ANTIVIRAIS Prof. Dr. Aripuanã Watanabe Depto. de Parasitologia, Microbiologia e Imunologia [email protected]
ANTIVIRAIS
Prof. Dr. Aripuanã Watanabe
Depto. de Parasitologia, Microbiologia e
Imunologia
Dificuldade em combater os vírus
• Antibióticos não possuem efeito contra os vírus
• Vírus se multiplicam dentro das células
• Como os vírus se reproduzem dentro das nossas céls.
é extremamente difícil desenvolver drogas que
combatam os vírus sem danificar as céls. Humanas
• Antivírus tratam infecções virais
• Antivirais inibem algumas funções virais
(replicação), mas diferente dos Atbs. não “matam” os
vírus diretamente
Antivirais
• Um antiviral é uma classe de medicamentos usado
especificamente para tratar infecções virais. Como
os antibióticos para as bactérias, antivirais específicos são
usados para vírus específicos. Podem também distinguir-se
de virucidas, que desativam partículas do vírus fora do corpo.
Atuam em eventos específicos da replicação viral, inibição da
síntese de ácidos nucleicos ou proteínas do vírus.
Antivirais
• Porém as vacinas possuem um efeito limitado ou não
possuem efeito quando o indivíduo já está infectado.
• A nossa segunda opção no combate aos vírus são os
antivirais.
• Essas drogas podem interromper a infecção uma vez
que já se iniciou.
Apesar dos mais de 50 anos de
pesquisas, nosso arsenal de drogas
antivirais permanece perigosamente
pequeno
• Cerca de 30 drogas antivirais estão disponíveis no
mercado americano
• A maioria delas contra HIV e Herpes, e mais
recentemente HCV
Histórico
• Marboran® (1963)
- Eficaz na prevenção de varíola
- Êxito em epidemias do passado, apesar dos efeitos
colaterais
- Uso interrompido pelo sucesso da vacina e
consequente erradicação da doença.
Histórico
• Disponíveis desde 1940
• Bac se multiplicam independente do hosp. alvos específicos
• Muitos e altamente específicos Antibióticos
• 1° foi licenciado apenas na década de 60
• Vírus parasitas intracelulares seletividade dificultada
• Poucos e graus citotoxicidade
Antivirais
Tipos agentes quimioterápicos
• Virucidas: agentes que inativam vírus intactos
• Antivirais: agentes que inibem a replicação viral no
nível celular
• Imunomoduladores: agentes que intensificam a
resposta imune
Tipos agentes quimioterápicos
• Virucidas
- Podem causar inativação direta em um único passo
- Podem danificar céls. hospedeiras assim como os
vírus, portanto tem uso limitado
- Podem ser utilizado na prevenção da transmissão de
infecções virais
- Ex.: detergentes, solventes orgânicos, radiação
ultravioleta e radiação gama
Tipos agentes quimioterápicos
• Antivirais
- Replicação viral depende da atividade metabólica
celular
- Para que sejam úteis:
- devem inibir eventos vírus-específicos
- não devem interferir com o metabolismo celular
(toxicidade para cél/hospedeiro)
- Tipicamente tem um espectro restrito de atividade
Tipos agentes quimioterápicos
• Imunomoduladores
- Drogas imunoestimulatórias
- Exacerbam o sistema imune
- Mais utilizados em infecções crônicas
- Chance menor de efeitos colaterais
- Ex.: IFN- (HBV, HCV, HPV e herpes)
Tipos agentes quimioterápicos
• Imunoprofilaxia
- Imunoglobulina G (IgG)
- purificada a partir de plasma humano
- pode prevenir infecções graves do TRI
- utilizada para leucemia de céls B, HIV
pediátrico e alguns vírus respiratórios
Tipos agentes quimioterápicos
• Imunoprofilaxia
- Ac monoclonais humanizados
- Ac neutralizantes específicos
- hibridomas
- profiláticos
- alto custo ( US$ 1000 por dose/profilaxia 5
doses)
Análogos de Deoxiuridina
• Descrito inicialmente como droga anti-tumoral
• Atualmente utilizado no tratamento de infecção
herpética ocular
• HSV-1, VZV e EBV
Análogos de Nucleosídeos
• Isolados inicialmente de esponjas marinhas
• Considerado inicialmente uma droga anticâncer
• Mais conhecido: aciclovir
• Bastante eficaz contra HSV e VZV
• Também utilizados contra HBV e HIV
Análogos de Pirofosfato
• Foscarnet (1978)
• Não necessita de fosforilação como os análogos de
nucleosídeos
• Antividade inibitória contra vírus de DNA e
retrovírus
Análogos de Pirofosfato
• Atividade contra HSV-1/2, VZV, HCMV, EBV, HIV
E HBV
• Foscarnet utilizado com casos de HCMV resistentes
aos análogos de nucleosídeos clássicos (aciclovir)
• Foscarnet tbm utilizado com casos de HSV em
pacientes HIV positivos
Inibidores de TR nucleosídeos
• Zidovudina (AZT): descoberto 1985 licenciado em
1987
• Primeira droga do grupo NRTIs
• Anti-HIV
• Necessário fosforilação para se tornar
ativo
Inibidores de TR nucleosídeos
• Normalmente não são administrados sozinhos
• NTRIs apresenta uma baixa barreira genética às
mutações que levam a resistência
• Quebra de patente comum: torna essas drogas
populares e a primeira linha de agentes anti HIV em
países necessitados
Inibidores de TR nucleosídeos
• Efeitos adversos
- neuropatia periférica
- náusea
- cefaléia
- rash
- anemia
- leucopenia
- pancreatite
- gota
- hipersensibilidade
EFEITOS ADVERSOS REVERSÍVEIS
Inibidores de TR nucleosídeos
• Mas o AZT não interfere com as DNA polimerases
humanas?
- Porque o AZT apresenta uma afinidade muito maior
pela RT do que pelas DNAs polimerases humanas
- 100-300x mais afinidade pela RT do HIV do que
pelas DNAs polimerases humanas
Inibidores de TR não-nucleosídeos
• Descoberto no final 1980
• 5 drogas atualmente disponíveis
• Diferente dos NRTIs, os NNRTIs não
necessitam processamento metabólico
Inibidores de TR não-nucleosídeos
• NNRTIs são indicados para o HIV-1, pois o HIV-2
são naturalmente resistentes a esta classe de drogas
• Amplamente utilizados como a primeira escolha,
associados à outras drogas (once-daily pill)
• Efeitos adversos mais comuns: rash, toxicidade para o
SNC e elevação das enzimas hepáticas
Inibidores de protease
• 12 drogas contra HIV e 7 contra HCV (NS3/4A)
• 1995 saquinavir é aprovado (primeiro inibidor de
protease contra HIV)
• Componentes atuais da HAART, tanto para HIV-1
quanto para HIV-2
• Todos os IPs contra HCV: genótipo 1
Inibidores de integrase
• Primeira droga licenciada em 2007
• Anti-HIV
• 3 drogas aprovadas atualmente
• Muito utilizados na HAART
Inibidores de integrase
• Superiores aos NRTIs, NNRTRIs e PI, pois
apresentam baixas taxas de resistência
• 4 drogas em clinical trial
• Efeitos adversos: náusea, diarréia, hepatite, e
hipersensibilidade.
Inibidores de entrada
• 7 drogas aprovadas
• 1 HSV
• 2 HIV
• 2 RSV (anticorpos monoclonais)
• 2 VZV (anticorpos monoclonais)
Análogos guanosina acíclicos
• 6 compostos aprovados (aciclovir)
• Aciclovir: HSV-1/2
• Penciclovir: VZV
• ganciclovir/valganciclovir: HCMV
Análogos guanosina acíclicos
• Aciclovir: competição com dGTP para síntese de
DNA pela polimerase viral
Inibidores NS5A/NS5B HCV
• Em Abril 2016: 8 drogas aprovadas
• Utilizadas no DAAs (antivirais de ação direta)
• NS5A/NS5B: complexo polimerase
• Desde 2013 substituto do IFN peguilado
Inibidores de neuraminidase
• Impedem a liberação do vírus
• Oseltamivir (oral)
• Zanamivir (inalatório)
Profilaxia pós-exposição HIV
(PEP)
• Após exposição iniciar tratamento o mais rápido
possível (< 24hr)
• Eficiência acima de 90%
TENOFOVIR+LAMIVUDINA+DOLUTEGRAVIR
Terapia antirretroviral potente
• Criado em 1997 (“coquetel anti-AIDS”)
• Posteriormente HAART/TARV
• Atualmente combinação de três drogas
• Programa Nacional de DST e AIDS: modelo
Terapia antirretroviral potente
2 ITRN/ITRNt + Inibidor integrase
Tenofovir/lamivudina + Dolutegravir
Efeitos adversos dos medicamentos
• Zidovudina(AZT): toxidade hematológica e
lipoatrofia (longo prazo);
• Efavirenz(EFZ): tonturas, alterações do sono, sonhos
vívidos e alucinações.
• Nevirapina(NVP): toxicidade hepática, exantema (7%
dos casos) e risco de desencadear síndrome de
Stevens-Jonhson.
Efeitos adversos dos medicamentos
• Lopinavir(LPV): associado à maior ocorrência de
dislipidemia.
• Atazanavir(ATV): aumento da bilirrubina total (35 a
47% dos casos).
• Tenofovir(TDF): toxicidade renal.
• Geral: náuseas, vômito, diarréia, anorexia, cefaléia,
alterações no paladar, mal estar, insônia, fezes mal
formadas, astenia e dor abdominal.
Profilaxia pré-exposição HIV
(PrEP) • PrPE: início 24 de Maio de 2017
• 12 cidades
• 7 mil tratamentos
• Até 99% de proteção em HSH (seguir tratamento)
• Populações chave: casais soro discordantes; homens
que fazem sexo com homens (HSH); profissionais do
sexo e pessoas transgêneros (travestis e transexuais)
http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/cidadao/principal/agencia-saude/28505-medicamento-como-prevencao-
para-hiv-sera-incorporado-no-sus