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Otimizao do processo de anodizao e colorao do alumnio utilizando
pigmento orgnico
G. J. T. Alves1, A. F. Fritzen2, Gallina, A. L2, Kurchaidt, S.
M.2, Antunes, S. R. M.1, Rodrigues, P. R. P.2.
1Universidade Estadual de Ponta Grossa UEPG (PR), 2Universidade
Estadual do Centro-Oeste UNICENTRO (PR).
Resumo: Na anodizao do alumnio possvel criar nanotubos, que
permitem a insero de pigmentos e outros compostos no interior
destes. O presente trabalho estudou o comportamento da liga de
alumnio da srie 6000 anodizada e colorida com o corante vermelho
limpol, em meio de Na2SO4 0,5 mol L-1 em pH = 4. As tcnicas
empregadas foram: polarizao potenciosttica andica, potencial de
circuito aberto, quimiometria, resistncia de polarizao e
micrografia ptica. Os resultados do tratamento estatstico mostraram
que para uma concentrao do eletrlito, quanto maior a densidade de
corrente, menos corante e tempo so necessrios. Sendo assim possvel
obter o alumnio colorido com diminuio dos custos em relao energia
empregada no processo, associada diminuio do tempo para o processo.
Palavras-chave: anodizao, corroso, AA6000. 1 - INTRODUO
A utilizao do alumnio tornando-se cada vez maior, devido leveza
do metal e sua elevada resistncia a corroso. A anodizao do alumnio
j uma tcnica bem conhecida e est sendo muito utilizada para o
aumento da durabilidade, pois uma camada de nanotubos de xido de
alumnio criada, tornando-se possvel um tratamento posterior
[1].
Quando o alumnio ou suas ligas so anodizados em solues cidas,
como o cido sulfrico, cido fosfrico, cido oxlico ou cido crmico, o
filme de xido formado sobre sua superfcie muito poroso. Muitas
solues cidas podem ser usadas para anodizao, mas as solues de cido
sulfrico so as mais comumente utilizadas. O filme composto por duas
partes a partir do metal, a camada barreira que amorfa, e a camada
porosa, que devido sua estrutura ela pode absorver lquidos,
compostos orgnicos, corantes, etc [2].
Sabe-se que os processos dentro da camada de barreira so de
natureza eletroqumica, enquanto os processos dentro da camada
porosa so de natureza qumica e fsica. No entanto, devido
complexidade dos processos eletroqumicos dentro da camada porosa,
um mecanismo detalhado da influncia da corante sobre o filme de
xido muito difcil ou mesmo impossvel fornecer. Isto bastante
atribudo s dificuldades em estudar eletrocintica de fenmenos dentro
da camada de barreira (onde a produo de xido e crescimento de
filmes ocorre exclusivamente nesse lugar) e em determinar com
preciso as caractersticas estruturais dos poros. O equilbrio nas
condies utilizadas no processo de anodizao pode produzir xidos com
quase todas as propriedades desejadas, desde finas camadas de xidos
utilizadas em aplicaes decorativas at as mais elaboradas utilizadas
na engenharia [3].
Nesse processo, o alumnio utilizado como nodo em uma clula
eletroltica, e aplicado certo valor de corrente. Como resultado, o
metal pode ser utilizado em muitas aplicaes que abrangem desde a
indstria aeronutica at a da construo civil. Este processo de
anodizao que forma este filme de xido, o qual cresce a partir da
superfcie atingindo 1,0-1,2 nanmetros a cada volt de tenso
aplicada, faz com que o metal tenha um reforo nas suas qualidades
contra a corroso, como em meio de cloretos [4], aumentando suas
possibilidades de uso. Este revestimento poroso tambm pode ser
colorido por uma srie de mtodos[5].
O atual processo de colorao do xido de alumnio no muito
complexo. Uma soluo com baixa concentrao de corante a uma
temperatura mdia de 50C compe o banho de colorao. O alumnio
previamente anodizado simplesmente imerso nesse banho por um
pequeno perodo de tempo, usualmente de 10 a 30 minutos. O material
ento selado aumentando a resistncia e a sada do corante inserido
[6].
Em muitos trabalhos, dois tipos diferentes de anodizao tm sido
utilizados: a anodizao branda (mild anodization MA) e anodizao
pesada (hard anodization HA). Na anodizao branda, certo valor de
densidade de corrente aplicado e mantido, enquanto na anodizao
pesada esse valor vai decaindo at terminar o tempo estabelecido. A
anodizao branda tem sido empregada em pesquisas com nfase na
nanotecnologia, pois permite uma formao ordenada da camada de xido
de alumnio andico, apesar de sua limitada capacidade de se
auto-organizar, necessitando grande controle para obteno de bons
resultados. Por outro lado a anodizao pesada, que realizada em
nveis relativamente baixos de temperatura e alta densidade de
corrente (j = 50 mA/cm2) utilizando H2SO4 como eletrlito, tem
Encontro e Exposio Brasileira de tratamento de superficieIII
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sido rotineiramente utilizado para vrias aplicaes industriais,
que juntando com a alta velocidade de crescimento da camada andica
(50-100 m/h) resulta em uma alta qualidade tcnica. No entanto, os
poros da camada andica so menos organizados que a mesma camada
produzida por anodizao branda e, assim, processos realizados por
anodizao pesada ficaram fora de foco na atividade de pesquisa
acadmica por um bom tempo [7].
Dependendo do grau de impermeabilizao, a porosidade da camada de
alumnio anodizado pode variar muito. O processo de anodizao
consiste, essencialmente, em trs etapas, cada qual tem um impacto
sobre as propriedades da superfcie formada. Estas trs etapas
so:
1) a limpeza da superfcie de alumnio, que geralmente feita por
polimento seguido de imerso em banho desengraxante; 2) processo de
anodizao, que realizado uma eletrlise em meio cido; 3) a etapa de
vedao, que pode ser realizada por imerso em gua quente em presena
de sais de acetato ou oxalato, por vapor dgua ou ainda por
aquecimento do prprio banho de colorao quando o alumnio colorido
por imerso [8]. Dois tipos de colorao do alumnio so muito
utilizados atualmente: colorao integral (eletroltico) ou por
imerso. O processo eletroltico de colorao consiste na imerso do
alumnio em banho de cido sulfrico convencional de anodizao seguido
por um tratamento de corrente contnua em um banho de estanho,
nquel, cobalto ou sais de outros metais, para produzir uma srie de
cores escuras, bem como azuis, verdes, amarelas, e outros. O banho
mais comum uma base de estanho. As cores produzidas no so de liga
leve ou espessura dependentes e so mais fceis de controlar [9].
O processo de colorao por imerso no tem o uso to intensivo de
energia como processo o de colorao integral. por esta razo que este
processo quase foi totalmente substitudo pelo processo de colorao
integral nos ltimos anos. Ao contrrio de anodizao com cido
sulfrico, o processo de colorao controlado por tenso e tempo, ao
invs de densidade de corrente. Dependendo do banho utilizado, a
colorao tempo pode variar de 20 segundos para cores claras a 10
minutos para as mais escuras. O uso de corrente contnua
especialmente constitudo do uso fontes de alimentao, com
cronometragem eletrnica e controle de tenso ajudando a produzir um
acabamento que reprodutvel tempo aps tempo. Essas fontes e sistemas
contendo estabilizadores de banho, potenciadores de cor, e outros
aditivos, esto sendo comercializados e utilizados em todo o setor
industrial de acabamento [10].
A colorao pode ser realizada com compostos orgnicos ou
inorgnicos, assim as possvel alcanar opes de cores quase
ilimitadas. Corantes orgnicos, no entanto, no so resistentes luz UV
e so mais adequados para aplicaes interiores. J a colorao
eletroltica, que usa uma corrente contnua para a deposio de metais
nos poros, um processo rpido e tem muitas aplicaes industriais. Mas
entre os pigmentos existentes, os corantes orgnicos tm atrado uma
grande ateno para o comrcio do alumnio colorido, devido ao seu
baixo custo e uma grande variedade de cores. Sendo assim, a partir
do ponto de vista da resistncia corroso, a influncia de cores nas
propriedades eletroqumicas do filme de xido pode ser muito
importante. Neste sentido, espera-se que a absoro de orgnicos
corante sobre o filme de xido pode mudar as caractersticas eltricas
e morfologia do xido de alumnio. A selagem dos poros, que ocorre
aps a colorao, proporciona ao filme um aumento ainda maior na
resistncia contra a corroso, resistncia ao desgaste do prprio
pigmento e resistncia luz solar [11]. Com o processo de anodizao
muito estudado, principalmente os que utilizam cido sulfrico, e o
processo de colorao com compostos orgnicos j difundidos, possvel
realizar um estudo da influncia dos fatores presentes nas etapas de
colorao do alumnio. Com esse estudo, o processo pode ser otimizado
com um menor tempo de anodizao e colorao, utilizao mnima de
reagentes e recuperao ou reutilizao dos descartes do processo
evitando assim uma contaminao em outros ambientes. Os resultados
tambm apresentaro qual fator ser variado para produo de um metal
com a camada colorida mais resistente a corroso [12].
O presente trabalho estudou o comportamento da liga de alumnio
da srie 6000 anodizada e colorida com o corante vermelho limpol
(nome comercial), em meio de Na2SO4 0,5 mol L-1 em pH = 4. As
tcnicas empregadas foram: polarizao potenciosttica andica,
potencial de circuito aberto, quimiometria, resistncia de polarizao
e micrografia ptica. Um planejamento fatorial foi proposto
utilizando quatro variveis. A resposta para o planejamento foi o
clculo da resistncia de transferncia de carga, por uma polarizao
realizada em cela eletroqumica utilizando platina como contra
eletrodo e eletrodo de sulfato mercuroso como referncia. Os
resultados do tratamento estatstico mostraram que, a partir dos
valores dos parmetros retirados da literatura, em um valor de
concentrao do eletrlito, quando a densidade de corrente de anodizao
maior, menos tempo de anodizao e concentrao do corante so
necessrios. A partir disso, as curvas de polarizao mostraram que as
amostras de alumnio anodizadas e coloridas so muito mais
resistentes no trecho andico e no meio estudado, que o alumnio
somente polido. As anlises por microscopia ptica confirmam os
resultados anteriores demonstrando que h uma dissoluo do corante na
soluo, mas o filme continua protegendo o metal base. Assim, os
resultados mostram uma eficiente colorao das peas de alumnio com
diminuio dos custos em relao a energia empregada no processo,
associada a diminuio do tempo para o processo, o que pode ampliar a
produo industrial das peas de alumnio coloridas via anodizao.
Encontro e Exposio Brasileira de tratamento de superficieIII
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2. PARTE EXPERIMENTAL 2.1. Estudo Estatstico
Foram realizados planejamentos fatoriais para a otimizao do
processo de anodizao e colorao. Os fatores inseridos no estudo
foram: tempo de anodizao, concentrao do eletrlito, densidade de
corrente aplicada na anodizao e concentrao do corante. As respostas
para este estudo sero em relao s medidas de Resistncia de
Transferncia de Carga (item 2.3). Com isto, foram utilizados os
diagramas de contorno para apontar os melhores resultados e, com
estes, realizadas as medidas eletroqumicas e pticas. O planejamento
proposto 24, o qual resultou em 16 ensaios. Esses foram realizados
em triplicata e os valores dos limites inferiores e superiores de
densidade de corrente de anodizao, tempo de anodizao, concentrao do
eletrlito e concentrao do corante so: 10 e 30 mA/cm2, 10 e 20
minutos, 10 e 15% e 1 e 2 g/L, respectivamente. 2.2. Anodizao e
Colorao dos Eletrodos
Todos os dados impostos para o processo, e colocados no
planejamento, foram retirados de estudos previamente realizados e
consultados em trabalhos anteriores, juntamente com as pesquisas
bibliogrficas.
A superfcie das peas de alumnio so polidas, e logo em seguida
anodizadas com o tempo, densidade de corrente e concentrao do
eletrlito proposta pelo planejamento que neste caso varia de 5 e 10
minutos, 10 e 30 mA/cm2, 10% e 15%, respectivamente. A temperatura
fixada em 35 5C.
Logo em seguida as peas so submetidas ao banho de colorao. Nesta
etapa, o fator que varia a concentrao do corante. Cada pea fica
imersa no banho durante 20 minutos com agitao contnua da soluo (com
barra magntica) a uma temperatura fixa em 50 5C. Em seguida,
aumenta-se a temperatura do prprio banho at 80C para o selamento
dos poros da camada de xido. 2.3. Polarizao Potenciodinmica
Andica
Uma clula composta de trs eletrodos foi montada para as medidas
eletroqumicas. As amostras de alumnio anodizadas e coloridas eram
os eletrodos de trabalho (EW), sulfato mercuroso como eletrodo de
referncia (ESM) e uma placa de platina de grande rea contra
eletrodo. O estudo est foi realizado em meio de Na2SO4 0,5 mol/L,
que serve como eletrlito, tamponado em pH = 4,
A partir disso, primeiramente foi medido o potencial de circuito
aberto. O potencial em equilbrio, que considerado quando este no
varia 5 mV durante o perodo de 30 minutos, para cada amostra foi
obtido apresentando o potencial de corroso (Ecorr).
Logo aps, curvas de polarizao foram levantadas a fim de obter
resultados da resistncia de transferncia de carga (RTC). A RTC pode
ser obtida aplicando uma sobretenso () prximo a 5 mV, sendo que com
este valor, o sistema no perturbado. Com isso, pode-se montar uma
curva de x j, onde se calcula por regresso o valor do coeficiente
linear, sendo esse o valor da RTC. Neste trabalho aplicou-se uma de
+ 5 mV com velocidade de varredura (v.v.) de 0,2 mV/s.
Depois de obtido os valores de RTC, os diagramas de contorno
mostraram quais dos ensaios do planejamento fatorial levam as
melhores respostas. A partir desses, outras curvas de polarizao
foram levantadas, mas nesse caso desde o Ecorr at uma de + 1,5 V e
v.v. de 10 mV/s. Isso para mostrar o comportamento eletroqumico das
amostras anodizadas e coloridas frente a do alumnio somente
polido.
2.4. Microscopia ptica As amostras dos ensaios com melhores
respostas do planejamento fatorial foram analisadas em um
microscpio ptico, a fim de estudar a superfcie do alumnio anodizado
e colorido antes e depois das polarizaes. Tambm foram analisadas
amostras do alumnio somente polido e somente anodizado. 3.
RESULTADOS E DISCUSSES Aps os tratamentos da superfcie, nota-se uma
homogeneidade do polimento no alumnio, como pode ser conferida na
figura 1. Algumas ranhuras so observadas devido ao lixamento e
pontos mais escuros, que podem ser cristais de SiC impregnados ou
incluses da prpria liga metlica.
Encontro e Exposio Brasileira de tratamento de superficieIII
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Figura 1. Microscopia ptica do alumnio somente
polido. Aumento de 200x.
Figura 2. Microscopia ptica do alumnio
anodizado. Aumento de 200x. Depois da anodizao (figura 2)
percebe-se o aumento dos pontos escuros, onde ocorreu uma maior
oxidao nas regies que possuam maior incidncia de incluses, que
foram oxidadas, as quais provavelmente foram retiradas durante a
anodizao, causando vacncias na superfcie do metal. J a regio de
colorao cinza refere-se camada de xido uniforme desenvolvida na
superfcie do corpo e prova de alumnio. O eletrodo utilizado
mostrado nas figuras 3 e 4, antes e depois da colorao,
respectivamente.
Depois de anodizado e colorido, o eletrodo foi imerso no meio de
estudo, acoplado ao voltmetro e medido em relao ao eletrodo de
referncia (ESM) o potencial de circuito aberto (Eca). O
comportamento das diversas medidas foi semelhante, desta forma a
figura 5 apresenta a medida de Eca em um dos estudos.
Nota-se na figura 5 uma elevao do valor de potencial no trecho
inicial das medidas seguido de um decrscimo, isto sugere que o
filme de xido na anodizao moderadamente diferente do medido em meio
de sulfato de sdio, e que o xido neste meio estudado tem
caractersticas catdicas, o potencial de corroso (Ecorr) obtido
-1,034 V vs. ESM.
Analogamente, o potencial de corroso foi obtido em todos os
ensaios do planejamento, nos intervalos de tempo, concentrao do
eletrlito e densidades de corrente estabelecidos na anodizao e com
suas respectivas concentraes de corante.
Os resultados das medidas de potencial de circuito aberto
mostram que as variveis estudadas permitem uma variao significativa
nos valores de Ecorr, apresentando uma variao mdia de Ecorr =
-0,685 0,342 V vs. ESM. Esta variao pode ser atribuda as variveis,
como maior e menor tempo de anodizao, maior ou menor concentrao do
corante e at a mudana da concentrao do cido, como relatado por
AHMADI [1], onde a anodizao desenvolvida em concentraes de 14 e 18%
do eletrlito permite a gerao de uma camada de xido no metal
estudado, mais resistentes a corroso do que em maiores concentraes.
Para a caracterizao eletroqumica do metal anodizado e colorido,
quanto a maior resistncia a corroso, pode se garantir que, quanto
maior a resistncia a polarizao e conseqentemente o metal base passa
a no ser um eletrodo polarizado ideal, empregou-se os
Figura 3. Pea de alumnio somente
polido utilizada no estudo.
Figura 4. Pea de alumnio aps a
anodizao e colorao.
Figura 5. ECA da amostra de alumnio referente ao ensaio 1 do
planejamento fatorial, em meio de Na2SO4 0,5mol.L-1 e pH=4.
Encontro e Exposio Brasileira de tratamento de superficieIII
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ensaios de resistncia de transferncia de carga para estes
estudos. Nos diversos ensaios propostos inicialmente no
planejamento experimental, aplicou-se um sobretenso andica de no
mximo 10 mV em relao ao Ecorr e os resultado de um dos ensaios
(ensaio 1) apresentado na figura 6. Pelo coeficiente angular da
figura 6 possvel calcular a RTC e verificar em qual situao a
anodizao e a colorao mais resistente a corroso no meio
estudado.
Nota-se na figura 6 que o coeficiente angular resultou em uma
RTC da ordem 1,2x105 .cm2. Todas as medidas foram repetidas no
mnimo trs vezes para cada ensaio proposto e os resultados mdios
obtidos RTC foram colocados como resposta do planejamento e assim
realizados as anlises estatsticas.
Nos resultados observados, nota-se que em dois ensaios o valor
de RTC ficou muito mais elevado que os demais. Estes ensaios, aqui
so numerados como E1 e E2. Nesses dois experimentos a camada andica
juntamente com a colorao fez com que a superfcie ficasse muito
protegida no meio estudado, fornecendo uma resistncia maior do
metal oxidao.
Com esses resultados calculados, o estudo prosseguiu somente com
as variveis destes dois ensaios (E1 e E2). A partir da anlise de
varincia das respostas obtidas, os efeitos de todas as variveis
individuais no foram
estatisticamente significativos, dentro de um limite de confiana
de 95%, bem como a interao entre todas as estas. possvel observar
que este modelo no conclusivo, porm apresenta forte direcionamento
para estudos futuros
de aperfeioamento do processo de anodizao e colorao do alumnio,
sendo utilizadas para isto as variveis, tempo (X1) e densidade de
corrente de anodizao (X2), que demonstraram maior efeito para a
resistncia de transferncia de carga no alumnio anodizado e colorido
e a interao destes com a concentrao do corante (X3).
Estes resultados sugerem que o estudo apresenta dois diferentes
direcionamentos, um que demonstra que a resposta teve um valor alto
no E1 (Figura 7) e outro no E2 (Figura 8).
Figura 7. Diagrama de contorno para a resistncia de
transferncia de carga do alumnio anodizado e colorido em funo de
X1 (densidade de corrente de anodizao) e X2
(tempo de anodizao) com X3 (concentrao do corante) e X4
(concentrao do eletrlito) a -1.
Figura 8. Diagrama de contorno para a resistncia de
transferncia de carga do alumnio anodizado e colorido em funo de
X1 (densidade de corrente de anodizao) e X2
(tempo de anodizao) com X3 (concentrao do corante) a 1 e X4
(concentrao do eletrlito) a -1.
Os resultados das figuras 7 e 8 mostram que existem duas situaes
onde o alumnio pode ser colorido com uma
grande eficincia na sua proteo a corroso: (1) Quando o alumnio
anodizado com densidades de correntes mais altas e em menor tempo,
os poros
necessitam de uma menor concentrao corante para serem
preenchidos, permitindo uma economia na
Figura 6. Curva do caso limite da equao de Butler-
Volmer: ensaio 1 do planejamento fatorial.
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produo quanto ao uso de corante e menor liberao de gs hidrognio
devido ao tempo utilizado na anodizao (E1);
(2) Quando a anodizao ocorre em densidades de correntes mais
baixa, necessrio mais tempo e concentrao maior de corante.
Permitindo uma economia quanto a energia empregada, mas um maior
gasto de corante e uma evoluo maior de gs hidrognio (E2).
As curvas de polarizao andica para as mostras de alumnio dos
ensaios E1 e E2 em meio de Na2SO4 0,5 mol L-1 so mostradas na
figura 9.
Na figura 9 A observa-se que os ensaios E1 e E2 do alumnio
anodizado e colorido apresentam densidades de corrente menores do
que as registradas para o alumnio somente polido, sugerindo uma
maior proteo a oxidao deste metal em meio de Na2SO4 0,5 mol.L-1.
Nota-se na figura 9 B que as densidades de correntes registradas
para os ensaios E1 e E2 so menores que 10-5 A.cm2 sugerindo que os
materiais estejam passivados, alm de se observar que o ensaio 9
apresenta menores densidades de corrente em todo trecho de
potencial andico estudado, quando comparado ao sistema polido e o
ensaio E1.
As microscopias pticas para os corpos de prova de alumnio quanto
ao ensaio E1 do planejamento fatorial antes e aps a polarizao
andica so apresentados nas figuras 10 e 11, respectivamente.
Figura 10. Micrografia da amostra do ensaio E1 do
planejamento fatorial antes da polarizao. Aumento de 200x.
Figura 11. Micrografia da amostra do ensaio E1 do
planejamento fatorial aps a polarizao. Aumento de 200x.
Nota-se pelas figuras 10 e 11, que aps a polarizao andica a
superfcie metlica diminui a intensidade de cor, provavelmente
devido dissoluo do corante no meio estudado. Outro importante
relato quanto aos pontos escuros, muito provavelmente devido
dissoluo das incluses presentes na liga de alumnio.
As microscopias pticas para os corpos de prova de alumnio quanto
ao E2 do planejamento fatorial antes e aps a polarizao andica so
apresentados nas figuras 12 e 13, respectivamente.
Figura 9. Curvas de polarizao em Na2SO4 0,5 mol.L-1 dos ensaios
do
planejamento fatorial E1 e E2 e do aluminio somente polido.
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Figura 12. Micrografia da amostra do ensaio 7 do
planejamento fatorial antes da polarizao. Aumento de 200x.
Figura 13. Micrografia da amostra do ensaio 7 do
planejamento fatorial antes da polarizao. Aumento de 200x.
Os resultados apresentados na figura 12 e 13 so semelhantes aos
observados na figura 10 e 11, com ressalva que
neste ensaio a intensidade da clorao superficial menor do que o
observado para as figuras 10 e 11, provavelmente devido a densidade
de corante menor aplicada no ensaio podendo ter gerado nanotubos de
menor dimetro, justificando assim a intensidade de cor menor na
superfcie metlica. 4. CONCLUSES
(1) O planejamento experimental proposto, pode ser utilizado
para estudos de otimizao do processo de anodizao e colorao do
alumnio, proporcionando uma economia tanto na questo energtica,
quanto na utilizao de reagentes, o que acarreta em um menor impacto
ambiental;
(2) O alumnio anodizado e colorido oferece uma proteo em torno
de 99% maior que do alumnio somente polido,
demonstrando ser, alm de um timo tratamento de superfcie contra
a corroso, um processo que tambm pode ser utilizado para fins
decorativos.
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Sociedade Brasileira de Qumica, 2009, Florianpolis. Anais da 34
Reunio Anual da Sociedade Brasileira de Qumica, 2009.
7. DETALHES DOS AUTORES
Guilherme Jose Turcatel
Alves
Graduado em Qumica pela Universidade Estadual do Centro-Oeste
(2009). Mestre em Qumica Aplicada (2012) pela Universidade
Estadual
de Ponta Grossa.
Aline F. Fritzen
Graduando em Qumica, Bolsista do CNPq de Iniciao Tecnolgica.
Andr Lazarin Gallina
Possui graduao em Qumica: Bacharel (2009) e Licenciatura (2011)
pela Universidade Estadual do Centro-Oeste, e Mestre em Bioenergia
(2011) pela Universidade Estadual do Centro-Oeste e doutorando
em
Qumica (2012) pela Universidade Estadual do Centro Oeste.
Sonia Maria Kurchaidt
Possui graduao em Cincias Licenciatura de 1 Grau com
Complementao em Matemtica pela Fundao Faculdade Estadual de
Filosofia Cincias E Letras de Guarapuava (1984) e mestrado em
Estatstica pela Universidade Estadual de Londrina (1994), aluna
do
curso de Doutorado em Engenharia Florestal da Universidade
Estadual do Paran, UFPR. Atualmente professora titular da
Universidade Estadual do Centro-Oeste. Tem experincia na rea de
Matemtica,
Probabilidade e Estatstica, com nfase em Anlise de Dados e
Experimentao Agromonica, atuando principalmente em
Estatstica.
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Sandra Regina M. Antunes
possui graduao em Licenciatura e Bacharelado Em Qumica pela
Universidade Estadual de Londrina (1987) e doutorado em Qumica
pela
Universidade Federal de So Carlos (1993). Atualmente professora
associado da Universidade Estadual de Ponta Grossa. Tem experincia
na
rea de Qumica, com nfase em Qumica de Materiais, atuando
principalmente nos seguintes temas: dixido de estanho,
varistores,
clulas fotovoltaicas, biomateriais. Professora dos Programas de
Ps Graduao em: Bioenergia e de Qumica Aplicada
Paulo Rogrio Pinto
Rodrigues
Graduado em Bacharel e licenciatura em Qumica pela Universidade
Estadual de Londrina (1988), mestre em Qumica (Fsico-Qumica) pelo
Instituto de Qumica da Universidade de So Paulo (IQUSP) desde 1993,
Doutor em Qumica (Fsico-Qumica) pelo IQ-USP em 1997. Atualmente
Professor Associado da Universidade Estadual do Centro Oeste (PR),
orientador de Mestrado e Doutorado, com atividades
administrativas:
Diretor da Agncia de Inovao - NOVATEC / UNICENTRO e Bolsista
Produtividade do CNPq Desenvolv. Tecnol. e Ext. Inovadora .
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