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5/28/2018 anatomia dentes decduos
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Odontologia. Cln.-Cientf., Recife, 8 (1): 21-28, jan/mar.,
2009www.cro-pe.org.br
Importncia da anatomia dos dentes decduos para os procedimentos
clnicos
Tenrio, M.D.H.; Cota, A.L.; Tenrio, D.M.H.
Importncia da anatomia dos dentes decduos para os proce-dimentos
clnicos
Importance of the anatomy of deciduous teeth for the clinical
pro-
cedures
Correspondncia para / Correspondence to:
Maria Dnia Holanda TenrioCondomnio Aldebaran mega, Q.J-16
Serraria - Macei-AL - CEP: 57080-900 / E-mail:
[email protected]
Artigo de Reviso /Review Article
Resumo
AbstractKey-words
O objetivo deste trabalho descrever os detalhes anatmicos gerais
dos dentes decduos, enfatizando
os primeiros molares, e mostrar a importncia destas
caractersticas durante os procedimentos
restauradores e endodnticos. Este estudo pode facilitar a
identicao anatmica dos dentes
decduos e a reconstruo antomo-funcional peculiar aos primeiros
molares.
Anatomia Dental, Morfologia, Dente Decduo,
Molar.
The aim of the present research is to describe general details
from primary teeth, emphasizing
rst molars and to demonstrate the importance of these
characteristics during endodontic and
restaurative procedures. This study can facilitate primary teeth
anatomic identication and anatomic
funcional singular reconstruction of rst deciduous molars.
Dental Anatomy, Morphology , Deciduous
Tooth, Molar.
Descritores
Maria Dnia Holanda Tenrio*, Ana Ldia Cota**, Diene Maria Holanda
Tenrio***
* Professora Associada da Disciplina de Odontopediatria
FO/UFAL** Estagiria da Disciplina de Odontopediatria FO/UFAL***
Professora Doutora da Disciplina de Histologia ICBS/UFAL
INTRODUO
O conhecimento dos detalhes anatmicos e das caracte-rsticas
histosiolgicas dos dentes decduos so de fundamen-tal importncia
para a realizao de um bom preparo cavitrio,que, aliado aos
princpios de natureza biolgica e mecnicados materiais, permitir o
restabelecimento antomo-funcionalconseqente de uma leso de crie ou
de um traumatismo.1
Apesar dos detalhes anatmicos serem mais discretos,os dentes
decduos apresentam caractersticas prprias, espe-cialmente os
primeiros molares. Estes possuem sulcos, fossas,cristas marginais e
ponte de esmalte especcas porm, temsido alvo de imitaes da
morfologia externa de premolaresque se restaurados, com semelhante
anatomia, no haver
uma ocluso adequada dentio decdua.O objetivo deste trabalho
comentar sobre os detalhes
anatmicos gerais dos dentes decduos de importncia para
orestabelecimento antomo-funcional, enfatizando a morfologiados
primeiros molares.
REVISO DA LITERATURA
CARACTERSTICAS GERAIS DOS DENTES DECDUOSSero utilizadas no texto
abreviaes, para os tipos de:
dentes (molar decduo MD ou permanente MP e premolar PM),arcos
(superior S ou inferior I) ordem (1 ou 2) e
superfcies (cervical, incisal, oclusal, vestibular, lingual,
palatina,mesial e distal em: C, I, O, V, L, P, M e D,
respectivamente.
Dentre as caractersticas gerais relacionadas partecoronria, esto
a cor, a dureza e o volume. A cor dos dentesdecduos mais opaca ou
branco-leitosa. 2,3,4,5,6em razo depossuirem menor quantidade de
sais de clcio salientandoa cor da dentina.7As modicaes de cor ou a
presena demanchas so resultantes de pigmentaes causadas
porsubstncias, defeitos estruturais ou da condio pulpar
conse-quentes de crie ou trauma dentais. 1,5,8Os fatores que
causammanchas no esmalte de dentes decduos esto,
resumidamente,apresentados no Quadro 1.
A menor quantidade de clcio tambm faz os decduosapresentarem uma
dureza menor, que, associada ao tempoe abraso, desgastam nas pontas
das cspides e bordasincisais. 2,3,4,9Em relao ao volume estes
dentes no sentido
M-D apresentam-se mais largos do que C-I.2,3,4,5,6,8
Os dentes decduos possuem uma camada aprismtica,localizada
supercialmente no esmalte, cuja espessura de 16a 45m, podendo
chegar a 100m, resultado da deposio decristais de esmalte,
dispostos no mesmo sentido. Nos dentesanteriores, esta camada
diminui em direo ao tero incisal,provavelmente devido s foras da
mastigao. 10,11,12
Maiores espessuras de esmalte so encontradas nosdentes
anteriores, no tero cervical da face V e recebe o nomede anel de
esmalte; 2,9enquanto nos molares, encontram-se,no ngulo
mesio-vestbulo-cervical e recebe
o nome de tubrculo de Zuckerkandl. Esta salincia de esmalte
termina bruscamente, na unio cemento-esmalte, gerandouma
constrico no colo dental e fazendo com que a coroaapresente uma
forma expulsiva. 2,3,4,5,6,9,13
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Tenrio, M.D.H.; Cota, A.L.; Tenrio, D.M.H.
Nos molares decduos a camada de esmalte e dentina mais delgada,
especialmente na regio das projees pulpares.Estas camadas nos 1sMS
medem, cerca de 1.2 a 3.8mm enos 1sMI, 1.2 a 4.7mm; nos 2sMS, de
1.8 a 3.8mm e, cercade 1.8 a 4.2mm nos 2sMI. 3 A camada de esmalte
tem aproxi-madamente 1 mm e uniforme em toda a coroa, terminandona
borda cervical de forma bem denida; a maior espessurade dentina
encontra-se no centro do dente. 3,4,12A partir dotero mdio h uma
convergncia das superfcies V e L paraO, tornando a face O menor que
a C. 2,3,4,5,6,9,13,14
As zonas de contato dos dentes decduos so importantesna
preservao do espao para os dentes permanentes, nodiagnstico de crie
e nas restauraes proximais. Nos dentessuperiores, estas reas
encontram-se:entre canino e 1M emum pequeno contato circular no
tero O-V; entre 1ose 2osM,amplo contato na metade O-L da superfcie
D em forma demeia lua (convexidade em direo O); os 2osMD e os
1osMPpossuem amplos contatos em forma de meia lua. Nos
dentesinferiores:entre caninos e 1osM, no h contato devido aos
es-
paos primatas; entre 1
os
e 2
os
M o contato amplo, em formade meia lua, logo abaixo da unio do
sulco M; entre 2osMD e1osMP o contato pequeno, arredondado e em
posio V- Cao sulco D 3.
Algumas semelhanas podem ser notadas, entre os2osMDe 1osMP,
tanto nos superiores como nos inferiores, porpossurem uma anatomia
oclusal semelhantes pela, presenado tubrculo de Carabelli (face
M-P) nmero de cspides, fos-sas, sulcos e cristas.2,3,4,5,6,9A
Figura 1, mostra que os 2osMDSapresentam quatro cspides e a ponte
de
esmalte, semelhante aos 1osMPS, une a MP DV. Da mesmaforma, a
Figura 2 mostra que, os 2osMDI semelhantemente aos1osMPI,
apresentam na face O, cinco cspides sendo, 3 voltadaspara V, onde a
mediana a maior, seguida pela MV e DV e, 2
voltadas para a L, de tamanhos aproximadamente iguais.3
Alm das caractersiticas gerais da parte coronria importante
tambm considerar aquelas relacionadas parteradicular.
Iniciando pelo teto da cmara pulpar, esta se encontradelimitada
pelo nal da camada de dentina, acompanha aanatomia externa do dente
e apresenta projees em direos cspides, formando as proeminncias ou
cornos pulpares,sendo os mesiais dos molares mais projetados.
2,3,4,5,9
Delimitada pelo teto, cornos pulpares e assoalhoencontra-se a
cmara pulpar. Esta, abriga a polpa coronria, ampla, com um formato
trapezoidal nos molares superiorese retangular nos inferiores
(Figuras 3 e 4, respectivamente).3,5Com o tempo e a abraso, a cmara
pulpar diminui, pelaformao de novas camadas de dentina, destinadas
a compen-sar o desgaste exterior do dente.3Abaixo do contedo
pulparencontra-se o assoalho da cmara, com uma elevao maiorna poro
central e medindo cerca de 1,5mm, onde podem serencontradas, as
foraminas. Estas so aberturas anmalas queconectam a polpa aos
tecidos periodontais, originadas durantea formao da raiz, por
defeitos na bainha epitelial de Hertwig,provavelmente devido
persistncia de vasos sangneos, ondeem torno desses vasos, ocorre
uma diferenciao de odon-toblastos e a formao de dentina
irregular.15As foraminasagem como porta para a invaso bacteriana e
suas toxinaschegarem a rea inter-radicular. Esta rea se compe
nostio de alteraes, em dentes com
comprometimento pulpar, onde apresentar, rediograca-mente uma
rea radiolcida resultante de uma leso comperda ssea.15
Quanto s razes, nos dentes anteriores so longas,achatadas no
sentido M-D, desviadas para V a partir da 1/3mdio e, apresentam um
canal amplo. Por trs das razes dosdecduos anteriores (faces L ou P)
desenvolvem-se os germesdos incisivos e caninos permanentes. As
razes dos
Tipo de Mancha Fatores
Branca Desmineralizao, hipoplasia, uorose.
Amarela a marrom Amelognese imperfeita, uorose e ingesto de
sulfato ferroso.
Marrom a prpura Eritroblastose fetal e Porria.
Marrom a preta Crie crnica, presena de bactrias cromognicas com
anidade porcorantes.
Amarela escura a acinzentada Ingesto de tetraciclinas na poca da
odontognese.
Acinzentada persistente Restos orgnicos, necrose pulpar ou
sangue deixados nos cornos pulparesdurante pulpo/pulpectomias,
pastas obturadoras de canais radiculares.
Acinzentada passageira Congesto de vasos sangneos na cmara
pulpar ou rupturas de capilarescom pequeno extravasamento de
sangue, que poder ser reabsorvidoantes de se depositar nos tbulos
dentinrios e manter a vitalidadepulpar.
Marrom a acinzentada Permanncia de sangue nos tbulos dentinrios
com hemlise das clulasvermelhas, liberao da hemoglobina com
posterior degradao em ferroe deposio em forma de sulfato ferroso,
ocorre degenerao pulpar.
Rseo Destruio do tecido vascular da polpa manifestando-se aps
semanas oumeses por reabsoro interna.
Quadro 1 - Fatores que podem causar manchas nos dentes
decduos.
*Fonte: Machado et al 8; McDonald et al.5
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molares apresentam canais, mais estreitos, secundriose
acessrios, localizam-se no mesmo plano sagital que passaatravs dos
vrtices das cspides 16 e so bastante curvas,para abrigar os germes
dos premolares. Os molares superio-res apresentam 3 razes: 2V, 1P,
sendo a DV mais curta e osmolares inferiores, 2 razes, M e
D.2,3,4,5,6,9,14,15As razes sofremmodicaes, de acordo com o ciclo
biolgico do dente, atravs
do processo de rizlise.CARACTERSTICAS ESPECIAIS DOS PRIMEIROS
MOLARESDECDUOS.
Iniciando pelos 1sMS, estes possuem a face Vmarcadapor uma
depresso que vai do centro para a D do dente. AfaceP quase
corresponde metade da V; na maioria dos casos nica, mais lisa,
arredondada e mais inclinada para a M. 17Na Figura 5A so
ilustradas, as
Figura 1 - Molares superiores: semelhana oclusal do 2 MD e 1 MP.
Notar, em ambos os molares,as 4 cspides com a ponte de esmalte
ligando a MP DV, e no 1MD as 3 cspides separadaspelo sulco MD, no
centro do dente.
Figura 2 - Molares inferiores: semelhana oclusal do 2 MD com o 1
MP. Notar, a disposiodas 5 cspides em ambos os molares e no 1 MD,
as 4 cspides com a ponte de esmalteunindo as mesiais.
caractersticas da face O, apresentando normalmente 3 cs-pides:
duas voltadas para V e uma para P. Nos casos em queapresenta 4
cspides, a MP mais larga e pontiaguda e a DP,menor e mais
arredondada. Possui ainda duas fossas rasas Me D, prximas s cspides
V e um sulco MD que divide a faceO em lados V e P, atravessando as
cristas marginais M e D.
A crista marginalD menor, une ascspides Ve P em ngulo quase
reto, enquanto a crista mar-ginal M maior, mais convexa, at
encontrar o sulco MD e, apartir da, mais reta em direo a cspide MP.
3A anatomiaoclusal dos 1osMDS pode ser diferente em relao ao
lado
Os molares inferiores possuem caractersticas bastantepeculiares
que no se assemelham a nenhum dente perma-nente
2,3,4,5,6,9,13,14,17. Sua face V bastante inclinada para O
eapresenta a partir do 1/3 mdio, uma depresso resultanteda extenso
do sulco V vindo da face Oe que marca a super-fcie em 2 lbulos M e
D, sendo o M mais alto, volumoso eem posio quase vertical; na poro
D a borda V cncava
e da poro mediana at a M convexa. A face L menor einvadida por
um pequeno sulco O-L que divide as cspides L(ML maior, mais alta e
bastante convergente para O) e termina
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molares decduos e premolares, ao se comparar, as Figuras1 e 2
(grupo de molares decduos superiores e inferiores,respectivamente)
com as Figuras 7 e 8 (grupo de premolaressuperiores e inferiores
respectivamente). Nota-se que, enquanto
a face O dos 1s
MDS apresentam 3 cspides 2V e 1P separadaspelo sulco MD, os
1sPMS apresentam apenas uma cspide V,bem aguada e outra L; enquanto
os 2sMDS assemelham-seaos 1 MPS, os 2sPMS tm apenas duas cspides
uma V euma P. Na regio inferior, os 1sMD possuem 4 cspides ea ponte
de esmalte, mais voltada para M liga a MV ML oque diferencia dos
1sPM que possuem apenas 2 cspides ea ponte de esmalte liga a cspide
V L, mais voltada parao centro do dente. Enquanto os 2sMD
assemelham-se aos1sMP com 5 cspides, os 2sPM possuem apenas 2
cspides.2,3,4,5,6,9,13,15,17 Portanto, considerar estes aspectos
importantepara que a restaurao de um molar decduo no apresente,
nonal, a forma de um premolar e em consequncia, haja faltade
engrenamento das cspides, para uma ocluso adequada dentio
decdua.
DISCUSSO
A morfologia dos dentes decduos apresentada emlivros bsicos de
odontopediatria 3,4,5,6,13,14,15e anatomia bucal
Figura 3 - Cmara pulpar de um 2MDS - forma trapezoidal.
Figura 4 - Cmara pulpar do 2MD I - forma retangular.
em uma depresso
no 1/3 mdio. Na Figura 6A so ilustrados os aspectos da faceO: a
ponte de esmalte, unindo as cspides MV a ML; 2 fossas,a M (perto da
cspide V, menor e mais profunda, de onde parteo sulco O-L que
invade a face L e separa a crista marginal Mda cspide ML) e a
fossa, D mais rasa e maior de onde partemaproximadamente 4 sulcos:
O-L, (separa as cspides L em M eD), O-V (separa as cspides V em M e
D) e, outros 2 menores,um mais voltado para a cspide DV e outro
para DL. A cristamarginal M menor, mais inclinada para L e une-se
em n-gulo reto face V e quase reto L. A crista marginal D
maisconvexa, larga e une-se em ngulo reto face L e quase reto face
V. Possuem 4 cspides: uma MV maior, seguida pelaML, DV e DL, sendo
o vrtice da ML maior e mais aguado.
Por estas disposies, a face Oassemelha-se a um nmero8 deitado,
cuja parte menor corresponde superfcie M e amaior D(Figura 6B).
3
Assim como h semelhanas, entre os 2osMDe 1osMP,podem ser
observadas claramente, diferenas entre
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Neste trabalho, foi possvel mostrar de uma forma maisresumida,
os aspectos anatmicos coronrios e radiculares dosdentes decduos e
em especial, as caractersticas dos 1osmola-res. O conhecimento
destes detalhes importante e inuenciatanto no reconhecimento dos
dentes decduos, quanto paradissipar algumas diculdades durante sua
reabilitao.
Figura 5 - Detalhes anatmicos da face oclusal de 1MDS.
Figura 6 - Detalhes anatmicos face oclusal de 1MDI.
A cor branco-leitosa dos dentes decduos tem importn-cia para o
diagnstico diferencial de manchas no esmalte ena seleo da cor de
uma resina mais apropriada. Assim, ascores mais claras ou opacas so
as mais utilizadas.
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Figura 7 - Premolares superiores: presena de apenas 2 cspides
bem denidas. Comparar comos molares decduos superiores da Figura
1.
Figura 8 - Premolares inferiores: presena de apenas 2 cspides
bem denidas. No 1PMI aponte de esmalte, central ao dente, liga a
cspide V L. Comparar com os molares decduosinferiores da Figura
2.
Como observaram, Silva et al (2004) 19, as cores mais
apro-ximadas aos dentes decduos foram: B1 (Filtek) A110
(3M),B1-Amelogem (Ultradent) B0,5 Filtek e Z250 (3M).
O volume das coroas um detalhe que deve ser consi-derado nas
reconstrues coronrias, bem como nas prtesesxas funcionais ou prtese
do sistema tubo-barra. Assim comoem adultos, para o planejamento de
uma prtese importanteobservar, o nmero de dentes a serem
substitudos, o espaopresente e, quando possvel, tomar como
referncia as medi-das dos dentes adjacentes. Quando estes aspectos
no soconsiderados, dentes anteriores podem ser colocados
despro-porcionalmente e a criana pode apresentar uma aparnciade
boca cheia.
Apesar dos dentes decduos apresentarem menor es-pessura de
esmalte e dentina 2,3,4,9, desgastarem mais que
os permanentes e terem uma longevidade mais curta,
estascaractersticas podem permitir, seguramente, a utilizaode
resinas, tambm, em molares, em funo do tempo depermanncia na boca,
coincidir com o desgaste natural dasmesmas.1No entanto, podem
apresentar diculdades relacio-nadas a um efetivo condicionamento
cido, devido camadaaprismtica. Por no haver interao com as
salincias ereentrncias dos prismas, a camada age como uma
barreiramecnica, no promovendo a formao dos tags ou tneisvazios
para a reteno da resina. Assim, o cido fosfrico a 35% o mais
recomendado sendo utilizado em um tempo de 15 a30 segundos. Alguns
cuidados tcnicos so exigidos como, aprolaxia prvia do dente e a
colocao do isolamento absoluto.Nos casos da impossibilidade do uso
do isolamento absoluto,cuidados so necessrios para no haver
contaminao porsaliva, aps o ataque cido, na troca dos roletes de
algodoou mesmo pelo ar proveniente da seringa de ar comprimido,mido
ou misturado com leo. 20,21,22
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Pelo fato dos contatos proximais serem amplos, junta-mente com a
constrico do colo e a proeminncia dos cornospulpares, diculdades
podem ser encontradas durante ospreparos cavitrios em relao s
paredes axial e gengival,para no envolver os cornos pulpares nem
romper o suportedentinrio.14Quando este suporte rompido, no haver
sus-tentao para o material restaurador, isto impedir que um
molar seja devidamente restaurado.Em relao regio proximal -
cervical, esta se constituiem uma rea de maior fragilidade das
restauraes de molaresdecduos. Quando essa regio apresenta a juno
amelocemen-tria onde, a dentina encontra-se exposta, ocorre um
aumentoda permeabilidade dentinria e torna-se morfologicamente
vul-nervel a agresses mecnicas, qumicas e bacteriolgicas.16Assim,
em procedimentos restauradores, essa regio podegerar alguns
problemas, tais como: a quebra da integridademarginal,
microinltrao, descolorao marginal e recidiva decrie. Em relao aos
problemas endodnticos pode ocorrer,desde a necrose pulpar at uma
maior velocidade de reabsor-o patolgica, nos molares.17
A restaurao de regies proximais em molares podem,ainda, gerar
diculdades, durante o momento da colocao do
isolamento absoluto e/ou do porta-matriz. Estas diculdadesesto
em funo dos detalhes anatmicos, tais como: o aspectoexpulsivo, a
constrico do colo, o formato bulboso, o contatoamplo e elptico,
como tambm a menor rea de trabalho e aforte musculatura da bochecha
e dos lbios. Assim, gramposespeciais para dentes decduos seria uma
soluo para oisolamento absoluto, e a utlizao das matrizes
individuaispr-fabricadas ou soldadas, a matriz em T e o
porta-matriz
de Tofemire, para reconstrues proximais. A colocao datira-matriz
imprescidvel e deve ter a medida compatvelcom a altura do dente,
sem sobras, de forma a recobrir todo opreparo, o que facilitar
tambm durante a escultura. O posicio-namento da cunha de madeira
essencial, para a adaptao
cervical da matriz, evitando os excessos de material
restauradore restabelecendo a rea de contato.14 importante
esclarecerque, reconstrues proximais incorretas de dentes
decduos,principalmente das reas de contato, modicam as relaesdos
dentes adjacentes, desviando-os de seu trajeto normal eacarretando
em futuros problemas de espao.5
Outro aspecto bastante importante, sobre as restau-raes de
dentes decduos, diz respeito identicao dosmolares, para no serem
confundidos com os premolares oumolares permanentes. Assim, pelo
menos seis caractersticaspodero melhor identicar os molares
decduos, quais sejam:a cor branco-leitosa, coroas mais largas,
convergncia dassuperfcies V e L para O, a face O menor que a C,
detalhesanatmicos discretos e o tubrculo de Zuckerkandl na face
V.Alm disso, o desgaste oclusal causado pelo tempo, a idade
da criana e a cronologia de erupo dos dentes permanentespodem
auxiliar na identicao dos mesmos.
Em relao s caractersticas endodnticas, frequente-mente, os
molares decduos esto sujeitos a um comprometi-mento pulpar devido,
menor espessura e mineralizao dascamadas de esmalte e dentina,
projeo dos cornos pulparese ao grande volume pulpar. 17Os cornos
pulpares mais altos sovulnerveis perfurao, pela progresso da crie
ou durante aremoo de dentina cariada. No entanto, podem ser
utilizadoscomo zona de eleio ao acesso da cmara pulpar. 23
Nestesentido, durante as manobras tcnicas de uma pulpotomia,dois
aspectos importantes devem ser considerados: primeiro,no confundir
o acesso cmara pulpar com a abertura de umcanal radicular, pois,
abaixo dessa perfurao ou acesso existea polpa coronria ou o local
onde a mesma existia (casos de
necrose pulpar); segundo, prximo esfoliao, como o tetoe o
assoalho se tornam mais prximos, na regio central dodente,23
cuidados so necessrios para no se perfurar o asso-alho, com brocas,
durante a remoo de dentina cariada ou doteto da cmara pulpar. Para
diminuir os riscos de perfuraes,
A presena da rizlise tambm outro aspecto que me-rece ateno. Nos
dentes anteriores, a radiograa periapicalno revela, exatamente, na
face L ou P, a extenso da rizlise,sendo necessrios, cuidados
durante a odontometria para nose introduzir a lima, no periodonto.
Em molares, recomenda-se,recuar a lima em 1mm da regio apical ou
limit-la acima doplano oclusal do germe permanente ao se constatar,
radio-
gracamente, sua presena na regio de furca; assim, todoo canal
poder ser manipulado, se o germe estiver abaixo dopice radicular.
24Alm disso, importante, o conhecimentodas medidas do comprimento
total dos dentes decduos, comosegue: incisivos, entre 14 a 19 mm;
caninos, 17,5 a 22mm; 1osM,14 a 17mm e 2osM, 17,5 a 19,5 mm. 3
CONSIDERAES FINAIS
Neste trabalho, foi evidenciado que o conhecimento
das caractersticas coronrias e radiculares dos dentes decdu-os
importante, e que a reconstruo dos primeiros molares
deve seguir, suas caractersticas, especiais, que os
diferenciamdos premolares e molares permanentes. essencial que
alunose clnicos, considerem estas caractersticas durante os
proce-dimentos da operatria restauradora e endodntica para
umamelhor devoluo anatmica funcional e esttica.
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Recebido para publicao em 20/09/2007
Enviado para reformulao em 23/11/2007
Aceito para publicao em 17/09/2008