Anatomia Clínico-Cirúrgica de Pâncreas e Vias Biliares Prof. Ms. Everton Cazzo Prof. Dr. Elinton Adami Chaim Grupo de Cirurgia de Pâncreas, Vias Biliares e Obesidade HC/UNICAMP
Anatomia Clínico-Cirúrgica de Pâncreas e Vias Biliares
Prof. Ms. Everton CazzoProf. Dr. Elinton Adami Chaim
Grupo de Cirurgia de Pâncreas, Vias Biliares e Obesidade HC/UNICAMP
Pâncreas• A esfinge do abdome
• Fenótipo de Janus: ilhotas e ácinos
• Babilônia: Talmud – “dedo do fígado”
• Origem do nome: Pan kreas (toda a carne, como toda glândula segundo Hipócrates)
• Andreas Vesalius (século XVI): descrição anatômica precisa
• Eberle (1834): pâncreas exócrino
• Banting e Best (1922): pâncreas endócrino
Pâncreas
• Glândula mista: endócrina e exócrina
• Função exócrina: enzimas digestivas (amilase, lipase, tripsinogênio, quimotripsinogênio e nucleases)
• Função endócrina: insulina, glucagon, somatostatina e polipetídeos pancreático
Topografia
• Localizado no andar superior do abdome
• É fixo à porção posterior do abdome, no retroperitônio
• Posterior ao estômago, lateral ao duodeno, anterior à artéria mesentérica superior e tronco celíaco, às veias porta e cava
Irrigação Arterial
• Derivada de ramos do tronco celíaco e artéria mesentérica superior
• 2 arcadas fundamentais: anterior e posterior
Drenagem Venosa
• Tributárias das veias esplênica e mesentérica superior
• Posteriormente à cabeça do pâncreas, ocorre a formação da veia porta hepática através da confluência entre as veias esplênica e mesentérica superior (junção esplenomesentérica ou esplenoportal)
Drenagem Linfática
• Celíacos (Suprapancreáticos)
– Hepáticos
• Gastroduodenais
– Esplênicos
• Mesentéricos Superiores (Infrapancreáticos)
Câncer de Pâncreas
• Adenocarcinoma ductal (90%)
– Mais comum na cabeça e corpo (2/3)
– Comportamento agressivo
– Sobrevida em 5 anos: 5 – 20%
• Tumores endócrinos e neuroendócrinos (10%)
– Mais comuns em corpo e cauda (80%)
– Comportamento variável
História
• Descoberta por Galeno (século I DC)
• Teoria humoral: vesícula – bílis amarela (humor colérico); baço – bílis negra (humor melancólico)
• Relato de “pedras”: Antonio Benevieni (1420)
• Descrição anatômica: Leonardo Da Vinci (século XVI)
• Excisão de pedras e drenagem percutânea: Jean-Louis Petit (1733)
• Primeira colecistectomia: Marion Simms (abril/1878)
• Primeira colecistectoma bem-sucedida: Theodor Kocher (junho/1878)
Sistema Hepatobiliar
• Carreamento de bile do fígado para o tubo digestivo
• Bile: pigmentos biliares (3%), sais biliares (1%), ácidos graxos (1%), colesterol (0.3%), água (85%) e bicarbonato de sódio (10%)
• Promoção da emulsificação de gorduras
• Circulação êntero-hepática: 95% dos sais biliares são reabsorvidos no íleo terminal e cólon
Vias Biliares
• Vias biliares Intra-hepáticas– Ductos de Herig (periportais) → Ductos Segmentares
→ Ductos lobares Direito e Esquerdo
• Vias Biliares Extra-hepáticas– Ductos hepáticos Direito e Esquerdo– Confluência dos Ductos (Carrefour)– Ducto Hepático Comum– Ducto Colédoco– Ducto Cístico– Vesícula Biliar
Vascularização das Vias Biliares Extra-hepáticas
• Irrigação predominantemente arterial
• Ramos das artérias hepáticas direita e esquerda
• Drenagem venosa para veia porta
Vesícula Biliar
• Reservatório de bile
• Bile: emulsificador de gorduras; secretada no duodeno mediante estímulos locais e centrais
• Contração mediada pela colecistocinina (CCK)
Topografia
• Localizada no quadrante superior direito do abdome
• Fixa à borda inferior do fígado (leito da vesícula)
• Órgão peritoneal
Vascularização e Inervação
• Irrigada pela artéria cística (ramo da a. hepática direita, própria, comum, gastroduodenal ou mesentérica superior)
• Drenagem venosa: tributárias da v. porta
• Drenagem linfática: gânglio colecístico (Mascagni)
• Inervação: motora e sensitiva através do ramo hepático do nervo vago
Colecistolitíase
• Supersaturação da bile (hipercolesterolemia, doenças hemolíticas, déficit reabsorção de sais biliares etc), denervação secundária à doenças crônicas (diabetes) ou cirurgia, hipomotilidade por hormônios (gestação)
• 4 F (Female, Fat, Fourty, Fertile)
• Prevalência: 10 – 18%
• Tratamento: Ressecção cirúrgica