C M Y K C M Y K 2 • Trabalho • Brasília, domingo, 16 de setembro de 2012 • CORREIO BRAZILIENSE 10 anos depois A avaliação foi criada em 2000. Porém, quatro anos depois, foi suspensa por uma liminar, que questionava o fato de a prova não ser regulamentada em Lei Federal e, sim, em resolução do CFC. A legalidade do exame foi assegurada em 2010, com a aprovação da Lei nº 12.249. O brigatório para obter ins- crição nos quadros do Conselho Federal de Con- tabilidade (CFC), o Exame de Suficiência da profissão ocor- re no próximo domingo (23) em todo o território nacional. De acordo com especialistas, a pre- paração para a prova não é com- plicada, pois o grau de dificulda- de exigido é baixo. Alguns acre- ditam que a avaliação deveria ser mais rigorosa para que ape- nas os profissionais realmente qualificados tenham o aval da entidade para trabalhar na área. Aplicada a técnicos e a gra- duados em contabilidade, a pro- va conta com 50 questões espe- cíficas. Para ser aprovado e fazer o registro no respectivo Conse- lho Regional de Contabilidade (CRC), é preciso acertar 50% de- las, índice considerado baixo pe- lo professor do departamento de contabilidade da Universidade de Brasília (UnB) Cláudio Morei- ra Santana. “Além de exigir uma quantidade pequena de acertos, as questões do exame são fáceis e não aferem por completo se o profissional tem os conheci- mentos adequados para exercer a profissão”, afirma. Ele conside- ra a avaliação necessária, devido à proliferação de cursos de con- tabilidade no país, mas acredita que o conselho precisa dificultá- la para medir com mais precisão a qualidade da formação desses profissionais. A coordenadora do curso na UnB, Rosane Pio da Silva, vê no exame uma oportunidade de selecionar os melhores para atuarem no mercado de traba- lho, mas concorda que o nível de proficiência exigido não é alto. “Realmente, é um exame fácil, com apenas uma fase, e que exige conhecimentos bási- cos do contador. Quem levou a sério a graduação consegue um bom resultado”, afirma Ro- sane. Ainda de acordo com a coordenadora, não foi feita ne- nhuma alteração no currículo do curso para facilitar a apro- vação dos candidatos. Mesmo sendo considerado fácil pelos professores, a primei- ra edição do exame em 2012 re- gistrou apenas cerca de 47% de aprovados entre bacharéis e 35% entre técnicos. Ao todo, inscre- veram-se 30.719 candidatos. Tanto para Cláudio quanto para Rosane, o motivo da baixa apro- vação é o aumento do número de cursos de contabilidade de baixa qualidade no país. Segundo a vice-presidente de Desenvolvimento Profissional e Institucional do CFC, Maria Cla- ra Bugarim, o nível da prova é adequado e não há intenção de modificá-lo. “É uma avaliação de nível médio, para quem está ini- ciando na carreira. Com ela, não pretendemos restringir o acesso dos futuros contadores, mas, sim, livrar o mercado do mal profissional”, diz. Maria Clara explica, ainda, que há outro tipo de avaliação para o contador que já tem o registro e vai atuar em empresas de capital aberto: o exame de qualificação técnica. Ele cobra conteúdos mais com- plexos, porque avalia competên- cias em uma área que exige mais conhecimento dos profissionais. Maria Clara afirma que, por meio dessa prova, foi possível alcançar resultados imediatos na formação de profissionais. Percebeu-se, por exemplo, a ampliação dos estudos sobre ética e normas brasileiras de contabilidade. O objetivo do conselho com a avaliação é que os serviços oferecidos pela cate- goria melhorem e que sejam preservados a confiança e o res- peito da sociedade por esses profissionais. Primeiro lugar Nas duas primeiras edições do exame, em 2010, o Distrito Federal liderou os índices de aprovação no país. De acordo com o presidente do Conselho Regional de Contabilidade do Teste de capacidade Livro ao meu filho A Au ut to or r: : Renato Schmekel E Ed di it to or ra a: : Vermelho Marinho P Pá ág gi in na as s: : 328 R$ 39 Ex-gerente de marketing da Coca- Cola, Renato Schmekel construiu a carreira como homem de negócios à frente de grandes organizações como Ponto Frio e Telemar. Hoje, ele é um dos maiores investidores no mercado financeiro brasileiro. Mesmo com tanto sucesso, Renato era angustiado por ter perdido os pais quando ainda era muito jovem. Por isso, aos 47 anos, decidiu transpor os ensinamentos que reuniu ao longo da vida em cartas ao seu filho de 8 anos. A caixa de pandora A Au ut to or r: : Ferdie Addis E Ed di it to or ra a: : Casa da Palavra P Pá ág gi in na as s: : 256 R$ 39,90 Por trás de expressões como “calcanhar de aquiles” e “olhar de medusa” encontram-se histórias que remontam à Grécia antiga. Contá-las e explicá-las é o objetivo do inglês Ferdie Addis, que faz uma viagem no tempo e encontra mitos e referências curiosas. A obra, escrita de forma bem-humorada, é uma aula de introdução à mitologia clássica e busca ajudar a compreender a linguagem usada nos dias de hoje. Na estante Capital intangível — Guia de melhores práticas para a avaliação de ativos intangíveis A Au ut to or r: : José Roberto Martins E Ed di it to or ra a: : Integrare Business E Ed di iç çã ão o: : 1ª P Pá ág gi in na as s: : 328 R$ 52 O que é que é: não pode ser contabilizado e não entra na balança de pagamentos, mas é fundamental para o sucesso de uma empresa? São os ativos intangíveis — aspectos cujos valores são de difícil medição, mas que devem ser trabalhados dentro das organizações. É essa a abordagem trazida no livro do especialista em gestão José Roberto Martins, fundador de uma das maiores consultorias em projetos de branding do país. Na obra, ele não só aponta para a necessidade de conhecer esses ativos invisíveis, como apresenta exercícios para colocar em prática estas estratégias. Direito administrativo Cespe A Au ut to or r: : Gustavo Mello Knoplock E Ed di it to or ra a: : Campus/Elsevier P Pá ág gi in na as s: : 336 R$ 75 O livro traz mais de 1,2 mil questões de direito administrativo recentes da banca Cespe/UnB, todas elas comentadas pelo autor. A obra é destinada a estudantes que já têm embasamento teórico na disciplina e pretende criar abordagens mais objetivas e dinâmicas para o tema. O autor é professor da matéria desde 2001 e atua como Fiscal de Rendas do Município do Rio de Janeiro. Campus-Elsevier/Divulgação Exame de Suficiência em Contabilidade A Au ut to or re es s: : Cleonimo dos Santos, Taíse F. Araújo Meirelles E Ed di it to or ra a: : IOB 2 2ª ª E Ed di iç çã ão o R R$ $ 1 13 39 9 Para auxiliar os interessados em fazer a prova, foi lançado o livro Exame de Suficiência em Contabilidade. A maioria dos capítulos aborda a estrutura estabelecida pelo edital do exame. Ao fim de cada um, são apresentadas questões de exames anteriores e os respectivos gabaritos. Há também respostas comentadas sobre as questões mais relevantes e que costumam suscitar dúvidas. IOB/Divulgação Editora Integrare Business/Divulgação Casa da Palavra/Divulgação Editora Vermelho Marinho/Divulgação DF (CRC/DF), a expectativa é de que a unidade federativa volte a ocupar a primeira posição, pois houve um acordo entre o conselho e professores dos cur- sos de contabilidade para que eles lecionem as disciplinas seguindo as exigência do exa- me. Desde a última edição, em março deste ano, 108 profis- sionais conseguiram registro na entidade local. Tiago Andrade, 22 anos, está se preparando para se unir a es- se grupo de profissionais. Ele re- cebeu o diploma do curso de ciências contábeis em julho des- te ano. O candidato atua em uma empresa de auditoria contábil e espera que a experiência adqui- rida no dia a dia possa facilitar na hora de obter o registro. “Es- se é o primeiro exame que faço e acredito que não terei dificul- dades. Tenho estudado mais para as matérias de custos e análises de balanço, que são mais complexas e com as quais tenho pouco contato no meu trabalho”, conta. O jovem refez provas de edi- ções anteriores e não encontrou muitos problemas na hora de re- solver as questões. “Dediquei- me durante a graduação e acho que, por isso, terei um bom re- sultado”, acredita. Com a certifi- cação do conselho, ele espera confirmar os conhecimentos que aprendeu no curso e conse- guir promoções na carreira. Os professores confirmam que não há mesmo segredos pa- ra conseguir resultado satisfa- tório na prova, uma vez que o conteúdo cobrado não é exten- so e é familiar aos recém-for- mados. Para quem concluiu o curso há mais tempo, a dica é fazer como Tiago e consultar provas aplicadas anteriormente para elaborar um estudo dirigi- do por meio delas. Tiago Andrade , 22 anos, recém-formado, está se preparando para a prova do próximo domingo (23), resolvendo as questões de provas anteriores Especialistas consideram baixo o nível de exigência do exame obrigatório para o registro na profissão de contador. Mesmo assim, apenas 47% dos bacharéis foram aprovados na última edição, em março Marcelo Ferreira/CB/D.A Press Saiba mais Pouca adesão O Conselho Federal de Conta- bilidade (CFC) e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) são as únicas entidades de classe a realizarem seleções para registro profissional no Brasil. Porém, o Conselho Fe- deral de Medicina (CFM) tam- bém poderá adotar exames com a intenção de avaliar os futuros médicos. Ainda não há consenso sobre qual forma- to será adotado, mas o conse- lho estuda a possibilidade de aplicar o exame de progresso, que seria realizado em mo- mentos específicos durante a graduação, e não só ao fim do curso. Em São Paulo, o Conse- lho Regional de Medicina (CRM) tornou obrigatórias as provas de suficiência a fim de selecionar os médicos. AVALIAÇÃO