Andre Melech da Silva LESAO DE REABSOR9AO ODONTOCLAsTICA FELINA (LROF) Monografia apresentada ao Curso de Medicina Veterinaria da Faculdade de Ciemcias Biol6gicas e da Saude da Universidade Tuiuti do Parana, como requisito parcial para obten9110 do titulo de Medico Veterinario. Professor Orientador: Dr. Ricardo Maia Orientador Profissionai: Dr. Maria izabel Ribas Valduga Curitiba Novembro/2005
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Andre Melech da Silva
LESAO DE REABSOR9AO ODONTOCLAsTICA FELINA (LROF)
Monografia apresentada ao Curso de Medicina Veterinariada Faculdade de Ciemcias Biol6gicas e da Saude daUniversidade Tuiuti do Parana, como requisito parcial paraobten9110 do titulo de Medico Veterinario.
Professor Orientador: Dr. Ricardo Maia
Orientador Profissionai: Dr. Maria izabel Ribas Valduga
FIGURA 1 - LESAo DE REABSOR<;AO NO COLO DISTAL DO PRIMEIRO
MOLAR INFERIOR EM UM GATO.. . .
FIGURA 2 - LESAo DE REABSOR<;Ao ODONTOCLASTICA NO DENTETERCEIRO PRE-MOLAR SUPERIOR 2
FIGURA 3 - IMAGEM DE UMA RADIOGRAFIA INTRA ORAL PERIAPICAL,MOSTRANDO 4°PRE-MOLAR INFERIOR ESQUERDO COM LROF 3
FIGURA 4 - IMAGEM DE UMA RADIOGRAFIA INTRA ORAL PERIAPICAL,COM LROF DE TERCEIRO PRE-MOLAR 3
FIGURA 5 - SONDA DE EXPLORA<;AO............................ 4
FIGURA 6 - SONDA PERIODONTAL 4
iii
RESUMO
A lesao de reabsorc;:ao Odontoclastica dos felinos (LROF) e uma enfermidade
que acomete as porc;:oes organicas e inorganicas dos dentes, mostrando-se como
uma lesao no esmalte, cemento, dentina e envolvendo os ligamentos e estruturas
anexas. A ocorrencia e maior em felinos domesticos, mas ha relatos em leaD
(panthera leo) e Berger, 1996 e Gioso e Rossi junior (2000) relataram a doenc;:a em
grandes felideos (Suc;:uarana e Onc;:as Pintadas). Tambem e conhecida como FROL
(Feline odontoclastic resorptive lesion), neck lesion, cervical line lesions.
iv
LESAo DE REABSORCAo ODONTOCLAsTICA FELINA (LROF)
FONTE: ATLAS DE ODONTOLOGIA DE PEQUENOS ANIMAlS, 1999. p.21B.
FIGURA 1: LESAO DE REABSOR<;:AO NO COLO DISTAL DO PRIMEIRO
MOLAR INFERIOR EM UM GATO
1, ETIOPATOGENIA
A etiologia da LROF ainda e incerta e muitas provaveis causas ja foram
levantadas: carie, estresse da mastigac;:ao, inflamac;:ao, agentes infeccioso,
desordem do sistema imune, desordem no sistema regulador de calcio, superficie
acid a das rac;:oes para gatos, v6mitos e alterac;:oes de pH e dietas com proporc;:oes
de calcio desbalanceadas (ROZA, 2004).
Porem algumas das teorias citadas sofreram questionamentos que
favoreceram 0 descarte delas.
- V6mitos frequentes: Por esta teoria as lesoes deveriam estar mais localizadas
na face lingual dos dentes, mas sabe-se que a grande maioria esta na face
vestibular, ha menor prevalencia nos animais que mastigam com relac;:ao aos que
engolem rapidamente 0 alimento (GIOSO, 2003).
- Agentes infecciosos: Sabe-se que a maioria dos gatos acometidos por FELV
e FIV frequentemente tem inflamac;:oes orais cronicas; entretanto a maioria dos
2
animais com LROF, testados para estas viroses, apresentam resultados negativos
(ROZA, 2004).
- Inflamac;:ao: Apesar de celulas inflamatorias estarem presentes na maiaria dos
casos de LROF, elas nao necessariamente estao presentes no inicio do processo.
Assim, ela pode ser apenas uma consequencia do processo (ROZA, 2004).
- Carie: Esta teoria surgiu em func;:ao da similaridade entre as les6es com
localizac;:ao de carie interproximal em humanos. A carie e um processo de
desmineralizac;:ao da substancia dentaria par substancias acid as produzidas por
bacterias, diferentemente das alterac;:6es provocadas pela LROF (ROZA, 2004).
2. MANIFESTAC;OES CLiNICAS
As rac;:asmais susceptiveis sao as puras asiaticas (Siames e Persa). Os dentes
mais afetados sao os pre-molares, em seguida os molares, principalmente os
inferiores, mas os incisivos e caninos tambem sao acometidos (GIOSO, 2003),
(ROZA,2004).
A reabsorc;:ao ocorre abaixo da margem da gengiva e narmalmente esta
associ ado com inflamac;:ao gengival, ou muitas vezes recobertas por gengiva
hiperplasica e/ ou hiperemica, placa bacteriana ou calculos (HARVEY & EMILY,
1993), (ROZA, 2004).
A lesao causa dor, anorexia devido a relutancia do animal em se alimentar,
sialorreia, disfagia e desidratac;:ao, mudanc;:as de comportamento (ROZA, 2004).
TERCEIRO PRE-MOLAR SUPERIOR.
3. DIAGNOSTICO:
o diagnostico deve ser feito atraves de uma boa anamnese, dos sinais clinicos
e de um exame clinico detalhado, com 0 paciente sob anestesia geral, e
complementado com radiografias (ROZA, 2004).
No exame clinico um explorador e cuidadosamente inserido no sulco gengival
do dente a procura de irregularidades na superficie radicular (ROZA, 2004).
FIGURA 3: IMAGEM DE UMA RADIOGRAFIA INTRA ORAL PERIAPICAL,
MOSTRANDO 4° PRE-MOLAR INFERIOR ESQUERDO COM
LROF.
FIGURA 4: IMAGEM DE UMA RADIOGRAFIA INTRA ORAL PERIAPICAL,
COM LROF DE TERCEIRO PRE-MOLAR.
4
FIGURA 5: SONDA DE EXPLORAc;:Ao FIGURA 6: SONDA PERIODONTAL
4. CLASSIFICACAo:
As lesoes sao classificadas de acordo com sua origem e grau:
Classificagao quanto a origem:
• Tipo I: inflamat6ria. A sua origem esta associada ao complexo gengivite-
estomatite-faringite, a doenga periodontal ou a lesao endod6ntica. Esta
forma parece ser a menos comum (GIOSO, 2003).
• Tipo II: nao inflamat6ria. Forma mais usual da lesao. Ocorre
freqOentemente anquilose por substituigao de tecido mineralizado do
dente por tecido conjuntivo e posteriormente ossificagao (GIOSO, 2003).
Classificagao quanto ao grau da lesao:
Grau I: As cavitagoes estao restritas a esmalte ou cemento, nao
penetrando mais de 0,5 mm na superficie dentaria (ROZA, 2004).
• Grau II: Lesoes com cavitagoes ja bem maiores, que atingem a dentina,
mas ainda nao penetram 0 sistema endod6ntico (ROZA, 2004).
• Grau III: Lesoes com comprometimento pulpar
• Grau IV: Com envolvimento endod6ntico e perda de grande parte da
coroa do dente (ROZA, 2004).
• Grau V: Lesoes cr6nicas com perda total da coroa dentaria, persistencia
das raizes, muitas vezes recobertas por tecido de granulagao (ROZA,
2004).
5. TRATAMENTO:
o tratamento da LROF e relacionado a seu grau de lesao. 0 tratamento
conservador em geral nao e eficiente, restaura96es a base de ion6mero de vidro sao
eficazes em algumas les6es, porem sao dificeis de serem realizadas devido ao
sangramento excessive da gengiva (GIOSO, 2003).
• Grau I: 0 tratamento consiste na rem09ao das areas afetadas, seguidas
de aplica9ao de fluor.(ROZA, 2003). Para GIOSO (2003), esse
tratamento e controverso.
• Grau II: Restaura9ao com ion6mero de vidro (19% de sucesso apos 2
anos - Lyon, 1992) (GIOSO, 2003).
• Grau III: Essas les6es com envolvimento pulpar praticamente indicam
necessidade de exodontia. A avalia9ao clinica e radiogratica meticulosa
deve ser realizada antes de qualquer procedimento (ROZA, 2004).
• Grau IV: Sao les6es cujo tratamento e a exodontia, que deve ser
realizada com muita cautela, ja que a estrutura coronal esta muito
fagilizada (ROZA, 2004).
• Grau V: Nesse caso os fragmentos radiculares podem estar cobertos
pela gengiva. Se nao ha problemas periodontais e endod6nticos ou
les6es de estomatitei gengivite linfocitico-plasmocitaria associados, os
fragmentos podem ser deixados. Se houver necessidade de serem
retirados, deve-se proceder com cuidado e alavancas adequadas. Em
muitas vezes a pulveriza9ao com brocas de alta rota9ao acaba sendo 0
tratamento de elei9ao (ROZA, 2004).
6. CUIDADOS POS-OPERATORIOS:
Antibioticos e analgesicos devem ser administrados de acordo com 0
procedimento cirurgico realizado. A preven9ao da LROF e dificil ja que sua etiologia
e desconhecida. Os pacientes devem ser reavaliados a cada seis meses e a
alimenta9ao deve ser basicamente composta de ra9ao seca, a fim de minimizar a
forma9ao de placa bacteriana e calculo.
6
7. CONCLUSAO:
Apesar de estudos e esfon;:os de pesquisadores, a sua origem e desconhecida,
provavelmente infecciosa ou auto-imune, as les6es exp6em a dentina ou a polpa,
levando a dor intensa. 0 tratamento conservador nao e eficiente, uma alternativa ao
tratamento conservador e a extrayao.
o diagnostico deve ser afirmado somente com exames fisicos e radiologicos.
8. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS:
GIOSO, M.A. Odontologia Para 0 Clinico de Pequenos Animais. Sao Paulo,
Sao Paulo, leditora 2003, ed. 5, p. 49-53.
HARVEY, C.E.; EMILY, P.P. Small Animal Dentistry. United States of
America, Missouri, Mosby 1993, p. 213-224.
ROMAN, F.S. Atlas de Odontologia de Pequenos Animais. Sao Paulo, Sao
Paulo, Manole 1999, p. 218.
ROZA, M.R. Odontologia em Pequenos Animais. Rio de Janeiro, Rio de
Janeiro, L.F. Livros de Veterinaria 2004, p. 249-252.
UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANAI
Faculdade de Ciencias Biologicas e da Saude
Curso de Medicina Veterinaria
TRABALHO DE CONCLUsAo DE CURSO(T.C.C.)
CuritibaNovembro/2005
Andre Melech da Silva
RELATORIO DE ESTAGIO CURRICULAR
Relat6rio de Estagio Curricular apresentado ao Curso deMedicina Veterinaria da Faculdade de Ci~ncias Biol6gicas eda Saude da Universidade Tuiuti do Parana, como requisitoparcial para obtenc;:ao do titulo de Medico Veterinario.
Professor Orientador: Dr. Ricardo Maia
Orientador Profissional: Dr". Maria Izabel Ribas Valduga
CuritibaNovembro/2005
ReitorProf" Luiz Guilherme Rangel Santos
Pro-Reitor AdministrativoSr. Carlos Eduardo Rangel Santos
Pro-Reitora AcademicaProf' Carmen Luiza da Silva
Pro-Reitor de PlanejamentoSr. Afonso Celso Rangel dos Santos
Pro-Reitora de Pos-Gradua«ao, Pesquisa e ExtensaoProf" Elizabeth Tereza Brunini Sbardelini
Secreta rio GeralProf" Joao Henrique Ribas de Lima
Diretor da Faculdade de Ciencias Biologicas e da SaudeProf" Joao Henrique Faryniuk
Coordenador do Curso de Medicina VeterinariaProf' Neide Mariko Tanaka
Coordenador de Estagio Curricular do Curso de Medicina VeterinariaProf" Sergio Jose Meireles Bronze
Este Trabalho de Conclusao de Curso (T.C.C.) apresentado ao Curso de
Medicina Veterinaria da Faculdade de CiEmcias Biologicas e de Saude da
Universidade Tuiuti do Parana, como requisito parcial para a obtengao do titulo de
Medico Veterinario e composto de um Relatorio de Estagio, no qual sao descritas
as atividades realizadas durante 0 periodo de 01/08 a 30/09/2005, periodo este em
que estive na Clinica Odontocao, localizada no municipio de Curitiba cumprindo
estagio curricular e tambem de uma Monografia que versa sobre 0 tema: "Lesao de
Reabsorc;:ao Odontoclastica Felina" (LROF).
iii
DEDICATORIA
Dedico,
A Deus.
Principalmente a minha mae, pelo incentivo, amor que sempre me ofereceu.
Ao meu pai, meus avos Joao, Leonor e Idalina.
Aos meus tios (as) e primos (as).
Ao Medico Veterinario Dr. Vilmar Rodrigues Farias Lobo e sua familia.
A todos meus amigos.
Amo Voces
iv
AGRADECIMENTOS
Agradeyo a Deus.
A medica veterinaria Dr. Maria Izabel Ribas Valduga pela oportunidade de estagio
na Odontoc80, pela amizade, conhecimentos e confianya oferecida.
Ao meu orientador Prof'. Dr. Ricardo Maia pel a colaboray80 e auxilio para execuy80
deste trabalho.
A toda equipe e amigos da Clinica Odontoc80.
A todos os professores da Faculdade de Ciencias Biol6gicas da Saude do Curso de
Medicina Veterinaria.
Aos meus amigos de turma do curso de Medicina Veterinaria.
v
Jovem, nao perea tua liberdade.
Seja livre, euidado com 0 muro ao teu redor ame a vida,
Nao tema as difieuldades, pois elas apareeem.
Sorria. 0 leque da vida esta se abrindo ..
Ame abraee a familia.
Negue a dise6rdia.
Seja feliz.
Leonor Cesar Melech
vi
Andre Melech da Silva
RELATORIO DE ESTAGIO CURRICULAR
Relatorio de Estagio Curricular apresentado ao Curso deMedicina Veterinaria da Faculdade de CiE'!ncias Biologicas eda Satlde da Universidade Tuiuti do Parana, como requisitoparcial para obten<;:.:iodo titulo de Medico Veterinario.
Professor Orientador: Dr. Ricardo Maia
Orientador Profissional: Dr". Maria lzabel Ribas Valduga
CuritibaNovembro/2005
SUMARIO
LlSTA DE FIGURAS .
RESUMO
1. INTRODUC;AO.
2. DESCRIC;AO DO LOCAL DO ESTAGIO
3. RELATO DOS CAS OS CLiNICOS .
iii
................................... iv
3.1 Doenr;:a Periodontal..
3.1.1 Revisaa de literatura
3.1.2 Relata de casa clinica
3.2 Fistula Oro-Nasal... . .
1
2
5
5
5
8
11
11
13
16
3.2.1 Revisaa de literatura .
3.2.2 relata de casa clinica .
3.3 Profilaxia Dental ..
3.1.1 Revisaa de literatura 16
3.1.2 Relata de casa clinica 18
3.4 Epulis 21
3.4.1 Revisaa de literatura .
3.4.2 Relata de casa clinica
4.CONCLUSAO .
21
23
26
275. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS .
LlSTA DE FIGURAS
FIGURA 1 - VISTA FRONTAL DA CLiNICA ODONTOcAo .
FIGURA 2 - RECEPyAo .
FIGURA 3 - SALA DE ESPERA
FIGURA 4 - CONSUL TORIO
2
2
2
3
3
FIGURA 6 - CENTRO CIRURGICO 4
FIGURA 5 - LAVABO .
FIGURA 7 - FOTOPOLIMERIZADOR E EQUIPO ODONTOLOGICO 4
FIGURA 8 - FASES DA ENFERMIDADE PERIODONTAL 6
FIGURA 9 - ODONTOGRAMA DA
FIGURA 10 - TECNICA DE RETALHO AVANyADO SIMPLES ..
9
12
12FIGURA 11 - TECNICA DE RETALHO DUPLO .
FIGURA 12 - ODONTOGRAMA DO DADIVOSO.. 14
FIGURA 13 - PASTA DE PEDRA POMES PARA PROFILAXIA E TAyAS DE.. 17
FIGURA 14 - ODONTOGRAMA DO BARTOLOMEU 19
FIGURA 15 - FOTOGRAFIA ANTES DA PROFILAXIA 20
FIGURA 16 - FOTOGRAFIA DEPOIS DA PROFILAXIA . 20
FIGURA 17 - EPULIS FIBROMATOSO.... 21
FIGURA 18 - EPULIS ACANTOMATOSO 22
FIGURA 19 - EPULIS EM DENTE 404.................. 23
FIGURA 20 - ODONTOGRAMA DO RUSKO..... 24
iii
RESUMO
A Clinica Veterinaria Odontocao esta em constante evolu<;:ao e inova<;:ao, ha
quase 10 anos no mercado dispoe de servi<;:os especializados na area de
odontologia, oferecendo aos animais de companhia higiene e tratamento bucal
necessaria para sua saude.
Na ciinica, acompanhava-se as consultas, caletas de exames, procedimentos
cirurgicos. Normalmente eram realizadas em media dais procedimentos par dia, que
variavam de simples profilaxias, doen<;:as periodontais de grau I ao grau V, fraturas
dentais, persistencias de dentes deciduos, ressec<;:oes de nodulos tumorais,
tratamentos de canais e radiografias para avalia<;:ao de denti<;:ao.