialmente submerso em um vaso contendo a lama.
Filtros vcuo 70% de umidade. Os dois tipos de filtros vcuo mais
comuns so o de tambor rotativo e o de correia rotativa. Desde o
desenvolvimento da filtrao contnua, o filtro vcuo com tambor
convencional tem sido mais usado . Isto se deve principalmente sua
flexibilidade operacional e habilidade para manusear vrias
qualidades de lodos. A principal desvantagem destes filtros o
progressivo processo de colmatao do meio filtrante. Quando esta
colmatao alcana um ponto crtico, o meio deve ser substitudo ou
regenerado com uma lavagem cida ou alcalina.Um outro problema a
descarga da torta. Ela deve ter uma espessura mnima e secura
suficiente para ser desgarregada por completo. Pode ter uma zona de
sopro antes da descarga. O uso de filtros do tipo correia rotativa
elimina ou reduz bastante os problemas de colmatao e espessura da
torta. O meio filtrante uma correia sem fim que atravessa do tambor
para um rolo de descarga da torta e, ento,para uma cmara de lavagem
onde sprays de alta presso borrifam fluido em ambos os lados do
tecido. A descarga da torta se d pela passagem do meio filtrante
por um rolo de menor dimetro, o que muda abruptamente o raio de
curvatura do meio causando o despreendimento da torta.
FFIILLTTRRAAOO eemm PPRR--CCAAMMAADDAA A filtrao vcuo em pr-
camada usada para aplicaes de difcil filtrao em que srios problemas
de descarga da torta so esperados ou quando as caractersticas da
alimentao variam consideravelmente. O filtro de pr-camada
semelhante ao filtro vcuo de tambor rotativo. Uma torta do material
de pr-camada (como terra de diatomcea) formada sobre o meio
filtrante . A filtrao prossegue continuamente pela raspagem de uma
poro da pr-camada sobre o filtro junto com a torta de lodo. medida
que a filtrao continua, a lmina de raspagem avana em direo
superfcie do tambor. A pr-camada pode durar por vrias horas ou
dias, dependendo das condies operacionais.
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Filtrao em correia horizontal. Filtros de correia horizontal so
melhor aplicados a lamas contendo slidos granulares que forma
tortas rapidamente e tm altas taxas de desidratao. O sistema
permite a lavagem contnua da torta e da correia, minimizando
problemas de colmatao. As vantagens deste mtodo sobre os outros
mtodos so a simplicidade operacional e o baixo consumo de energia.
Filtrao sob presso. Filtros prensa do tipo placa e quadro ou placas
paralelas consistem de uma srie de placas retangulares arranjadas
face a face na vertical. O meio filtrante disposto sobre a face de
cada placa. As placas so comprimidas e /ou parafusadas para se
manterem juntas durante a desidratao. O filtro opera em regime de
batelada. O lodo quimicamente condicionado bombeado para dentro dos
espaos entre as placas. Presses de 100 - 150 psi so aplicadas. Os
slidos preenchem o espao entre duas placas enquanto o lquido forado
atravs do meio. Ao trmino do perodo de desidratao, as placas so
separadas e a torta de lodo removida. Aplicados na filtrao de lodos
municipais e de industrias de polpa de papel, ou de lodos contendo
gua e leo. A presso suficiente para prevenir o entupimento do
filtro por finos. Filtros prensa 60 - 70 % de umidade.
SSEECCAAGGEEMM DDOO LLOODDOO
Secagem natural se d em unidades denominadas leitos de secagem.
VANTAGEM o mtodo mais simples e mais barato utilizado em secagem de
lodos, devendo ser escolhido sempre que possvel. DESVANTAGENS
Dependncia de condies climticas favorveisNecessidade de grandes
reas disponveisEmprego de mo de obra para remoo do lodo secoS pode
receber lodo estabilizado. Leitos de secagem compreendem tanques
rasos de piso drenante, geralmente retangulares, projetados para
receber lodo mido at uma altura de 30 cm. A perda de umidade de gua
ocorre atravs de 2 mecanismos: * percolao atravs da camada drenante
* evaporao atravs da superfcie exposta ao ar CAMADA SUPORTE
constituda de tijolos macios assentados com afastamento de 2 a 3
cm, preenchido com areia grossa. MEIO FILTRANTE constitudo de
camadas de pedras de granulometria diferentes e arrumadas, de modo
que a camada inferior tenha granulometria maiores do que as da
camada superior SISTEMA DE DRENAGEM constitudo de canalizaes
convenientemente dispostas, abaixo do meio filtrante, de modo a
recolher o lquido drenado que enviado entrada da ETE. Em condies
normais de secagem, o
lodo poder ser removido depois de um perodo que varia de 20 a 40
dias, cuja umidade atinge
valores de 70 a 60 %.
SECAGEM ARTIFICIAL A secagem artificial do lodo pode ser feita
em equipamentos do tipo moinhos rotativos, evaporadores de
multi-efeito e de leito fluidizado. O teor de slidos pode alcanar
at 90%. O Secador Trmico do tipo de troca trmica direta, ou seja,
os gases quentes provenientes da combusto entram em contato com o
lodo para aquece-lo e remover a gua, podendo operar continuamente
ou intermitentemente.A desinfeco ou higienizao do lodo uma operao
necessria se seu destino for reciclagem agrcola, j que os processos
de digesto anaerbia ou aerbia podem no reduzirem o nvel de patgenos
a patamares aceitveis.
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TRATAMENTO DE RESDUOS SLIDOS Define-se tratamento de resduos
como qualquer processo que altere suas caractersticas, composio ou
propriedades, de maneira a tornar mais aceitvel sua disposio final
ou simplesmente sua destruio. Estes mtodos se processam por uma ou
mais das seguintes formas: convertendo os constituintes agressivos
em formas menos perigosas ou insolveis; destruindo quimicamente
produtos indesejveis; separando da massa de resduos os
constituintes perigosos, com conseqente reduo do volume a ser
disposto; e alterando a estrutura qumica de determinados produtos,
tornado mais fcil sua assimilao pelo meio ambiente.
TTiippooss ddee ttrraattaammeennttoo
No Brasil, tm sido utilizados os seguintes mtodos de tratamento
e /ou disposio final:
Resduos urbanos Resduos Industriais
Reciclagem Incinerao
Co-processamento
Compostagem natural Blend energtico
Usinas de compostagem
Outros (land-farming, incorporao em cermica, estocagem)
Um breve histrico sobre os mtodos de tratamento e/ou disposio
final.
Incinerao Processo de tratamento que utiliza a decomposio trmica
de resduos, em elevadas temperaturas, com objetivo de tornar um
resduo menos volumoso e menos txico.
Nesta tecnologia ocorre a decomposio trmica via oxidao alta
temperatura da parcela orgnica dos resduos, transformando-a em uma
fase gasosa e outra slida, reduzindo o volume, o peso e as
caractersticas de periculosidade dos resduos.
Todos os materiais provenientes deste processo so tratados com
as mais modernas tecnologias antes de sua destinao final.
As escrias e cinzas so dispostas em Aterro prprio, os efluentes
lquidos so encaminhados para estao de tratamento, onde 100% retorna
ao processo, e os gases oriundos da queima so tratados e
monitorados on-line, sob os seguintes parmetros: vazo, temperatura,
nveis de O2,CO e tambm ndices de NOx, SOx e materiais
particulado.
A incinerao vem sendo praticada, principalmente para resduos
perigosos lquidos com poder calorfico acima de 3.000 kcal/kg. A
maioria dos incineradores disponvel no pas de propriedade de
empresas multinacionais, e foram construdos principalmente para
resolver o problema prprio de cada empresa. Essas empresas procuram
vender para outras indstrias a sua capacidade de incinerao
excedente.
OS INCINERADORES DE RESDUOS PERIGOSOS DO BRASIL
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O investimento nessa rea muito alto tanto na isntalaao como na
operao dos incineradores, cobrando preo mdio oscilante de R$ 1,50 a
R$ 3,00 por kg de resduo incinerado.
RESDUOS PASSVEIS DE INCINERAO
resduos slidos, pastosos, lquidos e gasosos
resduos orgnicos clorados e no-clorados (borra de tinta,
agrodefensivos, borras oleosas, farmacuticos, resduos de
laboratrio, resinas, entre outros)
resduos inorgnicos contaminados com leo, gua contaminada com
solventes, entre outros)
resduos ambulatoriais
RESDUOS NO-PASSVEIS
radioativos
resduos totalmente inorgnicos
VANTAGENS DA INCINERAO
destruio total da parcela orgnica dos resduos
monitoramento on-line de todo o processo
flexibilidade na forma de recebimento dos resduos (tambores,
bombonas, caixas, fardos, sacos e big bags)reduo do volumerecuperao
energtica; alternativa para no reciclveis
Desvantagens:
custospessoal especializadopossvel emisso de gases txicosmetais
pesados (cinzas e gases)
Legislao
NBR 11.175 (Teste de queima, Padres de emisso: HCl, HF, CO, SOx,
NOx e material particulado, Monitoramento)
Resoluo CONAMA No. 316, 29/10/2002 (Dispe sobre procedimentos e
critrios para o funcionamento de sistemas de tratamento trmico de
resduos)
A regulamentao brasileira se baseia na norma NBR 11.175, de
dezembro de 1989, de padres de desempenho de incinerao de resduos
perigosos. Na norma, por exemplo, esto os padres de emisso de HCl ,
HF, CO, SOx, NOx, e materiais particulados. Tambm define o
monitoramento contnuo, requisitos de operao e orienta a respeito do
chamado teste de queima.
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No teste de queima, normalmente feito de dois em dois anos, o
incinerador opera sob as piores condies. Se nesse teste a empresa
conseguir ter seus padres de emisso dentro dos limites, em qualquer
outra operao ela diretamente estar apta, afirmou o gerente do setor
de ar, rudo e vibraes da Cetesb, Carlos Eduardo Komatsu. O resduo
utilizado no teste ser ento de baixo poder calorfico e com alta
emisso de material particulado e dos outros poluentes. Ele dever
provar que consegue aliar o controle de emisses com capacidade de
destruio, completa. Caso passem no teste, realizado tambm quando so
ampliados, os incineradores recebem atestado de eficincia de
99,9999%.
Figura- Foto de um sistema de incinerao.
O controle sobre a formao de dioxinas e furanos (compostos
organo-clorados) feito em um equipamento chamado Quencher, capaz de
reduzir em menos de 1 segundo a temperatura de 1.200C, dos gases
finais da incinerao, para 80C. A medida evita originar compostos
cancergenos, normalmente produzidos em temperatura na faixa dos
700C. Evitando-se a formao das dioxinas e furanos pelo resfriamento
lento, impossvel de ocorrer em razo da rapidez do Quencher, que
opera com grande quantidade de gua.
Mecanismo de operao de um sistema de incinerao.
O forno de fluxo descendente composto por duas cmaras, a primria
e a de ps-combusto, que oferecem tempo de residncia total de 4
segundos a 1.200C. Entre as duas cmaras h uma restrio que melhora a
turbulncia dentro do forno de modo a garantir uma boa mistura entre
o combustvel, constitudo pelo prprio resduo em processo de
carbonizao, e o ar. No topo do forno ficam dois queimadores e, na
sua parte inferior, um terceiro.
Ao final do percurso formado pelas duas cmaras o resduo orgnico
transformado em CO e CO2. Restam os resduos organoclorados, a esta
altura em forma de gases clorados. Esses gases, medida que o
processo avana, so parcialmente absorvidos pela prpria gua de
resfriamento e da absoro resulta uma soluo contendo cerca de 15% de
cido clordrico.
Os clorados contidos nos gases quentes chegam ao Quencher, onde
sua temperatura, mediante contato com a resfriadora soluo de cido
clordrico, reduzida de 1.250C para cerca de 90C, aumentando,
paralelamente, o teor de cido clordrico na soluo. O HCl e Cl2
persistentes na forma gasosa so retidos na torre de absoro. A
seguir so neutralizados com soda custica e tratados com uria
industrial e sulfito de sdio, removendo-se o material particulado.
O gs neutralizado segue para um tanque onde ocorre a separao das
partculas lquidas e se impede por um separador de nvoa o arraste de
partculas menores.
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PROBLEMAS QUE PODEM SURGIR NO PROCESSO:
Contaminao da corrente gasosa, lquida e/ou das cinzas
(metais)
Danos ao equipamento (F, S, Cl)
Exploses (explosivos e substncias instveis ou muito
reativas)
Combusto incompleta
Consumo excessivo de combustvel pelo resduo muito mido, como
lixo urbano
Gerao de monxido de carbono (CO) e material particulado
Importante controlar na combusto os seguintes
Parmetros:
Temperatura fornecimento de energia
Tempo suficiente para absoro de energia
Turbulncia garantia de mistura adequada
Excesso de ar mistura resduo/O2 no perfeita
Controle de emisses e cinzas
HCl lavagem cida (H20 ou cal) Gases cidos: SOx, HF lavagem
alcalina NOx lavagem uria ou amnia Metais e material particulado
controle de partculas Dioxinas e furanos controle de combusto e
resfriamento de gases Cinzas aterro
Monitoramento
Parmetros de eficincia de combusto Contnuo: O2, CO, SO2
Descontnuo : material particulado, NOx e HCl Pontual: dioxinas e
furanos
Co-processamento O Co-processamento de resduos slidos, utiliza a
decomposio trmica, via oxidao, com finalidade de tornar o resduo
atxico atravs de sua incorporao qumica s matrias-primas, ou ainda,
elimina-lo sob a forma de gs carbnico e gua, atravs de sua queima.
A prtica do Co-processamento de resduos slidos vem sendo amplamente
explorada e incentivada como forma de destruio trmica de resduos
perigosos e no perigosos em vrios pases do mundo. Co-processamento,
princpio, pode ser realizado em qualquer indstria desde que esta
prtica seja capaz de aproveitar os compostos inorgnicos dos
rejeitos e destruir os orgnicos, detendo as condies operacionais
para o processo e seu controle sem alterar a qualidade do produto
final.
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No Brasil, o co-processamento de resduos vem sendo praticado,
principalmente em fornos cimenteiros nos Estados do Rio de Janeiro,
So Paulo, Minas Gerais e Paran. O Co-processamento tem se
apresentado como uma das alternativas tecnolgicas mais viveis no
gerenciamento de resduos, por ser um processo fechado, custo
relativamente baixo, destruio de resduos e reteno de cinzas na
matriz do clnquer. TIPOS DE RESDUOS QUE PODEM USADOS NO
CO-PROCESSAMENTO Dados da literatura apresentam como uma
alternativa de tratamento o co-processamento para os seguintes os
resduos industriais: Resduos oleosos: borras, lodos, leos e graxas
Catalisadores gastos Materiais de refino e resduos de refinarias de
petrleo Pneus Lodos de ETE Solventes Plsticos Madeira Tintas,
vernizes, resinas, corantes Substncias inorgnicas Produtos fora da
especificao e da validade Pela Resoluo CONAMA N 264 DE 26/08/99,
excetua-se do processo de licenciamento de forno rotativo de produo
de clnquer, para atividades de co-processamento de resduos, os
resduos domiciliares brutos, resduos de servio de sade,
radioativos, explosivos, organoclorados, agrotxicos e afins. O
blend energtico uma evoluo do co-processamento, na sua modalidade
de resduos com contedo energtico. Nesse caso, uma empresa
especializada, coleta os resduos com teores energticos acima de
3.000 kcal/kg e prepara uma mistura energtica que pode ser admitida
como combustvel auxiliar nos fornos cimenteiros. A vantagem do
blend ser um produto homogneo, preparado fora das instalaes da
indstria que utiliza o produto, eliminando os problemas ambientais
e operacionais do co-processamento. As desvantagens so os custos e
a reduo dos ganhos da cimenteira. Caracterizao dos fornos de
cimento
Os fornos de cimento renem algumas caractersticas que os
recomendam como possveis instalaes para a eliminao de resduos
perigosos, principalmente se esses resduos forem combustveis e
puderem ser destrudos por reao com o oxignio atmosfrico. Dado o seu
carter perigoso a queima destes resduos tem de ser realizada de
modo que a sua remoo e destruio (DRE- Destruction and Removal
Efficiency) seja elevada. Usualmente as Normas para o tratamento
trmico de resduos perigosos impem DRE melhores que 99,99% (ou
99,9999% para dioxinas/furanos). Devido quantidade elevada de
matria prima existente no interior do forno, este tem uma inrcia
trmica superior ao de muitas outras instalaes industriais a alta
temperatura. Esta caracterstica vantajosa quando se queimam
substncias com composio e poder calorfico varivel como so os
resduos industriais. necessrio tomar algumas precaues em relao ao
modo como o material adicionado ao forno. O local de injeo mais
apropriado o queimador principal junto sada do clnquer, porque
nestas condies a temperatura e o tempo de residncia so maximizados.
Substncias lquidas ou slidos triturados so normalmente queimados
neste ponto do forno.
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Fig. Processo de co-processamento
Fonte: CIMPOR Brasil (Oliveira, 2006) Resumindo, o
coprocessamento em cimenteiras apresenta as seguintes
vantagens:
Altas temperaturas e longos tempos de residncia: mais de 5" >
1800 C
Elevado ndice de destruio: Orgnicos totalmente destrudos; Metais
incorporados e
fixados no produto final
Dupla valorizao de produtos orgnicos e minerais
Reduo das emisses globais: CO2 global reduzido
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PLASMA TERMICO
O plasma um gs ionizado, literalmente a matria que forma o Sol e
as estrelas. um grande condutor de eletricidade. Cientistas dizem
que no universo mais de 90% da matria estaria sob o estado de
plasma. Plasma conhecido como o quarto estado da matria (slido,
lquido, gasoso e plasma). Pode-se defini-lo como um gs ionizado
constitudo de eletros livres, ons positivos, ons negativos e tomos
neutros (Alves Jr., 2001). No estado de plasma, o gs atinge
temperaturas extremamente elevadas que podem variar de 5.000-50.000
C. A incinerao por plasma processa vrios tipos de resduos:
municipal, industrial, comercial, agrotxicos, PCBs, os mais
perigosos materiais biolgicos infectados, resduos patolgicos,
materiais blicos, munies, armas qumicas e de efeito biolgico,
resduos de navios, e uma infinidade de outros materiais, incluindo
resduos nucleares de baixa radiao. VANTAGENS
Processo com emisso zero, ou ordens de magnitude inferior s
exigncias das leis ambientais;
O resduo convertido/ reciclado em um produto vitrificado,
similar a um mineral de altssima dureza, de aparncia vtrea e negra,
denominado obsidiana;
Este produto pode ser reaproveitvel pela sociedade, podendo
conter metais de alto valor a serem posteriormente
reciclados/refinados;
Elimina qualquer outra necessidade de tratamento subseqente,
estocagem ou disposio
em aterros especiais; No processo a plasma no so gerados
compostos txicos como dioxinas e outros; O volume de gases muito
inferior ao utilizado em outros processos e por isso muito fcil
de ser tratado; Reduo de volume extremamente elevada, a fraes
podendo ser inferiores a 1%;
Co-processamento em Cimenteiras Incinerao
No pode tratar alguns RIP halogenados
Destri menos eficientemente as molculas orgnicas (1100C/2s
contra
1450Cclnquer/4-6s)
No pode tratar RIP com Hg, Cd, Tl Pode tratar resduos mais
contaminados (ex:organoclorados)
Necessita da preparao prvia de uma mistura combustvel
Produz novos resduos perigosos: escrias, poeiras e lquidos de
lavagem
Destri com grande eficincia as molculas orgnicas
Baixo rendimento energtico
Fixa os metais integrando-os na estrutura do clnquer
Possui um sistema de tratamento de gases mais eficiente
Elevado rendimento energtico
No produz novos RIP
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Compostagem A crescente preocupao com os problemas ambientais,
associada escassez de recursos naturais tem levado o homem a pensar
mais seriamente sobre a questo dos resduos slidos. A compostagem
considerada um mtodo de tratamento com aproveitamento de resduos
slidos orgnicos, embora seja uma prtica remota, surge atualmente
como fonte de produo de um fertilizante orgnico/
composto/condicionador de solos para a agricultura. A crescente
procura de produtos mais saudveis e produzidos sem a adio de
fertilizantes qumicos provoca certos estmulos na agricultura
mundial, tornando o composto orgnico uma alternativa vivel e
conciliatria para dois grandes problemas mundiais: a produo de
alimentos e a poluio ambiental.
Histrico:
A compostagem praticada desde antigidade, principalmente pelos
orientais, as tcnicas empregadas eram artesanais e o composto
orgnico obtido empregado na produo de cereais.
S aps 1920, Sir Albert Horward desenvolveu o processo Indore, na
ndia, definindo procedimentos para o estudo da fermentao de resduos
slidos, resultando na utilizao de leiras sobre o solo.
Uma srie de outros processos foram surgindo:
1922 - Giovanni Beccari - reduziu o perodo de fermentao de 180
para 40 dias
1929 Jean Bordoim props modificaes no processo Beccari
1932 O holands Van Manhen, props modificaes no processo
Albert
A partir de ento, surgiram inmeros processos: Dumfries, Windrow,
Dano, Frazer-Eweson, Riker, Jersey, Earp-Thomas, Triga, Kneen,
Prat, Nusoil, dentre outros.
A avano tecnolgico permite que muitos dos atuais sistemas
instalados sejam totalmente operados e controlados por
computadores.
Definio: um processo aerbio e controlado de decomposio biolgica
e estabilizao da matria orgnica em condies que permitam o
desenvolvimento de temperaturas termoflicas (65oC) resultantes de
uma produo calorfica de origem biolgica, com obteno de um produto
final estvel, higinico, rico em compostos hmicos e cuja utilizao,
no solo, no oferea riscos ao meio ambiente. O fato da decomposio do
resduo ser controlada que difere a compostagem da putrefao natural,
sendo esse controle em suma, o objeto de todos os estudos sobre o
assunto.
CCoommppoossttoo oorrggnniiccoo
O vocbulo compost, da lngua inglesa deu origem palavra composto,
usada para indicar um fertilizando orgnico preparado a partir de
restos vegetais e animais atravs de um processo denominado de
compostagem.
um produto homognio obtido por um processo biolgico, pelo qual a
matria orgnica existente em resduos convertida em outra mais estvel
pela ao de microrganismos. Os resduos podem se restos agrcolas,
estercos de animais ou resduos urbanos, separados ou
combinados.
formado de hmus e protenas resultantes da compostagem da matria
orgnica. a denominao genrica dada ao fertilizante orgnico
resultante do processo de compostagem.
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Fatores que Afetam a Compostagem
Temperatura
O processo de compostagem ocorre em diversas temperaturas. Seu
controle absolutamente necessrio. Para melhores resultados, deve
ser mantida entre 50 e 55oC
nos primeiros dias e entre 55 e 60oC no restante do perodo de
compostagem. Se deixar
aumentar a temperatura acima de 70oC por um perodo significativo
de tempo, a atividade
biolgica ser reduzida.
Bactria Mnima* tima* Mxima*
Mesoflica 15 a 25 25 a 40 43
Termoflica 25 a 45 50 a 55 85
pH
Na fase inicial da compostagem, a acidez do material tende a
aumentar em virtude da formao de cidos orgnicos, atingindo valores
de pH prximos de 4,5. A partir da, o processo toma o sentido
inverso, observando-se um crescente aumento do pH, que chega a
atingir valores superiores a 8,0. Normalmente deve ser mantido na
faixa de 8,0 a 9,0;
Umidade
A faixa ideal de operao fica entre 40- 60%, abaixo desta
poderemos ter inibio do processo microbiano, pois os microrganismos
necessitam, para sua plena atividade metablica, de uma certa
quantidade de gua, que funciona como importante veculo de
nutrientes e via de excreo dos metablitos e acima podemos favorecer
o processo anaerbio.
Aerao
Deve ser tal que seja fornecida a quantidade de oxignio
necessria para que o processo de oxidao-reduo transcorra
favoravelmente com a liberao da energia necessria;
A compostagem deve ser um processo essencialmente aerbio.
M aerao favorece a formao de chorume e vetores.
A aerao pode ser por revolvimento das leiras ou forada.
Relao C/N
Os microrganismos para manterem ativo o processo de compostagem
exigem, alm do substrato orgnico, uma quantidade mnima de outros
elementos necessrios sua constituio celular. Entretanto, suas
maiores necessidades so o carbono, como fonte de energia e o
nitrognio, como importante formador da estrutura celular. Para o
incio do processo, aceita-se como tima uma relao de 30 partes de
carbono para cada parte de nitrognio (30 : 1);
Sofre grande variao no decorrer do processo. Inicialmente, o
ideal est em torno de 30/1, terminando o processo com cerca de
10/1. Se a relao estiver alta corrigida, deve ser feita uma correo
adicionando fonte de N (ex:
lodo ou fertilizantes)
Se estiver baixa ocorre liberao do N na forma de amnia.
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Desta forma, muito importante que o composto aplicado no solo
esteja realmente maturado, C/N 10/1.
TTiippoollooggiiaa ddooss rreessdduuooss
Tipos de resduos slidos que podem ser utilizados no processo de
compostagem: restos agrcolas, estercos de animais, resduos urbanos
(frao orgnica), resduos agro-industriais e lodos gerados em plantas
de ETEs separados ou combinados com agentes estruturantes.
FFaasseess ddaa ccoommppoossttaaggeemm
Fase I - fase inicial incio da decomposio da matria orgnica,
apresenta aquecimento rpido, desprendimento de calor e vapor dgua,
fitotoxicidade com formao de cidos (actico, frmico, proprinico,
butrico, caprico e cprico - queda do pH ~ 4,5) e toxinas de curta
durao 12 a 24 horas.
Fase II - fase de semicura ou bioestabilizao degradao ativa
nesta fase que ocorre as reaes bioqumicas mais intensas. uma fase
essencialmente termoflica (65
oC)
tempo durao: 24 horas a 8 dias (biorreatores) , 45 70 90 dias
(leiras), depende de fatores ambientais, natureza dos resduos,
tamanho e natureza da populao microbiana, balao de nutrientes e do
tipo de processo escolhido.
Fase III - fase de resfriamento tempo durao: 2 a 5 dias Fase IV
- fase de cura, maturao ou humificao (formao de cidos hmicos) e de
mineralizao - tempo durao: 30 a 60 dias
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A compostagem no pode ser empregada sozinha. Para um bom
rendimento, e para a obteno de um composto aceitvel, o processo,
ento, feito em uma sequncia de 4 fases: - tratamento preliminar do
lixo, com triagem e seleo de materiais aproveitveis; - fermentao
propriamente dita; - tratamento secundrio do produto fermentado; e
-armazenamento e fermentao lenta do composto obtido. Vantagens: -
aproveitamento do lixo para se obter um produto final til para o
solo; - o meio mais econmico para se produzir um composto hmico; -
no ocorre a contaminao do ambiente durante o processo; - necessita
de rea muito menor que os aterros sanitrios; - pode tornar-se
rentvel ao se conjugar a venda do composto com a coleta de lixo
municipal.
Baixo Custo Operacional e de Instalao, em comparao a outros
processos (por ex: incinerao)
Pode ser realizado na prpria fonte geradora do resduo, evitando
despesas com o transporte.
Pode ser uma boa soluo para destinar o lodo produzido nas ETE`s.
Possui a flexibilidade de processar volumes grandes ou pequenos de
resduos Produz um composto com excelente aplicao na
agricultura.
Inconvenientes: - necessita de mais espao que a incinerao; - a
descarga do lixo libera odores que devem ser eliminados por
instalaes para ventilao; - a qualidade do composto varia em funo da
composio do lixo fresco; - devido aos grandes gastos com transporte
no preo final do composto, sua venda ainda limitada.
afetada por diversos fatores (pH, temperatura, aerao, umidade,
tamanho das partculas, concentrao de nutrientes e segregao de
materiais (coleta seletiva))
um processo ainda lento at 60 dias. sensvel produtos txicos ou
no biodegradveis (Ex.:celulosdicos), e no processa
metais pesados Caso no haja rigoroso controle do processo,
podero surgir impactos ambientais, com
emanao de odores e produo de chorume Exige boa coleta seletiva e
anlise da matria-prima antes do incio do processo Necessita de
espao
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LLeeggiissllaaoo
As caractersticas dos materiais comercializados como
fertilizantes devem obedecer s especificaes da legislao existente,
que dispem sobre a inspeo e a fiscalizao da produo e comrcio de
fertilizantes e corretivos agrcolas e aprovam normas sobre
especificaes, garantias e tolerncias. Decreto-lei 86.955 de
18/12/82 Portaria MA 84 de 29/3/82 Portaria 01 da Secretaria de
Fiscalizao Agropecuria do MA de 4/3/83
OO ccoommppoossttoo oorrggnniiccoo eennqquuaaddrraaddoo nnaa
lleeii ccoommoo ffeerrttiilliizzaannttee oorrggnniiccoo oouu
mmaaiiss eessppeecciiffiiccaammeennttee ccoommoo
ffeerrttiilliizzaannttee ccoommppoossttoo..
Tabela 2 Valores estabelecidos como parmetros de controle para o
composto orgnico, conforme legislao brasileira.
Tabela 3 Resumo da classificao do processo de compostagem
Classificao da compostagem
Quanto biologia
Aerbio presena de O2, temp. de decomposio elevada,
desprendimento de CO2 e vapor dgua; Anaerbio ausncia de O2, temp.
de decomposio baixa, desprendimento de CH4 e H2S e outros gases
Misto - combinao dos dois processos (processo chins)
Quanto temperatura Psicoflica temperatura normal ambiente
Mesoflica 35 55 oC Termoflica 55 70 oC
Quanto ao ambiente Aberto cu aberto, ptio de maturao Fechado
digestores, bioestabilizadores, biorreatores (possui melhor
controle das fases)
Quanto ao processa-mento
Natural revolvimentos perdicos Acelerado Dinmico- reatores
Esttico leiras com sistema de aerao
forada
Parmetro
Valor
Tolerncia
pH
Mnimo de 6,0
At 5,4
Umidade
Mximo de
40%
At 44%
Mat. Org.
Mnimo de 40%
At 36%
Nitrognio total
Mnimo de
1,0%
At 0,9%
Relao C/N
Mximo de 18/1
At 21/1
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MMiiccrroobbiioollooggiiaa ddoo pprroocceessssoo
A compostagem uma bio-oxidao da matria orgnica conduzida por uma
variedade de microrganismos. A diversidade, sobretudo de bactrias,
fungos e actinomicetos favorece uma boa compostagem.
- Bactrias: sempre presentes no processo, predominantes na fase
de degradao dos compostos biodegradveis, desenvolvem-se rapidamente
no incio do processo, liberam energia na forma de calor, necessitam
de umidade e so ativas numa larga faixa de pH.
- Fungos dominantes quando existe uma alta relao C/N no meio
(materiais celulosicos), suportam baixos teores de umidade e larga
faixa de variao de pH (2-9)
- Actnomicetos atacam as substncias no degradadas por bactrias e
fungos (baixa relao C/N), desenvolvem-se sobretudo na fase final da
maturao.
- Para um bom rendimento nas diferentes etapas da compostagem e
para a obteno de um composto aceitvel, o processo, deve ser feito
em uma sequncia de 4 fases:
- tratamento preliminar dos resduos slidos, com triagem e seleo
de materiais aproveitveis;
- fermentao propriamente dita; - tratamento secundrio do produto
fermentado; - armazenamento e fermentao lenta do composto
obtido.
1) Tratamento preliminar do resduos slidos: Na entrada de uma
usina de compostagem, os caminhes contendo os resduos slidos so
pesados e, a seguir, vazam a carga nas fossas de recepo. Das fossas
de recepo, o resduo transportado fresco atravs de correias
transportadoras para o tratamento primrio que consiste de:
- crivagem para eliminao de elementos de maior dimenso, que
prejudicam os processos posteriores; - triturao e homogeneizao,
para facilitar a fermentao;
- triagem e seleo mecnica ou manual de elementos aproveitveis.
Os crivos geralmente so peneiras vibratrias, que deixam passar o
material pequeno, geralmente decomponvel por fermentao . A triturao
conseguida, com o emprego de moinhos de martelo, que tem como
objetivo obter uma granulometria uniforme para a massa do resduo,
que ser enviada fermentao. A seleo mecnica realizada por
separadores eletromagnticos, que separam as latas e chapas
ferrosas, e por flotadores, que recuperam os papis e outros
materiais celulsicos. Na seleo manual so empregadas correias
transportadoras planas (esteiras rolantes), de onde so retirados
materiais no fermentveis e aproveitveis, como vidros, latas, peas
de alumnio, zinco, chumbo, nquel e cobre, plstico, trapos, etc. O
material separado encaminhado para prensagem e ensacamento e,
quando possvel, posterior comercializao. 2) Fermentao: 2.1)
Fermentao clssica/natural ou fermentao em leiras com reviramento:
Processo muito utilizado, no qual o resduo fresco triturado e
selecionado disposto em reas preferivelmente pavimentadas, em
montes/pilhas ou em leiras. Em regies frias ou midas, conveniente
que o local de disposio das leiras seja coberto. A temperatura de
fermentao regulada pela quantidade de oxignio nas leiras, que, por
sua vez, adicionado simplesmente pelo reviramento das leiras.
As experincias realizadas na UFV indicam que um ciclo de
reviramento satisfatrio deve ser feito a cada trs dias, na fase de
degradao ativa e na fase de maturao as leiras no devem ser
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reviradas. Cabe ressaltar que este procedimento pode sofrer
modificaes em funo da qualidade dos resduos, processamento
utilizado e de fatores ambientais.
O reviramento pode ser manual ou mecnico, com escavadora ou
equipamento especialmente projetado para isto. A temperatura medida
por sonda termomtrica todos os dias a 50 - 60 cm da superfcie no
centro da leira. Quando a temperatura cai abaixo de 50oC, necessrio
virar as leiras. Quando, aps o reviramento, a temperatura no sobe
mais, considera-se que o composto est pronto, o que ocorre em torno
de 75 a 90 dias. sugerido que as leiras devam ter seo triangular,
com as seguintes dimenses: - largura da base = 2,40 m e 3,60m (45
m) - altura = 1,20 m e 1,60 m (2 m) - comprimento em torno de 100
m.
Landfarming
O solo possui, naturalmente, diversos microrganismos com
atividades metablicas bastante variadas. Sendo assim, uma das
maneiras mais simples de se proceder no tratamento de um resduo
consiste em mistur-lo ao solo e deixar que a flora microbiana
nativa atue. Esse procedimento, conhecido como landfarming,
amplamente utilizado pela indstria de petrleo no tratamento de seus
resduos, mas, tambm pode ser utilizado na descontaminao de solos
contaminados por petrleo e derivados (WONG et al., 1997). Tcnica
empregada para tratamento de resduos slidos, onde se adicionam
nutrientes e espalha-se a mistura sobre o solo. Microrganismos:
contidos em camada superficial (15-20 cm) de solo no contaminado.
Processos envolvidos: decomposio, lixiviao dos componentes solveis
em gua, volatilizao e incorporao matriz do solo. Aplicao: resduos
da indstria petroqumica e solos contaminados com petrleo e
derivados. Resduos no devem conter componentes como microrganismos
patognicos, componentes radiativos, txicos ou altamente reativos.
Operao: necessidade de revolvimento ou misturas peridicas para
aerar o solo e promover o contato entre o resduo e o solo. O pH
deve ser controlado e, se necessrio, adiciona-se cal Landfarming -
Tem sido praticado pela indstria petroqumica h bastante tempo na
disposio de resduos slidos oleosos (borra de petrleo). As
principais vantagens deste mtodo de disposio de resduos slidos so:
1. Efetividade a um custo razovel 2. Relativa segurana ambiental 3.
Uso de processos materiais que reciclam o resduo 4. Relativa
simplicidade de processo, no requerendo equipamento que necessitam
de constante manuteno ou que sejam prova de falhas Essa tecnologia
pode apresentar algumas desvantagens: Deficincia dos solos - pois,
apesar de disponibilizar quantidades apreciveis de carbono capazes
de sustentar uma numerosa populao microbiana, os solos, geralmente,
apresentam baixos teores de nitrognio e fsforo (alm de outros
nutrientes inorgnicos). Por isso, freqentemente, utilizam-se
fertilizantes para suprir a deficincia do solo. O problema de
espao, pois no landfarming aproveita-se apenas os 20cm superiores
do solo, exigindo grandes extenses de terra Condies climticas - o
tratamento altamente dependente das condies climticas (temperaturas
baixas inibem o processo, umidade e vento tambm afetam) e do tipo
de solo.
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Os contaminantes volteis, como os solventes, devem ser
pr-tratados, para evitar a emisso destes para a atmosfera, causando
assim a poluio do ar. O landfarming vem levantando preocupaes
quanto ao risco de contaminao de guas subterrneas e liberao de
odores. A maior vantagem dessa tcnica o baixo custo com
equipamentos, construo e operao. Como o consumo de oxignio aumenta
de acordo com a quantidade de carbono orgnico disponvel e a taxa de
difuso do oxignio atravs do solo muito baixa, podendo no haver
oxignio suficiente para sustentar a atividade aerbia dos
microrganismos. Para contornar esse problema, o solo deve ser
revolvido, promovendo a aerao de todo o seu volume. Um outro fator
limitante desse processo a umidade, pois pode ocorrer um
ressecamento na superfcie. Desta forma necessrio que se adicione
gua ao sistema para manter nveis de umidade propcios atividade
microbiana. O solo pode ser tanto irrigado, atravs de dispersores,
ou drenado, se a umidade for excessiva. A homogeneizao, responsvel
pela melhora do contato entre os contaminantes e os microrganismos,
assim como uma maior interao com o oxignio, realizada atravs de
aragem por meio de tratores. Para acelerar e otimizar o processo,
nutrientes (fontes de nitrognio, fsforo e potssio - NPK) e
corretivos de pH devem ser periodicamente analisados e adicionados
conforme a necessidade e relaes pr-estabelecidas. Todo um preparo
da rea das clulas de tratamento exigido, a fim de que se reduza, ao
mnimo, os riscos de contaminao dos lenis freticos por lixiviao de
poluentes. O material lixiviado passvel de recirculao, tratamento
em outra unidade e/ou coleta para posterior retirada de compostos
orgnicos volteis. O custo envolvido no processo depende das condies
especificas do local, da exigncia ou no de impermeabilizao, da
extenso da rea de escavao requerida e da obrigatoriedade ou no do
tratamento da gua e dos compostos orgnicos volteis emitidos.
Tipicamente, o perodo de tratamento varia entre 2 e 6 meses. Sendo
bem monitoradas e operadas, as clulas de landfarming podem oferecer
elevadas taxas de biodegradao de ampla faixa de compostos orgnicos.
NBR 13894 Tratamento no Solo (landfarming) ABNT junho de 1997. Fixa
as condies exigveis para o tratamento no solo de resduos slidos
industriais suscetveis biodegradao.
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Solidificao/Estabilizao/Inertizao/Encapsulamento o processo pelo
qual reduzida quimicamente, a mobilidade de constituintes
perigosos, tais como os metais, evitando a lixiviao dos mesmos.
Para tanto introduzido um aditivo mistura rejeito/gua, que ento se
solidifica, formando uma matriz, a qual responsvel pela imobilizao
do composto de interesse. O termo solidificao empregado para
definir tecnologias de disposio que fixam ou encapsulam os resduos
em uma matriz slida. Tcnicas de fixao ligam quimicamente ou
fisicamente o resduo ao agente de solidificao. Fixao - Demanda uma
reao qumica entre um ou mais componentes do resduo e uma matriz
slida introduzida ou no Tcnicas de encapsulamento permitem o
envolvimento fsico do resduo com o agente. Ambas as tcnicas reduzem
a solubilidade de qualquer constituinte no resduo e desintoxica os
constituintes poluentes. Usadas para desintoxificar, imobilizar,
insolubilizar ou outra maneira de tornar um componente menos
perigoso antes de ser disposto no ambiente. Tecnologias
Desenvolvidas e Aplicadas 1)Tcnicas baseadas em cimento Adio de
cimento Portland ou outros produtos inorgnicos semelhantes. Devido
ao pH obtido na mistura, diversos ctions so convertidos em
carbonatos e hidrxidos insolveis. 2)Tcnicas baseadas em materiais
pozolnicos (no incluindo Cimento) Cinzas, poeiras de forno de
cimento ou escria de alto forno produtos residuais com pequeno ou
nenhum valor comercial. 3) Tcnicas baseadas em termoplsticos Os
resduos so secos, aquecidos e dispersos atravs de uma matriz
plstica aquecida, mistura esta normalmente disposta em uma conteno
secundria (p.ex., tambor de ao). 4) Tcnicas de polmeros orgnicos
Resina plstica de uria-formaldedo (UF). Resduos secos ou midos so
misturados com um pr-polmero. Adiciona-se um catalisador e vaza-se
a mistura para um container. O material polimerizado no se combina
quimicamente com o resduo, mas forma uma massa esponjosa que
captura as partculas slidas 5) Tcnicas de encapsulamento
Encapsulamento propriamente dito aquele no qual os resduos so
inicialmente aglomerados e, a seguir, envoltos por uma camisa de
material inerte (em geral o polietileno). 6) Tcnicas de
auto-solidificao (cal) Resduos industriais proveniente da
dessulfurizao ou os lodos de limpeza de exausto. Estes resduos
contm grandes quantidades de sulfato ou sulfeto de clcio. Resduo
parcialmente desidratado e hidratado novamente para a formao de uma
agamassa. Um processo de fixao ideal torna os constituintes
perigosos quimicamente no reativos ou estveis, de forma a se obter
uma disposio final segura, sem qualquer conteno secundria. Para ser
completamente eficaz, o processo de tratamento deve gerar um
produto final com boa estabilidade dimensional, resistncia s
intempries, ao ataque de agentes biolgicos e elevada capacidade de
suporte. Compatibilidade dos Resduos e Aditivos Como em qualquer
operao de manuseio de resduos perigosos, devem ser tomados cuidados
durante os processos de estabilizao/solidificao, evitando a mistura
de materiais que possam reagir entre si de forma danosa.
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Gerenciamento e tratamento de resduos slidos urbanos e
industriais. Prof. Denize Dias de Carvalho
Engenharia do Meio Ambiente
Disposio final