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Apostila Custos l

Oct 16, 2015

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Marcelo Lycan
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  • CONTABILIDADE

    DE

    CUSTOS I

    Professor Ms. Roberto Biasio

  • SUMRIO

    INTRODUO ......................................................................................................... 11

    1 A TEORIA GERAL DOS CUSTOS ....................................................................... 12 1.1 GENERALIDADES ........................................................................................ 12 1.1.1 ORIGEM DO CUSTO ....................................................................................... 12 1.1.1.1 Estgios Inferiores da Civilizao ............................................................. 12 1.1.1.2 Evoluo das Empresas ........................................................................... 13 1.1.2 A CONTABILIDADE FINANCEIRA, DE CUSTOS E GERANCIAL .................................. 14 1.1.2.1 Contabilidade Financeira........................................................................... 14 1.1.2.2 Contabilidade de Custos ........................................................................... 15 1.1.2.3 Contabilidade Gerencial ............................................................................ 18 1.2 CUSTOS ........................................................................................................ 18 1.2.1 CONCEITO DE CUSTO .................................................................................... 18 1.2.2 FINALIDADES E OBJETIVOS DE CUSTOS ........................................................... 19 1.2.2.1 Determinao do Preo de Venda ............................................................ 19 1.2.2.2 Avaliao de Estoques .............................................................................. 19 1.2.2.3 Controle da Gesto Administrativa ............................................................ 19 1.2.2.4 Tomada de Deciso .................................................................................. 19 1.2.2.5 Elaborao de Oramento ........................................................................ 20 1.2.2.6 Planejamento e Projeo do Lucro ........................................................... 20 1.2.2.7 Apurao do Resultado ............................................................................. 20 1.2.2.8 Comparao dos Custos Referentes a Perodos e Condies Econmicas

    Diversas ................................................................................................... 20 1.2.2.9 Conhecimento do Grau de Eficincia Tcnico-Administrativa da Empresa20 1.2.2.10 Anlise da Economicidade de Operaes ................................................ 21 1.2.2.11 Conhecimento do Nvel de Rentabilidade Econmica e do Ponto timo de

    Produtividade ........................................................................................... 21 1.2.3 MEIOS UTILIZADOS PARA DETERMINAO DOS CUSTOS ................................... 21 1.2.3.1 Conhecimento dos Produtos, Materiais e Equipamentos .......................... 21 1.2.3.2 Conhecimento do Processo Tcnico de Produo ................................... 21 1.2.3.3 Conhecimento do Processo de Distribuio.............................................. 22 1.2.3.4 Conhecimento das Atividades Administrativas e Auxiliares ...................... 22 1.2.3.5 Planejamento do Sistema de Clculo dos Custos ..................................... 22 1.2.3.6 Organizao do Trabalho Executivo ......................................................... 23

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    1.2.3.7 Controle de Execuo do Trabalho ........................................................... 23 1.2.3.8 Interpretao dos Resultados ................................................................... 23 1.2.3.9 Comparaes e Concluses ..................................................................... 24 1.2.4 PRINCPIOS RELACIONADOS COM A DETERMINAO DOS CUSTOS ..................... 24 1.2.5 OS DEZ MANDAMENTOS DO BOM CONTROLE DE CUSTOS ................................. 26

    2 ASPECTOS DOS CUSTOS .................................................................................. 28 2.1 TERMINOLOGIA UTILIZADA EM CUSTOS .................................................. 28 2.1.1 GASTO ......................................................................................................... 28 2.1.2 INVESTIMENTOS ............................................................................................ 28 2.1.3 CUSTO ......................................................................................................... 29 2.1.4 DESPESA ...................................................................................................... 29 2.1.5 DESEMBOLSO ............................................................................................... 29 2.1.6 PERDA.......................................................................................................... 29 2.1.7 MERCADORIA ................................................................................................ 30 2.1.8 PRODUTOS ................................................................................................... 30 2.1.9 MATRIA-PRIMA ............................................................................................ 30 2.1.10 COMPONENTES ............................................................................................. 31 2.1.11 MATERIAIS DE EMBALAGEM ............................................................................ 32 2.1.12 MATERIAIS SECUNDRIOS .............................................................................. 32 2.1.13 MATERIAIS AUXILIARES .................................................................................. 32 2.1.14 MATERIAIS DE CONSUMO ............................................................................... 32 2.1.15 RAZES DE CUSTOS PARA A DISTINO .......................................................... 33 2.1.16 RAZES DA CONTABILIDADE GERAL PARA A DISTINO .................................... 33 2.2 ASPECTOS DOS CUSTOS INDUSTRIAIS ................................................... 34 2.2.1 ASPECTO FINANCEIRO ................................................................................... 34 2.2.2 ASPECTO ECONMICO ................................................................................... 34 2.2.3 ASPECTO CONTBIL ...................................................................................... 34

    3 ELEMENTOS DE CUSTOS .................................................................................. 35 3.1 QUADRO DEMONSTRATIVO DA FORMAO DO GASTO GLOBAL

    (GERAL) ..................................................................................................... 35 3.2 COMENTRIOS SOBRE OS ELEMENTOS DO GASTO GLOBAL DOS

    PRODUTOS................................................................................................ 35 3.2.1 PREO DE VENDA ......................................................................................... 36 3.2.2 GASTO GLOBAL ............................................................................................. 36 3.2.3 CUSTOS DE PRODUO ................................................................................. 36 3.2.3.1 Custos Diretos ........................................................................................... 36 3.2.3.2 Custos Indiretos ........................................................................................ 37 3.2.4 DESPESAS DE DISTRIBUIO .......................................................................... 38

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    3.2.4.1 - Despesas Comerciais ............................................................................. 38 3.2.4.2 - Despesas de Administrao Geral .......................................................... 38 3.2.5 LUCRO ......................................................................................................... 38

    4 - CLASSIFICAO DOS CUSTOS ...................................................................... 39 4.1 QUANTO A ORIGEM GERAL ....................................................................... 39 4.1.1 CUSTOS COM O TRABALHO HUMANO ............................................................... 39 4.1.2 CUSTOS COM O CAPITAL UTILIZADO ................................................................ 39 4.1.3 CUSTOS COM MATERIAIS ............................................................................... 39 4.1.4 DESPESAS (CUSTOS) TRIBUTRIAS .............................................................. 39 4.1.5 DESPESAS (CUSTOS) FINANCEIRAS .............................................................. 39 4.1.6 OUTROS CUSTOS E DESPESAS ....................................................................... 40 4.2 QUANTO AO AGENTE CONSUMIDOR ........................................................ 40 4.2.1 CUSTOS DO PRODUTO ................................................................................... 40 4.2.2 CUSTOS DOS DEPARTAMENTOS ...................................................................... 40 4.2.3 CUSTOS DAS DIVISES .................................................................................. 40 4.2.4 CUSTOS DOS CENTROS DE CUSTOS ................................................................ 40 4.3 QUANTO AS SUAS FUNES .................................................................... 40 4.3.1 CUSTOS DE FABRICAO ............................................................................... 40 4.3.2 DESPESAS DE ADMINISTRAO ...................................................................... 40 4.3.3 DESPESAS DE COMERCIALIZAO ................................................................... 41 4.4 QUANTO A FORMA DE APROPRIAO ..................................................... 41 4.4.1 CUSTOS DIRETOS .......................................................................................... 41 4.4.2 CUSTOS INDIRETOS ....................................................................................... 41 4.5 QUANTO A SUA ESPCIE ........................................................................... 41 4.5.1 CUSTOS COM MO-DE-OBRA .......................................................................... 41 4.5.1.1 Mo-de-obra Direta: .................................................................................. 41 4.5.1.2 Mo-de-obra Indireta: ................................................................................ 41 4.5.2 CUSTOS COM MATERIAIS ............................................................................... 42 4.5.2.1 Matria-prima: ........................................................................................... 42 4.5.2.2 Componentes Diretos: .............................................................................. 42 4.5.2.3 Materiais de Embalagem........................................................................... 42 4.5.2.4 Material Secundrio: ................................................................................. 42 4.5.2.5 Material Auxiliar de Produo ................................................................... 42 4.5.2.6 Material de Consumo: ............................................................................... 42 4.5.3 CUSTOS COM SERVIOS ................................................................................ 42 4.5.4 OUTROS GASTOS DE FABRICAO .................................................................. 42 4.6 QUANTO A SUA POSIO NA CONTABILIDADE FINANCEIRA ................ 43 4.6.1 CUSTOS DESEMBOLSADOS............................................................................. 43 4.6.2 CUSTOS CALCULTORIOS .............................................................................. 43

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    4.7 QUANTO O GRAU DE VARIAO RELATIVAMENTE S QUANTIDADES PRODUZIDAS ............................................................................................ 43

    4.7.1 CUSTOS FIXOS .............................................................................................. 43 4.7.2 CUSTOS VARIVEIS ....................................................................................... 43 4.7.2.1 Custo Varivel Progressivo: ...................................................................... 43 4.7.2.2 Custo Varivel Constante:......................................................................... 44 4.7.2.3 Custo Varivel Regressivo: ....................................................................... 44 4.7.3 CUSTOS MISTOS ........................................................................................... 44 4.7.4 GRFICO DA EVOLUO DOS DIFERENTES TIPOS DE CUSTOS ........................... 44

    5 SISTEMAS DE CUSTEIO ..................................................................................... 46 5.1 QUANTO A FORMA DE APURAO ........................................................... 46 5.1.1 CUSTOS POR PRODUTO ................................................................................. 46 5.1.2 CUSTOS POR ORDEM DE PRODUO (POR ENCOMENDA) .................................. 46 5.1.3 CUSTOS POR ORDEM DE SERVIOS ................................................................ 47 5.1.4 CUSTOS POR PROCESSO ............................................................................... 47 5.1.4.1 Custo por Processo Seqencial: ............................................................... 48 5.1.4.2 Custo por Processo Paralelo: .................................................................... 48 5.1.4.3 Custo por Processo Seletivo: .................................................................... 48 5.2 QUANTO A FORMA DE ALOCAO ........................................................... 48 5.2.1 CUSTEIO DIRETO OU VARIVEL....................................................................... 48 5.2.2 CUSTEIO POR ABSORO OU GLOBAL ............................................................. 48 5.2.3 CUSTEIO PADRO OU STANDARD .................................................................... 48 5.2.4 CUSTEIO ABC (CUSTEIO BASEADO EM ATIVIDADES) ........................................ 49 5.2.5 TEORIA DAS RESTRIES TOC ................................................................... 49 5.3 QUANTO A CLASSE DOS VALORES EMPREGADOS ................................ 49 5.3.1 COM BASE EM VALORES HISTRICOS ............................................................. 49 5.3.2 COM BASE EM VALORES DE REPOSIO ......................................................... 49 5.3.3 COM BASE EM VALORES PADRES ................................................................. 50 5.4 QUANTO AO SISTEMA DE APROPRIAO ............................................... 50 5.4.1 NO SECCIONAL ........................................................................................... 50 5.4.2 SECCIONAL ................................................................................................... 50 5.5 QUANTO A LEGISLAO FISCAL BRASILEIRA ......................................... 50 5.5.1 AVALIAO DOS ESTOQUES DE MATRIA-PRIMA............................................... 51 5.5.1.1 Para Quem Possua Inventrio Permanente: ............................................. 51 5.5.1.2 Para Quem No Possua Inventrio Permanente: ..................................... 51 5.5.2 AVALIAO DOS ESTOQUES DE PRODUTOS EM ELABORAO............................ 51 5.5.2.1 Para Quem Possua Contabilidade de Custos Integrada e Coordenada

    Contabilidade Geral: ................................................................................. 51 5.5.2.2 Para Quem No Possua Contabilidade de Custos Integrada e Coordenada

    Contabilidade Geral: .............................................................................. 51

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    5.5.3 AVALIAO DOS ESTOQUES DE PRODUTOS ACABADOS .................................... 51 5.5.3.1 Para Quem Possua Contabilidade de Custos Integrada e Coordenada

    Contabilidade Geral: ................................................................................. 51 5.5.3.2 Para Quem No Possua Contabilidade de Custos Integrada e Coordenada

    Contabilidade Geral: .............................................................................. 51

    6 DEPARTAMENTALIZAO ................................................................................ 52 6.1 DEPARTAMENTALIZAO .......................................................................... 52 6.1.1 CONCEITO DE DEPARTAMENTALIZAO ........................................................... 52 6.1.2 OBJETIVOS DA DEPARTAMENTALIZAO .......................................................... 52 6.1.3 ETAPAS DA DEPARTAMENTALIZAO ............................................................... 53 6.2 CENTRO DE CUSTO .................................................................................... 53 6.3 CLASSIFICAO DOS CENTROS DE CUSTOS ......................................... 54 6.3.1 CENTROS DE CUSTOS AUXILIARES .................................................................. 55 6.3.2 CENTROS DE CUSTOS PRODUTIVOS ................................................................ 55 6.3.3 CENTROS DE CUSTOS ADMINISTRATIVOS ........................................................ 56 6.4 MTODO DE ALOCAO DOS CUSTOS DOS CENTROS AUXILIARES

    AOS PRODUTIVOS .................................................................................... 56 6.4.1 MTODO DE DISTRIBUIO DIRETA ................................................................. 56 6.4.2 MTODO DE DISTRIBUIO SEQENCIAL OU MTODO PASSO A PASSO ............. 56 6.4.3 MTODO DE DISTRIBUIO ALGBRICA ........................................................... 56 6.5 CONTABILIDADE POR RESPONSABILIDADE ............................................ 56 6.5.1 RESULTADO POR REA DE RESPONSABILIDADE ............................................... 56 6.5.2 CENTROS DE RESPONSABILIDADE ................................................................... 57 6.5.2.1 Centros de Custos .................................................................................... 57 6.5.2.2 Centros de Resultado ou de Lucro ............................................................ 57 6.5.2.3 Centros de Investimento ........................................................................... 57 6.5.3 PREOS DE TRANSFERNCIA.......................................................................... 57 6.5.3.1 Preo de Transferncia com Base nos Custos da Empresa ..................... 57 6.5.3.2 Preo de Transferncia Baseado no Mercado .......................................... 58 6.5.3.3 Preo de Transferncia Negociado ........................................................... 58 6.6 CUSTOS INDIRETOS DE FABRICAO CIFS OU GASTOS GERAIS DE

    FABRICAO GGFS .............................................................................. 59

    7 APROPRIAO DOS CUSTOS ........................................................................... 60 7.1 FORMAS DE APROPRIAO ...................................................................... 60 7.1.1 APROPRIAO DIRETA ................................................................................... 60 7.1.2 APROPRIAO INDIRETA ................................................................................ 60 7.1.2.1 Bases de Rateio: ....................................................................................... 60 7.1.3 APROPRIAO AUTNOMA ............................................................................. 60 7.2 NORMAS DE APROPRIAO ...................................................................... 61

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    7.3 MTODOS DE APROPRIAO ................................................................... 61 7.4 SISTEMAS DE APROPRIAO DOS CUSTOS AOS PRODUTOS ............. 61 7.4.1 SISTEMA DE CUSTOS NO SECCIONAL............................................................. 61 7.4.2 SISTEMA DE CUSTO SECCIONAL ..................................................................... 62 7.4.3 PARALELO ENTRE OS DOIS SISTEMAS .............................................................. 64 7.4.4 ESQUEMAS DOS DOIS SISTEMAS DE APROPRIAO DE CUSTOS ......................... 64 7.4.4.1 Sistema de Custo no Seccional .............................................................. 64 7.4.4.2 Sistema de Custos Seccional .................................................................... 65

    8 CUSTEIO POR ABSORO ................................................................................ 67 8.1 CONCEITO .................................................................................................... 67 8.2 DISTINO ENTRE CUSTOS E DESPESAS .............................................. 68 8.2.1 CUSTOS ....................................................................................................... 68 8.2.2 DESPESAS .................................................................................................... 68 8.2.3 RAZES DESTA DISTINO ............................................................................. 68 8.3 DISTINO ENTRE CUSTOS DIRETOS E CUSTOS INDIRETOS.............. 68 8.3.1 CUSTOS DIRETOS .......................................................................................... 69 8.3.2 CUSTOS INDIRETOS ....................................................................................... 69 8.3.3 RAZES DESTA DISTINO ............................................................................. 69 8.4 O QUE COMPE O CUSTO DE PRODUO NO CUSTEIO POR

    ABSORO................................................................................................ 70 8.5 O QUE NO COMPE O CUSTO DE PRODUO NO CUSTEIO POR

    ABSORO................................................................................................ 70 8.6 APROPRIAO DOS CUSTOS (DIRETOS E INDIRETOS) ......................... 71 8.7 ESQUEMA BSICO DE APROPRIAO PELO CUSTEIO POR ABSORO

    .................................................................................................................... 71 8.7.1 ETAPAS DO ESQUEMA DE APROPRIAO PELO CUSTEIO POR ABSORO .......... 73 8.8 VANTAGENS DO CUSTEIO POR ABSORO ........................................... 74 8.9 DESVANTAGENS DO CUSTEIO POR ABSORO .................................... 74

    9 CUSTEIO DIRETO (VARIVEL) .......................................................................... 75 9.1 CONCEITO .................................................................................................... 75 9.2 DISTINO ENTRE CUSTOS FIXOS E CUSTOS VARIVEIS ................... 75 9.2.1 CUSTOS FIXOS .............................................................................................. 75 9.2.1.1 Caractersticas dos Custos Fixos: ............................................................. 76 9.2.1.2 Demonstrao Grfica dos Custos Fixos: ................................................. 76 9.2.1.3 Exemplos de Custos Fixos: ....................................................................... 76 9.2.2 CUSTOS VARIVEIS ....................................................................................... 76 9.2.2.1 Caractersticas dos Custos Variveis: ....................................................... 77

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    9.2.2.2 Demonstrao Grfica dos Custos Variveis ............................................ 77 9.2.2.3 Exemplos de Custos Variveis: ................................................................. 77 9.3 CARACTERSTICAS DO CUSTEIO DIRETO (VARIVEL) .......................... 77 9.4 RAZES PARA NO APROPRIAO DOS CUSTOS FIXOS AOS

    PRODUTOS................................................................................................ 78 9.5 RAZES DO NO USO DO CUSTEIO DIRETO NOS BALANOS ............. 78 9.6 OBJETIVOS DO CUSTEIO DIRETO ............................................................. 79 9.7 CUSTEAMENTO DIRETO COMO INSTRUMENTO DE PLANEJAMENTO DE

    LUCRO ....................................................................................................... 79 9.8 CUSTEAMENTO DIRETO COMO INSTRUMENTO DE CONTROLE........... 80 9.9 MARGEM DE CONTRIBUIO .................................................................... 80 9.10 ESQUEMA BSICO DO CUSTEIO DIRETO (VARIVEL) ............................ 81 9.11 VANTAGENS DO CUSTEIO DIRETO (VARIVEL) ...................................... 82 9.12 DESVANTAGENS DO CUSTEIO DIRETO (VARIVEL) ............................... 83 9.13 COMPARAO ENTRE OS CUSTEIOS POR ABSORO E DIRETO ...... 83 9.13.1 INFLUNCIA NA APURAO DO LUCRO ............................................................. 83 9.13.2 ASPECTO LEGAL ........................................................................................... 84 9.13.3 EXEMPLOS PARA DISTINO ENTRE OS CUSTEIOS POR ABSORO E VARIVEL . 84

    10 MARGEM DE CONTRIBUIO ......................................................................... 93 10.1 CONCEITO .................................................................................................... 93 10.1.1 MARGEM DE CONTRIBUIO UNITRIA ............................................................ 93 10.1.2 MARGEM DE CONTRIBUIO GLOBAL OU TOTAL ............................................... 93 10.2 MAXIMIZAO DOS LUCROS ..................................................................... 93 10.2.1 MARGEM DE CONTRIBUIO X VOLUME .......................................................... 93 10.2.2 FATORES LIMITANTES DE MARGEM DE CONTRIBUIO UNITRIA ....................... 96 10.2.2.1 Horas-mquina como Fator Limitante: ...................................................... 96 10.2.2.2 Horas-mquina e Demanda como Fatores Limitantes: ............................. 98 10.2.2.3 Componente como Fator Limitante: .......................................................... 99 10.2.2.4 Componente e Demanda Como Fatores Limitantes: .............................. 100 10.3 RECEITAS, CUSTOS VARIVEIS E MARGEM DE CONTRIBUIO ....... 101 10.4 VANTAGENS DOS NDICES E MARGENS DE CONTRIBUIO.............. 101

    11 CUSTEIO PADRO .......................................................................................... 102 11.1 CONCEITO .................................................................................................. 102 11.2 ESPCIES DE CUSTO-PADRO ............................................................... 103 11.2.1 CUSTO-PADRO IDEAL ................................................................................. 104

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    11.2.2 CUSTO-PADRO CORRENTE ......................................................................... 104 11.2.3 CUSTO-PADRO ESTIMADO .......................................................................... 104 11.3 OBJETIVOS ................................................................................................ 105 11.3.1 CUSTO-PADRO COMO BASE PARA ESTIMAR PREOS DE VENDA .................... 106 11.3.2 CUSTO-PADRO PARA MEDIR A EFICINCIA DA PRODUO .............................. 106 11.3.3 CUSTO-PADRO PARA DETERMINAR O VALOR DO INVENTRIO......................... 106 11.3.4 CUSTO-PADRO COMO BASE PARA ORAMENTOS .......................................... 107 11.4 CARACTERSTICAS ................................................................................... 107 11.5 COMPONENTES......................................................................................... 107 11.5.1 PADRO PARA OS MATERIAIS ....................................................................... 108 11.5.2 PADRO PARA MO-DE-OBRA ....................................................................... 108 11.5.3 PADRO PARA GASTOS (CUSTOS) GERAIS DE FABRICAO ............................ 108 11.6 VANTAGENS .............................................................................................. 109 11.7 VARIAES DE CUSTOS .......................................................................... 109 11.7.1 SIGNIFICADO DE VARIAO .......................................................................... 109 11.7.2 VARIAES NO CUSTO-PADRO ................................................................... 109 11.7.3 ANLISE DAS VARIAES ............................................................................. 110 11.7.3.1 Variaes de Materiais Diretos: .............................................................. 111 11.7.3.2 Variaes de Mo-de-obra Direta: .......................................................... 112 11.7.3.3 Variaes de Custos Indiretos de Fabricao: ........................................ 114

    12 CUSTEIO ABC CUSTO BASEADO EM ATIVIDADE .................................... 117 12.1 ORIGEM ...................................................................................................... 117 12.2 CONCEITO DE SISTEMA ABC ................................................................... 118 12.3 OBJETIVOS ................................................................................................ 118 12.4 CAMPO DE APLICAO ............................................................................ 118 12.5 CARACTERSTICAS ................................................................................... 119 12.6 ETAPAS DO SISTEMA DE CUSTEIO ABC ................................................ 120 12.7 OBJETIVOS ................................................................................................ 120 12.8 VANTAGENS .............................................................................................. 121 12.9 DESVANTAGENS ....................................................................................... 121 12.10 ALOCAO DOS CUSTOS PELO SISTEMA ABC..................................... 123 12.10.1 ESQUEMA BSICO DO CUSTEIO TOC............................................................... 123 12.10.2 IDENTIFICAO E SELEO DOS DIRECIONADORES DE CUSTOS ....................... 124 12.10.3 ATRIBUIO DOS CUSTOS DAS ATIVIDADES AO PRODUTO................................. 125

    13 TEORIA DAS RESTRIES (TOC) ................................................................. 127

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    13.1 CONCEITO DE TEORIA DAS RESTRIES (TOC) .................................. 127 13.2 CARACTERSTICAS DA TOC .................................................................... 127 13.3 ESQUEMA BSICO DO CUSTEIO TOC .................................................... 127 13.4 CONCEITOS BSICOS SOBRE A ESTRUTURA TERICA DA TOC ....... 129 13.4.1 SISTEMA ..................................................................................................... 129 13.4.2 RESTRIES ............................................................................................... 129 13.4.3 NO-RESTRIO ......................................................................................... 129 13.4.4 GARGALO ................................................................................................... 129 13.4.5 TAMBOR-PULMO-CORDA ............................................................................. 130 13.5 MEDIDAS DO ALCANCE DA META ........................................................... 130 13.5.1 LUCRO LQUIDO ........................................................................................... 130 13.5.2 RETORNO SOBRE O INVESTIMENTO ............................................................... 131 13.5.3 FLUXO DE CAIXA .......................................................................................... 131

    13.6 MEDIDAS DE DESEMPENHO .................................................................... 131 13.6.1 GANHO ....................................................................................................... 132 13.6.2 INVENTRIO ................................................................................................ 133 13.6.3 DESPESA OPERACIONAL ............................................................................... 134

    13.7 PASSOS DO PROCESSO DECISRIO ..................................................... 135 13.7.1 IDIAS FUNDAMENTAIS DA TOC EM RELAO OTIMIZAO DO

    PROCESSO PRODUTIVO ...................................................................... 138 13.7.1.1 Restrio do sistema ............................................................................... 138 13.7.1.2 Princpios de otimizao ......................................................................... 138 13.8 CONTRIBUIES DA TOC PARA A GESTO EMPRESARIAL ................ 140 13.9 VANTAGENS DA TOC ................................................................................ 141 13.10 DESVANTAGENS DA TOC ......................................................................... 141

    14 CUSTOS E PREOS ........................................................................................ 142 14.1 FORMAO DO PREO DE VENDA ......................................................... 142 14.1.1 ASPECTOS GERAIS ...................................................................................... 142 14.1.2 FATORES QUE INTERFEREM NA FORMAO DO PREO DE VENDA ................... 142 14.1.3 MTODOS USADOS NA DETERMINAO DOS PREOS DE VENDA ..................... 158 14.1.4 COMPOSIO DO PREO DE VENDA .............................................................. 159 14.1.5 DETERMINAO DO PREO DE VENDA .......................................................... 160 14.1.5.1 Determinao do Preo de Venda pelo Mtodo do Custo ...................... 160 14.1.5.2 Determinao do Preo de Venda pelo Mtodo Custeio Direto - Margem de

    Contribuio ........................................................................................... 181 14.1.5.3 Determinao do Preo de Venda pelo Mtodo do Lucro sobre o Capital

    Empregado ............................................................................................. 195 14.1.5.4 Determinao do Preo de Venda pelo "MARK-UP": ............................. 196

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    15 EXERCCIOS .................................................................................................... 200 15.1 PARTE I - TEORIA ...................................................................................... 200 15.1.1 A TEORIA GERAL DOS CUSTOS ..................................................................... 200 15.1.2 ASPECTOS DOS CUSTOS .............................................................................. 201 15.1.3 ELEMENTOS DE CUSTOS .............................................................................. 202 15.1.4 CLASSIFICAO DOS CUSTOS ...................................................................... 202 15.1.5 SISTEMAS DE CUSTEIO ................................................................................ 203 15.1.6 DEPARTAMENTALIZAO .............................................................................. 203 15.1.7 APROPRIAO DOS CUSTOS......................................................................... 204 15.1.8 CUSTEIO POR ABSORO ............................................................................ 204 15.1.9 CUSTEIO DIRETO (VARIVEL) ....................................................................... 204 15.1.10 MARGEM DE CONTRIBUIO ......................................................................... 205 15.1.11 CUSTEIO PADRO ....................................................................................... 205 15.1.12 CUSTEIO E PREOS ..................................................................................... 206 15.2 PARTE II - PRTICA ................................................................................... 206 15.2.1 EXERCCIO SOBRE AVALIAO DE ESTOQUE .................................................. 206 15.2.2 )EXERCCIO SOBRE CUSTEIO POR ABSORO, CUSTEIO VARIVEL E MARGEM DE

    CONTRIBUIO. ......................................................................................... 210 15.2.3 EXERCCIO SOBRE DETERMINAO DO PREO DE VENDA COM BASE NO CUSTO220

    BIBLIOGRAFIA ..................................................................................................... 234

  • INTRODUO

    Esta apostila foi elaborada com o objetivo de desenvolver os tpicos mnimos necessrios para a aprendizagem da disciplina de CONTABILIDADE DE CUSTOS I, administrada para o curso de Cincias Contbeis da Universidade de Caxias do Sul.

    A disciplina de Contabilidade de Custos I tem por objetivo fundamental fornecer ao aluno os conhecimentos bsicos e indispensveis de Contabilidade de Custos, bem como de familiarizar o aluno com as tcnicas mais usuais de controle e apurao dos custos, habilitando-o a resolver problemas ligados ao planejamento, implantao e operacionalizao de sistemas de custos.

    Na elaborao desta apostila buscou-se desenvolver sistematicamente o programa exigido para a referida disciplina. No decorrer de sua elaborao foram pesquisadas diversas obras que tratam sobre os assuntos constantes no programa exigido. Sendo que, os tpicos que julgamos mais importantes foram inseridos nesta obra, aos quais foram adicionadas matrias por ns desenvolvidas atravs de nossa vivncia profissional e de conhecimentos pessoais.

    Inicialmente, se procurar dar um conhecimento bsico sobre o que vem a ser CUSTO. Para isso, comearemos por estudar a sua origem e a evoluo no tempo, chegando at o estudo de sua aplicao nos momentos atuais.

    Numa segunda etapa, sero abordadas as diversas classificaes e sistemas de custos. Nesta etapa encontraremos vrios exemplos prticos que nos ajudaro a entender melhor a importncia do estudo das diversas classificaes de custos e a necessidade de distinguirmos com firmeza os vrios sistemas de custos hoje existentes.

    Por ltimo, encontraremos uma bateria de exerccios de fixao da matria, sendo ela dividida em duas partes - uma terica e outra prtica.

    Esta obra no teve a pretenso de esgotar o assunto sobre a Contabilidade de Custos, mas sim trazer de forma simples e sinttica os pontos fundamentais que envolvem a Contabilidade de Custos. Embora, ela esteja alicerada sobre o programa da disciplina anteriormente referida, ela pode ser utilizada como material de pesquisa para conhecimento na atividade profissional, principalmente, se for um iniciante nesta rea.

  • 1 A TEORIA GERAL DOS CUSTOS

    1.1 GENERALIDADES

    1.1.1 ORIGEM DO CUSTO

    1.1.1.1 Estgios Inferiores da Civilizao a)Produo e Consumo: O custo surge quando se quer obter algo, seja ele por intermdio de produo,

    comercializao ou prestao de servio. A necessidade de obter-se os bens necessrios para a sobrevivncia acompanha o Homem desde os primrdios da civilizao. Quando o Homem primitivo, em sua luta pela subsistncia, colhia, caava e pescava, estava produzindo para o seu prprio consumo. Inicialmente, o Homem enfrentava, sozinho, o meio selvagem e hostil em que habitava e, nestas condies, sua produo restringia-se s necessidades imediatas e individuais de satisfazer-se fisionomicamente.

    b)Produo, Distribuio e Consumo Devido s dificuldades e perigos enfrentados pelo Homem, na busca de sua

    sobrevivncia, levaram-no a reunir-se em grupos. Neste estgio ocorre significativa alterao no processo econmico-social, modificando tambm, conseqentemente, os fenmenos dos custos.

    Os Homens se agregam em ncleos, renem mulheres e filhos em afazeres domsticos e vo a busca de alimentos, no mais isolados uns dos outros, mas em equipe, cujos efeitos positivos na produtividade estimulam-nos a se aperfeioarem nesta tcnica primitiva.

    Com isso, surgem as especializaes: uns caam, outros colhem ou pescam. Como no havia moeda, nem poupana, nem sentido especulativo, todos produzem para o prprio consumo em bases igualitrias e a temos ento o primeiro consumo internacional, embora primitivo. No havia propriedade privada e tudo era de todos e para todos. Todos produziam para o consumo da comunidade. Tal regime de produo e consumo implicava numa tese em que o Custo igual ao Preo. O pescador apanhava uma certa quantidade de peixes por dia, sendo uma parte para seu consumo e o restante entregue comunidade que, por sua vez, fornece-lhe a caa e outros bens e servios. Havia uma permuta de bens e consumos em que estes eram iguais queles. Em tal estgio econmico os custos e preos flutuam independentemente da vontade do Homem, cujo domnio da Natureza ainda era muito precrio... as condies do meio em que viviam eram variveis e imprevistas. Imperava o regime de produo-consumo, num ciclo dirio, sem a preocupao do amanh. Esses ncleos humanos, nmades, como aves de rapina, ficavam numa

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    determinada regio, enquanto esta lhes oferecia as condies privilegiadas de produo, mudando-se a seguir para outras, onde a abundncia da natureza lhes propiciava mais bens com menos esforos.

    c)Primeiros Investimentos O Homem reunido em grupos sofre menos que aquele solitrio, quando

    enfrentava sozinho a natureza. Sua experincia associativa encorajou-o mais, sentindo-se, quando em bando, com maior segurana. Todavia continuava vtima da incerteza quanto ao amanh e ao futuro mais longnquo.. pocas fartas e abundantes, outras escassas e magras... continuava a enfrentar a fome e o frio. A necessidade de se resguardar das intempries e incertezas levando-o a produzir no s para o consumo imediato, mas tambm para os dias futuros. Ocorreram assim os primeiros investimentos em bens de consumo.

    d)Bens de Consumo Cansado das mudanas constantes, o Homem primitivo, ainda em seu regime

    comunista primitivo, resolve cultivar a terra e novas e importantes modificaes scio-econmicas ocorreram: o investimento em bens de consumo. Nesse estgio, o Homem ainda usava as prprias mos para sulcar a terra, plantar, capinar e colher, acumulando, diariamente, os custos dessas tarefas, sem expresso monetria na poca, mas, como hoje, expresso do labor humano aplicado natureza na obteno de bens.

    Como naquela poca no existia moeda que medisse o custo ou preo dos bens, o mesmo fenmeno era representado pela maior ou menor escassez dos mesmos.

    O importante desse estgio, sob o aspecto dos custos, que o Homem passa a produzir mais, reduzindo os custos unitrios, conseqentemente..

    e)Bens de Produo Com o passar dos tempos o Homem primitivo descobriu a utilidade de outros

    elementos da natureza no auxlio produo. Assim que, a mesma lana que serviu caa poderia sulcar a terra, e outros instrumentos de defesa pessoal so confeccionados e modificados ou aperfeioados para a produo. Os resultados so animadores com o aumento sempre crescente da produo.

    So fabricados assim os mais toscos e variados utenslios de trabalho, cujos custos na elaborao representaram os primeiros investimentos em bens de produo, reduzindo ainda mais os custos dos bens de consumo resultantes, bem como ensejando novos e maiores investimentos nos bens de produo, numa espiral que bem refletia a legitimidade evolutiva de uma poca, de uma mentalidade e de suas repercusses sociais. o Homem a pensar cada vez mais, e mais longe, e a garantir a segurana no s do dia de amanh, mas de geraes futuras. A manipulao da natureza ou transformao desta na obteno de um bem que satisfaa as necessidades do Homem, remota ou imediata, resulta no consumo de valores a que denominamos de custo.

    1.1.1.2 Evoluo das Empresas O consumo de bens e a utilizao de servios so necessidades inerentes

    prpria condio humana, o que remonta aos princpios da civilizao. No incio,

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    com ferramentas muito rudimentares, o Homem s utilizava os bens naturais no mesmo estado em que eram encontrados na natureza ou com pequeno beneficiamento executado pelo prprio consumidor ou membros da sua famlia. Houve o desenvolvimento da civilizao em que o Homem ou seu cl extraia os bens da natureza, beneficiava-os rudimentarmente e oferecia-os a outros homens ou a outros cls, aparecendo o sistema de trocas. Como conseqncia, foram criadas as empresas para comercializar os bens produzidos rudimentar e artesanalmente apenas por uma famlia ou por pequenos grupos familiares. Isto conduziu ao aperfeioamento dos grandes emprios e das empresas de navegao. O desenvolvimento do comrcio e do transporte martimo proporcionou a ampliao da produo, envolvendo maior nmero de pessoas, embora ainda artesanalmente. Todo este processo evolutivo culminou com a Revoluo Industrial iniciada na Inglaterra, cuja primeira fase ocorreu na segunda metade do Sculo XVIII. Este estgio da evoluo determinou a necessidade de ser incrementada a forma de organizao societria, cujo valor do capital aplicado transformou-a de propriedade individual em coletiva, despersonalizando-a.

    As pequenas empresas, com sistema simples de produo, tinham seu controle executado exclusivamente pelo seu proprietrio, no necessitando de maiores sofisticaes. Com a descoberta de novas tecnologias e o aparecimento de sistemas complexos de produo, com o conseqente crescimento das empresas, houve necessidades de maior controle que proporcionasse maior segurana nas aplicaes de capital e na manuteno dos sistemas produtivos com apresentao de resultados positivos nas suas operaes.

    Entre as tcnicas desenvolvidas para a segurana e a racionalizao da produo surgiu o controle dos custos que permitiu ao dirigente saber quanto custa produzir cada um dos bens ou servios de sua empresa. Estes custos de produo comparados aos preos de venda indicam-lhe a margem de lucro de cada um, facilitando, ainda, as decises sobre as alternativas mais vantajosas a serem adotadas no seu sistema produtivo.

    1.1.2 A CONTABILIDADE FINANCEIRA, DE CUSTOS E GERANCIAL

    1.1.2.1 Contabilidade Financeira A Contabilidade Financeira, tambm conhecida por Contabilidade Geral, tem

    como objetivo a apurao do resultado de cada perodo, bem como o levantamento de todas as demonstraes contbeis no seu final.

    Na Era Mercantilista a Contabilidade Financeira estava bem estruturada para servir as empresas comerciais, pois at a Revoluo Industrial, a contabilidade apurava o custo das vendas mediante o levantamento fsico dos estoques, j que a sua medida em valores monetrios era extremamente simples: o contador verificava o montante pago por item estocado, e dessa maneira valorava as mercadorias. Fazendo o clculo basicamente por diferena, computando o quanto possua de estoques iniciais, adicionando as compras do perodo e comparando com o que ainda restava, apurava o valor de aquisio das mercadorias vendidas, na clssica disposio:

    Estoques Iniciais + Compras - Estoques Finais = Custo das Mercadorias Vendidas

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    Com o advento das indstrias, tornou-se mais complexa a funo do Contador que, para levantamento do balano e apurao do resultado, no dispunha agora to facilmente dos dados para poder atribuir valor aos estoques: o seu valor de "compras" na empresa comercial estava agora substitudo por uma srie de valores pagos pelos fatores de produo utilizados.

    Nada mais razovel, para soluo desse problema, do que vermos o Contador tentando adaptar empresa industrial os mesmos critrios utilizados na comercial.

    Comeou-se a adaptao, dentro do mesmo raciocnio, com a formao dos critrios de avaliao de estoques no caso industrial.

    O valor do estoque dos produtos existentes na empresa, fabricados por ela, deveria ento corresponder ao montante que seria o equivalente ao valor de "compras" na comercial. Portanto, passaram a compor o custo do produto os valores dos fatores de produo utilizados para a sua obteno, deixando-se de atribuir aqueles outros que na empresa comercial j eram considerados como despesas no perodo de sua ocorrncia: despesas administrativas, de vendas e financeiras.

    Para que a empresa industrial obtivesse o valor do custo de seus produtos foi necessrio o surgimento da Contabilidade de Custos.

    1.1.2.2 Contabilidade de Custos Contabilidade de Custos o processo ordenado de usar os princpios da

    contabilidade geral, para registrar os custos de operaes de um negcio, de tal maneira que, com os dados da produo e das vendas, se torne possvel administrao utilizar as contas para esclarecer os custos de produo e de distribuio, tanto por unidade como pelo total, para um ou para todos os produtos fabricados ou servios prestados e os custos das diversas funes do negcio, com finalidade de obter operao eficiente, econmica e lucrativa.

    o processo de usar os princpios contbeis, para a tomada de conhecimento e registro dos vrios fatores de custo, e por meio de sua anlise fornecer a melhor informao no sentido de se apurar o custo correto do produto, bens ou servios.

    Contabilidade de Custos o ramo da funo financeira que acumula, organiza, analisa e interpreta os custos dos produtos, dos inventrios, dos servios, dos componentes da organizao, dos planos operacionais e das atividades de distribuio para determinar o lucro, para controlar as operaes e para auxiliar o administrador no processo de tomada de decises.

    A Contabilidade de Custos nasceu com a Revoluo Industrial. Sua principal funo era, ento registrar os custos que capacitavam o administrador a avaliar os inventrios e, conseqentemente, a determinar mais corretamente as rendas e levantar os balanos.

    Nesse tempo eram apenas computados os custos diretos: o valor do material consumido e o valor da mo-de-obra aplicada.

    No fim do sculo passado, vrios fatores exigiram que o contador de custos desse mais um grande passo em direo a um maior refinamento. Foi bastante difcil a adoo generalizada da computao de valores no custo de um produto. Os contadores se restringiam a contabilizar apenas os custos reais. Era princpio rgido o registro das transaes e das operaes somente pelas despesas realmente incorridas.

    Com certo relaxamento desse princpio, quando se considerou que a Contabilidade de Custos era voltada para as atividades internas da organizao, foi possvel o emprego de taxas predeterminadas para a apropriao dos custos indiretos ao valor dos produtos, dos inventrios e dos servios.

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    De qualquer modo, essa primeira fase caracterizou pela preocupao com o registro dos custos.

    Contabilidade de Custos ganhou corpo, atingindo sua identidade especfica e comeou a ser finalmente considerada como instrumento da Administrao.

    Com a Segunda Grande Guerra desenvolveram-se modernas tcnicas de administrao, e novas concepes levaram Contabilidade de Custos impulsos novos, aumentando sua rea de influncia. As informaes de Custo passaram a apoiar a Administrao em suas funes de planejamento e tomada de decises. A Contabilidade de Custos cada vez mais passou a responsabilizar-se pela anlise e interpretao das informaes quantitativas a fim de fornecer Administrao instrumentos significativos e oportunos para a gerncia da organizao.

    O desenvolvimento paralelo de Pesquisa Operacional e da Computao Eletrnica veio dar maior apoio Contabilidade de Custos. Atualmente as informaes so prestadas mais rapidamente. Problemas, antes, de certo modo difceis de serem solucionados, agora o so pelo emprego de tcnicas estatsticas e matemticas mais sofisticadas, bem como pelo uso crescente do equipamento eletrnico de processamento de dados. O desafio do moderno contador reside exatamente no ponto de que ele agora dispe de maiores recursos para fazer parte do primeiro quadro na hierarquia administrativa. Por isso mesmo, a Contabilidade de Custos passou a ser encarada como parcela essencial da Contabilidade Gerencial.

    A histria do desenvolvimento da Contabilidade de Custos a histria do desenvolvimento industrial. medida que as atividades industriais comearam a seguir, os registros de custos tiveram seu incio. Com a concorrncia mais acirrada, sentiu-se a necessidade de melhores informaes sobre custos. medida que o campo das atividades do administrador se ampliava, tornou-se mais patente a necessidade de servios da Contabilidade de Custos. Os quais podemos resumi-los, conforme segue:

    -Determinao do Custo

    - Contabilizao de matria-prima - Contabilizao de mo-de-obra direta - Contabilizao dos custos indiretos de fabricao - Sistema de custos por encomenda

    - Sistema de custos por processo -Determinao do Custo com alguma ateno para o controle de custo

    - Uso de estimativas como dados de custo - Sistema de custo-padro

    - Custeio direto - Controle de Custo - Contabilidade por responsabilidade

    - Planejamento do Lucro - Controle de custos de distribuio - Planejamento do lucro

    - Anlise de custo-volume-lucro -Tomada de Deciso com escolha alternativa

    - Tomada de deciso a curto prazo - Tomada de deciso a longo prazo

    1)Contabilidade de Custos para Determinao do Custo: A certeza de um fornecimento adequado de materiais tornou-se importante, e

    prestou-se maior ateno ao registro de materiais. O uso de ferramentas e equipamentos tornou-se reinante, e a composio do custo do produto recebeu um interesse particular. A determinao do custo assim tornou-se o primeiro objetivo da contabilidade de custos.

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    A industrializao ulterior criou dois tipos de atividades industriais: as do tipo sob encomenda, tais como a fabricao de mquinas a vapor; e as do tipo produto uniforme, tais como a refinao de acar.

    2)Contabilidade de Custos em Transio A mecanizao ulterior provocou o uso mais sofisticado de equipamentos e

    instalaes fabris. Os custos associados ao seu uso em geral, agrupados como parte dos custos indiretos de fabricao, ganharam importncia. Cada vez maior ateno passou a ser dirigida de custos de materiais e mo-de-obra para custos indiretos de fabricao. Um esforo para acelerar o estabelecimento desses ltimos custos acarretou a mais importante ciso na metodologia da contabilidade de custos - a aceitao de estimativas como dados de custos e a incorporao destas na determinao do custo.

    A concorrncia ulterior trouxe baila os problemas de instalaes fabris ociosas e sucatas. O resultado foi surgirem propostas dramticas para usar os dados de custo no somente para determinao do custo, mas tambm para outros propsitos. Uma dessas propostas, denominada sistema de custo-padro, que a partir de ento tem sido bem recebida. Outra proposta, conhecida por custeio direto, ainda hoje matria controversa.

    3)Contabilidade de Custos para Controle de Custos O uso dos dados de custos para fins alm da determinao do custo foi outra

    ciso importante no desenvolvimento da contabilidade de custos. Mais uma vez, em virtude da concorrncia, o controle de custo evoluiu como o segundo objetivo da contabilidade de custos.

    Esta alterao em objetivo, contudo, exigiu vrias mudanas tanto por parte da administrao, como da contabilidade. No interessava mais quais custos tinham sido incorridos, porm quem os incorrera. Passou-se a enfatizar no mais o montante de custo incorrido, e sim o montante de custo que deveria t-lo sido. Passou-se a dirigir a ateno no mais quilo que era esperado, e sim s reas deficientes que exigiam ao corretiva.

    4)Contabilidade de Custos para Planejamento do Lucro e para Decises Administrativas

    Flutuaes, econmicas violentas e concorrncia acurada na dcada de 20 criaram uma necessidade de planejamento global para preparar a administrao para enfrentar situaes semelhantes. O uso de dados de custo para fins de planejamento tornou-se assim um objetivo adicional da contabilidade de custos.

    Um aspecto do planejamento demandou que a administrao fizesse uma previso econmica do ano seguinte e que fizesse planos com base naquela previso. A contabilidade de custos contribuiu na coordenao de planos realizados por funes de vendas e produo e na anlise de suas inter-relaes. A contabilidade de custos tambm contribuiu na promoo de cooperao entre planos desenvolvidos por administrao descentralizada, organizada como divises de produto.

    Outro aspecto do planejamento requereu que a administrao avaliasse propostas de ao para tomada de decises. A contabilidade de custos contribuiu na ordenao de dados relevantes, adequados para tais fins.

    Abaixo encontramos as fases de trabalho desenvolvidas pela contabilidade de custos, os objetos do custo e as finalidades gerenciais que buscamos atravs das informaes obtidas por meio da contabilidade de custos.

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    CONTABILIDADE DE CUSTOS FASES DO TRABALHO OBJETO DO CUSTO FINALIDADES GERENCIAIS - Coleta - Acumula - Organiza - Analisa - Interpreta - Informa

    - Produtos - Servios - Estoques - Componentes

    - Planos Operacionais - Atividades Especiais - Programas - Segmentos de Distribuio

    - Determinao da Rentabilidade - Avaliao do Patrimnio - Controle de Custo - Controle das Operaes - Planejamento - Tomada de Deciso

    1.1.2.3 Contabilidade Gerencial A Contabilidade Gerencial tem por objetivo fornecer informaes para tomada

    de deciso. Usando-se para isso de outras contabilidades, como: Contabilidade Financeira (Geral), Contabilidade Fiscal e sem dvida, com bastante influncia a Contabilidade de Custos.

    Inicialmente a Contabilidade de Custos no era utilizada como meio de informao para tomada de deciso e sim como uma forma de resolver os problemas de avaliao de estoques. Mas no atual estgio, com o surgimento da Contabilidade Gerencial, ela passou a ter um papel muito importante junto aos administradores, fornecendo informaes para tomada de decises.

    1.2 CUSTOS

    O que gastamos para poder fazer alguma coisa o custo dessa coisa. Se a dona-de-casa resolver fazer um bolo ela gasta para conseguir o que

    deseja. H um custo do bolo. Se um industrial fabrica calados ele gasta para fazer um par de sapatos e,

    neste caso, existe um custo do calado. Se o Governo tem por objetivo socorrer uma rea onde existe uma doena,

    gasta para tal e, neste caso, h um custo de um Programa de Sade. Quer a dona-de-casa, quer o industrial, quer o Governo, todos tm custos, ou

    seja: todos gastam para conseguirem um bem ou um servio.

    1.2.1 CONCEITO DE CUSTO

    Custo de um bem ou servio a expresso monetria dos insumos fsicos realizados na obteno deste considerando-se o total retorno dos capitais empregados em termos de reposio.

    Do ponto de vista econmico, entende-se por custo toda e qualquer aplicao de recursos, de diferentes formas e expressa em seu valor monetrio, para a produo e distribuio de mercadorias (ou prestao de servios), at o ponto em que se possa receber o preo convencionado.

    O custo de uma coisa o quanto se gasta para consegu-la e isto interesse antigo e de todo mundo que deseja bem administrar suas riquezas.

    Custo tudo o que se gasta para se obter um bem ou um servio.

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    1.2.2 FINALIDADES E OBJETIVOS DE CUSTOS

    A apurao do custo tem vrias finalidades, dependendo a forma de como a informao utilizada, ela pode auxiliar a administrao nas diversas reas da empresa.

    Entre as vrias finalidades da apurao dos custos, vamos citar algumas a seguir:

    1.2.2.1 Determinao do Preo de Venda O objetivo deste custo fornecer dados para a formao do preo de venda. Quem produz o faz para vender. Saber por quanto se vai vender um produto,

    entretanto, depende, fundamentalmente, de se conhecer o quanto se gastou para produzir.

    1.2.2.2 Avaliao de Estoques Tem por finalidade informar o valor existente, na empresa de materiais e

    produtos estocados.

    1.2.2.3 Controle da Gesto Administrativa Muitos dos instrumentos de controle que o administrador tem sua disposio

    so baseados em dados de custos. fcil observar que no pode haver controle sem o estabelecimento de

    objetivos definidos e de metas a serem cumpridas para a consecuo desses objetivos.

    Uma Contabilidade de Custos bem organizada condio necessria para dar ao administrador os meios de exercer comparao constante entre o que est sendo realizado e os padres predeterminados.

    1.2.2.4 Tomada de Deciso Tem por objetivo fornecer alternativas para a administrao tomar as decises

    mais acertadas. Estas alternativas surgem atravs do estudo dos custos ocorridos e projetando-se os futuros.

    Atravs da anlise dos custos a administrao pode tomar inmeras decises, tais como:

    - Reduo dos gastos com uma determinada rubrica de despesa; - Substituio de um determinado equipamento por outro que represente menor

    custo ou melhor produtividade; - Extino de setores ociosos ou desnecessrios; - Reduo do quadro de funcionrios; - Substituio de matrias-primas por outras de valores inferiores, ou a troca de

    fornecedores; - Eliminao de certos privilgios concedidos aos funcionrios ou a direo,

    quando a situao no permite mant-los, e conced-los quando a empresa estiver em condio de oferec-los.

    - Investir em propaganda para aumentar o faturamento; - Deixar de produzir um determinado produto, por se tornar invivel, ou seja,

    por no trazer o retorno desejado; - Conceder benefcios aos funcionrios, quando a situao permite e elimin-

    los quando ocorrer o inverso;

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    - Estabelecer planos ou solucionar problemas especiais;

    1.2.2.5 Elaborao de Oramento Oramento um meio de coordenar os esforos individuais num plano de ao

    que se baseia em dados de desempenhos anteriores e guiado por julgamentos racionais dos fatores que influenciaro o rumo dos negcios no futuro.

    Como foi colocado acima, o oramento se baseia em dados de desempenhos anteriores e esses dados para serem obtidos necessrio a participao do custo. Portanto, o custo uma parte fundamental na elaborao do oramento, pois sem o estudo dele e a sua projeo futura, impossvel estabelecermos um oramento.

    1.2.2.6 Planejamento e Projeo do Lucro Um aspecto do planejamento demandou que a administrao fizesse uma

    previso econmica do ano seguinte e que fizesse planos com base naquela previso. A contabilidade de custos contribuiu na coordenao de planos realizados por funes de vendas e produo e na anlise de suas inter-relaes. A contabilidade de custos tambm contribuiu na promoo de cooperao entre planos desenvolvidos por administrao descentralizada, organizada como divises de produtos.

    Outro aspecto do planejamento requereu que a administrao avaliasse propostas de ao para tomada de deciso. A contabilidade de custos contribuiu na ordenao de dados relevantes, adequados para tais fins.

    No possvel conseguirmos planejar um lucro futuro, se no soubermos projetar o custo envolvido na busca deste lucro. Portanto, a determinao do custo tem um papel preponderante no planejamento do lucro.

    1.2.2.7 Apurao do Resultado O resultado obtido entre o confronto das receitas e das despesas num

    determinado perodo. Portanto, para obtermos o resultado devemos antes apurar o volume de custos (despesas) envolvidos na obteno das receitas.

    1.2.2.8 Comparao dos Custos Referentes a Perodos e Condies Econmicas Diversas

    Atravs da comparao dos custos referentes a perodos e condies econmicas diversas possvel determinar as condies que so favorveis empresa e quais as mais crticas. Identificadas e separadas as referidas condies, o administrador poder se situar em qual das situaes passadas ele se encontra e saber qual as medidas que ele dever tomar para tirar o maior proveito possvel das condies favorveis e se armar da melhor forma existente para enfrentar as situaes desfavorveis.

    1.2.2.9 Conhecimento do Grau de Eficincia Tcnico-Administrativa da Empresa Um estudo adequado dos custos da empresa nos proporciona o conhecimento

    do grau de eficincia tcnico-administrativa que a empresa deve alcanar. Este grau representa o estgio que a empresa deve alcanar para obter o maior e melhor proveito dos investimentos utilizados pela administrao. O estudo dos custos nos proporciona saber se a administrao possui um grau de eficincia tcnico-administrativa adequado.

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    1.2.2.10 Anlise da Economicidade de Operaes Este objetivo do custo obtido atravs da anlise das operaes pela empresa

    e dos custos envolvidos nelas. A anlise da economicidade de operaes ocorre na medida em que passamos a analisar o custo que envolve cada uma das operaes e atravs deste estudo buscarmos a operao mais econmica ou ainda a forma de execut-la de maneira mais econmica. Nesta anlise, tambm est envolvido o levantamento dos custos dos desperdcios, do tempo ocioso dos operrios, da capacidade ociosa do equipamento, dos produtos danificados, do trabalho necessrio para conserto, dos servios de garantia de produtos.

    1.2.2.11 Conhecimento do Nvel de Rentabilidade Econmica e do Ponto timo de Produtividade

    Uma empresa que produz um bem deve saber qual o seu nvel de rentabilidade econmico e do ponto timo de produtividade com vistos ao integral aproveitamento dos fatores da produo, sendo que, para ter este conhecimento ela precisa necessariamente da Contabilidade de Custos.

    O nvel de rendimento econmico obtido atravs do custo versus retorno. J o ponto timo de produtividade determinado em funo do nvel de produtividade que a empresa deva obter para absorver mais adequadamente os custos envolvidos com os fatores da produo.

    1.2.3 MEIOS UTILIZADOS PARA DETERMINAO DOS CUSTOS

    A elaborao e aplicao de um sistema de apropriao e clculos de custos so obtidas atravs da utilizao dos seguintes meios:

    1.2.3.1 Conhecimento dos Produtos, Materiais e Equipamentos Para que possamos elaborar um sistema de custos e obtermos os dados

    desejados, indispensvel que se conhea anteriormente o tipo de produto que ser produzido (forma, espcie, quantidade, tamanho, materiais necessrios, tipo de acondicionamento), as espcies de materiais que sero empregados na sua confeco (tipo, resistncia, maleabilidade, espessura, dimetro, comprimento, forma, quantidade, etc.) e o tipo de equipamento necessrio para a sua fabricao (quanto preciso: mquina comum ou CNC; quanto espcie: torno, furadeira, fresadora, injetora, serra, plaina, lixadeira etc.; quanto ao tamanho, pequena, mdia ou grande; e outras qualificaes que podem ser dadas aos equipamentos).

    1.2.3.2 Conhecimento do Processo Tcnico de Produo Ao estudarmos o custo de um produto precisamos do conhecimento do

    processo tcnico pelo qual ele vai ser produzido. Para que tenhamos o conhecimento do processo tcnico necessrio conhecermos:

    - os padres de qualidade exigidos para a produo do produto; - a forma pela qual se pretende produzi-lo; - as etapas necessrias para a sua obteno; - as exigncias tcnicas que o produto dever possuir; - o tempo necessrio para a preparao das mquinas; - o tempo necessrio em cada uma das etapas de sua produo;

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    - materiais necessrios para a sua fabricao; - tipo de equipamento necessrio; - tipo de mo-de-obra a ser utilizada (especializada ou no); - outros elementos necessrios para que detenhamos o conhecimento da

    tcnica pela qual obtido o produto desejado.

    1.2.3.3 Conhecimento do Processo de Distribuio O conhecimento do processo de distribuio o meio pelo qual obtemos a

    parcela do custo que se refere s despesas realizadas pela atividade comercial. O processo de distribuio composto pelos meios utilizados pela empresa para distribuir o produto.

    O processo de distribuio de uma atividade fabril pode ser dividido em duas etapas: antes da fabricao e depois da fabricao.

    a)Antes da Fabricao Nesta etapa encontramos as seguintes atividades mais importantes de

    distribuio na ordem aproximada em que so realizadas: - Pesquisa de Mercado; - Promoo; - Propaganda; - Venda; - Financiamento; - Crdito;

    b)Depois da Fabricao J nesta etapa encontramos as seguintes atividades mais importantes de

    distribuio: - Armazenagem; - Faturamento; - Transporte; - Cobrana; - Servios de Produtos

    O processo de distribuio pode ocorrer atravs de diversas alternativas, desde a entrega direta ao consumidor, at por meio de uma rede complexa de agentes e distribuidores. As despesas que formam os custos de distribuio variam do simples aluguel de lojas e depsitos at aqueles que se originam dos mtodos variados de pagamentos de comisses, passando pelos custos resultantes das mais diversas polticas de crdito e cobrana.

    1.2.3.4 Conhecimento das Atividades Administrativas e Auxiliares Atravs do conhecimento das atividades administrativas e auxiliares que se obtm o valor do custo envolvido com estas atividades e mais importante, se tem a cincia da forma, dimenso e abrangncia em que elas so executadas, bem como a inter-relao com os produtos fabricados.

    1.2.3.5 Planejamento do Sistema de Clculo dos Custos H vrios sistemas de se calcular os custos envolvidos num produto. Estes

    sistemas variam em funo da forma em que so alocados os custos, os quais podemos classificar em:

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    a)Quanto a Incorporao no Produto - Custeio por Absoro; - Custeio Direto ou Varivel; - Custeio Padro.

    b)Quanto a Forma de Alocao - Por Produto; - Por Processo; - Por Encomenda; - Por Ordem Especfica.

    c)Quanto as Despesas de Distribuio - Por produtos ou linhas de produtos; - Por rea de distribuio geogrfica; - Por divises administrativas da organizao de vendas; - Por canais de distribuio - como atacadista, varejista, etc.; - Por mtodo de solicitao - por visita do vendedor, telefone, correio, etc.; - Por mtodo de entrega; - Por vendedores individuais ou equipes de vendedores; - Por clientes individuais ou equipes de clientes; - Por depsito; - Por tamanho do pedido.

    Como vimos h vrios sistemas (existem outros alm dos citados) para calcular os custos, sendo que, torna-se fundamental planejarmos qual o sistema que mais se adapta ao caso e fazermos deste planejamento um caminho para chegarmos aos dados necessrios determinao de um custo preciso.

    1.2.3.6 Organizao do Trabalho Executivo A organizao do trabalho executivo um meio utilizado na obteno dos

    custos, na medida em que no possvel obtermos qualquer resultado sem organizao. No caso do custo, indispensvel existncia da organizao do trabalho executivo, pois atravs dela que so coordenadas todas as etapas e pessoas necessrias na elaborao e aplicao de um sistema adequado de apropriao e clculos de custos.

    1.2.3.7 Controle de Execuo do Trabalho O controle de execuo do trabalho um meio utilizado para a obteno e

    aplicao de um sistema de apropriao e clculo de custos, uma vez que, para a formao e aplicao do custo de qualquer produto necessrio que haja um controle do trabalho executado, caso contrrio o resultado encontrado pode no espelhar a realidade.

    Torna - se necessrio verificar periodicamente se os planos traados esto sendo atingidos dentro do estabelecido.

    1.2.3.8 Interpretao dos Resultados atravs da interpretao dos resultados que se obtm viabilidade ou no de

    um produto. Tambm atravs da anlise dos resultados que podemos detectar possveis falhas ou ento situaes crticas de custos. Esta interpretao um meio

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    utilizado na elaborao e na aplicao de um sistema de custos, na medida que, quando elaboramos um sistema de custos este deve estar munido de instrumentos que possibilitem a interpretao e anlise dos resultados obtidos. Alm do que, no basta saber quanto custa cada etapa de produo, mas sim verificar se em cada uma delas est maximizado o desempenho.

    1.2.3.9 Comparaes e Concluses As comparaes e concluses so fundamentais na aplicao de um sistema

    de apropriao e clculos de custos, pois atravs delas que podemos perceber se o mtodo utilizado para a coleta dos dados o mais adequado. Tambm nos possibilita saber se a forma de produo a mais adequada e por fim se o produto vivel.

    1.2.4 PRINCPIOS RELACIONADOS COM A DETERMINAO DOS CUSTOS

    Ao montarmos um sistema de apropriao e clculo de custos devemos seguir vrios procedimentos para que possamos obter o dado correto, no momento certo e no lugar desejado. A esses procedimentos denominamos de princpios. George S. G. Leone, em sua obra CUSTOS Planejamento, Implantao e Controle denomina estes princpios como "atitudes" bvias que o especialista de custos deve seguir diante dos objetivos a que se prope. Para Leone, so dez as "atitudes" que um especialista deve seguir:

    1 - Procurar sempre o equilbrio entre a velocidade da informao e a sua exatido.

    O rgo produtor de informaes gerenciais deve ser uma atividade dinmica, deve ser flexvel orientao gerencial, deve ser sensvel s novas exigncias mais rpidas por parte da administrao. Deve o especialista procurar prestar a informao com o grau de exatido adequado. Entretanto, a informao oportuna muitas vezes mais necessria - mesmo que no esteja dentro dos padres rigorosos de tamanho e qualidade - do que uma informao corretssima produzida com atraso.

    2 - Procurar sempre a resposta que se quer obter antes de tentar resolver o problema.

    O especialista deve estar preparado para dar as respostas exigidas pela gerncia.

    A organizao interna do setor sob sua responsabilidade e os critrios bsicos adotados devem ser preparados para dar essas respostas. No deve o especialista adiantar-se em estabelecer critrios, classificaes e registros de acumulao antes de conhecer o que vai ser exigido.

    3 - Procurar sempre adaptar os controles aos fins e no estes queles.

    Os objetivos preestabelecidos pela gerncia que devem prevalecer. O especialista no deve nunca tentar mudar o modo como a gerncia trabalha. Ele deve sempre procurar adaptar os instrumentos de controle s necessidades de acompanhamento do atingimento dos fins. exatamente disso que a gerncia

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    necessita. As prprias informaes e suas variaes relevantes apontadas por esses instrumentos de controle que iro alertar o gerente no sentido de alterar o seu modo de trabalhar e, talvez, at modificar os objetivos que traou.

    4 - Atentar sempre para o fato de que as informaes devem ser preparadas na forma que o usurio as deseje e as entenda.

    No desejvel que os relatrios sejam ininteligveis e morram nos arquivos e gavetas, sem jamais serem consultados. Para que tal no acontea, o planejamento e o contedo das informaes devem ser feitos sempre de acordo com as intenes do usurio e na forma que ele apontar.

    5 - Procurar sempre apontar para a gerncia os fatos e dados mais relevantes.

    Se necessrio, deve o especialista produzir para cada um dos responsveis, por determinadas reas de atividade, relatrios gerenciais simples e que disponham apenas das informaes pertinentes a cada rea de atuao. Caso esse procedimento no possa ser tomado, ele deve ajudar o gerente, apontando as informaes relevantes e especficas.

    O trabalho de anlise do comportamento de cada rea de atividade em face das informaes geradas pelo sistema ser muito mais til.

    6 - Atentar sempre para o fato de que a atividade do especialista age sempre como "termmetro" (indica, mas no age) e no como "termostato" (age desligando).

    As informaes prestadas gerncia pelo setor especializado devem indicar os desvios ocorridos nas operaes, as suas causas, mas nunca o especialista dever agir como responsvel pela correo dos mesmos. Caber ao sistema de informaes alertar a gerncia sobre as ocorrncias.

    Ser da competncia exclusiva do responsvel pela rea operacional dedicar-se tarefa de ajustamento e de tomada de decises em relao ao rumo que vai estabelecer..

    7 - Preocupar-se sempre com a proliferao de dados, de documentos, de registros e de relatrios inteis.

    uma tendncia natural sofisticao e a multiplicao dos relatrios. necessrio, vez por outra, fazer uma anlise do produto do setor gerador de informaes, no sentido de verificar se as mesmas ainda so vlidas e teis em face da constante mudana de polticas, objetivos e mtodos operacionais na empresa.

    8 - Procurar familiarizar-se com o processo operacional e com os seus termos.

    O especialista encarregado de produzir informaes gerenciais dever estar familiarizado com os sistemas operacionais da empresa, os quais so o objetivo de suas investigaes. De nada adianta o trabalho do responsvel pelo setor de apoio se ele no entender a linguagem e o que faz o homem da atividade-fim.

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    9 - Procurar familiarizar o pessoal de operaes com os mtodos e critrios adotados pelo especialista de sistema de informaes.

    Tanto o pessoal que fornece dados operacionais e econmicos para o componente de sistema de informao, como o pessoal que recebe seus relatrios deve estar familiarizado com os critrios de acumulao e de classificao utilizados. O pessoal operacional deve ser sensvel aos problemas da atividade de gerao de informaes. Somente desse modo, atravs de uma linguagem entendida por todos, que esta ter sucesso e seus relatrios sero de utilidade para os diversos nveis gerenciais de planejamento, de controle e de deciso.

    10 - Procurar sempre evitar a seguinte situao: "O incompetente informando o irrelevante ao indiferente.

    O especialista deve agir para mudar cada um dos trs aspectos da situao prejudicial, acima apresentada.

    A competncia deve partir do prprio elemento responsvel pela gerao das informaes ao se preparar tecnicamente e ao adotar estas e outras atitudes.

    As informaes somente sero relevantes se no planejamento de sua produo o usurio tiver participao ativa. Informaes no significativas degradam todas as demais informaes que as acompanham. A indiferena do usurio altamente negativa em qualquer processo de produo de informaes.

    1.2.5 OS DEZ MANDAMENTOS DO BOM CONTROLE DE CUSTOS

    Thomas S. Dudick em sua obra Controle de Custos Industriais elaborou uma lista de dez pontos a serem verificados na avaliao de um sistema de custos, aos quais chamou de "Os Dez Mandamentos do Bom Controle de Custos", sendo eles os seguintes:

    1 - Controle todos os custos, no s um seguimento: No deixe desviar para a sua rea favorita, em detrimento de todas as outras.

    Cubra toda a demonstrao de lucros e perdas, entre as vendas e os lucros - controlando por responsabilidade funcional. Quando possvel, faa o pessoal de vendas comprar da fbrica e d-lhes sua prpria demonstrao de lucros e perdas - depois faa uma avaliao da operao de produo como unidade independente.

    2 - Resuma primeiro os elementos principais dos custos: Os detalhes so importantes, mas resista tentao de mostrar de quantas

    informaes voc dispe. Corte os detalhes em favor do quadro geral. Depois acompanhe o quadro geral com maiores informaes quando necessrio.

    3 - Use grficos para obter uma apresentao mais eficaz: Os grficos so uma excelente maneira de "secar" as estatsticas para

    determinar as tendncias. Aqui, mais uma vez, enfatize primeiro os grupos principais - depois entre nos detalhes, quando for necessrio.

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    4 - Conhea sua operao:

    No use seu sistema contbil para conseguir respostas fora. V para frente de batalha e investigue o que est por detrs das respostas. Depois, interprete os relatrios para a sua gerncia de acordo com os fatos.

    5 - Saiba o que est nas suas despesas indiretas: Descubra quais so os itens dominantes. Isto somente facilitar as

    apropriaes corretas para a determinao das taxas de despesas indiretas - tambm facilitar o controle melhor, j que voc vai saber o que est tentando controlar.

    6 - No faa de seu programa de instalao de oramento flexvel um grande projeto:

    No desperdice tempo precioso analisando resmas de dados histricos e preparando diagramas de disperso s dzias. Use as informaes atuais, com algumas consultas s histricas e converse com o pessoal para quem o oramento est sendo preparado. Faa-os notar o que voc est tentando conseguir e faa-os participar da instalao. Assim, haver mais probabilidade deles apoiarem seu programa e voc vai conseguir um oramento mais significativo.

    7 - Recupere suas despesas indiretas de acordo com a natureza do processo:

    Fique alerta para as recuperaes incorretas das despesas indiretas. Certifique-se de que voc est utilizando a base correta. Depois determine se voc tem o nmero correto de pontos de recuperao de despesas indiretas distribudos pelo processo, para assegurar que as diferenas de processo da fabricao sero consideradas na aplicao das despesas indiretas ao produto.

    8 - Use padres realistas de preferncia aos reais em seu sistema de custo:

    Aceite algumas ineficincias como custo normal do negcio. Se voc usar padres ideais sem provises, suas varincias vo ser to grandes que perdero o valor analtico e os gerentes analisados no vo demorar muito para desacreditar o sistema. A maioria dos gerentes gosta de servio difcil, mas o impossvel j outra coisa.

    9 - Se voc usar o custeio direto, use-o com sensatez: No custeio direto, os estoques so avaliados aos custos diretos ou variveis, e

    os custos fixos so debitados diretamente s despesas correntes. Tenha cuidado com alocao peridicas totais no desenvolvimento de uma demonstrao de lucro e perdas de uma linha de produto. Certifique-se de que voc no vai se enredar em praxes erradas.

    10 - No espere que seus clientes paguem a sua ineficincia: Lembre-se que as cotaes competitivas normais so baseadas em operaes

    razoavelmente eficientes e utilizao de equipamento timo. Faa suas cotaes de acordo com essas linhas e voc ter uma oportunidade maior de ser bem sucedido ao cotar um novo produto, porque vais saber onde assentam seus ps.

  • 2 ASPECTOS DOS CUSTOS

    2.1 TERMINOLOGIA UTILIZADA EM CUSTOS

    Antes de analisarmos os aspectos dos custos se faz necessrio discorrermos sobre a terminologia que utilizada em custos industriais. Esta terminologia no uniforme entre os estudiosos, no entanto, vamos utilizar a mais aceita.

    Gastos, Custos e Despesas so trs palavras sinnimas ou dizem respeito a conceitos diferentes? Confundem-se com Desembolso? E investimento tem alguma similaridade com elas? Perda se confunde com algum desses grupos?

    E quanto matria-prima, componentes, materiais auxiliares e materiais de consumo, so expresses que representam coisas diferentes ou so nomenclaturas sinnimas?

    No meio desse emaranhado todo de nomes e idias, normalmente o principiante se v perdido, e s vezes o experiente embaraado, por isso, passamos a utilizar a seguinte nomenclatura.

    2.1.1 GASTO

    Sacrifcio financeiro que a entidade arca para a obteno de um produto ou servio qualquer, sacrifcio esse representado por entrega ou promessa de entrega de ativos (normalmente dinheiro). S existe gasto no ato da passagem para a propriedade da empresa do bem ou servio, ou seja, no momento em que existe o reconhecimento contbil da dvida assumida ou da reduo do ativo dado em pagamento.

    Todo o gasto implica em desembolso, mas no so a mesma coisa, tendo eles dois conceitos distintos.

    2.1.2 INVESTIMENTOS

    Gasto ativado em funo de sua vida til ou de benefcios atribuveis a futuro(s) perodo(s).

    Todos os sacrifcios havidos pela aquisio de bens ou servios (Gastos) que so "estocados" nos Ativos da empresa para baixa ou amortizao quando de sua venda, de seu consumo, de seu desaparecimento ou de sua desvalorizao so especificamente chamados de investimentos.

    Podem ser de diversas naturezas e de perodos de ativao variados: a de matria-prima um gasto contabilizado temporariamente como investimento circulante; a mquina um gasto que se transforma num investimento permanente; as aes adquiridas de outras empresas so gastos classificados como

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    investimentos circulantes ou permanentes, dependendo da inteno que levou a sociedade aquisio.

    2.1.3 CUSTO

    Gasto relativo a bem ou servio utilizado na produo de outros bens ou servios.

    O custo tambm um gasto, s que reconhecido como tal, isto , como custo, no momento da utilizao dos fatores de produo (bens ou servios, para a fabricao de um produto ou execuo de um servio).

    2.1.4 DESPESA

    Bem ou servio consumidos diretamente ou indiretamente para a obteno de receitas.

    As despesas so itens que reduzem o Patrimnio Lquido e que tm essa caracterstica de representar sacrifcios no processo de obteno de receitas.

    Despesas so valores que foram aplicados contra a renda de um determinado perodo.

    Despesa o sacrifcio para se obter receitas e que vai para o resultado exatamente para, ao se deduzi-la das receitas, fazer aparecer o lucro ou o prejuzo.

    Todas as despesas so ou foram gastos. Porm, alguns gastos muitas vezes no se transformam em despesas (por exemplo, terrenos, que no so depreciados) ou s se transformam quando de sua venda.

    Todos os custos que so ou foram gastos se transformam em despesas quando da entrega dos bens ou servios a que se referem. Muitos gastos so automaticamente transformados em despesas, outros passam primeiro pela fase de custos e outros ainda fazem a via sacra completa, passando por investimento, custo e despesa.

    2.1.5 DESEMBOLSO

    Pagamento resultante da aquisio do bem ou servio, ou ainda, de quitao de uma obrigao.

    Pode ocorrer, durante ou aps a entrada da utilidade comprada, portanto defasada ou no do gasto.

    2.1.6 PERDA

    Bem ou servio consumido em forma anormal e involuntria. No se confunde com despesa (muito menos com o custo), exatamente pela

    sua caracterstica de anormalidade e involuntariedade; no sacrifcio feito com inteno de obteno de receita. Exemplos comuns: perdas com incndios, obsoletismo de estoques etc.

    So itens que vo diretamente conta de Resultado, assim como as despesas, mas no representam sacrifcios normais ou derivados de forma voluntria das atividades destinadas obteno da receita. muito comum o uso da expresso "perda de material" na fabricao de inmeros bens; entretanto, a quase totalidade dessas "perdas" , na realidade, um custo, j que so valores sacrificados de

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    maneira normal no processo de produo, fazendo parte de um sacrifcio j conhecido at por antecipao para a obteno da receita almejada.

    Cabe aqui ressaltar que inmeras perdas de pequenssimo valor so na prtica comumente consideradas dentro dos custos ou das despesas, sem sua separao; e isso permitido devido irrelevncia do valor envolvido. No caso de montantes apreciveis, esse tratamento no correto.

    2.1.7 MERCADORIA

    Mercadorias so materiais adquiridos junto a outras empresas e que so destinados venda no estado em que foram comprados, ou seja, sem sofrer qualquer alterao fsica. O termo mercadorias amplamente utilizado nas empresas comerciais, visto que, as mesmas comercializam bens na forma que eles foram adquiridos. Muitas indstrias tambm comercializam mercadorias, embora o seu maior objetivo comercializar produtos.

    2.1.8 PRODUTOS

    Produtos so bens que foram fabricados pela empresa atravs de processos produtivos onde ocorreu algum tipo de alterao fsica dos materiais comprados. Existem vrios tipos de processos de produo, entre eles encontram-se: industrializao, transformao, embalagem, acondicionamento, montagem etc.

    Existem dois tipos de produtos:

    a) Produtos em elaborao So os produtos que ainda no esto prontos para serem vendidos. So

    produtos que necessitam de mais operaes para atingir o estgio necessrio para serem comercializados. Esses produtos tambm so conhecidos por produtos semiprontos, produtos semiacabados, produtos em produo.

    b) Produtos prontos So os produtos que foram fabricados pela empresa, com o objetivo de serem

    vendidos, e que j se encontram em condies para serem co