1 APOSTILA DE CATEQUESE PARA ADULTOS OS DEZ MANDAMENTOS: UM PRESENTE DE DEUS PARA NÓS INTRODUÇÃO: O Evangelho nos conta que aproximou-se de Jesus um jovem e lhe perguntou: "Mestre, o que devo fazer para ganhar a vida eterna?". O Senhor lhe respondeu: "Se queres entrar na vida, observa os mandamentos" (Mateus 19,17). Desta forma tão clara, o Senhor lhe indicou - e a todos nós - qual o caminho para ir para o céu. Efetivamente, o cumprimento dos mandamentos é o caminho para salvar-se. Quem os cumpre, se salva; quem não os cumpre, se condena. Deus revelou a Moisés os dez mandamentos, no Monte Sinai, deixando-os gravados em duas tábuas de pedra para que seu povo nunca os esquecesse. Jesus Cristo aperfeiçoou a lei e encomendou a sua Igreja que a guardasse e ensinasse a todos os seres humanos. Seguir a Jesus Cristo implica no cumprimento dos mandamentos. IDÉIAS PRINCIPAIS: 1. O fim último do ser humano O ser humano foi criado por Deus com um fim último. É o de dar glória a Deus, amando-o e obedecendo-o na terra, para ser feliz depois com Ele no céu. Fomos criados para dar glória a Deus, e é para isso que existimos. Como daremos glória a Deus? Cumprindo em todo o momento sua vontade. A vontade divina encaminha o ser humano a seu fim e, como somos seres livres, devemos assumi-la com a vontade de amar e obedecer a nosso Criador e Senhor. A vontade de Deus se expressa fundamentalmente nos mandamentos da lei de Deus. 2. A lei eterna como ordenamento da criação a seu fim Contemplando as coisas criadas observamos que seguem umas leis naturais: a terra da voltas ao redor do sol, as plantas dão flores na primavera, o ser humano sente remorsos quando faz algo de errado, etc... Esta ordem não acontece por casualidade, mas foi pensada pela Sabedoria de Deus. Deus ordenou todas as coisas de modo que cada uma cumpra sua finalidade: os minerais, as plantas, os animais, o ser humano. Como essa ordem está pensada e projetada por Deus desde toda a eternidade, nós a chamamos lei eterna. 3. A lei natural como norma para o ser humano Os minerais, as plantas e os animais obedecem sempre a lei de Deus - a lei eterna - , que neles está determinada por leis físicas e biológicas. O ser humano, como ser livre, se orienta a seu fim livremente, após conhecer com a inteligência a lei que Deus lhe deu e que descobre dentro de si mesmo. A esta lei gravada por Deus em nosso coração nós a chamamos lei natural; e como está escrita na natureza humana, obriga a todos os seres humanos de todos os tempos. Por ser uma participação da lei eterna, o ser humano não pode muda-la, sendo, portanto, universal e imutável. 4. Às vezes, é difícil conhecer a lei natural Os seres humanos tem a lei natural gravada no coração, de forma que - com certa facilidade - podem conhecer os princípios fundamentais; por isso, dos pagãos que não glorificaram a Deus, diz São Paulo, que não podem desculpar-se. Contudo, às vezes torna-se difícil conhece-la; o pecado original e os pecados pessoais posteriores obscurecem seu conhecimento. Por este motivo, , para que com maior facilidade, com firme certeza e sem nenhum erro, todos os seres humanos pudessem conhecer o que deviam fazer para agradar-lhe, Deus revelou qual era a sua vontade, dando-lhes os dez mandamentos. Estes dez mandamentos põem em relevo os deveres essenciais e, portanto, indiretamente, os direitos fundamentais inerentes à natureza da pessoa humana. O Decálogo contém uma expressão privilegiada da lei natural. 5. A revelação dos mandamentos a Moisés Deus não se contentou em gravar no coração humano sua lei, mas a manifestou claramente. No monte Sinai, quando o povo eleito tinha saído do Egito, Deus anunciou a Moisés os dez mandamentos ou Decálogo, dando-os esculpidos em duas tábuas de pedra, para que nunca se esquecesse de cumpri-los. Aqueles dez mandamentos são, resumidos, os que temos no Catecismo. Os mandamentos assinalam a maneira certa e segura de como devemos atuar, indicam o caminho da felicidade nesta vida e na vida eterna. Por isso
síntese elaborada pra aulas com adultos ou adolescentes.
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APOSTILA DE CATEQUESE PARA ADULTOS
OS DEZ MANDAMENTOS: UM PRESENTE DE DEUS PARA NÓS
INTRODUÇÃO:
O Evangelho nos conta que aproximou-se de Jesus um jovem e lhe perguntou: "Mestre, o que devo fazer
para ganhar a vida eterna?". O Senhor lhe respondeu: "Se queres entrar na vida, observa os mandamentos"
(Mateus 19,17). Desta forma tão clara, o Senhor lhe indicou - e a todos nós - qual o caminho para ir para o
céu. Efetivamente, o cumprimento dos mandamentos é o caminho para salvar-se. Quem os cumpre, se salva;
quem não os cumpre, se condena. Deus revelou a Moisés os dez mandamentos, no Monte Sinai, deixando-os
gravados em duas tábuas de pedra para que seu povo nunca os esquecesse. Jesus Cristo aperfeiçoou a lei e
encomendou a sua Igreja que a guardasse e ensinasse a todos os seres humanos. Seguir a Jesus Cristo
implica no cumprimento dos mandamentos.
IDÉIAS PRINCIPAIS:
1. O fim último do ser humano
O ser humano foi criado por Deus com um fim último. É o de dar glória a Deus, amando-o e obedecendo-o
na terra, para ser feliz depois com Ele no céu. Fomos criados para dar glória a Deus, e é para isso que
existimos. Como daremos glória a Deus? Cumprindo em todo o momento sua vontade. A vontade divina
encaminha o ser humano a seu fim e, como somos seres livres, devemos assumi-la com a vontade de amar e
obedecer a nosso Criador e Senhor. A vontade de Deus se expressa fundamentalmente nos mandamentos da
lei de Deus.
2. A lei eterna como ordenamento da criação a seu fim
Contemplando as coisas criadas observamos que seguem umas leis naturais: a terra da voltas ao redor do sol,
as plantas dão flores na primavera, o ser humano sente remorsos quando faz algo de errado, etc... Esta ordem
não acontece por casualidade, mas foi pensada pela Sabedoria de Deus. Deus ordenou todas as coisas de
modo que cada uma cumpra sua finalidade: os minerais, as plantas, os animais, o ser humano. Como essa
ordem está pensada e projetada por Deus desde toda a eternidade, nós a chamamos lei eterna.
3. A lei natural como norma para o ser humano
Os minerais, as plantas e os animais obedecem sempre a lei de Deus - a lei eterna - , que neles está
determinada por leis físicas e biológicas. O ser humano, como ser livre, se orienta a seu fim livremente, após
conhecer com a inteligência a lei que Deus lhe deu e que descobre dentro de si mesmo. A esta lei gravada
por Deus em nosso coração nós a chamamos lei natural; e como está escrita na natureza humana, obriga a
todos os seres humanos de todos os tempos. Por ser uma participação da lei eterna, o ser humano não pode
muda-la, sendo, portanto, universal e imutável.
4. Às vezes, é difícil conhecer a lei natural
Os seres humanos tem a lei natural gravada no coração, de forma que - com certa facilidade - podem
conhecer os princípios fundamentais; por isso, dos pagãos que não glorificaram a Deus, diz São Paulo, que
não podem desculpar-se. Contudo, às vezes torna-se difícil conhece-la; o pecado original e os pecados
pessoais posteriores obscurecem seu conhecimento. Por este motivo, , para que com maior facilidade, com
firme certeza e sem nenhum erro, todos os seres humanos pudessem conhecer o que deviam fazer para
agradar-lhe, Deus revelou qual era a sua vontade, dando-lhes os dez mandamentos. Estes dez mandamentos
põem em relevo os deveres essenciais e, portanto, indiretamente, os direitos fundamentais inerentes à
natureza da pessoa humana. O Decálogo contém uma expressão privilegiada da lei natural.
5. A revelação dos mandamentos a Moisés
Deus não se contentou em gravar no coração humano sua lei, mas a manifestou claramente. No monte Sinai,
quando o povo eleito tinha saído do Egito, Deus anunciou a Moisés os dez mandamentos ou Decálogo,
dando-os esculpidos em duas tábuas de pedra, para que nunca se esquecesse de cumpri-los. Aqueles dez
mandamentos são, resumidos, os que temos no Catecismo. Os mandamentos assinalam a maneira certa e
segura de como devemos atuar, indicam o caminho da felicidade nesta vida e na vida eterna. Por isso
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dizemos que os dez mandamentos são um presente de Deus, já que são o instrumento com o qual Deus
manifesta ao ser humano o que é bom e o que é mal, o que é verdadeiro e o que é falso, o que lhe agrada e o
que lhe desagrada.
6. Jesus Cristo aperfeiçoa a lei
A lei que Deus deu a Moisés no Sinai foi levada à perfeição por Jesus Cristo, que se apresenta a si mesmo
como modelo e caminho para alcançar a vida eterna: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida" (João 14,6).
Esta perfeição se revela, sobretudo, no mandamento novo do amor. Depois de amar a Deus com todo o
coração, com toda a alma, com toda a mente, com todas as forças, nos manda que nos amemos uns aos
outros como Ele nos amou. O Decálogo deve ser interpretado à luz deste duplo e único mandamento da
caridade, plenitude da lei. A Igreja, continuadora da obra redentora de Jesus Cristo, continua a ensinar,
custodiando e interpretando a lei dada por Deus aos seres humanos.
7. Obrigação de cumprir os mandamentos
Como Deus é o Criador, Dono e Senhor do universo, toda a criação está submetida à lei ou ordem imposta
por Deus. As criaturas irracionais cumprem esta lei inexoravelmente, mas o ser humano é livre e pode não
segui-la. Se não observa a lei divina, comete pecado, ofende a Deus e faz dano a si mesmo e aos demais. Em
troca, quando guarda os mandamentos, o ser humano tem a segurança de estar no bom caminho e de que
está fazendo a vontade de Deus. Mas não podemos - e não devemos - sentir-nos aprisionados pelos
mandamentos, sem ter a visão grande e nobre de que Deus quer decididamente o bem de sua criatura
preferida - o ser humano - cuja liberdade defende e guarda com as normas.
8. Cumprir os mandamentos por amor
Em conseqüência, tendo a consciência clara de que os mandamentos são o caminho - como uma estrada bem
sinalizada, que manifesta o modo de agir retamente e avisa dos perigos existentes - , temos que dizer que os
dez mandamentos da lei de Deus são uma prova do amor e da misericórdia de Deus, de Deus que nos amou
primeiro. Por isso, é preciso cumpri-los por amor. É a resposta que Deus espera de nós. É necessário, pois,
conhecer os mandamentos, se queremos vive-los bem e por amor.
9. Propósitos de vida cristã
Aprender os dez mandamentos da lei de Deus.
Tomar a firme determinação de cumprir sempre os mandamentos da lei de Deus, apoiados na graça
sobrenatural.
1º MANDAMENTO: AMAR A DEUS SOBRE TODAS AS COISAS
INTRODUÇÃO:
O Evangelho nos conta que um doutor da Lei se aproximou de Jesus para tentá-lo: "Mestre, qual é o
principal mandamento da Lei?". A resposta foi: "Amarás ao Senhor teu Deus com todo o teu coração e com
toda a tua alma e com toda a tua mente. Este é o maior e o primeiro mandamento" (Mateus 22,36-38). No
primeiro mandamento está incluído o dever de adorar a Deus. Quando o demônio tentou a Cristo, pedindo-
lhe que se prostrasse e o adorasse, o Senhor replicou: "Afasta-te, Satanás, pois está escrito: ao Senhor Deus
adorarás, e só a ele darás culto" (Mateus 4,10). A adoração do Deus verdadeiro aparece no livro de Daniel -
e na vida real de cada ser humano - como o contraste do primeiro mandamento. Para amar a Deus é
necessário reconhecer antes seu senhorio e adorá-lo; e se alguém não O adora, é porque não O conhece e não
O ama, tendo sido Ele substituído pelas criaturas, que são os falsos deuses do egoísmo e do pecado. Quando
o rei Nabucodonosor ordenou que todos adorassem a estatua de ouro que tinha fabricado, os três jovens
hebreus se negaram a obedecer, porque só se deve adorar a Deus. Estas passagens nos mostram a grandeza e
a importância do primeiro mandamento, cujo conteúdo vamos agora estudar.
IDÉIAS PRINCIPAIS:
1. Conteúdo do primeiro mandamento
Deus é para o ser humano o único Senhor. Criou-nos e cuida constantemente de nós com sua Providência; a
existência e o quanto somos ou possuímos, tudo recebemos de Deus. Em conseqüência, Deus pode exigir do
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ser humano o reconhecimento e a adoração, porque temos com Deus laços e obrigações irrenunciáveis que
constituem a virtude da religião. Quais são estas obrigações para com Deus? Reconhecer que é nosso
Senhor; crer naquilo que nos revelou; esperar o que nos promete; adorar com culto interno e externo; servi-
lo, cumprindo em todo o momento sua vontade; orar, elevando a mente a Deus para louvá-lo, dar-lhe graças
e pedir-lhe o que necessitamos; amá-lo, enfim, sobre todas as coisas. O primeiro mandamento manda, pois,
crer, esperar e amar a Deus, praticando os atos próprios da virtude da religião.
2. A virtude da religião
À virtude da religião pertencem principalmente os atos internos da alma, que se dão de modo excelente
quando fazemos atos de fé, esperança e caridade; quando o adoramos, oramos e lhe damos o culto devido;
ao dar-lhe graças e pedir-lhe perdão; quando queremos o que Deus quer. Este é, sobretudo, o culto que
espera. Mas temos de fazer também atos externos de adoração: assistir a Santa Missa, ajoelharmo-nos
perante o Sacrário, inclinar a cabeça ante o crucifixo, participar com piedade das cerimônias litúrgicas...
Temos alma e corpo, e Deus é o criador de ambos. Por isso temos de manifestar-lhe nossa submissão e
reverência também em coisas externas, como costumamos fazer com nossos semelhantes com um beijo, uma
inclinação, um cumprimento, ou um presente material. Portanto, é um direito fundamental da pessoa humana
poder professar livremente a religião em publico ou privadamente.
3. É preciso cumprir sempre a vontade de Deus
Deus é o Senhor e é preciso cumprir com alegria sua vontade, dispostos a realizar com amor o que lhe
agrada, como fez Jesus Cristo, nosso Mestre: "Pai..., não se faça a minha vontade, mas a tua" (Lucas 22,42).
Por outro lado, é nosso Pai que nos ama e nos quer, como ninguém na terra pode querer; daí que sua vontade
seja o melhor para nós, e o testemunho verdadeiro de que o amamos seja cumpri-la fielmente, porque é o
que Ele deseja. Existem coisas que Deus manda e devemos fazê-las; outra, as proíbe e, por isso, temos de
evitá-las. Em determinadas ocasiões, o que Deus pede exige esforço e sacrifício, mas temos de fazê-lo com
igual ou ainda maior empenho. Cumprir a vontade de Deus supõe também descobrir a vocação ou chamada
que nos faz, tratando de segui-la com fidelidade e constância.
4. Pecados contra o 1º Mandamento
São considerados e são pecados contra o primeiro mandamento os que atentam contra a fé (dúvida
voluntária, incredulidade, heresia, apostasia, cisma, ler livros e assistir filmes ou espetáculos que atacam a fé
e a moral, discutir sobre questões de fé sem ter a devida preparação...), contra a esperança (desespero,
presunção...) e contra a caridade (indiferença, ingratidão, tibieza, ódio, inveja, brigas, escândalo e qualquer
pecado mortal). Mas os pecados específicos contra este mandamento são os que contradizem a virtude da
religião. Dentre os muitos pecados possíveis, assinalamos os mais conhecidos:
a) A superstição. Consiste em atribuir a certos objetos, sinais ou palavras efeitos desproporcionais,
invocando alguma criatura como se fosse Deus. É um desvio do culto que devemos a Deus, conduzindo à
idolatria e a distintas formas de adivinhação ou magia.
b) A idolatria. Consiste em adorar a deuses falsos ou a dar a uma criatura o culto devido a Deus. É um
pecado gravíssimo que Deus condena severamente na Escritura. Hoje, muitos põem também em lugar de
Deus os ídolos do dinheiro, do prazer, da comodidade, ou a si mesmos.
c) A adivinhação, espiritismo e magia. É a invocação de forças ocultas - aos mortos e mesmo ao demônio -
para averiguar por sua intervenção, coisas desconhecidas ou realizar coisas maravilhosas, como se fossem
milagres.
d) O sacrilégio. Consiste em profanar ou tratar indignamente pessoas, objetos e lugares consagrados a Deus.
e) O tentar a Deus. Com palavras ou obras, pondo à prova sua bondade e onipotência.
f) A irreligiosidade. É o pecado de não viver a religião, desprezando assim a Deus.
g) O ateísmo. Que nega a Deus.
h) O agnosticismo. Que, como pensa "não poder ser possível conhecer a Deus", opta por não tê-lo em conta.
5. A veneração da Virgem Maria e dos santos
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Nós cristãos, adoramos a Deus. Mas veneramos e invocamos a Virgem Maria, os anjos e os santos, os
amigos de Deus, que já estão na glória. Desta maneira honramos a Deus neles; são como um espelho no qual
vemos algo da infinita perfeição de Deus. Portanto, ao venerar os santos, celebrando sua memória e pedindo
sua intercessão, seguindo seu exemplo e honrando suas relíquias e imagens, honramos a Deus. Por isso, nós
cristãos temos as imagens do Senhor, da Virgem, dos anjos e dos santos, e conservamos com veneração as
relíquias dos santos. Honrando as imagens e relíquias dos santos, honramos aos santos que elas representam,
ou de quem elas são.
6. Importância do 1º Mandamento
O primeiro mandamento é o mais santo e o principal. Cumprindo-o bem, cumprimos todos os demais
mandamentos; e não podemos esquecer que amar a Deus sobre todas as coisas é o principal. Ao fim das
contas, a única coisa importante para nós.
7. Propósitos de vida cristã
Procurar cumprir em todo o momento, a vontade de Deus, manifestada nos seus mandamentos.
Fazer sempre muitos atos de fé, esperança e caridade.
2º MANDAMENTO: NÃO TOMAR O SANTO NOME DE DEUS EM VÃO
INTRODUÇÃO:
Encontramos em um livro, o seguinte fato: "Havia uma cantora de ópera famosa, que tinha feito muito
sucesso, e que fora aplaudida nas principais cidades do mundo. Mas um dia, começou a perder a voz e a
sentir incômodos na garganta. Os médicos descobriram-lhe um mal incurável, que poderia acabar com sua
vida. Para evitar que isso acontecesse, necessitava ser operada urgentemente. Disseram-lhe: Você já não
poderá cantar e nem falar mais. No dia combinado, momentos antes da operação, perguntaram-lhe se queria
dizer alguma coisa. Ela respondeu com um sorriso: Glória ao Pai, glória ao Filho, glória ao Espírito Santo.
Foram as últimas palavras que pronunciou." É um acontecimento comovedor e exemplar. O segundo
mandamento da Lei de Deus nos ordena precisamente que honremos o nome de Deus.
IDÉIAS PRINCIPAIS:
1. O nome de Deus é santo
Deus é santo, e seu nome também o é, porque o nome representa a pessoa. Assim se explica que, se alguém
pronuncia de forma irreverente o nome de uma pessoa querida, sintamos indignação. Essa é a razão pela
qual, quando nomeamos a Deus, não pensemos em umas letras que compõem uma palavra, mas no mesmo
Deus, Uno e Trino. Por isso, temos de santificar seu nome e pronunciá-lo com grande respeito. Os anjos e os
santos no céu louvam continuamente o nome de Deus, proclamando-o três vezes santo.Nós pedimos no Pai
Nosso: "Santificado seja o vosso Nome", e temos de nos esforçar para que o nome de Deus seja glorificado
na terra.
2. Como honramos o nome de Deus
Honramos e santificamos o nome de Deus quando o louvamos como Criador e Salvador, confessando
perante todos que é nosso Deus e Senhor; escutando com devoção ou meditando a palavra de Deus; quando
damos graças por tudo o que nos concede ou pedimos com confiança sua ajuda ou proteção; cuidando de
tudo o que lhe está consagrado; quando procuramos que Deus seja conhecido, amado e honrado por todos;
jurando com piedade, justiça e verdade, e quando fazemos votos ou promessas de coisas gratas a Deus, com
intenção de cumpri-los.
3. O respeito das coisas santas
Em atenção ao nome de Deus, que de alguma maneira ostentam, temos de respeitar os lugares, as coisas e
pessoas a Ele consagrados. São lugares sagrados os templos e os cemitérios, que exigem um comportamento
cheio de respeito e dignidade. São coisas sagradas o altar, o cálice e outros objetos dedicados ao culto. São
pessoas consagradas os ministros de Deus e os religiosos; portanto, o Papa, os bispos, os sacerdotes
merecem todo o respeito - pelo que representam - e nunca se deve falar mal deles. Quando se profanam
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coisas ou lugares sagrados, ou se injuriam às pessoas consagradas a Deus, comete-se um pecado de
sacrilégio.
4. O juramento é colocar a Deus por testemunha
Às vezes, é necessário que aquele que faz uma declaração sobre o que viu ou ouviu, tenha de reforçá-la com
um testemunho especial. Em ocasiões muito importantes, sobretudo em um tribunal, pode-se invocar a Deus
como testemunha da verdade daquilo que se diz ou promete; isso é fazer um juramento. Fora destas
circunstâncias não se deve jurar nunca, e é necessário procurar que a convivência humana se estabeleça na
base da verdade e da honradez. Jesus disse: "Seja, pois, o vosso modo de falar: si, sim; não, não. O que
excede isso, vem do Maligno" (Mateus 5,37).
5. Voto e promessa
Voto é a promessa deliberada e livre, feita a Deus acerca de um bem possível e melhor, com a intenção de
obrigar-se a cumpri-la. O costume será o de fazer propósitos que nos ajudem a melhorar, sem necessidade de
votos e de promessas, a não ser que Deus assim nos peça. Se alguma vez queremos fazer alguma promessa a
Deus, será prudente perguntar ANTES ao confessor, para nos assegurar de que podemos cumpri-la.
6. Pecados contra o 2º Mandamento
Além dos pecados de perjúrio ou de não cumprimento de um voto, os pecados contra este mandamento são:
pronunciar com ligeireza ou sem necessidade o nome de Deus, nomear a Deus com enfado, maldizer e
blasfemar. A blasfêmia consiste em dizer palavras ou fazer gestos injuriosos contra Deus, a Virgem, os
Santos e a Igreja. Se é repetida de forma constante, é um pecado grave, já que vai diretamente contra Deus.
7. O nome do cristão
No batismo, impõe-se um nome ao neófito; os pais, padrinhos e o pároco devem procurar que seja um nome
cristão, o nome de um santo que viveu uma vida de fidelidade exemplar a Deus. Ao ser colocado sob o
patrocínio de um santo, se oferece ao cristão um modelo de caridade e se lhe assegura a intercessão. Assim,
resulta que o nome de cada pessoa é sagrado e merece respeito. Deus conhece a cada um de nós por seu
nome.
8. Propósitos de vida cristã
Invocar com confiança o nome de Deus e fazer sempre atos de desagravo quando se escute alguma
coisa contra Deus, a Igreja, os sacerdotes, maldições ou blasfêmias.
Procurar que acreditem no que dizemos por nossa palavra, sem necessidade de juramentos.
3º MANDAMENTO: SANTIFICARÁS AS FESTAS
INTRODUÇÃO:
No livro do Êxodo podemos ler estas palavras que Deus disse a Moisés e a seu povo: "Seis dias trabalharás e
farás todas as tuas obras, mas o dia sétimo é dia de descanso para o Senhor, teu Deus. Nenhum trabalho
servil farás neste dia, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem teu criado, nem tua criada, nem teus animais
de carga, nem o estrangeiro que habita dentro das tuas portas. Pois em seis dias o Senhor fez o céu e a terra,
o mar e tudo quanto contém e no sétimo descansou" (Êxodo 20,9-11). É vontade de Deus, portanto, que
dediquemos a Ele um dia da semana, de forma especial. É importante entender o verdadeiro sentido do
domingo, que é o de santificá-lo e de santificar-nos, não o de divertir-nos somente, e muito menos o de
pecar.
IDÉIAS PRINCIPAIS:
1. O domingo, dia do Senhor
Deus manda que lhe dediquemos um dia da semana de modo especial: um dia para Ele e para podermos
descansar. Os israelitas celebravam o sábado, conforme Moisés tinha-lhes ordenado no Sinai; mas os
Apóstolos marcaram o domingo que é o dia no qual Jesus Cristo ressuscitou. Também no domingo, o
Espírito Santo veio sobre os Apóstolos na festa de Pentecostes. Domingo significa dia do Senhor, e assim é
chamado por comemorar a Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo.
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2. As festas de preceito
Além do sábado, os israelitas celebravam outras festas ao largo do ano; a mais solene era a Páscoa. Nós
cristãos celebramos também festas nas quais comemoramos os principais mistérios da vida de Jesus: Natal,
Epifania, Apresentação no templo, Corpus Christi...; da Santíssima Virgem: Maternidade divina, Imaculada
Conceição, Assunção, Visitação...; e dos santos: são José, são Pedro,... A Igreja determina quais festas são
de preceito, quer dizer, aquelas que devemos santificar como se fossem domingo. Na liturgia católica a festa
mais solene é a Páscoa, ou dia da ressurreição de Cristo, que se repete a cada domingo.
3. A participação na Missa
Ainda que todos os dias devam ser vividos santamente, Deus quis que o adorássemos e déssemos culto de
maneira especial aos domingos e festas de guarda. E como santificar o domingo e as festas de guarda?
Principalmente participando da Santa Missa. A Missa é o ato maior de adoração e culto que podemos
oferecer a Deus na terra. Assim como os primeiros cristãos, nós nos reunimos ao redor do altar e do
sacerdote - que representa Jesus Cristo - para celebrar o santo sacrifício da Missa.
4. A obrigação de participar da Missa aos domingos e dias de preceito
Para nos ajudar a cumprir o terceiro mandamento da lei de Deus, a Igreja nos impõe a obrigação de
participar da Missa inteira todos os domingos e festas de guarda. Este mandamento obriga ao cristão que já
tenha cumprido 7 anos de idade e tem o uso da razão. Quem não participa da Missa comete pecado mortal, a
não ser que tenha sido dispensado, como é o caso de um enfermo ou de quem cuida de um enfermo, ou se é
necessário percorrer uma distância muito longa, etc; quer dizer, sempre que exista uma causa justa e grave.
No caso de dúvidas, é necessário perguntar ao sacerdote. A Igreja pode impor-nos esta obrigação porque tem
autoridade para ditar leis, e não pretende outra coisa senão a de ajudar-nos a cumprir realmente a vontade de
Deus. Desta forma, concretiza-nos o conteúdo do terceiro mandamento da lei de Deus.
5. Como participar da Missa
O preceito obriga a participar da Missa inteira no domingo ou dia de festa de guarda - ou véspera - segundo
a celebração com piedade e atenção. Por isso, é necessário chegar com pontualidade, escutar com atenção as
leituras e a homilia, estando recolhidos e atentos na Missa.
6. O descanso festivo
A vida humana segue um ritmo de trabalho e descanso. A instituição do domingo contribui para que todos
desfrutem do tempo de descanso suficiente, que lhes permita cultivar sua vida familiar, cultural, social e
religiosa. Nos domingos e festas de preceito, os cristãos devem abster-se de trabalhos e de atividades que
lhes impeçam de dar culto a Deus, para gozar da alegria própria do dia do Senhor e para desfrutar do devido
descanso da mente e do corpo. Podemos descansar com diversões sãs, que não fendam a Deus, com uma
vida familiar mais intensa, praticando esportes ou passeios, etc. Nunca podemos ofender a Deus, muito
menos no domingo ou dia de guarda.
7. Propósitos de vida cristã
Fazer o firme propósito de cumprir sempre o preceito de participar da Missa nos domingos e festas
de guarda.
Durante estes dias, ocupar-se dos que nos rodeiam, ao mesmo tempo que se descansa com diversões
alegres e sadias.
4º MANDAMENTO: HONRARÁS TEU PAI E TUA MÃE
INTRODUÇÃO:
Depois de estudar os três primeiros mandamentos, que abarcam os deveres para com Deus, vamos
considerar os sete restantes que visam o próximo e podem resumir-se em uma única frase: “Amarás teu
próximo como a ti mesmo”.Iniciamos com o quarto mandamento, que diz: “Honrarás teu pai e tua mãe”.
Deus quer que – depois dele - honremos os nossos pais, que nos deram a vida e transmitiram o
conhecimento de Deus; mas o mandamento abarca também as relações de parentesco com outros membros
do grupo familiar, como os avós e demais antepassados, aos quais devemos igualmente honra, afeto e
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reconhecimento. Finalmente, este mandamento estende-se também aos deveres do aluno para com seus
mestres, do empregado em relação a seu patrão, do subordinado e seu chefe, do cidadão em relação a sua
pátria e aos que a administram ou governam.
IDÉIAS PRINCIPAIS:
1. O sentido do quarto mandamento
Os pais são o instrumento querido por Deus para trazer novas vidas a este mundo. Além da vida,procuram
para seus filhos o alimento e a educação para que cresçam, se desenvolvam e recebam todos os auxílios para
alcançar a santidade de vida dos filhos de Deus.O quarto mandamento nos recorda as obrigações que temos
para com nossos pais: amor, respeito e obediência. O comportamento de Jesus com Maria, sua Mãe, e com
José, que fazia as vezes de pai, deve ser um exemplo a ser imitado por todos. Por extensão, o quarto
mandamento inclui o respeito e a obediência devidos àqueles que, sob algum aspecto, estão constituídos em
autoridade: professores, autoridades eclesiásticas e civis, a pátria etc..
2. Deveres dos filhos para com seus pais
a) Amor. O primeiro dever de um filho para com seus pais é o de amá-los, e o amor se demonstra com
obras. É preciso rezar por eles, dar-lhes satisfações e alegrias e ajudá-los segundo as possibilidades,
sobretudo se estão enfermos ou são anciãos.
b) Respeito e gratidão. O respeito aos pais se demonstra na sincera veneração, e na reverência quando se
fala com eles e deles. Seria uma falta de respeito levantar a mão contra eles, desprezá-los, insultá-los ou
ofende-los de qualquer modo, ou ter vergonha deles. Caso nossos pais tenham algum defeito ou
peculiaridades – particularmente se já são idosos – ou que não façam o que deveriam fazer, é necessário
rezar, compreende-los e desculpá-los, ocultando seus defeitos e tratando de ajudá-los a que os superem, sem
que jamais saia de nossa boca uma palavra de crítica.
c) Justa obediência. É necessário obedecer aos pais com prontidão e diligência, sempre que não seja pecado
o que nos mandam. A obediência exige esforço, porque é muito mais fácil ser “rebelde” fazendo
continuamente o próprio capricho. Para obedecer é necessário um coração bom e vencer o próprio egoísmo.
3. Outras obrigações do quarto mandamento
Dentro deste mandamento são incluídos também, além dos pais, outras pessoas às quais se deve obediência,
amor e respeito:
a) Os irmãos. Especialmente os irmãos mais velhos devem procurar dar bom exemplo evitando discussões,
brigas, invejas: em uma palavra, o egoísmo.
b) Familiares e amigos. O amor e o respeito da família alcança de modo particular os avós, tios, primos e os
amigos.
c) Professores e benfeitores. São os representantes de nossos pais e por isso devemos a eles agradecimento
e respeito.
d) Os Pastores da Igreja. Porque somos filhos da Igreja, temos de amar aqueles que governam nossa alma,
rezar por eles e obedecer suas indicações. A lealdade pede que nunca murmuremos contra eles.
e) Deveres para com a Pátria e as autoridades civis. Como toda autoridade vem de Deus, é necessário
amar e servir nossa Pátria, a mãe comum, respeitar e obedecer às autoridades civis e cumprir as leis, sempre
que sejam justas.
4. Deveres dos pais para com seus filhos
Os pais hão de amar, sustentar e educar seus filhos: cuidar de suas necessidades espirituais e materiais,
dando-lhes uma sólida formação humana e cristã. Para consegui-lo, além de rezar por eles, devem oferecer
os meios eficazes: o exemplo próprio, os bons conselhos, a escolha da escola, vigiar as companhias, etc...
Depois de tê-los aconselhado, devem respeitar e favorecer a vocação dos filhos quando escolham o caminho
de sua vida, no humano e no sobrenatural.
5. Cumprir com amor as obrigações deste mandamento
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Jesus, Maria e José formavam a Sagrada Família – modelo de todas as famílias – na qual reinava o carinho,
a obediência e a alegria. Também na nossa família deve ser o amor a Deus – e aos demais por Deus – o que
nos move em todo o momento a cumprir com gosto nossos deveres. O cumprimento do quarto mandamento
traz consigo uma recompensa: “Honra a teu pai e a tua mãe, para que se prolonguem teus dias sobre a terra
que o Senhor, teu Deus, vai te dar” (Êxodo, 20,12). Deus abençoa com frutos espirituais e temporais de paz
e prosperidade; ao contrário, o não cumprimento traz grandes danos, não só para a pessoa, mas para toda a
comunidade humana.
6. Propósitos de vida cristã
Fazer um bom exame de consciência para ver se estou cumprindo minhas obrigações para com
minha família.
Rezar todos os dias pelos meus familiares, professores, ministros da Igreja.
5º MANDAMENTO: NÃO MATARÁS
INTRODUÇÃO:
No livro do Gênesis há um episódio muito triste e doloroso: a história de Caim e Abel. Ambos irmãos
ofereciam sacrifícios a Deus, mas Caim oferecia o pior, enquanto Abel oferecia a Deus os melhores
cordeiros do rebanho. Por isso, o fumo do sacrifício de Caim não subia ao céu, enquanto que o de Abel era
agradável a Deus e subia ao céu. Caim sentiu inveja de seu irmão, convidou-o a passear pelo campo e com
uma queixada de animal o matou. Deus amaldiçoou a Caim por ter derramado o sangue de um homem
inocente. O sangue inocente grita vingança ante Deus e Caim viveu errante durante o resto de sua vida,
cheio de remorsos. O quinto mandamento não só ordena “não matar”; mas também proíbe as brigas,
agressões, invejas etc., e sobretudo, ordena o respeito e o cuidado com a vida humana, que é um dom de
Deus.
IDÉIAS PRINCIPAIS:
1. Só Deus é o dono e o senhor da vida
A vida humana é sagrada; desde seu início é fruto da ação criadora de Deus e sempre mantém esta especial
relação com o Criador, origem e término de nossa existência. Só Deus é o senhor da vida desde o princípio
até o fim; o ser humano não é mais do que administrador, e deve cuidar da própria vida e da de seus
semelhantes. O quinto mandamento proíbe aquilo que atenta injustamente contra a própria vida e a vida dos
demais; mas não deve ser entendido no sentido puramente negativo, pois ordena-nos a caridade, a concórdia
e a paz com todos – mesmo que com os que se mostram como inimigos - e este aspecto positivo é o
conteúdo principal do preceito.
2. Deveres de alguém para consigo mesmo
a) Amor e respeito a si mesmo.Temos de querer-nos a nós mesmos de maneira ordenada, sem egoísmo
(quando referimos a nós mesmos as pessoas e as coisas), nem soberba (com uma falsa valoração das
próprias qualidades, por ambição, presunção e vanglória).
b) Usar bem os talentos. Deus deu a cada ser humano talentos e capacidades tanto naturais como
sobrenaturais. No plano natural estão a inteligência e a vontade, que temos de desenvolver adquirindo os
conhecimentos de que sejamos capazes e formando a vontade para alcançar o senhorio de nós mesmos e
uma personalidade capaz de grandes empresas. A preguiça (pereza) é o pecado que se opõe a que os talentos
frutifiquem em nós. No aspecto sobrenatural temos a graça santificante, junto com os dons que a
acompanham. Temos de corresponder generosamente porque, ao final de nossa vida, Deus nos pedirá contas
de como aproveitamos as graças recebidas.
c) Amor e respeito ao corpo. O corpo é o instrumento que Deus nos deu e santificou; um dia ressuscitará
cheio de glória. Por isso temos de respeitá-lo e cuidá-lo (Alimento, limpeza, esportes), evitando os excessos
que possam prejudicar a saúde. Devemos amá-lo de maneira ordenada, já que existem outras coisas mais
importantes. Opõem-se a este dever o suicídio, o desejar a própria morte, expor-se a perigos grandes
(condução imprudente de veículos, excursões arriscadas, etc...), a mutilação de alguma parte do corpo, a
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eutanásia (encurtar a vida para reduzir o sofrimento), a gula (comer ou beber em excesso), a embriaguez e a
utilização de drogas.
d) O cuidado da vida espiritual. É importante cuidar do corpo, mas mais importante ainda é cuidar da vida
da alma, para que a graça cresça em nós. Cresce-se conhecendo melhor a doutrina cristã – o Catecismo –
para poder cumpri-la, confessando e comungando com freqüência, tratando a Jesus no Sacrário, fazendo
pequenos sacrifícios, etc. A vida da graça na alma se perde pelo pecado mortal, que é como um suicídio;
ainda que graças à misericórdia de Deus existe o remédio do Sacramento da Penitência, que permite
recuperar a vida sobrenatural.
3. Deveres do quinto mandamento para com os outros
a) Respeito à vida alheia. A mesma razão que obriga a respeitar a própria vida, exige o respeito da vida
alheia: cada ser humano é criatura de Deus, de quem recebemos a vida, e só Ele é dono de nossa vida. Este
direito à vida é violado pelo homicídio e pelo aborto, que são crimes horrendos contra Deus e contra a
humanidade. Deus é sempre o autor da vida, também da vida dos animais e das plantas, e não se pode matá-
los a não ser que seja por utilidade e necessidade, como, por exemplo, para servirem de alimento, mas sem
que isto cause dor inútil ou sofrimentos.
b) O respeito à convivência. O quinto mandamento proíbe não só matar, mas tudo o que vá contra os
demais: ódio, inveja, inimizade, discórdias, brigas, vinganças, lutas, desejar mal a alguém, alegrar-se em ver
os outros sofrer, insultos... O Evangelho proclama bem aventurados aqueles que amam a paz, e uma
manifestação deste espírito será o rezar para que não haja guerras entre as nações. O cristão tem que perdoar
e coração as injúrias recebidas, “não sete vezes, mas setenta vezes sete vezes” (Mateus 18,22); quer dizer,
sempre. Igualmente deve saber pedir perdão das ofensas que possa ter feito aos demais; não é nenhuma
humilhação, mas sim, demonstrar com obras que se tem um grande coração.
c) O pecado de escândalo. Por atentar contra o bem espiritual do próximo, o escândalo é um pecado contra o
quinto mandamento. Escândalo é toda palavra, obra ou omissão que incita o outro a pecar: conversas más,
blasfêmias, o facilitar fotografias, livros, fitas, sites da internet, revistas inconvenientes, utilizar vestes
indecorosas, faltar à Missa... Estes exemplos provocam o pecado em que os observa ou padece, e por isso
disse Jesus, referindo-se ao que provoca os escândalos: “Seria mais conveniente que se lhe atasse uma roda
de moinho ao pescoço, e lhe jogassem no fundo do mar” (Mateus 18,6). Temos de fugir dos que ensinam ou
levam a pecar, fazendo assim o ofício que é próprio do demônio; e se tivermos cometido este pecado, é
preciso pedir perdão e reparar o dano causado.
4. Ajudar aos demais em suas necessidades
Para viver o sentido positivo do quinto mandamento é necessário querer bem ao próximo, ajudando – com o
exemplo e a palavra – a resolver suas necessidades, tanto materiais como espirituais. As obras de
misericórdia recordam quais são as principais necessidades, e quando as realizamos, demonstramos de
verdade nosso amor ao próximo.
5. Propósitos de vida cristã
Ler e saber de cor as obras de misericórdia corporais e espirituais, procurando cumpri-las no dia a
dia.
Ser amigo de todos, tratando com respeito, sem exceção de ninguém. Não guardar rancor nem
desejar mal a ninguém, evitando os insultos, o maltratar quem quer que seja.
Perdoar sempre a quem nos ofende, rezando muitas vezes a oração do Pai Nosso.
6º MANDAMENTO: NÃO COMETERÁS ATOS IMPUROS
INTRODUÇÃO:
São Paulo escreve aos cristãos de Corinto: “Não sabeis que vossos corpos são membros de Cristo?... Não
sabeis que vosso corpo é templo do Espírito Santo, que habita em vós, pois o recebestes de Deus, e que não
vos pertenceis? Fostes comprados por um alto preço! Glorificai, portanto, a Deus em vosso corpo” (1
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Coríntios 6, 15;19-20). Vivendo a realidade de um mundo pagão, no qual a castidade era desprezada e
ridicularizada, São Paulo demonstra as razões para que o cristão viva a castidade: é membro de Cristo,
templo do Espírito Santo e deve dar glória a Deus também com o corpo.
Mas não tão somente o cristão, mas todo o ser humano como tal, deve respeitar seu corpo – e o dos demais –
cuidando com esmero de viver a castidade em pensamentos, palavras, obras e desejos, se quiser viver
conforme a razão. Deus marcou o caminho da dignidade humana neste campo com dois preceitos: o sexto,
“não cometerás atos impuros”, e o nono, “não consentirás em pensamentos e nem em desejos impuros”, para
o pleno domínio racional – interior e exterior – da sexualidade.
IDÉIAS PRINCIPAIS:
1. A sexualidade é um dom de Deus
Um ponto de partida, tão fundamental como necessário para falar do sexto mandamento, é a afirmação da
Sagrada Escritura, quando nos ensina que Deus criou o homem à sua imagem e semelhança, e os criou
homem e mulher (cf. Gênesis 1,27). E que o homem, pois, seja homem e a mulher seja mulher, isso vem de
Deus. Deus assim o quis. Portanto, como tudo aquilo que Deus faz é bom, a sexualidade não é um mal, nem
é contrária à lei de Deus: é boa, pois veio de Deus. É um grande dom de Deus. Mas a sexualidade tem uma
razão de ser muito definida e sublime. Ainda que Deus tivesse podido fazer as coisas de outra maneira, quis
– pela sexualidade – confiar ao homem e à mulher –aos esposos – a missão nobre de transmitir a vida,
continuando a geração humana, querida por Deus. E como a missão é tão alta, quis também ordená-la e
protegê-la com uns preceitos que a mantém em sua dignidade e eficácia, conforme o plano de Deus. Por isso
não se pode fazer com o corpo aquilo que apetece. Deus estabeleceu uma ordem no uso da sexualidade e tal
ordem consiste em que o prazer sexual – seja de pensamento, palavra ou obra – somente seja lícito, se for
buscado dentro do matrimonio e encaminhado ao fim que Deus Criador lhe assinalou: a transmissão da vida
humana, junto com a ajuda mútua dos esposos.
2. A virtude da castidade
Ainda que às vezes se identificam castidade e pureza, a virtude da pureza expressa melhor o fato e a
renúncia total ao uso da sexualidade, enquanto que a castidade expressa o senhorio sobre a sexualidade por
renúncia total ao uso ilícito. A castidade é, pois, a virtude que regula e controla a sexualidade, impondo o
respeito ao corpo em pensamentos, desejos, palavras e ações. Esta virtude expressa a integração da
sexualidade na pessoa e, por conseguinte, a submissão da paixão sexual à razão humana e à fé. A virtude da
castidade é, como toda virtude, uma conquista própria de valentes; é algo positivo que liberta da escravidão
de vícios e do pecado.
3. A impureza destrói muitas coisas no ser humano
O pecado da impureza destrói no ser humano tesouros que Deus lhes deu, não só pelo fato de O ofendermos
e perdermos sua amizade, mas também porque é um dano de modo particular a virtudes de verdade
excelentes. O impuro é alguém triste, por ser escravo do pecado; não é generoso porque só pensa em si
mesmo e em seu prazer; debilita sua fé, porque seu coração vai se cegando. Perde a sensibilidade fina da
alma, que lhe capacita para amar a Deus e aos demais. Se não se consegue a educação e o domínio da
sexualidade, com uma pedagogia da liberdade, a alternativa é evidente: ou o ser humano controla suas
paixões e obtém, assim a paz, ou se deixa dominar por elas e se torna um pobre coitado.
4. A castidade é para todos
Cristo é o modelo de todas as virtudes, e a condição do cristão, seguidor de Cristo, é a de viver uma vida
casta. Cada um em seu estado de vida, e segundo a vocação que recebeu de Deus, pois a uns, Deus lhes pede
viver em virgindade ou no celibato – um modo eminente de se dedicar por inteiro a Deus com o coração
indiviso - , e a outros, no matrimonio ou solteiros. Os casados hão de viver a castidade conjugal, fiéis a seus
deveres matrimoniais; os solteiros praticam a castidade na continência. Os esposos hão de ter presente que a
fecundidade é um bem e o fim do matrimônio, pois o amor conjugal tende naturalmente a ser fecundo; por
isso, o ato matrimonial deve estar aberto à transmissão da vida, e nunca será permitido o recurso à
anticoncepção ou à esterilização para evitar a procriação.
5. Pecados contra a castidade
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Pecam contra a castidade os que – consigo ou com outras pessoas – cometem ações impuras; olham coisas
impuras; consentem em pensamentos ou desejos impuros; mantém conversações ou contam piadas sobre
coisas impuras; os que voluntariamente colocam a si mesmos ou a outros em perigo de comete-los. Como
tipificação moral, são pecados notórios contra a castidade a masturbação, a fornicação (união sexual entre
duas pessoas não casadas, de sexo oposto), as atividades pornográficas e as praticas homossexuais; contra a
dignidade do matrimonio podemos destacar o adultério, a poligamia e o chamado “amor livre”. Estes
pecados contra a castidade são sempre graves, se há pleno conhecimento e consentimento; em tal caso não
existe matéria leve.
6. A luta pela castidade
Para ganhar a batalha da castidade é necessário fugir das ocasiões; nesta matéria, fugir não significa
covardia, mas sim, prudência. E a prudência exige evitar amizades, leituras, espetáculos, conversas, etc.. que
levem ao pecado. Outro passo será o de estar ocupados em um trabalho sério, que salva de ensimesmar-se no
egoísmo; ajuda também a prática de esportes, que forma virtudes esplendidas para resistir ao capricho. E não
se pode esquecer a importância da sinceridade, que conta as dificuldades às pessoas competentes em busca
de ajuda e conselho, assim como a modéstia e o pudor que ensinam a delicadeza no vestir, no asseio diário,
etc..., para a defesa da pureza propriamente dita. Mas o mais importante é colocar os meios sobrenaturais: a
confissão e a comunhão freqüentes; pedir a castidade com humildade e perseverança; acudir à Virgem
Puríssima e nossa Mãe; oferecer pequenos sacrifícios que afirmam a vontade e conseguem a graça. Como
observa Santo Tomás de Aquino, “que o homem viva na carne e não segundo a carne, não é do homem, mas
de Deus”.
7. Propósitos de vida cristã
Acudir à Virgem ao sentir alguma tentação contra a castidade
Colocar esmero em ser e mostrar-se sempre limpos nas palavras, conversas, piadas, etc...
7º MANDAMENTO: NÃO FURTARÁS
INTRODUÇÃO:
Quando o jovem rico se aproximou de Jesus perguntando o que deveria fazer para ir parar o céu, ouviu esta
resposta do Senhor: “Cumpre os mandamentos”. E ao confessar que já os vinha cumprindo desde criança,
Jesus lhe disse: “Uma só coisa te falta. Vai, vende tudo quanto possui e dá o dinheiro aos pobres, e terás um
tesouro no céu; depois, vem e segue-me” (Marcos 10,21). Ao ouvir estas palavras, foi embora triste porque
era muito rico e não queria abandonar os seus bens. Então o Senhor advertiu seus discípulos: “Dificilmente
entrarão no céu aqueles que possuem riquezas!”. A cena sugere algumas perguntas: Estamos apegados às
coisas que temos? Somos egoístas? Cuidamos e respeitamos as coisas dos outros? Pegamos aquilo que não
nos pertence? Preocupamo-nos com os pobres e os que tem menos do que nós? Cumprimos nossas
obrigações de cidadãos?
IDÉIAS PRINCIPAIS:
1. O plano de Deus a respeito dos bens da terra
O ser humano nasce no seio de uma família: pais, irmãos e outros seres que cuidam de nós para que
possamos viver. Também está rodeado de coisas que necessita para viver e desenvolver-se: comida, bebida,
roupas e muitos bens que fazem possível e facilitam o desenvolvimento de suas capacidades naturais. Estes
bens – como também a vida – não nos são dados por nós mesmos, mas são todos recebidos. Nós os
recebemos de Deus, que é o Criador de tudo, e que utiliza da família como instrumento de sua Providência
generosa e esmerada. Mas a condição deste ser humano é a de cada ser humano e, portanto, os bens criados
tem um destino universal; são de todos e para todos e devem ser conseguidos principalmente mediante o
trabalho. Ao mesmo tempo, para segurança de sua liberdade e estímulo de trabalho – direito e dever do ser
humano – , necessita possuir alguns bens (casa, terras, dinheiro...), que protegem a autonomia da pessoa e da
família. É o direito à propriedade privada, que é um direito natural, quer dizer, querido por Deus. Por isso,
os sistemas que anulam ou impedem a liberdade, o trabalho e a propriedade privada são antinaturais, porque
se opõem aos direitos fundamentais da pessoa humana. Harmonizar e tutelar uma e outra dimensão: o
destino universal dos bens criados e a propriedade privada é o que faz este sétimo preceito do decálogo,
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junto com o décimo. É a idéia que está subjacente na frase de João Paulo II: “Sobre toda propriedade privada
recaí uma hipoteca social”; porque, ainda que se possa dispor das coisas, o ser humano é mero administrador
e deve estar aberto aos demais, tendo em conta virtudes tão sociais como a temperança, a justiça e a
solidariedade, reclamadas pela condição do cristão.
2. O respeito pelas pessoas e por seus bens
Tendo em conta estes princípios que regulam o uso dos bens criados, o sétimo mandamento proíbe estas
atuações, que atentam contra o direito do próximo:
a) O roubo, que é o tirar ou o reter uma coisa contra a vontade de seu dono;
b) A usura, que é o emprestar dinheiro ou outra coisa exigindo um juros excessivo;
c) A fraude, que é o não dar o justo peso ou medida, ou dar uma coisa pela outra;
d) Também proíbe o reter deliberadamente objetos perdidos, pagar salários injustos, elevar os preços
especulando com a ignorância ou a necessidade alheia, a especulação de terras, a corrupção que “compra” o
juízo dos que devem tomar decisões conforme o direito, o trabalho mal realizado, a fraude fiscal, a
falsificação de cheques e faturas, os gastos excessivos, os desfalques.
3. O respeito da integridade da criação
Deus não concedeu ao ser humano um domínio absoluto e despótico sobre a natureza, mas sim relativo; quer
dizer, um domínio regulado pelo respeito e cuidado da qualidade de vida do próximo, incluindo as gerações
futuras. No trato com os animais, é legítimo servir-se deles para o alimento e o vestir-se, mas não é
conforme à natureza humana faze-los sofrer inutilmente, sacrificar suas vidas sem necessidade, e inverter
neles somas notáveis que poderiam remediar as necessidades de outros seres humanos.
4. Obrigação de se reparar os danos causados
Quando se rouba ou se estraga algo, produzindo um dano importante nos bens dos demais, comete-se um
pecado grave; o pecado é venial se o dano é pequeno. O pecado grave é perdoado na confissão, se, ao
arrependimento, junta-se a intenção (ao menos...) de devolver o roubado ou o reparar o dano; caso não exista
esta intenção, o pecado não é perdoado. Se já não se tem o que se roubou, é necessário devolve-lo, tirando-
se dos próprios bens, ou comprando-se outra coisa igual ao que se roubou, e entrega-lo. Se não se sabe o que
fazer, em outros casos, deve-se perguntar ao confessor.
5. Atitude frente aos bens da terra
a) Respeito a nós mesmos. Sabemos que as coisas da terra estão a nosso serviço e que precisamos delas, mas
existem bens muito mais importantes: o amor a Deus e ao próximo demonstrado com obras, que são bens
que levam ao céu. A estes bens devemos aspirar, estes são os que devemos adquirir e conservar com esforço.
b) Respeito aos demais. Não se trata só de não roubar; o cristão deve partilhar seus bens com os que tem
necessidade, se quer ser fiel ao Evangelho. Entre as diversas formas de viver o mandato de Jesus Cristo,
podemos assinalar: ajudar aos demais, especialmente aos mais próximos, como são os pais, irmãos, etc.;
trabalhar – ou estudar, se for o caso – porque assim participamos na obra da criação e, unido a Cristo, o
trabalho pode ser também ele, redentor; ajudar os pobres e necessitados com esmolas e visitando-os para
fazer-lhes passar bons momentos. Também temos a obrigação de ajudar à Igreja em suas necessidades,
como ordena o quinto mandamento da Igreja, que cada um há de viver segundo suas possibilidades (por
exemplo, sendo generosos na oferta quando vamos à Igreja, no domingo, na co-responsabilidade com o
dízimo). Quer dizer, as obras de misericórdia existem para serem praticadas.
6. Propósitos de vida cristã
Viver a generosidade em deixar as coisas próprias aos irmãos, amigos, companheiros, etc.
Nunca roubar nada, ainda que sejam coisas pequenas; e caso tenha-se feito, devolver o quanto antes.
Dar esmolas aos mais necessitados.
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8º MANDAMENTO: NÃO DIRÁS FALSO TESTEMUNHO NEM MENTIRÁS
INTRODUÇÃO:
Conta o Evangelho que, no julgamento de Jesus perante o Sinédrio, os judeus apresentaram testemunhas
falsas que acusavam a Jesus de muitas coisas, para que fosse condenado. Perante aqueles falsos e
contraditórios testemunhos, Jesus permanecia em silêncio. Só falou quando o Sumo Sacerdote lhe
perguntou: “Tu és o Messias, o Filho de Deus?” (Marcos 14,61). E confessou a verdade, ainda que, por dizer
a verdade, sofreu tantos ultrajes e a morte. O oitavo mandamento: “Não dirás falso testemunho nem
mentirás” é muito necessário, sobretudo quando as relações entre os seres humanos estão marcadas por
tantas mentiras, calunias, difamações e falsos testemunhos. A tudo isso temos de opor o amor à verdade.
IDÉIAS PRINCIPAIS:
1. Jesus ensina a dizer a verdade
Jesus nos ensina com seu exemplo a dizer a verdade, mesmo que isto lhe custasse muitos sofrimentos e a
morte. A verdade, diz Santo Tomás, é algo divino: é preciso respeitá-la e amá-la. Às vezes, dizer a verdade
custa e exige esforço; mas é preciso que sejamos valentes para dizê-la sempre e não mentir. Jesus disse em
uma ocasião: “Seja vosso modo de falar: sim, sim, ou não, não. O que passar disso, vem do Maligno”
(Mateus 5,37). É um bom lema que nos ajudará a ser sinceros e leais com Deus, com nós mesmos e com os
demais.
2. O mal da mentira
Assim como uma pequena chispa de fogo – uma coisa tão insignificante no início – pode destruir um
bosque, assim a mentira pode destruir coisas grandes, como a amizade de um amigo ou a confiança dos pais.
Mentindo-se aos amigos ou aos pais, acaba-se perdendo sua amizade e confiança. Depois, ainda que o
mentiroso diga a verdade, já não se acreditará nele. Para se viver em sociedade, é indispensável ser sinceros
e dizer a verdade. Para isso, temos de nos esforçar na sinceridade para conosco mesmos, sem ocultar-nos a
verdade. Ainda que nunca se deva mentir, existem ocasiões nas quais se deve calar, para guardar um
segredo, ou para não prejudicar outra pessoa.
3. Motivos pelos quais se mente
Com freqüência, mente-se por medo ou vergonha de ser descobertos; outras vezes, para sair de um apuro ou
por brincadeira. Pode ser pecado mortal mentir em assuntos importantes, ou sabendo que fazemos um dano
grave. Se o bem comum ou particular não exige que calemos, um cristão deve dizer sempre a verdade,
inclusive até o martírio, que é o supremo testemunho da verdade da fé.
4. O oitavo mandamento ordena respeitar a honra dos demais
A honra é um bem muito mais importante que os bens materiais. Todos os seres humanos tem direito a sua
fama; por isso, não podemos roubar ou destruir a honra dos demais.
a) Modos de destruir a honra. Destrói a honra dos demais:
a calúnia, que é o exagerar as faltas dos outros, ou dizer que fizeram um mal, sabendo que isto não é
verdade.
A maledicência ou difamação, por difundir injustamente os defeitos ocultos do próximo.
O falso testemunho, declarando em juízo, algo que não é verdade, e prejudica o próximo.
O juízo temerário, que consiste em pensar mal dos demais, sem motivo justo.
A violação de um segredo, que manifesta aquilo que se devia calar.
b) Atuação do cristão. O que escuta falar mal dos outros –seja de uma pessoa em particular, ou de uma
instituição (família, Igreja, etc_ - está obrigado a não escutar o que se diz e a defender com valentia ou a
desculpar, se o que se diz é verdade.
c) Obrigação de restituir a honra. Deus quer que sejamos como que guardiões da boa fama dos demais. O
que destrói esta boa fama, peca gravemente, se o defeito que se descobre ou o dano que se produz é grave.
Aquele que prejudicou a boa fama do próximo está obrigado a reparar, isso é, a dizer publicamente que
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aquilo que tinha dito não é verdade, ou que exagerou. É preciso que se faça a devida reparação – como
quando se rouba algo material – para que se possa ter perdoado o pecado.
5. Cuidar e defender nossa boa fama
Durante o juízo perante o Sinédrio, um criado deu uma bofetada em Jesus, que respondia a Caifás. E o
Senhor se defendeu, dizendo: “Se falei mal, mostra-me o mal. Mas, se falei bem, por que me bates?” (João
18,23). Jesus dá exemplo de como é necessário defender a boa fama, quando nos atacam injustamente.
6. Podemos ajudar aos demais com a correção fraterna
A caridade nos levará a dizer a verdade com nobreza, a dizer as coisas na frente, nunca nas costas de
ninguém. Dizer as coisas com verdade e caridade é ajudar a nossos irmãos com a correção fraterna.
Podemos recordar o que disse Jesus: “A verdade vos fará livres” (João8,32).
7. Propósitos de vida cristã
Não falar mal dos demais, nem permitir que outros o façam; se alguma fez se prejudicou alguém,
com palavras, reparar rapidamente o dano causado.
Reconhecer as próprias faltas, sem desculpar-se.
9º MANDAMENTO: NÃO CONSENTIRÁS EM PENSAMENTOS NEM EM DESEJOS IMPUROS
INTRODUÇÃO:
Composto de corpo e alma, após a desordem do pecado original, o ser humano deve suportar o peso da carne
que reclama com egoísmo o prazer da sexualidade, sem ter em vista a disciplina com que Deus ordenou as
coisas do corpo. Assim, a pureza é uma virtude que será conseguida com a graça de Deus e uma particular
luta pessoal. Para ser limpos de coração é necessário rechaçar com firmeza os pensamentos e os desejos
impuros, que constituem a raiz interna do pecado contra a castidade, cometendo-se já pecado quando neles
se consentem. Vale a pena lutar, porque a pureza é uma das maiores fontes de alegria, de paz e de energia no
progresso da pessoa. Como diz Jesus no sermão da montanha, “bem aventurados os limpos de coração,
porque eles verão a Deus” (Mateus 5,8). Frente este convite, entendemos que a pureza pode custar, mas
sabemos que é um dom magnífico, coroa triunfal que devemos aspirar, vencendo o lodo da impureza – a
impureza mancha, suja – que é um engano amargo. É absurdo que nos queiram convencer que o ser humano
é uma besta incapaz de dominar seus instintos; o ser humano não é uma besta. E quando Deus impõe o
preceito da pureza desde a mesma raiz interior, “não ordena nenhuma coisa impossível, mas, quando o
ordena, adverte que faças o que puderes fazer, que peças aquilo que não podes fazer e Ele te ajudará para
que o possas”, ensina o Concílio de Trento com a doutrina de Santo Agostinho.
IDÉIAS PRINCIPAIS:
1. A CONCUPISCÊNCIA
Ao desobedecer a Deus, Adão e Eva não só pecaram, mas também abriram uma fonte de pecado: a
concupiscência ou inclinação ao pecado que permanece em nós, mesmo depois de batizados; o batismo
perdoa o pecado original, mas não elimina a concupiscência. São João fala de uma tríplice concupiscência:
concupiscência da carne, concupiscência dos olhos e soberba de vida (cf. 1 João 2,16), conseqüência do
pecado original que contradiz a razão e desordena as faculdades do ser humano. Em si mesma, a
concupiscência não é um pecado, mas inclina ao pecado, ainda que não pode danar àquele que não consente,
mas procura enfrentá-la com a graça de Cristo. É para isso também que recebemos a graça: para o combate.
2. A purificação do coração
Como a natureza sente o formigamento das paixões, é preciso buscar combatê-lo, indo à raiz do pecado. E a
raiz se encontra no coração; a pureza é para ser vivida no corpo, mas deve-se vive-la, sobretudo na alma.
Jesus adverte seus discípulos: “De dentro do coração saem as intenções más, assassinatos, adultérios,
fornicações” (Mateus 15,19). Por isso, a luta contra a concupiscência passa pela purificação do coração e
Deus quer que sejamos limpos e castos por dentro, em primeiro lugar; o nono mandamento proíbe os
pecados internos contra a castidade: os pensamentos e desejos impuros.
3. Lutar contra a tentação
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As tentações contra a castidade, por si, não são pecado, mas incitação ao pecado; seriam pecado se a vontade
tivesse complacência com elas, mas não o são se a vontade não consente e as rechaçam. Procedem das más
inclinações e das sugestões do demônio ou do mundo que nos rodeia. Não deve surpreender-nos, mas – sem
obsessões – é necessário rezar para ser fortes e repeli-las com prontidão. Aquele que resiste à tentação,
cresce no amor a Deus e se faz forte por dentro, com a força de Deus, que dá sua graça para vencer. Quando
surgem dúvidas a respeito daquilo que é ou não pecado contra a pureza, deve-se perguntar a pessoas
competentes: os pais, sacerdote... para formar-se e ter paz. Nestes casos sucede aquilo que acontece com as
moscas no verão, quando nos molestam. O fato de procurar pousar em nós, não depende de nós: de nós
depende o espantá-las! Se no momento da tentação podemos dizer sinceramente: “Fiz o possível para fugir
da tentação” não existe razão para perder a paz e a alegria.
4. O pudor e a modéstia
Sempre se disse que a pureza é defendida pelo pudor, virtude que é a parte essencial da temperança. O pudor
refuta mostrar aquilo que deve permanecer velado, inspira a escolha no modo de vestir, leva à modéstia que
regula os gestos e os movimentos corporais, e mantém o silêncio e a reserva onde se adivinha o risco de uma
curiosidade má. Existe um pudor dos sentimentos como também um pudor do corpo. O pudor custodia a
intimidade da pessoa e faz viver uma grande delicadeza.
5. Campanha pela pureza
A pureza cristã exige o saneamento do clima atual da sociedade, e o cristão tem que lutar contra a
permissividade de costumes, que é fruto de uma concepção errônea da liberdade. Ainda que seja livre, o ser
humano não pode deixar-se arrastar pelo erotismo que impregna tantos espetáculos indecorosos de televisão,
cinema, teatro, etc.., porque atenta contra a dignidade humana. Poder-se-ia usar as palavras de um sábio:
“Todas as vezes que estive com os homens, voltei menos homem”. Com maior razão o cristão deve trabalhar
para que os espetáculos sejam limpos e não ofendam a Deus, como ocorre sempre que encerram uma cultura
autêntica. O esforço em favor da castidade ou pureza, que Deus protege com o 6o e o 9o mandamentos,
significa contribuir a que os seres humanos sejam mais capazes de si mesmos, e ajuda a purificar e elevar os
costumes dos povos. Se não se vive a pureza, as pessoas e os povos se embrutecem, vivendo como animais.
6. Meios para se poder viver e crescer na pureza
Pode-se alcançar viver e melhorar a pureza interior mediante a oração – a pureza sempre deve ser pedida –;
com a pureza de intenções, que busca cumprir em tudo a vontade de Deus; e cuidando da imaginação e dos
olhos – junto com os demais sentidos – para se poder rechaçar qualquer complacência com os pensamentos
impuros.
7. Propósitos de vida cristã
Rechaçar imediatamente os maus pensamentos, colocando os meios naturais e sobrenaturais
adequados.
Pensar o que é possível fazer na própria família e no ambiente que nos rodeia para criar um clima
favorável à pureza.
Viver o pudor e a modéstia.
10º MANDAMENTO: NÃO COBIÇARÁS OS BENS ALHEIOS
INTRODUÇÃO:
O estado de inocência no qual foi criado o ser humano supunha a mente submetida a Deus, as potencias
inferiores à razão e o corpo à alma. O pecado transtornou essa harmonia privilegiada e se desataram as
paixões, produzindo um conflito interior de desordem e tensão; também no uso dos bens materiais que o ser
humano necessita para subsistir e desenvolver sua vida na terra. E com freqüência o ser humano perde a
consciência de sua dignidade; o que deveria ser equilíbrio se converte em desvirtuamento. Esquece que ele
vale mais do que as coisas, e se apega às coisas – não se contenta com o necessário e o suficiente – , dando
lugar à cobiça, que degrada a pessoa humana. A avareza se explica no pagão, que não tem outra esperança
que a dos bens caducos; mas não tem sentido no cristão, que voa com sua esperança teologal para mais
adiante do tempo e das coisas efêmeras deste mundo. A meta do cristão é Deus e a glória do céu; não se
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contenta com menos! Como a avareza se traduz tantas vezes no roubo e na usurpação dos bens do próximo,
este preceito do Decálogo trata de ordenar a raiz interior destes pecados e proíbe cobiçar os bens alheios.
IDÉIAS PRINCIPAIS:
1. A avareza, raiz de todos os males
Para contrastar a avareza dos que amam este mundo, escreve São Paulo: “Nada trazemos ao mundo e nada
poderemos levar dele. Tendo com o que nos alimentar e com o que nos cobrir, estamos com isso contentes.
Os que querem enriquecer-se caem em tentações, em laços e em muitas cobiças loucas ou perniciosas, que
levam os homens à perdição e à ruína, porque a raiz e todos os males é a avareza, e muitos, por deixar-se
levar por ela, se extraviam da fé e a si mesmos se atormentam com muitas dores”(1 Timóteo 6,7-10). A lição
de sensatez do Apóstolo não significa que não se deva desenvolver com a inteligência e o trabalho as
possibilidades econômicas que ajudam a exercer a liberdade e a promover a família – e também a promover
o bem estar dos demais suscitando empreendimentos, riqueza e trabalho, em benefício dos concidadãos – ;
significa só que o ser humano não pode escravizar-se submetendo-se a bens efêmeros, porque ele é mais e
vale mais. E, logicamente, a cobiça e a inveja dos bens alheios, que conduz à apropriação ilegítima do que
não é seu, deve ser combatida e dominada.
2. Conformidade com o que Deus nos envia
O coração se identifica com aquilo que ama, e, se ama sem medida os bens materiais, se faz matéria – coisa
– , reduzindo suas aspirações ao pouco bem estar material de alguns anos, não isentos de inquietações frente
os riscos. Ao contrário, a conformidade com os bens e as riquezas que Deus dá – e com os que
honradamente podem ser adquiridos – faz feliz; a cobiça e a inveja daquilo que não se possui é o que não faz
ninguém ser feliz. E se o desejo de se ter bens e lutar por consegui-los com meios lícitos e finalidade
honesta, é bom e agrada a Deus, o desejo desordenado ou a cobiça lhe ofende, da mesma forma que degrada
o ser humano.
3. O que proíbe o décimo mandamento
O décimo mandamento proíbe a avareza ou o desejo desordenado de riquezas, e também o desejo de
cometer uma injustiça que provocaria dano ao próximo em seus bens materiais.
Proíbe também a inveja ou tristeza que produz ver o bem do próximo, com o desejo desordenado de possuí-
lo e dele se apropriar, ainda que de forma indevida. Desta inveja – que soe proceder do orgulho – nascem o
ódio, a maledicência e a calúnia. É necessário combater um pecado capital do qual nascem tantos males, e se
consegue isto com a benevolência, a humildade e o abandono na providência de Deus.
4. O desprendimento dos bens da terra
Quando o ser humano tem inteira a sua conduta moral, quer dizer, quando impera a lei de Deus no coração,
sobressai o desprendimento dos bens criados, porque o amor de Deus domina todo o ser. Percebe-se com
força o que o Evangelho diz: “Bem aventurados os pobres em espírito, porque deles é o reino dos céus”
(Mateus 5,3). Por isso, o cristão deve orientar seus desejos na linha da esperança cristã, para que o uso das
coisas deste mundo e o apego às riquezas não impeça – contra o espírito da pobreza do Evangelho – buscar
um amor perfeito.
5. A luta contra o apego aos bens terrenos
O Evangelho exorta à vigilância, e este campo requer uma particular atenção, porque o apego aos bens tira a
Deus do lugar que deve ocupar em nossa vida, desorientando-a .O remédio está em fomentar o desejo da
felicidade verdadeira, que se alcança – aqui – vivendo na graça de Deus; e depois – na plenitude – no céu,
vendo a Deus e gozando de Deus. A esperança de que veremos a Deus supera toda a felicidade. E para
contemplar e possuir a Deus, é preciso mortificar a concupiscência com a ajuda da graça de Deus, vencendo
a sedução do prazer e do poder.
6. É preciso amar e cumprir TODOS os dez mandamentos
O décimo mandamento desdobra e completa o nono. Ao proibir a cobiça dos bens alheios, ataca a raiz do
roubo, da rapina e da fraude, proibidos no sétimo mandamento. Se não se domina a concupiscência dos
olhos, chega-se à violência e à injustiça, proibidos no quinto preceito. A cobiça tem sua origem, assim como
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a fornicação, na idolatria, condenada nos três primeiros mandamentos da Lei. O décimo mandamento refere-
se às intenções do coração; resume, como o nono, os dez mandamentos da lei de Deus.
Ao terminar este estudo dos mandamentos se adverte que, efetivamente, são um presente de Deus ao ser
humano. Jesus Cristo ensinou-nos a cumpri-los e proclamou as bem aventuranças para nos ensinar o espírito
que devemos ter para cumpri-los. Os mandamentos assinalam o caminho do céu de forma clara e objetiva.
Mostram como amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo, por amor a Deus.
7. Propósitos de vida cristã
Viver desprendidos do que temos e usamos.
Examinar sinceramente a consciência para evitar que nos domine a inveja do bem alheio; saber
alegrar-se com os êxitos dos demais.
OS MANDAMENTOS DA IGREJA
INTRODUÇÃO:
Todos nós estamos convencidos da importância que existe em observar as leis. No esporte, por exemplo, se
não se observa o regulamento – e muitas vezes acontecem “roubos” –, não se pode jogar; mais grave ainda é
o respeito devido às leis que, se não cumpridas, provocam mortes e catástrofes: as leis de tráfego. Depois de
estudar os dez mandamentos da Lei sabemos que a lei mais importante é a lei de Deus. Como disse Jesus ao
jovem rico: “Se queres entrar na vida, cumpre os mandamentos” (Mateus 19,17). Para facilitar-nos seu
cumprimento, a Igreja determina algumas obrigações do cristão no que chamamos mandamentos da Igreja.
Cristo deu à Igreja a autoridade para governar os fiéis, e sua solicitude de mãe impulsiona a assinalar
concretamente qual é a vontade de Deus, ajudando-nos a conseguir o céu. Essa é, em definitiva, a missão da
Igreja.
IDÉIAS PRINCIPAIS:
1. Jesus Cristo funda a Igreja para nos salvar
Já vimos, ao estudar o Credo, que Jesus Cristo veio a terra para nos redimir e nos dar a vida divina; veio a
este mundo para fundar a Igreja, que continua sua obra redentora e nos conduz para a salvação. Por isso,
escolheu a Pedro e aos demais Apóstolos, para que governassem a Igreja e transmitissem seus poderes para
seus sucessores: o Papa e os Bispos. Estes poderes são: ensinar a doutrina de Jesus Cristo, santificar com os
sacramentos e governar mediante leis que obrigam em consciência.
2. A Igreja e o poder de promulgar leis
Cristo concedeu efetivamente a sua Igreja o poder de governar, e enviou aos Apóstolos e a seus sucessores
por todo o mundo para que pregassem o Evangelho, batizassem e ensinassem a observar tudo o que Ele lhes
tinha mandado: “Quem vos ouve, a mim ouve” (Lucas 10,16); “Assim como o Pai me enviou, eu vos envio a
vós” (João 20,21). Em virtude desta autoridade, a Igreja pode ditar leis e normas. Dentre todas, podemos
destacar as que chamamos mandamentos da Igreja.
3. Razão dos mandamentos da Igreja
Os mandamentos da Igreja são uma mostra de carinho para com seus filhos porque, ao ditar estas normas, a
Igreja pretende tão somente ajudar-nos a cumprir os mandamentos da lei de Deus. A Igreja sabe que pode
custar cumprir a vontade de Deus, e por isso, marcou estas obrigações do cristão, que garantem
convenientemente, o caminho da nossa salvação.
4. Quais são os mandamentos da Igreja
1º - Ouvir Missa inteira aos domingos e festas de guarda. Este mandamento obriga – sob pecado mortal –
aos fiéis que tem uso da razão e tenham completado sete anos. Desta maneira, a Igreja determina e facilita o
cumprimento do terceiro mandamento da lei de Deus. Além disso, pedagogicamente, nos ensina a
importância da Missa, para que participemos nela com maior freqüência.
2º - Confessar os pecados mortais ao menos uma vez ao ano, e em perigo de morte e quando se for
comungar. Também ao redor dos sete anos começa o uso da razão e já se pode cometer pecados mortais. Daí
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que a Igreja marque a necessidade de acercar-se ao sacramento da Penitência a partir desta idade da razão,
pelo menos uma vez ao ano. Caso se esteja em estado de pecado mortal, é necessário confessar-se antes de
se acudir à comunhão, e é conveniente faze-lo com freqüência para poder superar as tentações. De maneira
particular urge o preceito de confessar-se quando se está em perigo de morte; seria inconcebível comparecer
ante o tribunal de Deus estando em pecado mortal, que nos faria réus do inferno.
3º - Comungar ao menos na Páscoa da Ressurreição. A Eucaristia é um mistério de fé e de amor que nunca
poderemos compreender; sem dúvida, desde que temos o uso da razão, podemos nos dar conta da
importância que tem este sacramento. A Igreja fixa desde este momento a necessidade de acudir à
Comunhão devidamente preparados. Põe como mínimo uma vez ao ano, ainda que deseja que comunguemos
freqüentemente. Desta maneira nos ajuda a cumprir melhor o terceiro mandamento da lei de Deus.
4º - Jejuar e abster-se de carne quando manda a Santa Igreja. O cristão deve identificar-se com Cristo e não
pode viver como um pagão que não domina seus apetites; e tem que fazer algum tipo de sacrifício. Para que
não se esqueça disso, a Igreja ordena uma pequena mortificação na comida durante alguns dias do ano:
São dias de abstinência de carne as sextas-feiras da Quaresma que não coincidem com festa de
preceito.
São dias de jejum e abstinência de carne a quarta-feira de Cinzas e a sexta-feira santa.
São também dias de penitência as sextas-feiras do ano que não sejam festas de preceito. Mas a
abstinência imposta por lei geral pode ser substituída – segundo a livre vontade de cada fiel – por
qualquer outra forma de penitência recomendada pela Igreja: exercícios de piedade e oração,
mortificações corporais e obras de caridade (a missa, oferecer o trabalho, dar uma esmola...).
A lei da abstinência obriga os que já cumpriram quatorze anos.
A lei do jejum obriga desde os vinte e um anos cumpridos até os cinqüenta e nove cumpridos.
5º - Ajudar a Igreja em suas necessidades. A Igreja é mãe e se preocupa com as necessidades de seus filhos:
as espirituais e as materiais; por isso reclama dos fiéis orações, sacrifícios e esmolas. Com estes bens pode
ajudar os mais necessitados: os pobres, as missões, os seminários... A ajuda material que os cristãos tem
obrigação de oferecer à Igreja serve também para atender a dignidade do culto: edifícios, vasos sagrados,
ornamentos etc...
5. Propósitos de vida cristã
Aprender os mandamentos da Igreja.
Rezar todos os dias pelas necessidades da Igreja, pedindo especialmente pelo Papa, pelos bispos e
sacerdotes.
OS SETE SACRAMENTOS DA IGREJA
INTRODUÇÃO:
O conhecimento humano começa pelos sentidos e, para chegar a conhecer as coisas que os ultrapassam,
temos de utilizar imagens, símbolos ou comparações, que desvelam um pouco o desconhecido. Deus
procedeu conosco do mesmo modo, instituindo os sinais sensíveis que chamamos de sacramentos, para
expressar as realidades sobrenaturais da graça. Mas a onipotência divina faz mais do que nós podemos fazer.
Deus concedeu a estes sinais sensíveis SIGNIFICAR e PRODUZIR a graça. Para entender melhor o efeito
dos sacramentos podemos compará-los com a vida natural, vendo que na ordem da graça:
nascemos para a vida sobrenatural pelo Batismo,
nos fortalecemos pela Confirmação,
mantemos a vida com o alimento da Eucaristia,
se perdemos a vida da graça pelo pecado, a recuperamos pela Penitência,
e com a Unção dos Enfermos nos preparamos para a viagem que acabará no céu.
Para socorrer as necessidades da Igreja como sociedade, temos o sacramento da:
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Ordem sacerdotal, que institui os ministros da Igreja,
Matrimônio, que com os filhos perpetua a sociedade humana e faz crescer a Igreja quando estes são
regenerados pelo batismo.
IDÉIAS PRINCIPAIS:
1. O que são os sacramentos
Os sacramentos são sinais sensíveis e eficazes da graça, instituídos por Jesus Cristo e confiados à Igreja,
através dos quais nos é dispensada a vida divina. Sinal sensível é uma coisa conhecida que manifesta outra
menos conhecida; se vejo fumaça, descubro que existe fogo. Mas dizemos também sinal eficaz porque o
sacramento não só significa, mas que produz a graça (a fumaça só significa fogo, mas não o produz).
2. O porquê da instituição dos sacramentos
Podemos nos perguntar por que Cristo quis fazer assim as coisas. Ele pode comunicar a graça diretamente,
sem recorrer a nenhum meio sensível, ainda que tenha querido acomodar-se a nossa maneira de ser, dando-
nos os dons divinos por meio de realidades materiais que usamos, para que fosse mais fácil para nós
consegui-los. No batismo, por exemplo, assim como a água purifica naturalmente, o sacramento purifica: o
sacramento lava e limpa sobrenaturalmente a alma, tirando o pecado original e qualquer outro pecado que
possa existir, mediante a infusão da graça. Esta foi a pedagogia de Cristo durante sua vida pública, servindo-
se de coisas naturais, de ações externas e de palavras. Tocou com sua mão o leproso e lhe disse; "Quero, fica
limpo" (Mateus 8,3); untou com barro os olhos do cego de nascimento e ele recuperou a vista (cf. João 9,6-
7); para comunicar aos Apóstolos o poder de perdoar os pecados, soprou sobre eles e pronunciou umas
palavras (cf. João 20,22). Assim como a Santíssima Humanidade de Cristo é o instrumento único à
Divindade de que se serve o Verbo para realizar a Redenção da humanidade, assim as coisas ou ações dos
sacramentos são os instrumentos separados pelos quais Deus nos santifica, acomodando-se a nossa maneira
de ser e de entender.
3. Jesus Cristo instituiu os sete sacramentos
Todos os sacramentos foram instituídos por Jesus Cristo -que é o autor da graça e pode comunicá-la por
meio de sinais sensíveis- e eles são sete: Batismo, Confirmação, Eucaristia, Penitência, Unção dos
Enfermos, Ordem e Matrimônio. Nos sete sacramentos estão atendidas todas as necessidades da vida
sobrenatural do cristão.
4. Os sacramentos da Igreja
Cristo confiou os sacramentos a sua Igreja, e podemos dizer que são "da Igreja" em um duplo sentido: a
Igreja faz ou administra ou celebra os sacramentos, e os sacramentos constroem a Igreja (o batismo gera
novos filhos da Igreja, etc..). Existem, pois, por ela e para ela.
5. Os sacramentos da fé
Os sacramentos estão ordenados à santificação dos homens, à edificação do Corpo de Cristo e, em
definitivo, a dar culto a Deus, mas como sinais, tem também uma finalidade instrutiva. Não só supõem a fé,
também a fortalecem, a alimentam e a expressam com palavras e ações; por isso são chamados sacramentos
da fé.
6. Efeitos dos sacramentos
Os sacramentos, se são recebidos com as disposições requeridas, produzem como fruto:
Graça santificante. Os sacramentos dão ou aumentam a graça santificante. O batismo e a penitência
dão a graça; os outros cinco aumentam a graça santificante e só se devem recebê-los estando na
graça de Deus. Aquele que os recebe em pecado mortal comete pecado de sacrilégio.
Graça sacramental. Além da graça santificante que concedem os sacramentos, cada um outorga algo
especial que chamamos graça sacramental. É um direito de receber de Deus, no momento oportuno, a
ajuda necessária para cumprir as obrigações contraídas ao receber aquele sacramento. Assim, o
batismo dá a graça especial para viver como bons filhos de Deus; a confirmação concede a força e o
valor para confessar e defender a fé até a morte, se for preciso; o matrimonio, para que os cônjuges
sejam bons esposos e eduquem de forma cristã os filhos; etc..
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Caráter. O batismo, confirmação e ordem sacerdotal concedem, além disso, o caráter, que é um sinal
espiritual e indelével que confere uma peculiar participação no sacerdócio de Cristo. Por isso, estes
sacramentos só se recebem uma única vez.
7. De que se compõe um sacramento
Um sacramento se compõe de matéria, forma e o ministro que o realiza com a intenção de fazer o que faz a
Igreja.
A matéria é a realidade ou ação sensível, como a água natural no batismo, os atos do penitente na
confissão (contrição, confissão e satisfação).
A forma são as palavras que, ao fazê-lo, se pronunciam.
O ministro é a pessoa que faz ou administra o sacramento.
8. Diversidade de sacramentos
Seguindo a analogia entre vida natural e etapas da vida sobrenatural, podem-se distinguir nos sacramentos,
três grupos distintos:
a) Sacramentos da iniciação cristã: Batismo, Confirmação e Eucaristia, que põem os fundamentos da vida
cristã e comunicam a vida nova em Cristo;
b) Sacramentos de cura: Penitência e Unção dos Enfermos, que curam o pecado e as feridas da nossa
debilidade;
c) Sacramentos a serviço da comunidade: Ordem sacerdotal e Matrimônio, estabelecidos para socorrer as
necessidades da comunidade cristã e da sociedade humana.
Os sacramentos formam um organismo no qual cada um deles tem sua função vital. A Eucaristia ocupa um
lugar único, enquanto "sacramento dos sacramentos". Podemos dizer com Santo Tomás de Aquino que
"todos os outros sacramentos estão ordenados para a Eucaristia como seu fim".
9. Os sacramentos são necessários para a salvação
Os sacramentos não só são importantes, mas necessários, se queremos viver a vida cristã e aumentá-la em
nós. São como os canais que conduzem a água, e, neste caso, trazem para a nossa alma a graça da redenção
de Cristo na cruz. E são necessárias também as nossas disposições para receber -ou receber com maior
abundância- a água limpa da graça. Dão sempre a graça se são recebidos com as devidas disposições, e se
não se recebe mais graça, não é por culpa do sacramento, mas por falta de melhor preparação. É preciso
aproximar-se, portanto, para receber os sacramentos, com a melhor disposição possível, para podermos
receber a graça com abundância.
10. Propósitos de vida cristã
Agradecer ao Senhor a instituição dos sete sacramentos e demonstrar a estima por eles, preparando-
se muito bem para recebê-los.
Receber com freqüência os sacramentos da Penitência e da Eucaristia.
O BATISMO FAZ FILHOS DE DEUS E MEMBROS DA IGREJA
INTRODUÇÃO:
"Depois de oitenta anos de paganismo, um ancião encontrou a luz da fé, se converteu e recebeu o batismo.
Dois anos depois caiu gravemente enfermo; todos se deram conta de que tinha chegado para ele o momento
da morte. Alguém lhe perguntou quantos anos tinha, e respondeu: Tenho só dois anos de vida. Ninguém
encontrava explicação para sua resposta, mas o ancião acrescentou: Não é assim tão difícil de se entender,
pois comecei a viver ao receber o batismo; minha vida antes disso é como se não existisse". Este testemunho
pode servir-nos para a introdução ao estudo do batismo, "sacramento da fé", "porta dos sacramentos", ou
"porta da Igreja", como é chamado desde o início da Igreja, e para que saibamos dar a devida importância ao
fato de termos sido batizados.
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IDÉIAS PRINCIPAIS:
1. Os sacramentos da iniciação cristã
Já sabemos que os sacramentos da iniciação cristã são: o Batismo, que é o início da vida em Cristo; a
Confirmação, que dá fortaleza e plenitude a esta vida, e a Eucaristia, que nos alimenta com o Corpo e o
Sangue de Cristo para nos unir a Ele, transformando-nos até nos identificar-nos com Ele.
2. Sentido do batismo
São Paulo explica que pelo batismo morremos ao pecado e ressuscitamos para a vida nova da graça (cf.
Romanos 6,3-11). Esta realidade se entende mais facilmente quando o sacramento é administrado por
imersão, que é o entrar e o sair da água, significando a morte e a ressurreição do Senhor. De fato, todos
nascemos com o pecado herdado de nossos primeiros pais, e como conseqüência, privados da graça; mas
Cristo nos livrou com sua morte e ressurreição. Sua morte nos limpa do pecado e nos faz morrer ao pecado;
sua ressurreição nos faz renascer e viver a vida nova de Cristo. O batismo é o sacramento que aplica a cada
batizado os frutos da Redenção, para que morramos ao pecado e ressuscitemos para a vida sobrenatural da
graça.
3. O que é o batismo
Quando Cristo enviou a seus Apóstolos por todo o mundo, disse- lhes: "Ide, pois,e fazei discípulos a todas as
gentes, batizando-as em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo" (Mateus 28,19). "O que crer e for
batizado, será salvo; mas o que não crer, será condenado" (Marcos 16,16). O batismo é o sacramento
instituído por Jesus Cristo, que nos faz seus discípulos e nos regenera para a vida da graça, mediante a
ablução com água natural e a invocação das três Pessoas divinas. O batismo é o fundamento de toda a vida
cristã, o pórtico da vida no espírito e a porta que abre o acesso aos outros sacramentos. A matéria deste
sacramento é a ablução com água natural, e a forma são as palavras: "Eu te batizo em nome do Pai e do
Filho e do Espírito Santo".
4. Os efeitos do batismo
a) Apaga o pecado original. O batismo perdoa e destrói o pecado original com o qual nascemos todos;
quando aquele que é batizado é adulto, apaga também todos os pecados pessoais assim como a pena por eles
devida, de tal maneira que se o recém batizado morresse, iria diretamente para o céu.
b) Infunde a graça santificante. Pelo sacramento do batismo Deus infunde na alma a graça santificante -que é
uma participação na natureza divina- , junto com as virtudes teologais e os dons do Espírito Santo. Com
estes dons a alma faz-se dócil e pronta aos impulsos do Espírito Santo. Pela graça, Deus Pai, Deus Filho e
Deus Espírito Santo estabelecem sua morada na alma, que é templo do Espírito Santo.
c) Confere caráter sacramental. O outro efeito do batismo é o caráter, ou seja, certo sinal espiritual e
indelével, que explica o fato de que este sacramento só possa ser recebido uma vez. O caráter batismal
configura a Cristo, dá uma participação em seu sacerdócio, capacita para continuar no mundo sua missão
como fiéis discípulos seus, e nos distingue dos infiéis.
d) Incorpora a Jesus Cristo. Tanto a graça como o caráter são efeitos sobrenaturais do batismo, que nos
unem a Cristo como se unem os membros do corpo com a cabeça. Cristo é nossa Cabeça e o caráter nos
vincula a Ele para sempre, enquanto que a graça nos faz membros vivos.
e) Incorpora à Igreja. Pelo batismo nos convertemos em membros da Igreja, com direito a participar na
Sagrada Eucaristia e a receber os demais sacramentos; sem ser batizado não se pode receber nenhum outro
sacramento. A Igreja é o Corpo Místico de Cristo, e o batismo nos incorpora a Cristo, que é a Cabeça, e a
seu Corpo, que é a Igreja.
5. Necessidade do batismo
O batismo é absolutamente necessário para a salvação, como declarou Nosso Senhor a Nicodemos: "Em
verdade, em verdade te digo, que se alguém não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no Reino dos
céus" (João 3,5). Quando não é possível receber o sacramento do batismo, pode-se alcançar a graça para
salvar-se pelo chamado batismo de desejo -um ato de perfeito amor a Deus, ou a contrição dos pecados com
o voto explícito ou implícito do sacramento- e pelo batismo de sangue ou martírio, que é dar a vida por
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Cristo. Posto que as crianças nascem já com a natureza humana decaída e manchada pelo pecado original, é
necessário que recebam o batismo. A pura gratuidade da graça da salvação se manifesta particularmente no
batismo das crianças. Portanto, a Igreja e os pais privariam as crianças da graça inestimável de ser filhos de
Deus, se não administrassem o batismo pouco depois do nascimento; assim se entende a necessidade de
batizar as crianças o quanto antes. É o maior presente que se lhes pode dar, já que desde este momento são
"para sempre membros de Cristo, sacerdote, profeta e rei" (Ritual do Batismo). Em relação às crianças
mortas sem o batismo, a Igreja convida a ter confiança na misericórdia divina e a rezar por sua salvação.
6. Quem pode administrar o batismo
Normalmente, quem batiza é o pároco ou outro sacerdote ou diácono, com a permissão do pároco, mas em
caso de necessidade qualquer pessoa pode fazê-lo. Dada a importância e a necessidade do batismo, Deus deu
todas as facilidades na administração deste sacramento; e assim, inclusive, uma pessoa não batizada, com tal
que tenha a intenção de fazer o que faz a Igreja e o faça corretamente, batiza de verdade. A razão está em
que sempre é Cristo quem batiza, como observa Santo Agostinho: "Batiza Pedro? Cristo batiza. Batiza João?
Cristo batiza. Batiza Judas? Cristo batiza".
7. Modo de administrar o batismo
Ao administrar o batismo se derrama água natural sobre a cabeça dizendo, com intenção de batizar: " Eu te
batizo em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo". Na cerimônia do batismo existem diversos ritos, mas
o essencial é o que já dissemos: derramar a água e, ao mesmo tempo, pronunciar as palavras.
8. Obrigações que o batismo impõe
Quando o batismo é administrado a crianças, respondem pelo neófito seus pais e padrinhos; mas o cristão
adulto -sabedor dos efeitos do sacramento na alma- deve responder por si mesmo e estar firmemente
disposto a viver como batizado. Esta resposta pode se concretizar em fazer atos explícitos de fé (recitando o
Credo, por exemplo), propondo-se a guardar a Lei de Jesus Cristo e de sua Igreja e renunciando para sempre
ao demônio e às suas obras, como se faz na Vigília Pascal, ao renovar as promessas do batismo.
9. Propósitos de vida cristã
Agradecer a Deus o dom do batismo. Inteirar-se do dia em que foi batizado, e celebrá-lo.
Nunca esquecer que o batismo impõe a exigência cristã de conservar a fé e crescer na vida da graça,
cumprindo fielmente os mandamentos da lei de Deus e os da Igreja.
NA CONFIRMAÇÃO, SE RECEBE O ESPÍRITO SANTO
INTRODUÇÃO:
Se fixarmos nossa atenção nos Apóstolos, antes e depois da vinda do Espírito Santo em Pentecostes, vamos
observar algumas diferenças importantes: antes, tinham medo e agora pregam a palavra de Deus com
decisão; os que eram incultos e ignorantes, depois falam dos mistérios de Deus e línguas estranhas. Esta
mudança tão surpreendente é produzida porque, naquele dia, receberam a plenitude do Espírito Santo. De
maneira semelhante, os fiéis recebem também a plenitude do Espírito Santo no sacramento da confirmação.
Este tema pode servir para conhecer melhor a natureza e os efeitos do sacramento e, se ainda não foi
recebido, para preparar-se bem com a vontade de recebe- lo o quanto antes.
IDÉIAS PRINCIPAIS:
1. Os Apóstolos receberam a plenitude do Espírito Santo em Pentecostes; nós, na confirmação
Os Apóstolos já tinham recebido o Espírito Santo antes da ascensão do Senhor aos céus; na tarde da
ressurreição Jesus apareceu-lhes no Cenáculo, soprou sobre eles, dizendo: "Recebei o Espírito Santo" (João
20,22). Mas em Pentecostes encheram-se do Espírito Santo e de dons excepcionais (cf. Atos dos Apóstolos,
2, 1-4). Também nós recebemos no Batismo o Espírito Santo junto com a graça, mas o Senhor instituiu o
sacramento da confirmação que é necessário para a plenitude da graça batismal. A confirmação une mais
intimamente à Igreja e enriquece com uma fortaleza especial do Espírito Santo; de forma que nos
comprometemos muito mais, como autenticas testemunhas de Cristo, a estender e defender a fé cristã com
nossas palavras e obras, a mostrar-nos perante os demais como verdadeiros discípulos de Cristo.
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2. Efeitos do sacramento da confirmação
De maneira parecida ao que sucedeu aos Apóstolos no dia de Pentecostes, este sacramento produz na alma
estes frutos:
a) Aumenta a graça. A vida da graça que se recebe pela primeira vez no batismo adquire um novo empenho
com a confirmação: há um crescimento e um aprofundamento da graça batismal.
b) Imprime caráter. A confirmação imprime uma marca espiritual indelével -o caráter-, para ser testemunhas
de Cristo e colaboradores de seu Reino; por isso, só se pode receber este sacramento uma vez na vida.
c) Fortalece a fé. A palavra confirmação significa fortalecimento; com este sacramento nossa fé em Jesus
Cristo fica fortalecida.
d) Nos faz testemunhas de Cristo. A confirmação nos dá forças para defender a fé e de nos defender-nos dos
inimigos exteriores da nossa salvação: o demônio, o mau exemplo e inclusive as perseguições, abertas ou
disfarçadas, que podem acontecer a nós, cristãos. Nos dá vigor para confessar com firmeza nossa fé sendo
testemunhas de Cristo, colaborando na santificação do mundo e atuando como apóstolos onde vivemos e
trabalhamos.
3. Ministro, sujeito, matéria e forma do sacramento da confirmação
Ministro ordinário deste sacramento é o Bispo; extraordinário, o presbítero que goza desta faculdade pelo
direito comum ou por concessão peculiar da autoridade competente; em perigo de morte, o pároco ou
qualquer presbítero. O sujeito é toda pessoa batizada que não tenha recebido este sacramento anteriormente.
Para recebê-lo deve-se estar na graça de Deus, conhecer os principais mistérios da fé e acercar-se do
sacramento reverência e devoção. A matéria é a unção na fronte com o crisma (mistura de azeite e bálsamo
consagrada pelo bispo), que se faz enquanto se impõe a mão. A unção significa um dos efeitos do
sacramento: robustecer a fé. A forma é constituída pelas palavras que pronuncia o ministro: "N. recebe por
este sinal Espírito Santo, Dom de Deus". O crismando responde "Amém".
4. Estimar muito a confirmação
Posto que a confirmação faz do fiel cristão uma testemunha de Jesus Cristo, desenvolvendo e aperfeiçoando
as graças recebidas no batismo, é preciso lutar por manter os frutos do sacramento. Só assim seremos fortes
para confessar com inteireza a fé cristã. E o conseguiremos se acudirmos com freqüência aos sacramentos da
penitência e da eucaristia. Ordinariamente, a vida cristã se desenvolve em circunstâncias correntes e
normais; só em circunstâncias extraordinárias, o Senhor pode nos pedir o heroísmo do martírio, derramando
o sangue para confessar a fé em Jesus Cristo. Sem dúvida, o Senhor pede a todos o esforçar-se em pequenas
lutas da vida diária: trato com os pais e irmãos, trabalho bem feito e oferecido a Deus, ajuda generosa e
desinteressada aos companheiros, fidelidade à doutrina de Jesus Cristo e difusão da fé com o exemplo, a
amizade e os bons conselhos.
5. Propósitos de vida cristã
Alimentar o desejo de receber o sacramento da confirmação, caso não o tenha ainda recebido. Caso
contrário, ser agradecido a Deus por este sacramento, dom do Espírito Santo.
Procurar viver como verdadeiro cristão, com valentia, sem respeitos humanos, consciente de que a
confirmação faz ao fiel "testemunha de Cristo".
A EUCARISTIA, MISTÉRIO DE FÉ E AMOR
INTRODUÇÃO:
Com o sacramento da Eucaristia culmina a iniciação cristã; em realidade culmina a inteira vida sobrenatural
-particular e comunitária ou da Igreja como tal-, porque é o "sacramento dos sacramentos", o mais
importante de todos, já que contém a graça de Deus -como os demais sacramentos- e o autor da graça, Jesus
Cristo Nosso Senhor. Não é pelos sentidos que o sabemos, mas pela fé, que se apóia no testemunho de Deus:
"Isto é o meu Corpo, que será entregue por vós; fazei isto em memória de mim" (Lucas 22,19). São palavras
de Jesus a seus Apóstolos na última Ceia, ao deixar-lhes a Eucaristia como presente de seu poder e de seu
amor infinitos. Nós cremos firmemente, assim como os Apóstolos que estavam presentes naquele momento,
24
na Ceia. O Concílio Vaticano II exorta à piedade e ao recolhimento cada vez mais profundo com a
Eucaristia, quando ensina que é "fonte e cume de toda a vida cristã" e que, "participando do sacrifício
eucarístico, os fiéis oferecem a Deus a Vítima divina e se oferecem a si mesmos juntamente com ela"
(Lumen Gentium, 11).
IDÉIAS PRINCIPAIS:
1. A Eucaristia, fonte e cume da vida da Igreja
A Eucaristia é o coração da Igreja; para destacar esta idéia, o Concílio Vaticano II serve-se desta frase -que
não é enfática, mas justa- dizendo que aí esta a "fonte e o cume da vida cristã". Como diz também que "a
Sagrada Eucaristia contém todo o bem espiritual da Igreja, quer dizer, o mesmo Cristo". Esta é a razão de
que "os demais sacramentos, como também todos os ministérios eclesiais e as obras de apostolado estão
unidos à Eucaristia e a ela se ordenam" (Presbyterorum ordinis, 5).
2. Os diversos nomes deste sacramento
A riqueza inesgotável da Eucaristia se expressa mediante os distintos nomes que recebe. Cada um evoca
algum aspecto de seu conteúdo ou a circunstância do momento da instituição. É chamada:
Eucaristia, que significa ação de graças a Deus;
Banquete do Senhor, porque Cristo a instituiu na quinta-feira feira santa, na última Ceia;
Santo Sacrifício, porque atualiza o único sacrifício de Cristo na cruz;
Comunhão, porque nos unimos ao mesmo Cristo recebendo seu Corpo e seu Sangue;
Santa Missa, porque quando os fiéis, ao terminar a liturgia eucarística, são enviados ("missio") para
que cumpram a vontade de Deus em sua vida ordinária.
3. A instituição da Eucaristia
Jesus Cristo instituiu a Eucaristia na quinta-feira santa, na ultima Ceia. Tinha já anunciado aos discípulos em
Cafarnaum (cf. João, 6) que lhes daria seu corpo e sangue como alimento, como também vinha preparando a
fé dos seus com argumentos incontestáveis: o milagre de Caná -convertendo a água em vinho- e a
multiplicação dos pães, que manifestavam o poder de Jesus Cristo. Assim, ao escutar na última Ceia: Isto é o
meu corpo (Lucas 22,19), tinham o firme convencimento de que era como Jesus dizia; assim como a água
tinha sido convertida em vinho por meio de sua palavra onipotente e os pãezinhos se multiplicaram até
saciar a fome de uma grande multidão.
4. A celebração litúrgica da Eucaristia
Os Apóstolos receberam um encargo do Senhor: "Fazei isto em memória de mim" (Lucas 22,19), e a Igreja
não cessou mais de realizar estas palavras na celebração litúrgica, que não é uma mera recordação, mas
atualização real do memorial de Cristo: de sua vida, de sua morte, de sua ressurreição e de sua intercessão
mediadora junto ao Pai, que se realiza na Eucaristia. Desde meados do século II, e segundo o relato do
mártir São Justino, temos atestadas as grandes linhas da celebração eucarística, que permaneceram
invariáveis até os nossos dias.
5. A Eucaristia, renovação não cruenta do sacrifício da cruz
Jesus Cristo ofereceu a Deus Pai o sacrifício de sua própria vida morrendo na cruz. Foi um autêntico
sacrifício com o qual nos redimiu de nossos pecados, superando todas as ofensas que a humanidade tenha
feito ou poderia fazer, porque seu sacrifício na cruz é de valor infinito. Mas, ainda que o valor do sacrifício
de Cristo tenha sido infinito e único, o Senhor quis que se perpetuasse -se fizesse presente- para aplicar os
méritos da redenção; por isso, antes de morrer, consagrou o pão e o vinho e ordenou aos Apóstolos: "Fazei
isto em memória de mim". Desta maneira, os fez sacerdotes do Novo Testamento para que, com seu poder e
em sua pessoa, oferecessem continuamente a Deus o sacrifício visível da Igreja. Jesus Cristo instituiu a
Missa não para perpetuar a Ceia, mas sim o sacrifício da cruz. Assim, a Missa renova de forma não cruenta
(sem outro derramamento do sangue de Cristo) o mesmo sacrifício do Calvário; e a Eucaristia é igualmente,
sacrifício da Igreja, pois, sendo a Igreja o Corpo de Cristo, participa da oferenda de sua Cabeça, que é
Cristo.
6. O sacrifício da Missa e o da cruz são essencialmente um e o mesmo sacrifício
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Entre a Missa e o sacrifício da cruz há uma identidade essencial, e algumas diferenças acidentais:
O Sacerdote é o mesmo Cristo, que no Calvário se ofereceu sozinho, enquanto que na Missa, o faz
por meio do sacerdote.
A Vítima é a mesma: Cristo, que no sacrifício da cruz se imolou de maneira cruenta, enquanto que na
Missa o faz de modo não cruento. A presença de Cristo sob as espécies consagradas do pão e do
vinho, que contém em separado seu Corpo e seu Sangue como espécies distintas, manifestam
misticamente a separação do Corpo e do Sangue ocorrida na cruz.
Na cruz, Cristo nos resgatou do pecado e ganhou, para nós, os méritos da salvação; na Missa, são-
nos aplicados os méritos que Jesus ganhou então.
7. Os fins da Santa Missa
Os fins da Santa Missa são quatro:
Adorar a Deus,
Dar-Lhe graças,
Pedir-lhe benefícios,
Satisfazer por nossos pecados.
Podemos unir todo o nosso dia à Santa Missa, e viver ao longo dele com estes mesmos sentimentos que
Jesus teve na cruz.
8. Propósitos de vida cristã
É preciso amar a Missa, de tal maneira que se procure dela participar sempre que possível, com uma
participação consciente, ativa e frutuosa.
Unir os pequenos sacrifícios de cada dia com o sacrifício de Cristo, que se renova na Eucaristia.
JESUS ESTÁ REALMENTE PRESENTE NA EUCARISTIA
INTRODUÇÃO:
Sabemos que Cristo morreu, ressuscitou e subiu ao céu, onde está sentado à direita do Pai e intercede por
nós. Mas está presente também em sua Igreja de muitas maneiras: em sua Palavra, na oração, nos pobres,
nos enfermos, nos sacramentos...; e está presente sobretudo sob as espécies sacramentais do pão e do vinho,
que contém o Corpo e o Sangue de Jesus Cristo, como ensina a fé. Este mistério se entende melhor com o
coração, porque é fruto do Amor do Senhor para conosco. Tinha Ele que ir, mas queria ficar conosco, e o
que para os homens é impossível, pode Deus fazer; o Senhor ficou realmente presente na Eucaristia com seu
Corpo, seu Sangue, Alma e Divindade. Na Eucaristia está contido o verdadeiro Corpo de Jesus Cristo, o
mesmo que nasceu da Virgem e está sentado à direita de Deus Pai. Desde o princípio, os cristãos creram
nesta verdade.
IDÉIAS PRINCIPAIS:
1. Na Eucaristia está presente o mesmo Jesus Cristo
Ainda que a fé da Igreja tenha sido sempre a mesma, a doutrina foi-se desenvolvendo e o Concílio de Trento
afirma que na Santíssima Eucaristia estão contidos verdadeira, real e substancialmente o corpo e o sangue
junto com a alma e a divindade de nosso Senhor Jesus Cristo, e, por conseqüência, Cristo inteiro. É o que se
conhece como presença real de Cristo no sacramento da Eucaristia. Chama-se real não a título exclusivo,
como se as outras presenças não fossem reais, mas por excelência, porque é substancial e por ela Cristo,
Deus e homem, se faz totalmente presente, como explica Paulo VI. Esta luz que arde dia e noite junto ao
Sacrário nos recorda que Jesus está ali, realmente presente.
2. A transubstanciação
Ante a realidade sobrenatural do mistério eucarístico -a presença real de Cristo sob os véus do pão e do
vinho- é inevitável a pergunta: O que aconteceu? Porque antes era pão e vinho, e quando o sacerdote diz:
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"Isto é o meu corpo", "Este é o cálice do meu sangue", aquilo é o Corpo e o Sangue de Cristo. É o que nos
diz a fé, e a palavra de Deus não pode falhar. Efetivamente, pelo poder divino outorgado ao sacerdote
produziu-se uma mudança, uma conversão - e conversão de substâncias, porque as aparências externas não
mudaram -, razão pela que, o que era substância de pão se converteu na substância de Cristo, no Corpo de
Cristo e o que era substância de vinho se converteu na substância de Cristo, no Sangue de Cristo. Esta
admirável e singular conversão é o que se conhece com o nome de transubstanciação, ou mudança de
substância. É um mistério excepcional que a razão humana não tem condições de compreender, mas que
Deus pode realizar por meio de seu ministro, o sacerdote.
3. Jesus Cristo está realmente presente nas formas consagradas e em cada uma de suas partes
Quando o sacerdote consagra muitas formas cremos que Jesus Cristo está realmente presente em todas e
cada uma delas. Também cremos que, se uma forma se parte em diversos pedaços, Jesus Cristo está todo
inteiro em cada um deles. Por isso o sacerdote recolhe cuidadosamente as partículas das hóstias consagradas,
ainda que sejam muito pequenas, como é indicado na Ordenação Geral do Missal Romano. O Senhor ficou
entre nós por amor, e é com amor que haveremos de tratá-lo.
4. Os cristãos devem manifestar fé e amor para com a Eucaristia
Os Apóstolos receberam um encargo do Senhor: "Fazei isto em memória de mim" (Lucas 22,19), e a Igreja
não cessou mais de realizar estas palavras na celebração litúrgica, que não é uma mera recordação, mas
atualização real do memorial de Cristo: de sua vida, de sua morte, de sua ressurreição e de sua intercessão
mediadora junto ao Pai, que se realiza na Eucaristia. Desde meados do século II, e segundo o relato do
mártir São Justino, temos atestadas as grandes linhas da celebração eucarística, que permaneceram
invariáveis até os nossos dias.
5. A Eucaristia, renovação não cruenta do sacrifício da cruz
A crença nestas verdades de nossa fé tem levado a Igreja a render culto de adoração ao Santíssimo
Sacramento. Este culto à Sagrada Eucaristia foi vivenciado sempre pelo povo cristão através de muitas
devoções eucarísticas:
A quinta-feira santa, em que celebramos a instituição da Eucaristia e especialmente do sacrifício da
Missa.
A festa de Corpus Christi, que celebra a presença real de Jesus Cristo, e o Santíssimo Sacramento é
levado solenemente em procissão pelas ruas da cidade.
A exposição e benção com o Santíssimo Sacramento, passando um momento com o Senhor
sacramentado em intimidade de adoração e sincero agradecimento.
As visitas ao Sacrário, por parte dos fiéis para acompanhá-lo. E tantas outras orações que alimentam
a piedade eucarística: comunhões espirituais, o hino Adoro Te devote, as orações para antes e depois
de comungar, etc.. Guiados pela fé, é um detalhe de nobreza humana oferecer a Jesus no Sacrário
coisas dignas: que o Sacrário seja de qualidade, cuidar dos vasos sagrados, esmerar-se na limpeza;
mas sobretudo, o respeito e a adoração: a genuflexão bem feita diante do Sacrário, acudir com
freqüência a visitar o Senhor - ao menos com o pensamento e o desejo -, atualizar a fé na Eucaristia
ao passar por uma Igreja, etc...
6. Propósitos de vida cristã
Propor-se a fazer cada dia uma visita ao Santíssimo no Sacrário da Igreja.
Ao entrar na Igreja, ir sempre, primeiramente, saudar o Senhor, no Sacrário.
NA SAGRADA COMUNHÃO SE RECEBE COMO ALIMENTO A JESUS CRISTO
INTRODUÇÃO:
Os primeiros cristãos encontravam a razão de seu heroísmo na Eucaristia. A Comunhão dava-lhes alento e
fortaleza para defender sua fé até o martírio. Tarcísio foi um menino que levava a Eucaristia aos que
estavam encarcerados por causa de sua fé. Um dia, no caminho, encontrou com seus companheiros de
brincadeiras, que eram pagãos. Estes, convidaram-no para brincar, mas Tarcísio não podia faze-lo, pois
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levava o Senhor, na Eucaristia. Como sabiam que era cristão, e, dando-se conta que escondia alguma coisa,
atacaram-no violentamente, enquanto Tarcísio defendia o tesouro que carregava consigo. Neste momento
passou um soldado, que levou Tarcísio para, mesmo gravemente ferido, para ser encarcerado. No cárcere,
disse aos demais prisioneiros cristãos que lhes trazia a Comunhão. Assim, puderam comungar aqueles que,
no dia seguinte morreriam como mártires. Tarcísio morreu antes, também como mártir da Eucaristia. É com
esta fé, com este respeito e amor que os primeiros cristãos tratavam a Eucaristia.
IDÉIAS PRINCIPAIS:
1. O sacrifício eucarístico e a comunhão
O sacrifício eucarístico ou Santa Missa é memorial sacrifical que perpetua o sacrifício da cruz oferecido ao
Pai, e banquete sagrado de comunhão no Corpo e Sangue do Senhor; a celebração eucarística está também
orientada à união íntima dos fiéis com Cristo por meio da comunhão. Comungar é receber a Cristo mesmo
que se oferece por nós. Cristo, pois, se oferece ao Pai e se dá aos homens.
2. Jesus Cristo instituiu a Eucaristia como alimento para as nossas almas
Jesus prometeu aos Apóstolos em Cafarnaúm que daria para comer sua carne para a vida do mundo e para se
obter a vida eterna: "Aquele que come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna e eu o
ressuscitarei no último dia. Pois minha carne é verdadeira comida e meu sangue verdadeira bebida: o que
come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele" (João 6,54-56). Na última Ceia
cumpriu-se a promessa e o Senhor instituiu a Eucaristia: "Tomai e comei; isto é o meu Corpo" (Mateus
26,26). É a afirmação clara de que o Corpo do Senhor está na realmente na Eucaristia e ele nos é dado como
alimento.
3. Os frutos da comunhão
A comunhão sustenta a vida espiritual de modo parecido a como o alimento material mantém a vida do
corpo. Concretamente, podemos assinalar estes frutos da comunhão sacramental:
Acrescenta a união com Cristo, realmente presente no sacramento.
Aumenta a graça e as virtudes em quem comunga dignamente.
Nos afasta do pecado: purifica dos pecados veniais, das faltas e negligências, porque acende a
caridade.
Fortalece a unidade da Igreja, Corpo Místico de Cristo.
Cristo, na Eucaristia, nos dá o penhor da glória futura.
4. Disposições para comungar bem
As disposições exigidas para receber dignamente a Cristo, na comunhão são:
a) Estar na graça de Deus, quer dizer, limpos do pecado mortal. Ninguém pode aproximar-se para comungar,
por muito arrependido que pareça estar, se antes não tiver confessado os pecados mortais. O pecado venial
não impede a comunhão, mas é lógico que tenhamos desejos de receber a Jesus com a alma muito limpa; por
isso a Igreja aconselha a que se confesse com freqüência, ainda que não tenhamos pecados mortais. Se
alguém se aproximasse para comungar em pecado mortal, cometeria um sacrilégio.
b) Guardar o jejum eucarístico, que supõe não ter comido nem bebido desde uma hora antes de comungar; a
água e os medicamentos não quebram o jejum. Os anciãos e enfermos - e aqueles que cuidam deles - podem
comungar ainda que não tenha passado uma hora depois de ter tomado algo.
c) Saber a quem se recebe. Posto que se recebe o mesmo Cristo neste sacramento, não podemos aproximar-
nos para comungar desconsideradamente, ou por mera rotina, ou para que nos vejam. Temos de faze-lo para
corresponder ao desejo de Jesus e para encontrar na comunhão um remédio para a nossa fraqueza.
Até na compostura externa deve manifestar-se a piedade e o respeito com que nos aproximamos para receber
o Senhor. Comunga-se de joelhos ou de pé, segundo tenha sido determinado pela Hierarquia da Igreja e o
peça a devoção de cada um. Comungando-se de pé, antes de comungar, ao aproximar-nos do sacerdote,
deve-se fazer uma inclinação do corpo. O sacerdote diz: "O Corpo de Cristo" e o comungante responde:
"Amém". Se comungar diretamente na boca, abre-se então a boca e estende-se a língua, para que o sacerdote
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possa colocar a sagrada comunhão. Se comungar nas mãos, coloca-se a mão direita embaixo da mão
esquerda. O sacerdote deposita a sagrada comunhão na mão esquerda. Então, na frente do sacerdote, sem
mover-se, o comungante toma, com a mão direita a sagrada comunhão e leva-a à própria boca.
5. A ação de graças na comunhão
Jesus permanece na Eucaristia por amor a nós. A melhor maneira de recebe-lo será realizar uma boa
preparação antes de comungar e, conscientes do dom recebido, dar graças não só no momento da comunhão,
mas durante todo o dia. Depois de comungar, ficamos na Igreja dando graças, ao menos por uns minutos.
6. Obrigação de comungar e necessidade da comunhão freqüente
Comungar realmente não é necessário para salvar-se; se um recém nascido morre, se salva. Mas Jesus Cristo
disse "Se não comeis a carne do Filho do Homem e não bebeis seu sangue, não tereis a vida em vós" (João
6,53). Em correspondência a estas palavras, a Igreja nos ordena em seu terceiro mandamento que, ao menos
uma vez no ano, por ocasião da Páscoa da Ressurreição, todo cristão com uso da razão deve receber a
Eucaristia. Também existe a obrigação de comungar quando se está em perigo de morte; neste caso a
comunhão é recebida como "Viático", que significa preparação para a "viagem" da vida eterna. Isto é o
mínimo, e o preceito deve ser bem entendido; daí que a Igreja exorte a receber ao Senhor com freqüência,
até diariamente. Se algum dia não podemos comungar, é bom fazer uma comunhão espiritual, expressando o
desejo que temos de receber o Senhor sacramentalmente.
6. Propósitos de vida cristã
Fazer o firme propósito de receber sempre a Sagrada Comunhão com as devidas disposições.
Ao terminar a Santa Missa, permanecer uns momentos agradecendo a Jesus.
Repetir muitas vezes durante o dia, a Comunhão Espiritual.
A SANTA MISSA: CELEBRAÇÃO LITÚRGICA DA EUCARISTIA
INTRODUÇÃO:
O centro da liturgia da Igreja é a Eucaristia - a Missa -, que os Apóstolos celebraram desde o primeiro
momento; desde então até agora, a Missa permaneceu essencialmente a mesma. Vamos expor o sentido das
diversas partes e diálogos entre o sacerdote e os fiéis. Também falaremos da obrigação de participar da
Missa aos domingos e festas de guarda, se já tem completados os sete anos, se já existe o uso da razão e não
exista um impedimento grave.
IDÉIAS PRINCIPAIS:
1. A participação na Eucaristia
Objetivamente, a Missa é a ação mais importante que se celebra na terra e, quando dela participamos,
devemos fazê-lo com o maior interesse e devoção tratando de conseguir o maior fruto possível. Posto que na
Missa se renova o sacrifício do Calvário, deveríamos estar presentes com os mesmos sentimentos de Nossa
Senhora ao pé da cruz, acompanhando a seu Filho, plenamente identificada com Ele.
2. Partes da Missa
A liturgia da Missa se desenvolve conforme uma estrutura fundamental, conservada através dos séculos.
Compreende dois grandes momentos, unidos entre si: a liturgia da Palavra e a liturgia Eucarística,
precedidas pelos ritos iniciais e seguidas da conclusão.
RITOS INICIAIS, que tem um caráter de introdução e preparação:
a) Quando o sacerdote se dirige ao altar e se reza ou se canta o intróito.
b) O sacerdote beija o altar em sinal de veneração, porque o altar simboliza a Jesus Cristo.
c) Saúda os fiéis e os convida a reconhecer seus pecados, rezando o "Confesso..." ou outra formula
daquelas aprovadas pela Igreja, que se encontram no Missal Romano. Ainda que este ato penitencial
não tem a eficácia do sacramento e o pecado mortal só é perdoado com a confissão, temos de
arrepender-nos sinceramente dos nossos pecados.
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d) Finaliza o rito inicial com a recitação ou canto do Kyrie e, quando previsto, do Glória, seguidos da
oração Coleta.
LITURGIA DA PALAVRA. Nesta parte da Missa, distinguem-se os seguintes momentos:
o Leituras da Sagrada Escritura. Nos domingos e festas são três: uma do Antigo Testamento,
outra do Novo e a terceira do Evangelho; nos dias feriais são lidas só duas, sendo a ultima
sempre do Evangelho. Entre uma leitura e outra
canta-se ou recita-se o Salmo responsorial, com uma resposta que todos repetem.
o Homilia. O sacerdote explica as verdades reveladas por Deus e ensinadas pela Igreja, para
nos instruir na fé e nos animar a melhorar nossa vida, tomando consciência do que se leu e do
sentido da celebração.
o Profissão de fé. É o ato solene no qual confessamos nossa fé, recitando o Credo. Rezamos
em pé, inclinando a cabeça em sinal de respeito ao dizer "e se encarnou por obra do Espírito
Santo no seio da Virgem Maria, e se fez homem."
o Oração dos fiéis. Com esta oração pedimos pela Igreja, pelo Papa e pela hierarquia, pelas
autoridades civis e por todos os homens, em especial pelos mais necessitados.
LITURGIA EUCARISTICA. Esta é a parte principal da Missa, que renova - mediante a
Consagração - o sacrifício de Cristo na cruz. As ações principais desta parte são:
o A apresentação das oferendas ou ofertório. O sacerdote oferece a Deus o pão e o vinho,
que são a matéria do sacrifício; com o pão e o vinho podem ser levados outros dons para
serem repartidos com os necessitados. O sacerdote convida à oração, pedindo que o sacrifício
da Igreja seja agradável ao Senhor: "Orai, irmãos e irmãs, para que este nosso sacrifício ...".
Os fiéis respondem: "Receba o Senhor este sacrifício....".
o O Prefácio. É um canto de louvor e de ação de graças ao se recordar as maravilhas de Deus,
que se conclui com o cântico dos anjos no céu: "Santo, Santo.... Hosana nas alturas".
o A Oração eucarística. Também chamada de "Cânon", cujo centro é a consagração, na qual o
sacerdote pronuncia em nome de Jesus Cristo e com a intenção de consagrar, as mesmas
palavras que Ele disse na última Ceia. Neste momento, Jesus Cristo se faz realmente presente
sobre o altar, renovando o sacrifício redentor de sua Paixão e Morte. É o momento de se fazer
atos de fé e pedir a Jesus pelos vivos e pelos mortos.
o Rito da Comunhão. Começa com a breve monição que introduz à oração do Pai Nosso, que
é acompanhada com outras orações. O sacerdote, então, apresenta a Sagrada Forma: "Eis o
Cordeiro de Deus...", e os fiéis continuam com o sacerdote: "Senhor, eu não sou digno..." ,
fazendo um ato de humildade e de fé. A melhor maneira de participar na Missa é através da
participação na Comunhão, estando na graça de Deus e devidamente preparados; se não se
vai comungar, é aconselhável fazer-se, então, uma comunhão espiritual.
RITO DE CONCLUSÃO. Com a saudação e a benção final termina a Missa. Tendo-se comungado,
convém fazer a ação de graças por uns minutos.
3. Participação dos fiéis na Missa
Durante a Missa, os fiéis participam dialogando com o sacerdote várias orações, além de cantar, ajoelharem-
se etc.. Convém aprender as orações e respostas, para participar dignamente na Santa Missa.
4. O primeiro mandamento da Igreja: Ouvir Missa inteira aos domingos e festas de guarda.
Para ensinar-nos a importância da Missa e ajudar-nos a cumprir o terceiro mandamento da lei de Deus, a
Igreja obriga -sob pecado mortal - a participar da Missa aos domingos e festas de guarda. Esta obrigação
começa uma vez cumpridos os sete anos, para aquelas pessoas que gozam habitualmente do uso da razão e
não tem um impedimento grave. A Igreja deseja que participemos da Missa não porque está mandado, mas
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por iniciativa própria e com generosidade. Inclusive aconselha aqueles que podem, a participar diariamente
da Santa Missa. A razão é clara: a Missa é o centro e a raiz da vida da Igreja e de cada um dos cristãos, e é o
ato de culto por excelência oferecido a nosso Pai do céu. Se tivermos consciência do que é e do que
representa em nossa vida e na vida da Igreja, faríamos todo o possível para assistir a Missa a cada dia.
5. Propósitos de vida cristã
Viver bem a Santa Missa, participando nos diálogos, cantos e cuidando da postura.
Fazer o propósito de nunca deixar a Missa Dominical e de Preceito, e dela participar em outros dias,
sempre que possível.
NA CONFISSÃO, POR MEIO DO SACERDOTE, JESUS NOS PERDOA
INTRODUÇÃO:
Uma das páginas mais comovedoras do Evangelho é a parábola do filho pródigo, que retrata a conduta de
um filho ingrato para com seu pai. Eram dois irmãos e o menor decide abandonar a casa; depois de pedir sua
parte na herança, foi-se embora para um país longínquo onde gastou tudo, levando uma vida má. Então, teve
que por-se a cuidar de porcos para poder viver, até que um dia sentiu vergonha de sua situação e decidiu
voltar para casa, e pedir perdão a seu pai: "Pai, pequei contra o céu e contra ti" (Lucas 15,18). O pai, que o
esperava, quando viu que se aproximava, saiu a seu encontro, abraçou-o e o beijou. E foi tão grande sua
alegria que ordenou aos criados que preparassem um banquete e uma grande festa para celebrar a volta do
filho mais novo. Esta parábola pode nos ajudar a entender o sacramento da Penitência, que é o sacramento
da misericórdia de Deus.
IDÉIAS PRINCIPAIS:
1. Os sacramentos de cura
Estudamos os sacramentos da iniciação cristã: o Batismo, a Confirmação e a Eucaristia, que outorgam a vida
nova em Cristo. Mas, apesar de tantas graças, o ser humano é débil, pode pecar e carrega consigo as misérias
do pecado. Cristo quis que na Igreja existisse um remédio para estas necessidades, e nós podemos encontra-
lo nos sacramentos da Penitência e da Unção dos Enfermos, chamados sacramentos de cura, porque curam a
debilidade e perdoam os pecados.
2. Para salvar-se, é preciso que nos arrependamos dos pecados
Não existe possibilidade de salvação sem o arrependimento dos pecados, que é absolutamente necessário
para aquele que ofendeu a Deus. É o que nos diz Nosso Senhor Jesus Cristo: "Se não fizerdes penitência,
todos, igualmente, perecereis" (Lucas 13,3). Antes da vinda de Jesus Cristo, a humanidade não tinha
nenhuma segurança de poder ter obtido o perdão de seus pecados. A segurança foi-nos trazida por Jesus, que
pode dizer: "Teus pecados te são perdoados" (Mateus 9,2).
3. A instituição do sacramento da Penitência, para o perdão dos pecados
Na tarde do domingo da Ressurreição, Jesus Cristo instituiu o sacramento da Penitência, ao dizer a seus
discípulos: "Recebei o Espírito Santo; aqueles a quem lhes perdoardes os pecados, lhes serão perdoados;
aqueles a quem os retiverdes, lhes serão retidos" (João 20,22-23). Instituiu este sacramento como um juízo,
mas juízo de misericórdia, para que os Apóstolos e seus legítimos sucessores pudessem perdoar os pecados.
"Olha que entranha de misericórdia tem a justiça de Deus! - Porque nos juízos humanos, se castiga aquele
que confessa sua culpa: e no divino, se perdoa. Este sacramento é denominado também sacramento da
conversão, da reconciliação, ou confissão.
4. É o mesmo Jesus Cristo, por meio do sacerdote, quem absolve
Só os sacerdotes - com potestade de ordem e a faculdade de exercê-la - que podem perdoar os pecados, pois
Jesus Cristo deu o poder só a eles. Não se obtém o perdão, portanto, dizendo os pecados a um amigo, ou
diretamente a Deus. Além disso, no momento da absolvição é Cristo mesmo quem absolve e perdoa os
pecados por meio do sacerdote, já que o pecado é ofensa a Deus e só Deus pode perdoá-lo. O sacerdote deve
guardar - sob obrigação gravíssima - o sigilo sacramental.
5. Efeitos deste sacramento
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Os efeitos deste sacramento são realmente maravilhosos:
a reconciliação com Deus, perdoando o pecado para recuperar a graça santificante;
a reconciliação com a Igreja;
a remissão da pena eterna contraída pelos pecados mortais e das penas temporais -ao menos em parte
- segundo as disposições;
a paz e a serenidade de consciência, com um profundo consolo do espírito;
os auxílios espirituais para o combate cristão, evitando as recaídas no pecado.
6. Necessidade da Penitência
O sacramento da Penitência é completamente necessário para aqueles que, depois do batismo, cometeram
pecado mortal. A Igreja ensina que existe a obrigação de confessar os pecados mortais ao menos uma vez
por ano, em perigo de morte e quando se for comungar. Mas uma coisa é a obrigação e outra muito diferente
é aquilo que convém fazer quando se quer que aumente nosso amor a Deus. Não existe a obrigação, por
exemplo, de se beijar nossa mãe, nem a de cumprimentar nossos amigos, nem de comer todos os dias..., mas
qualquer pessoa normal faz estas coisas. Se quisermos progredir no amor a Deus, devemos nos confessar
freqüentemente, e nos confessar bem.
7. Conveniência da confissão freqüente
A Igreja recomenda vivamente a prática da confissão freqüente, não só dos pecados mortais - que devem ser
confessados imediatamente - mas também dos pecados veniais. Desta maneira, aumenta-se o conhecimento
de si mesmo; cresce-se na humildade; desenraizam-se os maus costumes; faz-se frente à tibieza e à preguiça
espiritual; purifica-se e se forma a própria consciência; ajuda-se a crescer na vida interior, e aumenta a graça
em virtude do sacramento. Para crescer no amor a Deus é muito conveniente ter em muita estima a
confissão: confessar-se com freqüência e bem.
8. Propósitos de vida cristã
Devemos mostrar um grande amor e estima ao sacramento da Penitência.
Fazer o propósito de recebê-lo com freqüência e bem preparados.
NOSSA RECONCILIAÇÃO COM DEUS
INTRODUÇÃO:
Na vida de São Círilo de Jerusalém conta-se o seguinte episódio: "Em uma semana santa havia muita gente
esperando para confessar-se e, entre elas, o santo bispo viu o demônio. Perguntou-lhe o bispo o que fazia lá,
e o demônio respondeu-lhe que estava fazendo um ato de penitência. - Você, penitência?, replicou-lhe o
bispo. Vou explicar, respondeu o demônio: Não é um ato de penitência satisfazer e restituir aquilo que se
tirou de alguém? Pois eu tirei destas pessoas todas a vergonha para que pecassem, e agora venho restituí-la
para que não se confessem". Medo, vergonha, falta de sinceridade... são perigos a evitar na confissão. Se
somos conscientes de que é o mesmo Jesus Cristo quem perdoa os pecados por meio do sacerdote,
superaremos melhor essas atitudes que afetam muitos cristãos na hora de confessar-se.
IDÉIAS PRINCIPAIS:
1. As condições para uma boa confissão
Para fazer uma boa confissão são necessárias cinco coisas: exame de consciência, dor dos pecados,
propósito de emenda, dizer os pecados ao confessor e cumprir a penitência. É necessário confessar-se
procurando viver bem estas disposições, sem cair na rotina, já que cada confissão é um encontro pessoal
com Jesus Cristo.
2. Exame de consciência
É preciso recordar - para acusar-se depois - os pecados mortais cometidos desde a última confissão bem
feita. Neste exame é necessário considerar detidamente os mandamentos da lei de Deus, os da Igreja e as
obrigações do próprio estado. Se descobrirmos pecados mortais cometidos desde a última confissão válida, é
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preciso saber a classe do pecado, as circunstâncias que mudam sua espécie e - dentro do possível - o número
de vezes ou ao menos uma media aproximativa. Convém também ver os pecados veniais. Normalmente, o
exame deve ser breve, que não quer dizer "superficial". Quando se confessa com freqüência, será mais fácil
fazê-lo, como é mais fácil confessar-se bem quando nos examinamos habitualmente.
3. Dor dos pecados
A dor pode ser de atrição (por receio ou pela fealdade do pecado) ou de contrição (por ter- se ofendido a
Deus, sendo quem Ele é). A dor de contrição, ou dor perfeita, fruto de uma ardente caridade para com Deus
ofendido pelo pecado, quando existe a impossibilidade de confessar-se, reconcilia o ser humano com Deus
antes de, de fato, se receba o sacramento da Penitência. No entanto, esta dor não torna supérflua a confissão
oral dos pecados, mas pressupõe seu desejo e a ela se ordena por natureza. Seria contraditório uma dor
perfeita dos pecados unida à recusa do preceito divino de confessar-se com o sacerdote. A efetiva confissão
dos pecados é necessária porque ninguém pode estar absolutamente seguro de que sua contrição seja
perfeita. Por isso, para aproximar-se da comunhão, quando se tem consciência de pecado mortal, salvo casos
muito raros e especiais, é necessário confessar-se antes. Não fazer assim, e aproximar-se só com um suposto
ato de contrição, seria um desprezo a Cristo, já que se correria o risco de estar sem as disposições
necessárias, já que ninguém pode estar seguro da suficiência de sua dor pelos pecados. A dor de atrição ou
dor imperfeita por si não perdoa o pecado, mas é suficiente para se receber o perdão no sacramento da
Penitência.
4. Propósito de emenda
Consiste na determinação de não voltar a pecar, como Jesus indicou à mulher pecadora: "Vai em paz, e não
peques mais" (João 8,11). Mesmo que não seja possível ter certeza de que não mais se ofenderá a Deus, é
necessário que se esteja disposto a colocar os meios para não tornar a fazê-lo. Isto leva-nos a fugir das
ocasiões próximas e voluntárias de pecado: más amizades, leituras, conversas, espetáculos, etc...; a colocar
os meios sobrenaturais e humanos para fortalecer a vontade e não tornar a pecar.
5. Confissão ou acusação dos pecados
Para fazer uma boa confissão, é necessário dizer todos os pecados ao confessor; a confissão acontece como
em um julgamento, e nenhum juiz pode julgar nem impor a penitência adequada se não conhece a causa do
réu. É necessário confessar todos os pecados mortais segundo seu número e circunstâncias importantes; por
exemplo, aquelas que mudam a espécie do pecado, que fazem que em um só ato se cometam dois ou mais
pecados especificamente distintos, como seria o roubo com ou sem violência. Se cometeria um sacrilégio e a
confissão seria inválida se conscientemente se calasse um pecado mortal; no caso de que se esqueça algum
pecado, e o penitente disso se der conta depois, fica-lhe o pecado perdoado, mas existe a obrigação de dize-
lo na próxima confissão; enquanto isso, pode-se comungar. Ainda que não seja necessário, é muito
conveniente confessar os pecados veniais.
6. Cumprir a penitência
A penitência imposta pelo confessor é para satisfazer a dívida que se tem com Deus, por causa do pecado. É
muito bom que, além de cumpri-la imediatamente, o penitente procure livremente fazer outras obras que
ajudem a sentir e a reparar o pecado. Se, tendo intenção de cumprir a penitência, depois não a cumpre, a
confissão é válida, ainda que esta falta de cumprimento possa ser grave ou leve segundos os casos.
7. Normas práticas sobre o modo de confessar-se
a) Antes da Confissão. É bom rezar alguma oração preparatória, como por exemplo: "Meu Senhor e meu
Deus, dai-me a luz para conhecer os meus pecados, e a graça para deles me arrepender. Amém". Depois, se
faz o exame de consciência, procurando provocar a dor de todos e de cada um dos pecados e se faz o firme
propósito de emendar-se e de lutar para não voltar a cair nestas faltas. Enquanto se aguarda, é preciso
procurar permanecer com recolhimento interior, falando com o Senhor, ou rezando algumas orações vocais.
b) Durante a Confissão. No momento oportuno, o penitente se dirige ao confessionário, ajoelha-se, e diz ao
sacerdote: "Padre, dai-me a vossa benção porque pequei". O sacerdote nos acolhe, dizendo "Que o Senhor
esteja em teu coração e em teus lábios, para que arrependido, confesses os teus pecados". Depois, o
penitente recita um texto da Sagrada Escritura, no qual se manifesta a misericórdia do Senhor. Pode ser
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"Senhor, Tu sabes tudo, Tu sabes que eu te amo". Em seguida, diz o tempo desde a última confissão, e
acusa-se dos pecados com brevidade, claridade e sinceridade. Ao terminar, pode dizer: "Destes pecados e de
todos os pecados dos quais não me recordo, peço o perdão e a absolvição". Logo depois, escuta-se com
atenção as recomendações do sacerdote e a penitência que impõe. Faz-se um ato de contrição, dizendo:
"Senhor Jesus, Filho de Deus, tende piedade de mim, que sou pecador". Enquanto o sacerdote nos absolve,
recolhemo-nos com piedade e agradecimento, respondendo quando acabar "Amém".
c) Depois da Confissão. O melhor é cumprir a penitência indicada o quanto antes, sem deixá-la para depois.
Ao mesmo tempo se agradece a Deus por sua misericórdia, renovando os propósitos de emenda e pedindo ao
Senhor e à Virgem a ajuda para colocá-los em prática.
8. A celebração do sacramento da Penitência
Ainda que em casos realmente excepcionais existam outras formas, a confissão individual e íntegra dos
pecados graves, seguida da absolvição, é o único caminho ordinário para a reconciliação com Deus e com a
Igreja.
9. As indulgências
Além da confissão, Jesus deu à sua Igreja o poder para perdoar a pena temporal devida pelos pecados, e o
faz por meio das indulgências. Assim, pois, com as indulgências se perdoa a pena temporal que pode restar
dos pecados já perdoados. Para ganha-las é necessário que se esteja em estado de graça santificante, e fazer
aquilo que a Igreja pede. Podem-se ganhar indulgências de muitas maneiras: ao oferecer o trabalho ou
estudo, ao se rezar o Angelus, o Rosário, a Via Sacra, a comunhão espiritual, uma oração pelo Papa, ao usar
uma medalha ou um crucifixo abençoados, etc...
10. Propósitos de vida cristã
Aprender a se confessar bem, conforme as indicações dadas no tema.
Preparar-se sempre bem para a Confissão.
A UNÇÃO DOS ENFERMOS
INTRODUÇÃO:
Com o sacramento da Unção dos enfermos a Igreja acode em ajuda a seus filhos que começam a estar em
perigo de vida, por enfermidade grave ou velhice. Nestes momentos difíceis e importantes da vida - quando
ventila-se o destino eterno do ser humano - , Deus não nos deixa sozinhos, mas faz-se presente para nos
socorrer com sua graça e sua misericórdia. O sacramento da Unção dos enfermos proporciona ao cristão a
graça para vencer as dificuldades inerentes ao estado de enfermidade grave ou velhice. Uma coisa que deve
preocupar a qualquer cristão será a de receber este sacramento - ele ou o familiar ou o amigo - no momento
oportuno, valorizando a ajuda que pode prestar a quem o necessita.
IDÉIAS PRINCIPAIS:
1. O cristão frente à enfermidade e à morte
A morte chega inevitavelmente a cada ser humano, porque, - queiramos ou não - é o desenlace natural da
existência. Normalmente, chega com a enfermidade grave ou por causa da velhice. Para enfrentar com
dignidade e proveito este momento da vida, Deus socorre o cristão com a Unção dos enfermos, remédio e
ajuda poderosa para saber levar com Cristo a enfermidade e sair ao passo da morte fortalecidos com a graça
especial do sacramento. Mesmo que encontre ainda em alguns fiéis uma certa resistência, já que não querem
encarar a realidade da morte, a prudência cristã ensina-nos que devemos estimar e desejar este sacramento
como um presente da misericórdia de Deus. Não estaria mal pedir cada dia a graça de receber devidamente o
sacramento da Unção dos enfermos.
2. O que é a Unção dos enfermos
Jesus Cristo deixou-nos um remédio salutar para toda e qualquer necessidade da vida sobrenatural, e nos
últimos momentos da existência o demônio monta uma grande batalha, necessitando a alma de auxílios
especiais. Estes auxílios foram vinculados por Jesus Cristo à Unção dos enfermos, sacramento instituído
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para o alívio espiritual e também corporal do cristão gravemente enfermo. Por este sacramento o cristão se
une a Jesus Cristo para ter os mesmos sentimentos dele frente à dor e à morte.
3. Jesus Cristo instituiu este sacramento
O sacramento da Unção dos enfermos foi instituído por Cristo, ainda que quem o promulgou tenha sido o
Apóstolo São Tiago, que mostra a Tradição da Igreja quando diz: "Alguém de vós está enfermo? Chame os
presbíteros da Igreja e orem sobre ele, ungindo-o com o óleo em nome do Senhor. A oração da fé salvará o
enfermo, e o Senhor o aliviará. E se tiver algum pecado, lhe será perdoado" (Tiago 5, 14-15).
4. Efeitos deste sacramento
A graça especial do sacramento da Unção dos enfermos produz, como efeitos:
a união do enfermo à Paixão de Cristo, para o bem próprio e de toda a Igreja;
o consolo, a paz e o ânimo para suportar cristamente os sofrimentos da enfermidade ou da velhice;
o perdão dos pecados, se não pode confessar-se e contando com que esteja arrependido de suas
culpas ao menos com a dor de atrição;
o restabelecimento da saúde corporal, se isto for conveniente à saúde espiritual. Por isso não se deve
espera para administrar o sacramento que o enfermo esteja já em agonia; o lógico é que esteja
plenamente lúcido. Sem dúvida, se já perdeu o conhecimento, tem direito a que se administre o
sacramento e assim deve ser feito, ainda que sob condição, na dúvida de que ainda esteja vivo.
A preparação para a passagem à vida eterna. A propósito da Unção, é oportuno recordar que a Igreja
ajuda os enfermos também com o Viático. Os bons cristãos devem preocupar-se de que os doentes
recebam com freqüência a Sagrada Comunhão e, se a enfermidade é grave, a modo de Viático, que
significa "preparação para a viagem": a viagem para a vida eterna.
5. Modo de se administrar este sacramento
A administração deste sacramento tem diversas cerimônias. O essencial da celebração - assim como para os
demais sacramentos - é a aplicação da matéria (santos óleos) e a forma (palavras que o ministro pronuncia,
enquanto unge o enfermo. O sacerdote unge com o óleo abençoado (azeite de oliveira consagrado pelo bispo
na quinta-feira santa, daí o nome "santos óleos") na fronte e nas mãos do enfermo, enquanto diz: "Por esta
santa Unção e por sua misericórdia, o Senhor venha em teu auxílio com a graça do Espírito Santo, para que
liberto dos teus pecados, Ele te salve, e na Sua bondade, alivie os teus sofrimentos". Responde-se: "Amém".
Em caso de necessidade, o presbítero pode abençoar o óleo que será usado na Unção.
6. É preciso preparar-se para a morte
Deus vem em nossa ajuda a cada momento, como Pai que nos ama e nos quer felizes na terra, e depois
eternamente no céu. Ter estudado este sacramento deve fazer-nos pensar na realidade da morte, que recorda
a necessidade de viver sempre na graça de Deus, crescer na vida cristã, aceitar os sofrimentos que tenhamos
nesta vida e receber com alegria a morte, sabendo que é o passo necessário para nos encontrarmos com Deus
no céu.
7. Propósitos de vida cristã
Oferecer com alegria as dores e sofrimentos da vida, especialmente a enfermidade, sem medo da
morte.
Agradecer e estimar o sacramento da Unção dos enfermos, procurando avisar o sacerdote quando
algum familiar ou amigo estiver gravemente enfermo.
O SACRAMENTO DA ORDEM
INTRODUÇÃO:
O Batismo, Confirmação e Eucaristia são os sacramentos da iniciação cristã, que põem os fundamentos da
vocação comum dos cristãos: vocação à santidade e à evangelização do mundo. Estes sacramentos, junto
com a Penitência e a Unção dos enfermos, proporcionam a cada fiel as graças necessárias para viver como
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cristãos e alcançar o céu. Para as necessidades sociais da Igreja e da comunidade civil, Jesus Cristo instituiu
a Ordem sacerdotal e o Matrimônio, ordenados à salvação dos demais; por isso são conhecidos como
sacramentos a serviço da comunidade. Comecemos pelo sacramento da Ordem.
IDÉIAS PRINCIPAIS:
1. Todos os cristãos participam, de maneira distinta, do único sacerdócio de Cristo
Jesus Cristo - verdadeiro e supremo sacerdote da Nova Aliança - nos reconciliou com Deus por meio do
sacrifício da cruz, sendo sacerdote e vítima. Mas, tendo de continuar o sacrifício, o Senhor quis comunicar à
Igreja uma participação de seu sacerdócio, que se alcança mediante o sacramento da Ordem. Esta
participação singular se conhece como sacerdócio ministerial, que capacita para atuar na pessoa de Cristo,
Cabeça da Igreja: os bispos e os presbíteros. Mas é preciso dizer que a Igreja inteira, fundada por Cristo, é
um povo sacerdotal, de modo que - pelo batismo - todos os fiéis participam do sacerdócio de Cristo. Esta
outra participação chama-se sacerdócio comum dos fiéis.
2. O sacerdócio comum e o ministerial são essencialmente diversos
O sacerdócio ministerial difere essencialmente, não só em grau, do sacerdócio comum dos fiéis, porque
confere um poder sagrado para o serviço dos irmãos. Os que receberam o sacramento da Ordem são
ministros de Cristo, instrumentos através dos quais Ele se serve para continuar no mundo sua obra de
salvação. Tal obra é levada adiante por meio do ensino, do culto divino e do governo pastoral.
3. A instituição do sacramento da Ordem
Cristo escolheu seus Apóstolos e na última Ceia instituiu o sacerdócio da Nova Aliança. Aos Apóstolos e a
seus sucessores no sacerdócio ordenou que renovassem na Missa o sacrifício da cruz; e com estas palavras:
"Fazei isto em minha memória" (Lucas 22,19), os instituiu sacerdotes do Novo Testamento. No dia da
Ressurreição conferiu-lhes também o poder de perdoar ou reter os pecados, outorgando-lhes o poder que Ele
tinha. Como os Apóstolos sabiam que o sacerdócio deveria continuar na Igreja depois deles morrerem,
depois de evangelizar uma cidade e antes de deixá-la, impunham as mãos a outros, comunicando-lhes o
sacerdócio (cf 2 Timóteo 1,6; Atos 14,23).
4. Os três graus do sacramento da Ordem
O sacramento da Ordem consta de três graus subordinados um ao outro. O episcopado e o presbiterado são
diversas formas de participação ministerial no sacerdócio de Cristo; o diaconato, está destinado a ajudar e a
servir as outras ordens. Por isso, o termo sacerdote designa os bispos e os presbíteros, mas não os diáconos.
Os três graus são conferidos pelo sacramento da Ordem. Normalmente, quando se fala de sacerdotes se
entende que se fala dos presbíteros, e nos números que se seguem nos referiremos a eles, ainda que algumas
coisas possam ser aplicadas também aos bispos e diáconos.
5. O sacerdote é um homem consagrado a Deus para sempre
Em virtude do sacramento da Ordem o sacerdote é ministro de Cristo, mediador entre Deus e os homens
para dar culto a Deus - adoração, ação de graças, satisfação e impetração - para comunicar a graça aos seres
humanos. Os poderes que lhe são outorgados, que nem mesmo os anjos possuem, não são passageiros, mas
permanentes. As pessoas que recebem este sacramento recebem um caráter indelével e são sacerdotes para
sempre. O caráter distingue o ordenado dos demais fiéis: participa do sacerdócio de Cristo de um modo
essencialmente distinto. Junto com o caráter recebe outras graças na consagração sacerdotal para
assemelhar-se com Cristo, de maneira que de todo o sacerdote pode-se dizer que é outro Cristo. Este
sacramento só pode ser recebido por homens batizados que reúnam as devidas condições.
6. Ministério dos sacerdotes
Vimos que o sacerdócio dá a potestade para exercer o sagrado ministério, que visa o culto a Deus e a saúde
das almas. As manifestações principais do ministério dos sacerdotes são:
a) Pregar a Palavra de Deus. O sacerdote exerce este ministério quando prega a homilia dentro da Missa, ao
dar catequese e em múltiplas ocasiões: meditações, retiros, aulas de formação, etc..
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b) Administrar os sacramentos e especialmente celebrar a Santa Missa. Desde que o cristão nasce até que
morra, está junto dele o sacerdote ajudando-o com os sacramentos. Mas o ministério principal dos
sacerdotes é a celebração do santo sacrifício da Missa.
c) Guiar o povo cristão para a santidade. Os sacerdotes tem a missão e o dever de apascentar como bons
pastores a grei que lhes foi confiada pelo bispo: com a oração e a mortificação, ajudando-lhes em suas
necessidades, acompanhando-lhes nos momentos difíceis e com a insubstituível tarefa da direção espiritual,
para que possam ser tirados os obstáculos que lhes impeçam de receber a graça de Deus.
d) Dirigir ao Senhor a oração oficial da Igreja com a oração da Liturgia das Horas. Se todos os seres
humanos devem rezar para honrar a Deus e pedir-lhe por tantas necessidades, com maior motivo deve faze-
lo o sacerdote. Palpa como nenhuma outra pessoa as misérias e as necessidades verdadeiras dos demais. Por
isso, a Igreja ordenou que os sacerdotes rezem diariamente o Ofício Divino. É um clamor que sobe
continuamente da terra ao céu, de tal modo que se pode dizer que durante as vinte e quatro horas do dia a
Igreja está rezando oficialmente, por meio de seus ministros.
7. A missão espiritual do sacerdote
De tudo o que até agora temos visto se deduz que a missão do sacerdote no mundo é fundamentalmente
espiritual: conduzir a humanidade a Deus, educando na fé e dando a graça de Cristo contida nos
sacramentos. O sacerdote é servidor de toda a comunidade cristã e elemento de unidade. É lógico que seja
distinguido, inclusive no seu porte externo, como ordena a Igreja, e que tenha o dia completamente cheio
com sua atividade sacerdotal, sem tempo para dedicar-se a outras coisas, e muito menos interferindo nas
tarefas que são próprias dos fiéis leigos.
8. Deveres dos fiéis para com os sacerdotes
Sendo tão grande a dignidade do sacerdote e tão essencial sua função na Igreja, é lógico que os pais deixem
seus filhos em plena liberdade para seguir a vocação sacerdotal se Deus os chamasse. Os fiéis devem rezar
para que Deus se digne conceder à sua Igreja bons pastores e ministros zelosos. Devem professar um grande
respeito, veneração e amor aos sacerdotes, considerando-os como o que de fato são: ministros de Cristo, pais
e pastores das almas. Por isso devem ajudá-los também com generosidade em suas necessidades materiais.
9. Propósitos de vida cristã
Pedir que se possa ter muitos sacerdotes santos, e receber com alegria a vocação ao sacerdócio, se
Deus chamar.
Tratar com carinho e respeito a todos os sacerdotes.
O SACRAMENTO DO MATRIMÔNIO
INTRODUÇÃO:
"Falava uns dias atrás com um amigo, um pouco mais velho do que eu. Na conversa, apareceram coisas de
quando éramos pequenos.... Um pouco emocionado me disse: Ainda recordo quando, sendo criança, minha
mãe dava-me um beijo antes de dormir, depois de ajudar-me a rezar as orações da noite. Eu vivia contente e
feliz por sentir-me amado por minha mãe. Meu pai também tinha detalhes que me agradavam muito. No
inverno, junto ao fogo, sentava-me em seu colo. Então, contava-me muitas coisas de suas viagens, de
quando era jovem e o quanto teve que trabalhar para levar adiante sua vida. Recordo aqueles momentos com
muitas saudades. Ficava esperando meu pai voltar do trabalho, com a expectativa de que me contasse muitas
histórias..... E como estão seus pais, agora?, lhe perguntei. - Estão muito velhos, me disse; minha mãe está
bem doente, já não se levanta mais da cama. Os dois vivem comigo. Meu pai, quando estou no trabalho,
cuida dela com todo o amor e carinho". O amor destes pais para com seu filho, e os detalhes de amor que
tinham entre si estes esposos, nos fazem pensar na grandeza do sacramento do Matrimônio. Sabemos
agradecer o que nossos pais fazem ou já fizeram por nós? Ajudamos-lhes em suas necessidades?
Procuramos tornar-lhes a vida mais agradável? Lembramos de rezar por eles todos os dias?
IDÉIAS PRINCIPAIS:
1. Instituição do matrimônio no paraíso terrestre
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O livro do Gênesis ensina que Deus o ser humano, homem e mulher, com o encargo de procriar e
multiplicar-se: "Homem e mulher os criou, e Deus os abençoou dizendo-lhes: Crescei e multiplicai-vos e
enchei a terra" (Gênesis 1,27-28). Assim, Deus instituiu o matrimônio, e o instituiu - tendo como fim
principal - para que tivessem filhos e educassem-nos; e como fim secundário, para que os esposos se ajudem
entre si: porque "não é bom que o homem esteja só, vou fazer-lhe uma ajuda semelhante a ele" (Gênesis
2,18). Como conseqüência, o matrimônio é algo sagrado por sua mesma natureza, e os esposos são
colaboradores de Deus participando do poder divino de dar a vida, ao preparar o corpo dos novos seres nos
quais Deus infunde a alma criada a sua imagem e semelhança, destinados a dar-lhe glória e a gozar com Ele
no céu.
2. O matrimônio, sacramento cristão
Jesus Cristo elevou à dignidade de sacramento o matrimonio instituído no início da humanidade. O
matrimônio entre cristãos é a imagem da união de Jesus Cristo com sua Igreja. A tradição cristã viu na
presença de Jesus nas bodas de Caná uma confirmação do valor divino do matrimônio. Portanto, entre
cristãos, só existe um verdadeiro matrimônio: o que Jesus Cristo santificou e elevou à dignidade de
sacramento. Por isto, nenhum católico pode contrair tão somente o chamado "matrimônio civil"; tal união
não seria válida, já que não tem maior valor do que o de uma simples cerimônia legal perante a lei civil.
Entre católicos só é válido o matrimônio-sacramento contraído perante a Igreja.
3. As propriedades do matrimônio
O matrimônio, tanto na condição de instituição natural como na de sacramento cristão, está Revestido de
duas propriedades essenciais: a unidade e a indissolubilidade. Unidade quer dizer que o matrimônio é a
união de um só homem com uma única mulher: "Por isso deixará o homem a seu pai e a sua mãe, e se unirá
à sua mulher, e serão os dois uma só carne" (Gênesis 2,24). Indissolubilidade quer dizer que o vínculo
conjugal não pode desatar-se nunca: "O que Deus uniu o homem não o separe", diz o Evangelho (Mateus
19,6; 5,32; Lucas 16,18). O divórcio, pois, está proibido. Deus assim o quis por várias razões: pelo bem dos
filhos; pelo bem , a felicidade e a segurança dos esposos, que desaparece quando o divórcio é introduzido
nas sociedades; pelo bem de toda a sociedade humana, pois a humanidade se compõe de famílias, e quanto
mais sólidas e estáveis sejam, maior será a ordem e o bem estar da sociedade e dos indivíduos.
4. Efeitos do sacramento do matrimônio
O sacramento do matrimônio aumenta a graça santificante naqueles que o recebem. É necessário recebê-lo,
pois, em estado de graça; senão, comete-se um sacrilégio, ainda que o matrimônio seja válido. Também
comunica os auxílios especiais que os esposos necessitam para santificar-se dentro do matrimônio, para
educar a seus filhos e cumprir os deveres que contraem ao casar-se. Estes deveres são, para com eles
mesmos: amar-se e respeitar-se, guardar a fidelidade e ajudar-se mutuamente; em relação aos filhos:
alimentá-los, vesti-los, educá-los religiosa, moral e intelectualmente e assegurar seu futuro. Os ministros do
sacramento sãos os mesmos contraentes; contudo, deve ser celebrado ante testemunhas, perante o pároco ou
um seu delegado. Senão, o casamento é inválido.
5. O matrimônio, caminho de santidade
O sacramento do matrimônio concede aos esposos as graças necessárias para que se santifiquem e
santifiquem os outros. É dever de toda a família - também dos filhos - facilitar este clima humano e cristão,
através do qual se consegue que os lares sejam luminosos e alegres, sacrificando-se para se obter as virtudes
humanas e sobrenaturais de uma família que começou santificada com um sacramento.
6. Propósitos de vida cristã
Esforçar-se por tornar agradável a vida das pessoas da própria família.
Estimar muito este sacramento e ajudar a que os demais o entendam e também agradeçam a Deus.
DEUS CHAMA TODOS À ORAÇÃO
INTRODUÇÃO:
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A última parte do Catecismo da Igreja Católica é dedicada à oração cristã. A oração deveria ser – como a
respiração, como as batidas do coração – uma coisa normal, co –natural, na vida de cada ser humano. De
fato, a primeira reação da criatura humana quando descobre a seu criador – como sucede com o pai e a mãe
para o recém nascido – é chamar-lhe, falar-lhe, comunicar-se com Ele, tratá-lo. E isto é a oração: falar com
Deus, a quem reconhecemos como nosso Senhor, a quem devemos tudo o que temos e somos e a quem,
portanto, devemos mostrar reverência e agradecimento, ao mesmo tempo em que expomos a Ele as nossas
necessidades e lhe pedimos perdão se não temos correspondido a Seu amor providente e misericordioso.
Alguém já disse que “nunca o homem é tão grande como quando está de joelhos”, significando que orar é
uma obrigação para a criatura, ao mesmo tempo em que nos eleva à dignidade de podermos dialogar com
Deus, o Criador do universo e a fonte de todo bem.
IDÉIAS PRINCIPAIS:
1. O que é a oração
A oração é algo tão grande que corremos o risco de rebuscar uma definição solene e surpreendente. O velho
catecismo diz, com toda a simplicidade, que “orar é falar com Deus”. E, de fato, se uma pessoa põe-se a
falar com Deus – com palavras ou sem palavras – movida pela fé, a humildade e a confiança, está fazendo
oração. São João Damasceno diz que é “a elevação da alma a Deus”. Santa Teresa de Jesus explica que a
oração é “Tratar de amizade com Deus, estando muitas vezes tratando a sós com quem sabemos que nos
ama”. Fiquemos, pois, com esta idéia: orar é falar com Deus; ou, se preferir, “um diálogo com Deus, um
diálogo de confiança e de amor”, como ensina o Papa João Paulo II, com o fim de adorá-lo, dar-Lhe graças,
implorar o perdão e pedir o que precisamos. Falar com Deus, que é o Criador e Senhor nosso, da mesma
maneira que falamos com as pessoas que amamos.
2. A oração é essencial para o ser humano
A oração é o resultado do conhecimento e reconhecimento de Deus, Criador, e do conhecimento e
reconhecimento da criatura. O conhecimento de Deus se adquire – ainda que seja de forma confusa – à
medida que se vão desenvolvendo os conhecimentos, pois necessariamente o ser humano percebe que
depende dos outros. Não é ele quem deu a si mesmo a vida, mas a recebeu de alguém; e outro tanto acontece
com tudo o que necessita. Por pouco que os pais e educadores colaborem, a criança descobre a Deus com
facilidade. Por isso, as crianças rezam tão bem; os que não rezam ou rezam mal são os mais velhos, que se
tornam egoístas e orgulhosos e pedem razões a Deus. E da mesma forma que fala com os pais e os chama, e
pede-lhes o que precisa, e os beija e abraça, assim, sentem a necessidade de manifestar o mesmo amor,
carinho e confiança para com Deus; e como a Deus não podem vê-Lo, estas expressões todas se convertem
em oração. Por outra parte, e em correlação a isso, ao conhecer-se a si mesmo, a criatura humana sabe de sua
limitação e de suas necessidades, e abre-se a Deus em oração, para que Ele nos ajude a resolver-las.
3. A oração no Antigo Testamento
O Antigo Testamento apresenta o exemplo dos grandes patriarcas, que foram homens de oração: Abraão,
Jacó, Moisés, Davi e os profetas; falavam com Deus como se fala com um amigo, porque Deus, de fato,
assim o é. Os Salmos são uma obra mestra de oração dos homens do Antigo Testamento e continuam a ser
uma peça fundamental da oração da Igreja. Aí colocaram suas necessidades e sua esperança, que olhava
sobre tudo para a vinda do Salvador, tão anelada e suplicada.
4. A oração de Jesus
O Verbo encarnado, Filho único de Deus, faz seus discípulos entrarem na intimidade do Pai com o Espírito
Santo, sendo modelo perfeito de oração. Ele ensina a tratar a Deus com o exemplo e com a pedagogia de
uma instrução precisa: “Pai nosso...”.
a) Jesus ora. O Evangelho conta com freqüência que Jesus se entregava à oração, e às vezes na solidão, em
segredo. Na oração de Jesus transparecia a identificação com a vontade do Pai até a cruz e a absoluta
segurança de ser escutado.
b) Jesus ensina a orar. Jesus ensinou seus discípulos a orar: Pai nosso; para rezá-lo bem faz falta ter um
coração limpo, uma fé viva e perseverante e audácia filial. O cristão ora como filho de Deus e reforça suas
petições com a intercessão de Cristo, em cujo nome as apresenta ao Pai.
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c) Jesus atende a oração. Mesmo que, muitas vezes, Jesus tomasse a iniciativa e se adiantava às
necessidades, os milagres do Evangelho respondem, em numerosas ocasiões, à petição das pessoas que dele
se aproximavam. Jesus escutava e atendia aquela oração.
5. A oração da Igreja
Ao longo dos anos, o cristão vai-se convencendo de que o importante é orar, e com esta experiência sabe, se
não aprendeu antes, que a Igreja vive em oração, que existe para orar. Assim pode-se compreender melhor a
importância da oração – a inestimável ajuda das almas que rezam – e a necessidade de que cada um
intensifique o trato com Deus. Por outra parte, é o Espírito Santo aquele que suscita nos cristãos a vida de
oração, tão rica e variada: oração de adoração, de benção, de louvor, de petição, de intercessão, de ação de
graças, de súplica pelo perdão, segundo os sentimentos que marcam a alma quando fala com Deus. O
Espírito Santo é o mestre da oração cristã.
6. A oração de Nossa Senhora
Para descobrir e percorrer a senda da oração que agrada a Deus, a Virgem Maria vai a nossa frente, e nos
ajuda a seguir por um caminho seguro. Ela meditava os acontecimentos em seu coração, diz São Lucas, em
contínuo diálogo interior com Deus; Ela nos ensinou a orar com aquele Fiat (faça-se) fundamental e com o
magnificat (seu hino de humildade e reconhecimento); Ela nos introduz no trato com Jesus, como em Caná:
“Fazei tudo o que Ele vos disser” (João 2,5); Ela inaugurou a oração da Igreja após a partida de seu Filho ao
céu, reunida com os Apóstolos no Cenáculo, quando “perseveravam unânimes na oração com algumas
mulheres, com Maria, a Mãe de Jesus” (Atos 1,14). Devemos ter como exemplo de oração a Ela, nossa Mãe.
7. Propósitos de vida cristã
Ter sempre muita vontade de melhorar nossa vida de oração, e lutar para isso.
Reservar sempre uns minutos no dia para falar com Deus, particularmente ao despertar e ao terminar
o dia.
APRENDER A FAZER ORAÇÃO
INTRODUÇÃO:
“Senhor, ensina-nos a rezar” (Lucas 11,1), disseram um dia os Apóstolos a Jesus. E Jesus lhes ensinou o Pai
Nosso. A nós acontece a mesma coisas, e muitas vezes sentimos a vontade de dizer a Jesus: Ensina-me a
orar!; e isto acontece porque é preciso aprender a rezar. Normalmente, o cristão aprende a rezar com a
família, que é a “Igreja doméstica”; desde muito pequenos, aos filhos são ensinadas as primeiras orações
com as quais se dirigem a Deus, a Jesus, à Santíssima Virgem, aos anjos e aos santos. São orações simples e
que se entranham na vida e na mente, e que são conservadas e transmitidas de pais para filhos. Esta
realidade vivida em família, vive-se também particularmente na Igreja, que é “comunidade de oração!; se
vivemos como bons filhos, esta boa mãe que é a Igreja nos ensinará a fazer oração e nos ajudará para que
consigamos ser almas de oração.
IDÉIAS PRINCIPAIS:
1. As fontes principais da oração
A voz que Deus quer ouvir é a nossa voz, a de cada um de seus filhos e filhas, saída de dentro do coração
que ora; mas quer também reconhecer nela o timbre de sua própria palavra. Por isso dizemos que a fonte
principal da oração é a Palavra de Deus. Na Sagrada Escritura, é Deus quem nos fala – Cristo nos fala – e
nos ensina a orar. Aquele que lê a Sagrada Escritura aprende a orar. Também a Liturgia da Igreja, que
anuncia, atualiza e comunica o mistério da salvação é oração. Agora, é a Igreja que nos ensina a rezar, e ora
em nós e conosco. As virtudes teologais: fé, esperança e caridade, que se referem diretamente a Deus e nos
comunicam com Deus quando vividas, tornam-se oração em nós...
Finalmente, os acontecimentos de cada dia: o trabalho, a vida de família, a amizade, o descanso..., são
fontes de oração, ocasião de encontro com Cristo porque, como confessa São Josemaria Escrivá, “o tema de
minha oração é o tema da minha vida”.
2. A quem se dirige a oração
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A oração litúrgica ou oração pública da Igreja, dirige-se normalmente a Deus Pai, por mediação de Jesus
Cristo, o Filho, na unidade do Espírito Santo. A Trindade, portanto, na identidade de natureza e distinção das
pessoas, é o término da oração da Igreja. A referência a Deus Pai é clara, posto que – como princípio sem
princípio – é a fonte de toda graça e de todo bem. A mediação única de Jesus Cristo, por sua Santíssima
Humanidade nós a aprendemos de sua própria missão e das palavras de São Paulo. E a intervenção do
Espírito Santo vem demonstrada pelo fato de dizer-nos que “o mesmo Espírito vem em ajuda de nossa
fraqueza, porque nós não sabemos pedir o que nos convém; mas o mesmo Espírito advoga por nós com
gemidos inefáveis” (Romanos 8,26). Desta forma, a oração da Igreja serve como orientação para a oração
pessoal, para que aconteça por este sulco verdadeiro da comunicação com Deus uno e trino; quer dizer que,
a oração do cristão se dirige a Deus Pai por meio de Jesus Cristo na unidade do Espírito Santo. Vai dirigida a
Deus e só a Deus. Mas, dada a nossa condição humana – e Deus assim o quer porque participou a bondade
da causalidade a suas criaturas – , para chegar a Deus mais facilmente interpôs-nos os anjos e os santos – e
de modo singular a Mãe de Deus e São José – para que apresentem nossas necessidades ante Deus.
Contando sempre com que são mediadores secundários, que nos ajudam ir a Deus.
3. Rezar em comunhão com a Santa Mãe de Deus
Desde o episódio de Cana: “Fazei tudo o que Ele vos disser” (João 2,5), a Virgem atua sempre da mesma
forma, levando-nos a Jesus. Por isso, ainda que a mediação de Cristo é única – Ele é o Mediador - , Deus
quis associar Nossa Senhora a si, a sua obra redentora de um modo muito estreito. Como conseqüência,
rezamos a Deus e oramos a Cristo, mas Maria é também – por seu exemplo e por sua atuação – um caminho
seguro de oração. O canto de Nossa Senhora, no Evangelho de São Lucas, é um modelo de oração – desde a
humildade – para agradecer as maravilhas que Deus nela operou; e nós, com Ela, louvamos a Deus. Além de
rezar com Maria, acudimos a Ela para confiar-lhe nossas súplicas e louvores, sendo verdade que podemos
orar com Maria e a Maria. Também nisto anda junto com seu Filho, e a silhueta da Virgem ajusta-se à de
Cristo, de quem comenta Santo Agostinho: “Pede por nós, como nosso sacerdote; ora em nós como que se
fosse nossa cabeça; a Ele dirigimos nossas súplicas, como a nosso Deus”.
4. A Ave Maria, a melhor oração à Virgem
Por ser Mãe de Deus e nossa Mãe, a Virgem intercede continuamente perante seu Filho, Jesus Cristo, por
cada um de nós. Por isso acudimos a Ela com filial confiança, e podemos fazer-lo de muitas maneiras, ainda
que a melhor forma seja a de rezar a Ave Maria, que recorda a saudação do Arcanjo, ao anunciar-lhe o
mistério da Encarnação: “Ave, Maria, tu és cheia de graça, o Senhor está contigo”, junto com o louvor de
Isabel: “Bendita és tu entre todas as mulheres, e bendito é o fruto de teu ventre” (Lucas 1, 28; 42). A Igreja
completou estes louvores com a oração: “Santa Maria, rogai por nós pecadores, agora e na hora da nossa
morte. Amém”. Mesmo sabendo que o centro da clemência está no sacratíssimo e misericordioso Coração
de Jesus e no dulcíssimo Coração de Maria, muitas vezes recorremos à intercessão dos anjos e dos santos,
que já contemplam e louvam a Deus e tem o encargo providencial de cuidar de nós enquanto peregrinamos
para o céu. E como a Ave Maria é tão bonita – foi composta por Deus – e pensamos que nossa Mães está
presente em tudo, também aos anjos e santos os invocamos com a Ave Maria e o Pai Nosso.
5. A escola da piedade
A família cristã é a escola natural para educar os filhos na oração; mas a piedade se vê favorecida e
completada pela pedagogia do sacerdote, das religiosas, dos catequistas, na catequese, nos grupos de oração
e na direção espiritual.
6. Onde fazer oração
Podemos falar com Deus sempre e em todo lugar, porque Ele vê tudo, ouve tudo e está em todas as partes;
sem dúvida, o lugar mais apropriado para orar é a Igreja, onde Deus está presente de maneira singular. No
sacrário está Jesus Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, com seu corpo, sangue, alma e divindade; o
mesmo que nasceu em Belém, viveu em Nazaré e morreu na cruz. Além disso, lá é celebrada a Santa Missa,
que é a oração mais sublime e eficaz, porque é a oração de Cristo e da Igreja inteira unida a Ele, que é nossa
Cabeça. Temos de amar muito a Santa Missa, e participar dela sempre que possível, porque é o momento no
qual Cristo se oferece em adoração e ação de graças infinita, expiando os pecados e pedindo pelas
necessidades de toda a humanidade.
7. Propósitos de vida cristã
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Meditar a Ave Maria para compreender melhor o que se reza
Viver bem os detalhes de carinho e respeito quando se está na Igreja: uso da água benta, genuflexão
perante o sacrário, inclinação de cabeça ante o Crucifixo e a imagem da Virgem, silêncio, modo de
vestir-se, etc....
A VIDA DE ORAÇÃO
INTRODUÇÃO:
São João Maria Vianney, o Cura d’Ars, na França, refere um caso de oração bem singular. Havia na cidade,
um trabalhador do campo, que visitava a Igreja quando ia e quando voltava do trabalho; deixava a enxada na
porta da Igreja, entrava e permanecia de joelhos um bom tempo diante do Sacrário. O pároco tinha-o
observado muitas vezes, e via que o camponês não movia os lábios, mas fixava os olhos no Sacrário. Um dia
perguntou-lhe:
- João, que dizes ao Senhor, no Sacrário?.E João respondeu: -Não lhe digo nada. Eu o olho e Ele me olha.
Esplendida maneira de se entender como é fácil tratar ao Senhor na oração!
IDÉIAS PRINCIPAIS:
1. Jesus convida a orar continuamente
O ser humano é uma criatura privilegiada, mas com necessidades constantes; depende de Deus, que é quem
pode resolver as necessidades, e acudimos a Ele na oração. Jesus recorria continuamente a seu Pai, e os
Apóstolos viram-no freqüentemente entregue à oração (cf. Lucas 5,16; Mateus 14,23). São Lucas recorda
como um dia “disse-lhes uma parábola para mostrar que é preciso orar em todo o momento e não desfalecer”
(Lucas 18,1). Com o exemplo e a exortação, o Senhor quer que compreendamos a necessidade da oração.
2. Os momentos da oração
Geralmente, quando se quer ver uma determinada pessoa, temos que aguardar; Deus não se faz esperar, mas
é Ele quem espera por nós; certamente é uma grande honra falar com Deus na oração. Podemos orar sempre,
mas é boa pedagogia marcarmos alguns momentos do dia para o fazer: ao despertar e quando formos
dormir; visitando o Santíssimo Sacramento à tarde; depois de comungar; ao iniciar o trabalho do dia...; sem
esquecer que a Santa Missa é – como já se disse – o momento cume para louvar, dar graças, pedir perdão
pelos pecados e por nas mãos de Deus nossas necessidades e as de todo o mundo.
3. Modos de orar
Cabe aqui dizer que existem infinitos modos de orar, porque Deus guia a cada um por seu caminho, e não se
trata de obrigar ninguém a nada; no entanto, a tradição cristã assinala algumas formas principais de oração:
a) A oração vocal. É aquela que se realiza também com palavras, como quando rezamos o Pai Nosso e a Ave
Maria.
b) A oração mental. Na realidade toda oração é – ou deve ser – mental, no sentido de que a alma da oração
está na devoção interior; mas nós a qualificamos assim porque nela, toda carga do trato com Deus descansa
na atuação da mente e não nas palavras; intervém o pensamento, a imaginação, a emoção, o desejo,
confrontando as verdades divinas com a nossa existência real e pessoal para adaptá-la ao querer de Deus.
4. Qualidades da oração
Ao falar com Deus na oração, devemos cuidar dos detalhes de respeito e delicadeza, assim como cuidamos
da educação com as pessoas que tratamos. Daí que a oração bem feita deverá ser:
Piedosa. Temos de acudir a oração como filhos, porque de fato o somos.
Humilde. Sempre necessitamos de Deus, pois somos pecadores.
Confiante. Ele nos ama como Pai, nós confiamos nele e estamos certos de que nos dará sempre o
melhor.
Perseverante. Pedir uma e outra vez, sem cansaço nem desânimo.Às vezes temos a sensação de que
Deus não nos concede o que pedimos. É preciso examinar se o que pedimos é conveniente para nossa
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salvação, ou se nossos pedidos tem as condições acima expostas. Porque pode acontecer que rezamos
mal, ou nos portamos mal, ou pedimos o que não é conveniente.
5. Valor da oração
À medida que vamos nos habituando à oração, nós nos unimos mais com Deus e compreendemos melhor
seus planos sobre nossa vida e sobre os demais, pondo as coisas da terra em seu justo lugar. Da oração
saímos fortalecidos para lutar contra o mal e fazer o bem; para enfrentarmos as dificuldades da vida com
serenidade e alegria. A oração consegue-nos a graça de permanecer até o fim fiéis a Cristo, cooperando com
Ele na redenção do mundo e na salvação de toda a humanidade.
6. Propósitos de vida cristã
Acudir a Deus em todo o momento: nas alegrias e tristezas, na necessidade e na abundância.
Dedicar uns minutos cada dia para fazer oração mental.
Procurar rezar com piedade e confiança as orações vocais.
A ORAÇÃO DO SENHOR: O PAI NOSSO
INTRODUÇÃO:
Um dia, depois de Jesus ter orado a seu Pai celestial, um discípulo se aproximou e lhe disse: “ Senhor,
ensina-nos a orar, como João ensinou seus discípulos” (Lucas 11,1). Então, Jesus lhes ensinou o Pai Nosso:
“Pai Nosso, que estás no céu, santificado seja o teu Nome; venha a nós o teu Reino, faça-se a tua vontade na
terra como no céu. Dá-nos hoje o nosso pão cotidiano, perdoa as nossas ofensas, como também nós
perdoamos aos que nos ofendem; não nos deixes cair na tentação, e livra-nos do mal” (Mateus 6,9-13). O
Pai Nosso deve ser a nossa oração preferida, posto que ela foi ensinada pelo próprio Deus.
IDÉIAS PRINCIPAIS:
1. O Pai Nosso, a principal oração cristã
A oração fundamental do cristão é o Pai Nosso, que os Apóstolos aprenderam dos lábios de Jesus. Por isso é
conhecida também como “oração dominical”, porque vem do Senhor. Tertuliano afirma que “a oração
dominical é, na verdade, o resumo de todo o Evangelho”. É pois indubitável que se trata da oração mais
perfeita de todas, sendo a oração por excelência da Igreja. Como não podia deixar de ser, o Pai Nosso
modela a oração constante da Igreja e de cada cristão em particular: na Missa, nos sacramentos, na liturgia
das horas, nos sacramentais, no Santo Rosário, a presença do Pai Nosso é constante.
2. Jesus Cristo nos ensinou o Pai Nosso
Como vimos, o mesmo Jesus Cristo nos ensinou com quais palavras devemos nos dirigir a nosso Pai do céu.
Somos seus filhos pela graça, sabemos que Ele nos ama e que está disposto a dar-nos tudo o que lhe
pedirmos em nome de seu Filho, Jesus Cristo. Por isso, o Pai Nosso é, sem dúvida, a oração que mais agrada
a Deus. Devemos rezá-la com atenção e devoção, dando-nos conta do que dizemos e esforçando-nos para
que o coração se identifique com as petições que pronunciamos com a nossa boca. Por isso, será importante
conhecer bem o sentido do Pai Nosso.
3. O conteúdo do Pai Nosso
O Pai Nosso tem uma invocação inicial e sete petições, que se referem – as três primeiras – à glória de Deus
Pai; a santificação de seu Nome, a vinda de seu Reino e o cumprimento da Vontade divina; as demais,
apresentam a Deus nossos desejos ou necessidades.
Invocação inicial. Pai Nosso, que estais no céu. Nos dirigimos a Deus, nosso Senhor e Pai,
reconhecendo-nos como criaturas e filhos seus; e dizemos “nosso”, porque o Senhor é nosso Deus e
nosso Pai, e nós somos seu povo, membros da Igreja e irmãos de todos os demais seres humanos.
1ª petição.Santificado seja o vosso Nome. Pedimos que o Santo Nome de Deus – só Ele é
infinitamente santo – seja reconhecido e honrado por nós e em nós, da mesma maneira que em todas
as nações e em cada ser humano.
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2ª petição.Venha a nós o Vosso Reino. Pedimos a Deus que reine nas almas pela graça, que seu
reinado se estenda por toda a terra e que depois Ele nos dê o reino da glória.
3ª petição.Seja feita a vossa vontade assim na terra como nos céus. Pedimos que todos os que
vivemos neste mundo saibamos unir a nossa vontade à de Jesus Cristo, para que cumpramos sempre
a vontade de Deus, assim como já a cumprem os bem aventurados nos céus.
4ª petição.O pão nosso de cada dia nos daí hoje. Pedimos que Deus nos dê aquilo que necessitamos
para nosso sustento e a conservação de nossa vida corporal e espiritual.
5ª petição.Perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido.
Pedimos que a misericórdia de Deus perdoe nossos pecados – coisa impossível se nós não
perdoamos de coração aos que nos fizeram algum tipo de mal - , seguindo o exemplo de Jesus Cristo
com sua vida.
6ª petição. E não nos deixeis cair em tentação. Pedimos o auxílio para vencer as tentações e
perseverar na graça de Deus, o que implica discernimento fortaleza, vigilância e a grande graça da
perseverança final.
7ª petição.Mas livrai-nos do mal. Ao final, o cristão – junto com toda a Igreja – pede a Deus que
manifeste a vitória conquistada por Cristo sobre Satanás, príncipe dos demônios, que se opõe
frontalmente a Deus e a seu plano de salvação. Pedimos pois, que nos livre dos males,
principalmente do pecado e da morte eterna.
Para confirmar as petições, fora da Santa Missa, dizemos Amém, querendo significar: assim pedi ao Senhor
e assim espero que sua divina misericórdia realize: Amém significa “assim seja”, assim se realize o que
pedi.
4. Rezar o Pai Nosso com devoção
Sendo o Pai Nosso uma oração tão bela e que tanto agrada a Deus, é lógico que procuremos reza-la com
especial atenção: não podemos fazê-lo mecanicamente, repetindo palavras só com a boca, mas colocando a
inteligência e o coração no que dizemos, ou seja, com atenção e devoção.
5. Propósitos de vida cristã
Repassar, para sabê-las muito bem, as orações comuns dos cristãos: o Pai Nosso, a Ave Maria, o
Credo.
Colocar toda a atenção e devoção nas orações vocais.
Meditar com freqüência nas orações vocais.
A DEVOÇÃO À SANTÍSSIMA VIRGEM MARIA
INTRODUÇÃO:
O feito mais importante da história é que o Filho de Deus fez-se carne nas puríssimas entranhas da Virgem
Maria, fazendo-se homem para habitar entre nós e salvar-nos do pecado. A Virgem, portanto, é Mãe de
Deus. Mas também é nossa Mãe, mãe de toda a humanidade e, especialmente, mãe dos cristãos; no Calvário
Jesus entregou-nos Maria como Mãe. Momentos antes de morrer, vendo sua Mãe e o discípulo amado que a
acompanhava, disse: “Mulher, eis aí teu filho;... Eis aí tua Mãe” (João 19,26-27). Com razão a Igreja não
cessa de exortar a seus filhos para que vivam uma terna e filial devoção à Santíssima Virgem. Neste último
tema do Resumo do Catecismo da Igreja Católica busca aumentar a devoção à Virgem. Oxalá saibamos
acudir sempre a Ela, pedindo-lhe que nos faça bons filhos, bons cristãos e seguidores fiéis de seu Filho,
Jesus Cristo!
IDÉIAS PRINCIPAIS:
1. A Virgem Maria é nossa Mãe
A Santíssima Virgem ocupa o primeiro lugar entre os anjos e santos do céu porque é a Mãe de Jesus, nosso
Redentor. Como Jesus é nosso irmão, a Virgem é também nossa mãe; quando estava morrendo na cruz,
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Jesus nos deu Maria como mãe: “Eis aí tua Mãe”, disse Jesus a João, que naquele momento nos representava
a todos. Assunta ao céu em corpo e alma, desde lá ela intercede por nós como boa mãe que é.
2. Nós, cristãos, veneramos a Maria de um modo muito especial
Do mesmo modo que João cuidou da Virgem Maria depois da ascensão de Jesus ao céu, também nós
devemos amá-la e venerá-la como bons filhos. Assim tem feito os cristãos ao longo dos séculos, e todos os
santos sempre tiveram uma devoção especial à Virgem; daí que tenham surgido tantas formas de honrá-la.
Nós, cristãos de hoje, devemos conhecê-las e praticá-las, se quisermos manifestar o nosso amor à Mãe do
céu.
3. Devoções marianas
a) Oração à Virgem ao despertar e ao recolher-se. Às mães agrada-lhes que os filhos as cumprimentem pela
manhã e delas se despeçam à noite. À Virgem – nossa Mãe – também isso lhe agrada. Podemos fazê-lo
rezando três Ave-Marias e alguma outra oração, como por exemplo, a “Consagração a Nossa Senhora”.
b) Venerar as imagens da Virgem. Nas Igrejas, casas, etc... os cristãos colocam quadros e imagens da
Virgem para que possamos lembrar-nos com freqüência dela. Ao ver sua imagem, podemos dirigir-lhe
pequenas orações (jaculatórias).
c) O Angelus ou o Regina Coeli. Muitos cristãos tem o costume de rezar ao meio dia a oração do Ângelus
(No tempo pascal o Regina Coeli). Com esta oração recordamos à Virgem nos momentos importantes de sua
vida como a Encarnação e a Ressurreição de seu Filho.
d) O Santo Rosário. Vamos repetindo as Ave-Marias enquanto se meditam os diversos mistérios da nossa
Redenção. É uma tradição muito arraigada entre os cristãos e vivamente recomendada pela Igreja. Pode
ajudar-nos a querer mais a Virgem, e sabemos que agrada muito a Nossa Senhora esta oração.
e) O mês de maio. Neste mês, a Igreja deseja honrar de modo especial à Virgem: adornam-se de flores os
altares e a cada dia, pode-se ter um detalhe de amor a Nossa Senhora.
f) O escapulário do Carmo. A Virgem prometeu a São Simão Stock (século XIII) que aqueles que
morressem com seu escapulário não se condenariam. O fato de usá-lo nos recorda a Nossa Mãe e permite
que acudamos a Ela a cada momento.
g) O sábado. É o dia da semana por excelência dedicado à Virgem. Além de outras devoções marianas,
podemos rezar ou cantar a “Salve Rainha”.
h) As visitas aos santuários marianos. Em todo o tempo, mas de modo particular no mês de maio, os cristãos
visitam os santuários e imagens da Virgem, para honrá-la e aumentar assim sua devoção. Pode-se ir rezando
o rosário, com espírito de recolhimento e de mortificação.
i) As festas de Nossa Senhora. Ao longo do ano, a Igreja celebra com alegria as festas da Santíssima Virgem.
Nós devemos nos unir a estas comemorações com verdadeira alegria filial. As principais festas de Nossa
Senhora são:
1º de janeiro: Santa Maria, Mãe de Deus.
2 de fevereiro: A Purificação de Nossa Senhora
25 de março: A Anunciação
15 de agosto: A Assunção ao céu em corpo e alma
8 de setembro: A Natividade de Maria
12 de outubro: Nossa Senhora Aparecida
8 de dezembro: A Imaculada Conceição
4. Aumentar sempre o amor a Nossa Senhora
A vida do cristão é um caminhar em direção a Deus: dele viemos e para Ele nos dirigimos. A Virgem nos
acompanha, protege e ajuda. Devemos aumentar nosso amor a Ela, tratando-a com especial carinho,
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oferecendo-lhe as coisas da nossa vida, acudindo sempre com confiança à sua poderosa intercessão, vivendo
as devoções que vimos acima. Nosso amor à Virgem deve ser grande, constante e sempre crescente.
5. Propósitos de vida cristã
Repassar, para sabê-las muito bem, as orações comuns dos cristãos: o Pai Nosso, a Ave Maria, o
Credo.
Concretizar alguma devoção Mariana, vivendo-a com carinho e perseverança.
Repassar as orações dirigidas a Nossa Senhora, para sabê-las rezar bem.
Santo Terço
Oferecimento do Terço (Inicia-se com o Sinal da Cruz)
Divino Jesus, nós Vós oferecemos este rosário que vamos rezar, meditando nos mistérios da nossa Redenção. Concedei-nos, virtudes que nos são necessárias para bem rezá-los e a graça de ganharmos as indulgências desta santa devoção.
Oferecemos, particularmente, em desagravo dos pecados cometidos contra o Santíssimo Coração de Jesus e Imaculado Coração de Maria, pela paz do mundo, pela conversão dos pecadores, pelas almas do Purgatório, pelas intenções do Santo
Padre, pelo aumento e santificação do Clero, pelo vosso Vigário, pela santificação das famílias, pelas Missões, pelos doentes, pelos agonizantes, por aqueles que pediram nossas orações, por todas as nossas intenções particulares e pelo Brasil.
Em seguida segurando a cruzinha do terço, para atestar nossa fé em todas as verdades ensinadas por Cristo, reza-se:
Creio em Deus Pai Todo-Poderoso, Criador do céu e da Terra; e em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor; que foi concebido pelo poder do Espírito Santo; nasceu da Virgem Maria; padeceu sob Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e
sepultado; desceu à mansão dos mortos; ressuscitou ao terceiro dia; subiu aos céus, está sentado à direita de Deus Pai Todo-Poderoso, donde há de vir a julgar os vivos e os mortos. Creio no Espírito Santo, na Santa Igreja Católica, na comunhão dos
santos, na remissão dos pecados, na ressurreição da carne, na vida eterna. Amém
Terminado o Credo, presta-se homenagem à Santíssima Trindade:
Com um Pai-Nosso, Três Ave-Marias e um Glória-ao-Pai; a primeira Ave-Maria em honra a Deus Pai que nos criou; a segunda, a Deus
Filho que nos Remiu; e a terceira, ao Espírito Santo que nos Santifica.
Em cada Mistério se reza um Pai-Nosso, dez Ave-Marias, um Glória-ao-Pai e a jaculatória:
- Glória ao Pai, ao Filho e o Espírito Santo. Como era no princípio, agora e sempre. Amém.
Jaculatória: - Ó! Meu Jesus, perdoai-nos, livra-nos do fogo do inferno, levai as almas todas para o Céu e socorrei principalmente as que mais precisarem.
Mistérios da Alegria
Segundas e Sábados Mistérios da Dor
Terças e Sextas Mistérios da Luz
Quintas Mistérios da Glória
Quartas e Domingos
No Primeiro Mistério contemplamos a Anunciação do
Arcanjo São Gabriel à Nossa Senhora.
No Segundo Mistério
contemplamos a Visitação de Nossa Senhora à sua prima Santa
Isabel.
No Terceiro Mistério contemplamos o Nascimento do
Menino Jesus em Belém.
No Quarto Mistério contemplamos a Apresentação do Menino Jesus no templo e a Purificação de Nossa Senhora
No Quinto Mistério
contemplamos a Perda e o Encontro do Menino Jesus no
templo.
Ao término do último mistério reza-se o Agradecimento e o Salve-Rainha
No Primeiro Mistério
contemplamos a Agonia de Cristo Nosso Senhor quando
suou sangue no horto.
No Segundo Mistério contemplamos a Flagelação de
Jesus Cristo atado à coluna.
No Terceiro Mistério contemplamos a Coroação de
espinhos de Nosso Senhor.
No Quarto Mistério contemplamos Jesus Cristo carregando a Cruz para o
Calvário.
No Quinto Mistério contemplamos a Crucifixão e morte de Nosso Senhor Jesus
Cristo.
Ao término do último mistério reza-se o Agradecimento e o Salve-Rainha
No Primeiro Mistério
contemplamos o Batismo de Jesus, feito por João Batista, no
Rio Jordão.
No Segundo Mistério
contemplamos Jesus nas bodas de
Cana, transformando a água em
vinho a pedido de Maria.
No Terceiro Mistério
contemplamos Jesus anunciando o Advento do Reino e o convite à
conversão.
No Quarto Mistério contemplamos a Transfiguração
de Jesus no Monte Tabor.
No Quinto Mistério contemplamos a Instituição da
Eucaristia, onde Jesus faz alimento com o seu corpo e o
seu sangue.
Ao término do último mistério reza-se o Agradecimento e o Salve-Rainha
No Primeiro Mistério
contemplamos a Ressurreição de Cristo Nosso Senhor.
No Segundo Mistério contemplamos a Ascenção de
Nosso Senhor ao Céu.
No Terceiro Mistério contemplamos a Vinda do Espírito
Santo sobre os Apóstolos com
Maria no Cenáculo em Jerusalém.
No Quarto Mistério contemplamos a Assunção de
Nossa Senhora ao Céu.
No Quinto Mistério contemplamos a Coroação de Nossa Senhora no Céu como Rainha de todos os anjos e
santos.
Ao término do último mistério reza-se
o Agradecimento e o Salve-Rainha
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Agradecimento
Infinitas graças vos damos, Soberana Rainha, pelos benefícios que todos os dias recebemos de vossas
mãos liberais. Dignai-vos agora e para sempre tomar-nos debaixo do vosso poderoso amparo e para
mais vos obrigar vos saudamos com uma...
Salve Rainha
Salve Rainha, Mãe de Misericórdia, vida, doçura, esperança nossa salve! A vós bradamos, os degradados filhos
de Eva; a vós suspiramos gemendo e chorando neste vale de lágrimas. Eia, pois, advogada nossa esses vossos
olhos misericordiosos a nós volvei, e depois deste desterro nos mostrai a Jesus, bendito fruto do vosso
ventre, ó Clemente, ó Piedosa, ó Doce, sempre Virgem Maria.
Rogai por nós, Santa Mãe de Deus.
Para que sejamos dignos das promessas de Cristo.
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ÍNDICE
OS DEZ MANDAMENTOS: UM PRESENTE DE DEUS PARA NÓS............................................................. 1
1º MANDAMENTO: AMAR A DEUS SOBRE TODAS AS COISAS.............................................................. 2
2º MANDAMENTO: NÃO TOMAR O SANTO NOME DE DEUS EM VÃO................................................. 4
3º MANDAMENTO: SANTIFICARÁS AS FESTAS....................................................................................... 5
4º MANDAMENTO: HONRARÁS TEU PAI E TUA MÃE............................................................................ 6
5º MANDAMENTO: NÃO MATARÁS............................................................................................................ 8
6º MANDAMENTO: NÃO COMETERÁS ATOS IMPUROS............................................................................. 9
7º MANDAMENTO: NÃO FURTARÁS............................................................................................................ 11
8º MANDAMENTO: NÃO DIRÁS FALSO TESTEMUNHO NEM MENTIRÁS............................................. 13
9º MANDAMENTO: NÃO CONSENTIRÁS EM PENSAMENTOS NEM EM DESEJOS IMPUROS........... 14
10º MANDAMENTO: NÃO COBIÇARÁS OS BENS ALHEIOS................................................................... 15
OS MANDAMENTOS DA IGREJA................................................................................................................. 17
OS SETE SACRAMENTOS DA IGREJA......................................................................................................... 18
O BATISMO FAZ FILHOS DE DEUS E MEMBROS DA IGREJA................................................................. 20
NA CONFIRMAÇÃO, SE RECEBE O ESPÍRITO SANTO............................................................................ 22
A EUCARISTIA, MISTÉRIO DE FÉ E AMOR............................................................................................. 23
JESUS ESTÁ REALMENTE PRESENTE NA EUCARISTIA........................................................................ 25
NA SAGRADA COMUNHÃO SE RECEBE COMO ALIMENTO A JESUS CRISTO.................................. 26
A SANTA MISSA: CELEBRAÇÃO LITÚRGICA DA EUCARISTIA.......................................................... 28
NA CONFISSÃO, POR MEIO DO SACERDOTE, JESUS NOS PERDOA................................................... 30
NOSSA RECONCILIAÇÃO COM DEUS....................................................................................................... 31
A UNÇÃO DOS ENFERMOS........................................................................................................................ 33
O SACRAMENTO DA ORDEM..................................................................................................................... 34
O SACRAMENTO DO MATRIMÔNIO......................................................................................................... 36
DEUS CHAMA TODOS À ORAÇÃO............................................................................................................ 38
APRENDER A FAZER ORAÇÃO................................................................................................................. 39
A VIDA DE ORAÇÃO................................................................................................................................. 41
A ORAÇÃO DO SENHOR: O PAI NOSSO................................................................................................. 42
A DEVOÇÃO À SANTÍSSIMA VIRGEM MARIA..................................................................................... 43