Top Banner
1 ENERGIA 1 – INTRODUÇÃO Definir energia é muito difícil, costumamos, em física, defini-la como a capacidade de realizar um trabalho. A energia se manifesta de diversas formas, como, por exemplo, a energia elétrica, energia nuclear, energia solar e outras formas. A partir de agora iremos discutir este tema de suma importância para a compreensão melhor de nosso dia-a-dia. Passaremos a estudar e classificar a energia em três tipos: cinética, potencial e mecânica. 2 – ENERGIA CINÉTICA (E C ) O conceito de energia cinética está ligado com o movimento de um ou mais corpos. Portanto só temos energia cinética se existir velocidade. Se um corpo estiver em repouso sua energia cinética será nula. 2 UNIDADE NO SI: E C Energia Cinética => joule (J) m Massa => quilograma (kg) v Velocidade => metro por segundo (m/s) TEOREMA DA ENERGIA CINÉTICA: A ideia física do Teorema da Energia Cinética é extremamente importante para a compreensão do conceito de Trabalho em física. Supondo uma força F constante, aplicada sobre um corpo de massa m com velocidade V A , no início do deslocamento d e velocidade V B no final desse mesmo deslocamento. O Trabalho realizado pela força resultante que atua sobre o corpo é igual a variação da energia cinética sofrida por este corpo. 1 - Uma bala de 10 g atinge um obstáculo com velocidade igual a 600 m/s. Determine a energia cinética desta bala antes de atingir o obstáculo. 2 – Qual é a energia cinética de uma bola de tênis de massa 0,06 kg num saque a 144 km/h? 3 – Um corpo de massa 3 kg possui energia cinética de 150 J. Calcule a velocidade que este corpo se movimenta. 3 – ENERGIA POTENCIAL GRAVITACIONAL (E P ) Existe uma forma de energia que está associada à posição, ou melhor, uma energia que fica armazenada, pronta para se manifestar quando exigida, esta forma de energia recebe o nome de Potencial. Devido ao campo gravitacional um corpo nas proximidades da superfície terrestre tende a cair em direção ao centro da Terra, este movimento é possível devido a energia guardada que ele possuía. Esta energia é chamada Potencial Gravitacional. .. UNIDADE NO SI: E PG Energia Potencial Gravitacional => Joule (J)
30

ANO 2C FISICA 2016 - singularsantoandre.com.br · Se um corpo estiver em repouso sua ... Qual é a energia cinética de uma bola de tênis de massa 0,06 kg num ... (kg) g → aceleração

Nov 10, 2018

Download

Documents

doandiep
Welcome message from author
This document is posted to help you gain knowledge. Please leave a comment to let me know what you think about it! Share it to your friends and learn new things together.
Transcript
Page 1: ANO 2C FISICA 2016 - singularsantoandre.com.br · Se um corpo estiver em repouso sua ... Qual é a energia cinética de uma bola de tênis de massa 0,06 kg num ... (kg) g → aceleração

1

ENERGIA

1 – INTRODUÇÃO Definir energia é muito difícil, costumamos, em física, defini-la como a capacidade de realizar

um trabalho. A energia se manifesta de diversas formas, como, por exemplo, a energia elétrica, energia nuclear, energia solar e outras formas. A partir de agora iremos discutir este tema de suma importância para a compreensão melhor de nosso dia-a-dia. Passaremos a estudar e classificar a energia em três tipos: cinética, potencial e mecânica.

2 – ENERGIA CINÉTICA (EC)

O conceito de energia cinética está ligado com o movimento de um ou mais corpos. Portanto só temos energia cinética se existir velocidade. Se um corpo estiver em repouso sua energia cinética será nula.

�� ��. �²

2

UNIDADE NO SI:

EC → Energia Cinética => joule (J) m → Massa => quilograma (kg)

v → Velocidade => metro por segundo (m/s) TEOREMA DA ENERGIA CINÉTICA: A ideia física do Teorema da Energia Cinética é extremamente importante para a compreensão do conceito de Trabalho em física. Supondo uma força F constante, aplicada sobre um corpo de massa m com velocidade VA, no início do deslocamento d e velocidade VB no final desse mesmo deslocamento.

O Trabalho realizado pela força resultante que atua sobre o corpo é igual a variação da

energia cinética sofrida por este corpo.

� ��� � ��

1 - Uma bala de 10 g atinge um obstáculo com velocidade igual a 600 m/s. Determine a energia cinética desta bala antes de atingir o obstáculo. 2 – Qual é a energia cinética de uma bola de tênis de massa 0,06 kg num saque a 144 km/h? 3 – Um corpo de massa 3 kg possui energia cinética de 150 J. Calcule a velocidade que este corpo se movimenta. 3 – ENERGIA POTENCIAL GRAVITACIONAL (EP)

Existe uma forma de energia que está associada à posição, ou melhor, uma energia que fica armazenada, pronta para se manifestar quando exigida, esta forma de energia recebe o nome de Potencial.

Devido ao campo gravitacional um corpo nas proximidades da superfície terrestre tende a cair em direção ao centro da Terra, este movimento é possível devido a energia guardada que ele possuía. Esta energia é chamada Potencial Gravitacional.

�� � �. �. �

UNIDADE NO SI: EPG → Energia Potencial Gravitacional => Joule (J)

Page 2: ANO 2C FISICA 2016 - singularsantoandre.com.br · Se um corpo estiver em repouso sua ... Qual é a energia cinética de uma bola de tênis de massa 0,06 kg num ... (kg) g → aceleração

2

m → massa => quilograma (kg) g → aceleração da gravidade local => metro por segundo ao quadrado (m/s²)

h → altura => metro (m) 4 – Uma garota de massa 50 kg está no alto de uma escada de 40 degraus, dos quais cada um tem altura de 25 cm. A aceleração da gravidade é g = 10 m/s². Calcule a energia potencial gravitacional da garota em relação ao solo. 5 – Um bloco de massa 20 kg é erguido até uma altura de 8 metros em relação ao solo. Considerando g = 10 m/s², determine a energia potencial gravitacional armazenada no bloco.

4 – ENERGIA POTENCIAL ELÁSTICA (EEL)

Ao esticarmos ou comprimirmos uma mola ou um elástico, sabemos que quando soltarmos esta mola ela tenderá a retornar a sua posição natural (original). Essa tendência de retornar a posição natural é devido a algo que fica armazenado na mola a medida que ela é esticada ou comprimida. Este algo é a energia potencial elástica. Como calcular?

��� ��. �²

2

UNIDADE NO SI:

EEL → Energia Potencial Elástica => Joule (J) k → constante elástica => Newton por metro (N/m)

x → deformação da mola => metro (m) 6 – Uma força de intensidade 800 N é aplicada a uma mola, deformando-a em 20 cm. Calcule a energia potencial elástica da mola. 7 – Uma mola não deformada possui tamanho de 20 cm e constante elástica de 500 N/m. Determine a energia elástica armazenada pela mola quando comprimida para 18 cm. 5 – PRINCÍPIO DE CONSERVAÇÃO DA ENERGIA MECÂNICA

Existem determinadas situações em que podemos perceber a energia potencial sendo transformada em energia cinética e vice-versa. Vejamos por exemplo a movimentação de um pêndulo simples:

O pêndulo é colocado a oscilar a partir do

ponto A, ou seja, no ponto A ele está em repouso. Desprezando qualquer forma de atrito, o pêndulo passa pelo ponto B e atinge o ponto C que está na mesma altura do ponto A.

Num sistema conservativo (sistemas em que não existam forças dissipativas, como atrito, resistência do ar, etc.) a energia mecânica será

sempre a mesma em qualquer instante.

���� � ������� � �� � ��� � ��� Exercícios: 8 - Uma pedra é atirada verticalmente para cima com velocidade inicial de 30 m/s. Desprezando a resistência do ar e adotando g = 10 m/s², determine a altura máxima atingida pela pedra. 9 - (FUVEST - adaptado) Numa montanha russa, um carrinho de massa 300 kg é abandonado do repouso de um ponto A que está a 80 m de altura. Supondo que o atrito seja desprezível, pergunta-se: a) o valor da velocidade do carrinho quando este atinge o ponto mais baixo da trajetória, o solo. b) a energia cinética do carrinho no ponto C que está a 20 m de altura.

Page 3: ANO 2C FISICA 2016 - singularsantoandre.com.br · Se um corpo estiver em repouso sua ... Qual é a energia cinética de uma bola de tênis de massa 0,06 kg num ... (kg) g → aceleração

3

10 - Uma bola de massa 0,5 kg é lançada verticalmente de baixo para cima, com velocidade inicial Vo = 20 m/s. A altura atingida pela bola foi de 15 m. Supondo-se a aceleração da gravidade local g =10 m/s², calcule a energia dissipada devido à resistência do ar. 11 – Uma criança de massa 20 kg desce um escorregador de altura 3 m a partir do repouso. Supondo g = 10 m/s² e que 40% da energia mecânica é dissipada durante o trajeto, determine a velocidade do menino ao chegar ao solo.

MOVIMENTO CIRCULAR 1 - INTRODUÇÃO

Uma partícula está em movimento circular quando sua trajetória é uma circunferência, como por exemplo, a trajetória descrita por uma pedra que gira presa na ponta de um barbante ou um carrinho num looping de uma montanha-russa.

2 - PERÍODO

Período de um movimento é o intervalo de tempo mínimo para que um fenômeno cíclico se repita. Estudaremos mais tarde o Movimento Circular Uniforme, para este tipo de movimento o período seria o tempo gasto para o móvel completar uma volta.

UNIDADE NO SI: T => segundos (s)

3 - FREQUÊNCIA

Frequência de um movimento periódico é o número de vezes de que um fenômeno se repete na unidade de tempo. Matematicamente temos para um número n de voltas em certo intervalo de tempo ∆t:

� ��

∆�

Page 4: ANO 2C FISICA 2016 - singularsantoandre.com.br · Se um corpo estiver em repouso sua ... Qual é a energia cinética de uma bola de tênis de massa 0,06 kg num ... (kg) g → aceleração

4

Considerando uma única volta, ou seja, n = 1, o intervalo de tempo corresponde ao período T, se substituirmos essas considerações na relação matemática da frequência, encontraremos uma relação entre frequência e Período:

� �1

f => rotações por segundos => Hertz (Hz)

Ou rotações por minuto (rpm)

CONVERSÃO DE UNIDADE: 1 Hz = 60 rpm

Exercícios: 1 - Um motor efetua 3000 rpm. Determine a frequência e o período em unidades do SI. 2 - Dadas as frequências abaixo, determine o período, em segundos: a) 40 Hz b) 60 rpm c) 100 Hz 3 – Um corpo em movimento circular com velocidade constante completa 20 voltas em 10 segundos. Qual o período e a frequência do movimento? DESAFIO: 4 - Um disco gira num plano horizontal ao redor de um eixo vertical que passa pelo seu centro. O disco efetua 5 rotações por segundo. Solta-se uma pedra, do repouso e no vácuo, de uma altura de 5m acima do disco, de tal modo que a pedra cai sobre o disco. Quantas rotações terá efetuado o disco desde o instante em que se solta a pedra até o instante em que ela toca o disco? (considere g = 10m/s²) 4 - GRANDEZAS ANGULARES

Para que tornemos mais simples o estudo do movimento circular, precisamos definir algumas grandezas angulares que serão extremamente úteis nos cálculos e interpretações desse tipo de movimento. De modo geral, para converter uma grandeza escalar em uma grandeza angular, basta uma divisão pelo raio:

��� !"#�� �$%�� � ��� !"#�"&'�%��

��()

� Espaço Angular (ϕϕϕϕ) Considere um móvel em trajetória circular de raio R e centro C. Podemos medir o espaço desse

móvel pelo ângulo ϕ, medido a partir da origem O, ou através do espaço s, medido sobre a trajetória, evidentemente que se tratando de movimento circular é muito mais simples utilizarmos a grandeza angular para localizar o móvel. Utilizando a regra geral de conversão entre grandeza angular e escalar, temos que:

* �+

,

UNIDADE NO SI: ϕ => radiano (rad) CONVERTENDO GRAUS EM RADIANOS: 2π rad = 360 graus

� Deslocamento Angular (∆∆∆∆ϕϕϕϕ) Da mesma forma que o deslocamento escalar mostra a variação do espaço de

um móvel entre dois pontos, o deslocamento angular determina a variação angular de dois pontos no Movimento Circular. Observe o esquema:

Page 5: ANO 2C FISICA 2016 - singularsantoandre.com.br · Se um corpo estiver em repouso sua ... Qual é a energia cinética de uma bola de tênis de massa 0,06 kg num ... (kg) g → aceleração

5

ϕ1 é a posição angular do móvel no instante t1.

ϕ2 é a posição angular do móvel no instante t2. Para determinarmos o deslocamento angular, basta fazer:

∆ϕ = ϕ2 - ϕ1

� Velocidade Angular (ω) Velocidade angular é a rapidez com que um móvel varia sua posição angular num intervalo de tempo ∆t.

- � .

,�∆*

∆/

UNIDADE NO SI:

ω => radianos por segundo (rad/s) 5 – MOVIMENTO CIRCULAR UNIFORME (MCU)

O Movimento Circular Uniforme é um movimento periódico, isto é, repete-se com as mesmas características em intervalos de tempos iguais. Como já vimos no MRU não ocorrem variações de velocidade escalar. A aceleração escalar é nula. Da mesma forma a velocidade angular será constante. Assim, quando ∆ϕ = 2 π rad, temos ∆t = T.

- �0.1

2� 0.1. 3 . � -. �

Exercícios: 5 - Um ponto material em MCU efetua 120 rpm. O raio da trajetória é de 20 cm. Determine: a) a frequência, em Hz; b) o período, em s; c) a velocidade angular; d) a velocidade escalar, em m/s; 6 - Um ponto material em MCU efetua 40 voltas em 10 segundos. O raio da trajetória é de 10 metros. Determine: a) a frequência, em Hz; b) o período, em s; c) a velocidade angular; d) a velocidade escalar, em m/s; 6 – ACELERAÇÃO DO MOVIMENTO CIRCULAR

Se o movimento é uniforme, existirá aceleração? Já estudamos que a aceleração é a grandeza física que indica a taxa da variação da velocidade na unidade de tempo. Esta variação pode ocorrer tanto na direção como em intensidade. Assim a aceleração instantânea deve ser estudada a partir de duas componentes:

• Aceleração tangencial (aT) Possui a função de alterar o módulo do vetor velocidade. Módulo: igual a aceleração escalar. Direção e sentido: Sempre tangente à trajetória.

aT = a

• Aceleração centrípeta (aCP) Possui a função de alterar apenas a direção do vetor velocidade. É exatamente essa função que faz a existência do movimento circular, caso a aceleração centrípeta seja igual a zero o movimento será retilíneo. Módulo:

�45 �.0

,

UNIDADE: m/s² Portanto, a resposta da pergunta inicial é que existe aceleração no Movimento Circular Uniforme; é a aceleração centrípeta, pois sem ela o movimento não seria circular.

Page 6: ANO 2C FISICA 2016 - singularsantoandre.com.br · Se um corpo estiver em repouso sua ... Qual é a energia cinética de uma bola de tênis de massa 0,06 kg num ... (kg) g → aceleração

6

7 - Calcular a aceleração centrípeta de um bloco que se move a uma velocidade de 5 m/s em uma trajetória circular de raio 10 metros. 8 – Sabendo que a aceleração centrípeta de um automóvel é de 20 m/s² e que sua velocidade é de 30 m/s, calcule o raio da trajetória. 7 - POLIAS E ENGRENAGENS

Desde acoplamento das duas catracas de uma bicicleta até acoplamentos mais complexos de máquinas industriais, existem muitas associações de polias. Passemos a estudar os dois casos possíveis: CASO 1 - LIGAÇÃO POR CORREIA: Admitindo que a correia (ou corrente, no caso da bicicleta) seja indeformável, podemos afirmar que a velocidade escalar tanto na posição 1 como na posição 2 é a mesma (repare que a velocidade escalar seria a velocidade na correia): v1 = v2

Utilizando a relação entre as velocidades linear e angular (v = w.r) e a relação w = 2.π.f, temos:

fA . RA = fB . RB

CASO 2 - LIGAÇÃO PELO CENTRO: Supondo que sejam acopladas duas polias ou roldanas concêntricas, ou seja, com o mesmo centro. Se as duas girarem juntas, o tempo de rotação das duas serão iguais. Logo as frequências também serão iguais e, consequentemente, a velocidade angular da roldana 1 será igual à da roldana 2. Portanto ω ω ω ω1 = ωωωω2 Porém como v = w.r e os raios das roldanas são diferentes, a velocidade escalar de cada uma será diferente. Como o raio da roldana 1 é menor que o da roldana 2, temos v1 < v2 Exercícios: 9 - Dois cilindros, 1 e 2, giram ligados por uma correia que não desliza sobre eles. Os valores dos raios são: R1 = 20 cm e R2 = 60 cm. Sendo a frequência de rotação do cilindro 1 igual a 15 rpm, calcule: a) a frequência do cilindro 2 b) a velocidade linear da correia, em m/s c) a velocidade angular da polia 1 d) a velocidade angular da polia 2 10 - Dois cilindros, 1 e 2, giram ligados por uma correia que não desliza sobre eles. Os valores dos raios são: R1 = 10 cm e R2 = 20 cm. Sendo a frequência de rotação do cilindro 1 igual a 20 rpm, calcule: a) a frequência do cilindro 2 b) a velocidade linear da correia, em m/s. c) a velocidade angular da polia 1. d) a velocidade angular da polia 2. 11 - Dois discos são acoplados de acordo com a figura abaixo. Sabendo que R1 = 8 m, R2 = 2 m e que a velocidade escalar do disco 2 é de 24 m/s, calcule: a) a velocidade angular do disco 2 b) a velocidade angular do disco 1 c) a velocidade escalar do disco 1 8 - RESULTANTE CENTRÍPETA (RCP)

Você deve ter reparado que grande parte dos brinquedos dos parques de diversões executa movimento de

rotação ou em trajetórias circulares. E, nesses movimentos ocorrem efeitos surpreendentes: carrinhos conseguem mover-se de cabeça para baixo, pessoas mantêm-se presas à lateral de plataformas cilíndricas girantes sem apoiar-se no piso, cadeirinhas vazias ou com pessoas sentadas inclinam-se igualmente em relação à vertical.

Page 7: ANO 2C FISICA 2016 - singularsantoandre.com.br · Se um corpo estiver em repouso sua ... Qual é a energia cinética de uma bola de tênis de massa 0,06 kg num ... (kg) g → aceleração

7

A pista do velódromo (local onde ocorrem corridas de bicicletas) possui uma inclinação. Isso permite que os ciclistas em alta velocidade façam a curva com segurança.

Agora, como essas coisas acontecem? O que seria o responsável para que tudo isso aconteça? A resposta

está na ideia do que é força centrípeta. Pois em todo movimento curvo existe força centrípeta.

Amarre uma pedra em uma das extremidades de uma corda, e faça esta pedra girar. A trajetória da pedra é circular e seu movimento é dito movimento circular. Note que a corda age na pedra com uma força perpendicular ao seu movimento e, portanto, perpendicular à velocidade; essa força é dirigida para o centro da trajetória e devido a isso recebe o nome de Resultante Centrípeta.

Assim, aplicando o princípio fundamental da dinâmica, observamos que o corpo possui aceleração dirigida para o centro, chamada aceleração centrípeta. Daí, temos:

RCP = m. aCP ou ,45 � 6..0

,

UNIDADE NO SI:

RCP → Resultante Centrípeta => Newton (N) m → massa => quilograma (kg)

v → velocidade escalar => metro por segundo (m/s) R → raio da trajetória => metro (m)

DIREÇÃO: Radial

SENTIDO: Para o centro da trajetória

Exercícios: 12 - Considere um corpo de massa 3 kg descrevendo uma trajetória circular de raio 2 m, com velocidade escalar constante de 10 m/s. Calcule a resultante centrípeta que atua no corpo. 13 - Determine a intensidade da força centrípeta necessária para manter um automóvel de massa 1000 kg numa trajetória circular de raio 100 m, à velocidade de 10 m/s. 14 - A força centrípeta que age numa partícula de massa 4 kg num movimento circular uniforme tem intensidade de 32 N. Se o raio da trajetória for 200 cm, determine a velocidade adquirida pela partícula. 9 – COMO É POSSÍVEL FICAR DE CABEÇA PARA BAIXO EM UM LOOPING E NÃO CAIR?

O trenzinho deve estar em velocidade para conseguir passar pelo ponto mais alto da trajetória. Qual seria a

velocidade mínima necessária? No ponto mais alto da trajetória há, basicamente, duas forças atuando sobre o trenzinho: a força normal (reação da pista à ação do trenzinho sobre ela) e a força peso do trenzinho. Ambas são verticais e apontam para o centro do looping, ou seja, são forças centrípetas.

Logo o módulo da força resultante (centrípeta) é: Fcp = P + N.

Se o módulo da velocidade cresce, a força normal também cresce, uma vez que todas as outras grandezas (massa, raio e aceleração da gravidade) são constantes. Logo, a mínima velocidade para que o trenzinho faça o looping, será a situação em que o valor da força normal é N = 0, ou seja, o trenzinho fica na iminência de cair e não troca forças com a superfície interna. Logo temos:

m.g = m.v² / R => v² = R.g

Para maior segurança, os projetistas do brinquedo fazem-no passar pelo ponto mais alto com velocidades maiores que estas (acima de 70 km/h). Um dos truques utilizados para se obter o aumento da velocidade no ponto mais alto consiste em diminuir o raio da curva. É por esse motivo que os loopings não são círculos perfeitos, mas apresentam um aspecto bastante característico.

Essa análise vale também para o motociclista no globo da morte, bem como quando um carro passa sobre uma lombada. Exercícios:

Page 8: ANO 2C FISICA 2016 - singularsantoandre.com.br · Se um corpo estiver em repouso sua ... Qual é a energia cinética de uma bola de tênis de massa 0,06 kg num ... (kg) g → aceleração

8

15 - Um motociclista percorre uma trajetória circular vertical de raio 3,6 m, no interior de um globo da morte. Calcule qual deve ser o menor valor da velocidade no ponto mais alto que permita ao motociclista percorrer toda a trajetória circular. (g = 10 m/s²). 16 - Considere um carro de massa 2000 kg percorrendo um trecho de pista circular num plano vertical, com movimento uniforme e velocidade de 10 m/s. Considerando-se g = 10 m/s², ao atingir o ponto mais baixo da pista, cujo raio é 40 metros, determine a força que a pista aplicará no carro. 17 – Um avião efetua um movimento circular no plano vertical de raio 500 metros. Quando ele passa pelo ponto mais baixo, ele atinge a velocidade de 100 m/s. Sabendo que a massa do avião + piloto é de 1000 kg e que a aceleração da gravidade é 10 m/s², calcule a reação normal que é aplicada ao avião. 18 – A figura abaixo mostra um ponto material em MU no alto da lombada. Baseando-se na figura, determine a reação normal no ponto mais alto, sabendo-se que g = 10 m/s², m = 2 kg, R = 50 m e v = 10 m/s.

GRAVITAÇÃO

1 – INTRODUÇÃO: JOHANNES KEPLER Johannes Kepler (1571-1630): Astrônomo e matemático alemão e publicou sua primeira obra, "Mysterium

Cosmographicum", em 1596, na qual se manifesta pela primeira vez a favor da teoria heliocêntrica de Copérnico. Durante 17 anos, ele analisou e pesquisou os dados deixados pelo grande astrônomo dinamarquês Tycho

Brahe, tendo conseguido descobrir as três leis do movimento dos planetas, que deram origem à mecânica celeste. As leis de Kepler descrevem os movimentos dos planetas de nosso Sistema Solar, tomando o Sol como

referencial. 1.1 – PRIMEIRA LEI OU LEI DAS ÓRBITAS

Os planetas descrevem órbitas elípticas em torno do Sol, que ocupa um dos focos da elipse descrita.

1.2 – SEGUNDA LEI OU LEI DAS ÁREAS

O segmento imaginário que une o centro do Sol e o centro do planeta varre áreas numericamente iguais em intervalos de tempo iguais.

A1 = A2

O ponto da órbita mais próximo ao Sol é chamado de periélio. O ponto mais afastado do Sol é denominado afélio.

Page 9: ANO 2C FISICA 2016 - singularsantoandre.com.br · Se um corpo estiver em repouso sua ... Qual é a energia cinética de uma bola de tênis de massa 0,06 kg num ... (kg) g → aceleração

9

1.3 – TERCEIRA LEI OU LEI DOS PERÍODOS O quadrado do período de revolução de cada planeta é proporcional ao cubo da distância média do planeta

ao Sol. Sendo T o período do planeta, isto é, o intervalo de tempo para ele dar uma volta completa em torno do Sol,

e r a medida do semieixo maior de sua órbita (denominado raio médio), a Terceira Lei de Kepler permite escrever:

K

R

T=

3

2

A constante de proporcionalidade K só depende da massa do Sol.

Exercícios:

1 - A Segunda Lei de Kepler (Lei das Áreas) estabelece que a linha traçada do Sol a qualquer planeta descreve áreas iguais em tempo iguais. A velocidade da órbita é maior no afélio ou no periélio? Justifique. 2 - A respeito do movimento de um planeta pertencente ao sistema solar que executa uma órbita elíptica, seguem as afirmações abaixo: (i) A posição mais próxima do Sol (periélio) é onde a velocidade do planeta durante todo o percurso é máxima. (ii) O movimento do planeta, para ir do ponto mais próximo do Sol (periélio) até o mais distante (afélio), é retardado. (iii) O segmento que une o planeta ao Sol demarca áreas iguais em intervalos de tempos iguais. (Segunda Lei de Kepler) É (são) correta (s): a) 1 e 2 b) apenas 2 c) apenas 3 d) todas e) apenas 1 3 - O raio médio da órbita terrestre em torno do Sol é aproximadamente igual a 2,6 vezes o raio médio da órbita de Mercúrio em torno do mesmo astro. Sabendo que o ano terrestre é de aproximadamente 365 dias, determine quantos dias terrestres tem o ano de Mercúrio? 4 - No sistema solar, um planeta em órbita circular de raio R demora 2 anos terrestres para completar uma revolução. Em anos terrestres, qual o período de revolução de outro planeta, em órbita de raio 2R? 5 - Dois planetas descrevem órbitas em torno do mesmo corpo central. Um planeta tem raio R e período de 3 anos, o outro tem raio 2R. Calcule o período do segundo planeta. 2 – FORÇA GRAVITACIONAL

Da época de Kepler até Newton houve um grande avanço no pensamento científico. As indagações dos

cientistas ingleses giravam em torno da questão: “Que espécie de força o Sol exerce sobre os planetas, obrigando-os a moverem-se de acordo com as leis de Kepler?”.

Newton começou seus estudos aplicando ao movimento da Lua a Lei da Inércia, a Lei Fundamental e a Lei da Ação e Reação (três leis de Newton).

Em seguida, baseado nas três leis de Kepler, Newton responde à questão do movimento dos planetas. Foi assim que ele chegou à lei da Gravitação Universal:

Um corpo qualquer atrai outro exercendo sobre ele uma força gravitacional,

dirigida ao longo da linha reta imaginária que une os dois corpos. O valor da força é diretamente proporcional às massas dos dois corpos e é inversamente proporcional ao quadrado da distância entre os corpos. As forças aparecem aos pares: se um corpo atrai outro, é também atraído pelo outro.

A Matemática ajuda a descrever a lei de gravitação universal. A linguagem matemática é a maneira mais

adequada para exprimir as leis da Física porque é resumida, clara e elegante.

Page 10: ANO 2C FISICA 2016 - singularsantoandre.com.br · Se um corpo estiver em repouso sua ... Qual é a energia cinética de uma bola de tênis de massa 0,06 kg num ... (kg) g → aceleração

10

Em linguagem matemática, o valor da força gravitacional é:

2

..

d

mMGF =

UNIDADE NO SI:

F → Força Gravitacional => Newton (N) M ou m → massa dos corpos => quilograma (kg)

d → distância entre os corpos => metros (m)

G → constante de gravitação universal => 2

2.

kg

mN

A constante G é a mesma em todo o universo e em todas as ocasiões, chamando-se por isso constante de

gravitação universal e tem o valor de 2

2

111067,6

Kg

Nmx

− . Note que a constante possui um valor extremamente

pequeno. Para que a intensidade da força gravitacional seja considerável, é preciso que uma das massas seja muito grande, por exemplo, o Sol ou a Terra.

3 – CAMPO GRAVITACIONAL

O Campo Gravitacional é uma “perturbação” no espaço causada pela presença de um copo de massa M. Pode-se evidenciar a existência de um campo gravitacional através da força que surge sobre outro corpo colocado na região do campo.

A Terra “cria” no espaço à sua volta um campo gravitacional, pois qualquer corpo em suas proximidades é atraído por ela através da força dada por:

2d

MmGF = .

No ponto em que se encontra o corpo atraído pela Terra há um vetor campo gravitacional gr

, cuja intensidade é dada pelo quociente entre a Força gravitacional e a massa do corpo, devido à fórmula F = m.g. Em função da massa M, da constante G e da distância d, temos

m

Fg = => 2

.

d

MGg =

Exercícios: 6 - (FEI) A força de atração entre dois corpos de massas M e m, separados pela distância d, tem, segundo

Newton, a intensidade md

MGF

2= . O valor de G para um corpo na superfície da Terra, no SI, vale

2

2

11107,6

Kg

Nmx

− . Qual o valor de G para um corpo na superfície da Lua?

7 - Um planeta imaginário X, tem a metade da massa da Terra e move-se em torno do Sol em uma órbita igual à da Terra. A intensidade da força gravitacional entre o Sol e X é, em comparação à intensidade dessa força entre o Sol e a Terra: a) o quádruplo b) o dobro c) a metade d) um quarto e) a mesma

Page 11: ANO 2C FISICA 2016 - singularsantoandre.com.br · Se um corpo estiver em repouso sua ... Qual é a energia cinética de uma bola de tênis de massa 0,06 kg num ... (kg) g → aceleração

11

8 - (UFMA) Seja F a força de atração do Sol sobre um planeta. Se a massa do Sol se tornasse 3 vezes maior, a do planeta, cinco vezes maior, e a distância entre eles fosse reduzida à metade, a força de atração entre o Sol e o planeta passaria a ser: a) 3F b) 15F c) 7,5F d) 60F 9 - Um corpo de 6 kg encontra-se a uma altura igual ao dobro do raio terrestre. Considerando que na superfície terrestre a aceleração de gravidade é 10 m/s², calcule o peso desse corpo na altura citada. 10 - Determine a intensidade do campo gravitacional em um corpo situado a uma altura igual a 3 raios terrestres. (Dado: g na superfície = 10 m/s²) 11 - A intensidade da força gravitacional entre duas esferas idênticas de massa m é F = 16N. Substituindo uma das esferas por outra de massa 2m e reduzindo a distância entre elas pela metade, determine a intensidade da força gravitacional.

DINÂMICA IMPULSIVA 1 – INTRODUÇÃO

Agora vamos introduzir dois novos temas da Mecânica. Passaremos a estudar agora a relação entre a força aplicada a um corpo com o intervalo de tempo de sua atuação e seus efeitos. Veremos que as grandezas Impulso e Quantidade de Movimento são dimensionalmente iguais e são extremamente importantes para entendermos melhor o nosso dia-a-dia. 2 – IMPULSO

O Conceito Físico Impulso está relacionado com a força aplicada durante um intervalo de tempo. Ou seja, quanto maior a força maior o impulso e quanto maior o tempo que você aplica maior será o impulso. 2.1 – FORÇA CONSTANTE

Um rebatedor de beisebol ao rebater a bola, aplica uma força com o taco durante um pequeno intervalo de tempo na bola. A mesma coisa ocorre com o jogador de golfe. Já o jogador de futebol americano também aplica durante um intervalo de tempo uma força ao chutar a bola. Portanto o Impulso é calculado da seguinte forma:

78 � 98. ∆�

UNIDADE NO SI: I → Impulso => Newton x segundo (N.s)

F → Força constante => Newton (N) ∆t → Intervalo de tempo => segundo (s)

É fácil notar que o Impulso é uma grandeza que necessita de direção e sentido para sua total

caracterização, portanto ela é uma grandeza vetorial. CARACTERÍSTICAS:

Módulo → I = F . ∆t Direção → igual à direção da força. Sentido → igual ao sentido da força.

Exercícios: 1 – Uma força constante de intensidade 40 N e direcionada para a direita é aplicada a um corpo de massa 5 kg durante um intervalo de 10 segundos. Determine o vetor do impulso comunicado ao corpo. 2 - Um ponto material fica sujeito à ação de uma força F constante, que produz uma aceleração de 2 m/s² neste corpo de massa 50 kg. Esta força permanece sobre o corpo durante 20 s. Qual o módulo do impulso comunicado ao corpo?

Page 12: ANO 2C FISICA 2016 - singularsantoandre.com.br · Se um corpo estiver em repouso sua ... Qual é a energia cinética de uma bola de tênis de massa 0,06 kg num ... (kg) g → aceleração

12

2.2 – FORÇA VARIÁVEL

No caso em que a força aplicada sobre o corpo seja variável não podemos utilizar a fórmula anterior para resolver, então como faremos?

A resposta é aquela utilizada para o cálculo do trabalho de forças variáveis, ou seja, determinar o gráfico e calcular a área. Imaginemos uma força constante aplicada sobre um corpo durante um intervalo de tempo ∆t. O gráfico F x t seria:

Determinando a área da parte pintada, temos: Área = Base x Altura Portanto: (lembre-se: ∆t = t2 – t1) Área = ∆t . F Finalmente: I = Área

3 - O gráfico a seguir nos dá a intensidade da força que atua sobre um corpo, no decorrer do tempo. A partir desse gráfico, calcule o impulso comunicado ao corpo entre os instantes t = 0 e t =14 s. 3 – QUANTIDADE DE MOVIMENTO

Em certas situações a Força não é tudo. Quando um jogador de voleibol “corta” uma bola ele transfere algo para ela. Esse algo que ele transfere para a bola é a grandeza física denominada quantidade de movimento. A grandeza quantidade de movimento envolve a massa e a velocidade. Portanto uma “cortada” no jogo de voleibol será mais potente quanto maior for a velocidade no braço do jogador, pois é exatamente o movimento do braço que está sendo transferido para o movimento da bola. Calculamos a quantidade de movimento do corpo da seguinte forma:

:;8 � �. �8

UNIDADE NO SI: Q → Quantidade de Movimento => quilograma x metro por segundo (kg.m/s)

m → massa => quilograma (kg) v → velocidade => metro por segundo (m/s)

Quantidade de Movimento é uma grandeza vetorial, portanto precisamos além do módulo sua direção e sentido.

CARACTERÍSTICAS: Módulo → Q = m . v

Direção → igual à direção da velocidade. Sentido → igual ao sentido da velocidade

Exercícios: 4 - Mostre que as grandezas Quantidade de Movimento e Impulso são dimensionalmente iguais. 5 – Um bloco de massa 8 kg se move com velocidade 15 m/s. Calcule a quantidade de movimento deste bloco. 6 - Uma partícula de massa 0,5 kg realiza um movimento retilíneo e a velocidade obedece a função V = 6 + 3.t (SI). Determine o módulo da quantidade de movimento da partícula no instante t = 2 s. 4 – TEOREMA DO IMPULSO

Embora no fim desta parte de nosso estudo nós cheguemos a uma expressão matemática, o conceito do Teorema do Impulso é muito mais importante do que a matemática dele. Observemos a sequência abaixo:

Imagine uma criança num balanço com certa velocidade. Imagine também que num certo instante o pai desta criança aplica-lhe uma força durante um intervalo de tempo, ou seja, lhe dá um impulso. O resultado do impulso dado pelo pai é um aumento na quantidade de movimento que o menino possuía. O teorema do impulso diz que se pegarmos o “movimento” que o menino passou a ter no final e compararmos com o “movimento” que ele tinha veremos que ele ganhou um certo “movimento” que é exatamente o impulso dado pelo pai.

Page 13: ANO 2C FISICA 2016 - singularsantoandre.com.br · Se um corpo estiver em repouso sua ... Qual é a energia cinética de uma bola de tênis de massa 0,06 kg num ... (kg) g → aceleração

13

Colocamos a palavra movimento entre aspas, pois na realidade é a quantidade de movimento. O

Teorema do Impulso é válido para qualquer tipo de movimento. Entretanto iremos demonstrá-lo para o caso de uma partícula que realiza um movimento retilíneo uniformemente variado (MRUV). Retomando o desenho do balanço:

IR = Q2 − Q1 TEOREMA DO IMPULSO: O impulso resultante comunicado a um corpo, num dado intervalo de tempo, é igual à variação na quantidade de movimento desse corpo, no mesmo intervalo de tempo.

7 - Uma força constante atua durante 5 s sobre uma partícula de massa 2 kg, na direção e no sentido de seu movimento, fazendo com que sua velocidade escalar varie de 5 m/s para 9 m/s. Determine: a) o módulo da variação da quantidade de movimento; b) a intensidade do impulso da força atuante; c) a intensidade da força. 8 - Um corpo é lançado verticalmente para cima com velocidade inicial 20 m/s. Sendo 5 kg a massa do corpo, determine a intensidade do impulso da força peso entre o instante inicial e o instante em que o corpo atinge o ponto mais alto da trajetória. 5 – PRINCÍPIO DA CONSERVAÇÃO DA QUANTIDADE DE MOVIMENTO

Os Princípios de Conservação, em física, são extremamente importantes para melhor compreensão dos fenômenos do dia a dia e ajudam muito na resolução de problemas complexos. Neste caso é necessário que saibamos o conceito de Sistema Isolado; sistema no qual a resultante das forças externas que atuam sobre ele é nula. Antes de enunciarmos este princípio, vejamos sua demonstração.

7 � ∆: 9. ∆� � ∆:

<=�= é ?� @A@�B�C A@=DCE=, 9 � 0 H=�= ∆: � 0

:I � :J PRINCÍPIO DE CONSERVAÇÃO DA QUANTIDADE DE MOVIMENTO: Num Sistema Isolado, a quantidade de movimento no início é igual à quantidade de movimento no fim, ou seja, ela permanece constante. IMPORTANTE: Sendo a quantidade de movimento uma grandeza vetorial, se ela for constante não variam módulo, direção e sentido. Exercícios: 9 - Um canhão de artilharia horizontal de 1 tonelada dispara uma bala de 2 kg que sai da peça com velocidade de 300 m/s. Admita a velocidade da bala constante, determine a velocidade de recuo da peça do canhão. 10 - Um foguete de massa 1500 toneladas move-se no espaço sideral com velocidade de módulo 10 m/s. Uma repentina explosão fragmenta esse foguete em três partes iguais que continuam a se movimentar na mesma

Page 14: ANO 2C FISICA 2016 - singularsantoandre.com.br · Se um corpo estiver em repouso sua ... Qual é a energia cinética de uma bola de tênis de massa 0,06 kg num ... (kg) g → aceleração

14

direção e no mesmo sentido do foguete original. Uma das partes está se movimentando com velocidade de módulo 6 m/s, outra parte com velocidade 10 m/s. Qual o módulo da velocidade da 3ª parte? 11 - Ao dar o saque num jogo de voleibol, um jogador aplica uma força de intensidade 600 N sobre a bola, durante um intervalo de 0,15 s. Calcule a intensidade do impulso da força aplicada pelo jogador. 12 - Um projétil de massa 20 g incide horizontalmente sobre a parede com velocidade 500 m/s e a abandona com velocidade horizontal e de mesmo sentido de valor 300 m/s. Qual a intensidade do impulso comunicado ao projétil pela tábua? 13 - Um vagão de trem, com massa m1 = 400 kg, desloca-se com velocidade v1 = 2 m/s num trecho retilíneo e horizontal de ferrovia. Esse vagão choca-se com outro, de massa m2 = 600 kg, que se movia em sentido contrário, com velocidade v2 = 1 m/s, e os dois passaram a se mover engatados. Qual a velocidade do conjunto após o choque? 14 - Um tenista recebe uma bola com velocidade de 50 m/s e a rebate, na mesma direção e em sentido contrário, com velocidade de 30 m/s. A massa da bola é de 0,15 kg. Supondo que o choque tenha durado 0,1 s, calcule a força aplicada pela raquete à bola. 15 – (UFSM-RS) Um canhão de 300 kg, em repouso, sobre o solo, é carregado com um projétil de 1,5 kg. Supondo o atrito desprezível e se a velocidade do projétil após o disparo é de 150 m/s, calcule a velocidade de recuo do canhão. 6 – COLISÕES MECÂNICAS 6.1 – INTRODUÇÃO

O conceito de colisão é muito importante no curso de física. Além dos choques mais simples que iremos tratar, existe colisões extremamente complexas como as estudadas por centros de pesquisa como a NASA, colisões entre partículas. Neste estudo existe a preocupação de materiais capazes a resistir a colisões no espaço. Portanto fiquemos atentos aos detalhes desta discussão. 6.2 – DEFINIÇÃO

Choques mecânicos ou colisões mecânicas são resultados de interação entre corpos. Podemos dividir essas interações em duas partes:

� Deformação: Onde a energia cinética é convertida em energia potencial. � Restituição: A energia potencial é transformada em energia cinética. Essa transformação pode ser total,

parcial ou não existir.

É exatamente a forma como a energia potencial é restituída em energia cinética que define os tipos de colisões. 6.3 – TIPOS DE COLISÃO

� COLISÃO ELÁSTICA Neste tipo de colisão a energia cinética antes da colisão é igual a energia cinética após a colisão. Portanto

não existe dissipação de energia. Como não houve dissipação podemos concluir que a velocidade após a colisão é trocada, ou seja, a velocidade de um corpo passa para outro e vice-versa. Esquematicamente temos:

� COLISÃO PARCIALMENTE ELÁSTICA Na Colisão Parcialmente Elástica temos a energia cinética antes da colisão maior que a energia cinética

após a colisão. Portanto existe dissipação da energia. Por causa da dissipação da energia a velocidade do conjunto no fim diminui e a velocidade de A e B são diferentes. Fica ainda uma pergunta: Para onde foi a energia dissipada?

A energia foi transformada em Calor, por causa do atrito existente na colisão. Esquematicamente temos:

Page 15: ANO 2C FISICA 2016 - singularsantoandre.com.br · Se um corpo estiver em repouso sua ... Qual é a energia cinética de uma bola de tênis de massa 0,06 kg num ... (kg) g → aceleração

15

� COLISÃO INELÁSTICA A Colisão Inelástica possui energia cinética antes da colisão maior do que no final da colisão. Aqui a

dissipação de energia é máxima, portanto no final as velocidades de A e B serão iguais, ou seja, eles continuaram juntos. Esquematicamente temos:

IMPORTANTE: Como as colisões são sistemas isolados, a quantidade de movimento é sempre constante. 6.4 – COEFICIENTE DE RESTITUIÇÃO

Um parâmetro utilizado para verificar (ou determinar) que tipo de colisão ocorre é o coeficiente de restituição. Matematicamente é a razão entre a velocidade relativa de afastamento entre os corpos e a velocidade relativa de aproximação. Para dois corpos teríamos:

B � K LK � � K�M � K MK N � K�N

NOMENCLATURA: e → Coeficiente de Restituição

K�M → velocidade de B depois da colisão K�N→ velocidade de B antes da colisão

K M → velocidade de A depois da colisão K N → velocidade de A antes da colisão RESUMO GERAL DAS COLISÕES

Tipos de Colisões e Energia Cinética Quantidade de movimento Elástica 1 Conserva Conserva (Qi = Qf)

Parcialmente Elástica 0 < e < 1 Dissipação Parcial Conserva (Qi = Qf) Inelástica 0 Dissipação Máxima Conserva (Qi = Qf)

Exercícios: 16 - Uma partícula de massa m desloca-se num plano horizontal, sem atrito, com velocidade vA = 12 m/s. Sabe-se ainda que ela colide com uma Segunda partícula B de massa m, inicialmente em repouso. Sendo o choque unidimensional e elástico, determine suas velocidades após o choque. 17 - Um corpo A de massa mA = 2 kg, desloca-se com velocidade vA = 30 m/s e colide frontalmente com uma segunda partícula B, de massa mB = 1 kg, que se desloca com velocidade vB = 10 m/s, em sentido oposto ao de A. Se o coeficiente de restituição desse choque vale 0,5, quais são as velocidades das partículas após a colisão? 18 - Seja um choque inelástico de dois corpos A e B. A velocidade de cada corpo está indicada na figura e suas massas são mA = 5 kg e mB = 2 kg. Determine as velocidades de A e B após o choque.

19 - (FUVEST) Dois corpos se movem com movimento retilíneo uniforme num plano horizontal onde as forças de atrito são desprezíveis. Suponha que os dois corpos, cada com energia cinética de 5 J, colidam frontalmente, fiquem grudados e parem imediatamente, devido à colisão. a) Qual foi a quantidade de energia mecânica que não se conservou na colisão? b) Qual era a quantidade de movimento linear do sistema, formado pelos dois corpos, antes da colisão?

ESTÁTICA

Page 16: ANO 2C FISICA 2016 - singularsantoandre.com.br · Se um corpo estiver em repouso sua ... Qual é a energia cinética de uma bola de tênis de massa 0,06 kg num ... (kg) g → aceleração

16

1 - INTRODUÇÃO

A Estática é a parte da Física que estuda corpos em equilíbrio, como por exemplo: pontes, edifícios, torres, etc. Para tal estudo teremos que nos preocupar com as condições que garantem, por exemplo, que uma ponte se mantenha estática mesmo que tenha que suportar inúmeros carros que a atravessam.

Para um corpo permanecer em equilíbrio estático: • Ele não pode transladar – Resultante das Forças será nula; • O corpo também não pode rotacionar – Soma dos momentos deve ser nula;

2 – FORÇAS SOBRE UM CORPO EM EQUILÍBRIO

Para que um corpo fique em equilíbrio (o corpo não translade), a soma vetorial das forças deve ser nula. Ou seja:

O98 � 0

Por exemplo, o ponto material ao lado sofre a ação de quatro forças. Aplicando

que a soma das forças na horizontal e na vertical devem ser nulas temos que :

F1 = F3 e F4 = F2. Exercícios: 1 - No esquema em equilíbrio ao lado, determine a força de tração que age no fio. (Dado: Peso do bloco A = 100 N):

2 - Determine as trações nas cordas A e B da figura abaixo (Peso do bloco = 200N)

3 - É dado o sistema em equilíbrio ao lado. Sabendo que a tração na corda 1 é de 300N, calcule a tração na corda 2. sen 37° = 0,60 = cos 53° sen 53° = 0,80 = cos 37° .

4 - O sistema da figura está em equilíbrio. Os fios são ideais. Determine as intensidades das forças de tração nos fios. O peso do bloco é P = 20 N. Dados: sen θ = 0,6 e cos θ = 0,8.

3 – MOMENTO LINEAR EM UM CORPO EM EQUILÍBRIO

No caso de ponto material, estará garantido que o corpo estará em equilíbrio se o corpo não transladar. No caso de uma barra ou uma ponte (corpos extensos) teremos que garantir que o corpo não rotacione também.

A grandeza física que relaciona força e rotação num ponto é chamada de momento linear ou torque. Definimos Momento Linear (M) em relação a um referencial (polo de rotação), no caso ponto A, o

produto da força aplicada a um corpo pela distância desta força até o ponto de referência.

Page 17: ANO 2C FISICA 2016 - singularsantoandre.com.br · Se um corpo estiver em repouso sua ... Qual é a energia cinética de uma bola de tênis de massa 0,06 kg num ... (kg) g → aceleração

17

M = F.d

Momento é uma grandeza escalar que pode ser positiva ou negativa. O sinal segue a seguinte convenção:

� Se a rotação em relação ao ponto de referência for no sentido anti-horário, teremos momento linear

positivo. � Se a rotação em relação ao ponto de referência for no sentido horário, teremos momento linear negativo.

UNIDADE NO SI:

F -> Força: Newton (N) d -> distância: metro (m)

M -> momento linear: Newton x metro (N.m)

Para garantirmos que um corpo permanece em equilíbrio estático teremos que impor a condição que não permita rotação de nenhuma força aplicada, ou seja:

OP;;8 � 0

O braço deve ser medido como a distância perpendicular à linha de ação da força. Uma maneira que pode facilitar o cálculo do momento é a projeção da força em suas componentes de maneira a se obter uma parcela perpendicular à barra e outra parcela paralela. Essa parcela não realiza torque (rotação em torno do polo).

5 - Calcule o momento resultante em relação ao ponto O em cada um dos itens abaixo:

6 - Uma barra de 30 metros e de massa desprezível é apoiada em um suporte de acordo com a figura abaixo. Determine a força F para que a barra fique em equilíbrio.

Page 18: ANO 2C FISICA 2016 - singularsantoandre.com.br · Se um corpo estiver em repouso sua ... Qual é a energia cinética de uma bola de tênis de massa 0,06 kg num ... (kg) g → aceleração

18

7 - A barra homogênea e uniforme mostrada abaixo tem peso igual a 2000 N está em equilíbrio sobre dois apoios. A Força de reação no apoio B vale: a) 2000 N b) 1000 N c) 1500 N d) 1250 N e) 2250 N 8 - Uma barra homogênea de Peso P e comprimento 4 metros é articulada no ponto O, conforme a figura. Para manter a barra em equilíbrio, é necessário exercer uma força F = 80 N na extremidade livre. Calcule o peso da barra. 9 - Determine o peso da régua de 40 cm de comprimento que se encontra em equilíbrio, conforme a figura.

HIDROSTÁTICA 1 - INTRODUÇÃO

Um barco no mar, Por que não afunda? Por que não podemos mergulhar em grandes profundidades? O que ocorre com nossos ouvidos ao subirmos ou descermos a serra?

Como um carro é erguido num posto de gasolina? Essas e outras dúvidas serão respondidas neste capítulo, chegou o momento de descrevermos o comportamento dos fluídos, para isso falaremos de temas como densidade, pressão, empuxo e outros temas que nos levarão a um aprofundamento na Hidrostática. 2 – DENSIDADE (MASSA ESPECÍFICA)

Um litro de óleo e um litro de água possuem o mesmo peso? A resposta desta questão é a chave para o entendimento do conceito de densidade.

A densidade de uma substância é a razão entre determinada massa desta substância e o volume correspondente. Temos então:

E � �K

UNIDADE NO SI:

m → massa ⇒ quilograma (kg) V → volume ⇒ metro cúbico (m³)

d → massa específica ⇒ quilograma por metro cúbico (kg / m³) OBSERVAÇÃO: No caso da água, a densidade vale 1 g/cm³. Em outras unidades será: 1 kg / L e 1000 kg/m³. Exercícios: 1 - Determine a massa de um cubo de chumbo que tem arestas iguais de 10 cm. Dado que a massa específica do chumbo é igual 11,3 g/cm³ 2 – Uma substancia tem 80 gramas de massa e volume de 10 cm³. Expresse a densidade dessa substancia em g/cm³ e em kg/m³. 3 – Um bloco de dimensões 4 cm, 5 cm e 3 cm tem massa de 1200 gramas. Calcule a densidade do corpo em kg/m³.

Page 19: ANO 2C FISICA 2016 - singularsantoandre.com.br · Se um corpo estiver em repouso sua ... Qual é a energia cinética de uma bola de tênis de massa 0,06 kg num ... (kg) g → aceleração

19

3 – PRESSÃO Vamos imaginar que temos que fixar em uma parede um prego. Para uma mesma força aplicada, quanto menor for a área de contato entre os dois objetos, maior será a

pressão exercida. Logo a área de contato e a pressão são inversamente proporcionais. Agora se considerarmos a mesma área de contato, quanto maior a força aplicada, maior será a pressão.

Logo a força e a pressão são grandezas diretamente proporcionais. Matematicamente, podemos escrever a pressão como a divisão da força aplicada pela área de contato.

R � 9S

UNIDADE NO SI:

p → pressão ⇒ N / m²

=> Pascal (Pa) F → Força ⇒ Newton (N)

A → Área onde é exercida a Força ⇒ metro quadrado (m²)

� Pressão Atmosférica Pressão exercida pelo peso da camada de ar existente sobre a superfície da Terra. Ao nível do mar, à

temperatura de 0°C é igual a 1 atm. É comum o uso de unidades de pressão não pertencentes ao SI: atmosfera (atm) e milímetros de mercúrio (mmHg).

1 atm = 760 mmHg = 1 x 105

Pa

No estudo da hidrostática, vamos considerar o líquido ideal, isto é, incompressível e sem viscosidade. Exercícios: 4 - O impacto da partícula de lixo que atinge a nave espacial Columbia produz uma pressão da ordem de 100 N/cm². Nessas condições e tendo a partícula 2 cm², a nave sofre uma força de: a) 100 N b) 200 N c) 400 N d) 800 N e) 1600N.

5 - Um cubo maciço de alumínio (massa específica = 2,1 g/cm³), de 50 cm de aresta, está apoiado sobre uma superfície horizontal. Qual é a pressão, em Pascal, exercida pelo cubo sobre a superfície?

6 - A caixa da figura abaixo tem peso 400 N e dimensões a = 10 cm, b = 20 cm e c = 5 cm e é apoiada em uma superfície plana horizontal. Qual a pressão, em N/cm², que a caixa exerce no apoio, através se sua base, em cada uma das situações propostas?

3.1 – PRESSÃO ESPECÍFICA DOS LÍQUIDOS

Suponhamos um recipiente cilíndrico de área de base A, contendo um líquido de densidade d. Qual a pressão que o líquido exerce no fundo do recipiente?

Da definição de massa específica, temos:

E � TU BK � S. �

E � �S. �

�V � � E. S. �

Page 20: ANO 2C FISICA 2016 - singularsantoandre.com.br · Se um corpo estiver em repouso sua ... Qual é a energia cinética de uma bola de tênis de massa 0,06 kg num ... (kg) g → aceleração

20

R � 9S �

WS �V R � E. S. �. �

S

R � E. �. �

A pressão que o líquido exerce no fundo do recipiente depende da densidade do líquido, da aceleração da gravidade local e da profundidade do líquido acima do ponto considerado. Exercícios: 7 - Considere que os três recipientes abaixo contêm o mesmo líquido. A pressão exercida no fundo dos recipientes é: a) maior em I; b) maior em II; c) maior em III d) igual nos três; e) n.d.a. 8 - Determine a pressão exercida pela água sobre um submarino a 2000 metros de profundidade, sabendo que a aceleração da gravidade g é 10 m/s² e a densidade da água vale 10³ kg/m³.

4 – TEOREMA DE STEVIN

Consideremos um recipiente contendo um líquido homogêneo em equilíbrio estático. As pressões que o líquido exerce nos pontos A e B são: A diferença de pressão entre os pontos A e B será:

R � E. �. �

R� � E. �. ��

R� � R � E. �. ∆�XYZ[\Z]^_Z`aZbcde

A diferença entre dois níveis diferentes, no interior de um líquido, é igual ao produto da sua densidade pela aceleração da gravidade local e pela diferença de nível entre os pontos considerados.

� Consequências do Teorema de Stevin: No interior de um líquido em equilíbrio estático: (a) Pontos de um mesmo plano horizontal suportam a mesma pressão; (b) A superfície de separação entre líquidos não miscíveis é um plano horizontal;

Exercícios: 9 - Uma piscina com 5 m de profundidade está cheia com água. Considere: g = 10 m/s²

e patm

= 1.105

Pa.

Determine: a) a pressão hidrostática a 3,0 m de profundidade; b) a pressão absoluta no fundo da piscina; c) a diferença de pressão entre dois pontos separados, verticalmente, por 80 cm.

10 - A pressão absoluta no fundo de uma piscina é de 1,4 atm. Logo a profundidade da piscina é de aproximadamente: a) 14 m b) 0,4 m c) 4 m d) 0,70 m e) n.d.a

Page 21: ANO 2C FISICA 2016 - singularsantoandre.com.br · Se um corpo estiver em repouso sua ... Qual é a energia cinética de uma bola de tênis de massa 0,06 kg num ... (kg) g → aceleração

21

11 - A figura mostra um tubo contendo mercúrio e um líquido de massa específica desconhecida. Calcule a massa específica do líquido sabendo que a massa específica do mercúrio é 13,6 g/cm³.

12 - Na figura abaixo está representado um tubo em U com água e óleo em equilíbrio. Sendo dada a densidade da água, dA = 1,0 g/cm³, a altura do óleo, ho = 15 cm, e a altura da água, hA = 12 cm, determine a densidade desse óleo.

5 – PRINCÍPIO DE PASCAL Pascal fez estudos em fluidos e enunciou o seguinte princípio:

A pressão aplicada a um fluído num recipiente transmite-se integralmente a todos os pontos do mesmo e às paredes do recipiente que o contém. Uma das aplicações deste princípio é a prensa hidráulica como mostramos

a seguir:

9ISI �

9JSJ

Isso mostra que uma força pequena F1

é capaz de suportar no outro êmbolo um Peso muito grande (F2), isso é muito utilizado, como por exemplo, em posto de gasolina.

Exercícios: 13 - Prensa Hidráulica é um dispositivo multiplicador de: a) força e trabalho b) potência e trabalho c) energia e força; d) força; e) n.d.a. 14 - Num posto de gasolina, para a lavagem de um automóvel de massa 1000 kg, o mesmo é erguido até certa altura. O sistema utilizado é uma prensa hidráulica. Sendo os êmbolos de áreas 10 cm²

e 2000 cm² e a aceleração da gravidade local é 10 m/s², qual a força aplicada no êmbolo menor para equilibrar o automóvel?

15 - As áreas dos pistões do dispositivo hidráulico da figura mantêm a relação 50:2. Verifica-se que um peso P, colocado sobre o pistão maior é equilibrado por uma força de 30 N no pistão menor, sem que o nível de fluido nas duas colunas se altere. De acordo com o Princípio de Pascal, o peso P vale: a) 20 N b) 30 N c) 60 N d) 500 N e) 750 N. 16 - A prensa hidráulica representada na figura está em equilíbrio. Os êmbolos formam áreas iguais a 2a e 5a. Qual a intensidade da Força F? a) 40 kgf b) 60 kgf c) 70 kgf d) 50 kgf e) 45 kgf.

Page 22: ANO 2C FISICA 2016 - singularsantoandre.com.br · Se um corpo estiver em repouso sua ... Qual é a energia cinética de uma bola de tênis de massa 0,06 kg num ... (kg) g → aceleração

22

Texto para questões 17, 18 e 19: Uma prensa tem pistões de áreas iguais a 4 cm²

e 200 cm². Aplica-se ao êmbolo menor uma força de 20 N. 17 - A pressão no êmbolo menor é, em N/cm²: a) 5 b) 10 c) 20 d) 40 e) 50 18 - A força que atua sobre o êmbolo de maior área é: a) 100 N b) 500 N c) 1000 N d) 2000 N e) 20000 N 19 - Se o êmbolo menor descer de 120 cm, de quanto sobe o êmbolo maior? a) 1,2 cm b) 2,4 cm c) 4,8 cm d) 6,0 cm e) 3,0 cm

20 – A figura abaixo representa uma prensa hidráulica em tubo em U. Considere a área 1 igual a 1000 cm² e a área 2 igual a 50 cm². Sabendo que a força 2 de 400 N fez com que o êmbolo descesse 20 cm, em quantos cm sobe o êmbolo 1?

6 – PRINCÍPIO DE ARQUIMEDES

Os corpos mergulhados totalmente ou parcialmente, num fluido, recebem do mesmo uma força de baixo para cima, na vertical, denominada EMPUXO E.

Arquimedes, há mais de 200 anos a.C., estabeleceu a perda aparente do peso do corpo, devida ao empuxo, quando mergulhado num líquido.

� Princípio de Arquimedes: Todo corpo mergulhado, total ou parcialmente, num fluido em repouso, recebe um empuxo, de baixo

para cima, de intensidade igual ao peso do fluido deslocado. Se um corpo está mergulhado num líquido de densidade d

L e desloca volume V

D do líquido, num local onde a aceleração da gravidade é g, temos:

- peso do líquido deslocado: PD

= mD

. g

E� ��fKf → �f � E� . KfWf � E� . Kf . �

De acordo com o Princípio de Arquimedes: E = P

D, logo,

� � E� . Kf . � � Flutuação: Ocorre quando temos um corpo na superfície de um fluído cujo peso deste corpo é igual ao

Empuxo sobre ele. Exercícios: 21 - Um objeto com massa de 10 kg e volume 0,002 m³

é colocado totalmente dentro da água. Considere g = 10 m/s²

a) Qual o valor do peso do objeto? b) Qual a intensidade da força de empuxo que a água exerce no objeto? c) Qual o valor do peso aparente do objeto?

22 - Uma bola com volume de 0,002 m³

e densidade 200 kg/m³

encontra-se presa ao fundo de um recipiente que contém água, através de um fio conforme a figura. Determine a intensidade da tração no fio que segura a bola. (Considere g = 10 m/s²)

Page 23: ANO 2C FISICA 2016 - singularsantoandre.com.br · Se um corpo estiver em repouso sua ... Qual é a energia cinética de uma bola de tênis de massa 0,06 kg num ... (kg) g → aceleração

23

23 - Um bloco cúbico de madeira (dC = 0,65 g/cm³), com 20 cm de aresta flutua na água. Determine a altura do

cubo que permanece dentro da água.

24 - Um cubo de madeira (massa específica = 0,80 g/cm³) flutua num líquido de massa específica 1,2 g/cm³. A relação entre as alturas emersa e imersa é de: a) 2/3 b) 2 c) 1,5 d) 0,5 e) 3/2.

25 – Um corpo tem 60 kg de massa e sua massa específica vale 800 kg/m³. Calcule o empuxo sobre ele exercido quando estiver totalmente imerso em um líquido de massa específica igual a 900 kg/m³, num local em que a gravidade vale g = 10 m/s².

TERMOLOGIA

INTRODUÇÃO

Estudaremos dentro deste capítulo as três partes da Termologia: TERMOFÍSICA (estudo dos termômetros e das escalas termométricas), DILATOMETRIA (estudo das dilatações dos sólidos), CALORIMETRIA (estudo das trocas de calor),

1 – TERMOFÍSICA 1.1 – TERMÔMETROS

Instrumento utilizado para medir o grau de agitação térmica de um corpo, ou seja, a temperatura. Ele pode ser dividido em três partes:

(i) Bulbo - Parte que contém a substância termométrica; (ii) Capilar - Maior parte do termômetro. Contém a escala termométrica; (iii) Substância Termométrica - Substância colocada no interior do termômetro

deve possuir dilatação regular, geralmente a substância utilizada é o mercúrio. O termômetro funciona com o princípio de equilíbrio térmico, ou seja, ao ser colocado em contato com

um corpo ao passar do tempo ele atinge o equilíbrio térmico com corpo fazendo com que a substância termométrica se dilate ou contraia, quando isso ocorrer ela indicará um valor. Mas para ter esse valor é necessário ter escalas numéricas no Capilar, para isto ocorrer os termômetros são feitos baseados em dois pontos de fácil marcação. (i) Ponto de Gelo: Temperatura na qual ocorre a fusão do gelo em água (ao nível do mar e latitude 45°); (ii) Ponto de Vapor: Temperatura na qual ocorre a ebulição da água (ao nível do mar e latitude 45°).

1.2 – ESCALAS TERMOMÉTRICAS

Abordaremos três escalas termométricas. A primeira, que é utilizada no Brasil e na maior parte do mundo, é a escala Celsius, desenvolvida pelo físico sueco Anders Celsius (1701 – 1744). A segunda escala, que é utilizada pelos Estados Unidos, é a escala Fahrenheit desenvolvida por Daniel G. Fahrenheit (1685 – 1736). A terceira é a escala absoluta Kelvin desenvolvida por William Thomson (1824 – 1907), mais conhecido por Lorde Kelvin. Ela é utilizada pelo Sistema Internacional de Unidades. É importante dizer que a escala Kelvin não utiliza em seu símbolo o grau °.

Para achar as relações entre as temperaturas em diferentes escalas, devemos fazer a seguinte conta:

Page 24: ANO 2C FISICA 2016 - singularsantoandre.com.br · Se um corpo estiver em repouso sua ... Qual é a energia cinética de uma bola de tênis de massa 0,06 kg num ... (kg) g → aceleração

24

Simplificando, temos:

Exemplo: Se tivermos uma temperatura de 72°F quanto seria em °C? Solução: Dados: F

= 72°F; C

= ?

1.3 – VARIAÇÃO DE TEMPERATURA

É importante notar a diferença da medição de uma temperatura e a medição da variação da temperatura, podemos notar que as escalas Celsius e Kelvin possuem a mesma variação de temperatura 100°C, observe:

Variação da Escala Celsius:

Variação da Escala Kelvin: OBS: Basta notar que as duas escalas são divididas em 100 partes, portanto uma certa variação de temperatura na escala Celsius será igual à variação na escala Kelvin. Já a Escala Fahrenheit é dividida em 180 partes e não corresponde a mesma variação nas outras duas escalas.

Relação de Conversão de Variações:

Para entender melhor façamos um exemplo. Uma variação de 20°C corresponde a uma variação de quanto nas escalas Celsius e Kelvin?

Dados: ∆C = 20°C; ∆F

= ? ; ∆K

= ?

Exercícios:

1 - Um termômetro graduado na escala Fahrenheit registra 68°F. Determine a temperatura correspondente nas escalas Celsius e Kelvin.

2 - Fahrenheit 451 é o título de um filme onde se explica que 451°F é a temperatura da chama que destrói totalmente um livro. Qual será o título desse livro se fosse usada a escala Celsius? Justifique com cálculos.

3 - Certo dia foi registrada uma temperatura cuja indicação na escala Celsius correspondia a 1/3 da respectiva indicação na escala Fahrenheit. Tal temperatura foi de: a) 80°F b) 80°C c) 41,8°F d) 41,8°C e) 26,7°F.

4 - Um termômetro mal calibrado na escala Celsius registra 10°C para o primeiro ponto fixo e 90°C para o segundo

ponto fixo. Às 10 horas, esse termômetro registra 30°C à temperatura ambiente. Qual a verdadeira temperatura ambiente naquele instante?

5 - O verão de 1994 foi particularmente quente nos Estados Unidos da América. A diferença entre a máxima temperatura de verão e a mínima do inverno anterior foi de 60°C. Qual o valor dessa diferença na escala Fahrenheit?

6 - Uma variação de temperatura de 30°C corresponde a que variação nas escalas Fahrenheit e Kelvin.

Page 25: ANO 2C FISICA 2016 - singularsantoandre.com.br · Se um corpo estiver em repouso sua ... Qual é a energia cinética de uma bola de tênis de massa 0,06 kg num ... (kg) g → aceleração

25

2 – DILATAÇÃO TÉRMICA DOS SÓLIDOS Neste capítulo discutiremos como os corpos se dilatam após serem aquecidos. É importante sabermos

que isto é um fenômeno que está em nosso dia a dia. Os trilhos do trem que se dilatam, os cabos elétricos, as placas de concreto de um viaduto e outros casos.

Para um estudo mais detalhado podemos separar essa dilatação em três tipos: dilatação linear (aquela que ocorre em apenas uma dimensão), dilatação superficial (ocorre em duas dimensões) e dilatação volumétrica (ocorre em três dimensões).

2.1 – DILATAÇÃO LINEAR

Quando estamos estudando a dilatação de um fio, teremos a ocorrência predominante de um aumento no comprimento desse fio. Essa é a característica da dilatação linear. Imaginemos uma barra de comprimento inicial L

o e temperatura inicial t

o. Ao aquecermos esta barra para uma temperatura t ela passará a ter um novo

comprimento L. Vejamos o esquema:

∆∆∆∆L = o quanto o corpo aumentou seu comprimento

Lo = comprimento inicial do corpo αααα = coeficiente de dilatação linear do material ∆Τ = ∆Τ = ∆Τ = ∆Τ = variação da temperatura ( Tf - Ti ) A dilatação é dada por: ∆L = L - L

o

2.2 – DILATAÇÃO SUPERFICIAL

Quando estamos estudando a dilatação de uma placa de concreto, teremos a ocorrência predominante de um aumento na área dessa placa. Essa é a característica da dilatação superficial. Imaginemos uma placa de área inicial A

o e temperatura inicial t

o. Ao aquecermos esta placa para uma temperatura t ela passará a ter uma

nova área A. Vejamos o esquema:

∆∆∆∆A = o quanto o corpo aumentou sua área Ao = área inicial do corpo ββββ = coeficiente de dilatação superficial do material (ββββ = 2α)α)α)α)

∆Τ = ∆Τ = ∆Τ = ∆Τ = variação da temperatura ( Tf - Ti ) A dilatação é dada por: ∆A = A - A

o

2.3 – DILATAÇÃO VOLUMÉTRICA

Quando estamos estudando a dilatação de um paralelepípedo, teremos a ocorrência predominante de um aumento no volume desse corpo. Essa é a característica da dilatação volumétrica. Imaginemos um paralelepípedo de volume inicial V

o e temperatura inicial t

o. Ao aquecermos este corpo para uma temperatura t

ele passará a ter um novo volume V. Vejamos o esquema:

∆∆∆∆V = o quanto o corpo aumentou seu volume Vo = volume inicial do corpo γγγγ = coeficiente de dilatação volumétrica do material (γγγγ = 3α)α)α)α)

∆Τ = ∆Τ = ∆Τ = ∆Τ = variação da temperatura ( Tf - Ti ) A dilatação é dada por: ∆V = V - V

o

Exercícios: 7 - Uma barra de cobre (α = 17 x 10-6 °C-1) tem o comprimento de 250 m a 30°C. Calcule o comprimento dessa barra a 150°C. 8 - Você é convidado a projetar uma ponte metálica, cujo comprimento será de 2,0 km. Considerando os efeitos de contração e expansão térmica para temperaturas no intervalo de 10 °C a 40°C e o coeficiente de dilatação linear do metal igual a 12 x 10-5 °C-1, qual será a máxima variação esperada no comprimento da ponte? (Considere o coeficiente de dilatação linear constante no intervalo de temperatura dado)

Page 26: ANO 2C FISICA 2016 - singularsantoandre.com.br · Se um corpo estiver em repouso sua ... Qual é a energia cinética de uma bola de tênis de massa 0,06 kg num ... (kg) g → aceleração

26

9 - Um cilindro de 3 m de comprimento sofre uma dilatação linear de 3 mm para uma elevação de 100°C em sua temperatura. Qual o coeficiente de dilatação linear do material do cilindro? a) 2 x 105 °C-1 b) 1 x 10-5 °C-1 c) 3 x 10-2 °C-1 d) 1 x 105 °C-1 e) 2 x 10-5 °C-1

10 - Uma chapa plana de uma liga metálica (α = 2,0 x 10-5 °C-1) tem área Ao

igual a 100 cm² à temperatura de

20°C. Para que a área dessa placa aumente 1 cm², devemos elevar sua temperatura para: a) 520°C b) 470°C c) 320°C d) 270°C e) 170°C. 11 - Uma placa metálica tem, a 0°C área de 200 cm² e a 100°C, a sua área vale 200,8 cm². Determine o coeficiente de dilatação linear do metal que constitui esta placa. 12 - Um mecânico deseja colocar um eixo no furo de uma engrenagem e verifica que o eixo tem diâmetro um pouco maior que o orifício na engrenagem. O que você faria para colocar a engrenagem no eixo? a) aqueceria o eixo; b) resfriaria o eixo e aqueceria a engrenagem; c) aqueceria a engrenagem e o eixo; d) resfriaria a engrenagem e o eixo; e) resfriaria a engrenagem e aqueceria o eixo.

13 - Uma barra de estanho tem a forma de uma caixa, com dimensões 4 cm, 1 cm e 1 m, à temperatura de 20°C. Qual será o volume da barra à temperatura de 270°C? Considere o coeficiente de dilatação linear do estanho igual a 2 x 10-5 °C-1. 3 – CALORIMETRIA

Passaremos a discutir a diferença entre Calor e Temperatura. Veremos também como medir o Calor e como ocorre a transferência desse calor de um corpo para outro.

3.1 – CALOR

Calor é a energia térmica em trânsito, que se transfere do corpo de maior temperatura para o corpo de menor temperatura. Nessa transferência pode ocorrer apenas uma mudança de temperatura (calor sensível) ou uma mudança de estado físico (calor latente). 3.2 – PROPAGAÇÃO DO CALOR

O Calor pode se propagar de três formas: por condução, por convecção e por irradiação, passaremos a discutir cada uma dessas possibilidades:

(a) CONDUÇÃO

A condução de calor ocorre sempre que há diferença de temperatura, do ponto de maior para o de menor temperatura, sendo esta forma típica de propagação de calor nos sólidos.

As partículas que constituem o corpo, no ponto de maior temperatura, vibram intensamente, transmitindo sua energia cinética às partículas vizinhas. O calor é transmitido do ponto de maior para o de menor temperatura, sem que a posição relativa das partículas varie. Somente o calor caminha através do corpo.

Na natureza existem bons e maus condutores de calor. Os metais são bons condutores de calor. Borracha, cortiça, isopor, vidro, amianto, etc. são maus condutores de calor (isolantes térmicos).

(b) CONVECÇÃO Convecção é a forma típica de propagação do calor nos fluídos, onde a própria matéria aquecida é que

se desloca, isto é, há transporte de matéria. Quando aquecemos um recipiente sobre uma chama, a parte do líquido no seu interior em contato com o

fundo do recipiente se aquece e sua densidade diminui. Com isso, ele sobe, ao passo que no líquido mais frio, tendo densidade maior, desce, ocupando seu lugar. Assim, formam correntes ascendentes do líquido mais quente e descendentes do frio, denominadas correntes de convecção.

(c) IRRADIAÇÃO A propagação do calor por irradiação é feita por meio de ondas

eletromagnéticas que atravessam, inclusive, o vácuo. A Terra é aquecida pelo calor que vem do Sol através da Irradiação.

Há corpos que absorvem mais energia radiante que outros. A absorção da energia radiante é muito grande numa superfície escura, e pequena numa superfície clara. Essa é a razão por que devemos usar roupas claras no verão. Ao absorver energia radiante, um corpo se aquece; ao emiti-la, resfria-se.

Page 27: ANO 2C FISICA 2016 - singularsantoandre.com.br · Se um corpo estiver em repouso sua ... Qual é a energia cinética de uma bola de tênis de massa 0,06 kg num ... (kg) g → aceleração

27

(d) GARRAFA TÉRMICA

As garrafas térmicas são recipientes destinados a impedir a troca de calor entre seu conteúdo e o meio ambiente. As garrafas térmicas são constituídas basicamente de um vaso de vidro com paredes duplas, distanciadas entre si cerca de 1 cm. No processo de fabricação, o ar é retirado (parcialmente, pois é impossível obter o vácuo perfeito) do espaço entre as paredes através de um orifício que a seguir é selado.

Com isso reduz-se consideravelmente a transferência de calor tanto por condução como por convecção, afinal, esses tipos de troca de calor necessitam de meio material para se propagarem.

Para que seja mínima a transferência por radiação, as superfícies das paredes são revestidas de prata, o que as torna altamente espelhadas. Assim as radiações são refletidas internamente sem que haja transmissão para o exterior. A rolha para fechamento da garrafa é geralmente oca e feita de borracha ou plástico, que oferecem bom isolamento térmico. Exercícios:

14 - O uso de chaminés para escape de gases quentes provenientes de combustão é uma aplicação do processo térmico de: a) radiação b) condução c) absorção d) convecção e) dilatação.

15 - A transmissão de energia térmica de um ponto para outro, graças ao deslocamento do próprio material aquecido, é um fenômeno de: a) irradiação b) radiação c) convecção d) emissão e) condução. 16 - Uma garrafa térmica impede trocas de calor, devido às paredes espelhadas, por: a) reflexão b) irradiação c) convecção d) difusão e) n.d.a.

3.3 – UNIDADE DE MEDIDA DO CALOR A substância utilizada como padrão para definir a unidade de quantidade de calor, a caloria (cal), foi a

água. Uma caloria é a quantidade de calor necessária para que 1 grama de água pura, sob pressão normal,

sofra a elevação de temperatura de 1°C. Como calor é energia, experimentalmente Joule estabeleceu o equivalente mecânico do calor:

1 cal ≅ 4,2 J

3.4 – CAPACIDADE TÉRMICA E CALOR ESPECÍFICO Suponhamos que ao fornecer certa quantidade de calor Q a um corpo de massa m, sua temperatura varie

∆T. Definimos Capacidade Térmica C de um corpo como sendo a quantidade de calor necessária por unidade

de variação da temperatura do corpo:

< � :∆�

Unidades Usuais:

Q ............caloria (cal); ∆T.............Celsius (°C);

C..............cal/°C.

A capacidade térmica é uma característica do corpo e não da substância. Portanto, diferentes blocos de alumínio têm diferentes capacidades térmicas, apesar de serem da mesma substância. Quando consideramos a capacidade térmica da unidade de massa temos o calor específico c da substância considerada. Calor específico é uma característica da substância e não do corpo. Portanto cada substância possui o seu calor específico. Confira a tabela de alguns valores de calor específico

i � <�

Unidades Usuais: C............ cal/°C

m..........grama (g) c.................cal/g.°C.

Substância Calor Específico (cal/g.°C) água 1,000 álcool 0,580

alumínio 0,219 chumbo 0,031 cobre 0,093

Page 28: ANO 2C FISICA 2016 - singularsantoandre.com.br · Se um corpo estiver em repouso sua ... Qual é a energia cinética de uma bola de tênis de massa 0,06 kg num ... (kg) g → aceleração

28

ferro 0,110 gelo 0,550

mercúrio 0,033

prata 0,056 vidro 0,200

vapor d'água 0,480 17 - Em cada caso a seguir determine a capacidade térmica de um corpo, onde é dado o gráfico calor x temperatura.

18 - Qual a capacidade térmica de um corpo que recebe 0,7 kcal de calor para elevar sua temperatura de 20°C para 90°C?

19 - Um corpo de massa igual a 10 kg recebeu 20 kcal, e sua temperatura passou de 50°C para 100°C. a) Qual a capacidade térmica desse corpo? b) Qual o calor específico desse corpo?

3.5 – EQUAÇÃO FUNDAMENTAL DA CALORIMETRIA Combinando os conceitos de calor específico e Capacidade Térmica, temos a equação fundamental da

Calorimetria, que independe da capacidade térmica.

: � �. i. ∆�

Unidades Usuais: Q................. caloria (cal)

m...............grama (g) c............ cal/g.°C

∆T ............Celsius (°C) Exercícios: 20 - Quantas calorias uma massa de 2 kg de água a 30°C deve receber para que sua temperatura passe a 70°C. 21 - O consumo energético diário típico de uma pessoa totaliza 2000 kcal. Sendo 1 cal = 4,18 J, a quantos Joules corresponde aquela quantidade? 22 - Uma manivela é usada para agitar 100 gramas de água contida em um recipiente termicamente isolado. Para cada volta da manivela é realizado um trabalho de 0,1 J sobre a água. Determine o número de voltas para que a temperatura da água aumente 1°C. Dados: c

água = 1 cal/g.°C e 1 cal = 4,2 J

23 – Um recipiente contendo 500 g de água a 10°C é levado ao forno. Sabendo que c

água = 1 cal/g.°C,

a) Calcule a quantidade de calor que a massa de água precisa receber para atingir 90°C. b) Quanto tempo será necessário para aquecê-la até 90°C, supondo que o forno produz 10000 calorias por minuto. 3.6 – TROCAS DE CALOR (SISTEMA ISOLADO)

Se vários corpos, no interior de um recipiente isolado termicamente, trocam calor, os de maior temperatura cedem calor aos de menor temperatura, até que se estabeleça o equilíbrio térmico. E de acordo com o princípio de conservação temos:

Q1 + Q2 + Q3 + ... + Qn = 0 Se o calor recebido é Q

R e o calor cedido é Q

C, temos Q

R > 0 e Q

C < 0.

Page 29: ANO 2C FISICA 2016 - singularsantoandre.com.br · Se um corpo estiver em repouso sua ... Qual é a energia cinética de uma bola de tênis de massa 0,06 kg num ... (kg) g → aceleração

29

Exercícios: 24 - Num recipiente, colocamos 250 g de água a 100°C e, em seguida, mais 1000 g de água a 0°C. Admitindo que não haja perda de calor para o recipiente e para o ambiente, a temperatura final dos 1250 g de água será de: a) 80°C b) 75°C c) 60°C d) 25°C e) 20°C

25 - Em um calorímetro de capacidade térmica de 200 cal/°C, contendo 300 g de água a 20°C, é introduzido um corpo sólido de massa 100 g, estando o mesmo a uma temperatura de 650°C. Obtém-se o equilíbrio térmico final a 50°C. Dado o calor específico da água = 1 cal/g.°C. Supondo desprezíveis as perdas de calor, determinar o calor específico do corpo sólido.

26 - Um bloco de massa 2 kg sofre um acréscimo de temperatura de 10°C, ao receber toda energia térmica liberada por 1000 g de água que diminuem a sua temperatura de 1°C. Considere o calor específico da água igual a 1 cal/g.°C. O calor específico do bloco em cal/g.°C é: a) 0,2 b) 0,1 c) 0,15 d) 0,05 e) 0,01. 3.7 – MUDANÇA DE ESTADO FÍSICO

Toda a matéria, dependendo da temperatura, pode se apresentar em quatro estados, sólido, líquido, gasoso e plasma. Em nosso estudo falaremos apenas dos três primeiros.

As mudanças desses estados são mostradas abaixo:

O gráfico a seguir ilustra a variação da temperatura de uma substância em função do calor absorvido pela

mesma. Este é um gráfico muito comum em exercícios.

3.8 - CALOR LATENTE Calor Latente de mudança de estado é a quantidade de calor, por unidade de massa, que é necessário

fornecer ou retira de um dado corpo, a dada pressão, para que ocorra a mudança de estado, sem variação de temperatura. Matematicamente:

: � �. H

Unidades Usuais: Q.................. cal; m.....................g;

L.................. cal/g.

Page 30: ANO 2C FISICA 2016 - singularsantoandre.com.br · Se um corpo estiver em repouso sua ... Qual é a energia cinética de uma bola de tênis de massa 0,06 kg num ... (kg) g → aceleração

30

O valor do calor latente da água para o ponto de fusão é 80 cal/g e para o ponto de ebulição é 540 cal/g. Exercícios: 27 - Têm-se 200 g de gelo inicialmente a -10°C. Determine a quantidade de calor que o mesmo deve receber para se transformar em 200 g de água líquida a 20°C. São dados os calores específicos do gelo e da água, respectivamente, 0,5 cal/g.°C e 1 cal/g.°C, além do calor latente de fusão do gelo, 80 cal/g. 28 - O gráfico a seguir representa o comportamento de 50 g de uma substância, que, quando iniciado o aquecimento, se encontrava no estado sólido. Supondo-se que não houve variação de massa durante todas as fases apresentadas no gráfico, verificamos que a proposição INCORRETA é: a) O calor específico no estado líquido é 0,1 cal/g.°C b) A temperatura da ebulição da substância é de 90°C. c) A capacidade térmica no estado sólido é 20 cal/°C. d) O calor latente de vaporização da substância é 44 cal/g. e) A temperatura de fusão da substância é de 10°C.

29 – Considere que em uma caldeira sejam aquecidos 2000 kg de água inicialmente a 20°C. Para que metade dessa água seja transformada em vapor d'água, são necessários quantos Joules de energia térmica? Considere: c = 1 cal/g.°C ; LV = 540 cal/g ; 1 cal = 4 J a) 7,5.106 b) 7,0.106 c) 5,4.106 d) 2,8.106 e) 1,6.106 3.9 – PONTO TRIPLO – DIAGRAMA DE FASES

O diagrama de fases é uma representação gráfica das condições de pressão e temperatura de uma substância nos estados líquido, sólido e gasoso. Veja abaixo o diagrama de fases para a água.

O gráfico está dividido em três áreas, cada uma delas representa uma fase pura. A linha cheia mostra as

condições sob as quais duas fases podem existir em equilíbrio. O ponto triplo é onde as três curvas se encontram, é o ponto de equilíbrio entre as três fases.

O ponto triplo da água ocorre sob a temperatura 0,01°C e 0,006 atm. Apenas nessas condições, a água pode existir nas três fases em equilíbrio. 30 – (UNESP) Considere seus conhecimentos sobre mudanças de fase e analise as afirmações I, II e III, referentes à substância água, um recurso natural de alto valor. I. Durante a transição de sólido para líquido, a temperatura não muda, embora uma quantidade de calor tenha sido fornecida à água. II. O calor latente de condensação da água tem um valor diferente do calor latente de vaporização. III. Em determinadas condições, a água pode coexistir na fase sólida, líquida e gasosa. Pode-se afirmar que a) apenas a afirmação I é correta. b) apenas as afirmações I e II são corretas. c) apenas as afirmações I e III são corretas. d) apenas as afirmações II e III são corretas. e) as afirmações I, II e III são corretas.