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Page 1: Apostila

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Page 2: Apostila

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PRESI DENTE DA REP ÚBLICA

Luiz Inác io Lula da Silva M INISTRO DA EDUCAÇÃO Fernando Haddad

GOV ERNA DOR DO ESTADO DO PIA UÍ José Wellington Bar roso de Araújo Dias

REITOR DA UNIV ERSI DADE FEDERAL DO PIAUÍ Luiz de Sousa Santos Júnior

SEC RETÁRIO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA DO M EC Car los Eduardo Bielschow sky COORDENADOR GERAL DA UNIV ERSI DADE A BERTA DO BRASIL

Celso José da Cos ta DIRETOR GERAL DO C ENTRO DE EDUCAÇÃO ABERTA A DISTÂNCIA DA UFPI Gildás io Guedes Fernandes

DIRETOR DO C ENT RO DE CI ÊNCIAS DA NATUREZA Helder Nunes da Cunha

COORDENADOR DO CURSO DE QUÍM ICA NA M ODALIDADE Ea D Rosa Lina Gomes Pereira do Nasc imento da Silva

COORDENADORA DA P RODUÇÃO DO M ATERIAL DI DÁTICO DO C EAD/ UFPI/ UAPI Cleid inalva Mar ia Barbosa Ol iveira DIAGRAM AÇÃO

Giselle da Silva Cas tro REV ISÃO ORTOGRÁFICO-GRAM ATICAL Mar ia da Penha Feitosa

Page 3: Apostila

3

Apresentação Apresentação

Este texto tem o objetivo de preparar os alunos da disciplina

de Metodologia de Estudos Autônomos, do Curso de Licenciatura

em Química, para serem os agentes principais de sua formação.

Com este fim serão orientados para aprender a aprender, tarefa das

mais necessárias, nos dias de hoje, a estudantes, a profissionais das

mais diversas áreas e, principalmente, a professores.

Por simplicidade, o conteúdo apresentado está distribuído em

cinco unidades que correspondem às unidades do plano de ensino

da disciplina. Em cada uma delas, além dos textos que exploram os

conteúdos e das atividades de aprendizagem, sempre que

necessário, foram inseridas seções complementares.

A Unidade 1 trata do que é estudar, do que é aprender e da

necessidade de estudar para realizar uma aprendizagem

significativa. Em seguida, na Unidade 2, abordamos o estudo e a

Educação a Distância enfatizando a importância dos estudos

autônomos nesta modalidade de educação. Na Unidade 3, partindo

do ato de estudar, discorremos sobre o ambiente de estudo, os

fatores que favorecem a aprendizagem, o uso de recursos

mnemônicos, o planejamento de estudos e como estudar com novas

tecnologias de informação e comunicação.

A leitura como método de estudo é o assunto da Unidade 4.

Nela discutimos o ato de ler, níveis e tipos de leitura, técnicas de

análise e interpretação de texto e como fazer anotações,

fichamentos, resumos e resenhas. Por último, na Unidade 5,

apresentamos a pesquisa científica como um modo de construir

conhecimento, incluindo definição, finalidade, planejamento e tipos

de pesquisa e detalhamos as etapas da pesquisa bibliográfica e a

elaboração do relatório de pesquisa.

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Apresentação Sumário

UNIDADE 1 – ESTUDAR E APRENDER .................................................. 07

Mônica Maria Machado Ribeiro Nunes de Castro

1.1 O que é Estudar? .................................................................................. 09

1.1.1 Estudo e método ................................................................................. 10

1.1.2 Por que Estudar? ............................................................................... 11

1.2 O que é Aprender? ................................................................................ 12

1.3 A Importância de Estudar e Aprender na Atualidade............................ 14

1.4 Atividades de Aprendizagem ................................................................. 16

1.5 Referências Bibliográficas ..................................................................... 19

1.6 Web-Bibliografia ..................................................................................... 20

UNIDADE 2 – O ESTUDO E A EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA ..................... 21

Ana Lúcia Nunes Falcão de Oliveira e Maria Rita de Morais Chaves

Santos

2.1 O que é Educação a Distância .............................................................. 23

2.2 O Estudo e a Educação a Distância ...................................................... 26

2.3 A importância dos Estudos Autônomos................................................. 28

2.4 Atividades de Aprendizagem ................................................................. 29

2.5 Referências Bibliográficas ..................................................................... 29

2.6 Web-Bibliografia ..................................................................................... 30

UNIDADE 3 – COMO ESTUDAR ............................................................... 32

Mônica Maria Machado Ribeiro Nunes de Castro

3.1 O Ato de Estudar.................................................................................... 34

3.1.1 Etapas para um Estudo Produtivo ...................................................... 35

3.2 O Ambiente de Estudo ........................................................................... 36

3.2.1 Condições para um bom Ambiente de Estudo................................... 37

3.3 Fatores que favorecem a Aprendizagem .............................................. 39

3.3.1 Motivação ............................................................................................ 39

3.3.2 Atenção ............................................................................................... 40

3.3.3 Hábito de estudo ................................................................................. 42

3.3.4 Associação de ideias .......................................................................... 43

3.3.5 Intercâmbio.......................................................................................... 43

3.3.6 Aceitação de críticas ........................................................................... 44

Page 5: Apostila

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3.3.7 Estado de Saúde Física e Mental ...................................................... 44

3.4 Memória e Aprendizagem...................................................................... 45

3.4 1 Leis da Memória ................................................................................. 46

3.4.2 Problemas de Memória e Aprendizagem ........................................... 46

3.4.3 Recursos mnemônicos na Aprendizagem ......................................... 47

3.4.4 Cuidados com a memória................................................................... 44

3.5 Planejamento, Cronograma e Rotina de Estudo .................................. 49

3.5.1 Planejamento de Estudo .................................................................... 50

3.5.2 Cronograma de Atividades ................................................................. 52

3.6 Estudar com Novas Tecnologias de Informação e Comunicação........ 54

3.7 Atividades de Aprendizagem ................................................................. 56

3.8 Referências Bibliográficas ..................................................................... 58

3.9 Web-Bibliografia..................................................................................... 58

UNIDADE 4 – A LEITURA COMO MÉTODO DE ESTUDO ...................... 60

Ana Lúcia Nunes Falcão de Oliveira, Maria Rita de Morais Chaves

Santos e Mônica Maria Machado Ribeiro N. de Castro

4.1 O Ato de Ler........................................................................................... 62

4.1.1 A leitura como habilidade básica........................................................ 62

4.1.2 O processo de Leitura ........................................................................ 63

4.1.3 O bom leitor ........................................................................................ 65

4.2 Níveis e Tipos de Leitura ....................................................................... 67

4.2.1 Como ler livros didáticos? ................................................................. 68

4.3 Análise e Interpretação de Texto .......................................................... 73

4.3.1 Análise textual..................................................................................... 74

4.3.1.1 Como fazer um esquema? ............................................................. 75

4.3.2 Análise temática.................................................................................. 77

4.3.3 Análise interpretativa .......................................................................... 78

4.3.4 Problematização ................................................................................. 80

4.3.5 Síntese pessoal .................................................................................. 80

4.4 Anotações, Fichamentos, Resumos e Resenhas ................................. 81

4.4.1 A Documentação Pessoal .................................................................. 81

4.4.2 Anotações ........................................................................................... 83

4.4.3 Fichamentos ....................................................................................... 84

4.4.3.1 Fichamento para Documentação Temática .................................... 85

4.4.4 Resumos ............................................................................................. 87

Page 6: Apostila

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4.4.4.1 Como fazer um Resumo Informativo? ............................................ 89

4.4.5 Resenhas ............................................................................................ 90

4.5 Atividades de Aprendizagem ................................................................. 92

4.6 Referências Bibliográficas ..................................................................... 93

4.7 Web-Bibliografia ..................................................................................... 95

UNIDADE 5 – COMPREENDENDO A PESQUISA BIBLIOGRÁFICA ...... 96

Maria da Conceição Sousa de Carvalho

5.1 O que é Pesquisa Científica? ................................................................ 98

5.2 Por que Pesquisar?................................................................................ 99

5.3 Como acontece o Processo de Pesquisa? ......................................... 101

5.4 Como Classificar Pesquisas? .............................................................. 103

5.4.1 Tipos de Pesquisa segundo os Objetivos ........................................ 104

5.4.2 Tipos de Pesquisa segundo as Fontes de Dados............................ 104

5.5 A Pesquisa Bibliográfica ...................................................................... 105

5.5.1 Passos da Pesquisa Bibliográfica .................................................... 105

5.5.2 Apresentação do Relatório ............................................................... 111

5.6 Atividades de Aprendizagem ............................................................... 114

5.7 Referências Bibliográficas ................................................................... 115

5.8 Web-Bibliografia ................................................................................... 116

REFERÊNCIAS.......................................................................................... 117

WEB-BIBLIOGRAFIA................................................................................ 122

SOBRE OS AUTORES.............................................................................. 127

Page 7: Apostila

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Apresentação Sumário da Unidade

UNIDADE 1 – ESTUDAR E APRENDER .................................................. 07

Mônica Maria Machado Ribeiro Nunes de Castro

1.1 O que é Estudar? .................................................................................. 09

1.1.1 Estudo e método ................................................................................. 10

1.1.2 Por que Estudar? ............................................................................... 11

1.2 O que é Aprender? ................................................................................ 12

1.3 A Importância de Estudar e Aprender na Atualidade............................ 14

1.4 Atividades de Aprendizagem ................................................................. 16

1.5 Referências Bibliográficas ..................................................................... 19

1.6 Web-Bibliografia ..................................................................................... 20

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1.1 O que é Estudar?

Você já se perguntou por que estuda? A resposta mais óbvia é:

“para aprender”. Foi o que você respondeu?

Vamos primeiramente tentar responder a uma questão anterior

a esta: o que é estudar? Uma ida ao Novo Dicionário Básico da

Língua Portuguesa nos mostra que o verbete estudar tem vários

significados. Vamos citar alguns:

1. Aplicar a inteligência, para aprender.

2. Dedicar-se à apreciação, análise ou compreensão de;

examinar, analisar.

3. Observar atentamente.

4. Procurar fixar na memória; esforçar-se para saber de cor.

5. Frequentar o curso de; cursar.

6. Examinar ou observar atentamente.

7. Exercitar-se ou adestrar-se em.

8. Ensaiar previamente (uma atitude, um gesto, um acessório, a

posição de um objeto, etc.), para ter ideia do efeito.

9. Aplicar o espírito, a memória, a inteligência, para saber, ou

adquirir instrução ou conhecimentos.

10. Meditar; pensar; assuntar.

Se você prestar atenção a todas essas acepções do verbete

estudar pode até pensar que tudo o que fazemos é estudar! Na

verdade, não é muito diferente disso, é? Estamos sempre estudando

alguma coisa; não necessariamente na vida escolar, mas na vida em

geral, no cotidiano de nossa existência.

Porém, muitos estudantes se queixam de estudar, estudar e

estudar e, ao final, não aprenderem nada. Realmente, isso acontece.

Acontece com quem não aprendeu a estudar. E é por isso que

iniciamos nossa disciplina fazendo esta reflexão sobre estudar.

Estudar é um processo que só se realiza quando se aprende

algo ou alguma coisa. Envolve a intenção, o querer, a necessidade;

envolve o preparo, o treino, a disponibilidade; e, como toda atividade

Verbete -

quando relativo a um dicionário, glossário ou enciclopédia, conjunto de acepções de uma palavra.

Reflita!

Para você, o que é estudar?

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humana, requer o uso de métodos e técnicas adequadas. Até a

atividade mais corriqueira como lavar um copo, por exemplo, pode

ser bem ou mal realizada. Ou seja, levar mais ou menos tempo, ser

desempenhada com desleixo, atenção, indiferença ou prazer.

Também é assim com o ato de estudar.

1.1.1 Estudo e Método

Estudar está para o jovem, o estudante, assim como trabalhar

está para o adulto, o trabalhador. Estudar é um dever do estudante,

mas a esse dever corresponde o direito de ser orientado. Muitos são

os estudantes que “queimam pestanas” às vésperas de provas;

outros que sacrificam lazer, amizades, o convívio em família,

dedicando horas e horas ao estudo, mas têm pouco êxito nos

exames e trabalhos escolares. Não sabem tirar proveito das

exposições dos professores, nem da leitura de livros, artigos de

periódicos ou outras fontes de consulta; não sabem fazer anotações,

fichamentos, resumos ou mesmo fazer uso destes. Para estes

muitos alunos o estudo sistemático é uma “tortura”, pois, como em

toda profissão, a falta de domínio das “ferramentas de trabalho” leva

ao insucesso.

Para dominar as ferramentas necessárias ao estudo ou à

busca do conhecimento, fazemos uso da metodologia científica. Ela

ensina a manejar os instrumentos adequados ao “trabalho de

estudar” de modo a torná-lo mais significativo, eficiente e prazeroso.

Matos (1994, p. 16) ensina que “O vocábulo metodologia vem

do grego „methodos‟ (meta + hodos = caminho), em latim

„methodus‟, e indica um caminho para chegar a um fim, ou a um

determinado resultado.” Assim, em sentido amplo, metodologia

científica é o estudo dos métodos de conhecer; em sentido mais

estrito, é o “conjunto de definições, procedimentos, rotinas, métodos

e técnicas utilizados para obtenção e apresentação das informações

desejadas” (MOURA, 2006).

Page 11: Apostila

11

Desse modo, a metodologia aplicada aos estudos visa a

encaminhar o estudante na busca do saber, no aprender a aprender,

através da orientação para a aquisição de capacidades,

desenvolvimento de estratégias e uso de métodos e técnicas que lhe

permitam se responsabilizar por seus próprios estudos, decidindo

com autonomia sobre suas prioridades e metas.

1.1.2 Por que estudar?

Assim, voltamos à questão inicial: por que estudar? Para

responder a esta questão olhe à sua volta. O mundo em que

vivemos é bem complexo e pode até ser bem hostil. Necessitamos

de conhecimentos sobre ele para que possamos viver. É assim

desde tempos imemoriais. De lá para cá, o conhecimento acumulado

pela humanidade sobre a natureza e o domínio e desenvolvimento

das técnicas nos proporcionou o tipo de vida que temos hoje. Esse

conhecimento é de tal monta e abrangência que o seu estudo ocupa

grande parte de nossas vidas, mesmo que só o estudemos de forma

superficial e o que nos é imprescindível para a vida em sociedade.

Hoje, seria impossível alguém reter todo o conhecimento produzido

em todas as áreas. Mesmo de uma só área, é uma tarefa homérica!

Agora, reflita um pouco. Desde quando você estuda?

Provavelmente há vários anos, décadas... Pois bem, tudo o que

você estudou até aqui é muito, mas muito importante mesmo para

sua vida e para a vida das pessoas que o cercam. Mas, ainda é

pouco e você tem consciência disso. Tanto que você quer mais e por

isso está aqui, agora, fazendo esse novo curso.

Então, é por isso que você estuda. Você ainda tem muito que

aprender!

Autonomia –

faculdade de se governar por si mesmo. Liberdade ou independência moral ou intelectual.

Page 12: Apostila

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1.2 O que é Aprender?

Vamos então investigar o que é aprender. Novamente uma

consulta ao Novo Dicionário Básico da Língua Portuguesa nos

auxilia. Está ali que aprender é:

1. Tomar conhecimento de.

2. Reter na memória, mediante o estudo, a observação ou a

experiência.

3. Tornar-se apto ou capaz de alguma coisa, em conseqüência

de estudo, observação, experiência, advertência, etc.

4. Tomar conhecimento de algo, retê-lo na memória, em

consequência de estudo, observação, experiência, advertência, etc.

Você estuda para aprender algo que você só aprende se

estuda. Ou seja, estudar não é um fim; estudar é um meio pelo qual

passamos a ter conhecimento de algo. Esse algo quase sempre diz

respeito às relações existentes entre os homens e entre os homens

e a natureza. Aprender é compreender, assimilar, memorizar e

transpor o conhecimento adquirido para outras situações.

Assim, uma primeira constatação que pode ser feita, frente a

estas acepções para o que é aprender, é que o estudo nem sempre

leva à aprendizagem. Embora todos nós tenhamos capacidade para

aprender, existem diversos fatores que intervêm no aprendizado.

Estes fatores podem estar relacionados tanto com a pessoa que

quer aprender (interesse, estrutura cognitiva etc.) quanto com o

objeto de estudo (por exemplo, seu potencial significativo para o

estudante).

É sabido que todo “ser humano nasce com certos

comportamentos programados, inatos: são os reflexos e certas

tendências que se incorporam ao que ele vai aprendendo”

(OLIVEIRA; CHADWICK, 2001, p. 75). A cada dia, naturalmente,

incorporamos novos conhecimentos; tão naturalmente que não nos

damos conta do processo em si. A aprendizagem ocorre por

observação, ensaio e erro, com a ajuda de outras pessoas.

Capacidade – qualidade que uma pessoa ou coisa tem que possuir para um determinado fim. Habilidade; aptidão. Poder de receber, aceitar, apossar.

Page 13: Apostila

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Também é sabido que aprendemos mesmo fora do contexto de

utilização do conhecimento, devido às capacidades de abstração e

generalização. Isso permite aplicar um conhecimento aprendido em

um contexto em outros contextos totalmente diversos. O ensino

formal e a instrução, promovidos em nossa sociedade pelas escolas

em geral, são os responsáveis por este tipo de aprendizagem que se

quer mais eficiente, diferente das formas naturais anteriormente

referidas. Este tipo de aprendizagem é intencional, mais formal, mais

dirigida e menos lúdica.

De qualquer modo, para que a aprendizagem ocorra é

necessário que as novas informações e conhecimentos sejam

organizados, assimilados, confrontados e integrados aos

conhecimentos já existentes, de forma a serem, quando necessário,

utilizados em outras situações. O que é aprendido contribui para a

formação integral da pessoa e proporciona o seu amadurecimento.

Quando se aprende algo na verdade se aprende várias coisas. Nas

palavras de Bordenave e Pereira (2002, p. 25):

A aprendizagem é um processo qualitativo, pelo qual a pessoa fica mais bem preparada para novas aprendizagens. Não se trata, pois, de um aumento quantitativo de conhecimentos, mas de uma transformação estrutural da inteligência da pessoa.

Desta forma, pode-se dizer que “os saberes não se

acumulam, não constituem estoques que vão sendo agregados um a

um à mente; há sim a transformação da integração, da modificação,

do estabelecimento de relações e da coordenação entre esquemas

de conhecimento que já possuíamos em novos vínculos e relações a

cada nova aprendizagem conquistada” (ANTUNES, 2002, p. 29 e

31).

Convém, por último, ressaltar que na aprendizagem

promovida pela escola, onde o objeto de estudo são conteúdos

curriculares já elaborados que fazem parte da cultura e do

conhecimento, também há a construção de uma representação

Reflita! Como você faz para aprender algo novo?

“Nenhum professor pode „ensinar‟ um aluno a ser capaz, mas pode ajudá-lo a se descobrir capaz”

(ANTUNES, 2002).

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pessoal por parte do aprendiz quando se tem uma aprendizagem

significativa. Neste caso, então, a construção de significados

realizada não deve ser individual, mas sim comparti lhada entre

professores e alunos.

1.3 A Importância de Estudar e Aprender na Atualidade

Tendo agora mais clareza sobre o que é estudar, o que é

aprender e, ainda, sabendo que tanto um como outro exigem

empenho e dedicação, é hora de refletir sobre a importância que têm

esses processos que, além de satisfação e crescimento pessoal, às

vezes trazem cansaços e decepções.

É bom lembrar, neste momento, dos objetivos da

aprendizagem. A pessoa que estuda e aprende torna-se capaz de

libertar-se da ignorância (no seu sentido estrito de ignorar, não

saber, desconhecer, ser incapaz de), de expressar-se por suas

próprias palavras e de pensar com sua própria cabeça. Isto significa

ter espírito crítico, saber ponderar as coisas e pessoas e avaliá-las

segundo seus próprios princípios e valores. Significa tornar-se uma

pessoa ciente de suas próprias opiniões – fundamentadas, sempre

que possível, em fatos e evidências –, mas que respeita as opiniões

de outras pessoas.

PARA SABER MAIS...

Vários cientistas formularam teorias sobre a aprendizagem. Estas teorias fundamentam a criação e o desenvolvimento dos métodos e técnicas utilizadas no processo de ensino-aprendizagem. Mesmo sem maiores detalhes, já que as teorias de aprendizagem serão assunto de uma disciplina específica do Curso, será interessante conhecer algo sobre o tema neste momento, pois sabendo como se aprende fica mais fácil entender como se estuda. Recomendamos, também, a busca de informações sobre as contribuições de Piaget, Skinner, Bruner, Gagné, Ausubel, Rogers,

Paulo Freire, Vygotsky e Gardner.

Page 15: Apostila

15

Desta forma, e por tudo isso, a sociedade hoje valoriza mais

do que nunca a formação de seus cidadãos, de modo que o

mercado profissional, em geral, remunera pela qualificação.

Pesquisas recentes do Banco Mundial e da Fundação Getúlio

Vargas demonstram que quanto maior o nível de escolaridade,

maiores são as chances de obter vaga no mercado de trabalho e

maior o salário obtido; e, ainda, que enquanto cai o número de

contratações de pessoal com menor escolaridade, aumentam as

chances de quem tem maior escolaridade.

Ou seja, nossa sociedade, por isso mesmo denominada de

“sociedade do conhecimento”, está cada vez mais seletiva mais

exigente e atribuindo maior importância às competências e ao saber

de cada um. Não ao saber pronto, acabado; mas ao saber que

confere prontidão para novos saberes. Como consequência, e diante

da rapidez com que ocorrem as transformações que nela se operam,

para esta sociedade, o melhor não é aquele que aprendeu ou pode

aprender no sentido de poder ser ensinado, mas aquele no qual tem

a autonomia de se planejar, se organizar, sabe estudar e aprendeu a

aprender.

O perfil do profissional exigido na atualidade é aquele das

pessoas capazes de refletir e agir criticamente sobre sua realidade,

buscando soluções e propondo mudanças inovadoras, capazes até

mesmo de se automodificarem. Esse quadro não deve ser visto por

você como desmotivador. Tome-o como desafiador. Ver o estudo e a

aprendizagem como importante é um elemento automotivador; deve

partir do próprio aluno.

Comece refletindo sobre a importância que você dá a seus

estudos, ao que você aprende. Você está iniciando este Curso para

aprender a ser professor de Química. Isso significa aprender muitas

coisas; significa apropriar-se de um conhecimento construído ao

longo de milênios e fazer sua transposição para outras pessoas. Isso

é importante para você? Para a sociedade?

Química – “É a

ciência que estuda as substâncias, sua estrutura, propriedades e as reações que as transformam em outras substâncias” (CHAGAS,1992).

Page 16: Apostila

16

Por ser um curso na modalidade de Educação a Distância, um

dos princípios que o fundamentam é o da auto-aprendizagem, que

será trabalhado sempre como um processo interativo e colaborativo.

Isso exigirá de você um grande investimento de tempo de estudo,

leitura e escrita. Esperamos que participe, se envolva, se

comprometa, se entusiasme e aprenda como se estuda e se

aprende a distância. Nesta disciplina temos o firme propósito de

ajudá-lo, instruindo-o para que se torne cada vez mais pró-ativo com

respeito aos seus objetivos e sua autonomia, tanto com respeito à

sua aprendizagem quanto com seu projeto de vida como um todo!

1.4 Atividades de Aprendizagem

1. Faça um breve resumo de sua pesquisa sobre as teorias da

aprendizagem.

2. Elabore um pequeno texto sobre a epistemologia

construtivista de Piaget ou Epistemologia Genética.

3. Visite os sites do Banco Mundial <www.obancomundial.org> e

da Fundação Getúlio Vargas <www.fgv.br> e pesquise o que são e

quais os objetivos destas instituições.

4. Para se conhecer melhor como estudante, responda na forma

solicitada, às questões apresentadas abaixo. A seguir, reflita sobre

seu modo de ser em cada aspecto questionado.

Parte I - Assinale com um X as alternativas que correspondem à

sua maneira de ser e/ou traduzam seu pensamento.

1. Em sala de aula sou:

( ) inquieto

( ) curioso

( ) sempre presente

( ) brincalhão

( ) participativo

Page 17: Apostila

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( ) sempre ausente

( ) questionador

( ) calmo e calado

2. Na hora das explicações:

( ) fico atento

( ) não presto atenção

( ) fico em silêncio

( ) logo me desinteresso

( ) sempre tomo notas

( ) converso com colegas

( ) absorvo bem tudo o que é dito

( ) acompanho a explicação pelo livro de texto

3. Na realização de tarefas prefiro:

( ) trabalhos individuais

( ) trabalhos em grupo

( ) atividades desafiadoras

( ) atividades de reforço iguais às mostradas em sala

( ) atividades que envolvam apenas leitura; nada de escrever

( ) atividades que levem a fazer algo prático

4. Na realização de tarefas costumo:

( ) ser lento

( ) ser rápido para terminar logo

( ) ser rápido e eficiente

( ) ser lento mas cuidadoso

( ) consultar apenas livros

( ) consultar apenas colegas

( ) consultar apenas as anotações feitas em sala de aula

( ) pesquisar em livros, revistas, enciclopédias, internet etc.

( ) pedir ajuda ao professor

Page 18: Apostila

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5. Estudo

( ) mas não sei o porquê.

( ) mas detesto estudar

( ) porque sou obrigado

( ) para atingir meus objetivos

( ) porque gosto

( ) para ter uma profissão digna

( ) porque preciso ajudar minha família

6. Às vezes não estudo quando devia porque

( ) preocupo-me demais com problemas pessoais

( ) sou tentado a fazer coisas mais interessantes

( ) distraio-me com coisas ao meu redor

( ) me envolvo demais com atividades extracurriculares

( ) tenho saúde precária

( ) não me interesso por todos os assuntos

( ) tenho tendência para adiar minhas tarefas

Parte II – Leia atentamente as perguntas abaixo e responda,

honestamente, sim ou não na margem esquerda.

1. Você sabe, de manhã, exatamente o que vai fazer durante o

dia?

2. Você estuda sistematicamente?

3. Costuma estudar sempre no mesmo lugar?

4. Há na sua mesa de estudo algo que possa distrair sua

atenção?

5. Quando estuda, pula os gráficos e tabelas que aparecem nos

livros?

6. Quando estuda, faz mapas simples ou diagramas que

representem pontos importantes da leitura?

7. Quando encontra, em suas leituras, palavras que não

conhece procura o dicionário?

Page 19: Apostila

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8. Costuma ler “por alto” um capítulo antes de lê-lo

minuciosamente?

9. Costuma ler o resumo ao final do capítulo, antes de ler o

capítulo propriamente dito?

10. Conserva reunidos os apontamentos sobre determinada

matéria?

11. Toma nota, durante as aulas, de forma esquemática?

12. Toma nota, sobre as leituras que faz, de forma esquemática?

13. Costuma fazer resumo de suas leituras?

14. Fica estudando até tarde da noite antes das provas?

15. Ao se preparar para uma prova, tenta memorizar o texto?

16. Tenta analisar seus trabalhos para descobrir os pontos

fracos?

17. Tenta uti lizar as noções que aprende em uma matéria para

aprender outra?

1.5 Referências Bibliográficas

ANTUNES, C. Novas maneiras de ensinar, novas formas de aprender. Porto Alegre: Artmed, 2002.

BORDENAVE, J. D.; PEREIRA, A. M. Estratégias de ensino-

aprendizagem. 23. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2002.

CHAGAS, A. P. Como se faz Química, 2ª ed. Editora da UNICAMP, Campinas, SP, 1992.

FERREIRA, A. B. de H. Novo dicionário básico da língua portuguesa: Folha / Aurélio. São Paulo: Nova Fronteira / Folha de

São Paulo, 1988.

MATOS, H. C. J. Aprenda a estudar: orientações metodológicas para o estudo. Petrópolis, RJ: Vozes, 1994.

OLIVEIRA, J. B. A.; CHADWICK, C. Aprender a ensinar. São Paulo:

Global, 2001.

Page 20: Apostila

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1.6 Web-Bibliografia

MOURA, Gercinaldo. Metodologia científica em conceito e método.

Gestão Universitária (periódico on-line), edição 118, 16/08/2006.

Disponível em:

<http://www.gestaouniversitaria.com.br/index.php?origem=opiniao&i

dsec=1&autor=gercinaldo+moura&assunto=metodologia+cient%EDfi

ca&conteudo=&submit.x=55&submit.y=16> Acesso em: 17/08/2007.

SANTOS, José Carlos Ary dos. Aprender e estudar. Disponível em:

<http://www.meio.tv/m/josemachado/ary/aae.html> Acesso em:

01/06/2007.

Introdução às Teorias da Aprendizagem. Disponível em:

<http://www.nce.ufrj.br/ginape/publicacoes/trabalhos/RenatoMaterial/

teorias.htm> Acesso em: 17/08/2007.

Curso de Química. Disponível em:

<http://www.ufpi.br/ccn/departament.php> (perfil do profissional

licenciado em Química).

QUÍMICA NOVA NA ESCOLA (publicação da Sociedade Brasileira

de Química). Disponível em:

http://sbqensino.foco.fae.ufmg.br/qnesc?secao=qnesc

www.sbq.org.br (site da Sociedade Brasileira de Química)

www.arscientia.com.br (site de divulgação de Ciência, Arte e

Tecnologia).

Page 21: Apostila

21

Page 22: Apostila

22

Apresentação Sumário da Unidade

UNIDADE 2 – O ESTUDO E A EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA ..................... 21

Ana Lúcia Nunes Falcão de Oliveira e Maria Rita de Morais Chaves

Santos

2.1 O que é Educação a Distância .............................................................. 23

2.2 O Estudo e a Educação a Distância ...................................................... 26

2.3 A importância dos Estudos Autônomos................................................. 28

2.4 Atividades de Aprendizagem ................................................................. 29

2.5 Referências Bibliográficas ..................................................................... 29

2.6 Web-Bibliografia ..................................................................................... 30

Page 23: Apostila

23

2.1 O que é Educação a Distância?

Podemos iniciar esta unidade fazendo um paralelo entre os

conceitos de Educação a Distância e Ensino a Distância.

Segundo Aretio (citado por LOPES; NEWMAN; SALVAGO,

2003), a Educação a Distância tem como característica a

inexistência de distâncias e fronteiras para o acesso à informação e

à cultura, com aprendizagem independente, tornando o aluno capaz

de aprender e aprender a fazer, de forma flexível e autônoma, em

relação ao tempo, estilo, ritmo e método de aprendizagem, tornando-

o consciente de suas capacidades e possibilidades para a

autoformação.

A Educação a Distância é o processo de ensino-

aprendizagem, mediado por tecnologias, onde professores e alunos

estão separados espacial e/ou temporalmente. Na expressão

“Ensino a Distância” é dado ênfase ao papel do professor, que se

apresenta como alguém que ensina à distância (MORAN, 2002). Por

outro lado, a “Educação a Distância” é uma expressão que define

um processo mais amplo, mais abrangente, onde as tecnologias de

comunicação virtual são as ferramentas utilizadas.

As tecnologias interativas, sobretudo, vêm evidenciando, na

educação a distância, o que deveria ser o cerne de qualquer

processo de educação: a interação e a interlocução entre todos os

que estão envolvidos nesse processo de ensino-aprendizagem.

Cenário educacional em que instrutor e alunos estão

separados pelo tempo, posição, ou ambos os fatores. Os cursos de

educação a distância são levados a lugares remotos de forma

síncrona ou assíncrona, incluindo correspondência escrita, textos,

gráficos, áudio, fita de vídeo, CD-ROM, formação na linha de áudio e

videoconferência, rádio, televisão interativa e fax. A educação a

distancia não exclui a aula tradicional. A definição de educação a

distancia é mais ampla que a definição de e-Learning (modalidade

de educação a distância com suporte na internet, desenvolvida a

Síncrona -

permite a comunicação em tempo real. Assíncrona - permite a comunicação em tempos diferentes.

A Educação a Distância é um

desafio para alcançarmos os mais longínquos lugares, e você faz parte dele!

Page 24: Apostila

24

partir das necessidades de treinamentos de recursos humanos em

empresas com focos em recursos didáticos hipermediáticos).

A Educação a Distância é um processo educativo sistemático e

organizado que exige não somente a dupla via de comunicação,

mas também a instauração de um processo continuado, onde os

meios devem estar presentes na estratégia de comunicação. Assim,

a escolha do meio deve satisfazer o público alvo, nesse caso

estudantes de graduação, e deve ser eficaz na transmissão,

recepção, transformação e criação do processo educativo.

A Educação a Distância tem características próprias que

pressupõe uma grande ênfase no autoaprendizado. O aprendiz deve

ser incentivado a estudar e pesquisar de modo independente,

porém, um aprendizado colaborativo, dinamizado pela comunicação

e a troca de informação entre os alunos e professores, intensificados

de modo a consolidar a aprendizagem através de atividades

individuais ou em grupos virtuais. As atividades em grupos virtuais

podem ser feitas em espaços de reuniões on-line (chats) ou off-line

(e-mail) disponíveis no ambiente virtual de aprendizagem.

A educação presencial é a dos cursos regulares, em qualquer

nível, onde professores e alunos se encontram sempre num local

físico, chamado sala de aula. É o ensino convencional. A semi-

presencial acontece em parte na sala de aula e outra parte a

distância, através do uso de tecnologias de informações.

A Educação a Distância pode ter ou não momentos

presenciais, mas acontece fundamentalmente com professores e

alunos separados fisicamente no espaço e ou no tempo, mas

podendo estar juntos através de tecnologias de comunicação.

A Educação a Distância é mais adequada para a educação de

adultos, principalmente para aqueles que já têm experiência

consolidada de aprendizagem individual e de pesquisa, como

acontece no ensino de graduação e também no de pós-graduação.

Page 25: Apostila

25

Na medida em que avançam as tecnologias de comunicação

virtual (que conectam pessoas distantes fisicamente como a Internet,

telecomunicações, videoconferência, redes de alta velocidade), o

conceito de presencialidade também se altera. Poderemos ter

professores externos compartilhando determinadas aulas, um

professor de fora "entrando", com sua imagem e voz, na aula de

outro professor. Haverá assim um intercâmbio maior de saberes,

possibilitando que cada professor colabore, com seus

conhecimentos específicos, no processo de construção do

conhecimento, muitas vezes a distância. Este é um processo

colaborativo.

Com a Internet em nossas vidas temos possibilidades de ter

um processo de ensino-aprendizagem diferenciado do sistema

tradicional, presencial, com tempo e espaço cada vez mais flexíveis.

Temos possibilidades cada vez mais acentuadas de estarmos

presentes em muitos tempos e espaços diferentes. Assim, tanto

professores quanto alunos estarão motivados, entendendo "aula"

como pesquisa e intercâmbio. Nesse processo, o papel do professor

vem sendo redimensionado e cada vez mais ele se torna um

supervisor, um animador, um incentivador dos alunos na instigante

aventura do conhecimento.

A Internet está caminhando para ser audiovisual, com

transmissão em tempo real de som e imagem (tecnologias

streaming, que permitem ver o professor numa tela, acompanhar o

resumo do que fala e fazer perguntas ou comentários). Assim, as

possibilidades educacionais que se abrem são fantásticas. Com o

alargamento da banda de transmissão, como acontece na TV a

cabo, torna-se mais fácil poder ver-nos e ouvir-nos a distância.

Nosso objetivo é oferecer um curso de Licenciatura em

Química de qualidade, integrando tecnologias de informação e

comunicação (TIC) e uma proposta pedagógica inovadora, ora com

momentos presenciais, ora de ensino on-line.

As Tecnologias de Informação e Comunicação contribuem para uma formação acadêmica atualizada, privilegiando a construção autônoma e crítica do conhecimento, por intermédio de variados meios de aprendizagem: impressos, áudios, vídeos, multimídia, Internet, correio eletrônico, chats, fóruns e videoconferência.

Page 26: Apostila

26

2.2 O Estudo e a Educação a Distância

Estudar na modalidade de Educação a Distância se apresenta

hoje como uma modalidade que possibilita a inovação dos

procedimentos de ensino, o desenvolvimento de uma educação que

se utiliza de diversos meios de comunicação, principalmente a

internet, que possibilita o acesso de públicos em locais geográfico e

temporalmente distantes (ZAMUDIO, 1997 citado por LEITE; SILVA,

2000).

O estudo através de um programa de Educação a Distância

exige que o aluno esteja consciente da necessidade de utilizar uma

metodologia individualizada e fundamentada em técnicas de estudo,

que o ajudará a desenvolver com mais racionalidade, sistematização

e aproveitamento os conteúdos que levam à construção do

conhecimento. Neste contexto, um cronograma de estudo

predeterminado com rigor no tempo e espaço, contribuirá de forma

efetiva para os resultados positivos. Assim, antes de iniciar seus

estudos questione sobre as possibilidades com as quais pode

contar, desde o tempo disponível às ferramentas de seu Ambiente

Virtual de Aprendizagem (AVA), para que seu processo de ensino-

aprendizado não seja interrompido.

Você, aluno de EaD, deverá ser capaz de desenvolver seus

estudos consciente de uma nova postura; valorizando a sua

interatividade com o professor-tutor, adquirindo hábitos

sistematizados, técnicas adequadas de estudos e com metodologia

individualizada, as quais são imprescindíveis ao sucesso deste

programa de Educação a Distância.

As ações devem ser correlatas, pontuais e estar direcionadas

para a produção do conhecimento, respeitando um guia de

orientações e cronograma de trabalho. Assim, tanto os alunos

quanto os tutores devem planejar suas ações de maneira criativa e

intuitiva, sabendo que as ferramentas de interação podem favorecer

as formas de conduzir o aprendizado. Assim também devem estar

Page 27: Apostila

27

conscientes de que a capacidade de síntese durante o processo de

trabalho a distância define muito do que se pretende quando se está

inserido num ambiente de aprendizagem de uso coletivo.

O aprendiz de um programa de Educação a Distância deverá

estar pronto para mudar paradigmas. Mesmo em cursos que

ofereçam sistema de tutoria, ele necessitará de uma nova postura,

diferente daquela adotada na maioria dos cursos ministrados em

sala de aula tradicional. Estará diante de uma nova possibilidade de

aprendizagem, onde será o ator principal, e isso exige o

desenvolvimento de atitudes imprescindíveis ao seu sucesso, como

adquirir hábitos de estudo sistemático e eficiente através da

utilização de métodos e técnicas adequadas.

É preciso estar consciente da necessidade de se utilizar uma

metodologia de trabalho especialmente voltada para o ensino

individualizado e fundamentada em técnicas de estudo. Essa atitude

ajudará a desenvolver estudos com mais racionalidade,

sistematização e aproveitamento.

Em programas de Educação a Distância, onde o seu processo

de aprendizagem ocorre, na maioria das vezes, de maneira solitária,

esta postura torna-se mais do que recomendável, é imprescindível,

no seu processo de construção de conhecimento.

De acordo com Matos (1994, p. 14),

Estudar é ir à procura da verdade. Trata-se de um processo dinâmico de saber, buscar, saber de novo e recomeçar para buscar ainda mais. A meta é chegar a aprender, a ver com os próprios olhos, a expressar-se com as próprias palavras.

As características comportamentais necessárias ao

desenvolvimento do aprendiz na Educação a Distância são: estar

motivado para aprender; ter constância, perseverança e

responsabilidade; ter hábito de planejamento; ter visão de futuro; ser

pró-ativo; ser comprometido e autodisciplinado.

Page 28: Apostila

28

2.3 A Importância dos Estudos Autônomos

A palavra “autonomia”, etimologicamente, é formada por dois

vocábulos gregos: autos (próprio, a si mesmo) e nomos (lei, norma,

regra). Para os gregos, significa a capacidade de se autogovernar,

de elaborar seus próprios preceitos e leis, dos cidadãos decidirem o

que fazer. Isto é, autonomia significa o pleno direito à liberdade

política e econômica, uma qualidade inerente à cidadania. Na

relação pedagógica significa reconhecer no outro sua capacidade de

ser, de participar, de ter o que oferecer, de decidir, uma vez que a

educação é um ato de liberdade e de participação.

No contexto educacional, autonomia pressupõe formação

contínua em busca do desenvolvimento pessoal e profissional,

que exige a capacidade de governar a si mesmo.

O processo de “aprender a aprender” no contexto

educacional presencial ou virtual requer do professor o

conhecimento de estratégias de ensino e o desenvolvimento de

suas competências de pensar. Assim, poderá ajudar os alunos na

construção de sua autoformação.

Na Educação a Distância, a autonomia deve ser compreendida

como um processo orientado para a autoaprendizagem. Os

processos de ensino e de autoaprendizagem devem basear-se na

participação ativa dos sujeitos e estar coerentes com seus objetivos

e metas.

Tanto a autonomia como as experiências de êxito contribuem

para aumentar a autoestima e o incentivo no prosseguimento dos

estudos das tarefas a serem executadas no processo de ensino a

distância. Em princípio, o aluno trabalha sozinho, porém, não

significa que esteja isolado, e sim que tem domínio do seu tempo e

espaço construindo uma autoaprendizagem com toda estrutura de

suporte e procedimentos do sistema Educação a Distância, para que

aconteça o ato educativo.

Autonomia – Capacidade/ liberdade de construir e reconstruir o saber ensinado (PAULO

FREIRE, 1997).

Page 29: Apostila

29

No campo da psicologia, Cerdeira (citado por PRETI, 2000)

enfatiza a relação da autonomia e o sucesso da aprendizagem

afirmando que:

Quando um estudante recebe informações que o levem a pensar que o seu sucesso se justifica pela conjugação das suas capacidades com o dispêndio de esforço, desenvolve a sua percepção de auto-eficácia, melhora a qualidade de sua execução e, de acordo ainda com a teoria cognitivo-social, eleva o seu estado de motivação.

Assim, você pode concluir conosco que a autonomia na EaD é

de extrema importância para o desenvolvimento do aprendiz,

devendo ser exercitada e praticada a cada dia, mesmo diante das

limitações deste processo de aprendizagem.

2.4 Atividades de Aprendizagem

1. Quais os fatores que diferenciam a Educação a Distância da

educação tradicional presencial?

2. Descreva os aspectos positivos e negativos do processo

ensino-aprendizagem a distância.

3. Como um aluno da modalidade de Ensino a Distância deve

proceder para aprender e consolidar todas as informações, de

maneira dinâmica e aproveitando todas as ferramentas do seu

Ambiente Virtual de Aprendizagem?

4. Por que é importante a autonomia de um aluno na Educação

a Distância?

5. Como o processo de Ensino a Distância favorece ao

desenvolvimento da autonomia do aluno?

2.5 Referências Bibliográficas

FREIRE, P. Pedagogia da autonomia. Rio de Janeiro: Paz e Terra,

1997.

Autonomia –

Capacidade de autodireção no planejamento, monitoramento e avaliação de atividades de aprendizagem. (LITTLE citado por PAIVA; VIEIRA, 2005)

Page 30: Apostila

30

MATOS, H. C. J. Aprenda a estudar: orientações metodológicas para

o estudo. 4. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1994.

2.6 Web-Bibliografia

BRASIL. Ministério da Educação . Referênciais de Qualidade para

Cursos a Distância. Brasília, DF, 2003.

Disponível em:

<http://portal.mec.gov.br/seed/index.php?option=content&task=view

&id=62&Itemid=191>. Acesso em: 10/11/2006.

CHAVES, E. Ensino a Distância: conceitos básicos. Disponível em:

<http://www.edutec.net/Tecnologia%20e%20Educacao/edconc.htm#

Ensino a Distância> Acesso em: 30/08/07.

FERNANDES, C. M. B.; VIOLA, S. E. Autonomia e conhecimento -

algumas aproximações possíveis entre Antônio Gramsci e Paulo

Freire a partir da análise de práticas pedagógicas emancipatórias.

In.: Educação: Revista do Centro de Educação, Santa Maria. v. 29,

n. 2, p. 99 -108, 2004. Disponível em: <http://coralx.ufsm.br/revce/>

Acesso em: 30/08/07.

LEITE, L. S.; SILVA, C. M. T. da. A educação a distância

capacitando professores: em busca de novos espaços para a

aprendizagem. Revista Conecta, n. 2, set., 2000. Disponível em:

<www.revistaconecta.com> Acesso em: 13/08/2007.

LOPES, M. C. L. P.; NEWMAN, B. A.; SALVAGO, B. M. Autonomia

em contextos educacionais diferenciados: presencial e virtual .

Ciências Humanas (Revista da Universidade de Taubaté),

Universidade de Taubaté, v. 9, p. 55-59, 2003. Disponível em:

Page 31: Apostila

31

<http://www.unitau.br/scripts/prppg/humanas/download/autonomiaco

ntextos-N1-2003.pdf> Acesso em: 29/08/07.

MORAN, J. M. O que é educação a distância. Disponível em:

<http://www.eca.usp.br/prof/moran/dist.htm> Acesso em: 29/08/07.

NUNES, I. B. Noções de Educação a Distância. Disponível em:

<http://www.rau-tu.unicamp.br/nou-rau/ead/document/?view=3>

Acesso em: 30/08/07.

PAIVA, V. L. M. O. e; VIEIRA, L. I. C. A formação do professor e a

autonomia na aprendizagem de língua inglesa no ensino básico.

Disponível em: <http://www.veramenezes.com/enpuli2005.htm>

Acesso em: 30/08/07.

PRETI, O. Autonomia do aprendiz na EAD: significados e

dimensões. In: PRETTI, Orestes. Educação a distância: construindo

significados. Cuiabá: NEAD/IE; UFMT, 2000. Disponível em:

<http://www.nead.ufmt.br/documentos/Autonomia_-

_Oreste_I07.doc> Acesso em: 30/08/07.

http://www2.abed.org.br/eadfaq.asp

http://www.eca.usp.br/prof/moran/textosead.htm

Page 32: Apostila

32

Page 33: Apostila

33

Apresentação Sumário da Unidade

UNIDADE 3 – COMO ESTUDAR ............................................................... 32

Mônica Maria Machado Ribeiro Nunes de Castro

3.1 O Ato de Estudar ................................................................................... 34

3.1.1 Etapas para um Estudo Produtivo...................................................... 35

3.2 O Ambiente de Estudo........................................................................... 36

3.2.1 Condições para um bom Ambiente de Estudo .................................. 37

3.3 Fatores que favorecem a Aprendizagem .............................................. 39

3.3.1 Motivação............................................................................................ 39

3.3.2 Atenção ............................................................................................... 40

3.3.3 Hábito de estudo................................................................................. 42

3.3.4 Associação de ideias .......................................................................... 43

3.3.5 Intercâmbio ......................................................................................... 43

3.3.6 Aceitação de críticas........................................................................... 44

3.3.7 Estado de Saúde Física e Mental ...................................................... 44

3.4 Memória e Aprendizagem...................................................................... 45

3.4 1 Leis da Memória ................................................................................. 46

3.4.2 Problemas de Memória e Aprendizagem ........................................... 46

3.4.3 Recursos mnemônicos na Aprendizagem ......................................... 47

3.4.4 Cuidados com a memória................................................................... 44

3.5 Planejamento, Cronograma e Rotina de Estudo .................................. 49

3.5.1 Planejamento de Estudo .................................................................... 50

3.5.2 Cronograma de Atividades ................................................................. 52

3.6 Estudar com Novas Tecnologias de Informação e Comunicação........ 54

3.7 Atividades de Aprendizagem ................................................................. 56

3.8 Referências Bibliográficas ..................................................................... 58

3.9 Web-Bibliografia..................................................................................... 58

Page 34: Apostila

34

3.1 O Ato de Estudar

Estudar não é uma tarefa fácil, mas também não é

necessariamente uma obrigação desagradável. Nesta unidade

procuramos orientar você para que possa realizá-la de forma eficaz

e prazerosa. Apresentamos sugestões práticas advindas de

situações reais vivenciadas em nossa vida acadêmica ao longo de

muitos anos. Acreditamos que o – aprender – favorece a maturação

integral da pessoa, principalmente quanto ao seu desenvolvimento

cognitivo e buscamos, na metodologia, os instrumentos

necessários para garantir a obtenção de nossos objetivos.

Veja bem, as orientações aqui expostas pretendem não só

encaminhá-lo para o sucesso nos estudos relativos às disciplinas

desse Curso. Elas objetivam também e, sobretudo, ajudá-lo a ser, se

já não o é, um aprendiz autônomo, responsável por sua própria

aprendizagem.

Comecemos refletindo sobre a enorme variedade de pessoas

que existem no mundo. Podemos mesmo dizer que cada pessoa é

“um mundo”, não é mesmo? Pessoas diferentes têm vivências

diferentes, não só em função de seus contextos biológico, social,

político, religioso e cultural, mas também porque desenvolvem

estratégias distintas para percepção de si, do mundo e da vida.

Essas diferenças se refletem na educação formal, onde se nota a

presença de diversos estilos de aprendizagem. No entanto, mesmo

reconhecendo as diferenças, podemos fazer, de forma simplificada,

alguns encaminhamentos de ordem geral que certamente irão

contribuir para um melhor aproveitamento em seus estudos

acadêmicos. Os ajustes necessários ao seu esti lo, preferências e

ritmo de aprendizagem podem ser feitos por você.

Desenvolvimento cognitivo –

desenvolvimento associado à aquisi-ção de conheci-mento; isto inclui o desenvolvimento da memória, percepção

e julgamento.

Estilos de aprendizagem –

métodos que as pessoas usam para aprender alguma coisa durante a vida. Por exemplo: físico, interpessoal, linguístico, visual, musical etc.

Page 35: Apostila

35

3.1.1 Etapas para um estudo produtivo

Tomando como referência o ato de estudar intencional e

voluntário, identificamos em um estudo produtivo três etapas

distintas que, quando articuladas, podem levar o estudante a

aprender com mais eficiência (RIBEIRO, 2002). São as etapas

descritas em seguida.

1ª etapa (síncrese)

Nesta etapa o estudante deve buscar uma “visão de conjunto”

sincrética do conteúdo a ser estudado. Para isso deve:

Traçar objetivos, de modo a saber onde quer chegar;

Ler toda a matéria do estudo sem, no entanto, se prender a

detalhes;

Consultar o dicionário, para garantir o entendimento do

significado das palavras do texto ou do problema estudado;

Com base nas novas informações, separar o que sabia do

que não sabia;

Relembrar fatos que confirmem ou contradigam as novas

informações;

Compor uma estrutura lógica ou “quadro mental” do que foi

estudado.

2ª etapa (fase analítica)

Sem perder a noção do todo adquirida na primeira etapa, o

estudante deve procurar, em uma nova leitura, compreender todo o

conteúdo estudado fazendo um esquema analítico onde constem

todos os detalhes do assunto. Para isto pode utilizar-se de:

Diagramas e esboços, para facilitar a compreensão e fixação

através da visualização;

Page 36: Apostila

36

Desenhos esquemáticos com flechas, círculos e outras figuras

geométricas, onde sejam mostradas as relações entre as idéias

principais;

Transformação do texto em itens numerados e ordenados

numa sequência lógica.

3ª etapa (fase da síntese)

Após estudar o conteúdo e compreendê-lo em seus mínimos

detalhes, a aprendizagem precisa ser completada pela síntese.

Nesta etapa é eliminado, por abstração, tudo o que é acessório,

secundário. Aqui deve ser feita uma síntese, expressa por

conclusões, regras, princípios, esquemas, diagramas etc., onde só é

conservado o que é fundamental. Saber ler bem e resumir bem um

texto são habilidades básicas que quando adquiridas podem ajudá-lo

a atingir a fase de síntese.

Para saber se houve ou não aprendizagem, após estudar – ir

do sincrético, pelo analítico, para o sintético –, convém sempre fazer

um controle aplicando o que se pensa que foi aprendido em novas

situações. Isto pode ser feito ou por generalização, aplicando em um

caso mais difícil, ou por transferência, aplicando em um caso

diferente. Aquele que não é capaz de aplicar o que pensa que

aprendeu a situações novas, mais difíceis ou diferentes, realmente

não aprendeu.

3.2 O Ambiente de Estudo

Uma primeira decisão que o estudante precisa tomar quando

vai estudar é onde estudar. Se tiver disponível em casa um quarto

só para ele, pode fazer ali o seu “cantinho de estudo”. Se não tiver,

estudar em um quarto que divide com irmãos, no escritório de uso

comum ou na sala, pode ser algo complicado! Neste último caso

deve ser considerada a possibilidade do estudo regular em uma

Page 37: Apostila

37

biblioteca pública. Especificamente no seu caso, aluno de Educação

a Distância, talvez seja viável ir diariamente à sala de estudo de seu

Polo de Apoio Presencial.

3.2.1 Condições para um bom ambiente de estudo

Qualquer que seja o ambiente escolhido para estudo é

importante que o local atenda às seguintes condições:

Ser limpo e arejado – o que provoca uma sensação de bem

estar;

Ser sossegado – livre de interferências externas como o

trânsito de pessoas e animais, toque de telefones, campainhas etc.,

pois o silêncio relativo é essencial para a concentração;

Ser organizado – livre de objetos que possam causar

dispersão da atenção como, por exemplo, fotos, revistas e troféus;

Ter boa iluminação – ambientes mal iluminados tornam o

estudo mais cansativo, além de prejudicar a visão. Para destros, a

luz deve vir, de preferência, por trás e pela esquerda. À noite,

convém utilizar, além da luz no teto (lâmpada fluorescente, se

possível), uma luz mais suave na mesa de trabalho, posta de modo

a não fazer sombra nos textos;

Ter mobília adequada (uma mesa ou escrivaninha com

cadeira) – embora alguns se sintam confortáveis lendo na cama,

estudar numa posição reclinada propicia devaneios e até eventuais

cochilos. A mesa, se possível, deve ter tamanho suficiente para

acomodar o material de estudo.

Para o estudante da modalidade de Educação a Distância o

ideal é ter também, no local de estudo, um computador com acesso

à Internet e uma impressora. Neste caso, alguns cuidados adicionais

são necessários. Por exemplo, manter sempre o computador livre de

vírus e ter sempre cópias, em disquetes, CD‟s ou pen drives, de

seus arquivos. Na falta desses itens você deve montar um

Reflita! Qual o seu local de estudo? Ele atende a estas condições?

Silêncio relativo

– significa livre de barulhos que possam atrair a atenção do estudante; o som das músicas preferidas ou de música clássica como som ambiente, quando providenciado pelo próprio estudante, para alguns favorece

a concentração.

Page 38: Apostila

38

“esquema” para poder acessar diariamente o seu ambiente virtual de

aprendizagem e imprimir o material das aulas.

Independentemente de onde possa estudar, você deve

providenciar também um local para guardar apropriadamente o seu

material de estudo. Os livros, dicionários de línguas e técnicos,

pastas para arquivo de textos e artigos de periódicos, cadernos,

disquetes, CD‟s ou pen drives com os arquivos digitais, papel para

trabalhos e borrões, canetas, lápis, marcadores de texto,

grampeador etc., devem ter um lugar específico onde possam se r

colocados/encontrados facilmente quando não estiverem em uso.

Seria bom poder utilizar uma estante fechada para acondicionar

adequadamente todo o material. Além disso, um quadro (de cortiça,

isopor ou madeira) para colocar avisos e lembretes importantes seria

de grande valia.

De todo modo, se as condições citadas anteriormente forem

satisfeitas, qualquer lugar é um bom lugar para estudar. Supondo

que seja possível para você escolher como ambiente de estudo o

seu próprio quarto, a escrivaninha, a estante e o computador devem

compor o seu “cantinho de estudo”. Se a escolha recair em uma

biblioteca pública ou na sede do Polo de Apoio Presencial, ótimo!

Estabeleça um horário de estudo de acordo com o horário de

funcionamento do local e procure se familiarizar com o ambiente o

mais rapidamente possível. Afinal, não adianta ter o local adequado

se você não freqüentá-lo.

ATENÇÃO! Estes alertas valem também para seus estudos

no computador. Esse Curso é ambientado numa plataforma on-line,

a plataforma Moodle. Você já a conhece; ela foi estudada na

primeira disciplina cursada. Sendo assim, você sabe que sempre

que estiver estudando na plataforma deve atender às condições

colocadas para um bom rendimento na aprendizagem. E não

esqueça de manterem salvos e atualizados os seus arquivos digitais

com o material do Curso (registro das aulas, cronograma de

Lembrete!

É mais produtivo estudar sempre no

mesmo local.

Page 39: Apostila

39

atividades, participações em chats, fóruns, lista de discussão,

trabalhos escritos individuais e em grupo etc.) por disciplina.

3.3 Fatores que Favorecem a Aprendizagem

O modo como se estuda pode determinar o quanto se

aprende. Devido à importância da aprendizagem para nossa

sociedade, médicos, psicólogos e sociólogos, além de outros

profissionais, têm se dedicado ao seu estudo tentando desvendar os

mecanismos envolvidos no processo de aprender, com o fim de

torná-lo mais eficiente. Sabemos hoje que existem vários fatores que

interferem de forma positiva ou negativa na aprendizagem.

Conhecê-los pode ser muito útil, para aumentar o rendimento.

3.3.1 Motivação

Embora nem sempre a aprendizagem seja intencional,

estudar sempre é. Ou seja, para estudar a pessoa tem que ter

vontade, tem que querer. E, para querer, a pessoa precisa estar

motivada.

A motivação – disposição interior que leva o indivíduo a agir com dinamismo e empenho com respeito a algo – é um fator essencial ao estudo, pois por estar vinculada aos diversos aspectos da cognição humana, possibilita ao indivíduo motivado ficar mais atento e perceptivo ao meio. Isto lhe permite armazenar/memorizar uma maior quantidade de fatos e informações, quando relativas ao estímulo que deu origem ao processo motivacional (RIBEIRO, 2002).

Isto é, a motivação possibilita uma melhor aprendizagem.

Podendo originar-se de estímulos internos ou externos, a

motivação para o estudo pode ser de curto prazo, como estudar para

aprender ou estudar para tirar uma boa nota, ou de longo prazo,

como estudar para se formar e ter uma profissão desejada. De

qualquer forma, quanto mais motivado estiver o aluno, mais chances

Reflita!

Qual sua motivação para estudar Química?

Page 40: Apostila

40

ele tem de ser bem sucedido em seus estudos. Manter-se motivado

para aprender é, por assim dizer, o segredo do sucesso de muitos

estudantes e também de muitos profissionais.

Sem motivação o estudo parece uma coisa sem graça. Diante

das primeiras dificuldades vem o desânimo e a vontade de parar!

Por isso, é importante que o estudante sempre tenha em mente os

seus objetivos para o estudo, pois assim ele pode buscar a

motivação que necessita.

3.3.2 Atenção

Em nosso cotidiano estamos sempre usando a capacidade de

abstrair, de nos “desligarmos” de coisas que não nos interessam no

momento, para focar ou concentrar esforços em um determinado

objeto. O que permite esta seleção em meio a um ambiente onde

ininterruptamente ocorrem fenômenos que causam dispersão é o

denominado “mecanismo de inibição”, através do qual deixamos de

lado algumas coisas que não são de nosso interesse imediato,

enquanto consideramos outras para nós mais importantes naquele

momento. Quando estudamos é fundamental para a aprendizagem a

atenção – capacidade de concentração da mente em um só objeto.

Este mecanismo, no entanto, exige bastante energia. Isto

significa que quanto maior a desordem no ambiente, vale dizer,

quanto mais motivos para dispersão existem ao nosso redor, mais

energia gastamos para manter a atenção. Para o desenvolvimento

da atenção precisamos de:

Concentração – quanto mais dividida está nossa atenção

menor é nossa eficiência. Concentrar a atenção no objeto de estudo

aumenta o rendimento do aprender, a compreensão.

Intermitência – a atenção não se mantém fixa por longos

períodos de tempo. Há perda de eficácia. Um período de atenção

requer outro de relaxamento. Ou seja, entre um período e outro de

estudo você deve programar um passeio, por exemplo.

Eficácia –

qualidade daquele que produz o efeito desejado; que dá bom resultado.

Mente –

intelecto, entendimento, pensamento; alma, espírito.

Eficiência –

ação, força, virtude de produzir um efeito.

Page 41: Apostila

41

Interesse – quanto maior o interesse em um determinado

objeto de estudo, mais fácil será manter a atenção.

Cabe ao estudante, de modo particular, cuidar para que haja

a intermitência e criar e desenvolver seus interesses pessoais.

Quanto à atenção, no geral, podemos exercitá -la treinando a

capacidade de concentração. Isto pode ser feito através de jogos,

como o xadrez, e de testes como os exemplificados abaixo.

Exemplos de testes para treinar a concentração

(Adaptados de BASTOS; KELLER, 1993).

1. Teste das letras Riscar, no conjunto abaixo, todas as letras i e letras p. uomdnsdsfirsnslipalqpeurqprueijrdmalfadffjeraijdjfasjfasdfjasdkfndsdncmkjuhgvkmvxmnaçasfbnxccvxzxzsopaermwrychglsieqmsurpyodjdçamvntreeasnsfcxwqpfoutyuekdukgtenguisvsyfimupemjgytdrmnbesaoiumnbvtrgjhpolkiuwsaqzçkiugfrdsecxzmnblikjyopgrdwibgfihypgfresamkjxesokmjgytfdewqxzhgfrpkmjiutdserxzahbinfrdswqpmkjhdcxtrkihsfrpnbgptvfpedsaoimnvfdeswqaoinhyfdsapmbxmbvfcjhytomptvipmhtsysawqzjnbcfrdsomjnbhyftrecxkinjhyfdslmkjnhygvfdpmjnhpbgkmjnhbvxdpimnhfqaardeszyvgfrdjuhgbvfconmkptrfcdsljkimnhyasombcfreeingcboumikminhgpbczaiuytrpmjuhgvfdokmjupnvdygtdesavcxiunhgqauompoimny

OBSERVAÇÃO: Para este tipo de teste, pode ser usado um texto de jornal ou livro e variações como: circular todas as letras a e riscar as letras d.

2. Escrever um número de cinco algarismos. Inverter, mentalmente, a posição dos algarismos retendo o número resultante. A partir deste número, repetir a operação indefinidamente. Exemplo Número pensado: 34567 Inversão mental para 43567 43567 Inversão mental para 45367 45367 Inversão mental para 53674 e assim por diante.

Page 42: Apostila

42

3.3.3 Hábito de estudo

Você certamente já reparou que existem coisas que só se

aprende fazendo, não é? Andar, nadar, dançar... só se aprende

andando, nadando, dançando... Assim é estudar. Estudar se

aprende estudando. Isto significa que a prática é essencial para esta

atividade até a formação do hábito. Quanto mais estudamos mais

nos tornamos eficientes e eficazes na tarefa de estudar; mais

aprendemos a aprender.

Formar hábitos de estudo é algo que requer disposição,

determinação e autodisciplina e que traz muitos benefícios ao

estudante. Em geral, poupam tempo e esforços desnecessários.

Caso não tenha, adquira o hábito de estudar diariamente; este Curso

requer leitura e estudo sistemáticos.

São hábitos que podem melhorar a eficiência nos estudos:

Estudar sempre em um mesmo local;

Estudar diariamente e sempre nos mesmos horários;

Antes de iniciar o estudo ou pesquisa, providenciar todo o

material didático a ser uti lizado;

Antes de iniciar o estudo ou pesquisa, escrever seus

objetivos;

Fazer leitura antecipada do próximo assunto a ser abordado;

Ler fazendo anotações e resumos;

Terminar uma tarefa antes de começar outra;

Fazer, periodicamente, revisões integradoras do conteúdo

estudado;

Arrumar/guardar o material didático após o término dos

estudos;

Ser pontual na entrega de trabalhos.

São hábitos que devem ser evitados:

Adiar a realização de tarefas;

Hábito – qualidade estável, permanente, boa ou má e adquirida pela frequente repetição dos mesmos atos, que torna a ação mais

fácil.

Page 43: Apostila

43

Deixar as dúvidas se acumularem;

Estudar somente em véspera de prova.

3.3.4 Associação de ideias

Também é relevante para a aprendizagem a capacidade de

relacionar e evocar fatos e ideias – a associação de ideias. Esta

capacidade é muito subjetiva e tem suas bases em experiências

individuais. Podendo acontecer de modo independente de nossa

vontade, a associação de ideias pode ser controlada e, por isso, é

usada para favorecer a aprendizagem, uma vez que raciocinar é

associar conceitos e juízos de forma intencional.

Devemos, então, atentar para o fato da associação de ideias

fazer uso da afetividade, envolvendo também sentimentos e

emoções, e de relações, como por exemplo, de causa e efeito

(fumaça – fogo); semelhança (pessoa – apelido); contraste (alto –

baixo); substância e atributo (água – insípida) etc.

Uma vez que é mais fácil associar fatos e ideias com

experiências pessoais e que não há limite para o processo de

associação, consideramos que é uma vantagem, para quem estuda,

obter controle sobre esse processo. Em função de sua subjetividade,

recomendamos o desenvolvimento de técnicas pessoais.

3.3.5 Intercâmbio

Reunir-se com colegas, a intervalos regulares, para trocar

experiências de estudo, confrontar resultados de pesquisas,

preparar-se para exames, seminários etc., muito contribui para a

aprendizagem. Nestas ocasiões surgem sempre novas idéias,

dúvidas são esclarecidas, pontos de vista diferentes são discutidos.

É também uma oportunidade para situar-se no grupo. Para que a

reunião não se esvazie em bate-papo ou num simples passatempo

Melhor receber críticas construtivas que elogios feitos com o receio de ferir sua sensibilidade; estes só conduzem ao comodismo e à falta de empenho pessoal (MATOS,

1994).

Page 44: Apostila

44

entre amigos, convém planejar o encontro estabelecendo uma pauta

que deve ser obedecida na íntegra.

3.3.6 Aceitação de críticas

A crítica desempenha um papel importante na construção de

uma mente intelectual, e, em si, não tem nada de negativo. O

estudante autêntico que aspira a ser um verdadeiro intelectual deve

impor-se uma honesta autocrítica e acolher com atenção as críticas

de outros, principalmente dos mediadores de sua aprendizagem – os

tutores e professores. A crítica que parte da preocupação em fazer o

outro crescer contribui para o progresso nos estudos e para a

aprendizagem, pois incentiva o aprendiz a dar o melhor de si.

3.3.7 Estado de saúde física e mental

Problemas psicossomáticos afetam diretamente o ato de

estudar. Você não deve “deixar para amanhã o que pode fazer hoje”,

principalmente no que diz respeito à saúde. Às vezes são casos

relativamente simples, por exemplo, sonolência constante devido a

um defeito de visão; às vezes são casos mais sérios, como uma

depressão devido à perda de um ente querido. Em todos os casos a

ajuda profissional é o melhor caminho; somente sanando o problema

volta-se a ter as condições adequadas para o trabalho intelectual.

Psicossomáticos

– pertencentes ou relativos, simultaneamente, aos domínios orgânico e

psíquico.

Cuidados indispensáveis:

Alimente-se bem e durma pelo menos 7 horas por dia.

Descanse quando necessário, algumas pessoas precisam de um “soninho” (10 a 20 minutos) durante o dia.

Evite tomar pílulas, chás e bebidas semelhantes para vencer o sono.

Cuide rapidamente quando surgirem problemas de visão, audição, respiração, dor de dente etc. e muita atenção para tristezas e mudanças de humor sem motivos explícitos.

Reserve tempo para exercícios físicos e recreação (namorar, passear, estar com a família).

Page 45: Apostila

45

3.4 Memória e aprendizagem

A memória – capacidade de reter, conservar e lembrar ideias,

impressões e conhecimentos adquiridos – é uma faculdade

indispensável para nossa vida social e cultural, que está sempre

relacionada com o ser e sua circunstância. Sem ela a pessoa teria,

repetidas vezes, de reaprender coisas como falar, comer, andar, ler

etc., que são, no indivíduo normal, atividades automatizadas da

memória. É através dela que, segundo Bergson, o indivíduo mantém

sua própria identidade (citado por BASTOS; KELLER, 1993).

No processo ensino-aprendizagem a memória nem sempre foi

bem utilizada. Houve um tempo em que decorar era sinônimo de

aprender e, por isso, muitas vezes se fala pejorativamente dela nos

dias atuais. Na realidade a confusão acontece quando se ignora a

distinção entre decorar e memorizar. Enquanto a memorização

possibilita refrasear e reestruturar algo conhecido a partir de dados

da memória, o decorar possibilita apenas, e por tempo limitado, a

repetição do que foi decorado.

Ao estudar, tão importante quanto compreender o novo

conhecimento é reter na memória a interpretação particular que

se faz dele. Ou seja, a sua apropriação. E, ainda, ser capaz de

conservá-lo e recuperá-lo (lembrá-lo) quando necessário.

A memória varia, de indivíduo para indivíduo, tanto na

eficiência como no tipo. Há pessoas que lembram mais rapidamente

lugares do que nomes, perfumes do que fisionomias, números do

que palavras, e assim por diante (veja o Quadro 1). Este fato decorre

naturalmente das diferenças pessoais de cada um.

Quadro 1 – Tipos de memória

MEMÓRIA FACILIDADE EM EVOCAR

Visual Imagens

Auditiva Sons

Motora O que fez

Decorar – reter a „forma material‟ e não o conteúdo inteligível de determinado conhecimento. Memorizar – reter a „forma significativa‟ de um conteúdo inteligível, ou seja, reter sua compreensão (BASTOS;

KELLER, 1993).

Page 46: Apostila

46

Afetiva Relações emotivas

Locativa Localização geográfica de objetos ou fatos

Nominativa Nomes ou palavras relacionadas

3.4.1 Leis da memória

Segundo Bastos e Keller (1993), todos os tipos de memória

podem ser desenvolvidos a partir da prática, pois observa-se o que

se denomina de leis da memória:

1. Repetição – quanto mais um fato ou impressão se repete

melhor é sua retenção na memória.

2. Atenção – a velocidade de retenção é diretamente

proporcional à atenção com que o fato é estudado.

3. Emoção – a facilidade de retenção de um fato ou impressão

depende da intensidade da emoção causada.

4. Interesse – a velocidade e a qualidade de retenção de um

fato ou impressão é diretamente proporcional ao nível de interesse

do indivíduo.

5. Estrutura – o relacionamento de fatos, impressões, situações

e números com outros conteúdos já retidos, facilitam sua retenção

na memória.

3.4.2 Problemas de memória e aprendizagem

É comum a ocorrência eventual de problemas de memória em

estudantes que apresentam distúrbios do sono, depressão, crise de

ansiedade ou fazem uso de drogas como, por exemplo, o álcool.

Estes problemas devem ter tratamento profissional específico. Se os

problemas de memória são persistentes e, seguramente, nada têm

com os fatores citados, podem estar relacionados com o excesso de

estímulos ou com dificuldades de concentração.

No primeiro caso, quando há excesso de estímulos, ou seja, a

quantidade de coisas a memorizar ultrapassa a capacidade da

“Ouço e esqueço. Vejo e recordo.

Faço e compreendo.” (CONFÚCIO)

Page 47: Apostila

47

memória, para sanar o problema o estudante deve estabelecer

prioridades entre os temas a serem aprendidos, selecionando

conteúdos indispensáveis à sua formação.

Para dificuldades de concentração que causem problemas de

memória e, por consequência, de aprendizagem, o psicopedagogo

Celso Antunes (2005) propõe o emprego de uma série de ações.

Entre elas citamos:

Buscar significação no que se quer aprender, pois o ser

humano tem dificuldade em guardar na memória informações sem

significado;

Fazer anotações de qualidade criando, por exemplo, mapas

conceituais;

Empregar habilidades operatórias diversas, induzindo o

cérebro a proceder de diferentes maneiras com respeito ao objeto de

estudo. Por exemplo, quando se conceitua, classifica e aplica, há

uma retenção maior do que quando simplesmente se conceitua;

Ministrar uma “aula” sobre o tema que se quer aprender

diante do espelho, guardando assim o conteúdo por repetição e

associação das linguagens visual, auditiva e cinestésica.

3.4.3 Recursos mnemônicos na aprendizagem

O emprego de estratégias que associam a memória à

emoção, a contextualização do tema estudado, o uso alternado das

linguagens visual, auditiva e cinestésica e o uso de recursos

mnemônicos, também são eficientes na superação de problemas de

concentração que prejudicam a aprendizagem.

Quanto a esta última estratégia de ação, ressaltamos que

existem controvérsias, pois enquanto as outras alternativas estão

associadas à significação, os recursos mnemônicos são utilizados

de forma puramente mecânica. Assim, enquanto alguns professores

os indicam apenas para uso eventual, outros não fazem nenhuma

restrição e até os utilizam como método auxiliar de ensino.

Mapas conceituais –

diagramas de significado indicando relações entre conceitos, ou entre palavras que usamos para representar conceitos.

Recursos mnemônicos –

técnicas que auxiliam a memória, tipicamente verbais e utilizadas, principalmente, para memorizar listas ou fórmulas.

Page 48: Apostila

48

São recursos mnemônicos palavras (mnemônicas) ou frases

construídas com as primeiras letras de palavras que se quer

memorizar. Por exemplo: SPA para significar Sócrates, Platão e

Aristóteles. Uma mnemônica utilizada para a Lei de Ohm é a palavra

RUI, onde R significa resistência elétrica, U significa a queda de

potencial e I significa corrente elétrica, expressa como na ilustração

a seguir.

U

R I

3.4.4 Cuidados com a memória

Para conservar e estimular sua memória, além dos cuidados

básicos com a saúde já referidos no item anterior desta Unidade,

você deve:

Exercitar sua mente jogando xadrez, fazendo palavras

cruzadas, aprendendo novas habilidades (pintura, música etc.) ou

mesmo praticando exercícios simples como recordar fatos do dia-a-

dia (o que comeu no almoço, o número de telefone de alguns

amigos, o que vestiu no último domingo, por exemplo);

Cultivar a atenção através de práticas como listar todas as

características de um objeto após observá-lo atentamente por

poucos minutos ou tentar identificar os ingredientes dos alimentos

pelo gosto e pelo cheiro;

Associar fatos a imagens ou a sons e procurar guardá-los na

memória;

Beber muita água, a hidratação favorece as funções

cerebrais;

Praticar técnicas de relaxamento como, por exemplo, inspirar,

prender a respiração por cinco segundos e soltar o ar bem

lentamente.

Page 49: Apostila

49

Além disso, recomendamos tentar identificar o seu tipo de

memória mais presente e usar isso a seu favor. Você deve, também,

tentar desenvolver os vários outros tipos de memória, para tornar

sua aprendizagem mais eficiente.

3.5 Planejamento, Cronograma e Rotina de Estudo

Por tudo que foi exposto até aqui, você já deve estar

convencido de que estudar é coisa séria; de que sua aprendizagem

depende, em grande parte, do seu envolvimento com o objeto de

estudo e com seu projeto de vida. No entanto, ninguém mais do que

você sabe que este Curso e tudo que dele demanda é apenas uma

parte de sua vida. Uma parte bastante significativa, mas uma parte!

Sendo assim, tratamos agora de orientá-lo para o planejamento de

seus estudos de modo que você possa desenvolvê-los,

satisfatoriamente, sem prejuízo de suas demais atividades.

Antes, porém, você deve entender e aceitar que o

planejamento e a organização são indispensáveis para se

estabelecer uma rotina de estudos que satisfaça, simultaneamente,

às suas necessidades e as do Curso. Em seguida você deve atentar

para:

Seu perfil de aluno – para isso, volte até a Unidade I e leia

suas respostas para as questões levantadas no item 4, partes I e II,

da Avaliação de Aprendizagem. Uma reflexão realista vai lhe indicar

se você precisará de muito ou de pouco tempo para dedicar aos

estudos requeridos pelas disciplinas deste Curso. Lembre-se de

considerar o seu estilo de aprendizagem, suas habilidades de leitura

e escrita, sua desenvoltura na resolução de problemas, na consulta

a fontes bibliográficas em bibliotecas e na Internet etc.

A forma como o Curso é organizado – veja como o Curso

está estruturado e procure conhecer o conteúdo de cada disciplina

que compõe o semestre letivo, para poder avaliar o grau de

Um curso na modalidade de Educação a Distância é tão ou mais exigente que um curso presencial. É preciso dispor de tempo para leituras, estudos e reflexões.

Page 50: Apostila

50

familiaridade que tem com os assuntos a serem abordados. Informe-

se sobre o calendário proposto, a dinâmica de funcionamento e a

duração de cada disciplina, e, ainda, qual a interatividade esperada

(por exemplo, frequência de acessos e número de atividades e

provas), com vistas a ter uma ideia do tempo e energia que lhe

serão exigidos. Quanto menos conhecido é o assunto, mais tempo

você deve dedicar ao seu estudo.

A forma como sua vida está organizada – reflita sobre cada

uma de suas ocupações, sejam elas advindas da família, do

trabalho, de suas obrigações sociais, religiosas etc. Se necessário,

reveja suas prioridades, afinal, o Curso tem férias e um tempo

limitado.

3.5.1 Planejamento de estudos

Após estas reflexões você já pode planejar seus estudos.

Comece por fazer um Quadro de Horários (ver modelo a seguir).

Primeiramente, preencha este Quadro com todas as atividades que

você faz habitualmente, aí incluídas as refeições, descanso e lazer.

Considere tudo, da hora em que você acorda à que vai dormir, todos

os dias da semana, hora por hora.

Page 51: Apostila

51

Modelo 1

QUADRO DE HORÁRIOS

HORA Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado Domingo

07:00

08:00

09:00

10:00

11:00

12:00

13:00

14:00

15:00

16:00

17:00

18:00

19:00

20:00

21:00

22:00

23:00

Em seguida, de acordo com o que você necessita,

considerando a análise feita anteriormente (baseada no seu perfil,

na estruturação do Curso e na organização de seu cotidiano),

preencha os horários de estudo por disciplina. Neste momento,

atente para o fato de que o Curso é na modalidade de Educação a

Distância e que você tem liberdade na escolha de horários para

estudar. No entanto, lembre que estes horários devem ser

organizados da melhor forma possível, para evitar gastos

desnecessários de tempo e energia. Para isso, fazemos as

sugestões que seguem.

Page 52: Apostila

52

1. Se você tiver um computador com acesso à Internet, faça

acessos diários aos ambientes virtuais de aprendizagem das

disciplinas que estiver cursando.

2. Se for acessar os ambientes virtuais de aprendizagem no

Polo de Apoio Presencial, você pode programar estudos on-line três

vezes por semana.

3. Para disciplinas ofertadas em 15 semanas (semestre letivo),

disponibilize para estudo pelo menos 6 horas por semana para cada

disciplina de 60 horas e 9 horas por semana para cada disciplina de

90 horas, aí incluídas as horas de acesso à plataforma do Curso.

4. Para disciplinas ofertadas em um número diferente de

semanas, calcule o número de horas de estudo por semana usando

a proporcionalidade inversa.

5. Inclua em seu horário pelo menos uma hora por semana, para

tirar dúvidas com o tutor no Polo de Apoio Presencial.

6. Faça previsão de pelo menos uma visita por semana à

biblioteca.

Depois de colocar todas as atividades de estudo previstas no

seu Quadro de Horários, você pode fazer um quadro que contenha

somente os horários de estudo por disciplina. Neste, quando

possível, indique o tipo de atividade que vai ser realizada. Observe

que isto é apenas um “plano” e como tal deve ser tomado. Sempre

que necessário (por exemplo, quando houver introdução de novas

atividades), reveja e/ou reorganize o Quadro.

3.5.2 Cronograma de atividades

Uma outra sugestão que apresentamos a você é a confecção

de um Cronograma de Atividades para cada disciplina que estiver

em andamento. Neste cronograma você deve colocar as atividades

relativas à disciplina, que têm prazo especificado para entrega e/ou

data de realização/participação, como participação em chats e

Cronograma –

projeção ou plano que estabelece as diversas etapas e prazos de um trabalho a ser

executado.

Page 53: Apostila

53

fóruns, entrega de trabalhos, videoconferência, avaliação presencial,

entre outros. Veja o modelo abaixo.

Modelo 2

Disciplina: ________________________ Período: __/__ a __/__

CRONOGRAMA DE ATIVIDADES

DATA / PERÍODO E LOCAL ATIVIDADES

Claro que você pode criar Quadro de Horários e Cronograma

próprios; os modelos apresentados podem ser usados no formato

em que estão ou apenas serem uti lizados como fonte de inspiração.

O importante é que você estabeleça uma rotina de estudos e a

siga. Não adianta ter tudo organizado se não cumprir com o previsto.

Lembre-se: o grande responsável por seu aprendizado é você

mesmo!

Dicas importantes:

Ponha seu Quadro de Horários em um local bem visível.

Siga seu plano pelo Quadro até formar o hábito de estudo.

Não espere a vontade de estudar chegar; comece na hora marcada.

Use todo o tempo marcado para estudo, mesmo que, aparentemente, já tenha compreendido tudo.

Em períodos mais longos de estudo, a cada hora faça um intervalo de 10 minutos. Aproveite para relaxar fazendo exercícios de alongamento ou de respiração.

Estude alternadamente matérias com maior e menor dificuldade.

Utilize o dia de Domingo para descanso. Eventualmente, se necessário, use-o para pôr as leituras em dia.

Page 54: Apostila

54

3.6 Estudar com novas Tecnologias de Informação e

Comunicação

No processo ensino-aprendizagem estão comumente

envolvidos três componentes básicos: o aluno, o professor e o

conteúdo. Isso você sabe por experiência própria, não é mesmo? Na

Educação a Distância, dois outros componentes são indispensáveis:

o recurso tecnológico, que possibilita a interação entre aluno-

professor-conteúdo, e a infraestrutura, que dá condições para que

essa interação aconteça. Tratando especificamente dos recursos

tecnológicos, a pergunta agora é: o que muda no ato de estudar

quando nele estão envolvidas as novas tecnologias de informação e

comunicação (NTIC‟s)?

Por novas tecnologias de informação e comunicação

entendemos, hoje, o conjunto de tecnologias e métodos para

comunicação desenvolvidos a partir de meados da década de 1970,

propiciados pelo rápido desenvolvimento da eletrônica e surgidos no

contexto da chamada Revolução Informacional ou “Revolução

Telemática”. São exemplos os computadores pessoais, os telefones

celulares, a Internet, as tecnologias digitais de captação e

tratamento de imagens e sons e as tecnologias de acesso remoto

sem fio.

A convergência dessas tecnologias no processamento de

dados e textos e na comunicação de dados e de voz (correio

eletrônico, Internet, videoconferência etc.), tem contribuído para a

comunicação a distância, quebrando as barreiras de tempo e espaço

e possibilitando a formação de redes entre grupos de pessoas,

empresas e organizações, que interagem compartilhando e

produzindo informações. Na Educação, o uso das NTIC‟s vem

crescendo e evoluindo, principalmente em razão destas, de modo

geral, estarem associadas à interatividade e à superação do modelo

de comunicação unidirecional “um para todos”, ligado aos métodos

tradicionais de ensino.

Telemática - conjunto de tecnologias da informação e comunicação resultante da junção entre os recursos das telecomunicações (telefonia, satélite, cabo, fibras ópticas etc.) e da informática (computadores, periféricos, softwares e sistemas de redes), que possibilitou o processamento, a compressão, o armazenamento e a comunicação de grandes quantidades de dados (nos formatos texto, imagem e som), em curto prazo de tempo, entre usuários localizados em qualquer ponto do Planeta. (Wikipédia)

Page 55: Apostila

55

Em nosso Curso é usada uma abordagem de Educação a

Distância baseada na comunicação mediada por computador (CMC),

que utiliza o modelo de comunicação multidirecional, no qual os

integrantes da rede de aprendizagem participam tanto do envio

quanto do recebimento de informações, através do ambiente virtual

de aprendizagem Moodle. Esse tipo de ambiente, segundo Almeida

(2003, p. 335).

Permite romper com as distâncias espaço-temporais e viabiliza a recursividade, múltiplas interferências, conexões e trajetórias, não se restringindo à disseminação de informações e tarefas inteiramente definidas a priori.

Vemos então que neste modelo os papéis do professor e do

aluno foram redefinidos em relação ao processo de ensino-

aprendizagem. O professor não mais é visto como „o especialista‟

em sua área de saber, o detentor da verdade, mas como um

mediador do processo ensino-aprendizagem que objetiva dar

condições para que os alunos construam seu próprio saber. O

aluno, por sua vez, deixa de ser um simples receptor de informações

e passa a ter um papel ativo em seu processo de aprendizagem,

buscando identidade e autonomia enquanto pessoa e membro da

sociedade em que está inserido. Nessa perspectiva, “aprender é

planejar; desenvolver ações; receber, selecionar e enviar

informações; estabelecer conexões; refletir sobre o processo em

desenvolvimento em conjunto com os pares; desenvolver a

interaprendizagem, a competência de resolver problemas em grupo

e a autonomia em relação à busca, ao fazer e compreender ”

(ALMEIDA, 2003, p. 335).

Por isso, é importante que você, além de saber como estudar,

saiba adequar o seu estudo a esse novo contexto. Isto significa que,

além de poder acessar regularmente um computador que tenha

conexão com a Internet, ter familiaridade com o uso deste

equipamento para saber editar um texto, enviar e receber e-mails,

Rede de aprendizagem – grupo de pessoas que utiliza redes de comunicação mediadas por computadores para aprender juntas, no horário, no local e no ritmo mais adequados para elas mesmas e para a tarefa em questão (HARASIM et al, 2005).

Page 56: Apostila

56

inclusive com anexos, e navegar na Internet e em hipertextos, você

precisa:

Ser automotivado – ter disposição pessoal para aprender,

mesmo sem a cobrança regular do professor/tutor;

Ser autodisciplinado – ter a capacidade de administrar seu

tempo, estabelecer prioridades e cumprir os objetivos do curso e os

que estabeleceram para si próprio;

Assumir a própria aprendizagem – buscar informações em

diferentes fontes, para complementação e aprofundamento, sem se

restringir ao material fornecido no Curso; transformar as informações

obtidas em conhecimento; organizar seu material de estudo; estudar

de forma independente e autônoma;

Assumir uma postura participativa – ter iniciativa própria

para apresentar ideias, questionamentos e sugestões; trabalhar em

grupo de forma colaborativa e responsável; estar aberto a novas

ideias e perspectivas;

Ser capaz de compreender um texto escrito e se

comunicar escrevendo um – entender livros didáticos usados no

ensino superior e artigos científicos de comunicação e divulgação;

expressar de forma clara e concisa, por escrito, o que aprendeu;

identificar e comunicar, por escrito, qualquer questão que tiver.

Parece muito? Não esqueça que você não estará sozinho.

Para tanto você vai poder contar sempre com a equipe de

profissionais envolvidos neste Curso (coordenadores, professores,

tutores, técnicos etc.) de nossa Instituição de Ensino e com a infra -

estrutura montada na sede de seu Polo de Apoio Presencial.

De início você vai precisar mesmo é ter disposição, gostar de

estudar, de pesquisar, de aprender cada vez mais. O que falta pode

ser construído com boa vontade, dedicação e perseverança.

3.7 Atividades de Aprendizagem

1. Pesquise sobre os estilos de aprendizagem. Identifique o seu

estilo e descreva-o.

Hipertexto - é um

texto suporte que acopla outros textos em sua superfície cujo acesso se dá através dos links que têm a função de conectar a construção de sentido, estendendo ou complementando o texto principal.

(Wikipédia)

Page 57: Apostila

57

2. Faça um diagrama que represente o ato de estudar e discuta-

o com seus colegas.

3. Como podemos saber se um determinado conteúdo estudado

foi aprendido?

4. Relacione, em ordem decrescente de importância para você,

as condições que devem ser satisfeitas para que um determinado

ambiente seja apropriado para estudar. Justifique a escolha para as

duas primeiras posições.

5. Descreva seu local de estudo. Avalie se ele atende às

condições relacionadas na resposta anterior. Você diria que ele é

regular, bom ou ótimo? Justifique.

6. a) Relacione todos os fatores que favorecem a aprendizagem

citados no texto.

b) Marque com um X aquele(s) que é(são) problema(s) para

você.

c) Crie estratégias para superação dos problemas detectados.

7. Você tem bons hábitos de estudo? Quais?

8. Você tem maus hábitos de estudo? Quais?

9. Se for o caso, o que você pretende fazer para superar os

maus hábitos de estudo?

10. Você tem problema de aprendizagem que possa atribuir à

memória? Qual(is)?

11. Dentre os tipos de memória apresentados no Quadro 1, com

qual deles você mais se identifica?

12. Enuncie as leis da memória.

13. Você usa alguma estratégia para manter ou estimular sua

memória? Dentre as sugestões apresentadas no texto, qual você

achou mais interessante? Comente.

14. Crie um Quadro de Horário Semanal e preencha-o com todas

as suas atividades. Calcule o percentual destinado para:

a) Acesso ao ambiente virtual de aprendizagem;

b) Estudo de cada disciplina que está cursando.

Page 58: Apostila

58

15. Se for o caso, relacione os problemas que você está

enfrentando como aluno da Educação a Distância, tomando como

referência as condições citadas no item “Estudar com novas

tecnologias de informação e comunicação”. Reflita e apresente

alternativas de solução para superar esses problemas.

3.8 Referências Bibliográficas

BASTOS, C. L.; KELLER, V. Aprendendo a aprender: introdução à

metodologia científica. 4. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1993.

FERREIRA, A. B. de H. Novo dicionário básico da língua

portuguesa: Folha / Aurélio. São Paulo: Nova Fronteira / Folha de

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HARASIM, L. et al. Redes de aprendizagem: um guia para ensino e

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MATOS, H. C. J. Aprenda a estudar: orientações metodológicas para

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Page 59: Apostila

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ANTUNES, C. Xiiii, professora, deu um “branco” II. Publicado em

06/05/2005. Disponível em:

<www.educacional.com.br/articulistas/celso_bd.asp?codtexto=626>

Acesso em: 19/06/2007.

CARDOSO, S. H. Memória: o que é e como melhorá-la. Disponível

em: <www.cerebromente.org.br/n01/memo/memoria.htm> Acesso

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<http://www.iar.unicamp.br/disciplinas/am540_2003/lia/esti los_de_ap

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www.eca.usp.br/prof/moran/textos.htm (site com textos interessantes

do professor Moran).

WIKIPÉDIA. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org>

Page 60: Apostila

60

Page 61: Apostila

61

Apresentação Sumário da Unidade

UNIDADE 4 – A LEITURA COMO MÉTODO DE ESTUDO ...................... 60

Ana Lúcia Nunes Falcão de Oliveira, Maria Rita de Morais Chaves

Santos e Mônica Maria Machado Ribeiro N. de Castro

4.1 O Ato de Ler........................................................................................... 62

4.1.1 A leitura como habilidade básica........................................................ 62

4.1.2 O processo de Leitura ........................................................................ 63

4.1.3 O bom leitor ........................................................................................ 65

4.2 Níveis e Tipos de Leitura ....................................................................... 67

4.2.1 Como ler livros didáticos? ................................................................. 68

4.3 Análise e Interpretação de Texto .......................................................... 73

4.3.1 Análise textual..................................................................................... 74

4.3.1.1 Como fazer um esquema? ............................................................. 75

4.3.2 Análise temática.................................................................................. 77

4.3.3 Análise interpretativa .......................................................................... 78

4.3.4 Problematização ................................................................................. 80

4.3.5 Síntese pessoal .................................................................................. 80

4.4 Anotações, Fichamentos, Resumos e Resenhas ................................. 81

4.4.1 A Documentação Pessoal .................................................................. 81

4.4.2 Anotações ........................................................................................... 83

4.4.3 Fichamentos ....................................................................................... 84

4.4.3.1 Fichamento para Documentação Temática .................................... 85

4.4.4 Resumos ............................................................................................. 87

4.4.4.1 Como fazer um Resumo Informativo? ........................................... 89

4.4.5 Resenhas ............................................................................................ 90

4.5 Atividades de Aprendizagem ................................................................. 92

4.6 Referências Bibliográficas ..................................................................... 93

4.7 Web-Bibliografia..................................................................................... 95

Page 62: Apostila

62

4.1 O Ato de Ler

O curso superior exige uma postura diferenciada quanto ao

processo de ensino-aprendizagem. Aqui o aluno se quer, e em geral

é tomado, como um adulto em sua plenitude. Por seu lado, o

professor não mais se sente responsável por lembrá-lo, a todo

instante, de cada passo a ser dado ou de suas responsabilidades

para com o estudo, a aprendizagem, seu crescimento intelectual,

suas escolhas e questões pessoais. A ênfase do ensino superior

recai na formação profissional; o aluno é considerado uma pessoa

independente e autônoma, seja isso um fato ou não.

Um outro diferencial a ser considerado neste Curso é que,

enquanto na educação presencial os contatos entre professores e

alunos têm por base a oralidade, na Educação a Distância a

linguagem básica é a escrita, o texto. Isso faz com que a leitura

tenha mais destaque nesta modalidade de ensino.

O ato de ler está presente em tudo o que você faz, quando

entendido como o ato ou capacidade de reconhecer, perceber,

decifrar. Nesta perspectiva, mesmo em atividades como andar pelas

ruas, ver televisão ou fazer compras em um supermercado, você

está praticando a leitura. Neste momento do Curso o que nos

interessa, no entanto, é o ato de ler entendido como a “arte de

decifrar e fixar um texto”. Ele está presente no estudo deste material

impresso, no uso do ambiente virtual de aprendizagem, quer nas

aulas on-line, quer nos fóruns, chats etc., e em todos os outros

materiais de estudo comumente utilizados por você, como livros e

artigos de revistas e periódicos.

4.1.1 A leitura como habilidade básica

Ler bem é uma habilidade indispensável para o estudante

autônomo. Ler é algo que todo estudante está convencido de que

sabe fazer. Mas, ler bem... Ler bem é uma habilidade indispensável

Reflita!

O bom estudante deve saber: ler bem resumir pesquisar documentar comunicar

Uma das coisas que a educação superior deve fazer por você é alargar os limites das coisas que você lê (MORGAN;

DEESE, 1983)

Page 63: Apostila

63

para o estudante autônomo. Por isso, é importante que você se

pergunte: “Será que sei realmente ler bem?”

Para lhe ajudar em sua reflexão colocamos as seguintes

questões:

Você lê rápido?

Lembra do que lê?

Quantas vezes precisa ler para compreender?

Sabe decidir o que é importante num texto?

Sabe interpretar mapas, tabelas, gráficos, legendas etc.?

Que faz quando começa a ler um texto pela primeira vez?

Que faz quando acaba de lê-lo?

Lê livro didático da mesma forma que lê um romance?

Lê um texto de química como lê um de história? Se não, qual

a diferença?

Enquanto lê, toma notas?

Tem a sensação de que o professor lhe cobra nas avaliações

coisas que não estavam nos textos que leu?

Procura no dicionário as palavras novas que encontra?

Sabe a diferença entre termos gerais e termos técnicos?

Essas e outras questões, quando não respondidas

satisfatoriamente, precisam ser trabalhadas. Bons hábitos de leitura

favorecem o processo de aprendizagem e facilitam a execução de

trabalhos acadêmicos.

4.1.2 O processo de leitura

O processo de leitura inicia com o reconhecimento das

palavras impressas, que pode ocorrer sílaba por sílaba, palavra por

palavra, por conjunto de palavras ou pela percepção de frases

completas; continua com a interpretação do pensamento do autor e

a sua compreensão; segue com a retenção das ideias e, por último,

As pessoas que leem bem gostam de ler. As pessoas que não leem direito detestam a

leitura.

Page 64: Apostila

64

a reprodução destas ideias de modo pessoal, o que confirma sua

compreensão e apropriação.

O estudo desse processo permite as seguintes observações:

1. O reconhecimento do texto impresso não se dá pelo deslizar

dos olhos pelas letras que o compõem; quando lemos, os olhos se

movimentam por saltos e fixações, captando com clareza apenas

quando se fixam em algum ponto. A boa leitura depende do número

de fixações efetuadas.

2. Captar um grupo de palavras, ao invés de uma sílaba ou uma

única palavra a cada fixação, aumenta a velocidade da leitura e

também a sua compreensão.

3. As pessoas que leem movimentando a cabeça e se

posicionam muito próximas ou muito distantes do objeto que contém

o texto, em geral são maus leitores.

4. Os olhos, durante a leitura, também apresentam movimentos

regressivos ou regressões, que são movimentos efetuados em

sentido inverso ao da sequência do texto e que fazem com que

voltemos atrás na linha que estamos lendo. Esse tipo de movimento

é mais freqüente em pessoas que não estão habituadas a ler.

5. O movimento de retorno, ou seja, a passagem de uma linha

de texto para a próxima (abaixo), também determina deficiências na

leitura. Enquanto os bons leitores fazem um único movimento de

retorno, os maus leitores leem acima ou abaixo, tendo sempre que

fazer correções para encontrar o início da próxima linha de leitura.

6. O uso inconsciente da fala durante a leitura silenciosa, ou

seja, tentar acompanhar os olhos com movimentos labiais ou mesmo

articular a língua com a boca fechada “age como um freio sobre o

cérebro dificultando-lhe a leitura por unidade de pensamento”

(BASTOS; KELLER, 1993, p. 42).

Page 65: Apostila

65

4.1.3 O bom leitor

Para superar deficiências de leitura e tornar-se um bom leitor o

estudante primeiramente deve adquirir bons hábitos de estudo, já

que algumas dessas deficiências são provenientes da falta de

atenção, de motivação, de espírito crítico, ou mesmo da falta de pré -

requisitos para compreensão e consequente transformação do que

se lê em conhecimento.

Além disso, qualquer pessoa pode melhorar sua capacidade de

leitura se:

Preparar-se para ler – escolhendo um ambiente favorável e

criando uma expectativa positiva sobre o que vai ler e aprender na

leitura;

Construir um vocabulário abrangente que permita a

compreensão dos textos a serem lidos – prestando atenção tanto às

palavras novas quanto às palavras antigas aplicadas a um novo

contexto e fazendo uso de um bom dicionário;

Aumentar sua velocidade de leitura através de

autotreinamento – lembrando, porém, que diferentes tipos de textos

(livros didáticos, livros técnicos e científicos, revistas de divulgação,

jornais, romances etc.) são lidos a diferentes velocidades pelo bom

leitor;

Evitar a subvocalização ou uso inconsciente do aparelho

fonador enquanto lê – praticando exercícios de atenção ao sentido

das palavras e não à pronúncia;

Aumentar a área de fixação dos olhos – praticando

exercícios específicos, de forma a aumentar a velocidade da leitura

e, consequentemente, a compreensão do texto.

Veja o quadro a seguir e compare as habilidades e hábitos de bons

e maus leitores.

Page 66: Apostila

66

Quadro 2 – Habilidades e hábitos de bons e maus leitores

BOM LEITOR

(Lê rapidamente e entende o

que lê)

MAU LEITOR

(Lê lentamente e entende mal o

que lê)

1. Lê com objetivo

determinado.

1. Lê sem finalidade.

2. Lê unidades de pensamento. 2. Lê palavra por palavra.

3. Lê unidades de pensamento. 3. Só tem um ritmo de leitura.

4. Avalia o que lê. 4. Acredita em tudo o que lê.

5. Possui bom vocabulário. 5. Possui vocabulário limitado.

6. Tem habilidades para

conhecer o valor do livro.

6. Não possui nenhum critério

técnico para conhecer o valor do

livro.

7. Sabe quando deve ler um

livro até o fim, quando

interromper a leitura

definitivamente ou

periodicamente.

7. Não sabe decidir se é

conveniente ou não interromper

uma leitura.

8. Discute frequentemente o

que lê com colegas.

8. Raramente discute com

colegas o que lê.

9. Adquire livros com

frequência e cuida de ter sua

biblioteca particular.

9. Não possui biblioteca particular.

10. Lê vários assuntos. 10. Lê sempre a mesma espécie

de assunto.

11. Lê muito e gosta de ler. 11. Lê pouco e não gosta de ler.

12. É bom leitor porque

desenvolve uma atitude de

vida: é constantemente bom

leitor.

12. É constantemente mau leitor,

porque tem uma atitude de

resistência ao hábito de ler.

Adaptado de: Décio Vieira Salomon (1999).

Page 67: Apostila

67

4.2 Níveis e tipos de leitura

O conjunto de experiências vividas e acumuladas pela

espécie humana ao longo de sua evolução cultural, de modo geral,

encontra-se armazenado nos livros e demais repositórios das

diversas áreas do conhecimento: fi losofia, matemática, história,

física, antropologia, cosmologia, química etc. A apreensão deste

conhecimento se faz através da leitura, donde se depreende que as

leituras têm origens e objetivos diversos, podendo ser extremamente

complexas e variadas.

Segundo Marconi e Lakatos (2001), existem três espécies de

leitura:

De entretenimento – feita objetivando a diversão, o lazer;

De cultura geral – feita sem aprofundamento, apenas para

saber o que ocorre no mundo;

De aproveitamento – feita com o fim de aprender algo ou

aprofundar um conhecimento anterior.

Para esta última espécie, quando se lê para aprender,

diferentes autores apresentam diferentes classificações que, em

geral, estão associadas aos objetivos da leitura. Além dos já citados,

destacamos: descobrir do que trata um texto; extrair a idéia principal

ou detalhes importantes de um determinado texto; fazer avaliação de

algum conceito ou teoria; selecionar posicionamentos diversos sobre

um determinado assunto e ampliar conhecimentos.

Adler e Van Doren, em sua obra “Como ler um livro”, segundo

Medeiros (2004), propuseram os seguintes níveis de leitura:

Leitura elementar – básica ou inicial, feita rapidamente com

o fim de obter uma visão geral do texto;

Leitura inspecional – corresponde a um folhear sistemático

com o fim de captar a idéia geral da obra;

Leitura analítica – feita de forma minuciosa e completa tendo

por objetivo o melhor entendimento;

Há leituras de fundo que requerem docilidade; leituras de ocasião, que requerem maestria; leituras de estímulo ou de edificação, que requerem ardor; leituras de repouso, que requerem liberdade. (SERTILLANGES citado por MATOS; 1994)

Page 68: Apostila

68

Leitura sintópica – feita por especialistas ou críticos, com o

fim de comparar diferentes livros.

Por outro lado, vários autores, entre eles Medeiros (2004) e

Harlow (citado por MARCONI; LAKATOS, 2001), classificam as

leituras nos seguintes tipos:

Scanning – aquela em que se procura um certo tópico da

obra e é feita no sumário, nos índices, algumas linhas ou

parágrafos;

Do significado – busca uma visão ampla do conteúdo da

obra, principalmente dos seus aspectos principais, e é feita

rapidamente, de uma única vez, sem parar ou voltar atrás para

reflexões;

Skimming – feita para captação da essência ou tendência

geral da obra, usando títulos e subtítulos, ilustrações e alguns

parágrafos;

De estudo ou informativa – objetiva a absorção mais

completa possível do conteúdo e de todos os seus significados e

engloba o ler, o reler, fazer anotações, usar o dicionário, marcar ou

sublinhar palavras ou frases-chave, esquematizar e resumir;

Crítica – objetiva a formação de um juízo de valor sobre o

conteúdo e do texto como um todo; envolve reflexão, comparação

com outras obras, avaliação dos dados e informações apresentadas

no que se refere à correção, fidedignidade, completeza, atualização

etc.

Com base na comparação dessas duas últimas

classificações, você pode notar facilmente as equivalências entre

algumas delas. Assim também aconteceria se continuássemos a

apresentar as outras classificações existentes. Preferimos nos guiar,

a partir daqui, pelos objetivos das leituras e apresentar orientações

para aquelas que serão mais necessárias neste curso: a leitura de

livros didáticos, discutida a seguir, e a leitura para a pesquisa

bibliográfica, apresentada no próximo tópico desta Unidade.

Scan – esquadrinhar, perscrutar, examinar ponto por ponto; passar os olhos por (toda a área).

Skim – roçar, passar ou deslizar suave ou rapidamente (por sobre uma superfície); passar os olhos sobre.

Page 69: Apostila

69

4.2.1 Como ler livros didáticos?

Para a leitura de livros didáticos uma técnica bastante

utilizada é a denominada SQ3R (Survey, Question, Read, Recite,

Review). Esta técnica foi criada por Francis P. Robinson, segundo

Morgan e Deese (1983), e compreende várias etapas.

1ª etapa – Survey (examinar)

Nesta etapa o leitor procura obter a melhor visão possível do

que vai estudar. Examinar o que vai ler permite tomar decisões

sobre o tempo a destinar para a leitura, o que vai precisar como

material de apoio etc.

O exame de um livro-texto deve ser feito por partes, do geral

para o particular, aplicando os seguintes procedimentos:

Observe/leia título e subtítulo, autor(es), orelhas (extremidade

da capa do livro dobrada para dentro) e capa de trás; veja se

tem e onde se localizam o prefácio, o sumário, o índice

remissivo, o glossário, as referências e os anexos –

normalmente após este passo você terá elementos básicos

sobre a obra e seu autor ou autores;

Leia o prefácio – este elemento deve informar o objetivo do

autor ao escrever o livro, para quem esse é dirigido e até

mesmo que embasamento teórico é preciso ter para lê-lo;

Se houver, leia as mensagens do autor dirigidas ao professor

e ao estudante;

Observe pelo sumário a estrutura do livro, seus capítulos e

seções e o conteúdo abordado;

Folheie o livro para obter noções gerais sobre a estrutura dos

capítulos e a disposição e apresentação visual das seções

(fontes, cores, ilustrações, arranjos e tipos das atividades

etc.).

Page 70: Apostila

70

O exame de um capítulo de livro também deve ser feito do

todo para as partes. Aqui, os procedimentos citados

anteriormente devem se repetir, com as devidas adaptações.

Partindo do título do capítulo e seus objetivos, examine toda a

estrutura, lendo os títulos das seções que o compõem.

Somente após a visão global do capítulo você deve dar início

à leitura de cada seção.

Ao final desta etapa você deve ter uma boa idéia do grau de

dificuldade que terá para estudar o livro ou capítulo.

2ª etapa – Question (perguntar)

Esta etapa traz um único procedimento: fazer perguntas. Sua

importância, no entanto, se demonstra pelas seguintes observações:

Em geral as coisas mais lembradas são respostas a algum

tipo de pergunta;

As pessoas lembram mais daquilo que aprendem em resposta

a uma pergunta do que das coisas que apenas leram ou

ouviram;

As perguntas nos fazem pensar e formular possíveis

respostas, isso ajuda a criar expectativas quanto ao conteúdo

a ser lido;

As perguntas nos fazem pensar e formular objetivos para a

leitura, o que facilita a aprendizagem.

Mas, que perguntas fazer? Algumas perguntas são básicas.

Tomando para exemplo o estudo desta Unidade, ao ver o título “A

leitura como método de estudo” você pode se perguntar: “O que é

leitura?”; “O que é método de estudo?” e “O que já sei sobre isso?”.

Outras são bastante específicas e vão depender do seu próprio

modo de ser. Importam aqui a curiosidade, a criatividade, o

vocabulário, a experiência de vida etc.

A habilidade de interrogar a si próprio e aos outros alimenta o espírito crítico.

Page 71: Apostila

71

É importante notar que a capacidade de interrogar vai se

fortalecer com a prática. Essa vai fazer com que perguntar se torne

um hábito tão automático que você não terá nem mesmo que parar

para formular as questões cabíveis. Mas lembre sempre que o

objetivo das perguntas é direcioná-lo para a idéia principal da seção,

do capítulo, do livro, ou seja, da unidade textual que você estive r

estudando.

3ª etapa – Read (ler)

Embora seja a primeira e única etapa a ser cumprida por

aqueles alunos que pensam que estudar é correr os olhos pelo texto,

esta, como você já sabe, não é a primeira nem a última, e, talvez,

nem mesmo a mais importante das etapas dessa técnica. Ela tem o

objetivo de fornecer detalhes e completar o delineamento do texto

iniciado nas etapas anteriores. Aqui você deve:

1. Ler toda a unidade de leitura que estabeleceu para a sessão

de estudo;

2. Ler ativamente - o que significa explorar o conteúdo do texto

prestando atenção a cada passo, tendo em mente o objetivo da

leitura anteriormente estabelecido. Para manter a leitura ativa

convém questionar sempre se está acompanhando o que lê , qual a

idéia principal do último parágrafo lido e coisas assim;

3. Dar atenção às palavras e termos importantes - palavras

desconhecidas, palavras conhecidas usadas em um novo contexto

(por exemplo, em um livro de química, palavras como átomo, ácido,

base e solução têm significado específico) ou, ainda, termos

técnicos, precisam ser bem entendidas. As palavras e expressões

não entendidas deverão ser anotadas para consulta ao dicionário da

língua portuguesa ou ao dicionário técnico;

4. Dar atenção à leitura das ilustrações (gráficos, tabelas,

quadros, fotografias, desenhos, fórmulas, modelos etc.). Esses

elementos estão ali porque, possivelmente, as informações

Lembrete

É importante saber a grafia correta das palavras em geral e também dos nomes próprios dos químicos e outros personagens ilustres da História da Química.

Page 72: Apostila

72

apresentadas são mais fáceis de compreender usando estas

representações. Além disso, as ilustrações ajudam a tornar o texto

mais interessante e fazem com que você lembre dele mais

facilmente. Lembra do que estudou sobre a memória visual?

4ª etapa – Recite (repetir)

Esta etapa não constitui um passo isolado; na realidade a

repetição, segundo Morgan e Deese (1983), deve ser aplicada tanto

à leitura da etapa anterior quanto à da etapa de revisão (a próxima).

Aqui, repetir significa parar de vez em quando a leitura que está

sendo feita para, com suas próprias palavras, dizer o que leu. Esta

repetição visa à compreensão e ao controle do que foi apreendido

realmente e do que pode ser lembrado. Quantas vezes parar para

repetir ou qual o número de repetições a fazer, vai depender, entre

outras coisas, do grau de atenção na leitura, do conteúdo que se

está lendo e da organização do texto.

5ª etapa – Review (rever)

A etapa de revisão nesta técnica também se repete. A

primeira revisão deve ser feita logo após completado o estudo de

aprofundamento do capítulo. Pode ser bem rápida e constar,

principalmente, de repetições. Repetir antes de reler a seção lhe

orientará para a leitura; repetir depois lhe dirá o que aprendeu.

Dependendo do intervalo de tempo entre esta primeira revisão e a

avaliação da matéria pelo professor, você pode efetuar novas

Adicionalmente...

Numa interpretação particular para esta etapa da técnica SQ3R, propomos a modificação que segue. Após conseguir uma visão do texto em toda a sua extensão e detalhes (terceira etapa), é hora de você aprofundar sua compreensão fazendo uma primeira repetição da leitura do texto. Primeira porque você poderá fazer quantas repetições quiser ou precisar para a compreensão integral do conteúdo abordado. Ao repetir a leitura você já deve ter consultado o dicionário para entendimento das palavras ou termos anotados. Essa nova leitura, feita por parágrafos, deve permitir a construção de um esquema detalhado do capítulo estudado.

Page 73: Apostila

73

revisões. A revisão feita logo antes da prova, chamada de revisão

final, deve constar de repetições feitas de memória e englobar todos

os capítulos estudados.

Convém notar que, de modo geral, os livros didáticos da área

de química apresentam um texto de leitura bastante agradável, com

distribuição na forma de tópicos relativamente pequenos, bem

estruturados e encadeados, e um número razoável de ilustrações

(gráficos, figuras etc.), que facilitam o entendimento dos fenômenos

abordados.

4.3 Análise e Interpretação de Texto

Na academia os estudantes são levados a fazer muitas leituras,

com variados objetivos e nos mais diversos tipos de fontes. No

tópico anterior vimos uma técnica para leitura de livros didáticos,

talvez a fonte bibliográfica mais utilizada no início do Curso de

Química, onde o livro-texto é imprescindível. Apresentamos a seguir

uma outra técnica de leitura que lhe será muito útil, pois em nosso

curso, no processo ensino-aprendizagem, também são usados

muitos textos complementares como, entre outros, capítulos de

livros não didáticos, artigos de periódicos científicos, artigos de

revistas e jornais de divulgação científica e monografias, para

subsidiar o conteúdo de uma disciplina, a apresentação de

seminários, relatórios ou aulas demonstrativas, e realizar pesquisas

bibliográficas.

Os textos para as leituras acadêmicas são fundamentalmente

informativos e/ou técnicos e escritos na linguagem científica, que se

caracteriza pela clareza, precisão e objetividade. No entanto, por

apresentarem conceitos e teorias quase que inteiramente novos

para os estudantes e uma ordem de raciocínio com a qual ainda não

estão acostumados, tornam essa linguagem mais complexa do que

é realmente.

Page 74: Apostila

74

A princípio, no curso superior, esses textos são, em sua grande

parte, indicados pelos professores das disciplinas; à medida que o

aluno avança no curso, sua familiaridade com a área de

conhecimento trabalhada vai aumentando e sua habilidade em

selecionar bons autores/textos para estudo também aumenta. Até o

final do Curso é esperado que o estudante adquira competência

para fazer uma pesquisa bibliográfica que dê suporte ao seu

Trabalho de Conclusão de Curso. Assim, sem pretensão de um

aprofundamento maior, que fugiria ao escopo deste material, vamos

apresentar a técnica de leitura denominada análise de texto.

Segundo Salomon (1999, p. 74), pela análise podemos

detectar o que há de mais relevante no texto:

Sua estrutura e organização; as ideias principais e os detalhes importantes; o relacionamento entre as ideias existentes no corpo do discurso do autor; seu método de inferir, deduzir, generalizar, abstrair, demonstrar e comprovar; e se avaliam as conclusões com sua fundamentação.

Existem vários tipos de análise, mas vamos nos reportar

apenas às que consideramos ser mais úteis e aplicáveis no contexto

de nosso Curso. São elas: a análise textual, a análise temática, a

análise interpretativa, a problematização e a síntese. Estas podem

ser pensadas, inclusive, como parte de uma análise única.

4.3.1 Análise textual

Esta análise corresponde ao levantamento sistemático de

todos os elementos importantes para a compreensão do texto, feito

em busca de uma visão de conjunto do raciocínio do autor. Os

procedimentos básicos para sua execução são:

1. Leitura inicial atenta, corrida e completa do texto;

2. Levantamento e anotação de pontos que merecem maiores

esclarecimentos como: palavras e termos não compreendidos,

Page 75: Apostila

75

dúvidas quanto a ideias, argumentos, fatos históricos, referências a

outros autores, doutrinas etc.

3. Busca das informações adicionais sobre vida, obra e

pensamento do autor (ou autores), vocabulário e demais elementos

anotados. Esta busca deve ser feita em dicionários especializados,

manuais e outras obras de referência;

4. Esquematização do texto com o fim de apresentar uma visão

global da unidade estudada através do inter-relacionamento de

ideias e fatos.

4.3.1.1 Como fazer um esquema?

O esquema ajuda o aluno a organizar o conteúdo contido no

texto, estabelecendo um plano lógico que explicita as relações e

subordinações das ideias ali contidas e classifica os fatos dentro de

critérios de caracterização. Um bom esquema se caracteriza,

segundo Salomon (1999), por ser: fiel ao texto original, mostrando

sua estrutura lógica; adequado ao assunto estudado, seguindo sua

profundidade ou superficialidade; funcional, atentando para o fato de

que um esquema para revisar um assunto estudado é diferente de

um esquema para dar uma aula sobre esse assunto; útil e pessoal,

pois o esquema feito para uma pessoa raramente é úti l para outra.

Deste modo, para fazer um bom esquema você pode observar

os passos que seguem:

1. Utilize a própria estrutura do autor do texto, quer se trate de

livro, capítulo de livro, artigo científico etc. Para isso, tome os títulos

e subtítulos como indicadores e faça frases completas com eles.

2. Coloque os títulos mais gerais à esquerda e a partir daí,

deslocando-se para a direita, os subtítulos e as divisões possíveis.

3. Adote um sistema que seja adequado à estrutura do texto

para separar e indicar as divisões e subdivisões sucessivas. Por

exemplo:

Obras de referência – são

obras de uso pontual e recorrente, para consulta de pequenas parcelas de informação dentro do grande conjunto que normalmente esse tipo de obra contém. Exemplos: enciclopédias, dicionários temáticos, glossários, tabelas,

tesauros etc.

Page 76: Apostila

76

Chaves, colchetes, colunas etc.;

Numeração progressiva: 1, 1.1, 1.2, 1.2.1, 1.2.2, 2, 2.1 etc.;

Letras maiúsculas, letras minúsculas, símbolos gráficos etc.

4. Use símbolos convencionais e abreviaturas para poupar

tempo e facilitar a compreensão das relações entre ideias. Por

exemplo:

, , , , , ♀ (feminino) e ♂ (masculino);

5. Use caixas de texto para indicar estruturas, ideias derivadas,

relações etc.

Veja os exemplos a seguir:

Exemplo 1

Classificação de Bunge para Ciência

(LAKATOS; MARCONI, 1992, p. 23)

Lógica FORMAL Matemática Física CIÊNCIA NATURAL Química Biologia Psicologia Individual FACTUAL

Psicologia Social Sociologia CULTURAL Economia Ciência Política História Material História das Idéias

Page 77: Apostila

77

Exemplo 2

Etapas da concepção atual do método científico, segundo Bunge(LAKATOS; MARCONI, 1992, p . 47)

4.3.2 Análise temática

O objetivo da análise temática é a máxima compreensão do

conteúdo ou mensagem do autor. Ou seja, a identificação e

apreensão da ideia central e das ideias secundárias e suas

correlações. É a busca e reconstituição da lógica do pensamento do

autor quanto à ideia trabalhada no texto. O procedimento usual para

esta análise consiste em fazer uma nova leitura para responder a

algumas questões:

1. De que trata o texto? A resposta a esta pergunta nos dá o

tema ou assunto da unidade textual, porém, nem sempre é simples

de encontrar. Acontece que na maioria das vezes o tema tem uma

Problema ou lacuna

Explicação Não exp licação

Colocação precisa do problema

Procura de conhecimentos ou instrumentos relevantes

Tentativa de solução

Satisfatória Inútil

Invenção de novas ideias ou produção de novos dados empíricos

Obtenção de uma solução

Prova da solução

Satisfatória

Conclusão

Não satisfatória

Início de novo ciclo

Beatriz
Realce
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estrutura, pois são mais comuns textos onde o autor fala das

relações entre vários elementos e não de um único objeto de estudo.

Além disso, é necessário captar qual a perspectiva do autor e o

âmbito ou limite de sua abordagem.

2. Qual o problema a ser solucionado? Aqui a busca é por

apreender a problemática que envolve o tema e preocupa o autor;

sua formulação, nos bons textos científicos, é quase sempre

explícita.

3. O que o autor sugere para solucionar o problema exposto?

Que ideia defende? O que quer demonstrar? As respostas a essas

indagações revelam a ideia central do texto ou a tese defendida pelo

autor na unidade textual. Em geral ela é explicitada através de uma

proposição, considerada inicialmente como hipótese geral.

4. Qual o raciocínio do autor e quais seus argumentos para

demonstrar sua tese? O raciocínio e os argumentos do autor são o

conjunto de ideias que, encadeadas, dão a estrutura lógica do texto

e demonstram sua tese.

5. O autor levanta outras ideias ou assuntos que não estão

associados à ideia central? A resposta a essa questão deve

explicitar as ideias secundárias. Estas são relativas a temas

paralelos e têm conteúdo próprio e independente; apenas

complementam o pensamento do autor.

Convém ressaltar que este é o tipo de análise que dá suporte

à elaboração do resumo ou síntese do texto. Ela também fornece a

base para a construção de um roteiro de leitura usado na orientação

de seminários e na construção do organograma lógico ou

representação geometrizada do raciocínio do autor.

4.3.3 Análise interpretativa

Nesta abordagem do texto o que se tem em vista é a tomada

de uma posição própria perante as ideias do autor. Aqui, além de

tentar ler nas entrelinhas e explorar todas as repercussões das

Proposição –

aquilo que se propõe; proposta. Expressão verbal de um juízo; asserção, asseveração. Enunciado verbal suscetível de ser dito verdadeiro ou

falso.

ATENÇÃO!

Quando se pede o resumo de um texto, o que se tem em vista é a síntese das ideias do raciocínio (do autor) e não a mera redução dos parágrafos (SEVERINO, 1996).

Beatriz
Realce
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ideias expostas você deve compará-las com as ideias de outros

autores com o fim de criticar o texto com respeito à sua coerência,

profundidade, validade, alcance e originalidade. São passos para

esta análise:

1. Situar o pensamento exposto no texto no contexto da vida e

obra do autor e de outros autores.

2. Destacar os pontos comuns e originais do pensamento do

autor, situando-o no contexto mais amplo da sua área de

conhecimento (teorias, paradigmas e correntes de pensamento).

3. Buscar uma compreensão interpretativa do pensamento do

autor através da explicitação de seus pressupostos.

4. Estabelecer aproximações e/ou associações das ideias

expostas no texto com ideias semelhantes que tenham recebido

outras abordagens.

5. Formular um juízo crítico sobre o texto. Isto pode ser feito

tomando por base tanto sua coerência interna, quando se determina

até que ponto seus objetivos foram alcançados, a eficácia do seu

raciocínio na demonstração da tese formulada e a pertinência de

suas conclusões com respeito à fundamentação apresentada,

quanto sua relevância e contribuição para o estudo do tema,

avaliando seu grau de originalidade e de profundidade, e ainda, sua

validade e alcance.

É oportuno chamar a atenção para um fato que,

possivelmente, você já notou. Existe um nível crescente de

dificuldade para a execução dessas análises. Por exemplo, para

fazer este último tipo, a análise interpretativa, você vai precisar ter

feito várias leituras anteriores sobre o mesmo tema, não é? Assim,

como aluno iniciante, provavelmente suas primeiras leituras só

comportarão as análises textual e temática. Com o tempo, as

exigências das disciplinas e o fortalecimento do hábito de leitura,

você vai adquirir condições para efetuar a análise interpretativa e os

próximos dois tipos a serem apresentados.

Page 80: Apostila

80

4.3.4 Problematização

Após efetuar as análises já descritas e conhecer bem o texto,

agora o objetivo é sua problematização em sentido amplo. Assim,

são levantadas as questões explícitas e implícitas no texto, tanto

para reflexão quanto para discussão. Podem, também, ser

discutidas questões afins ao tema abordado, com base em outras

leituras do mesmo autor ou em obras de outros autores.

4.3.5 Síntese pessoal

Esta etapa da leitura analítica se apoia em todas as

anteriores. É a “leitura pessoal” que se faz do pensamento do autor

contido no texto. Na realidade, a síntese está mais ligada à redação

de um novo resumo, agora enriquecido pelas reflexões pessoais e

discussões efetuadas na problematização.

Cumpre ainda chamar atenção para o fato de que o trabalho

de síntese pessoal é muito exigido como atividade didática no curso

superior, não só como parte da análise e interpretação de textos,

exercício de raciocínio que propicia o amadurecimento intelectual,

mas também como parte de relatórios e outros tipos de trabalhos

científicos.

Os procedimentos para análise e interpretação de texto

apresentados podem e devem ser acompanhados dos registros

competentes: anotações, fichamentos, resumos e resenhas (ver

próximo tópico). Trabalhar suas leituras metodicamente, de início,

pode levar muito tempo, pois talvez você não esteja acostumado a

esses procedimentos. No entanto, ao estabelecer o hábito você

perde o medo, os passos tornam-se automáticos e você ganha em

segurança, autoconfiança, satisfação e eficiência. Sua organização

será recompensada quando tiver que trabalhar com um grande

volume de textos, como por ocasião do seu Trabalho de Conclusão

de Curso.

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81

4.4 Anotações, Fichamentos, Resumos e Resenhas

Ciente do volume de leituras que serão necessárias no

decorrer do Curso, você pode estar pensando que vai ficar perdido

num “mar de informações”. Isto pode até acontecer, mas vai

depender de você. Para que isto não aconteça, você deve ser capaz

de organizar todas as informações obtidas à medida que elas forem

trabalhadas, fazendo isto de modo que possa relacioná-las e

recuperá-las facilmente sempre que necessário. Para orientá-lo

nesta tarefa, mais uma vez vamos nos valer da metodologia

científica, embora sem nos aprofundarmos nas técnicas mais

rigorosas de documentação pessoal.

4.4.1 A documentação pessoal

A documentação pessoal é uma consequência natural das

atividades intelectuais inerentes à vida do estudante universitário e,

também, do profissional que precisa estar sempre em dia com as

produções do pensamento humano. Tendo isso em vista, sugerimos

fortemente a você que reflita sobre sua utilidade e necessidade e

que a realize como etapa de seu método de estudo e hábitos de

leitura. Tendo tomado esta decisão, você poderá adotar um método

de organização que seja produtivo para sua documentação.

Na prática, sugerimos:

Considerar material de documentação o que for importante e

útil para sua vida acadêmica e também para sua futura vida

profissional;

Tomar para documentação leituras em diversos meios e

fontes bibliográficas, aulas, seminários, grupos de discussão, fóruns

e videoconferências;

Quando da efetivação de registros (tomada de anotações e

confecção de fichas), evitar longas transcrições, não transcrever

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82

anotações de livros e outros materiais impressos próprios e guardar

as anotações em fichas ou pastas apropriadas;

Quando possível, fazer os registros em arquivos eletrônicos,

em diretórios específicos e de acordo com seus interesses.

É interessante notar que, assim como existem diferentes tipos

de leitura, também existem diferentes formas de documentação,

enquanto método pessoal de estudo. São elas: a documentação

temática, a documentação bibliográfica e a documentação geral.

A documentação temática tem como objetivo a reunião de

elementos para o estudo geral ou realização de um trabalho

específico dentro de uma determinada área de conhecimento. Esses

elementos são encontrados não apenas em leituras específicas, mas

também em aulas, seminários e conferências. No fichário, as fichas

relativas à documentação temática vêm em primeiro lugar, já que os

temas estruturam as diferentes áreas do saber. Severino (1996)

sugere que o estudante organize seu fichário de documentação

temática a partir da estrutura curricular do Curso; neste caso, cada

disciplina corresponderia a um setor documental.

A documentação bibliográfica, por sua vez, corresponde ao

registro de informações sobre livros, artigos e demais trabalhos

existentes da área de interesse do estudante, aos quais tenha

acesso diretamente ou dos quais tome conhecimento através de

publicações específicas. Deve ser feita sistematicamente, de modo a

se constituir em uma rica fonte de informação. Sua organização, em

geral, se dá de acordo com um critério de natureza temática.

A documentação geral é uma forma bem específica de

organização e guarda de documentos úteis, provenientes de fontes

perecíveis, cuja conservação seja importante. São, por exemplo,

recortes ou fotocópias de jornais e revistas e cópias impressas de

apresentações feitas em eventos (transparências ou slides), cujas

fontes nem sempre estão disponíveis. Também sob essa forma de

documentação é recomendado guardar as apostilas de cursos,

trabalhos didáticos, textos de seminários e conferências etc. Todos

Recortes de jornais e revistas devem ser colados em folhas de papel tamanho ofício, deixando-se margens suficientes para anotar a referência completa da fonte.

Page 83: Apostila

83

os documentos são arquivados em pastas classificadas segundo o

conteúdo e a área de interesse do estudante.

O registro para efetivação da documentação pode ser feito de

diversas formas. A seguir oferecemos algumas orientações para a

realização de anotações, fichamentos, resumos e resenhas.

4.4.2 Anotações

A leitura para estudo de um texto, na sua forma ativa, sempre

requer alguma forma de anotação. Se é feita em um livro ou

qualquer outro tipo de material impresso que seja do estudante, este

pode ser usado também para as pequenas anotações, marcações

ou destaques. Estas anotações poderão ser feitas nas primeiras

leituras contemplando palavras desconhecidas, dúvidas e/ou

questionamentos, indicação de informações relevantes etc., com

vistas à confecção de um esquema, e servirão para tornar as

próximas leituras mais fáceis e eficientes. Neste caso alguns autores

(SALOMON, 1999; AZEVEDO, 2001) sugerem a adoção de

pequenos sinais ou marcas, colocados à margem do texto, como por

exemplo:

Asterisco (*) para indicar ideias importantes;

Ponto de interrogação (?) para o que achar duvidoso;

Ponto de exclamação (!) para o que achar curioso ou

interessante;

Barra vertical (| ) na extensão de um trecho relevante;

Duas barras verticais (||) na extensão de um trecho ainda

mais relevante.

O uso de marca-texto de tinta colorida e do sublinhado deve

ser feito com muito critério e economia. Nunca na primeira leitura!

Esse tipo de marcação é conveniente para assinalar a ideia

principal, definições e detalhes realmente importantes, quando já

perfeitamente identificados. As anotações de textos que não são do

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84

estudante devem ser feitas em separado, usando uma folha de

papel ou um Caderno de Anotações apropriado.

4.4.3 Fichamentos

O fichamento é um procedimento básico da documentação

pessoal e deve ser feito em função do tipo de documentação que se

quer realizar: temática, bibliográfica ou geral. De acordo com o

Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, fichamento é o “conjunto

de dados relevantes de alguma coisa, geralmente anotados,

arrolados em fichas, folhas avulsas, etc.” Assim, ele tem como

objetivos: a identificação das obras consultadas, o registro do

conteúdo dessas obras e das reflexões delas originadas e a

organização das informações colhidas.

O tipo de fichamento mais simples é o de indicação

bibliográfica. Feito, em geral, para compor a documentação

bibliográfica, registra informações sobre livros e outras obras

relativas a uma disciplina, a um curso, ou mesmo a um assunto

específico de interesse. A ficha de indicação bibliográfica de um

livro, por exemplo, traz, simplesmente, sua referência bibliográfica.

Nesta constam nome do autor, título da obra e imprenta (local,

editora e data de publicação). Algumas informações adicionais,

como o nome do tradutor, se a obra é estrangeira, e o número de

páginas são muito úteis. Além disso, neste tipo de ficha deve -se

colocar onde encontrar a obra. Veja o exemplo a seguir.

Exemplo 3

FICHA DE INDICAÇÃO BIBLIOGRÁFICA

ATENÇÃO!

As referências devem ser elaboradas seguindo as normas estabelecidas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT (ver NBR

6023:2002).

INÁCIO FILHO, Geraldo. A monografia na universidade.

7. ed. Campinas, SP: Papirus, 2004. 200 p. (Coleção Magistério: Formação e Trabalho Pedagógico).

(Biblioteca particular)

Page 85: Apostila

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4.4.3.1 Fichamento para documentação temática

Aqui vamos enfatizar o fichamento para a documentação

temática. Este tipo de fichamento é muito útil e deve ser realizado

por você para registro dos conteúdos dos textos estudados nas

diversas disciplinas. Também será de grande valia quando da

realização do seu Trabalho de Conclusão de Curso.

O fichamento para documentação temática pode ser feito em

fichas no computador, em fichas de papel com ou sem pautas

adquiridas em papelarias ou confeccionadas manualmente, ou

mesmo em papel ofício, e deve ser precedido de uma leitura

criteriosa. Essa leitura deve levar o estudante ou pesquisador a

compreender o texto, separar as ideias principais e examinar as

ideias que se inter-relacionam, para que possa, com propriedade,

fazer um comentário, escolher um trecho a ser transcrito ou produzir

um resumo para constar na ficha de documentação.

As fichas de leitura são compostas basicamente de três

elementos: o cabeçalho, as referências bibliográficas e o corpo da

ficha. No cabeçalho tem-se o título genérico, o título específico e o

número de classificação da ficha. Para estas anotações deve ser

levado em conta o plano de trabalho que motivou o fichamento. As

referências bibliográficas, segundo elemento da ficha, devem ser

redigidas de acordo com as normas estabelecidas pela Associação

Brasileira de Normas Técnicas - ABNT (NBR 6023:2002). O corpo

da ficha é o elemento que, na realidade, determina o tipo da ficha.

Assim, segundo o texto exposto no corpo da ficha, podemos

ter:

Ficha de comentário – quando traz um comentário pessoal

que pode apresentar um parecer, uma crítica sobre o conteúdo lido

ou, ainda, a indicação de novas ideias derivadas das ideias do autor.

Ficha de citação literal ou direta – quando traz a transcrição

fiel de partes do texto lido. Esta transcrição deve ser feita entre

aspas e ter, logo ao lado, a página do texto de onde foi retirada.

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Ficha de citação indireta – quando traz a ideia do autor

expressa com outras palavras, ou seja, por meio de uma paráfrase.

Ficha de resumo – quando traz uma síntese das principais

ideias do autor. Não se trata de apresentar o sumário da obra ou um

esquema de suas partes. Também não se faz uso de citações.

Em geral, as fichas têm o formato apresentado a seguir.

Exemplo 4

Redação

Forma de desenvolvimento do parágrafo

1.1

GARCIA, Othon M. Comunicação em prosa moderna. 8.ed. Rio de Janeiro: FGV, 1980. 214p.

Biblioteca Mário de Andrade

A organização das fichas dependerá da capacidade de

organização de cada um. O fichário precisa ser funcional e prático;

se possível, deve ser digital, pois esta forma, além de não ter limite

de páginas é bem mais fácil de armazenar e recuperar.

O trabalho para elaboração e utilização de fichas de leitura

como método de estudo ou análise de uma obra encontra muita

resistência dos estudantes devido ao tempo gasto inicialmente,

Paráfrase –

ação de dizer o mesmo em outras palavras; tradução livre ou

desenvolvida.

Texto

Referência bibliográfica

Local onde se

encontra a obra

Título específico

Refere-se ao plano de

ideias (esquema, projeto) do

texto que o autor vai escrever.

Reservado para o

caso de as fichas serem

várias.

Use letras maiúsculas

A B.C...

Título genérico

Cabeçalho

ELEMENTOS ESTRUTURAIS DE UMA FICHA (MEDEIROS, 2004, p. 116)

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como referido anteriormente. Enfatizamos, no entanto, que este

tempo é compensado pelo resultado (SALOMON, 1999).

4.4.4 Resumos

O que vem a ser um resumo escolar ou acadêmico? O resumo

é um instrumento que favorece a leitura e a escrita sendo, por isso,

bastante utilizado no processo ensino-aprendizagem. O leitor que é

capaz de fazer um resumo de um texto com suas próprias palavras

demonstra compreensão das ideias nele expostas (CARVALHO,

2002).

A Associação Brasileira de Normas Técnicas, em sua norma

NBR 6028:2003, define o resumo como a “Apresentação concisa

dos pontos relevantes de um documento”. Nesta mesma norma, os

diferentes tipos de resumo são definidos como segue:

• Resumo crítico: Resumo redigido por especialistas com

análise crítica de um documento. Também chamado de resenha.

Quando analisa apenas uma determinada edição entre várias,

denomina-se recensão.

• Resumo indicativo: Indica apenas os pontos principais do

documento, não apresentando dados qualitativos, quantitativos etc.

De modo geral, não dispensa a consulta ao original.

• Resumo informativo: Informa ao leitor finalidades,

metodologia, resultados e conclusões do documento, de tal forma

que este possa, inclusive, dispensar a consulta ao original.

Por estas definições você pode ver que a elaboração de um

resumo atende a objetivos bem definidos. Observe que, enquanto o

resumo crítico (resenha ou recensão), por conter um julgamento, em

geral só é pedido a estudantes experientes e em casos bem

específicos, o resumo indicativo ou descritivo pode ser feito para

documentar o estudo de textos ou obras que pertencem ao

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88

estudante. Veja, na seqüência, um exemplo de ficha de resumo

indicativo.

Exemplo 5

FICHA DE RESUMO INDICATIVO

(BASTOS; KELLER, 1993, p. 60)

Metodologia científica

Eficiência nos estudos --------------- 1

RUIZ, João A. Metodologia Científica. Guia para eficiência

nos estudos. São Paulo, Atlas, 1977, 168 p.

Destaca a importância do estudo e apresenta um

método para a eficiência. Apresenta indicações para o bom

aproveitamento da leitura trabalhada. Indica o modo como

elaborar trabalhos de pesquisa, destacando a pesquisa

bibliográfica em todas as suas etapas e apresenta normas

técnicas para a datilografia do trabalho.

Na parte teórica, aborda a natureza do conhecimento,

diferenciando conhecimento científico, filosófico, teológico,

comum. Discute questões relacionadas à verdade e

certeza, espírito científico, método científico, concluindo

com um estudo sobre a indução. Finaliza com um apêndice

referente às normas da ABNT.

Indicado para estudantes iniciantes do terceiro grau.

(Biblioteca particular)

Em geral, os resumos pedidos por professores para aferir o

estudo de um determinado texto ou obra é do tipo informativo.

Também deve ser deste tipo o resumo de textos ou obras que não

pertencem ao estudante (pois dispensa consultas posteriores) e que

sejam importantes para seus estudos ou parte integrante de um

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89

trabalho específico como, por exemplo, a revisão bibliográfica do seu

trabalho de pesquisa. Estes últimos devem produzir fichas e integrar

a documentação temática do estudante.

4.4.4.1 Como fazer um resumo informativo?

Tratando, então, do resumo informativo, também chamado de

analítico, com base em vários autores (MEDEIROS, 2004;

SALOMON, 1999; MARCONI; LAKATOS, 2003), apresentamos a

seguir algumas orientações para sua elaboração com finalidade de

estudo.

Não tente fazer o resumo de um texto antes de compreendê-

lo; para isto, siga os passos da análise de texto apresentada

anteriormente.

Tome para guia suas anotações e o esquema elaborado

durante a leitura, selecionando somente as ideias principais.

Ainda antes de começar a escrever, verifique o tipo de relação

que existe entre as partes essenciais do texto e procure

formar um plano geral de seu resumo.

O texto do resumo deve ser precedido da referência completa

do documento e apresentar, na sequência, as palavras-chave.

O texto do resumo deve ser escrito em linguagem clara e

objetiva, sendo composto por uma sequência corrente de

frases concisas e afirmativas do próprio autor do resumo,

usando o verbo na voz ativa e na terceira pessoa do singular,

formando um parágrafo único.

O texto do resumo deve ser seletivo, ressaltando as principais

ideias do autor na mesma ordem em que se encontram no

texto original, sem fazer juízos de valor ou comentários

pessoais, e trazer o assunto e o objetivo do texto, a

articulação das ideias e as conclusões do autor.

Page 90: Apostila

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A elaboração de resumos, seja para fichamento de leitura ou

para apresentação de determinado conteúdo como atividade do

processo ensino-aprendizagem, é uma prática eficiente de estudo

que deve ser construída ao longo do tempo. Acostume-se a ler

resumos de livros em revistas e publicações especializadas. Além de

proporcionar bons exemplos de resumos, é uma forma de manter-se

em dia com a produção científica e os avanços da área de

conhecimento que lhe interessa.

4.4.5 Resenhas

De maneira geral, podem ser feitas resenhas de todos os tipos

de trabalho: CD‟s de música, peças teatrais, filmes, livros didáticos,

livros técnico-científicos, livros literários etc., com o objetivo de

fornecer informações a respeito do seu valor e de sua utilidade para

um dado fim. Neste sentido, a resenha é um relato minucioso das

propriedades de um objeto, ou de suas partes constituintes; é um

tipo de redação técnica que inclui variadas modalidades de textos,

como narração, descrição e dissertação, que descreve as

propriedades da obra, as credenciais do autor, resume a obra,

apresenta-se com interpretação e crítica (ECO, 2003).

PARA SABER MAIS... A elaboração de resumos é parte integrante do cotidiano do pesquisador. As comunicações científicas em congressos, encontros, simpósios etc., os trabalhos monográficos na forma de dissertação ou tese, os relatórios técnico-científicos e os artigos de periódicos exigem sempre a apresentação de resumos informativos. Estes devem iniciar com uma frase que explicite o tema principal do documento e, na sequência, indicar sua categoria (pesquisa experimental, estudo de caso, revisão etc.). Devem, ainda, constar o objetivo, o método, os resultados e as conclusões contidas no documento de publicação do trabalho. A NBR 6028:2003 da ABNT traz, também, como regra geral de apresentação, que o resumo deve ter de 50 a 100 palavras, quando se destinar a indicações breves; de 100 a 250 palavras se for de artigo de periódico; e de 150 a 500 palavras os de trabalhos acadêmicos (teses, dissertações etc.) e relatórios técnico-científicos.

Page 91: Apostila

91

No entanto, o tipo de resenha que convém ressaltar aqui é a

resenha científica. Como visto no item anterior, segundo a Norma

6028:2003 da ABNT, a resenha é um resumo crítico a ser escrito por

especialistas. Na academia, entretanto, a leitura e a redação de

resenhas fazem parte da formação desejada. O aluno deve iniciar-se

na prática da resenha com o objetivo de dominar sua estrutura,

desenvolver sua capacidade de síntese, interpretação e crítica,

adquirir habilidade para argumentar e saber fundamentar suas

críticas, ter bom-senso em seus posicionamentos e respeito para

com o trabalho de outras pessoas.

De forma bem simplificada são apresentadas, a seguir, as

partes constituintes de uma resenha científica:

Referência bibliográfica – indicação de autor(es), título da

obra, elementos da imprenta, número de páginas e formato. Por

exemplo:

Credenciais do autor ou autores – informações sobre o autor

ou autores, tais como: nacionalidade, qualificação acadêmica,

títulos, livros publicados, áreas de interesse e ocupação atual.

Resumo – resumo das principais ideias do texto. Traz

informações sobre o tema, a característica principal do texto, a

necessidade de conhecimentos prévios para o seu entendimento, a

descrição do conteúdo.

Conclusões da autoria – exposição das conclusões

explicitadas no texto.

Metodologia da autoria – indicação dos métodos e técnicas

utilizadas.

Quadro de referência da autoria – apresentação da teoria ou

modelo que fundamenta o estudo realizado.

Crítica do resenhista – julgamento do texto quanto à validade

e importância da contribuição para a área de conhecimento, a

Recomendamos a leitura de resenhas publicadas em jornais de grande circulação como a Folha de S. Paulo, em revistas de divulgação científica como Ciência Hoje e, também, em periódicos específicos da área de Ensino de Química, como a Revista Brasileira de Ensino de Química da Sociedade Brasileira de Química.

CHAGAS, Aécio Pereira. Termodinâmica Química: fundamentos, métodos e aplicações. Campinas, SP. ed. Unicamp, 1999. 409 p. 22 x 28 cm.

A resenha é um trabalho crítico,

exigente e criativo

(MEDEIROS, 2004).

Page 92: Apostila

92

originalidade das ideias apresentadas, o esti lo do autor ou autores

etc. Os juízos de valor devem sempre ser fundamentados em fatos,

provas, argumentos consistentes e expostos de maneira clara, sem

ambiguidades.

Indicações do resenhista – para quem a obra é dirigida, a

que disciplina contempla, qual curso pode adotá-la etc.

4.5 Atividades de Aprendizagem

1. Após o estudo das observações feitas sobre o ato de ler, de

refletir sobre as habilidades e hábitos de bons e maus leitores e de

responder às questões propostas no primeiro tópico dessa Unidade,

você diria que sabe “ler bem”?

2. Mesmo que já saiba ler bem, tem algum ponto em que você

pode melhorar? Qual? O que você pretende fazer a respeito?

3. Ao ler livros, você costuma fazer:

Sim Não Às vezes

Leitura elementar ( ) ( ) ( )

Leitura inspecional ( ) ( ) ( )

Leitura analítica ( ) ( ) ( )

Leitura sintópica ( ) ( ) ( )

4. Faça uma breve exposição de como você costuma estudar

nos livros didáticos. Identifique e relacione os pontos de sua técnica

de leitura que se aproximam da técnica SQ3R.

5. Você pode citar alguma etapa da técnica SQ3R que possa ser

incorporada à sua técnica de leitura para livros didáticos? Qual?

6. Escolha um capítulo de um livro didático que você esteja

usando neste período letivo e aplique integralmente a técnica SQ3R.

Faça uma avaliação do resultado de sua aprendizagem.

ATENÇÃO!

Faça as

atividades pedidas

considerando as normas técnicas

da ABNT para referências e

citações.

Page 93: Apostila

93

7. Acesse o site <www.schwartzman.org.br/simon/arvore.htm> e

faça uma cópia do artigo “A árvore da ciência” de Simon

Schwartzman. Seguindo as orientações contidas nesta Unidade,

faça, para esse artigo, o que se pede abaixo.

a) Análise textual, inclusive elaborando um esquema.

b) Análise temática.

c) Resumo do tipo informativo.

d) Fichamento (fichas bibliográficas e de citação).

e) Resenha.

8. Escolha cinco livros na biblioteca do seu Polo de Apoio

Presencial e faça uma ficha bibliográfica para cada um deles.

9. Procure diferentes tipos de resumos em jornais e revistas e

identifique:

a) As diferentes formas de se mencionar os autores;

b) As partes que compõem o resumo;

c) Os verbos usados no resumo;

d) Os tipos de resumo encontrados.

10. Faça uma visita à página eletrônica da Sociedade Brasileira

de Química <www.sbq.org.br> e veja os periódicos que ela publica.

Escolha um artigo publicado no ano de 2007 na revista Química na

Escola e, para esse artigo, elabore uma ficha:

a) Bibliográfica;

b) De citação;

c) De resumo indicativo;

d) De resumo informativo.

4.6 Referências Bibliográficas

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10520:

informação e documentação: citações em documentos:

apresentação. Rio de Janeiro, 2002.

Page 94: Apostila

94

______ . NBR 6023: informação e documentação: referências:

elaboração. Rio de Janeiro, 2002.

______. NBR 6028: informação e documentação: resumos:

apresentação. Rio de Janeiro, 2003.

AZEVEDO, I. B. de. O prazer da produção científica: diretrizes para

a elaboração de trabalhos acadêmicos. 10. ed. rev. e atual. São

Paulo: Hagnos, 2001.

BASTOS, C. L.; KELLER, V. Aprendendo a aprender: introdução à

metodologia científica. 4. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1993.

CARVALHO, M. C. M. (Org.). Construindo o saber: metodologia

científica; fundamentos técnicos. 13. ed. Campinas, SP: Papirus,

2002.

ECO, U. Como se faz uma tese. 18. ed. São Paulo: Editora

Perspectiva, 2003.

HOUAISS, A.; VILLAR, M. de S.; FRANCO, F. M. de M. Dicionário

Houaiss da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.

LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. de A. Metodologia científica. 2. ed.

São Paulo: Atlas, 1992.

MARCONI, M. de A.; LAKATOS, E. M. Metodologia do trabalho

científico. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2001.

______. Fundamentos de metodologia científica. 5. ed. São Paulo:

Atlas, 2003.

MATOS, H. C. J. Aprenda a estudar: orientações metodológicas para

o estudo. 4. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1994.

Page 95: Apostila

95

MEDEIROS, J. B. Redação científica: a prática de fichamentos,

resumos, resenhas. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2004.

MORGAN, C. T.; DEESE, J. Como estudar. 11. ed. Rio de Janeiro:

Freitas Bastos, 1983.

SALOMON, D. V. Como fazer uma monografia. 9. ed. rev. São

Paulo: Martins Fontes, 1999.

SEVERINO, A. J. Metodologia do trabalho científico. 20. ed. rev.

ampl. São Paulo: Cortez, 1996.

4.7 Web-Bibliografia

www.ceteb.com.br/escolaberta/texto1.htm

www.portrasdasletras.com.br/pdtl2/sub.php?op=vestibular/dicas/doc

s/comoler

www.sbq.org.br

www.schwartzman.org.br/simon/arvore.htm

www.studygs.net/portuges/txtred2.htm

www.ucb.br/prg/comsocial/cceh/normas_leitura.htm

Page 96: Apostila

96

Page 97: Apostila

97

Apresentação Sumário da Unidade

UNIDADE 5 – COMPREENDENDO A PESQUISA BIBLIOGRÁFICA...... 96

Maria da Conceição Sousa de Carvalho

5.1 O que é Pesquisa Científica? ................................................................ 98

5.2 Por que Pesquisar? ............................................................................... 99

5.3 Como acontece o Processo de Pesquisa? ......................................... 101

5.4 Como Classificar Pesquisas? .............................................................. 103

5.4.1 Tipos de Pesquisa segundo os Objetivos ........................................ 104

5.4.2 Tipos de Pesquisa segundo as Fontes de Dados ........................... 104

5.5 A Pesquisa Bibliográfica ...................................................................... 105

5.5.1 Passos da Pesquisa Bibliográfica .................................................... 105

5.5.2 Apresentação do Relatório ............................................................... 111

5.6 Atividades de Aprendizagem ............................................................... 114

5.7 Referências Bibliográficas ................................................................... 115

5.8 Web-Bibliografia................................................................................... 116

Page 98: Apostila

98

5.1 O que é Pesquisa Bibliográfica?

A palavra pesquisa é bastante conhecida e utilizada em

diversas situações. Por exemplo, quando vamos comprar algum

objeto relativamente caro, em geral fazemos primeiro uma pesquisa

de preços, ou seja, procuramos saber qual é o preço cobrado pelo

produto nos diferentes locais onde ele é vendido. Em época de

eleições, os meios de comunicação divulgam resultados de

pesquisas sobre a preferência do eleitorado em relação aos

candidatos. Na escola, os alunos fazem pesquisas sobre um tema

ou assunto indicado pelo professor, como por exemplo, a questão da

poluição ambiental.

Em todas estas situações, o termo pesquisa nos remete para a

ideia de indagação (Onde comprar tal produto mais barato? Qual

dos candidatos tem maiores chances de ganhar as eleições? Quais

as consequências da poluição ambiental para a saúde da

população?).

O termo pesquisa também está ligado à ideia de busca de

informações: precisamos saber qual o preço cobrado pelo produto

que procuramos em diversos estabelecimentos comerciais; é

necessário saber quais as intenções de voto dos eleitores,

entrevistando uma amostra da população; para saber quais as

consequências da poluição para a saúde precisamos ler sobre o

assunto, ouvir profissionais ligados à área de saúde e outros

estudiosos dos problemas ambientais, etc.

De fato, tomada em sentido amplo, pesquisa “é um conjunto de

atividades orientadas para a busca de um determinado

conhecimento” (RUDIO, 2000, p. 9). Mas será que em todos os

casos estamos falando de pesquisa científica? Certamente que não.

Embora possamos empregar este termo para diferentes tipos

de atividades, a pesquisa científica se diferencia das outras

modalidades de pesquisa.

De acordo com Rudio (2000, p. 9),

Page 99: Apostila

99

A pesquisa científica se distingue de outra modalidade qualquer de pesquisa pelo método, pelas técnicas, por estar voltada para a realidade empírica e pela forma de comunicar o conhecimento obtido.

A rigor, só podemos empregar a denominação de pesquisa

científica ao trabalho de produção de um conhecimento original, que

acrescente algo de novo ao que já é conhecido em determinada

área do saber. Este novo conhecimento, entretanto, não se refere

apenas às grandes descobertas da ciência. Sendo uma atividade

histórica e social, a ciência progride com os estudos de muitos

cientistas, que publicam suas pesquisas, dialogam, avaliam os

trabalhos uns dos outros, enfim, fazem um trabalho coletivo, mesmo

estando em países diferentes.

Assim compreendendo a pesquisa científica, parece que somos

levados a pensar que um estudante, mesmo universitário, não

poderia desenvolvê-la. Não é bem assim. Bastos e Keller (2000,

p.55) observam que a finalidade das pesquisas nos cursos de

graduação “é levar o estudante a refazer os caminhos já percorridos,

repensando o mundo”. Estes mesmos autores afirmam que a

diferença entre a pesquisa de um cientista e a de um estudante é

basicamente seu alcance e grau.

Dizendo de outro modo: a atividade de pesquisa desenvolvida

por um estudante não se equipara à do cientista, pois eles têm

níveis diferentes de maturidade e experiência. No entanto, o

estudante também pode e deve observar certos princípios e

procedimentos para que sua pesquisa não seja uma simples

repetição do conhecimento elaborado por outra pessoa.

5.2 Por que Pesquisar?

Inicialmente, vamos lembrar o seguinte: são diversas as

maneiras pelas quais buscamos explicar a realidade que nos cerca,

DNA

Page 100: Apostila

100

procurando com tais explicações dar conta da resolução de

problemas tanto práticos quanto teóricos.

Desta forma, todos nós convivemos e de algum modo

participamos de diversos tipos de conhecimento. Ora nos valemos

dos ensinamentos repassados para nós pela geração anterior, ora

nos valemos dos ensinamentos de uma dada religião para orientar

nossa conduta, ora nos apoiamos em explicações apresentadas pela

ciência. Entendemos que não há uma hierarquia de valor nestes

diversos modos de compreender a realidade.

O que distingue o conhecimento científico das outras formas de

conhecimento é, basicamente, o modo de produção das explicações.

Enquanto as demais formas de conhecimento se originam da

tradição e se fundamentam na autoridade e/ou na experiência

prática, a ciência tem origem na dúvida e se fundamenta na

convicção de que suas explicações são sempre provisórias, de que

suas conclusões só serão válidas até o momento em que novas

descobertas apresentarem outras explicações para o mesmo

fenômeno.

Assim, para dar conta da tarefa de estar sempre buscando

explicações sobre os fenômenos da realidade – seja do mundo físico

ou social – a ciência adota um modo próprio de construir

conhecimentos. Este modo é a pesquisa. Então, podemos dizer que

a finalidade de uma pesquisa é elaborar um conhecimento metódico,

sistemático, bem planejado, a respeito de uma dada questão

presente na realidade.

Alguns estudiosos de metodologia da ciência classificam a pesquisa, segundo sua finalidade, em pura e aplicada. Trujillo (apud MARCONI; LAKATOS, 1999, p. 19), apresenta a seguinte distinção: Pura. Quando melhora o conhecimento, pois permite o desenvolvimento da metodologia, na obtenção de diagnósticos e estudos cada vez mais aprimorados dos problemas ou fenômenos. Exemplo: teoria da relatividade. Aplicada. Quando realizada com determinado objetivo prático.

Exemplo: aplicações da energia nuclear.

A pesquisa nos ajuda a conhecer a realidade.

Page 101: Apostila

101

Cabe lembrar ainda que, enquanto trabalho acadêmico, a

atividade de pesquisa tem uma importância didática muito

significativa para o estudante. Empregando os procedimentos,

entendendo os métodos e as técnicas de pesquisa, o estudante

aprenderá a analisar de maneira crítica os resultados de pesquisas

realizadas no seu campo de estudos. Será capaz também de se

iniciar na atividade de pesquisa científica, sendo, ele mesmo, um

produtor de conhecimentos, e não um mero receptor do

conhecimento produzido por outros. O estudante ganha, portanto,

autonomia intelectual, desenvolvendo competências importantes

para sua vida como profissional e como cidadão.

5.3 Como Acontece o Processo de Pesquisa?

Moroz e Gianfaldoni (2002, p.14) observam que “todo processo

de pesquisa começa com um questionamento em relação a uma

dada área do conhecimento”.

Vamos compreender melhor o que significa este

questionamento.

Quando iniciamos um trabalho de pesquisa, temos apenas um

tema geral, uma ideia ainda vaga daquilo que vamos procurar saber.

Por exemplo: A teoria de Piaget. Este seria um tema. Mas somente o

enunciado deste tema não é suficiente para definir um caminho de

investigação que nos oriente sobre o que queremos, de fato, saber a

respeito da teoria de Piaget.

Então, é preciso que encontremos uma pergunta específica,

um questionamento. Chamamos a este processo de

problematização.

Para problematizar o tema precisamos ler, refletir, observar a

realidade, conversar com outros estudiosos do tema, enfim, fazer

todo um trabalho cuidadoso e meticuloso para definir com clareza

qual é o nosso problema de pesquisa, ou seja, nosso

questionamento central.

Toda pesquisa precisa ser cuidadosamente

planejada!

Page 102: Apostila

102

Continuando o nosso exemplo: se partirmos do tema geral (a

teoria de Piaget), diferentes problemas de pesquisa poderiam ser

formulados. Vamos supor o seguinte questionamento: _ Os

professores do ensino fundamental têm conhecimento da teoria de

aprendizagem de Piaget? Podemos observar que esta pergunta é

bem mais específica do que o tema geral. Por ser mais específica, a

pergunta nos permitirá: 1) definir os objetivos da pesquisa e 2)

decidir sobre a maneira como vamos buscar as informações

necessárias para responder à pergunta formulada como ponto de

partida.

Tendo um problema de pesquisa claramente formulado, o

estudante/pesquisador pode fazer o seu plano de pesquisa. Este

inclui, basicamente, as etapas de coleta de dados, análise e

interpretação dos dados e comunicação dos resultados.

Chamamos de coleta de dados o processo de busca das

informações pertinentes ao nosso problema de pesquisa, de forma

metódica, utilizando os procedimentos de pesquisa apropriados.

Existem diversos métodos de pesquisa, de que nos ocuparemos no

tópico seguinte.

Coletados os dados, ou seja, obtidas as informações

necessárias, passamos a analisar e interpretar estes dados, à luz de

uma teoria ou de um referencial teórico. Dito assim parece

complicado, mas se você estiver realmente empenhado na solução

de um problema de pesquisa, se tiver lido bastante e criticamente

sobre o tema e se os dados tiverem sido corretamente coletados,

você vai ver que a interpretação de seus achados será uma

atividade trabalhosa sim, porém, gratificante.

Por fim, é preciso comunicar os resultados da pesquisa. Há

vários meios de comunicação de resultados, mas aqui vamos nos

ocupar da forma mais usual como trabalho acadêmico: o relatório de

pesquisa (será tratado no último tópico deste capítulo).

Page 103: Apostila

103

Do que foi exposto até aqui deve ficar claro que:

Estamos tratando da pesquisa científica como um modo

peculiar de construir um conhecimento sobre a realidade.

A pesquisa acadêmica desenvolvida pelo estudante durante

seu curso universitário também deve adotar os princípios e

procedimentos de uma pesquisa científica, embora não possa ainda

ter o mesmo alcance desta.

O processo de pesquisa parte de um questionamento, de uma

pergunta formulada a respeito de um tema, requer um planejamento

cuidadoso para coletar, analisar e interpretar dados (informações), e

deve ter seus resultados comunicados.

5.4 Como Classificar Pesquisas?

Conforme comentamos anteriormente, o conhecimento

científico se diferencia das outras formas de conhecimento pelo

modo como são elaboradas suas explicações sobre a realidade. Por

esta razão, a pesquisa científica constrói maneiras muito peculiares

de conhecer o mundo, de entender seus fenômenos e significados.

Este caminho próprio da pesquisa científica é o que

costumamos chamar de metodologia. No processo da pesquisa, a

metodologia é a parte que se ocupa dos procedimentos e

instrumentos de pesquisa, ou seja, de como o pesquisador vai

organizar sua investigação para obter os dados que procura.

Em face da diversidade de áreas do conhecimento e da

especificidade de cada objeto de estudo, há muitos tipos de

pesquisa. Quando procuramos apresentar uma classificação desses

tipos de pesquisa, observamos que diferentes autores adotam

classificações até certo ponto semelhantes, mas também diferentes

em alguns aspectos.

O método científico

não é único.

Page 104: Apostila

104

Assim, a tipologia a seguir apresentada reorganiza algumas

ideias encontradas em Fachin (2001), Gil (2002), Moreira e Caleffe

(2006) e Santos (2004).

Adotando uma organização mais geral que nos permita uma

visão de conjunto, sem descer a detalhes, podemos classificar os

tipos de pesquisa quanto aos objetivos e quanto às fontes de dados.

5.4.1 Tipos de pesquisa segundo os objetivos

Segundo os objetivos, as pesquisas podem ser:

Exploratórias – constituem a primeira aproximação do

pesquisador com o tema de sua pesquisa. Fase preliminar, quando

são organizados os primeiros levantamentos bibliográficos e

localizadas outras possíveis fontes de informação.

Descritivas – objetivam descrever as características de

determinado fato ou fenômeno, analisando seus significados e

relações. Em geral adotam procedimentos de observação

sistemática da realidade. São predominantemente uti lizadas nas

áreas de ciências humanas e sociais.

Explicativas – procuram “identificar os fatores que

determinam ou que contribuem para a ocorrência dos fenômenos”

(MOREIRA; CALEFFE, 2006, p. 70). Buscam explicar as relações de

causalidade, isto é, a razão, o porquê dos fatos. No campo das

ciências naturais, as pesquisas explicativas recorrem

predominantemente ao método experimental.

5.4.2 Tipos de pesquisa segundo as fontes de dados

Campo – quando os dados são coletados no contexto onde o

fato pesquisado naturalmente ocorre, sem a interferência do

pesquisador.

A palavra bibliografia vem do grego biblio = livro; grafia = escrita, descrição.

Page 105: Apostila

105

Laboratório – quando o fenômeno a ser estudado é

reproduzido intencionalmente, em situação controlada, de modo a

permitir sua observação pelo pesquisador.

Bibliográfica – quando as fontes de informação são materiais

já elaborados – livros, artigos científicos, anais de congressos,

dentre outros.

O tópico a seguir traz mais esclarecimentos sobre a pesquisa

bibliográfica.

5.5 A Pesquisa Bibliográfica

Quando vamos iniciar uma pesquisa científica a primeira

providência a ser tomada consiste na procura do que já foi publicado

sobre o tema. Por esta razão dizemos que a pesquisa bibliográfica é

o passo inicial de qualquer tipo de pesquisa, quer seja de campo ou

de laboratório. Mas podemos também realizar uma pesquisa

exclusivamente bibliográfica.

Este tipo de pesquisa, amplamente utilizado como trabalho

acadêmico, procura estudar um determinado tema a partir do que já

foi publicado sobre ele.

Segundo Martins e Pinto (2001, p.41), a pesquisa bibliográfica

busca “conhecer e analisar contribuições científicas sobre

determinado tema”. Gonsalves (2001, p.34) considera que a

pesquisa bibliográfica caracteriza-se “pela identificação e análise dos

dados escritos em livros, artigos de revistas, dentre outros.”

Vamos nos ocupar a seguir da pesquisa bibliográfica como um

tipo de pesquisa, ou seja, quando realizada de forma exclusiva, e

não apenas como apoio a outro tipo de pesquisa.

5.5.1 Passos da pesquisa bibliográfica

De início é preciso ficar claro o que devemos entender por

“passos” de uma pesquisa (alguns autores usam o termo “fases” ou

Page 106: Apostila

106

“etapas”). Qualquer um destes termos vai nos remeter ao conceito

de “modo de fazer” a pesquisa.

Pois bem. Estes passos não representam um “modelo” a ser

seguido por quem vai pesquisar um determinado tema. Não são

receitas a serem copiadas. São apenas orientações organizadas a

partir da experiência acumulada por pesquisadores e estudiosos de

metodologia da pesquisa. Aqui, como em tudo o que diz respeito à

construção do conhecimento científico, é preciso ser criativo.

Feitas as observações acima, vamos analisar os passos da

pesquisa bibliográfica, conforme o esquema a seguir sugerido:

Olhando o lado esquerdo do esquema, que tem as palavras

escritas em maiúsculas, vemos: ESCOLHA DO TEMA,

PASSOS DA PESQUISA BIBLIOGRÁFICA

ESCOLHA DO TEMA Localização das fontes

Seleção das fontes

Leitura preliminar

ORGANIZAÇÃO DO

ASSUNTO

Leitura e documentação

Organização do material coletado

REDAÇÃO DO TEXTO

PROBLEMATIZAÇÃO

Page 107: Apostila

107

PROBLEMATIZAÇÃO, ORGANIZAÇÃO DO ASSUNTO e

REDAÇÃO DO TEXTO.

Do lado direito, com as palavras grafadas em letras

minúsculas, estão relacionados os caminhos a serem percorridos

para a realização desta modalidade de pesquisa. São eles:

localização e seleção de fontes de consulta, leitura preliminar, leitura

e documentação e organização do material coletado.

Para melhor compreensão, vamos comentar a seguir cada um

destes passos.

ESCOLHA DO TEMA - O tema pode decorrer da livre escolha

do estudante/pesquisador ou pode ter sido definido pelo professor

de determinada disciplina de um curso. Em qualquer dos casos, o

tema de uma pesquisa bibliográfica deverá sempre:

Ser relevante;

Corresponder ao nível de maturidade do estudante;

Ter fontes de consulta disponíveis e – principalmente

Despertar o interesse, a motivação de quem vai realizar a

pesquisa.

Escolhido o tema, é necessário localizar as fontes a serem

consultadas – em bibliotecas convencionais, em bases de dados ou

por sistemas de busca. Fontes são textos encontrados em

diferentes formatos e suportes. Podem estar em forma de livros,

artigos de periódicos, monografias, dissertações, teses, anais de

congressos, etc. Podem também estar disponibilizados em

impressos convencionais ou via web.

Além de localizar as fontes, e às vezes ao mesmo tempo, é

necessário selecionar estas fontes. Procurar selecionar aquelas que

realmente estão relacionadas ao tema escolhido e que são

confiáveis.

Mas o que são fontes confiáveis? Não dispomos de um padrão

objetivo para classificar uma fonte como confiável ou não. Existem

apenas alguns critérios gerais que, aliados à experiência do

pesquisador, vão facilitar este processo de seleção.

Page 108: Apostila

108

Assim, observe:

A autoria - quem é o autor do texto? A que instituição de

pesquisa está vinculado? Tem outros trabalhos?

O suporte - se for um artigo, está publicado numa revista

científica? Se for um livro, o que dizem as resenhas sobre

ele?

Este é um bom começo. À medida que você for lendo o

material, o processo de seleção contínua, muitas coisas serão

descartadas, outras serão reavaliadas.

PROBLEMATIZAÇÃO - A partir de uma certa compreensão

inicial do tema, resultante da leitura preliminar do material

localizado, é possível começar a problematizá-lo. Pergunte-se: - “O

que realmente quero saber sobre o tema escolhido?” O exercício da

reflexão, a compreensão dos aspectos relevantes do tema, a

curiosidade do aluno/pesquisador, vão contribuindo para a

construção deste processo de problematização.

Ao mesmo tempo, e como parte do processo de

problematização, é necessário definir com clareza quais são os

objetivos da pesquisa. Decida quais aspectos do tema serão

analisados e a perspectiva em que esta análise será feita.

Neste momento, será necessário fazer uma leitura mais atenta

do material, analisando cada texto, comparando idéias de diferentes

autores, fazendo anotações. É o que chamamos de leitura e

documentação ou fichamento.

Observe no esquema apresentado que a problematização

parte da leitura preliminar e leva a uma nova leitura do material,

agora associada à documentação, ou seja, anotações cuidadosas

do material lido.

Neste movimento, que é na verdade um trabalho de

descoberta, a problematização mesma pode ser, e geralmente é,

revista. Dito de outro modo: o questionamento central e os objetivos

da pesquisa vão ganhando mais definição e clareza.

Uma resenha

consiste no resumo crítico de uma obra publicada; o autor da resenha não é o mesmo autor do texto resenhado.

Sobre documentação ou fichamento leia a Unidade IV deste livro.

Page 109: Apostila

109

ORGANIZAÇÃO DO ASSUNTO – De posse de todo o material

coletado e com as anotações organizadas, é possível decidir sobre a

estrutura do trabalho: quais os tópicos (ou capítulos) principais e

sub-tópicos. É como se você estivesse montando o esqueleto do

texto a ser redigido. Este é o sumário do trabalho.

A lógica desta organização depende dos objetivos da

pesquisa, dos dados coletados e até mesmo do estilo de

exposição do pesquisador. A primeira montagem deste plano

ou organização de tópicos não é necessariamente definitiva. À

medida que o texto vai sendo redigido, tomando forma, o

pesquisador, sendo atento e cuidadoso, vai introduzindo as

mudanças pertinentes, refazendo o sumário.

Para Martins e Pinto (2001, p.45)

A construção lógica dos capítulos corresponde ao desenvolvimento do trabalho. É o momento em que o aluno-autor, usando seu poder de raciocínio e criatividade, expõe sua leitura da realidade enfocada pela pesquisa. Mostra sua reconstrução do tema sob a perspectiva escolhida, por meio da explicação, discussão e demonstração.

Na lógica expositiva do texto, portanto, a maior parte do

trabalho está no desenvolvimento.

Por outro lado, quando nos referimos à organização lógica do

assunto, isto é, ao modo como vamos expor os resultados de uma

pesquisa bibliográfica, precisamos ao mesmo tempo pensar na

redação do texto.

REDAÇÃO DO TEXTO – Em geral, redigir um texto não é uma

tarefa atraente para o estudante (às vezes também para os

professores...). Mas se o estudante/pesquisador estiver realmente

entusiasmado com sua pesquisa e se os dados tiverem sido

Adote um sistema de anotações que facilite a localização correta das fontes e das ideias necessárias à redação do texto.

Page 110: Apostila

110

corretamente coletados, então a escrita do texto final será uma

tarefa mais leve do que parece.

O texto resulta de um trabalho pessoal do

estudante/pesquisador, apoiado, é claro, na bibliografia consultada.

Assim, o texto deve expressar um trabalho de reflexão, de diálogo

com os autores consultados, de análise e síntese. Deve ser conciso

(usar apenas as palavras e expressões necessárias), objetivo e

claro.

A redação científica obedece a certas normas que são

definidas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT.

Estas normas visam estabelecer um padrão de comunicação entre

pesquisadores. Nós não precisamos “decorá-las”. Com o tempo e a

repetição de seu uso, nós as empregamos com naturalidade.

Uma destas normas de redação científica diz respeito às

citações. É importante tratarmos deste assunto logo aqui porque a

pesquisa bibliográfica se apoia em textos elaborados por outros

autores. Sendo assim, as ideias dos autores que você consultou

serão em muitos momentos comentadas por você no seu texto.

Mas, Atenção!: o texto final de uma pesquisa bibliográfica

não pode ser uma “colcha de retalhos”, aonde você vai

juntando as anotações sobre o que os outros autores disseram.

Você vai se referir às ideias destes outros autores dentro do

seu próprio texto, para fundamentar seus argumentos, para

analisar, discutir, comparar, etc. Toda citação deve ter um

sentido, uma necessidade.

Desta forma, ao redigirmos nosso texto, nos reportamos a

estudos publicados por outros autores, trazendo ideias, resultados

de pesquisa ou outras informações disponíveis na literatura

consultada. Esta menção a informações extraídas de outra fonte é o

que chamamos de citação.

Na pesquisa bibliográfica a coleta de dados requer um bom nível de leitura do material e anotações bem organizadas.

Page 111: Apostila

111

De acordo com a NBR 10520/2002, da ABNT, as citações

podem ser diretas (transcrição textual de parte da obra do autor

consultado) e indiretas (texto baseado na obra do autor consultado,

mas sem transcrever as palavras do autor).

Nas citações deve ser indicado o nome de entrada

(sobrenome) do autor ou autores citados, o ano, e, no caso das

citações diretas, o número da página de onde foi retirada a citação.

Quando citamos um autor já citado por outro, fazemos uma

citação de citação. Na citação de citação usamos o termo apud,

uma expressão latina que significa “citado por”. Como neste

exemplo:

Há alguns outros detalhes que não serão aqui comentados.

Dúvidas futuras poderão ser esclarecidas com a consulta à norma

indicada acima. No momento, o que precisa ser enfatizado é o

cuidado em não nos apropriarmos indevidamente de ideias de outros

autores. Sempre que as necessidades do trabalho que estamos

elaborando exijam a citação de outras fontes, estas devem ser

incorporadas, mas com a devida indicação da autoria e sua

identificação.

5.5.2 Apresentação do relatório

Os resultados de uma pesquisa científica podem ser

apresentados ao público por diferentes formas: artigos,

comunicações em congressos, relatórios, monografias, dissertações

e teses. Podem também assumir formas não convencionais, como

textos simplificados, vídeos, ou outro suporte mais adequado ao

público-alvo.

Nesta parte nos ocuparemos especificamente do relatório de

pesquisa. Um relatório de pesquisa pode ser menos ou mais

Segundo Barbosa (2002 apud LEAL, 2006, p.4), “o estudo da

Didática é essencial para a formação do professor”.

Observe que neste capítulo há citações diretas e indiretas.

Page 112: Apostila

112

complexo, menos ou mais extenso, dependendo da finalidade a que

se destina.

Embora requeira uma estrutura de apresentação básica, há

variações no interior de cada relatório, ou seja, elementos presentes

ou não, divisões internas variáveis, ou outras diferenças ditadas pela

necessidade lógica da exposição das ideias contidas no relatório.

O padrão geral de apresentação de um relatório de pesquisa

contém partes pré-textuais, textuais e pós-textuais, conforme

explicadas a seguir:

Partes pré-textuais

Capa

Folha de rosto

Opcionais: dedicatória, agradecimentos e epígrafe

Lista de ilustrações (se necessário)

Lista de siglas (se necessário)

Sumário – exibe a estrutura geral do trabalho, com a

indicação da página inicial de cada parte, seguindo a mesma

apresentação do interior do trabalho, quanto a fontes e destaques.

Partes textuais - Correspondem ao corpo do trabalho. Do ponto

de vista da lógica expositiva, compreendem uma introdução, um

desenvolvimento e uma conclusão.

A introdução é a parte do trabalho em que o tema é

apresentado, oferecendo uma visão geral do que será tratado

no texto. Informa sobre o que será tematizado, porque o tema

foi escolhido, quais as contribuições esperadas da pesquisa e

sobre como o texto foi organizado. Se a introdução estiver

bem escrita, o leitor terá uma compreensão do conjunto do

trabalho, saberá do que trata e o que pode esperar de sua

leitura.

O desenvolvimento será feito de acordo com o sumário

elaborado (tópicos ou capítulos). Não é obrigatório utilizar no

Epígrafe –

citação de uma frase de outro autor, trazida para o nosso trabalho; destacada em uma folha.

Page 113: Apostila

113

texto o título desenvolvimento. Os títulos dos capítulos ou

tópicos indicam o conteúdo tratado em cada um, e o conjunto

destes tópicos constituem o desenvolvimento do trabalho.

A conclusão decorre das ideias que foram apresentadas e

analisadas no desenvolvimento. Segundo Severino (1998),

esta parte é a síntese para a qual caminha o trabalho. Na

conclusão retomamos sucintamente os resultados

encontrados, mostrando sua relação com os objetivos da

pesquisa.

Nesta parte podem ser incluídas também algumas sugestões e

recomendações. O título conclusão também pode ser substituído por

considerações finais.

Partes pós-textuais

Referências – relacionar todas as fontes consultadas para a

elaboração do trabalho, quer tenham sido dire tamente citadas

ou não, encontradas em qualquer tipo de suporte: material

impresso, fita, vídeo, cd-rom; conferências assistidas,

material obtido via on-line. As fontes devem estar

relacionadas em ordem alfabética, pelo nome de entrada do

autor, contendo todos os elementos necessários a sua

identificação, de acordo com a NBR 6023/2002, da ABNT.

Apêndices (textos ou documentos elaborados pelo autor) e

anexos (textos ou documentos não elaborados pelo autor) –

se houver necessidade.

Contra-capa: folha em branco que encerra fisicamente o

trabalho.

A seguir, estão relacionadas algumas orientações para a

apresentação física do relatório:

Usar papel A4, impresso de um só lado.

Fonte: Arial ou Times New Roman, tamanho 12 para o texto,

10 para as citações longas, notas de rodapé, legendas e numeração

Page 114: Apostila

114

de páginas; títulos gerais e de seções podem ser destacados em

negrito (bold), tudo em maiúscula; pode-se usar uma fonte maior

para os títulos de seções ou partes (14, por exemplo).

Margens: esquerda: 3 cm; direita: 2 cm; superior: 3 cm; inferior: 2

cm. (Na bibliografia a margem direita não é justificada).

Espaços: 1,5 cm no interior do texto e entre uma referência e a

seguinte; dois espaços entre o título de cada parte e o texto que

o segue; espaços simples nas citações longas (destacadas), no

interior das referências e legendas.

Numeração das páginas: as páginas são contadas a partir da

folha de rosto, mas o numeral só aparece a partir da primeira

folha da parte textual; o numeral arábico indicativo da folha fica a

2 cm da borda superior direita em fonte 10, alinhado com a

margem direita.

5.6 Atividades de Aprendizagem

Como você sabe, para estudar bem é necessário que o

estudante participe de modo ativo deste processo, sendo um

construtor de sua aprendizagem. Neste sentido, as atividades a

seguir propostas visam contribuir para que você interprete e fixe

melhor o tema tratado neste capítulo.

1. Faça um esquema deste capítulo.

2. Localize no mínimo duas outras fontes que tratem sobre

pesquisa bibliográfica (você pode localizar na biblioteca alguns dos

livros indicados na lista de referências deste capítulo, ou procurar na

Internet).

3. Faça uma comparação entre os três textos (este capítulo e

os dois outros textos localizados por você): em que diferem, onde se

complementam, em que coincidem.

4. Agora que você já compreendeu o que é a pesquisa

bibliográfica, aplique seus conhecimentos fazendo uma breve

pesquisa bibliográfica sobre um tema de sua escolha. Siga aqueles

Page 115: Apostila

115

passos indicados no item 5.1; redija um pequeno rela tório de sua

pesquisa seguindo as orientações do item 5.2. Bom trabalho!

5.7 Referências Bibliográficas

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14724:

informação e documentação: trabalhos acadêmicos: apresentação.

Rio de Janeiro, 2006.

_______. NBR 10520: informação e documentação: citações em

documentos: apresentação. Rio de Janeiro, 2002.

_______ . NBR 6023: informação e documentação: referências:

elaboração. Rio de Janeiro, 2002.

BASTOS, C.; KELLER, V. Aprendendo a aprender: introdução à

metodologia científica. 14. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2000.

FACHIN, O. Fundamentos de metodologia. 3. ed. São Paulo:

Saraiva, 2001.

GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo:

Atlas, 2002.

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127

SOBRE OS AUTORES

Mônica Maria Machado Ribeiro Nunes de Castro

É professora do Departamento de Física do Centro de Ciências

da Natureza da Universidade Federal do Piauí. Graduada, por esta

mesma Universidade, em Licenciatura Plena em Ciências –

Habilitação em Física, fez Especialização em Física na Universidade

Federal do Ceará e mestrado em Ciência da Informação na

Universidade Federal de Minas Gerais (2001). Participou da

organização do livro Desafiando os domínios da informação e é

autora de um de seus capítulos. Tem se dedicado, nos últimos

quinze anos, principalmente à área de Ensino de Física, ministrando

disciplinas específicas da Licenciatura (Instrumentação para o

Ensino de Física e Evolução Histórica da Física) e orientando

Trabalhos de Conclusão de Curso. Atualmente é coordenadora do

Curso de Graduação em Física – modalidade presencial – da UFPI.

Ana Lúcia Nunes Falcão de Oliveira

Professora Adjunta III, do Departamento de Química da

Universidade Federal do Piauí. Graduada em Licenciatura em

Química pela Universidade Federal do Ceará (1988), mestrado em

Química Inorgânica pela Universidade Federal do Ceará (1994) e

doutorado em Química Inorgânica pela Universidade Federal do

Ceará (2004). Atualmente é Coordenadora do Curso de Química da

Universidade Federal do Piauí. Tem experiência na área de

Química, com ênfase em Química Inorgânica, atuando

principalmente nos seguintes temas: síntese e caracterização de

argilas pilarizadas, catalisadores e na área de Ensino em Química.

Page 128: Apostila

128

Maria da Conceição Sousa de Carvalho

Possui mestrado em Educação pela Universidade Federal do

Rio Grande do Sul (1978). Atualmente é professora titular da

Universidade Federal do Piauí e Conselheira do Conselho Estadual

de Educação. Tem experiência na área de Educação, atuando

principalmente nos seguintes temas: ensino; ensino superior; alunos.

Maria Rita de Morais Chaves Santos

Professora Associada II, do Departamento de Química da

Universidade Federal do Piauí. Graduada por esta Universidade em

Licenciatura em Química, ano 1979, doutora em Ciências pela

Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP, ano 1992.

Publicou 15 artigos em periódicos especializados e participou de 46

comunicações em anais de congressos . Orientou 5 dissertações de

mestrado e co-orientou 2, além de ter orientado 15 trabalhos de

iniciação cientifica nas áreas de química e química de materiais

cerâmicos. Participou de 6 projetos de pesquisa com financiamento.

Atua na área de química, com ênfase em físico-química inorgânica e

na área de Propriedade Intelectual. Atualmente coordena o Núcleo

de Inovação Tecnológica da UFPI.