Caso Clínico ANAMNESE IDENTIFICAÇÃO: RSC, 2 anos, sexo feminino, natural e procedente de Nazaré – BA. QUEIXA PRINCIPAL: Febre alta e adinamia há 15 dias.
Caso Clínico
ANAMNESE
IDENTIFICAÇÃO: RSC, 2 anos, sexo feminino, natural e procedente de Nazaré – BA.
QUEIXA PRINCIPAL: Febre alta e adinamia há 15 dias.
Caso Clínico
ANAMNESE
HMA: Há 15 dias paciente iniciou quadro de febre alta (39oC), associado a adinamia, anorexia, sonolência e aumento progressivo do volume abdominal. No mesmo período apresentou tosse produtiva porém sem expectoração, além de edema em pés. Nega vômitos, diarréia, sangramentos ou alterações urinárias. Genitora levou a criança ao Hospital Gonçalves Martins onde foi tratada para pneumonia (SIC) e realizou parasitológico de fezes que revelou Giárdia e Ancilostomídeo.
Caso Clínico
ANAMNESE
IS: Não contribuitório.
AM: Nega viroses da infância, tuberculose, hepatites, cardiopatias, hemotransfusões, intervenções cirúrgicas e alergia medicamentosa.
AF: Não contribuitório.
AO: GenitoraG1 P1 A0, gestação sem intercorrências, realizado pré-natal, parto normal a termo, criança chorou ao nascer. Peso 2300 g, genitora não fumou nem ingeriu bebidas alcoólicas na gestação.
Caso Clínico
ANAMNESE
DNPM: Compatível com a idade.
AV: Vacinação completa para a idade.
AA: Leite materno exclusivo no 1o mês. No 2o mês introduziu leite Ninho e engrossantes. Mamou até o 8o
mês. Atualmente alimentação variada.
HV: Reside em casa com infra-estrutura sanitária adequada, onde moram 10 pessoas. Epidemiologia negativa para Chagas e positiva para esquistossomose. Cria cachorros e gatos.
Caso Clínico
EXAME FÍSICO
Paciente em regular estado geral, eupinéica, hidratada, adinâmica, afebril, acianótica, anictérica, mucosas hipocrômicas ++/4+
Dados Vitais:
FR. 25 ipm, FC. 110 bpm, T. 35,8 oC, Peso 7,5 Kg
Cabeça e pescoço: sem alterações.
Orofaringe: sem alterações.
Gânglios: Não palpáveis.
Pele: ressecada, com turgor e elasticidade mantidas.
Caso Clínico
EXAME FÍSICOAR. Som claro pulmonar, murmúrio vesicular rude sem ruídos adventícios.
ACV. Precórdio calmo, bulhas rítmicas e normofonéticas em 2 tempos, sem sopros.
ABD. Globoso as custas de visceromegalia, rígido, indolor a palpação, RHA não audíveis, ausência de ascite, fígado palpável a 4 cm do rebordo costal direito e a 2,5 cm do apêndice xifóide, baço palpável a 8 cm do rebordo costal esquerdo.
EXT. bem perfundidas e sem edema.
SNC. Sem sinais de irritação meníngea.
Caso ClínicoEXAMES COMPLEMENTARES
NegativaHemo
PositivoFormogel
3,2 g/dLGlb2,7 g/dLAlb.0,8 mg/dLCreat.25 mg/dLUréia19 U/LTGP40 U/LTGO1800 (7% seg, 1% Bast., 79% Linf., 3% Mon.)Leuco48.000 mm3Plq12,2 %Ht3,8 g/dLHg
Caso ClínicoEXAMES COMPLEMENTARES
Raio X de Tórax:
Evolução Laboratorial
06/11D5
11/11D10
26/11D21
HT 18,5 19,8 28,2
Hb 5,9 6,0 9,0
Plaq. 63.000 171.000 266.000
Leuco 2.000ne32%
5100ne92%
13400
Suspeitas diagnósticas:
• Hepatoesplenomegalia febril sec a:• 1) Calazar : pancitopenia + perda ponderal
+ esplenomegalia acentuada, com baço indolor, superfície lisa e consistência normal + hepatomegalia não muito acentuada, com fígado de superfície lisa e consistência discretamente aumentada + febre de longa duração, com picos elevados e diários + epidemiologia
Suspeitas diagnósticas:• 2)Salmonelose de curso prolongado: febre
prolongada, elevada e irregular + esplenomegalia acentuada + hepatomegalia, com fígado de consistência firme e levemente doloroso à palpação + perda ponderal + diarréia intercalada com períodos de obstipação. Fezes contendo muco e sangue + dor abdominal tipo cólica + leucocitose com aumento de eosinófilos + anemia + plaquetas normais
Suspeitas diagnósticas:
• 3) Malária: hepatoesplenomegalia + febre contínua alternada com terçã ou quartã + calafrios + sudorese profusa + anemia(30%) + leucopenia(37%) + plaquetopenia(56%) nas formas graves
Suspeitas diagnósticas:
• 4) Esquistossomose mansônica aguda: febre não contínua, prolongada, elevada, com sudorese e calafrios + diarréia + perda ponderal + hepatoesplenomegalia discreta + leucocitose com eosinofilia + epidemiologia
Suspeitas diagnósticas:
• 5) Doenças linfoproliferativas: LMA-pancitopenia variável + febre(de origem infecciosa) + hepatoesplenomegalia + adenomegalia + hemorragia. LLA- anemia + plaquetopenia + leucocitose variável + adenomegalia + esplenomegalia
Diagnóstico:
• Anamnese + exame físico• Hemograma• Mielograma• Sorologia(K-39)
Artigos Científicos:• Tratamento da Leishmaniose visceral em
crianças com Anfotericina B lipossomal.• A AL foi usada em 106 crianças
imunocompetentes que adquiriram a infecção no sul europeu, onde a L.Infantumé endêmica.
• Objetivo: identificar a dose mínima total necessária para curar a infecção diminuindo o tempo de hospitalização.
Artigos Científicos:• O tratamento convencional com Antimonial
Pentavalente vem diminuindo sua eficácia devido a um aumento da resistência à droga com consequente recaída da doença.
• Além disso os efeitos tóxicos da droga são importantes: hepatotoxicidade, cardiotoxicidade, rash e recentes estudos descreveram casos de pancreatite secundário ao uso da droga.
Artigos Científicos:• Conclusões: para crianças com L.infantum
a dose total foi de 18mg/kg (3mg/kg/dia) por 05 dias e mais 3mg/kg no D10 após a alta hospitalar.
Artigos Científicos:
• Leishmaniose Visceral: aspectos clínicos e laboraoriais.
• Objetivo: • comparar dados clínicos e laboratoriais
antes e depois do tratamento.
Artigos Científicos:
• Resultados:• Febre e esplenomegalia estavam presentes
em 96,1% e 100% respectivamente• Diagnóstico parasitológico foi encontrado
em 74/78 pacientes. 67 através de mielograma e/ou mielocultura . 5 realizaram biópsia hepática e 2 através de punção esplênica.
Artigos Científicos:
• Houve melhora significativa da albumina após o tratamento, o mesmo não ocorrendo com as gamaglobulinas.
• O tratamento inicial foi com antimonial (67), e 5 pacientes usaram Anfotericina B. 11 precisaram de um segundo esquema, mas todos obtiveram cura.
• Houve melhora significativa do tamanho do baço e do fígado ao fim do tratamento.
Artigos Científicos:
• o tempo médio de sintomatologia foi de 5,6 meses, sendo a hepatomegalia, esplenomegalia, anemia e febre os sintomas mais frequentes.
• O tempo médio de internamento foi de 29 dias.. Tendo a febre desaparecido no 10º DIH.
Artigos Científicos:
• os autores alertaram para a importância de se incluir leishmaniose visceral no diagnóstico diferencial da hepatoesplenomegalia febril em pacientes de áreas endêmicas.