HistricoO Estado de So PauloouEstado o mais antigo dos jornais
da cidade de So Paulo ainda em circulao, tendo sido fundado em
1875, com base nos ideais de um grupo de republicanos e
abolicionistas. Na poca em que foi criado, ainda no Imprio, o
jornal se chamavaA Provncia de So Paulo.
Capa da 1 edio da Provncia de So PauloPor ter sido o pioneiro em
venda avulsa no pas o francs Bernard Gregoire, montado num burro,
oferecia o jornal em todos os recantos da cidade , o jornal A
Provncia de So Paulo foi ridicularizado por outros jornais que
concorriam com ele Correio Paulistano eDirio de So Paulo , mas a
estratgia de venda deu certo, aumentando a tiragem do jornal (tanto
que hoje a logo do Estado). Quando surgiu, o jornal tinha quatro
pginas e uma tiragem de 2.025 exemplares. A tiragem foi aumentando
e, em 1896, j estava em 10 mil o nmero de exemplares
publicados.Somente em de 1890, aps a queda da Monarquia e instituio
da Repblica no Brasil, que o jornal A Provncia de So Paulo passou a
circular com o nome de O Estado de So Paulo. E quando o ento
redator chefe Francisco Rangel Pestana se afastou do jornal, o
redator Jlio Mesquita assumiu efetivamente a direo do Estadoe deu
incio a uma srie de inovaes. Uma das ideias colocadas em prtica foi
a contratao pelo jornal da agncia Havas, ento a maior do mundo,
para dar mais agilidade s notcias internacionais.
Capa da edio de 12 de Janeiro de 1890
A modernizao do jornal acompanhava o crescimento da cidade de So
Paulo, tanto que, ao final do sculo XIX, O Estado de S. Paulo j era
o maior jornal de So Paulo, superando o Correio Paulistano. A
partir de 1902, o jornal passou a ser de propriedade exclusiva da
famlia Mesquita.Ao apoiar a causa aliada na Primeira Guerra
Mundial, a comunidade alem na cidade no se conformou e retirou
todos os anncios do jornal. Jlio Mesquita no mudou de ideia e
manteve a posio de seu dirio. Em 1924, o Estado foi impedido de
circular pela primeira vez e Jlio Mesquita chegou a ser preso a
mando do governo federal. Trs anos depois, com a morte de Jlio
Mesquita, seu filho Jlio de Mesquita Filho assumiu a redao com o
irmo Francisco frente da parte financeira do jornal. Em 1930, o
jornal apoiou a candidatura de Getlio Vargas presidncia. Vargas foi
derrotado nas eleies, mas assumiu o poder com a Revoluo de 1930. No
entanto, dois anos depois, o Estado e o Partido Democrtico,
inconformados com o autoritarismo de Getlio Vargas, articularam a
Revoluo Constitucionalista de 32, que reivindicava eleies livres e
uma Constituio.Durante o Estado Novo (1937-1945) e a Repblica Nova
(1946-1964), o jornal fez oposio a todos os governos, tanto que, em
maro de 1940, chegou a ser invadido pelo DOPS. O jornal foi
inicialmente fechado e logo depois confiscado pela ditadura. At
1945, quando foi devolvido pelo STF a seus legtimos proprietrios.Em
1964, O Estado de S. Paulo apoiou o movimento militar. No entanto,
quando os diretores perceberam que os militares queriam tomar o
poder, o jornal retirou seu apoio e rompeu com o regime. Entre 1968
e 1975, mais de 1.000 pginas dos jornais O Estado de S. Paulo foram
censuradas. No entanto, apesar das restries, O Estado continuava
com suas denncias de censura. Em fevereiro de 1967, a tiragem
ultrapassou os 340.000 exemplares.
Pgina 3 censurada da edio de 19/09/1972
Pgina 17 censurada da edio de 09/07/1974
Pgina 28 da edio de 17/12/1974
O jornal: caractersticas, formato e divisoO Estado se utilizou
de todos os recursos tecnolgicos at aqui adotados para a produo de
jornais. Comeou com composio manual e impresso trao humana, passou
pelas tradicionais rotativas, utilizou linotipos at a chegada do
sistema de impresso offset, e ingressou na era digital, como de
resto a maioria dos jornais da atualidade. A fase tipogrfica do
jornal vai de sua fundao at final da dcada de 1960. Sua fase
litogrfica vai de meados dos anos 1970 ao final da dcada de 1980.
Trata-se de um perodo de transio, marcado pela adoo do processo de
impresso offset, que vai influenciar em muito o design do jornal.
Neste perodo inicia-se a informatizao da produo grfica, com a adoo
do computador na redao, na diagramao, no tratamento de imagens e na
arte-finalizao das pginas do jornal. Finalmente, a fase digital do
Estado abrange o incio dos anos 1990 at hoje.Foram observados, em
cada uma destas fases, alguns operadores de sentido que influenciam
a compreenso de como se d a enunciao pelo design, quais sejam:
topografia (distribuio espacial na pgina), tipografia, cores,
imagens e elementos grficos.
O Estado inicia numa fase um pouco mais evoluda da tipografia.
Comeou com apenas 4 pginas em formato standard, o jornal era
dividido em 6 at 8 colunas separadas por filetes verticais, e era
impresso em impressora manual movida trao humana. Neste perodo, o
processo tipogrfico passou por vrias transformaes e novos contedos
foram sendo incorporados (como a fotografia). A chegada das
linotipos, de impressoras rotativas a vapor e posteriormente
eltricas so exemplos destas transformaes tecnolgicas. Mas, mesmo
com todos estes avanos, o sistema de impresso continua sendo o
tipogrfico e muitas restries aos contedos s se reduziro aps a adoo
do sistema offset de impresso.Os recursos grficos na fase
tipogrfica eram escassos e o texto verbal predominava. O texto
jornalstico de ento trafegava entre o informativo e o literrio.
Valores como objetividade jornalstica, imparcialidade, fontes
mltiplas s sero adotadas bem mais tarde. O jornalismo desta poca o
da opinio, do debate, da peleja, das discusses temticas. No Estado
as notcias principais eram as estrangeiras.
Estado na fase tipogrfica
A segunda fase denominada de litogrfica, em aluso ao processo
offset, que segue os mesmos princpios de impresso da litografia
tradicional (matriz plana, separao fsico-qumica entre gua e tinta).
Os editores eram tambm os responsveis pelo desenho das pginas,
fator que contribuiu para a criao de pginas diferenciadas que
integravam melhor o material verbal e o no-verbal. A partir da, os
princpios do design entram em evidncia. Alinhamento, repetio,
proximidade, contraste, balano, passam a ser mais levados em
considerao.A cor surge na fase litogrfica como uma novidade
meramente ilustrativa e esttica, restringindo-se capa, contracapa e
aos suplementos mais revistizados. A cor tambm aplicada em
fotografias e em alguns quadros. Aos poucos, vai assumindo o papel
de elemento segregador de textos e, por vezes, parece espalhafatosa
pela falta de harmonia cromtica.O offset propiciou ainda mais
agilidade. Nesta fase, h um aumento na quantidade de informaes, uma
melhoria na reproduo de imagens e consequente aumento na demanda de
fotografias e infogrficos. Os textos passam a ser menores e mais
objetivos e dividem cada vez mais o espao com as imagens e demais
elementos grficos.
Estado na fase litogrfica
Na fase atual, o Estado usa pginas divididas em mdulos que
facilitam os alinhamentos e a simplificao das estruturas visuais,
criando blocos de contedos mais rapidamente identificveis. A
modulao ganha sentido quando passa a ser percebida como elemento de
hierarquizao, e no apenas uma estratgia de diviso dos espaos. Como
uma forma de indicar ao leitor quais os assuntos so mais
prioritrios que os outros, no modo de ver do jornal. O valor-notcia
, ento, expresso em mdulos por coluna (matrias mais importantes
devem ocupar reas maiores), mas tambm se leva em conta a
topografia, os nveis, a posio do bloco de contedo na pgina (quanto
mais acima e mais esquerda maior o peso dado ao assunto). Eles
restringem-se a no mximo trs fontes (com suas variaes de peso,
inclinao e estrutura) e com boa legibilidade, adequadas aos seus
posicionamentos discursivos, j que um jornal mais srio e voltado
para as classes A e B.
Em outubro de 2004, o Estado passou por uma radical mudana de
design. Foi um choque para o mercado jornalstico, pois a imagem do
jornal, por ele prprio construda, era de um arraigado
conservadorismo. Muitos sabiam da mudana, mas no imaginavam que o
jornal fosse mudar e conseguir manter o seu padro, sua
personalidade de jornal srio. Pois assim foi feito. O jornal se
renovou mantendo suas principais caractersticas e valorizando a
visibilidade dos contedos, a legibilidade que propicia uma leitura
confortvel e a inteligibilidade, com o aprofundamento dos contedos,
agora organizados em peas de acordo com o gnero ou tipo de
informao. O design usado, neste caso, para o bem, no serviu para o
esvaziamento ou a valorizao do entretenimento, mas para uma
atualizao aos novos modos de expresso e de leitura.
Estado antes (duas primeiras) e depois (duas ltimas) da reforma
de 2004
Matria
Valor-notcia | Avaliao
A matria tem o pblico alvo classes A e B e seu valor-notcia tem
grande amplitude, j que Graa Foster est envolvida na crise que a
Petrobrs sofre com a Operao Lava Jato. A empresa sofre de srios
danos econmicos devido a propinas pagas a dirigentes, o que
consequentemente afeta diretamente a economia brasileira. A grande
questo se a soluo trocar de presidente. A corrupo existente no
Brasil, em qualquer rea, no nenhuma novidade. A insatisfao
verdadeira, de no ter um sistema de Justia Criminal com poderes
suficientemente eficientes para combater crimes com essa natureza.
nesse ponto que comea a se discutir democracia, j que o dinheiro
dessas propinas praticamente saem do bolso do cidado, que no pode
fazer nada quanto a isso.A crise traz muita insegurana para o
brasileiro, contudo capaz de oferecer uma oportunidade de mudana.
Ela pode, finalmente, conseguir mudar o sistema de Justia Criminal
ou a soluo continuar sendo "trocar de presidente" e afundaremos
cada vez mais nesse abismo de corrupo.