CONTROLE DE QUALIDADE MALUF, Eraldo
1. RESUMOObserva-se em inmeras indstrias txteis que por
deficincia de organizao ou por desconhecimento das tcnicas
administrativas, o controle de qualidade assume a responsabilidade
pela qualidade dos produtos, isentando a produo dessa
responsabilidade. A responsabilidade total sobre a qualidade de um
produto de quem a produz e no de quem a controla. A qualidade tem
de ser produzida e no pode ser considerada como mero acaso do
processo de produo.A organizao do programa do controle de qualidade
e da metodologia de ensaios depender das especificaes apresentadas
para os produtos. A sua forma de atuao dever ser pr-estabelecida e
amplamente divulgada.A implementao de um controle de qualidade
envolver problemas tcnicos, tais como: normas para a execuo dos
ensaios, amostragem para os ensaios, forma de calcular e apresentar
os resultados, etc. E para garantir e assegurar a sua atuao dever,
tambm, ser implantado um controle estatstico de qualidade. Todos os
principais ensaios relativos ao controle de qualidade txtil, sero
mostrados nos captulos a seguir.1.2 INTRODUONestes ltimos dez anos,
o consumidor nacional das classes mdias e baixas, devido constante
diminuio de seu poder aquisitivo, tem se mostrado cada vez mais
exigente na compra dos artigos txteis. J no lhe interessa tanto a
moda ou o preo baixo, mas a durabilidade, conforto e facilidade de
manuteno lavagem.Os governos Federal e Estaduais tambm esto
incentivando a indstria txtil nacional a aprimorar seus produtos
para beneficiar o usurio nacional e possibilitar sua exportao aos
mercados mais exigentes dos pases desenvolvidos. Apesar do
interesse dos nossos governantes no aperfeioamento dos processos
produtivos da indstria txtil e na criao de laboratrios de controle
de qualidade de insumos e produtos, poucas empresas tm se
preocupado em fornecer especificaes tcnicas de seus produtos, e
assim assumir a responsabilidade pela adequao de seus artigos s
estas especificaes.2. CONSIDERAES INICIAIS2.1 O recebimento, a
coleta de amostras e a armazenagem das peas de tecidos.Ao receber
um lote de tecido, o setor de recebimento de uma confeco deve
efetuar uma inspeo para verificar alguns parmetros do material
recebido, afim de se evitar graves problemas posteriores no seu
processamento e comercializao. Entre os itens a serem inspecionados
podemos citar: 5. Identificao do material: fabricante, tipo de
tecido, composio, largura, comprimento, cor e lote.6. Comprimento
das peas.7. Largura das peas.8. Cor: verificar se a cor corresponde
com a solicitada, e observar se h variaes de tonalidade de ourela a
ourela e de uma ponta a outra de uma mesma pea e entre as peas de
um mesmo lote.9. Defeitos: verificar nas peas, se os tipos,
quantidades e tamanhos dos defeitos presentes esto dentro das
tolerncias.10. Verificar se a padronagem corresponde solicitada.
11. Verificar se o toque do tecido corresponde ao da amostra.12.
Verificar se cada pea foi enrolada com cuidado, nos canudos ou
tabuleiros.13. As peas devem ser embaladas em papel de embrulho
pardo ou sacos de polietileno negros.Seu o material inspecionado
atende as condies gerais, algumas delas acima indicadas, o
almoxarifado deve enviar uma amostra para o laboratrio, para
verificao das condies especificas do lote de tecido. Esta amostra
de tecido pode se constituir de uma pequena quantidade de tecido de
uma das peas do lote, ou, se o lote for grande, pequenas
quantidades de diferentes peas.Esta pequena quantidade de tecido
vai variar de tamanho em funo do nmero de ensaios que vo ser
executados sobre a mesma, e de sua regularidade. Para ensaios de
solidez de cor, uma amostra de tecido de 0,3 x 0,3m normalmente
suficiente. Caso seja efetuado tambm os ensaios fsicos
corriqueiros, um retalho de 1,5 m normalmente suficiente. Se alm
destes ensaios, est previsto a determinao do encolhimento,
precisa-se de 2,5m de tecido. Em caso de resultado duvidoso,
preciso repeti-lo, e se a amostra de laboratrio j foi consumida,
preciso solicitar nova amostra e esta, provavelmente no recortada
da mesma pea. Se esta pea apresentar caractersticas um pouco
diferentes da primeira, seus resultados sero diferentes e a dvida
do primeiro ensaio persistir.Por este motivo recomenda-se enviar
sempre ao laboratrio, um retalho maior do que estritamente
necessrio para execuo de todos os ensaios.No manuseio e armazenagem
das peas de tecido preciso cuidar para no deix-las cair ou sujar. O
armazenamento nunca deve ser feito diretamente no cho, devido a
sujeira e eventual umidade. Recomenda-se sua estocagem sobre
estragos ou prateleiras, como empilhamento de forma cruzada, com
altura no superior quatro rolos, principalmente no caso de tecido
de malha.O ambiente de estocagem dos tecidos no deve ser mido nem
receber a incidncia de luz solar direta, para evitar desbotamento
na superfcie e topo dos rolos de tecido.Existem casos em que a
estocagem de tecidos acabados no pode ser muito prolongada. Um
exemplo tpico um tecido preto tinto com corante ao enxofre.
Normalmente, estes tecidos, ao longo de alguns meses, produzem
pequenas quantidades de cido sulfrico, que degrada a celulose.
Depois de um ano de estocagem, estes tecidos apresentam resistncia
trao quase nula.No caso de tingir um tecido de algodo tinto com
corante de enxofre que ser estocado por longo perodo, esse fato
deve ser comunicado tinturaria, para que o mesmo seja submetido a
um tratamento final especial, para que o cido sulfrico, ao se
formar na estocagem, possa ser neutralizado no instante de sua
formao. 2.2 A correlao entre os ensaios de laboratrio e os ensaios
de usoOs ensaios de laboratrio sobre os materiais txteis podem ser
divididos em dois tipos gerais: aqueles que descrevem a identidade
do material (ttulos dos fios, gramatura, padronagem, cor, etc.), e
aqueles que medem caractersticas que esto relacionadas com o uso
final do material (reteno da aparncia, resistncia, solidez da cor,
alterao dimensional, etc.) preciso fazer distino entre os ensaios
de pesquisa e os de controle de qualidade. Os ltimos devem ser
rpidos e de fcil execuo. Na prtica, os ensaios de controle de
qualidade so, geralmente, do tipo passa ou rejeita o lote de
material, sem levar em considerao seu uso final. A justificativa
para os elevados investimentos nos ensaios de laboratrio que eles
so um indicador da conformidade do produto. Alguns tcnicos ainda
fazem mais uma distino, entre os ensaios diretamente relacionados
com as condies de uso. (ex: lavagem em laboratrio com mquina de
lavar domstica), e aqueles distantes destas condies (ensaios de
abraso com lixa). Porm, tambm nestes casos h uma relao entre os
resultados de ensaios e seu desempenho na prtica.Para se avaliar se
um ensaio de laboratrio ou no um bom indicador de qualidade no uso
final, faz-se necessrio escolher diversos tecidos que apresentem
diferentes graus de conformidade para o fim previsto, e diferentes
caractersticas, determinadas em laboratrio. Com cada um dos tecidos
se confecciona alguns exemplares do produto em causa e os submete
aos ensaios de uso, para determinar sua conformidade. Depois de
tabulados os resultados de ensaio de laboratrio e os de uso,
pode-se determinar o grau de correlao esttica entre os dois grupos
de dados.2.3 O laboratrio com a atmosfera padro de ensaios
txteisQuando o laboratrio recebe, digamos, uma amostra de fio de
algodo para a determinao de sua resistncia trao, so muitos os
fatores que influenciam no resultado do ensaio. Alguns deles
independem do laboratrio, como: comprimento e uniformidade das
fibras, seu dimetro e maturidade, a homogeneidade da mistura dos
fardos do abridor, a regulagem e manuteno das mquinas, a limpeza do
recinto fabril e a qualidade da mo-de-obra.Outros fatores dependem
do laboratrio, como: mtodo de ensaio empregado, tipo e manuteno do
equipamento, habilidade do laboratorista, e as condies ambiente do
recinto de ensaio.Por estes motivos, se entregamos uma amostra
txtil qualquer, de uma mesma partida, para diferentes laboratrios,
seus resultados de ensaios, por melhores que sejam estes
laboratrios, nunca sero exatamente iguais (laboratrios bons so
aqueles que tm bons equipamentos e tcnicos bem treinados). Isto
deve-se ao fato dos materiais txteis serem bastante no uniformes.
Porm, para que todos os resultados de ensaios sejam comparveis,
indispensvel que todos os laboratrios tenham seus ambientes
condicionados nas mesmas condies. Para os laboratrios txteis
estabeleceu-se, universalmente, as seguintes condies ambientais:520
+/- 2C de temperatura, e 665 +/- 2% de umidade relativa.2.4 A
disperso dos resultados de ensaio e seu coeficiente de variao (C.V.
-%)
Quando se deseja determinar o valor de uma grandeza qualquer,
como por exemplo, o comprimento de uma mesa, efetuam-se diversas
determinaes desta grandeza, e calcula-se o resultado mdio. Em
princpio, a mdia o valor mais provvel da grandeza analisada.
Podemos ter duas mesas cujos comprimentos mdios de seus tampos
sejam iguais. Uma das mesas perfeitamente retangular e a outra
apresenta um tampo levemente trapezoidal. Qual a melhor ou a mais
cara? Aquela cujo tampo foi cortado perfeitamente no esquadro. A
outra provavelmente foi produzida por auxiliar de marceneiro.Como
vemos existe um outro fator que influi na caracterstica fsica de um
material, que no seu resultado mdio. O fator em causa o coeficiente
de variao (C.V.), dado em porcentagem, que um dos dados que a
estatstica nos oferece. A estatstica a cincia que se ocupa com a
organizao, descrio, anlise e interpretao dos dados
experimentais.Numa amostra qualquer, a caracterstica a determinar,
pode ser qualitativa ou quantitativa.A varivel ser qualitativa
quando resultar de uma classificao por tipos ou
atributos.Exemplo:a) Cor dos olhos dos alunos de uma escola
(pretos, azuis, verdes, etc.)b) Sexo dos empregados de uma indstria
(masculino, feminino).A varivel ser quantitativa quando seus
valores forem expressos em nmeros. Essas variveis quantitativas se
subdividem em quantitativas discretas e quantitativas contnuas.A
varivel quantitativa discreta quando assume somente valores
pertencentes a um conjunto enumervel. Exemplos:a) Nmero de filhos
dos casais de uma parquia.b) Nmeros de gols numa partida de
futebol.Como exemplos de variveis quantitativas contnuas, temos:a)
A idade de carros estacionados em frente ao prdio.b) Os pesos dos
pezinhos de uma padaria.Pelos exemplos verifica-se que os valores
das variveis discretas so obtidas por contagem e os das variveis
continuas por medies.No estudo estatstico dos resultados de um
ensaio precisamos conhecer os seguintes dados:1 A mdia aritmtica (
x ) dos resultados de uma srie de ensaios que igual a soma desses
resultados dividida pelo nmero de determinaes efetuadas.
X = mdia aritmtica = Sendo: x1, x2, ... xn = os resultados
individuais de cada determinao.n = o nmero total das determinaes
efetuadas.2 A varincia ( Sx ) de um conjunto de resultados de
ensaios , por definio, igual mdia dos quadrados das diferenas dos
valores em relao sua mdia.
Sx = varincia = 3 O desvio padro (Sx) igual a raiz quadrada
positiva da varincia.4 O coeficiente de variao (C.V.) definido como
o quociente entre o desvio padro e mdia e, geralmente, expresso em
porcentagem.
Este dado caracteriza a disperso dos resultados de um ensaio em
termos relativos a seu valor mdio. Para vizualizarmos a importncia
de se calcular o coeficiente de variao dos resultados fsicos dos
tecidos, daremos o seguinte exemplo: Temos duas amostras de tecidos
na cor azul ndigo, para confeco de calas, nas quais efetuamos o
ensaio de trao na direo de urdume, com corpos-de-prova de 5 cm de
largura. Os resultados de ensaio, em kgf / 5cm, so os
seguintes:Tabela 1 Carga de ruptura trao kgf / 5cm:
DIREO DO URDUME CORPO-DE-PROVA NAMOSTRAS A B
1118110
2119119
3120124
4123129
5121127
6113105
Determinemos o clculo do coeficiente de variao dos resultados
sabendo-se que: n=6Tabela 2- Clculo do coeficiente de variao da
amostra A:xix1 - x( xi x)
118118-119= -11
119119-119= 00
120120-119=+11
123123-119=+416
121121-119=+24
113113-119=-636
= 714= 58
x= 119
Varincia: (s) = = = 11,6Desvio padro: (S)= = = 3,41Coeficiente
de variao: (CV) = Tabela 3- Clculo do coeficiente de variao da
amostra B:xixi x (xi x)
110110-119=-931
119119-119=00
124124-119=+525
129129-119=+10100
127127-119=+864
105105-119=-14196
= 714= 466
x= 119
Varincia: (s) = = 93,2Desvio padro: (S)= =9,65Coeficiente de
variao: (CV)= x 100= 8,1%Observa-se, dos resultados acima, que
ambas as amostras apresentam o mesmo resultado mdio, x= 119kgf /
5cm mas, na Amostra A, o CV= 2,9% e na amostra B, o CV= 8,1%Isto
demonstra que a Amostra A melhor que a amostra B, pois seus
resultados divergem menos do valor mdio da resistncia trao.2.5 O
condicionamento das amostras e o recorte dos corpos-de-prova de
tecidosQuando o laboratrio txtil recebe uma amostra para ensaio,
preciso condicion-la por algumas horas nas condies padro, de (20+/-
2)C e (65+/- 2)% de umidade relativa, at que sua umidade esteja em
equilibrio nestas condies. Isto muito importante porque todas as
caracteristicas fsicas dos materiais txteis, como o comprimento e
largura das peas, a gramatura, nmeros de fios, resistncia trao,
encolhimento, etc, variam em maior ou menor grau, dependendo da
unidade contida no material e o tiopo de fibra que
composto.Torna-se difcil qual o tempo mnimo de condicionamento de
uma amostra, pelos motivos abaixo expostos:1) Fibras como a l, cuja
umidade pode variar de 0 at 30%, precisam ser condicionados
bastante tempo. Uma fibra de polister, cuja umidade varia 0 a 1% o
tempo de condicionamento pode ser pequeno. Uma fibra de
polipropileno, cuja umidade de 0%, no precisa ser condicionada na
atmosfera padro de ensaio antes de se executar os ensaios
fsicos.Como saber quando uma amostra est com sua umidade em
equilbrio com a atmosfera padro? Os diferentes mtodos de ensaio
indicam que a amostra deve ser pesada de tempos em tempos, e quando
duas pesagens sucessivas no apresentarem variaes de massa superior
a 0,5%, considera-se que o material est devidamente condicionado.2)
Se temos como amostras fibras em pluma, o equilbrio de umidade se
alcana em curto tempo.Se a amostra for um fio altamente retorcido,
precisa-se de mais tempo de condicionamento do que para um fio com
pouca toro. Se a amostra for um tecido grosso e compacto, como uma
lona, o tempo de condicionamento pode ser bastante
longo.Normalmente, recomenda-se condicionar as amostras durante uma
noite. Porm, se a amostra for a lona do exemplo anterior, e ela se
apresenta mida quando entregue ao laboratrio, ela no vai entrar em
equilbrio, de umidade durante uma noite. Podem decorrer dois a
cinco dias at ela estar condicionada s condies padro.
3 ENSAIOS FSICOS DE FIOS
3.1 O ttulo dos fios
Num fio mdio metlico por trefilao, seu dimetro muito regular, e
por ser material duro, podemos determinar seu dimetro com um
paqumetro, palmer ou micrmetro. Se efetuarmos cinco determinaes de
dimetro sobre o comprimento de um metro de fio, saberemos o dimetro
de todo um rolo de fio metlico.O mesmo no acontece com um fio
txtil. Este muito compressvel e se formos medir seu dimetro com o
paqumetro, quanto maior a presso aplicada ao fio, menor ser o
resultado de seu dimetro. Neste caso, qual o dimetro do fio
txtil?Um fio txtil de algodo que apresenta poucas tores aparentar
mais grosso que o mesmo fio tendo muita toro. Alm disto, devido sua
irregularidade o fio apresenta uma infinidade de imperfeies, como
ponto grossos e finos. Por estes motivos no tecnicamente vivel
determinar-se o dimetro de um fio txtil. Em seu lugar determinamos
seu ttulo, que pode ser feito de duas formas:a) Atravs da
determinao da massa de um determinado comprimento de fio;b) Atravs
da determinao do comprimento de uma determinada massa de fio.Os
sistemas de determinao de ttulo indicados para a), so designados de
sistemas diretos e os do tipo b), por sistemas indiretos. Exemplo
de sistemas diretos: tex e denier. Exemplos de sistemas indiretos:
ttulo ingls de algodo (Nec), mtrico (Nm), ttulo ingls para linho
(NeL), etc.Apresentamos a segui as definies de alguns ttulos mais
usados em nosso meio.
3.1.1 Os sistemas mais usuais para expressar o ttulo
Tex- ttulo de uso internacional, e no Brasil por lei, expressa o
nmero de gramas de 1000 metros de fio (g/1000m), ou quilos por 1000
km de fio (kg/1000km). empregado tanto para fios de fibras como
para fios de filamentos.Denier (den)- expressa o nmero de gramas de
9000 metros de fio (g/9000m). empregado somente para designar o
ttulo de fios de filamentos qumicosNec (number english cotton)-
expressa o nmero de meadas de fio de 840 jardas cada, pesando 1
libra-pso (n de meadas de 840yd/ 1 lb).Nm (ttulo mtrico)- expressa
o nmero de metros de fio pesando 1 grama (m/g), ou o nmero de
quilmetros de fio pesando 1kg (km/kg).NeL(number english linen)-
expressa o nmero de meadas de 300 jardas cada pesando 1 libra-pso
(nmero de meadas de 300yd/1 lb).Apresentamos na tabela 1 a seguir
as expresses para a converso de ttulos dos fios.Tabela 4- Fatores
de converso de ttulos 3.1.2 O ttulo dos fios e seus
coeficientes
At os anos 50 a indstria txtil s determinava o valor mdio do
ttulo de uma partida de fios, mas sabe-se que se uma espula de fio
apresenta um valor superior a 4% do valor mdio da partida, o tecido
produzido vai apresentar defeito.Por isso atualmente se d mais
valor ao clculo do coeficiente de variao em por centos (CV-%) do
que o valor mdio do ttulo. Vejamos um exemplo.Uma malharia comprou
fios 100% de algodo, ttulo 20/1 tex (Nec 30/1) de dois
fornecedores. O laboratrio da malharia efetuou 10 ensaios de ttulo,
com meadas de 100m cada, de conicais diferentes, por amostra, e os
resultados indicaram que o ttulo mdio era de Nec 30/1.Os tecidos
produzidos com estes fios sero idnticos? Vejamos os resultados do
ensaio:A tabela a seguir comprova que os fios A e B apresentam o
mesmo ttulo mdio, e o CV do fio A 1,0% e do fio B 4,4%.O tecido
produzido com o fio A, poder apresentar tima aparncia, e aquele
produzido com o fio B apresentar riscos ou barras, devido a variaes
de massa de perodos longos.
Tabela 5- Resultados dos ensaios de ttulo dos fios A e B:
3.2 A toro e retoro dos fios
Uma mecha de fibras paralelas no apresenta nenhuma resistncia
trao e para transform-la num fio txtil precisamos dar-lhe certo
nmero de tores. Para se ter uma ideia da influncia da toro sobre a
resistncia dos fios apresentamos a seguir o grfico 1
correspondente.
Grfico 1- influncia da toro na resistncia trao
A toro do fio influi nas suas propriedades tecnolgicas como:
carga e alongamento ruptura, abraso, elasticidade, aparncia, tato,
volumosidade e maciez. Por esse motivo, a toro do fio deve-se
adequar ao tecido que queremos produzir. E a toro dos fios de
diferentes conicais de um mesmo lote no pode apresentar grandes
variaes para no originar riscos ou barras no tecido.
3.2.1 A direo da toro ou retoro
Antes de se determinar o nmero de tores/m preciso saber em que
direo o fio foi torcido (ou retorcido). Para isto segura-se um
corpo-de-prova na posio vertical e se compara a direo da toro (ou
retoro) com a parte central das letras S ou Z.
Figura 1- A direo da toro ou retoro
Quando dois ou mais fios singelos so retorcidos entre si, a
direo da retoro tambm determinada da mesma forma que nos fios
singelos.
4. ENSAIOS FSICOS DE TECIDOS
4.1 Recortes dos corpos-de-prova
Ao se condicionar as amostras, elas devem estar dispostas de
forma e receber livre acesso de ar, e sem tenso. Se o laboratrio
receber para anlises, uma ponta de pea preciso chamar a ateno de
quem enviou a amostra, de que os seus resultados podem ser
diferentes do restante da pea.Como j mencionado anteriormente, para
a retirada da amostra, deve-se desprezar os primeiros dois ou trs
metros da pea.Quando se tratar de analisar um defeito, primeiro
devemos descrever cuidadosamente o mesmo, e se possvel,
fotograf-los antes de executar os ensaios.Nos ensaios normais, ao
se recortar os corpos-de-prova, deve-se desprezar, junto s ourelas,
cerca de 10% da largura do tecido, porque nestas regies os tecidos
normalmente apresentam uma densidade de fios diferentes do restante
e, muitas vezes, o ttulo de seus fios difere do restante do
tecido.Como os tecidos so estruturas muito irregulares, ser
detalhada a preparao dos corpos-de-prova para o ensaio de trao.Como
os fios que constituem os tecidos so irregulares, os
corpos-de-prova de urdume devem conter fios diferentes; o mesmo
deve ocorrer com os corpos-de-prova no sentido da trama.A disposio
dos corpos-de-prova na amostra pode ser ao acaso, ou devem obedecer
a uma disposio sistemtica como mostra a figura 2 a seguir:Tamanho
do corpo-de-prova a recortar da amostra (60 x 300) mm.Figura 2-
retirada de corpos-de-prova para ensaio trao.
Da figura anterior se verifica que no h dois corpos-de-prova
compreendendo os mesmos fios de urdume ou trama. Ao se cortar os
corpos-de-prova, recomendvel numer-los, como mostra a figura. No
caso de um corpo-de-prova apresentar resultado anormal, podemos
investigar a causa da anormalidade.O corpo-de-prova deve ser
acertado para 50 x 300 mm; deixando uma franja de 5mm de cada lado.
Muitas vezes o laboratrio recebe uma amostra pequena e no h
material suficiente para se dispor os corpos-de-prova como indicado
na figura anterior. Nestes casos, apesar de no ser a situao ideal,
usa-se a disposio da figura 3 dada a seguir:Figura 3- Distribuio
para a retirada de corpos-de-prova
4.2 O comprimento das peas de tecido
Quando um confeccionista vai comprar um tecido, ele encomenda a
metragem certa para os artigos que vai confeccionar. Porm se o
tecido recebido apresentar umidade elevada ou foi processado na sua
ltima etapa do beneficiamento, sob tenso elevada, o mesmo, depois
de condicionado sem tenses, vai apresentar uma metragem inferior
indicada pelo fornecedor. Com isto, o comprador dispor de menos
tecido do que necessita ou, se processar o material como recebido,
suas confeces vo apresentar um encolhimento eventualmente
indesejado.Para verificar o comprimento exato de uma pea de tecido
em rolo ou tabuleiro, preciso desenrolar o material e disp-lo em
camadas (flaudas), e condicion-los. Depois, mede-se a pea numa
revisadora, com metradeira aferida. Se neste ensaio a pea
apresentar um comprimento sensivelmente inferior ao indicado pelo
fornecedor preciso tomar cuidados especiais durante o seu infesto.
Este no deve ser muito espesso e preciso deixar o tecido por
algumas horas em repouso, para diminuio das tenses.Alguns mtodos de
ensaios mandam que se mea o comprimento das peas de tecido junto s
ourelas, outros distncia de da largura do tecido e que o tecido
depois de condicionado sem tenses, seja disposto sobre uma mesa de
4m de comprimento, tampo liso, com largura superior do tecido. A
medio feita com uma rgua ou fita mtrica aferidas. Cada pea medida
duas vezes, digamos junto s ourelas, e apresenta-se o resultado
mdio com preciso de centmetros. Cada vez que se vai deslocar a rgua
ou fita, marca-se junto ourela o ponto em que se deve colocar o
zero da rgua.
4.3 A largura do tecido
Determinar a largura de uma amostra de tecido, de 1 a 2m de
comprimento, enviada ao laboratrio, tem pouco significado. Esta
determinao deve ser feita na recepo de um lote de tecido,
efetuando-se uma determinao sobre diferentes peas, para verificar
se o que foi entregue corresponde ao pedido.Muito mais importante
do que a determinao acima, verificar, em laboratrio, sobre uma ou
mais peas, se h ou no grande variao na largura de uma pea e entre
diferentes peas. Para tanto preciso desenrolar o material e disp-lo
em camadas (flaudas) e condicion-lo, como na determinao do seu
comprimento. Depois de condicionado, efetua-se a determinao da
largura a cada 5 ou 10 m da pea. Quanto menor a diferena entre a
largura mnima e a mxima encontrada, menor ser o refugamento de
tecido no enfesto da confeco, porque os moldes do corte devem ser
dispostos de tal forma a no ultrapassar a menor largura do
enfesto.Aquelas partes do tecido que so mais largas que a largura
mnima, vo ser desprezadas. Isto aumenta o custo do material da
confeco. Esta disperso dos resultados da largura identificada pelo
valor do seu coeficiente de variao (CV-%). Como os tecidos de malha
circulares, depois de abertos, apresentam uma variao na largura
superior a dos tecidos planos, considera-se o valor do CV da
largura, igual ou inferior a 3%, como um tecido muito bom com
respeito variao da largura; Um CV de 3,1% at 6%, como bom; De 6,1
at 9%, como regular; E superior a 9%, insatisfatrio.Especialmente
no caso de tecidos de malha de trama, preciso determinar-se tambm o
CV das larguras mdias de diferentes peas de um lote. Um valor igual
ou inferior a 1% considerado bom; de 1,1 a 2%, regular; Superior a
2%, insatisfatrio. Normalmente, a largura de um tecido plano
compreende a largura total, incluindo as ourelas. S
excepcionalmente pede-se a largura sem ourelas. Nestes casos
mede-se a largura entre os fios mais internos das ourelas.
Na verdade, existem dois procedimentos para se determinar a
largura de peas de tecidos. Um deles condicionar previamente a pea,
sem tenso, como indicado anteriormente. O outro consiste em
determinar a largura das peas de um lote, no estado em que se
encontra ou como se recebe. Depois, escolhe-se ao acaso, uma pea e
procede-se como no primeiro procedimento e corrige-se os resultados
das demais peas com os resultados encontrados nesta pea.
Normalmente, a preciso das medidas da largura vai depender da
largura do tecido. Alguns mtodos indicam a preciso de 5 mm, como
satisfatrio. O nmero de determinaes em cada pea no deve ser
inferior a cinco, uniformemente distribudos ao longo de seu
comprimento. Certos mtodos exigem que dois operadores efetuem, no
mnimo cinco determinaes por pea, e depois se calcule a mdia de
todas as determinaes, com preciso de 1mm.
4.4 A espessura
A espessura a terceira dimenso de um tecido, que depende do
ttulo dos fios empregados, de sua toro e do ligamento usado. Nos
pases desenvolvidos, a espessura considerada uma das propriedades
fsicas bsicas de um tecido. Em determinadas aplicaes industriais, a
espessura pode requerer um rgido controle. Por outro lado, o
conforto trmico e acstico dos tecidos muitas vezes avaliado atravs
de sua espessura. Como a maciez ou a compressibilidade dos tecidos
varia entre amplos limites, sendo que, num dos extremos temos os
cobertores aveludados, e no outro, as lonas de algodo, as normas
elaboradas pelos diversos pases dividem os tecidos em diferentes
classes, para efeito da determinao de sua espessura.Para este
ensaio necessita-se de micrmetros especiais, aos quais pode-se
aplicar diferentes presses ao acalcador, a fim de se comprimir mais
ou menos os tecidos a serem ensaiados. Alguns mtodos exigem,
inclusive, que o acalcador seja intercambivel, com diversos
dimetros, por exemplo: 25mm, 76mm e 178mm. Existem materiais
txteis, como: carpetes, tapetes e tecidos para estofamentos, que
apresentam diferentes alturas de pelos. Nestes casos, certos mtodos
de ensaios exigem o emprego de micrmetros com acalcadores de maior
dimetro. A base de micrmetro onde se apoia o acalcador, deve ter um
dimetro, no mnimo 10mm maior que este. O mtodo de ensaio ASTM D
1777, divide os tecidos para efeito deste ensaio em trs classes,
indicando os limites de presses a aplicar ao apalpador do
micrometro, como mostra a tabela abaixo:
Tabela 6- limites de presso do apalpador
Como vemos na tabela acima, em cada classe, as presses podem
variar entre amplos limites, porque diferentes micrmetros
produzidos especialmente para este ensaio, esto ajustados para
diferentes presses. O resultado da espessura da maioria dos tecidos
varia com a presso aplicada ao acalcador, como mostra o grfico 2 a
seguir:Grfico 2- Espessura X presso aplicada
4.5 A gramatura
H quatro modalidades para se determinar o peso dos tecidos:5 o
peso de uma pea,6 o peso por metro linear,7 o peso por metro
quadrado (gramatura),8 o peso de tecidos estreitos (peso por metro
linear).4.5.1 O peso de uma pea de tecido
Para a determinao deste valor, condiciona-se o tecido na
atmosfera padro, e pesa-se a pea inteira.
4.5.2 O peso por metro linear
a) Numa pea inteira:Para a determinao deste valor, determina-se
primeiro o comprimento da pea, como indicado no item 2.2, e por
fim, pesa-se o material, com preciso de 0,1%.O resultado
corresponde massa (M) dividida pelo comprimento da pea (C). = peso
por metro linear.
b) Na amostra de laboratrio: Na amostra de laboratrio, de 2 a 3
m de comprimento, depois de condicionada, ajusta-se suas
extremidades cortando-as perpendicularmente s ourelas, determina-se
seu comprimento, e pesa-se com a preciso acima mencionada.
4.5.3 O peso por metro linear de tecidos estreitos
Consideram-se tecidos estreitos aqueles cuja a largura total
(com ourelas) no ultrapassa 300mm. De cada pea de tecido
recortam-se trs corpos-de-prova de 1m 3mm, perpendicularmente s
ourelas, mede-se a largura com preciso de 1 mm, segundo o item 2.3
e pesa-se cada corpo-de-prova com preciso de 0,1% de seu peso.
4.5.4 O peso por metro quadrado (gramatura)
a) Na pea inteira ou na amostra de laboratrio:Determina-se,
primeiro, o comprimento da pea ou da amostra, como indicado no item
2.2, determina-se sua largura, como indicado no item 2.3, e
pesa-se.Para o calculo de gramatura, multiplica-se primeiro o
comprimento pela largura, para se determinar a rea em metros
quadrados (A) do tecido, e depois divide-se sua massa em gramas (M)
pela rea encontrada. = gramatura (g/m)Neste caso, a gramatura
determinada, inclusive com as ourelas.b) Em corpos-de-prova
pequenos:Este o processo mais usual, e aplicado nas amostras de
laboratrio, se bem que em seu resultado no corresponde,
necessariamente, ao lote do qual foi retirada a amostra. Neste
ensaio, desprezam-se as ourelas.Para a execuo do ensaio,
recortam-se seis corpos-de-prova de 100,00 cm e pesa-se cada
corpo-de-prova separadamente.Determina-se a gramatura de cada
corpo-de-prova, sua mdia e o coeficiente de variao, em
porcentagem.O recorte dos corpos-de-prova pode ser efetuado com
tesoura, com auxlio de um gabarito quadrado, de metal ou plstico,
de 100mm de lado, ou com o auxlio do cortador circular de amostras,
apresentado na figura 4. Os corpos-de-prova obtidos com o cortador
circular tambm apresentam uma rea de 100,00 cm.
Figura 4- Cortador circular de corpos-de-prova
H tecido, nos quais no se pode usar corpos-de-prova de 100 cm na
determinao de sua gramatura. Como exemplo, citamos dois casos:
colchas adamascadas, com rapports grandes, e tecidos para cortinas,
que apresentam rapports grandes. Em todos os casos em que h fios de
diferentes ttulos e/ou composies, os corpos-de-prova de gramatura
devem apresentar as dimenses de um rapport, ou de um mltiplo de
rapports.Em tecidos de algodo cru, que apresentam 6 a 100% de goma
os fios de urdume, muitas vezes s interessa a gramatura sem goma.
Nestes casos, antes de recortarmos os corpos-de-prova, os tecidos
devem ser previamente desengomados, secados e novamente
condicionados.Em tecidos tintos de algodo, de fibras qumicas ou
mistas, aos quais geralmente se aplica 0,1% a 0,3% de amaciantes,
no se costuma eliminar previamente este amaciante. Determina-se a
gramatura do tecido como recebido.Em tecidos de malha por trama,
por se deformarem facilmente preciso cuidados especiais no recorte
dos corpos-de-prova.
4.6 A contagem de fios (ou colunas ou carreiras)
Na maioria dos tecidos pode-se efetuar a determinao do nmero de
fios por centmetro, de modo preciso e rpido, com o auxlio de um
conta-fios que possui acoplado lupa um ponteiro, e este conjunto
desliza, por meio de um parafuso micromtrico, sobre uma rgua
milimetrada. A figura 6 mostra contra fios deste tipo.
Tabela 7- Tamanhos de corpos-de-prova para ensaios de nmeros de
fios por centmetro, norma DIN
CARACTERSTICAS DO TECIDO A ENSAIARCOMPRIMENTO DO
CORPO-DE-PROVATIPO DE TECIDO
< 10 fios/cm10 cmPlano
De 10 a 50 fios/cm5 cmPlano
>50 fios/cm2 cm Plano
150 malhas/10 cm5 cmDe malhas
A norma ASTM D 3775-79 indica os valores apresentados na tabela
8 para tecidos planos:
Tabela 8- Tamanhos de corpos-de-prova para ensaios de nmeros de
fios por centmetro, norma ASTM
Naqueles tecidos em que no se distinguem perfeitamente os fios
(tecidos para japonas, flanelas, etc.) ou em certas sarjas e
cetins, a contagem dos fios deve ser feita por desfiamento do
corpo-de-prova. Para isto, recortam-se os corpos-de-prova de forma
quadrada, com 1 cm a mais do que recomenda a norma, desfia-se suas
beiradas at se alcanar precisamente as dimenses especificadas. A
partir da vai se retirando os fios de urdume e amontoando-os em
grupo de dez fios para facilitar sua contagem. Retirados todos os
fios de urdume, conta-se os fios de trama amontoando-os tambm em
grupos de dez fios.Em tecidos fantasia, nos quais um ou mais fios
no aparecem em intervalos regulares e pequenos, os corpos-de-prova
devem apresentar dimenso que contenham, no mnimo, um rapport
completo.Em tecidos estreitos, com largura inferior a 125mm (ASTM D
3775-79), ou at 75mm (segundo o Cotton Technological Research
Laboratory, da ndia), conta-se todos os fios de urdume, inclusive
as ourelas, e divide-se o resultado pela sua largura efetiva, no
local da determinao.Podem ainda ser utilizados os mtodos de ensaio
ABNT- MB 3397 para determinao do nmero de carreiras e colunas em
tecidos de malha ABNT NBR 10588 para determinao do nmero de fios em
tecidos planos.
4.7 O ensaio de trao
No ensaio de trao, executando em dinammetro mecnico ou
eletrnico, podem-se obter as seguintes caractersticas dos
tecidos:
5 carga mxima,6 carga de ruptura, 7 alongamento mximo,8
alongamento ruptura,9 carga de rasgamento,10 carga de ruptura de
costuras,11 carga de arrebentamento por abaulamento12 resistncia ao
estouro, brusting strengt.
Nos tecidos de fibras vegetais e nos tecidos mistos contendo
fibras vegetais, comum determinar-se unicamente a carga de ruptura.
Nos tecidos de l, nos tecidos mistos contendo l e nos tecidos 100%
de fibras qumicas, que apresentam elevado alongamento trao,
determinam-se a carga de alongamento de ruptura. Em alguns casos de
tecidos produzidos com fibras qumicas, que apresentam uma carga de
ruptura inferior carga mxima, costuma-se registrar a carga mxima e
o alongamento carga mxima, podendo-se registrar tambm a carga e o
alongamento de ruptura.Sempre que se deseja determinar o
alongamento trao, de um material txtil, preciso aplicar ao
corpo-de-prova, por ocasio de sua fixao s garras do dinammetro, uma
pr-tenso. Esta operao consiste em fixar, primeiro, o corpo-de-prova
na garra superior; passar o corpo de prova por dentro da guarra
inferior, e antes de sua fixao, aplicar-lhe, segundo o mtodo ASTM D
1682-75, uma pr-tenso correspondente a 0,5% da sua carga de
ruptura. Para a determinao do alongamento, o dinammetro necessita
de um dispositivo para a sua determinao, ou um registrador, que
registra a curva Carga/Alongamento. O grfico 3 a seguir apresenta
uma curva deste tipo, para um material que apresenta carga mxima
superior carga de ruptura.Quando a carga mxima coincide com a carga
de ruptura, costume do Brasil, registrar este resultado como a
carga de ruptura, ao contrrio de outros pases, que registram este
resultado como carga mxima.No ensaio de trao, muitos fatores
influenciam sobre o resultado. Se estes fatores no aso controlados
e mantidos constantes, os resultados no so confiveis.
Os resultados de ensaios efetuados sobre diferentes condies no
so comparveis. Na tabela 4 indicaremos alguns fatores que influem
no ensaio de trao
Tabela 9- Fatores que influenciam o ensaio de traoINFLUENCIA
ORIGEM DA INFLUENCIA
Tipo do equipamentoPreciso da medidaSensibilidade do indicador
de cargas e alongamento Tipos de garrasEscorregamento do
corpo-de-prova nas garrasDinanmetro
Tempo de condicionamentoRelaxao durante o condicionamentoUmidade
inicial antes do condicionamentoDistncia inicial entre
garrasVelocidade de ensaioPr-tenso Condies de ensaio
Vapores ou gases prejudiciais no meio ambienteDegradao durante o
ensaioTemperatura umidade do ambienteCondies do ambiente de
ensaio
Alm dos fatores j mencionados, as caractersticas de carga e
alongamento trao de um material dependem de sua histria previa.
Assim, um fio de polister que tenha sofrido durante sua produo uma
estiragem maior do que o normal, vai apresentar uma carga de
ruptura maior, e alongamento menor, do que um fio da produo
normal.
4.7.1 Principais variveis do ensaio de trao
No ensaio de trao de um tecido que apresenta baixa resistncia e
no apresenta dificuldades de fixao nas garras do dinammetro,
recomenda-se o uso de garras planas. O caso diferente no ensaio de
fios e tecidos tcnicos que apresentam elevada resistncia, motivo
porque necessita-se aplicar grandes presses para sua fixao nas
garras. Porm, se a presso aplicada nas garras excessiva, o
corpo-de-prova fica amassado e resulta ruptura junto s garras, que
invalida o resultado.
Muitas vezes este problema pode ser senado aplicando-se
diferentes revestimentos s garras. Como exemplo de revestimento
indica-se lminas de poliamida com baixa dureza superficial, de 0,5
a 1mm de espessura. Outra soluo o emprego de cilindros acoplados s
garras. Neste caso, a presso de fixao pode ser reduzida devido a
frico do corpo-de-prova nos cilindros, e os corpos-de-prova no se
rompem junto s garras.
4.7.1.1 Influencia da distncia inicial entre garras X carga de
ruptura
No ensaio de trao, medida que se aumenta a distncia inicial
entre garras, h uma diminuio da carga de ruptura dos fios de
fibras, enquanto que nos fios de filamentos, esta carga constante.
A explicao da diminuio da resistncia nos fios fiados reside na
maior probabilidade de haver pontos fracos nos corpos-de-prova mais
longos. Esta probabilidade mnima nos fios de filamentos.A seguir no
grfico 4 est representado a alterao da carga de ruptura pela
distncia entre garras utilizada no ensaio de trao.Grfico 4-
Influencia da carga de ruptura X distncia entre garras
De modo geral pode-se afirmar que, quanto maior a velocidade de
ensaio, maior a carga de ruptura (ou carga mxima), e menor o
alongamento de ruptura.At alguns anos atrs, os mtodos de ensaio de
trao fixavam a velocidade da guarra mvel. De uns tempos para c
fixa-se, de preferencia, o tempo de ensaio at a ruptura
(normalmente 20 3s. O fio mais resistente, ter sido ensaiado
velocidade de ensaio, no d para se comparar, com preciso, os
resultados encontrados. Por este motivo seria mais adequado voltar
a estabelecer nessas normas, a velocidade constante de deslocamento
da garra.
4.7.2 Os tipos de dinammetros
Existem trs tipos de dinammetros operando segundo os seguintes
princpios:- Velocidade constante de deslocamento da guarra mvel-
CRT (constant rate of treverse). So apresentados pelos dinammetro a
pndulo e os eletrnicos, tipo Instron.-Velocidade constante de
aplicao da carga CRL CRT (constant rate of load). So os dinanmetros
a plano inclinado, como o dinammetro para fios, modelo Dinamat,
Uster.-Velocidade constante de alongamento CRE (constant rate of
elogation), mais restritos para pesquisa.Segundo o princpio da
medida da fora, os dinanometros se subdividem em:-Mecnicos: a
pndulo;-Eletrnicos: Estes so os mais modernos e precisos, e
permitem a aplicao de cargas cclicas, com toda a preciso, e ensaios
velocidade mais elevada do que os mecnicos.
4.7.3 Os tipos de corpos-de-prova
Existem trs tipos bsicos de corpos-de-prova para ensaio de trao
de tecidos:-Corpo-de-prova desfiado: Normalmente recorta-se o
corpo-de-prova na largura inicial de 60 mm, e depois de desfiado,
sua largura efetiva de 50mm. Em casos especiais a largura final
pode ser inferior, de 25mm ou 20 mm, quando ento deve-se registrar
a largura utilizada.-Corpo-de-prova cortado: sempre que no for
possvel preparar o corpo-de-prova por desfiamento, no caso de
tecidos feltrados ou plastificados, o corpo-de-prova deve ser
cortado na largura exata, indicada pelo mtodo de ensaio. preciso
cuidados especiais para que o corte se d ao longo dos fios a
ensaiar.-Corpo-de-prova tipo Grab: nos USA usa-se muito este tipo
de corpo-de-prova, pois afirmam que o resultado encontrado no
ensaio a resistncia efetiva. Neste caso, os corpos-de-prova so
recortados nas dimenses de 100 x 150mm (4 x 6 pol.). A distancia
inicial entre garras de 75mm (3 pol.), e o corpo-de-prova fixado
centralmente, numa rea somente 25 x 25mm (1 pol._, conforme
mostrado na figura 7.Figura 7- Corpo-de-prova tipo Grab-test
Figura 8- Corpo-de-prova de corte simples-rasgamento trama
A padronagem de um tecido tem grande influencia na resistncia ao
rasgamento. Mantendo-se todos os outros fatores constantes, um
tecido Panam regular (2 x 2) apresentar uma resistncia, superior a
duas vezes, a de um tecido tipo tela, porque os dois fios em
paralelo vo se romper ao mesmo tempo. Uma sarja 3x 1 apresentar uma
resistncia igual a 1,5 vezes a do tecido tela. Em tecidos de mesmos
fios igual padronagem, sua resistncia ao rasgamento diminui medida
que aumenta o numero de fios. Um tecido tipo tela de algodo com
elevado nmero de fios ter menor resistncia que um tecido com poucos
fios.A resistncia superior de um Panam, em relao a um tecido tipo
tela, no mantm sua resistncia, se espalmado com plstico. A
resinagem causa uma imobilidade nos fios, no podendo escorregar e
se juntar a outros. Por isto, os fios se rompem individualmente,
diminuindo sensivelmente sua resistncia ao rasgamento.As vezes o
tecido apresenta uma construo to desbalanada com respeito s
resistncias de urdume e trama, e ao seu alongamento, que impossvel
rasgar os fios mais fortes. Quando se tenta rasgar o conjunto de
fios mais resistentes, os fios mais fracos falham e o rasgamento se
d lateralmente. Quando isto ocorre, pode-se usar o corpo-de-prova
trapezoidal, mas cujos resultados so questionveis. Anos ltimos anos
a ASTM retirou este mtodo de sua srie.
4.8.2 O corpo-de-prova trapezoidal
A figura 10 mostra as dimenses deste corpo-de-prova, e como ele
fixado s garras do dinammetro. Neste mtodo os fios vo se rompendo
um a um, sucessivamente. O ensaio lembra mais o de trao de fios
individuais, por isto tem pouco significado como ensaio de
rasgamento.
Figura 10- Corpo-de-prova trapezoidal, antes e aps montado nas
garras
4.8.3 O ensaio com aparelho Elmendorf
O ensaio com aparelho Elmendorf do tipo balstico, e muito usado
nos pases desenvolvidos. O ensaio importante porque, geralmente
quando um tecido se rasga, esta operao se efetua velocidade
relativamente elevada. Por isto, este ensaio reproduz melhor o
rasgamento dos tecidos empregados em confeces.
4.9 O ensaio de presso de ruptura (ensaio de estouro bursting
test)
Em muitos usos industriais o tecido submetido s presses de
abaulamento, criadas por ar, fludo ou presso mecnica. Como exemplo
podemos citar: os diafragmas de bombas, peneiras, tecidos de
filtros-prensa, paraquedas, mangueiras, sacos, etc.Neste caso, o
corpo-de-prova de tecido plano solicitado em ambas as direes. tambm
recomendado em tecidos de malha e no tecidos, cujos corpos-de-prova
de trao no podem ser preparados segundo o tipo desfiado, e os
corpos-de-prova cortados, so normalmente, muito irregulares. tambm
usado em tecidos revestidos ou lamelados.Neste ensaio podemos
determinar a presso de ruptura, quais os fios que se rompem
predominantemente, e o abaulamento a uma presso qualquer.A rea do
corpo-de-prova durante o ensaio no permanece constante medida que
aumenta a presso, e desconhecida no momento da sua ruptura. Por
isto, a presso registrada no manmetro, a presso do leo dentro do
aparelho, que no , necessariamente a presso aplicada ao
corpo-de-prova.Alm disto, a presso indicada no aparelho inclui, alm
da presso para romper o corpo-de-prova, tambm aquela necessria para
abaular o diafragma de borracha. Esta ltima presso geralmente muito
pequena em relao quela para romper o corpo-de-prova, e por isso,
ignorada. Desta forma, considera-se que a presso indicada pelo
manmetro igual necessria para o rompimento do tecido.Num tecido
qualquer, atinge-se o mximo da resistncia por abaulamento quando os
alongamentos ruptura do urdume e da trama forem iguais.Por isto os
fabricantes procuram produzir tecidos uniformes, balanceados, e que
apresentam portanto, a mesma textura, encrespamento, resistncias e
alongamentos ruptura, tanto na direo da trama como do urdume.Afora
certos tecidos planos industriais acima mencionados, este ensaio
importante para os tecidos de malhas porque estes, no ensaio de
trao, apesar da fora ser aplicada unidirecionalmente, a carga lhes
distribuda em muitas direes. E no presente ensaio a carga aplicada
multidirecional.
4.10 O ensaio de pilling
Este ensaio tem a finalidade de determinar a resistncia de um
tecido formao de pills, que so pequenos aglomerados ou bolas de
fibras entrelaadas, presas ao tecido por uma ou mais fibras. O
pilling se diferencia da penugem que sobressai do tecido, que
formada por fibras no entrelaadas. O ensaio de pilling um caso
especial de ensaio de abraso, em que o tecido friccionado contra
uma superfcie pouco spera.A formao de pilling em tecidos uma
propriedade muito complexa e influenciada por muitos fatores, como
tipo de fibra ou da mistura, suas dimenses, tipo de fio, padronagem
e acabamento dos tecidos. Existem muitos tipos de equipamentos par
ensaio de pilling e seus resultados no so comparveis.A resistncia
de um dado tecido de uso cotidiano formao de pilling, varia de
indivduo para indivduo e das condies gerais de uso. Por este
motivo, confeces feitas com um mesmo tecido podem apresentar uma
grande variao de formao de pilling quando usado por diferentes
pessoas. J no ensaio de laboratrio, a variao, dentro de um mesmo
mtodo, pequena. preciso ter este fato em mente quando se fixa a
respectiva especificao.Os acabamentos e as alteraes superficiais
dos tecidos podem exercer grande influncia na formao de pilling.
Por isto, muitas vezes solicita-se este ensaio do tecido original e
aps a lavagem mido ou a seco.O pilling observado em confeces
usadas, varia muito em tamanho e aparncia, e este depende
particularmente da presena de borra ou filaa, e da intensidade de
contraste de tonalidade, fatores que no so avaliados neste ensaio,
onde somente se determina o nmero de pelotes formados. O
desenvolvimento dos pelotes pode ser acompanhado de outros fenmenos
superficiais, como perda da cobertura, variao da tonalidade e
formao de penugem.Como a aceitao de um dado tecido depende, tanto
de sua tendncia de formao de pilling, como dos outros fatores que
afetam sua aparncia superficial, recomendado que se faa uma avaliao
subjetiva dos corpos-de-prova ensaiados, levando-se em conta todos
os fatores, e no unicamente em relao ao nmero de pelotes. Para
tanto, indispensvel que cada empresa prepare seus prprios padres de
aparncia para esta avaliao global. A prpria avaliao de pilling,
efetuada com o auxlio de padres fotogrficos, preparados para cada
tipo de equipamentos empregado.Durante o ensaio de pilling, pontas
de fibras que sobressaem do tecido so puxadas para fora do fio. Se
estas fibras so quebradias, como vidro ou fibras grossas de algodo
maduro, ento elas se quebram, sem a formao de pilling. Se as fibras
so flexveis, elas se emaranham em volta de si mesmas e com outras
fibras adjacentes, na formao de pelotes.Assim fios mistos, de
polister/algodo, de baixa qualidade, produzidos com fibras grosas
de polister e algodo de fibras curtas e imaturas, apresentam grande
tendncia ao pilling.Nas suas sucessivas lavagens, quando o tecido
sobre muita abraso e flexes, fibras de polister sofrem uma pequena
migrao, podendo algumas extremidades sobressarem do tecido, e
nestas pontas se emaranham, principalmente fibras imaturas do
algodo.Nas lavagens domesticas mquina, pode-se diminuir a formao de
pilling, no sobrecarregando a mquina com tecidos, e limpando-a
frequentemente, para a eliminao da borra de fibras. Estas
recomendaes so especialmente vlidas para tecidos de malhas.Entre os
diferentes aparelhos para ensaio de pilling, o mais conhecido entre
ns o Atlas Random Tumble Pilling Tester.
4.11 A alterao dimensional
Na produo dos tecidos e nos seus diferentes processos de
diferenciamento, surgem alteraes dimensionais devido a aes
mecnicas, trmicas e qumicas que, na maioria dos casos, se
manifestam posteriormente, por um encurtamento na direo
longitudinal. Este fenmeno geralmente, referido como encolhimento.
O valor do encolhimento de um tecido depende principalmente de duas
influencias, do material e das condies de produo, como o meio em
que o tecido beneficiado (agua, vapor, calor, seco, etc), a
temperatura e os esforos mecnicos.O mecanismo de encolhimento pode,
parcialmente, ser explicados pelo alvio de tenses internas
introduzidas nos fios durante os processos de fiao e tecelagem.
Pela atuao de gua, ar quente ou vapor, as tenses latentes podem ser
aliviadas. Os tecidos tendem ento a atingir um estado estvel em
suas dimenses, e o tempo necessrio para isto vai depender do tipo
da fibra, do tipo e condies de tratamento aplicado.
Quanto a determinao da alterao dimensional de tecidos de malha
por trama, ainda no se encontrou mtodos de ensaio de aceitao
universal. Os estudos ainda esto em andamento. Se usarmos um
corpo-de-prova de (60 x 60)cm, como usual nos tecidos planos, e o
introduzirmos em mquina de lavar domstica com a carga de tecido
pr-fixada, o corpo-de-prova de malha geralmente se deforma, tanto
que no tem sentido indicar-se sua alterao dimensional.Uma
alternativa usar-se um corpo-de-prova duplo e maior, digamos de 70
x 70cm, e passar uma costura em toda sua volta, e submet-lo,
sozinho, ao processo de lavagem. A secagem em secadeira a tambor
tambm poder deformar exageradamente o corpo-de-prova.A figura 12 a
seguir nos d uma viso simplificada do encolhimento de um tecido
plano de algodo, por exemplo.
Mas como atualmente todos os tecidos so muito mais caros do que
antigamente, seus usurios, mesmo j entre ns, desejam cores que
apresentem um grau de solidez, no mnimo, comparvel vida normal da
confeco.Em resultado disto, o tintureiro procura cores mais slidas,
e o produtor de corantes e pigmentos est, continuamente,
aperfeioando a solidez dos mesmos.Por outro lado, um erro pensar
que deve-se empregar somente corantes de tima solidez, e que nunca
vai-se conseguir tingimentos satisfatrios enquanto se
comercializarem os corantes de baixa solidez. O bom senso nos diz
que uma solidez satisfatria se ela resiste s condies de uso, e
desnecessrio que o corante do tecido resista mais do que este. Uma
solidez superior custa mais caro, de modo que antieconmico. Porque
um tecido para cortinas deve apresentar o mximo de solidez lavagem,
quando s raramente lavada, ou uma roupa intima deve apresentar tima
solidez a luz, quando no fica exposta a este agente, a no ser o
curto espao de tempo quando eventualmente for secada em varal?Por
isto, uma roupa intima de algodo , universalmente tingida como
corante direto, apesar de se saber que o mesmo apresenta solidez
mdia, luz e lavagem, e uma camiseta ou toalha tingida com corante
reativo, por apresentar boa solidez aos agentes acima citados. No
primeiro caso sabe-se que o material sempre vai ser descartado
antes que possa surgir uma reclamao justificvel.Em vista das
consideraes feitas, recomendvel tingir-se os diferentes tipos de
tecidos, com corantes cujas solidezes esto de acordo com os
previstos. Decorre da a necessidade de se ter mtodos de ensaio de
solidez adequados aos diferentes agentes aos quais eles podem estar
expostos.Nas ltimas dcadas, pesquisadores de todos os pases tm-se
dedicado e consultado uns aos outros, para desenvolver mtodos de
ensaios que possam ser aceitos mundialmente. Estes ensaios podem
ser divididos em duas classes:1- Aqueles que do as informaes
necessrias s tinturarias e estamparias, como os mtodos de ensaio de
solidez: ao alvejamento com cloro, sublimao, carbonizao,
desengomagem (seda), ao grau de amarelecimento, etc.2- Aqueles que
indicam o comportamento ao uso, como: solidez luz, agua, lavagem,
frico, ao suor, etc. E so alguns destes mtodos de ensaio que iremos
discutir na continuao. bastante fcil elaborar um mtodo de ensaio
que mostre, em laboratrio, uma alterao de cor do tecido, mas bem
mais difcil elaborar um mtodo cuja alterao da cor possa ser
correlacionada com a que se observa nas condies normais d uso. Por
isto, nos ltimos quarenta anos investiu-se muito para melhoria dos
mtodos de ensaio existentes, para eles fornecerem resultados mais
precisos quanto ao comportamento ao uso.Como exemplo, podemos citar
os mtodos de ensaio de solidez lavagem, que at pouco tempo atrs
exigiam o emprego de sabo de oliva, que a trinta anos no se
encontra mais em So Paulo. Em 1967, o mtodo ABNT-PB-414 recomendava
o uso de sabo neutro em escamas, que a cerca de quinze anos saiu do
comrcio.Hoje com o uso dos detergentes em p, a ABNT exige em seus
mtodos de ensaio de solidez da cor lavagem presentes na NBR 10597,
o uso de detergentes padro tipos A e B.Outro fator importante a s
levar em considerao nos ensaios de solidez de cor que eles precisam
ser relacionados s fibras a serem ensaiadas. Por exemplo, tecidos
de l e seda so lavados em condies mais suaves do que algodo e
linho. Por isto preciso elaborar-se mtodos mais suaves para os
primeiros materiais. Estes tambm no so alvejados com hipoclorito, e
necessrio desenvolver-se mtodos de alvejamento com perxido de
hidrognio ou dixido de enxofre.
5.1.1 A avaliao da alterao da cor
No desenvolvimento dos mtodos de ensaio de solidez de cor, no
tem sido fcil encontrar-se um modo de expressar a solidez de um
modo inequvoco, porque toda avaliao simples, e aplicvel
universalmente, baseada num julgamento subjetivo. Na dcada de 1940,
a solidez de cor era expressa em BOA, REGULAR ou M.BOA- quando no
havia nenhuma alterao da cor;REGULAR- quando havia ligeira alterao
da cor;M- quando havia forte alterao da cor;Como naquela poca ainda
no existiam as escalas cinza, corria-se o risco de, em funo das
condies psquicas do tcnico, avaliar-se uma amostra como REGULAR,
num dia, e no outro, a mesma amostra como M.A solidez de um corante
est relacionada intensidade da cor do tecido tinto. Se uma amostra
tinta exposta luz, o nmero de molculas que ser modificada durante
um dado tempo, ser a mesma independente da percentagem do corante
na fibra. A proporo do corante presente, e que ser decomposta,
portanto maior nas cores plidas. Por este motivo os produtores de
corantes apresentam os valores de solidez em diferentes
concentraes. Como j citado, as avaliaes de solidez envolvem uma
avaliao visual da alterao da cor da transferncia da cor para um
tecido adjacente. As avaliaes de boa, regular ou m so de pouco
valor. Tentou-se outros sistemas de avaliao, que eram demorados e
caros. O sistema de avaliao melhorou consideravelmente quando,
provavelmente, em fins da dcada de 40, o National Bureaua of
Standards desenvolveu as duas escalas cinza, inicialmente em
escalas aritmticas, e posteriormente, em escalas geomtricas. Todos
os ensaios de solidez de cor, com exceo ao da luz, so avaliados com
duas escalas cinza, uma de alterao de cor, figura 13 e a outra, de
transferncia de cor figura 14. As avaliaes so indicadas com notas,
de 1 at 5 como mostra a tabela 6.
Ao se efetuar a avaliao da alterao de cor, alm da nota, que
varia de 5 at 1, adiciona-se letras que indicam variaes de
tonalidade. A norma NBR 8430, de 1984, indica as seguintes
abreviaturas para se qualificar o desvio de tonalidade,
apresentadas na tabela 11:
Como estas abreviaturas variam, as vezes, de um pas para outro,
sugere-se, em futuro prximo, a nomenclatura recomendada pela
ISO.
5.1.2 A avaliao da transferncia da cor
Na avaliao de transferncia da cor, costura-se tecidos brancos
junto amostra a analisar e compara-se a cor do tecido branco que
estava em contato intimo com o corpo-de-prova ensaiado, com um
pedao do mesmo tecido branco, no submetido ao ensaio em questo. Aps
o ensaio os dois tecidos (o ensaiado e o no ensaiado), so colocados
lado a lado e comparados com a escala apropriada conforme figura 14
a seguir, orientados na mesma direo. Se no observarmos esta
orientao, devido variao da reflexo da luz, incorreremos em erro na
avaliao.
Se o tecido ensaiado muito fino, recomenda-se usar duas ou mais
camadas do mesmo, para no aparecer o fundo cinzento da cabine (um
pouco mais escuro que o cinza da nota 4/5 da Escala cinza de
transferncia). A luz deve incidir um ngulo de 45 e a observao deve
ser feita perpendicularmente.A escala cinza de transferncia de cor,
assim como a de alterao, tambm dividida em cinco contrastes de tons
de cinza conforme mostra a tabela 13, sendo que os tons
intermedirios tambm so apresentados na escala.
5.1.3 O ambiente para a avaliao da solidez da corAs avaliaes da
solidez da cor, so feitas, comparando-se a cor do corpo-de-prova
aps o ensaio, com um outro pedao do mesmo tecido como recebido (no
submetido ao ensaio).O resultado desta avaliao vai depender do grau
de iluminao do ambiente em que ela executada. Assim, se fizermos a
avaliao num dia de chuva, com pouca luz, ele ser diferente do que
quando feita num dia de sol, prximo a uma janela.Para evitar este
fator de erro, os modernos mtodos de ensaio recomendam que as
avaliaes sejam feitas em cmaras com iluminao padro, conforme a
mostrada na figura 15 seguir.Geralmente, estas cmaras possuem trs
tipos de lmpadas: de luz halgenas, de luz fluorescente, para
verificar se uma dada cor apresenta o fenmeno do metamerismo
(alterao da cor ou da tonalidade quando exposto a diferentes tipos
de luz), e de luz ultravioleta, para constar se o material em
anlise apresenta alvejante tico, acabamentos, etc.
5.1.4 A preparao dos corpos-de-prova
Todos os ensaios de solidez mido, como na solidez lavagem, ao
suor, etc. prepara-se, com o tecido de amostra, um corpo-de-prova
designado de corpo-de-prova composto. Para sua confeco, recorta-se
da amostra de um corpo-de-prova de dimenses definidas na norma
(digamos, 10 x 5 cm), e junta-se a ele um tecido multifibras, de
mesmas dimenses. Os dois retalhos de tecidos devem estar encostados
e sem rugas. O ideal aplicar em volta deste corpo-de-prova
composto, uma costura, com linha branca, sem muita tenso na linha
de costura, para evitar enrugamento do corpo-de-prova.O tecido
multifibras no produzido no brasil e possui, no urdume, faixas de
diferentes fibras. Normalmente, sries de onze faixas diferentes,
que se repetem ao longo da largura do tecido. A largura de cada
faixa varia, de acordo com o mtodo de ensaio em que vai ser
empregado. Como exemplo podemos citar um tecido multifibras com
onze faixas, constitudo dos seguintes fios de urdume:
Como no dispomos de tecidos multifibras, os mtodos de ensaio
recomendam montar corpo-de-prova composto, com dois tecidos
testemunha: o primeiro, da mesma fibra de que composta a amostra
(no caso da amostra se compor s de uma espcie de fibras), o segundo
ser escolhido de acordo com a tabela 10:
Neste caso, o corpo-de-prova composto formado: do 1 tecido
testemunha; do retalho da amostra; e o 2 tecido testemunha. Como no
caso anterior, o corpo-de-prova composto costurado em toda a volta,
para garantir um perfeito contato entre os dois retalhos de
tecidos. Vamos supor que a amostra a ensaiar seja um tecido para
cortinas, compostos de trs fibras: algodo, acetato e polister. Como
no temos o tecido multifibras, vamos ter que ensaiar um
corpo-de-prova composto da amostra, colocada entre o primeiro
tecido testemunha que contiver a fibra de maior quantidade na
composio do tecido e o segundo testemunha da segunda fibra de maior
quantidade na composio do tecido.
5.7 Solidez luz
A exposio de uma amostra luz solar um ensaio nas condies reais
de uso muito demorado, porque o nmero de horas de insolao varia de
um dia para outro e de uma estao para outra. Na primeira parte da
manh e no fim da tarde, o sol apresenta pequeno efeito sobre os
corantes. Somente das 9h s 15h que o sol exerce uma ao intensa
sobre os mesmos. Para este ensaio, as amostras so colocadas numa
caixa de determinadas dimenses, coberta com uma chapa de vidro de
certa espessura, disposta num terreno livre de sombras, virada nas
nossas condies para o norte, tendo uma inclinao igual latitude do
local de ensaio. preciso anotar, dia a dia, o nmero de horas de
insolao e manter a chapa de vidro, que recobre a caixa, sempre
limpa, pois o p depositado sobre a mesma filtra os raios solares,
diminuindo o efeito da luz.Para se acelerar o ensaio de solidez
luz, procurou-se fontes luminosas de grande intensidade, que
emitissem luz de distribuio espectral semelhante luz solar.Assim na
dcada de 1930, a Atlas Eletric Devices Co, de chicago, desenvolveu
dois equipamentos cuja fonte luminosa era um arco voltaico
produzido entre dois eletrodos de carbono. Um dos aparelhos foi
designado Fade-O-meter, e o outro Weather-O-meter, que permitia que
os corpos-de-prova fossem de tempos em tempos molhados por meio de
chuveirinho.O desbotamento da cor no segundo aparelho mais intenso,
pela formao de oxignio nascente sobre a superfcie dos
corpos-de-prova, uma vez que a agua borrifada sobre os mesmos.
Nestes aparelhos, a fonte luminosa era muito irregular.Mais
recentemente, desenvolveu-se as lmpadas de Xenonio, de intensidade
de luz mais constante, com boa distribuio espectral e durabilidade
de 1.500 h de uso contnuo.Estes equipamentos dispem de um programa
de controle automtico, com as seguintes funes:- Radiao
ligado/desligado;-Pulverizao de agua em intervalos de 10 min, at a
pulverizao continua;-Alterao da umidade (baixa/elevada);-Alterao da
temperatura (baixa/elevada);-Controle de temperatura da cmara dos
corpos-de-prova;Com os equipamentos providos de lmpada de Xennio
podemos realizar, quatro diferentes ensaios a solidez luz:
a) luz do sol artificial, quando os corpos-de-prova ficam
constantemente expostos a fonte luminosa. No Xenotest mod. 150, os
suportes dos corpos-de-prova so programados para no girar, s se
utiliza uma das faces do suporte, aquela que fica permanentemente
exposta fonte luminosa.b) luz do dia artificial, quando os suportes
dos corpos-de-prova ficam girando sobre seu eixo, de modo que a
metade do tempo os corpos-de-prova ficam expostos luz, e a outro
metade do tempo, no ficam expostos, imitando o dia e a noite. Neste
caso, ambas as faces dos suportes podem receber corpo-de-prova.
Este ensaio o mais comum.c) Intemperismo, luz do sol artificial,
quando os corpos-de-prova ficam constantemente expostos fonte
luminosa e ainda recebem, de tempos em tempos, borrifos de uma nvoa
de gua.d) Intemperismo, luz do dia artificial, quando os suportes
dos corpos-de-prova ficam girando sobre seu eixo, ou, no caso do
aparelho Xenotest 1.200, as lmpadas ficam desligadas em intervalos
de tempo pr-fixados, imitando as condies de dia e noite. Alm disto,
os corpos-de-prova recebem, de tempos em tempos, (1 min. De
borrifo/29 min. Sem; ou 3/17 min.;. 5/25 min. Ou 18/102 min.), o
borrifo de nvoa de gua.
Nos ensaios a) e b) acima mencionados, pode-se ajustar a umidade
relativa do ambiente de exposio, entre amplos limites.No mtodo de
ensaio AATCC 16 E- 1981, Solidez luz do sol, a umidade relativa da
cmara deve ser 30%, enquanto que no mtodo AATCC 16 F com alternao
de luz e escuro (1h sem luz e 3,8h de luz), a umidade deve ser de
95% no perodo de 1h e sem luz, e de 35%, no perodo com luz.No mtodo
DIN 54004-1966, Solidez a luz artificial, recomendam ajustar a
umidade relativa de acordo com o clima da zona temperada.O
importante saber que, alterando-se a umidade relativa da cmara de
exposio, varia-se o resultado da solidez da cor luz.Na norma DIN
acima referida, uma certa amostra apresenta, quando ensaiada baixa
umidade relativa, uma solidez luz igual a 6-7, (muito boa
excelente), e quando ensaiada elevada umidade relativa, nota
4(medianamente boa).Os ltimos dois tipos de ensaios, c) e d), quase
no so solicitados e recomendam-se para tecidos tcnicos, como lonas
de cobertura de caminhes e vages, barracas, etc..
5.3 Solidez agua
Este ensaio foi normalizado no Brasil pela ABNT com o nmero NBR
10315/88. Infelizmente no to raro adquirir-se uma confeco, e depois
da pessoa se molhar numa chuva, constatar, por exemplo, que uma
camisa branca, usada debaixo de um pulver multicolorido, apresentar
manchas de uma dada cor. Este desbotamento e sangramento agua, nem
sempre devido ao uso de um corante inadequado. s vezes acontece,
num tingimento, o material no foi lavado ou no foi adequadamente
lavado, para remover algum resduo de corante, aderido
superficialmente ao tecido.Para verificarmos a solidez da cor de um
tecido agua, necessrio preparar o corpo-de-prova composto conforme
descrito anteriormente a seguir o seguinte procedimento.
PROCEDIMENTO DO ENSAIOa) Imergir o corpo-de-prova composto por
30 min, sob agitao ocasional, em agua destilada recentemente
fervida, ou agua deionizada.b) Remover o corpo-de-prova composto da
agua, passa-lo entre dois bastes de vidro para eliminar o excesso
de agua. O corpo-de-prova mido deve pesar 200 a 300% em relao ao
seu peso seco.c) Colocar o corpo-de-prova composto entre duas
placas do pespirmetro, ajustar a presso aplicada s placas, de
acordo com o mtodo (geralmente de cerca de 125g/cm). A figura do
pespirmetro apresentada a seguir.d) Colocar o pespirmetro com
corpo-de-prova composto por 4 horas, em estufa a 37 ou 38 1 Ce)
Retirar o corpo-de-prova composto do pespirmetro, abrir a costura
em trs lados e secar o corpo-de-prova ao ar (ou em estufa no mximo
60C), sem que os trs retalhos de tecido permaneam encostados
durante a secagem, e avaliar a alterao da cor da amostra e a
transferncia da cor dos dois tecidos testemunha, com o auxilio das
escalas cinza correspondentes. No resultado da transferncia de cor,
registra-se a nota dada ao tecido testemunha que se tingiu mais
intensamente.5.4 Solidez lavagemComo existem tecidos que devem ser
lavados com muita delicadeza, como tecidos de l ou seda, deve-se
procurar mtodos de ensaio apropriados para estes tecidos.Os ensaios
de solidez lavagem foram elaborados para avaliar aqueles tecidos
que precisam ser submetidos a frequentes lavagens durante sua vida
til.Segundo a AATC, cinco lavagens reais seja a mo, no tanque, seja
na mquina de lavar domstica, ou na lavanderia, correspondem, quanto
ao desbotamento e ao abrasiva, a prevista no mesmo ensaio de
laboratrio, de 45 minutos de durao.Porm a transferncia de cor de um
tecido, nas cinco lavanderias reais, no pode ser prevista no mesmo
ensaio de laboratrio.A transferncia da cor uma funo do quociente do
tecido tinto/tecido branco, do teor de fibras dos tecidos que compe
a carga a lavar, e outras condies de uso, que nem sempre so
previsveis.No ensaio de solidez a lavagem, os corpos-de-prova
compostos so lavados sob condies apropriadas de temperatura,
alvejamento e ao abrasiva, de tal forma que se obtenha a alterao de
cor desejada, em curto espao de tempo.Na lavagem manual, a ao
abrasiva aplicada ao tecido no processo de esfregamento. Na lavagem
domstica maquina, ou na lavanderia, pela frico de tecido contra
tecido e tecido contra as paredes do equipamento.No ensaio de
laboratrio, a abraso correspondente alcanada pelo tombamento,
deslizamento e impacto do corpo-de-prova, pelo emprego de uma baixa
relao banho/massa do corpo-de-prova e pelo uso de um nmero
apropriado de esferas de ao.Em 1945 a ABNT emitiu a norma MB-100 R-
Ensaios de Tecidos. Naquela poca no havia ensaio de solidez a
lavagem, mas somente resistncia ao do sabo.Em 1988, a ABNT lanou a
norma NBR 10597, solidez da cor lavagem, com oito diferentes
processos, como mostra a tabela 18 a seguir:
bom lembrar que tecidos tintos ou estampados em cores escuras,
se lavados elevada temperatura, quase certo que vo apresentar
desbotamento e sangramento, manchando tecidos brancos
acompanhantes. Por este motivo recomenda-se lav-los, no mximo, a
60C.Tecidos brancos, e normalmente tambm os de cores pastel, podem
ser lavados temperatura elevada.A lavagem com agente alvejante, 95C
(procedimento D2) s recomendada para roupa branca, ou roupa cor
pastel que seja comprovado que resiste ao cloro.Estes ensaios de
solidez lavagem, no podem ser feitos mo, porque a temperatura,
tempo e intensidade da ao mecnica varia de um para outro
corpo-de-prova. O ensaio deve ser executado com equipamento
adequado, que atende s diferentes normas, como o Linitest, da
Hanau, o Launder-O-meter, da Atlas, o Wash-Tester, da Mathis,
etc..5.5 Solidez frico (atrito)Este ensaio foi desenvolvido para se
determinar o grau de transferncia de cor de um material txtil tinto
ou estampado, para um tecido branco, quando friccionados um contra
o outro.Certos tecidos necessitam de tima solidez frico, como
aqueles empregados no revestimento de cadeiras, sofs, poltronas,
etc..Suponhamos uma pessoa de cala branca, acomodada num sof
revestido com um tecido multicolorido, assistindo durante quatro
horas um filme na televiso. Durante este tempo, a pessoa no vai
permanecer rigidamente numa mesma posio. Se o tecido do sof
apresentar baixa solidez frico, como no vai ficar os fundilhos da
cala, quatro horas depois?Exemplo semelhante aquele apresentado no
inicio do item 5.3 (solidez gua), em que um senhor vestindo uma
camisa branca e pulver multicolorido, se molhou na chuva e depois
permaneceu algumas horas sentado num nibus, quando a camisa ficou
manchada. Neste caso tambm podemos considerar que o corante preto
do pulver apresentou baixa solidez frico, a mido.Como j mencionado
anteriormente, o fio preto do pulver talvez tenha sido tinto com um
corante slido frico, mas o material foi, posteriormente, mal
lavado, de modo a no eliminar restos de corante hidrolisado
aderidos ao fio. Num caso como este, aps a primeira lavagem, o
pulver talvez apresente boa solidez frico.O ensaio efetuado com o
aparelho, conhecido mundialmente como CROCKMETER, fabricado pelo
Atlas Eletric Devices Co, USA, e atualmente produzido sob licena
nos pais. A figura 18 mostra o aspecto deste aparelho.As avaliaes
so feitas com auxilio da escala cinza de transferncia de cor.O
resultado que deve ser anotado aquele que apresentar maior
transferncia de cor, tanto o ensaiado na direo longitudinal como na
transversal.Excepcionalmente, algum pode querer saber qual a
alterao da cor sofrida pela amostra, aps o ensaio. Neste caso,
faz-se esta avaliao com auxilio da escala cinza de alterao de
cor.Neste ensaio, quando se observa diferenas e solidez de cor a
seco e a mido, normalmente, no ensaio a mido a transferncia da cor
mais acentuada. Mas existem casos que o resultado inverso.Num
tecido de malha para a confeco de camisetas, no h necessidades que
a solidez frico apresente nota 5. Geralmente, se um tecido destes
apresentar 4/5, a seco, e a mido, no se recebe nenhuma reclamao dos
clientes.Nos tecidos multicoloridos, obtidos pelo emprego de fios
tintos, ou nos estampados, deve-se, tanto neste ensaio como em
todos os demais ensaios de solidez a cor, efetuar as determinaes
sobre cada cor.Principalmente nos tecidos estampados, no to
incomum, encontrar-se uma cor com solidez insatisfatria, e as
demais, com boa solidez, e o tecido ser refugado por causa desta
cor com baixa solidez.
5.6 Solidez ao suor
O suor expelido pelas pessoas uma soluo salina complexa, cuja
composio varia de pessoa para pessoa, de raa pra raa, depende muito
das condies psquicas momentneas, e vai se alterando ao longo do
dia. Quando a pessoa comea a suar, o suor apresenta caractersticas
nitidamente cidas. Depois a pessoa para de suar, pela ao do ar, as
caractersticas do suor se alteram, tornando-se fracamente alcalino,
quando ento apresenta um odor desagradvel.Por causa desta alterao
de pH, no ensaio da solidez ao suor, os mtodos exigem que se ensaie
dois corpos-de-prova compostos, um numa dada soluo acida de pH 5,5,
de acordo com o mtodo ABNT MB-475, 1969, e o outro, numa segunda
soluo alcalina, de pH 8,0.Em 1979, a AATCC alterou seu mtodo de
ensaio, indiando somente uma soluo cida, pH 4,3 02, e afirmam que,
embora tenham eliminado deste mtodo (AATCC 15-1979), a determinao
em meio alcalino, podero surgir casos, na exportao de txteis, que
exijam esta segunda determinao, cuja composio est indicada no
artigo mtodo AATCC 15-1973. A mesma alterao permanece para a AATCC
15-1994.Para a execuo do ensaio, os corpos-de-prova compostos so
imersos, por 15 a 30 minutos nas respectivas solues de ensaio, com
agitao ocasional, espremidos com auxilio de dois bastes de vidro, e
colocados em pespirmetros. Um pespirmetro deve ser usado
exclusivamente para corpo-de-prova alcalino. A troca eventual dos
pespirmetros pode falcear os resultados, porque os resduos de uma
soluo, no pespirmetro, pode neutralizar o pH do corpo-de-prova que
contm outra soluo.As solues indicadas para este ensaio, so
instveis, motivo porque no se deve usar uma soluo velha. O tempo
mximo que se pode guardar as mesmas de trs dias.Depois de aplicada
a presso s placas do pespirmetro contendo o corpo-de-prova, ele
deixado por 6 horas em estufa, a 38 1C (mtodo AATCC 15-1994). No
mtodo brasileiro, o pespirmetro fica somente 4 h, a 37 2C.Se um
tecido apresenta, por exemplo, listras de diferentes cores, preciso
preparar tantos corpos-de-prova quando necessrios, para se
determinar a solidez de todas as cores.
5.7 Solidez gua clorada (gua de piscina)
Aqueles tecidos fabricados para a produo de mais, no precisam
apresentar excelentes solidez lavagem. Tambm no precisam apresentar
excelente solidez ao sol, apesar de, quando em uso, permanecem
bastante tempo ao sol. Mas, por serem artigos de moda, poucas
pessoas usam mai por mais de uma temporada, de modo que as
reclamaes a respeito desta solidez, so rarssimas.Mas, como os mais
so, ou podem ser usados em banhos de piscina e banhos de mar, seus
tecidos devem ser ensaiados para se determinar suas solidez em
ambas as condies.De acordo com o mtodo de ensaio AATCC 162-91 na,
determinao de solidez agua de piscina, usa-se uma soluo que contm 5
partes de uma soluo contendo 1% de cloro ativo, e 10.000 partes de
gua destilada (5 partes de cloro/1 milho de gua). O corpo-de-prova
composto colocado no copo do Wash-Tester, por exemplo, (o mesmo
aparelho usado na determinao da solidez lavagem) juntamente com 400
ml da soluo, a 21C, deixando-se o aparelho funcionando por 60 min.
Retira-se o corpo-de-prova, espreme-se o excesso de soluo,
enxgua-se, coloca-se o mesmo para secar temperatura ambiente.
5.8 Solidez agua do mar
Segundo o mtodo AATCC 106-1991, o corpo-de-prova composto
imerso, por 15 minutos, numa soluo de gua potvel, contendo 30g/l de
cloreto de sdio tcnico e 5g/l de cloreto de magnsio anidro. Depois
ele espremido para retirar o excesso da soluo, colocado num
pespirmetro especifico para este ensaio, deixado por 18 horas em
estufa a 38 1 C, e secado.