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Apostila - Cuidados Com o Idoso

Jan 10, 2016

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COSTAWASHINGTON

Cuidadeos com o idoso
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  • CUIDADOS COM O IDOSO

    (Apostila Oficial do Curso)

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    DICAS PARA A BOA APRENDIZAGEM EM CURSOS DISTNCIA:

    O BOM ALUNO DE CURSOS DISTNCIA:

    Nunca se esquece que o objetivo central aprender o contedo, e no apenas terminar o curso. Qualquer um termina, s os determinados aprendem! L cada trecho do contedo com ateno redobrada, no se deixando dominar pela pressa. Sabe que as atividades propostas so fundamentais para o entendimento do contedo e no realiz-las deixar de aproveitar todo o potencial daquele momento de aprendizagem. Explora profundamente as ilustraes explicativas disponveis, pois sabe que elas tm uma funo bem mais importante que embelezar o texto, so fundamentais para exemplificar e melhorar o entendimento sobre o contedo. Realiza todos os jogos didticos disponveis durante o curso e entende que eles so momentos de reforo do aprendizado e de descanso do processo de leitura e estudo. Voc aprende enquanto descansa e se diverte! Executa todas as atividades extras sugeridas pelo monitor, pois sabe que quanto mais aprofundar seus conhecimentos mais se diferencia dos demais alunos dos cursos. Todos tm acesso aos mesmos cursos, mas o aproveitamento que cada aluno faz do seu momento de aprendizagem diferencia os alunos certificados dos alunos capacitados. Busca complementar sua formao fora do ambiente virtual onde faz o curso, buscando novas informaes e leituras extras, e quando necessrio procurando executar atividades prticas que no so possveis de serem feitas durante as aulas. (ex.: uso de softwares aprendidos.) Entende que a aprendizagem no se faz apenas no momento em que est realizando o curso, mas sim durante todo o dia-a-dia. Ficar atento s coisas que esto sua volta permite encontrar elementos para reforar aquilo que foi aprendido. Critica o que est aprendendo, verificando sempre a aplicao do contedo no dia-a-dia. O aprendizado s tem sentido quando pode efetivamente ser colocado em prtica.

    Aproveite o seu aprendizado.

    Atenciosamente, Equipe Weblife Studios

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    NDICE

    O Idoso e o cuidador ..................................................... 05 o Leis e nmeros o Programa de Cuidado com o Idoso o Cuidador o Revisando e refletindo

    Capacidade funcional ..................................................... 15 o Avaliao funcional o Mantendo a capacidade funcional

    Cuidados ........................................................................ 26 o Atividades fsicas o Evitando acidentes domsticos o Alimentao do idoso o Situaes de emergncia

    Doenas mais comuns ................................................... 46 o Hipertenso arterial o Diabetes o Reumatismos o Osteosporose

    Consideraes finais ...................................................... 59 o Lazer do idoso o A velhice e a morte

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    MDULO - O IDOSO E O CUIDADOR

    Leis e nmeros

    Envelhecimento da populao

    Voc sabia que o envelhecimento da populao mundial est aumentando a passos largos?

    Em todo o mundo, a quantidade de pessoas com 60 anos ou mais est crescendo mais rapidamente que a de qualquer outra faixa etria.

    Estima-se que em 2025, existir um total de aproximadamente 1,2 bilhes de pessoas com mais de 60 anos. At 2050 haver dois bilhes.

    No Brasil, impressiona a rapidez com que esse envelhecimento tem ocorrido. Segundo a Organizao Mundial de Sade (OMS), at o ano de 2025, a populao idosa no Brasil crescer 16 vezes, contra 5 vezes da populao total.

    Nosso pas est classificado como a sexta populao do mundo em nmero de idosos, correspondendo a mais de 32 milhes de pessoas com 60 anos ou mais de idade.

    No h mais sentido falar que o Brasil um pas de jovens.

    "Quando quis tirar a mscara, estava pregada cara. Quando a tirei e me vi ao espelho, j tinha envelhecido." Fernando Pessoa

    Expetativa de vida

    Outro dado importante para se pensar no aumento da expectativa de vida do idoso.No Brasil, a taxa de mortalidade e fecundidade sempre foi alta, gerando uma populao onde a grande maioria era de jovens. Com a diminuio da taxa de mortalidade, e ao poucos da de natalidade tambm, ocorreu uma elevao da

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    expectativa de vida mdia da populao e um aumento - em termos absolutos e proporcionais - do nmero de pessoas atingindo idades avanadas.

    A expectativa de vida no Brasil:

    1900: no ultrapassava os 33,7 anos; 1940: no ultrapassava os 39 anos; 1950: chegou a 43,2; 1960: j era 55,9; 1960 a 1980: alcanou os 63,4.

    Atualmente, est em 68 anos e em 2025 ser de 80 anos.

    Hoje, os idosos so cerca de 14 milhes de brasileiros, o que significa mais de 9% de uma populao de mais de 170 milhes de habitantes. (Cmara dos Deputados, 2001).

    Conseqncias

    Essa mudana na composio da idade da populao j comeou a provocar conseqncias preocupantes hoje, e talvez alarmantes no futuro.

    Transio epidemiolgica.

    o fenmeno responsvel pela mudana do perfil de doena, no qual as doenas infecto-parasitrias (transmissveis, causadas por vrus) cedem lugar progressivamente s doenas crnicas e degenerativas no-transmissveis, mais complexas e de tratamento mais caros, tpicas das pessoas mais idosas.

    Transformaes na vida da famlia.

    Principalmente pelo fato de a idade avanada fazer aumentar a necessidade de ateno, o que nos leva a entender que viver mais acarreta srias implicaes para a qualidade de vida, no s do idoso como de todos que se envolvem no seu viver dirio. Dependendo das circunstncias do viver dirio, as possibilidades de ocorrncia de violncia intrafamiliar se tornam uma realidade.

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    Abandono dos idosos.

    Tambm tem sido uma realidade amarga em muitos pases. Em uma sociedade na qual a produtividade dita seu funcionamento, o idoso se torna uma despesa para as famlias.

    E a situao do idoso se agrava mais ainda quando ele no possui algum tipo de penso. No meio rural e na periferia urbana, h velhos excludos, annimos e marginalizados. Nas classes mdias: o isolamento, a perda de papis familiares e de trabalho, associados s perdas de poder aquisitivo, no compensadas pela aposentadoria.

    Poltica Nacional do Idoso

    Com a finalidade de regulamentar a situao do idoso no Brasil, polticas vm sendo desenvolvidas. Mas pode-se notar que elas no tm sido l muito eficazes.

    A Poltica Nacional do Idoso (PNI), na Lei 8.842/94, estabelece direitos sociais, garantia da autonomia, integrao e participao dos idosos na sociedade, como instrumento de direito prprio de cidadania.

    Ela dita que sejam criados mecanismos que impeam a discriminao e possibilitem a participao do idoso no mercado de trabalho. Os programas de assistncia ao idoso devem elaborar critrios que garantam:

    o acesso do idoso moradia popular; o desenvolvimento de condies habitacionais adaptadas s condies de

    acesso e locomoo, que podem ser limitadas pela idade;

    a diminuio das barreiras arquitetnicas e urbanas.

    Para possibilitar ao idoso a participao em eventos culturais, os preos de ingressos devem ser reduzidos em todo o territrio nacional. Eles devem ainda ser estimulados a desenvolverem atividades culturais e de lazer, devendo ser possibilitada a transmisso de suas

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    habilidades e informaes ao pblico jovem, como forma de preservar e continuar a identidade cultural.

    Por fim, assegurado ao idoso o direito de dispor seus bens, penses e benefcios, exceto em casos de incapacidade judicialmente comprovada.

    dever de todo cidado denunciar qualquer mau trato, negligncia ou desrespeito infligido ao idoso.

    Apesar de j existir desde 1994, muito pouco do que foi definido em lei pode ser visto como prtica hoje no Brasil.

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    Programa de Cuidado com o Idoso

    Voc pode estar fazendo uma pergunta: para que devo fazer esse curso? Onde posso utilizar esse aprendizado?

    Voc por em prtica os conhecimentos adquiridos aqui com seus parentes que j so idosos e na comunidade em que vive, principalmente em regies onde no h nenhum programa voltado para essa faixa etria.

    Nosso objetivo desenvolver juntamente com voc um programa para atender os idosos. Chamaremos esse programa de Programa de Cuidado com Idosos.

    "Honra-se a velhice, mas ela no amada" Diderot

    Programa de Cuidados com o Idoso

    Este programa tem como objetivo desenvolver aes prticas para manter o idoso ativo e independente nas suas atividades mais simples do dia-a-dia.

    Assim, se conseguirmos responder s questes abaixo e atingirmos tais metas, teremos em mos um timo programa.

    Qual a real capacidade funcional do idoso, ou seja, o que ele capaz de fazer diariamente?

    Como preservar essa capacidade? Em caso de incapacidade funcional, como reabilitar essas capacidades? Como prevenir e reduzir o isolamento social? Como prevenir o agravamento de condies que diminuem a capacidade

    funcional e facilitam a instalao de enfermidades?

    Metas:

    Estimular, supervisionar ou substituir a pessoa idosa na realizao de atividades bsicas de vida diria.

    Inserir a pessoa idosa na comunidade e na instituio em que vive, estimulando sua participao na definio das rotinas e do viver em coletividade.

    Definir cuidadores e capacit-los para oferecer cuidados bsicos com o idoso.

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    Cuidador

    Escolher um Cuidador

    Um passo importante a escolha de um cuidador.

    O ideal que seja algum bem prximo do idoso, como um familiar. Dever ser ainda uma pessoa com disponibilidade de tempo para seguir as atividades do idoso, ajudando-lhe nas situaes indispensveis que ele no possa fazer sozinho.

    importante que ele tenha um bom relacionamento com o idoso e que tenha um mnimo de capacidade de absorver as informaes a seguir e coloc-las em prtica.

    Funes vitais

    Algumas funes so fundamentais para a nossa sobrevivncia.

    Se estamos vivos e ativos sinal de que, pela manh, fomos capazes de:

    acordar; sair da cama; ir ao banheiro; fazer nossa higiene, com produtos que, ocasionalmente, ns mesmos fomos

    comprar;

    usar o sanitrio; tomar o caf da manh, que por vezes ns mesmos preparamos; interagir com os outros; saber das notcias do dia, da agenda a ser cumprida, de planos e projetos; sair de casa ou do apartamento, usando a escada ou elevador; ir a algum lugar a p, ou por outro meio de transporte; adquirir um livro, que lemos porque somos capazes de faz-lo; voltar para casa e continuar o dia at a hora de ir para cama.

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    Caso no nos seja possvel efetuar essas atividades simples, que so da rotina diria, ser necessrio que algum as faa por ns ou nos ajude a faz-las. Esse "algum" quem chamamos de CUIDADOR.

    Algumas vezes, mais de uma pessoa na famlia so cuidadores, mas sempre importante ter um responsvel.

    Independncia funcional

    Independncia funcional a capacidade que cada um tem de realizar sozinho todas as funes essenciais do seu dia-a-dia.

    Se algum se torna incapaz de realizar uma ou mais atividades, e passa a precisar de outra pessoa para auxili-lo a recuperar a capacidade ou para ajud-lo nessas atividades, dizemos que esta pessoa possui uma incapacidade funcional, ou seja, trata-se de algum dependente.

    O idoso que no mais capaz de cuidar dele mesmo em uma ou mais funes bsicas da vida cotidiana (vestir-se, tomar banho, transferir-se de uma cadeira, alimentar-se, por exemplo) passa a precisar de algum que o faa por ele, determinando a necessidade de um cuidador

    Cuidador a pessoa que oferece tais cuidados para suprir a dependncia instalada - seja ela temporria ou definitiva.

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    Treinando um cuidador

    O grande desafio do cuidador saber interpretar e respeitar os limites do idoso sem deixar que isso interfira nos cuidados.

    Um esforo grande ser o de no julgar pela aparncia. Um idoso ranzinza ou aptico est querendo dizer o qu?

    O seu trabalho ser o de averiguar o porqu deste comportamento e tentar controlar as situaes mais complicadas, inclusive a sensao de perda e solido, que muitas vezes transparecem nas atitudes do idoso.

    O cuidador deve conquistar sua confiana. Cuidar de pessoas idosas supe acreditar que eles tm potencial e que sempre possvel melhorar a nossa maneira de viver e a dos outros.

    importante:

    Ter uma boa apresentao: na higiene, na linguagem, evitando, por exemplo, grias, palavras obscenas e piadinhas, e ainda, usar uma linguagem clara para o idoso.

    Saber ouvi-lo to importante como falar. Cada idoso traz consigo sua histria de vida que no deve nunca ser ignorada ou diminuda pelo cuidador. Pelo contrrio, ouvi-lo contar sobre seu passado favorece a construo de uma melhor auto-estima, proporciona momentos de satisfao e de valorizao do que ele j viveu.

    A aparncia, a atitude e o acolhimento de quem cuida do idoso fazem muita diferena no bem-estar da pessoa idosa.

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    So atitudes positivas: ser alegre, conciliador, cooperativo, entusiasmado, grato, generoso e tolerante.

    So atitudes negativas: nunca estar contente, lamentar sem motivos, ser controlador, ditador, autoritrio, agressivo e egosta.

    No o confronte nunca com suas informaes, mas as oferea como uma outra opo de grande valor. Falar de maneira clara, ficar de frente e olhando para o idoso, estar atento s suas manifestaes so maneiras simples de facilitar a convivncia. Olhar nos olhos, sorrir, estabelecer um contato visual e prestar ateno so poderosos meios de comunicao.

    Algumas frases e palavras teis:

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    Revisando e refletindo

    Pense e reflita sobre as seguintes questes:

    Em sua opinio qual a importncia da ateno especial com os idosos?

    Quais devem ser as principais metas de um programa para cuidados com idosos?

    Qual a sua experincia com idosos? Quais pontos da lei do idoso que voc acha que j so

    realidade no Brasil?

    Pesquise um pouco sobre a vida de idosos em outros paises.

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    MDULO - CAPACIDADE FUNCIONAL

    Avaliao funcional

    Capacidade funcional

    A capacidade funcional a capacidade do indivduo de realizar as atividades fsicas e mentais necessrias para manuteno de suas atividades bsicas e instrumentais, ou seja: tomar banho, vestir-se, realizar higiene pessoal, transferir-se, alimentar-se, manter a continncia, preparar refeies, ter controle financeiro, tomar remdios, arrumar a casa, fazer compras, usar transporte coletivo, usar telefone e caminhar uma certa distncia.

    A capacidade funcional um dos importantes marcadores de um envelhecimento bem sucedido e da qualidade de vida dos idosos. A perda dessa capacidade est associada fragilidade, dependncia, institucionalizao, risco aumentado de quedas, morte e problemas de mobilidade, trazendo complicaes ao longo do tempo, e gerando cuidados de longa permanncia e alto custo.

    A grande maioria dos idosos portadora de doenas crnicas, deficincias ou apresentam problemas mdicos, todos fortemente associados com a perda da capacidade funcional. Entretanto, observa-se que a capacidade funcional influenciada tambm por fatores demogrficos, scio-econmicos, culturais, psicolgicos e sociais.

    Assim, mais do que saber s a idade da pessoa ou as doenas que porventura acompanham o seu envelhecimento, o importante saber o que o idoso capaz de fazer.

    A avaliao funcional

    Uma questo importante na sade da pessoa mais velha saber o que o idoso fazia at 2 semanas atrs, o que faz hoje, o que gostaria de fazer amanh. Em outras palavras, importante responder pergunta: o que dificulta a sua capacidade de realizar as tarefas dirias?

    A perda de algumas capacidades funcionais observada durante o processo de envelhecimento normal. Estudos realizados com idosos mostraram que:

    25% tinham dificuldades para realizar atividades de limpeza pesada em casa;

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    20% tinham dificuldades para caminhar; 10% tinham dificuldades no banho, no manejo de dinheiro, e no uso de

    telefone;

    5% tinham dificuldade para caminhar, usar o sanitrio e comer. O indivduo idoso deve ser observado em relao ao que faz, ao que capaz de fazer, ao que deseja fazer. Uma avaliao deve incluir o funcionamento mental, o ambiente fsico, a situao socioeconmica e os desejos do idoso quanto sua qualidade de vida.

    Como fazer uma avaliao funcional

    A avaliao deve ser em seu ambiente domiciliar. O que o idoso capaz de fazer no seu dia-a-dia? Porque ele no pode fazer determinadas aes?

    Para acompanhar o envelhecimento de um idoso importante que se tenha uma ficha como a que se segue, onde dados so anotados de tempos em tempos para dar uma viso maior de suas perdas, se sbitas ou lentas.

    Preencha uma ficha simples do idoso como os dados abaixo:

    Nome:__________________________________ Data de Nascimento:____/____/____ Sexo:___

    Avaliao funcional fsica Doenas que possui:_________________________________________________________ Medicamentos que usa diariamente: _____________________________________________

    Atividades funcionais:

    Caminha sozinho: ( ) sim ( ) no Porque no?

    Acorda pela manh e sai sozinho da cama: ( ) sim ( ) no Porque no?

    Vai ao banheiro, faz suas necessidades fisiolgicas sozinho: ( ) sim ( ) no Porque no?

    Escova seu cabelo, escova seus dentes, corta suas unhas, toma banho sozinho: ( ) sim ( ) no Porque no?

    Prepara seu prprio alimento: ( ) sim ( ) no Por que no?

    Consegue caminhar pelas ruas e faz compras ou visitas: ( ) sim ( ) no Porque no?

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    Avaliao funcional / comportamental

    Alegre ou triste? Nervoso/irritado ou calmo e

    seguro?

    Deprimido/desanimado/desinteressado ou disponvel e animado?

    Tmido ou expansivo e comunicativo?

    Rabugento/ranzinza ou carinhoso e amvel? Carente ou confiante?

    Por que avaliar?

    A avaliao do idoso deve ser global e buscar conhecer suas habilidades dentro de sua faixa etria. Pode ser difcil saber a diferena entre o que resulta do processo de envelhecimento normal e o que sinal de alguma doena.

    Para ser capaz de realizar as atividades de vida diria, preciso que o corpo funcione bem.

    Entenda-se por corpo no apenas o fsico, mas tambm a mente. No estar bem do ponto de vista mental afeta a capacidade de realizar tarefas simples. Um exemplo a depresso: a pessoa deprimida, ainda que esteja enxergando bem, caminhando sem dificuldades, escutando bem, pode queixar-se de que a memria no est boa. Isso porque perdeu o interesse em atividades que antes eram prazerosas para ela.

    Por outro lado, algum com crise de artrite nas mos pode no ser capaz de escrever - no porque perdeu a capacidade intelectual, mas porque a dor o impede de fazer os movimentos da escrita.

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    Outra armadilha o efeito de medicamentos nas funes de vida diria. Medicamentos usados para induzir o sono podem tornar o idoso mais lento e prejudicar sua habilidade para determinadas funes, como ateno e memria.

    Assim, corpo e mente andam juntos e a avaliao funcional tentar conhecer ambos.

    Conhecendo o idoso

    Conhecer o idoso hoje muito importante para ajud-lo amanh. Se hoje um idoso capaz de andar e amanh no, tenho que me perguntar por qu. A resposta pode estar em um quadro de depresso comum nessa faixa etria, mas pode ser tambm um quadro de doena como um derrame, um quadro de infeco e outros.

    Sempre que um idoso perde uma capacidade funcional, preciso que se encontre respostas para justificar aquela perda e para determinar o que fazer em relao a ela. No se pode apenas achar que as perdas de funes so da idade.

    Assim, sempre que voc perceber a perda de uma funo, deve comunicar o fato a algum que pode ajud-lo a entender o que ocorreu, um agente de sade, um mdico, etc.

    Toda e qualquer mudana de comportamento necessita de vigilncia e deve ser analisada e levada ao conhecimento de algum que possa ajud-lo a entender o que realmente est acontecendo.

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    Os idosos podem manifestar distrbios do comportamento de modo sbito.

    Exemplo: O Estado Confusional Agudo ou Delirium uma situao na qual de repente o idoso se torna confuso, sem saber onde est, no reconhece as pessoas, etc. Muitas vezes isso traduz um problema grave, que ainda no havia sido detectado, como infeces, piora de um diabetes, de uma hipertenso arterial, etc. Geralmente os idosos com quadro de Delirium apresentam-se mais confusos e agitados durante a noite. Os idosos mais susceptveis so os portadores de Demncia.

    Revisando e refletindo

    O que voc acha mais importante na avaliao funcional de um idoso?

    Como avaliar esses pontos? Como avaliar o comportamento de um idoso?

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    Mantendo a capacidade funcional

    Como ajudar a manter a capacidade funcional

    J sabemos que o idoso, como todo ser humano, um produto de sua sade fsica e mental. O bom estado da sade mental do idoso j coopera com 70% de seu bem estar.

    Saber que amado e que no est sozinho tem um valor incalculvel para todo ser humano e especialmente para o idoso.

    Assim, se o cuidador algum treinado e com habilidade de passar essa confiana ao idoso, muitos problemas deixaro de existir. A sensibilidade de saber ouvir e falar torna-se uma ferramenta teraputica nesses casos.

    Violncia contra o idoso

    Em seu processo de envelhecimento, a pessoa idosa pode sofrer alteraes de diversas ordens que gerem fragilidade, muitas vezes associada a uma doena degenerativa. Tal condio torna o idoso dependente de cuidados de outros.

    Trata-se de uma temtica complexa, de difcil estudo e identificao, sobretudo em idosos, porque eles geralmente no denunciam abusos, menosprezo, abandono e desatenes sofridas, por medo de serem punidos e perderem o acolhimento que esto recebendo de seus cuidadores, que so, ao mesmo tempo, os prprios agressores. Outros sentem vergonha de fazer denncias. H ainda aqueles que sofrem de maus-tratos sutilmente mascarados que no se do conta de que esto sendo vtimas de violncia.

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    Perfil dos idosos

    Com o objetivo de analisar as condies do idoso e fatores de risco da violncia contra o idoso, um grupo da Universidade Estadual do Sul da Bahia (UESB) publicou um trabalho - Fatores de risco de maus-tratos ao idoso na relao idoso/cuidador em convivncia intrafamiliar, 2003 - onde importantes dados foram levantados:

    A maioria dos idosos (72%) observados na pesquisa era mulher, com faixa etria entre 60 e 80 anos. As vivas viviam geralmente com seus filhos e netos. As casadas viviam como o casal idoso dependente de cuidados de uma famlia. A questo de gnero tambm est ligada aos fatores de risco de maus-tratos no contexto da violncia intrafamiliar, uma vez que a mulher foi e "vtima" mais fcil por razes histricas: considerada frgil, indefesa e, no caso da idosa, duplamente fragilizada em funo das circunstncias do envelhecimento.

    Quanto renda, os dados mostraram que a maioria dos idosos (92%) era beneficiria da previdncia social e recebia apenas um salrio mnimo. Muitas vezes a principal fonte de renda fixa da famlia, o que gera o risco dos idosos serem explorados financeiramente por seus familiares.

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    O isolamento do idoso

    O isolamento do idoso tambm foi avaliado nessa pesquisa. Por causa das limitaes impostas pela dependncia e necessidade de ajuda dos outros para quase tudo, os idosos justificaram seu isolamento, no saindo mais de casa, em algumas de suas falas: "No ando mais, a vista no deixa". "No posso andar e no vou s". "Estou na cadeira de rodas". "No preciso mais...". "No tem aonde". "Ando muito doente". "S vivia para trabalhar, agora no posso mais ficar andando". "Ns velho s temos que esperar a morte". "No gosto dessas coisas". "A gente perde o gosto quando fica velho". "Tenho dificuldade de sair de casa por causa da doena". "No gosto de sair assim".

    Sobre o sentir se amado pelos familiares as respostas foram:

    "Eles no gostam de mim". "s vezes eu no convivo bem com a nora". "Mais ou menos, eu vou levando". "De vez em quando a gente briga". "No est bem por completo, sempre h as desavenas". "No muito bom no, a gente se atura". " que nem mar, uma hora est bom, outra no est, mais pra ruim".

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    " meio perturbado, s vezes a gente sai na briga eu, meu filho e a nora". "Meu genro briga muito aqui dentro de casa".

    Sobre cuidados, omisso e negligncia, constatou-se que os idosos reclamavam da falta de culos, dentaduras, aparelhos auditivos, bengalas ou cadeiras de roda.

    Perfil do cuidador

    O perfil do cuidador na maioria das vezes: mulher solteira, no trabalha fora e fica todo o dia em casa com o idoso (a), dedicando-se exclusivamente ao cuidado do idoso na prpria casa, alm de desenvolver seus costumeiros afazeres domsticos e familiares.

    Normalmente essa funo de cuidadora lhe imposta. Perguntadas se tinham algum tempo livre para vida social responderam:

    "No tenho tempo". "No posso sair e deix-la sozinha". "No posso sair". "Porque no tenho para onde ir e no posso deix-la sozinha". "No posso sair direto e deix-los sozinhos". "Fico cuidando da casa e de me mais pai e no sobra tempo". "Eu cuido deles o dia inteiro, no tenho tempo, a noite estou cansada". "Estudo e fao as coisas dentro de casa, alm disso, cuido dela, no sobra tempo".

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    D para ver que o trabalho de cuidar de um idoso reduziu consideravelmente a participao do cuidador em atividades sociais e de lazer. Como conseqncia, possvel que suas relaes com seus prprios familiares e amigos diminuam tanto em quantidade quanto em qualidade, levando o cuidador a um processo de isolamento social.

    Constitui, conseqentemente, fator de risco de ocorrncia de doenas, tenses emocionais, relaes conflituosas e omisso de cuidados ou negligncia, e possveis abusos fsicos e psicolgicos durante o desenvolvimento de tarefas de cuidar do idoso.

    Todo esse contexto social e familiar de cuidado, neste mesmo estudo, resultou em respostas que concorreram para se obter depoimentos dos cuidadores, revelando:

    a falta de tempo para cuidar-se (64%);

    impossibilidade de trabalhar fora (46%);

    desgaste da sade (44%); reduo no tempo de lazer

    (38%);

    depresso (38%); problemas econmicos (20%); falta de tempo para cuidar de

    outras pessoas, como cnjuges e filhos, 6 (12%);

    necessidade de abandono do trabalho (8%);

    e conflitos conjugais (4%).

    Algumas concluses

    preciso ficar atento para esses pontos de atrito que iro surgir no curso da convivncia. Caso j existam, necessrio um trabalho no sentido de diagnostic-los, e buscar solues onde toda a famlia possa participar com a distribuio de responsabilidades, dias livres para o cuidador, etc.

    Manter a famlia informada e prxima do idoso tambm lhe traz confiana e vontade de viver. Quando um idoso pode cuidar dos netos, por exemplo, essa tarefa lhe d um sentimento de valor, o que vital para a sobrevivncia do ser humano. A sensao de

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    inutilidade em uma sociedade gera no indivduo o desejo de morte.

    Oferea tarefas simples compatveis com a capacidade funcional do idoso.

    Deixe-o cuidar do jardim, de netos, fazer trabalhos manuais, ajudar nos cuidados com a casa, etc., sempre observando seus limites impostos pela idade. Visitas a familiares devem sempre ser estimuladas para que laos de afeto mantenham-se sempre vivos.

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    MDULO - CUIDADOS

    Atividades fsicas

    Importncia

    A atividade fsica um ponto importante na qualidade de vida do idoso.

    No entanto, o tipo de exerccio a ser realizado depende do organismo e da vontade de cada um. O idoso precisa olhar para si e ver qual a sua capacidade funcional nas atividades do dia-a-dia, como subir as escadas de um nibus, carregar panelas de presso, arrumar camas, abaixar-se para ver o forno, por exemplo.

    A atividade fsica ir melhorar sua capacidade de desempenhar essas e outras tarefas cotidianas.

    Alteraes e limitaes

    O processo do envelhecimento traz consigo alteraes fisiolgicas e na capacidade fsica que acabam limitando os idosos na prtica das atividades fsicas.

    As principais limitaes funcionais ao treinamento fsico so:

    Reduo da capacidade cardio-respiratria. Reduo da habilidade de desempenhar exerccios em intensidades moderadas

    e intensas.

    Reduo da capacidade de adaptao ao treinamento fsico. Fraqueza muscular e aumento da sensao de fadiga. Problemas degenerativos de ossos, tendes e articulaes. Maior suscetibilidade dor muscular e leses. Diminuio do equilbrio e coordenao neuromuscular. Diminuio da viso e da audio.

    Assim, fundamental a avaliao da sade do idoso.

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    Quanto a limitaes no quadro de sade, sempre necessrio observar a existncia de doenas associadas (diabetes, obesidade, hipertenso arterial...), pois comum o idoso apresentar mais de uma doena.

    Deve-se tomar cuidado ainda com os efeitos da medicao em uso com a atividade fsica e, sempre que possvel, promover o intercmbio de informaes na evoluo do programa de atividade fsica com o mdico responsvel.

    Atividade fsica no combate a doenas

    Estudos mostram que pelo menos 70% dos idosos tm um problema de sade e a atividade fsica pode ser uma grande aliada do tratamento.

    A prtica da atividade fsica pode controlar a manifestao e os sintomas de vrias doenas, como a hipertenso, por exemplo, e reduzir o consumo de remdios. Para isso, preciso trabalhar com trs sistemas do corpo humano: o cardiovascular, o nervoso e o msculo-esqueltico.

    Entre as atividades que trabalham o sistema cardiovascular esto: andar de bicicleta, caminhar e fazer natao.

    Privilegiam o sistema msculo-esqueltico a musculao e a ginstica, por exemplo. Atividades com movimentos mais suaves do mais ateno ao sistema nervoso.

    Aps a realizao da avaliao de sua capacidade funcional e de sua sade, o idoso deve escolher a atividade de que mais gosta.

    importantssimo que ele tenha prazer. Ao fazer algo que no gosta, o idoso pra aps dois meses do incio dos exerccios, por isso vale experimentar vrias atividades fsicas at encontrar a que melhor se adapta ao seu perfil.

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    Benefcios da atividade fsica

    Melhora da velocidade ao andar e do equilbrio. Manuteno e/ou aumento da densidade ssea. Auxlio no controle do diabetes, da artrite, das doenas cardacas e dos

    problemas com colesterol alto e hipertenso.

    Melhora da ingesto alimentar. Diminuio da depresso. Reduo da ocorrncia de acidentes, pois os reflexos e a velocidade ao andar

    ficam melhores.

    Manuteno do peso corporal e melhora da mobilidade do idoso.

    Prepare o idoso para a atividade fsica

    Evite fazer exerccios fsicos sob o sol forte. Tome gua moderadamente antes, durante e depois da atividade fsica. Use roupas leves, claras e ventiladas. No faa exerccios em jejum, mas evite comer demais antes da atividade

    fsica.

    Use sapatos confortveis e macios.

    As atividades fsicas devem obedecer os limites do idoso. Caminhadas em locais sem trfego de veculos e planos, relaxamentos, alongamentos, exerccios aquticos, exerccios fisioteraputicos devem sempre ser estimulado, mas sempre acompanhados do cuidador ou de um profissional habilitado.

    Idosos com dificuldade para caminhar devero contar com o apoio de acessrios (bengalas, andadores e corrimos nos corredores, por exemplo), alm da ateno e de mais cuidado do cuidador.

    Devemos evitar o uso precoce e indevido de cadeira de rodas. O seu uso dever ser iniciado apenas aps o aconselhamento e orientao mdica ou de outro profissional da equipe de sade que atende o idoso.

    aconselhvel o uso de calados macios, porm seguros nos ps, de modo que no ofeream riscos para quedas.

    Devemos estar atentos para qualquer alterao da marcha do idoso; caso ocorra, comunique ao mdico.

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    Ouvir msica, dana e teatro tambm devem fazer parte do dia-dia do idoso.

    Caminhadas

    A maioria dos idosos, hoje, prefere fazer caminhada por dois motivos: no preciso ter habilidades especficas e uma atividade que no tem custo.

    bom lembrar que a caminhada no supre todas as necessidades do corpo, pois trabalha apenas o sistema cardiovascular e o msculo-esqueltico, este ltimo restrito aos ps e s pernas.

    J a hidroginstica pode ser adotada pelos que gostam de gua, independentemente de saberem nadar, pois este conhecimento no pr-requisito.

    Com que freqncia devem ser feita?

    O ideal fazer atividades fsicas duas vezes por semana, pelo menos, por uma hora, mas no existe receita. O idoso pode dedicar-se apenas uma vez por semana e isso ser melhor do que levar uma vida sedentria. Alm disso, as limitaes devem ser apenas fsicas.

    Se, por exemplo, a pessoa tiver 92 anos e quiser fazer dana do ventre, no haver problema. O idoso deve saber diferenciar o que limitao fsica das sociais.

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    Evitando acidentes domsticos

    O perigo de acidentes est em casa, principalmente no caso dos idosos.

    O idoso, para mover-se em sua casa com independncia e segurana, precisa de um ambiente adaptado s suas necessidades. Mudanas pequenas, mas que ajudam a reduzir acidentes com idosos, devem ser sempre feitas.

    Adaptaes ambientais

    Alguns objetos verdadeiramente significativos (fotografias, quadros, enfeites) devem ser mantidos desde que no ofeream perigo. Objetos suprfluos, cortantes, de vidro ou muito pequenos devem ser retirados do acesso fcil no caso de idosos que apresentam grande confuso mental.

    Evite presena de objetos (brinquedos, sapatos, etc.) espalhados pelo cho, principalmente em locais de maior trnsito do idoso.

    Os mveis devem estar dispostos de maneira a aumentar os espaos livres e a circulao.

    Sofs e cadeiras podem ser cobertos com tecidos lavveis, se possvel, para facilitar a limpeza e evitar odores no caso de idosos com incontinncia urinria. As camas, caso seja necessrio, podem ser adaptadas com grades noite.

    importante no deixar o idoso sozinho em casa por longos perodos, principalmente noite.

    Mantenha durante a noite, junto cabeceira do idoso, um copo com gua, at mesmo uma sineta (campainha), para uso pelo idoso em situao eventual. Evite que o idoso levante-se da cama de modo abrupto, s se levantando aps ter permanecido sentado na mesma por alguns minutos.

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    O piso deve ser o menos derrapante possvel, de preferncia de cor nica e sem mudanas de nvel. Os tapetes pequenos devem ser retirados. O brilho no assoalho deve se evitado, pois aumenta a desorientao de idosos confusos.

    As janelas devem possibilitar boa ventilao do ambiente e ter dispositivos de proteo (telas, grades e trincos) no caso de idosos confusos, deprimidos, etc.

    Portas com maanetas retas facilitam sua abertura ao contrrio de maanetas redondas. No tranque as portas interiores com chaves, principalmente de locais como banheiros e quartos.

    Evite que o idoso use escadas. Quando isso no for possvel, as escadas devem ter corrimo de cor contrastante com a parede e degraus com piso antiderrapante.

    Caso o idoso seja agitado ou confuso, as escadas devem ser fechadas por portes para dificultar-lhe a utilizao e possveis acidentes.

    As alteraes e adaptaes do ambiente devem ser feitas de forma simples, com o consentimento e participao do idoso (quando possvel), objetivando facilitar sua rotina e aumentar a segurana.

    Dicas gerais para evitar acidentes

    Mantenha uma boa iluminao em todos os cmodos da casa e uma luz na entrada principal da residncia.

    As lmpadas devem ser de fcil manuteno e substituio. Nunca deixe fios eltricos e de telefone desprotegidos. Prenda-os parede.

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    Evite tapetes no cho, principalmente nas escadas. Se for us-los, fixe-os ao cho.

    Pinte de cores diferentes ou faa marcas visveis no primeiro e no ltimo degrau das escadas. Certifique-se de que o idoso use sapatos com saltos largos e calcanhares reforados, para evitar que o p se movimente. recomendado que ele no use chinelos, preferindo os calados fechados.

    Cuidado para no errar a dosagem dos remdios. O idoso no deve usar camisolas e robes compridos, para evitar tropeos,

    principalmente no meio da noite.

    No quintal, evite o acmulo de folhas e flores midas no cho. Ao dormir, deixe a luz do corredor acesa para auxiliar a viso caso o idoso

    acorde no meio da noite.

    Se o idoso cair e tiver dores, procure assistncia mdica. Deixe o telefone em um local de fcil acesso, para quando for necessrio pedir

    ajuda.

    No quarto

    Procure utilizar uma cama larga, com altura suficiente para que sentado ele consiga apoiar os ps no cho, evitando tonturas. Ao deitar-se, utilize sempre um travesseiro para apoiar a cabea.

    Use uma mesa de cabeceira, de preferncia com bordas arredondadas, e procure fix-la ao cho ou parede, para evitar que se desloque caso se apie nela.

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    Mantenha uma cadeira ou poltrona no quarto, para que o idoso possa sentar-se na hora de calar meias e sapatos.

    Os interruptores devem estar ao alcance de sua mo quando estiver deitado na cama, para evitar que se levante no escuro.

    Evite prateleiras muito altas ou baixas, para diminuir o esforo fsico ao procurar algum objeto.

    No banheiro

    Os banheiros so os locais onde as quedas ocorrem com maior freqncia.

    O piso do box, assim como de todo o banheiro, deve ser antiderrapante. Nos boxes, se possvel, instalar barras de apoio laterais. Evite prateleiras de vidro e superfcies cortantes. No use aquecedores a gs dentro do banheiro. Eles devem ficar em um local

    arejado da casa, como, por exemplo, a rea de servio.

    Se for necessrio, utilize barras de apoio no box e nas paredes prximas ao vaso sanitrio.

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    O banheiro deve ter espao til para duas pessoas, para o caso de o idoso precisar de ajuda.

    Certifique-se de que os interruptores e as tomadas eltricas esto em locais altos e em reas secas do banheiro.

    Visando-se evitar as freqentes quedas de sabonete, pode-se afix-los com um cordo s torneiras.

    A temperatura da gua tambm deve ser um motivo de preocupao. Idosos com alterao da sensibilidade ttil e idosos confusos podem se queimar no banho.

    Os aparelhos eltricos (barbeadores, secadores) devem ser guardados em locais seguros, assim como todos os medicamentos.

    Na cozinha

    Os armrios no devem ficar em locais muito altos. Guarde os objetos que so pouco utilizados nos armrios superiores e os de uso

    freqente em locais de fcil acesso.

    Instale o botijo de gs fora da cozinha. Evite colocar peso nas portas da geladeira e utilize as prateleiras que no

    exijam que se abaixe ou levante muito os seus braos.

    Os fornos eltricos e de microondas devem ser instalados em local de fcil acesso. Lembre-se de desligar fornos, microondas e ferros de passar roupa aps o uso.

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    Alimentao do idoso

    A alimentao

    A alimentao uma atividade bsica para a sobrevivncia e influenciada por inmeros fatores: os aspectos scio-culturais, a idade, o estado fsico e mental, a situao econmica e o estado geral de sade.

    O idoso tem suas peculiaridades na alimentao. O envelhecer do organismo restringe um pouco seus hbitos alimentares, principalmente se esse idoso possui alguma doena crnica - como diabetes, hipertenso arterial e outras. Caso contrrio, sua alimentao dever ser como da famlia.

    As refeies devem seguir uma rotina regular. Devem-se manter constantes os horrios, os locais das refeies, os utenslios (pratos, talheres e copos).

    O horrio, sempre que possvel, deve ser o mesmo da famlia do idoso, possibilitando-se assim a interao e o contato das geraes.

    Dieta

    Em virtude da sensibilidade digestiva, deve-se cuidar, em especial, da higiene dos utenslios e dos alimentos, evitando o uso de restos alimentares, de alimentos mal conservados, de enlatados e embutidos, alimentos gordurosos, muito salgados e artificiais.

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    Siga a orientao de um nutricionista e/ou mdico, respeitando, sempre que possvel, as preferncias alimentares do idoso. Siga com disciplina as dietas especiais nos casos de doenas como, por exemplo, diabetes, hipertenso, obesidade etc.

    Uma dieta equilibrada e natural a mais indicada.

    Com a diminuio da sensibilidade do paladar e do olfato, indica-se usar na alimentao mais temperos naturais como cebola, alho, tempero verde, ervas aromticas, evitando pimenta e usando moderadamente o sal.

    As dietas devem ser nutritivas e conter os tipos de alimentos adequados: protenas, carboidratos, fibras, vitaminas, dentre outros.

    Deve-se promover contraste de cor entre os alimentos e o prato, e entre o prato e a toalha, visando facilitar a orientao e percepo visual.

    Utenslios

    Os utenslios (pratos, talheres e copos) devem ser resistentes ou inquebrveis. Deve-se colocar frente do idoso somente o que for realmente necessrio, evitando-se distrair sua ateno durante a alimentao.

    Os copos e as xcaras podem ser adaptados e de preferncia ser de plstico inquebrvel, caso o idoso tenha dificuldade em fechar os dedos ou pouca fora muscular para lev-los boca.

    Podem ser adaptadas alas de diferentes tipos, tampas e canudos plsticos.

    Para idosos com grande tremor nas mos, pode-se aumentar o peso dos talheres, contribuindo para controlar ou modificar os

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    tremores. Os utenslios adaptados visam sempre aumentar a independncia e a participao do idoso nas atividades de vida diria.

    Mas fundamental utilizar utenslios adequados idade de idoso e no infantiliz-lo durante a alimentao. Por exemplo, caso o idoso apresente grande confuso mental ou limitao fsica que o impea de cortar a carne, esta deve ser colocada em seu prato j cortada em pequenos pedaos.

    Ambiente

    Se o idoso apresentar um estado de grande confuso mental, as refeies devem ser feitas em ambiente tranqilo, sem muito barulho. O cuidador deve anunciar a atividade que far ("vamos comear a almoar", "vou partir o frango") e estimular o idoso a participar da atividade ("pegue o guardanapo, por favor").

    O local para as refeies deve ser bem iluminado (muitos idosos apresentam diminuio da viso), arejado e tranqilo.

    Cuidados especiais

    Em relao aos idosos confusos, deve-se procurar no misturar alimentos com consistncias diferentes numa mesma refeio. Quando alimentos lquidos e slidos esto juntos, o idoso tender a engolir os slidos sem a mastigao necessria.

    Quando a alimentao for via sonda enteral ou gstrica, deve ser feita sempre com o idoso sentado, com calma e pacincia, em consistncia liquida e em pequenas pores. Aps a administrao da dieta pela sonda, indispensvel injetar gua para mant-la limpa, evitando o risco de entupimento.

    Concluso

    A alimentao de idosos dependentes ou em estgios avanados de doenas uma atividade que requer tempo, tranqilidade e habilidade. O cuidador deve utilizar palavras claras, frases curtas e objetivas e anunciar o que ir fazer. Deve solicitar a colaborao do idoso, por menor que seja, e utilizar palavras de estmulo e incentivo.

    As adaptaes sugeridas visam facilitar a alimentao e aumentar a independncia do idoso, e devem ser propostas segundo o grau de confuso mental, incapacidades fsicas e distrbios

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    de conduta de cada indivduo.

    Devemos respeitar o ritmo de cada um, incentivando-os a alimentarem-se sozinhos. No tenha pressa!

    Revisando e refletindo

    Depois dessa aula, o que voc pode dizer sobre a alimentao do seu paciente? Precisa de mudanas?

    Como voc orientaria um cuidador sobre a alimentao para um idoso?

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    Situaes de emergncia

    As doenas nos idosos

    Os idosos costumam ter vrias doenas ao mesmo tempo.

    So doenas crnicas, isto , doenas que no tm cura e assim preciso conviver com elas, tomando cuidado para no levar o idoso morte rapidamente.

    As doenas crnicas podem causar muitas complicaes, principalmente se no forem bem controladas.

    As pessoas idosas que necessitam de cuidados so, em geral, mais frgeis, mais debilitadas. So pessoas que apresentaram seqelas e complicaes de suas doenas crnicas. Por isso necessitam de cuidados dirios, de algum que as ajude em diversas atividades.

    O que so situaes de emergncia?

    Com os idosos, de uma hora para outra pode ocorrer uma piora sbita, repentina, ou um acidente, alterando por completo a rotina diria. So as emergncias.

    O cuidador deve estar atento, pois uma emergncia precisa de ao imediata, firme, segura, caso contrrio o idoso pode morrer.

    As situaes de emergncia mais comuns so:

    1) Confuso mental aguda (Delirium)

    particularmente comum em pacientes idosos. A pessoa fica desorientada, sem saber se localizar no tempo (dia, hora, ano, etc.) e no espao (local), muitas vezes agitada, irritada e falando coisas sem sentido.

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    O nvel de conscincia varia muito, uma hora a pessoa est ativa, outra hora sonolenta. A ateno fica prejudicada. Para quem est cuidando, causa de muita aflio, pois a comunicao fica difcil. O cuidador perde o controle da situao.

    um quadro que necessita de avaliao mdica imediata, pois pode ser ocasionada por pneumonia, infeco nos rins, desidratao, infarto do corao, traumatismo de crnio, presso baixa, presso muito alta, derrame e muitas outras doenas graves.

    O tratamento de qualquer dessas causas a melhor forma de tirar o paciente do estado de confuso. Com o tratamento certo, a confuso costuma desaparecer em poucos dias.

    Quando o quadro de Delirium se apresentar, fique sempre do lado do paciente, numa atitude calma de apoio.

    2) Quedas

    Quedas so freqentes em pessoas frgeis. Podem ter como conseqncia uma fratura do fmur, de costela, da coluna, da bacia, do brao, ou mesmo um trauma de crnio.

    Vrios problemas de sade podem predispor a cair. Portanto, toda queda merece uma avaliao, para se descobrir a causa, e assim prevenir outra queda. Se for um problema de sade, chame o mdico do paciente. Se for um acidente, ou um problema do ambiente (tropear, escorregar, trombar, pisar em falso), procure discutir maneiras de tornar o ambiente mais seguro.

    Fique de olho no estado de conscincia, caso tenha batido a cabea.

    3) Falta de ar

    Num episdio de falta de ar, o idoso apresenta respirao rpida e curta, muitas vezes ofegante e, em geral, apresenta tosse, que pode ser seca, ou com catarro.

    A causa pode ser uma infeco nos pulmes (pneumonia), uma crise de bronquite, ou alguma doena cardaca (enfarte ou insuficincia cardaca aguda). Geralmente vem acompanhado de confuso mental. Sonolncia e arroxeamento de lbios e dedos so sinais de gravidade.

    Procure avaliao mdica urgente.

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    4) Engasgos

    Ocorrem quando o alimento no desce para o estmago, caindo nas vias areas (pulmes).

    Se a pessoa engasgar com alimento slido de tamanho grande (um pedao de carne, por exemplo), pode morrer sufocada. Uma complicao mais freqente so as pneumonias de repetio. Em geral, os idosos engasgam mais com lquidos.

    Nunca alimente o idoso na posio deitada. Tenha cuidado em sent-lo muito bem. Comida de consistncia pastosa (gelatina, mingau mais grosso, pur de batata, etc.) melhor nesses casos.

    Se ele engasgar, pare de dar a comida ou lquido.

    5) Vmitos

    Um grande perigo a ocorrncia de vmitos com a pessoa deitada de barriga para cima, pois, assim, h grande chance de ocorrer a aspirao do vmito para dentro dos pulmes, levando a uma pneumonia sempre grave.

    Se os vmitos forem freqentes, poder acontecer desidratao. Um idoso desidratado pode apresentar outros sinais: piora do estado geral, confuso mental, presso baixa, funcionamento prejudicado dos rins, alm de estar mais sujeito a morrer.

    Na maioria das vezes no possvel dar gua pela boca, havendo necessidade de aplicar soro na veia, at que se descubra e se trate a causa dos vmitos.

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    6) Diarria

    Diarria o aumento do nmero de evacuaes, sendo que as fezes so mais lquidas. O idoso com diarria freqente fica desidratado com facilidade.

    Quando ocorrer diarria, suspenda alimentos com fibras (verduras, legumes, frutas, feijo) e alimentos concentrados (rapadura, doces, etc.). Oferea lquidos em grande quantidade e o soro oral.

    O soro deve ser dado lentamente, a goladas, para evitar o vmito.

    difcil saber quando necessrio chamar um mdico para um problema que to comum e temporrio. Como uma regra, procure ajuda quando a diarria ocorrer em associao com febre ou calafrios, com vermelhido na pele, ou se tiver sangue nas fezes.

    Diabticos e aqueles que esto tomando remdios para o corao podem apresentar complicaes mais cedo.

    7) Desmaio

    a perda de conscincia mesmo que seja por segundos.

    necessrio investigar a causa, pois h muitas doenas que produzem desmaio: convulses, presso baixa, doenas do corao, pouco acar no sangue, derrame e outras.

    Procure manter o indivduo deitado, com a cabea baixa. Verifique se bateu a cabea, ou se quebrou algum osso. Se for possvel, mea a presso e sinta os batimentos do pulso.

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    8) Convulses

    So os "ataques" epilpticos. Podem ser parciais, com as convulses acometendo apenas uma parte do corpo, ou podem ser generalizadas.

    Ao se presenciar uma convulso, coloque o indivduo deitado de lado, cerque-o de almofadas para que no se machuque e coloque um pano ou toalha dentro da boca, para que no morda a prpria lngua. Se o idoso usar prtese dentria (dentadura), retire-a para evitar engasgos ou ferir sua boca.

    No precisa ter medo, pois a convulso no doena contagiosa.

    Procure cuidado mdico o mais rpido possvel.

    9) Sangramentos

    Se o sangramento for de uma ferida ou corte, procure estanc-lo com uma forte compresso (aperto) sobre a rea, de preferncia com alguma coisa gelada. Se no parar, pode-se garrotear (passar um lao bem apertado) acima do local que est sangrando.

    O sangramento pode ser interno e se exteriorizar, ou atravs de vmito, ou pelo nus, ou ainda junto com a tosse, vindo dos pulmes. Pode sangrar pelo nariz tambm. Esses tipos de sangramento necessitam de avaliao mdica imediata, mesmo se for em pequena quantidade.

    importante salientar que fezes escuras, amolecidas e com mau cheiro, parecendo borra de caf, um tipo de sangramento intestinal, apesar de no ter sangue vivo. Comunique ao mdico a ocorrncia deste tipo de sangramento, verifique a palidez da pele, se o paciente sua frio, se a presso arterial cai muito e rpido.

    Siga as orientaes mdicas e, se for o caso, leve imediatamente para um hospital para tomada das medidas cabveis.

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    10) Mudana de comportamento

    Muitas doenas no idoso podem levar a mudanas importantes no seu comportamento: agitao, delrios, irritao, agressividade, insnia, confuso mental.

    Quando isso acontece, eles podem falar sem parar, ficar andando pela casa o tempo todo, xingar, arrancar sondas, cateteres e curativos, ferir-se, acidentar-se; podem partir, inclusive, para agresso fsica. Idosos com demncia ("esclerose") apresentam este quadro mais freqentemente.

    preciso uma avaliao mdica urgente.

    11) Sonda de alimentao entupida

    Mesmo naqueles casos em que a dieta por sonda dada de forma correta, pode acontecer o entupimento da sonda.

    Em geral, os pacientes com sonda no conseguem engolir pela boca e, nessa situao, podem ficar desidratados, com grande chance de apresentar queda de presso, problemas nos rins e outros mais.

    Se no se conseguir desentupir a sonda, haver necessidade de troc-la o mais rpido possvel.

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    As emergncias podem acontecer a qualquer um. O melhor estar sempre muito bem informado e sempre atento evoluo do paciente.

    Quando ocorrer uma emergncia, tente manter a calma. Para isto, o ideal ter um planejamento prvio, detalhando o que fazer em cada situao, a quem procurar e pedir socorro e com quais recursos contar na comunidade.

    Tenha o nmero dos telefones de ajuda e socorro em lugar de fcil lembrana e acesso.

    Revisando e refletindo

    O que voc faria agora se um idoso desmaiasse ao seu lado?

    De acordo com nossa aula, quais so as principais causas de desmaio no idoso?

    Voc j viu um quadro de crise convulsiva? Quando um idoso sofre uma crise convulsiva, o que deve ser feito? O que voc orientaria ao cuidador para observar em relao a sangramento nos

    idosos?

    Quais as causas mais comuns de sangramento no idoso? Qual a melhor posio de um idoso quando apresenta uma crise convulsiva? Quais so os sinais de gravidade em relao a sangramento em um idoso? O que a mudana de comportamento pode indicar em um idoso? O que voc sabe sobre sondas obstrudas?

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    MDULO - DOENAS MAIS COMUNS

    Hipertenso arterial

    O que ?

    sem dvida uma das doenas mais comuns entre os idosos. A hipertenso arterial ou presso alta significa que a presso do sangue sobre as paredes das artrias muito forte.

    A presso arterial considerada normal at 14 x 9 (140/90 mmhg). Quando a pessoa tem valores maiores, considerada hipertensa.

    A hipertenso muito importante, porque quando no controlada pode ser a causa de vrias doenas, principalmente o derrame, a angina (dor no corao), o infarto e a paralisia dos rins.

    Causas da presso alta

    Quase nunca possvel descobrir-se a causa da hipertenso, no entanto, existem fatores considerados de risco que podem favorecer o seu aparecimento:

    a) Fatores constitucionais:

    Alguns fatores so da prpria pessoa e no podemos fazer nada para evit-los, como:

    Idade: a mdia da presso arterial maior quanto maior for a faixa etria. Sexo: mais freqente em mulheres. Fatores genticos: mais comum na raa negra e nos descendentes de

    hipertensos.

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    b) Fatores ambientais:

    Dependem da vontade da pessoa.

    Ingesto excessiva de sal. lcool: a ingesto todos os dias de mais de uma cerveja ou um copo de vinho

    ou uma dose de pinga, usque ou vodca favorece a hipertenso.

    Gordura: principalmente a animal. Tabagismo: cigarro de palha, filtro, charuto, cachimbo. Fatores ligados ao trabalho: estresse, rudo, calor excessivo, etc. Excesso de peso.

    O que devemos fazer?

    A hipertenso pode ser uma doena leve, moderada ou grave e o mdico que vai verificar esse nvel para poder tratar o paciente.

    s vezes ser necessrio tomar remdios e s vezes no, mas independente da gravidade da doena algumas medidas sempre devem ser tomadas e so to importantes quanto os remdios. So elas:

    Reduo da quantidade de sal na comida. Perda de peso para pacientes obesos. Eliminao do consumo de bebidas alcolicas. Prtica de exerccios fsicos aerbicos (caminhada, natao, dana, etc.). Abandono do fumo. Aumento do teor de alimentos com fibras (folhas, frutas com bagao, verduras

    cruas, cereais integrais, etc.).

    O paciente hipertenso dever ser acompanhado sempre pelo mdico e este profissional que indicar a freqncia das consultas.

    A hipertenso no tem cura, mas pode ser muito bem controlada quando so seguidas todas as orientaes dadas pelo mdico.

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    Diabetes

    O que ?

    O diabetes uma doena causada pelo aumento do acar (glicose) no sangue.

    O pncreas, um rgo que fica prximo do estmago e do fgado, produz uma substncia chamada insulina, que controla a entrada de glicose nas clulas do corpo para que elas possam produzir energia. Todas as vezes que so ingeridos acares (massas e doces), o pncreas lana no sangue determinada quantidade de insulina necessria para o aproveitamento desses alimentos.

    No diabetes, tal mecanismo no funciona convenientemente. Em conseqncia, os acares no so aproveitados e o teor de glicose (acar) aumenta no sangue, causando os sintomas da doena.

    Como se manifesta?

    A glicose em excesso eliminada pelos rins, carregando grande quantidade de gua e fazendo com que o paciente comece a urinar muito e ter muita sede. Tambm, por no produzir-se energia pelo aproveitamento da glicose, o organismo retira essa energia das gorduras, fazendo com que ele coma muito e mesmo assim emagrea.

    Pode sentir tambm fraqueza e prurido na vulva (coceira nos genitais da mulher).

    O paciente jovem, geralmente, no produz mais insulina e por isso precisa fazer uso dirio desta substncia.

    As pessoas que apresentam diabetes em idades mais avanadas (quase sempre aps os 40 anos), geralmente no precisam usar insulina porque eles produzem um pouco, s que ela no funciona adequadamente. Estes pacientes muitas vezes tm que tomar remdios para ajudar no controle da doena.

    Vrios pacientes se apresentam ao mdico j com complicaes da doena, tais como: catarata, alteraes nos rins, reduo da viso ou machucados difceis de cicatrizar nos

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    ps. Isto se deve ao fato de muitos permanecerem sem sentir nada por um perodo prolongado de suas vidas.

    s vezes o idoso com diabetes pode ter dormncia nos ps, isso facilita que a pessoa se machuque e no perceba, causando infeces.

    As deformidades nos ps, o uso de cigarro, a obesidade, a hipertenso arterial e o aumento de gorduras no sangue favorecem o aparecimento de lceras nos ps.

    Toda pessoa com diabetes deve observar os ps diariamente.

    Hipoglicemia

    O paciente com diabetes tambm pode apresentar hipoglicemia, que a diminuio do acar no sangue.

    Nos pacientes que usam insulina, trata-se de dose indevidamente elevada, administrao em horrio imprprio, falta ou insuficincia de uma refeio, ou exerccio fsico intenso fora da rotina do paciente.

    Os pacientes que tomam remdios orais podem ter hipoglicemia quando associam bebida alcolica em grande quantidade ou permanecem em jejum prolongado.

    A hipoglicemia no idoso pode se manifestar como confuso mental ou dormncia transitria. s vezes aparece, como nos jovens, com suor frio, tremores, sensao de fraqueza e fome, palpitaes e tontura.

    O que fazer?

    Nas hipoglicemias prolongadas e freqentes, as funes renal e cardiovascular podem ser afetadas e aumentar a predisposio ao derrame e quedas.

    Sempre que uma pessoa tem hipoglicemia, deve consumir algum alimento doce (refrigerante, biscoito, etc.).

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    Causas

    Para que uma pessoa fique diabtica, em geral preciso que seja predisposta ao diabetes. Mas vrios fatores podem favorecer o aparecimento da doena, tais como: obesidade, sedentarismo, infeco, trauma emocional ou determinados medicamentos.

    Independente da idade de aparecimento da diabetes, alm da insulina ou do remdio oral (quando necessrio), a dieta e o exerccio fsico fazem parte do tratamento e so to importantes quanto os remdios.

    Como tratar?

    Os objetivos do tratamento do diabetes so:

    prevenir hiperglicemia aps a pessoa ter-se alimentado (prevenir o aparecimento dos sintomas de perda de glicose, como perda excessiva de urina e desidratao);

    prevenir a hipoglicemia quando o paciente estiver usando insulina ou remdio oral (confuso mental, queda, suor, etc.);

    atingir e manter o peso ideal; manter as gorduras do sangue (triglicerdeos e colesterol) em nveis normais e prevenir ou retardar complicaes vasculares, alteraes da viso, dos nervos e

    dos rins.

    Dieta

    O tratamento diettico consiste, basicamente, em reduzir e equilibrar a ingesto de acares (doces e massas) para sobrecarregar o mnimo possvel o mecanismo regulador deficiente da glicose sangnea.

    A dieta do diabtico uma dieta normal, que contm calorias suficientes para sua atividade e manuteno do peso e adequada em protenas, minerais e vitaminas. Os alimentos devem ser distribudos em 5 ou 6 refeies durante o dia, com horrios regulares.

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    De modo geral, devem ser retirados da dieta: acar e qualquer preparao que o contenha (sobremesas doces, geleia, gelatinas, bombons, frutas adoadas, refrigerantes, bolos, etc.), mel, melado e rapadura. Usar adoantes artificiais.

    Deve-se evitar bebidas alcolicas, carnes gordurosas, frituras, salame, toucinho, bacon, salsicha e pele de aves.

    Os vegetais folhosos em geral, tomate, pimento e jil podem ser ingeridos vontade e os demais devem obedecer a prescrio individual de quantidades, haja visto no ter restrio a nenhum.

    Incluir alimentos proticos de alta qualidade, como carne e leite em quantidade moderada.

    O consumo de frutas deve ser estimulado, observando-se as limitaes, principalmente para a banana (1 unidade / dia), caqui (1 unidade / dia), uva (15 unidades / dia) e manga (1 unidade / dia).

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    Exerccio fsico

    Outro ponto fundamental no tratamento o exerccio fsico.

    Ele contribui para a reduo do peso corporal, melhora o controle da glicose no organismo, d mais liberdade na dieta e diminui a dose do remdio oral ou da insulina. Tambm melhora o estado circulatrio, psquico e fsico em geral.

    So recomendados exerccios aerbicos como a caminhada, por perodos de 20 a 30 minutos.

    Deve-se realizar uma avaliao cardiovascular adequada inicialmente. A quantidade de exerccios dever ser incrementada progressivamente.

    Revisando e refletindo

    O que diabetes e porque ela aparece no ser humano?

    De acordo com nossa aula, quais so dois tipos de diabetes que existem?

    O que fazer quando se percebe que o idoso apresenta um quadro que sugere diabetes?

    Quais seriam esses sinais?

    Quais os tipos de tratamento para diabetes que existem? O que voc orientaria a um cuidador sobre dieta para um diabtico? Alm dos medicamentos e das dietas, quais outros cuidados so importantes

    para com o idoso diabtico?

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    Reumatismos

    O que so?

    As queixas mais freqentes entre os pacientes idosos relacionados com "reumatismos" so dores nas "cadeiras" (coluna lombar ou lombalgia), dores nas costas, dores nas pequenas e grandes juntas do corpo (ombro, quadril, joelhos e mos) e dores musculares. Entre elas a mais comum a osteoartrose, osteoartite, ou simplesmente artrose.

    A artrose uma doena tpica da velhice, pois ela causada pelo envelhecimento das cartilagens articulares, que determina o "desgaste das juntas" e causa dor. nessa doena que aparecem os bicos de papagaio nas radiografias.

    Outras doenas msculo-esquelticas que determinam dores e alteraes nas pessoas idosas so:

    osteoporose ("ossos frgeis e quebradios"); artrite reumatide ("reumatismo deformante das mos e punhos"); gota ("alterao devido aos nveis sangneos elevados de cido rico" por

    ingesto excessiva de protenas como na carne, feijo, vagens, ma, etc.);

    cnceres sseos; entre outros.

    O que fazer?

    claro que, sendo doenas diferentes, devem ser prevenidas e tratadas de modos diferentes. Entretanto, existem alguns pontos comuns que podem ser observados no sentido de ajudar e orientar a pessoa idosa para uma busca correta de tratamento e/ou melhora de sua qualidade de vida.

    Entre esses pontos podemos citar:

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    Toda pessoa que tem dor ssea, articular ou muscular intensa, que piora dia-a-dia, que no melhora com analgsicos comuns, que acompanhada de outros sintomas, como febre e emagrecimento, deve ser orientada no sentido de procurar assistncia mdica.

    As pessoas obesas devem ser orientadas para perder peso, pois este um fator agravante de dores nas juntas.

    Os idosos que tm vida sedentria devem ser estimulados a se exporem ao sol e a fazerem exerccios, como a caminhada, por exemplo, desde que o faam com segurana e de preferncia antes das 10 horas da manh. A dana tambm um bom exerccio fsico, pois alm da atividade fsica, ajuda na socializao do idoso.

    A dieta baseada em leite e derivados til na preveno da osteoporose. Deve-se dar preferncia ao leite desnatado, queijo branco, ricota e coalhadas, para no elevar os nveis sangneos de colesterol. Peixe uma excelente fonte de vitamina D, que ajuda a absorver o clcio.

    Evitar pegar pesos alm dos limites para a idade. Evitar situaes que possam propiciar quedas (retirar tapetes, iluminar escadas

    e vos, colocar corrimo e apoios em locais de difcil acesso, etc.).

    Evitar esforos repetitivos. Abolir ou reduzir o consumo de bebidas alcolicas, fumo e caf. Para as pessoas da terceira idade que tm dores articulares por algum tipo de

    reumatismo do tipo inflamatrio, nos perodos sem dor, est muito bem indicada a hidroginstica e natao, que so excelentes meios para ampliar os movimentos das juntas (articulaes), uma vez que a gua anula a fora da gravidade e auxilia nos exerccios.

    Tambm exerccios especficos para as juntas das mos e pendulares para os ombros ajudam o idoso a se libertarem de rigidez e melhoram sua qualidade de vida.

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    O que fazer com "as dores nas costas"?

    Uma queixa muito comum entre os idosos a dor lombar. E a melhor maneira de preveni-la ou no permitir que ela piore adotar bons hbitos posturais. Entre eles podemos destacar os seguintes:

    Para dormir, deve-se adotar posies corretas, isto , no dormir em decbito ventral ("de barriga para baixo"). Se dormir sobre os ombros, melhor usar travesseiro alto. Se dormir em decbito dorsal ("barriga para cima"), pode-se usar travesseiro baixo.

    Deve-se escolher um colcho firme, de consistncia no to dura como solo nem irregular e mole. Ele deve ter a elasticidade necessria para modelar e apoiar o corpo.

    Procurar no ficar muito tempo sentado, e se o fizer nunca se sentar em bancos baixos sem encosto, pois isso aumenta a curvatura da coluna lombar e piora e desencadeia a dor. Se tiver de permanecer sentado, no faz-lo por muito tempo e escolher cadeiras mais altas, com apoio dorso-lombar e para os braos.

    Ao assistir televiso, colocar o aparelho de TV na altura dos olhos, nunca acima, para evitar dores no pescoo.

    Quando for apanhar um objeto do solo ou levantar algum peso, sempre flexionar o joelho e aproximar o peso do corpo.

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    Se a dor lombar j estiver instalada ou se instalar agudamente, enquanto se procura ajuda mdica deve-se proceder da seguinte maneira:

    Repouso no leito o principal item no tratamento da dor na coluna. Esse repouso deve ser feito com as pernas encolhidas se o paciente deitar-se de lado ou com um apoio sob as pernas se estiver em decbito dorsal ("de barriga para cima").

    Uso de calor, como bolsa de gua quente durante 20 minutos, 2 vezes ao dia, no local da dor, tambm um timo incio de tratamento.

    Alm disso, pode ser institudo tambm o tratamento com medicamentos e / ou fisioterapia. Entretanto estes s devem ser prescritos por mdicos.

    Nunca permita que sejam feitas manipulaes em pacientes idosos sem a orientao mdica, principalmente sem fazer radiografias, pois isso pode levar a conseqncias desastrosas.

    Revisando e refletindo

    Defina com suas palavras o que reumatismo. De acordo com nossa aula, quais so as principais

    causas de reumatismo?

    Quando um idoso sofre dores nas articulaes, essa dor pode levar a perdas funcionais?

    O que voc orientaria a um cuidador sobre cuidados com as dores no idoso?

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    Osteosporose

    O que ?

    A osteoporose uma doena muito comum nos idosos, principalmente entre as mulheres depois da menopausa.

    Com a osteoporose, os ossos vo se tornando frgeis e quebradios.

    Embora no exista a cura para a osteoporose, ela pode ser controlada e muitas vezes prevenida.

    O que fazer?

    As principais medidas na preveno e/ou tratamento da osteoporose so:

    Exerccios

    Os exerccios que colocam o p no solo, como caminhada, corrida e dana, so os melhores. Eles devem ser feitos de 3 a 5 vezes por semana e de acordo com o equilbrio e capacidade de cada um, sem se expor a esforos exagerados.

    Tambm til que esses exerccios sejam feitos nas primeiras horas da manh, pois o sol, nesse horrio contm mais raios ultravioleta que fabricam vitamina D na pele, a qual indispensvel para a melhor absoro do clcio, que favorece a fabricao do osso.

    Dieta rica em clcio

    Esta conseguida com leite e derivados, como j foi mencionado. Entretanto, os idosos s vezes tm intolerncia ao leite. Nesses casos, recomenda-se o uso de clcio medicamentoso.

    O uso de farelo de casca de ovo proporciona clcio alimentao de modo barato, entretanto, a quantidade de cascas de ovos que necessria para fornecer a quantidade de clcio to grande que s esse mtodo se torna impraticvel (em torno de 40 cascas de ovos para 800 mg de clcio, que a dose mnima diria).

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    Hormnios ou terapia de reposio hormonal

    o melhor meio de se evitar e tratar a osteoporose na mulher, onde ela mais freqente, na proporo de 10 mulheres para 1 homem.

    Na menopausa h normalmente uma diminuio de produo do hormnio feminino, o estrognio, e com isso inicia-se um processo de perda ssea. Isso ocorre em torno dos 50 anos.

    Se nessa fase a mulher procurar um ginecologista e se submeter a um tratamento com hormnios, certamente ter muito menos chance de desenvolver a doena.

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    MDULO - CONSIDERAES FINAIS

    Lazer do idoso

    Atividades prazerosas e criativas so realizadas em todas as etapas da vida. E considerando-se que o potencial criativo dos indivduos no diminui com a idade, e nem o anseio de produtividade cessa com a aposentadoria, o idoso pode e deve se manter ativo.

    Os idosos devem se dedicar a atividades de sua livre escolha, sem obrigatoriedade e que lhe dem prazer. As atividades de lazer so fundamentais para o processo de envelhecimento sadio porque:

    ampliam a convivncia e a interao dos idosos com pessoas de diferentes idades;

    propiciam a comunicao, a criatividade, a recreao e o divertimento;

    criam formas de aprendizagem; liberam as tenses e o desgaste

    fsico e emocional; modificam o comportamento;

    possibilitam o exerccio fsico.

    Atividades prazerosas

    O tipo da atividade depender da motivao, do interesse e da histria de vida de cada idoso. Pode-se realizar atividades manuais (croch, macram, etc.), expressivas (pintura, etc.), fsicas (caminhadas, etc.), intelectuais (leitura, etc.), recreativas (jogos, etc.) entre outras.

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    Podem ser realizadas individualmente ou em conjunto com familiares e amigos.

    fundamental para a manuteno da independncia e autonomia do idoso que ele permanea ativo e participativo, podendo escolher livremente a atividade que deseja realizar e o grupo do qual quer participar (grupo da terceira idade, famlia, etc.). Por meio da livre escolha, a atividade poder se prazerosa.

    Num grupo adequado, o idoso se sentir vontade para falar sobre sua histria, suas experincias e conhecimentos e estabelecer novos contatos sociais, criando vnculos de companheirismo e amizade.

    Cuidados especiais

    Os idosos com confuso mental podero necessitar de ajuda para escolher e realizar as atividades.

    Deve-se optar pelas atividades mais simples, realizadas em curtos perodos de tempo e que o idoso j tenha realizado em algum perodo da sua vida (msica, jardinagem, etc.).

    As instrues para realizao das atividades devem ser breves, relevantes, por etapas, repetidas freqentemente e devem associar instruo verbal e demonstrao.

    Os exerccios fsicos (caminhadas, natao, dana, etc.) devem ser incentivados e realizados de acordo com o estado geral do idoso, observando-se aspectos como a intensidade, freqncia, horrio, alimentao e vesturio adequados, seguindo cuidados mdicos prvios atividade.

    indispensvel que o idoso conserve algum tipo de atividade, seja de que natureza for, pois elas propiciam satisfao pessoal, aumento da auto-estima, da independncia, melhora das funes fsicas e mentais, resultando num aumento da qualidade de vida.

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    A velhice e a morte

    O processo de envelhecimento complexo e multifatorial.

    Embora tenham ocorrido ganhos inegveis na esperana de vida ao nascer, o ser humano finito e a morte o evento ltimo da vida. Essa constatao beira o bvio, no fosse a relutncia das cincias mdicas e da humanidade em aceitar a morte como algo natural.

    A velhice e a morte

    Envelhecer tarefa modesta e difcil. Envelhecer resulta da passagem do tempo e de seus efeitos sobre ns ao longo dessa passagem.

    Quanto mais envelhecemos, mais temos certeza de nossa finitude.

    As pessoas que j viveram muito so, portanto, aquelas que mais provavelmente morrero. Durar tanto tempo expe a possibilidade prxima do fim da vida e os familiares so levados a lidar com a idia de separao.

    Morrer "tardiamente" no simplifica a relao que h entre a idia de morrer e a cultura na qual estamos inseridos que insiste em negar a morte. A morte dos outros, mesmo daqueles que no se parecem conosco, remete-nos angstia de nossa prpria morte.

    A morte das pessoas muito idosas expe tanto essa angstia quanto a angstia de assistir a um morrer contnuo de gente que parece desaparecer sob o nosso olhar atento e apesar dos cuidados dedicados.

    Na sociedade que cultua a juventude, nos velhos que se concentra a imagem da morte.

    Inmeros problemas se misturam: a exaltao da forma e o dio do corpo que envelhece, a recusa sua decrepitude, a reduo do corpo sua imagem fsica e a reduo da pessoa a este corpo.

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    A partir da colocao da morte no fim da vida e destes velhos para este fim de vida, distante e quase inatingvel, torna-se quase possvel crer que a velhice s acontece para os velhos.

    Como se envelhecer no fosse mais do que o cansao do corpo, a traio que acaba por dizer aos vivos que logo eles tambm morrero pelo esgotamento de um capital corporal. Como se a velhice fosse responsabilidade nica dos idosos, isto , daqueles que teimaram em viver apesar de...

    O que violenta a pessoa - a aproximao da morte - tambm representa uma violncia aos prximos que no compreendem o que ainda os torna prximos do que vai morrer.

    Nas sociedades desenvolvidas, h dois fenmenos: o "envelhecimento" e a "medicalizao" da morte, isto , cerca de 80% das pessoas que morrem tm mais de 65 anos e a morte ocorre dentro de hospitais em mais de 70% das vezes. A morte muda de lugar, deixa de acontecer dentro de casa, acontece em hospitais, nem sempre em ambientes humanizados, nem sempre na presena dos familiares.

    Por mais "natural" que seja, a morte, na sociedade ocidental, permanece um assunto tabu e proibido, sendo raras as oportunidades para discutir os riscos, os medos, os anseios da pessoa que vai morrer e os da sua famlia.