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ANLISE DAS CONDIES DE
TRABALHO NA CENTRAL DE
MATERIAIS ESTERILIZADOS DO
HOSPITAL MUNICIPAL DE BARRA DO
BUGRES - MT
Paulo Cesar de Souza (Unemat)
[email protected]
Este estudo buscou analisar as condies de trabalho na Central
de
Materiais Esterilizados do Hospital Municipal de Barra do
Bugres. O
gerenciamento das condies de trabalho nesse setor tem influncia
no
cuidado prestado ao paciente, podenndo determinar o sucesso ou
o
insucesso. Foi utilizado estudo do tipo exploratrio com
abordagem
qualitativa e quantitativa por meio da observao in-loco e
aplicao
de questionrio junto aos servidores. A anlise demonstrou que
todos
os membros da equipe da CME sentem satisfao em desenvolver
suas
atividades laborais junto setor e 100% afirmaram que no
foram
submetidas a processos de treinamento ao ingressarem neste
servio.
Verificou-se que 83,3% dos trabalhadores j sofreu algum acidente
de
trabalho durante suas atividades laborais e desses 40% no
usavam
EPis no momento. Percebeu-se negligncia por parte dos
trabalhadores e tambm dos gestores quanto efetiva utilizao
dos
equipamentos. Destaca-se a necessidade de melhoria nas
condies
fsicas e implantao de programas e medidas visando melhorar a
qualificao do pessoal e das condies de trabalho no setor,
impactando positivamente a qualidade do servio prestado pelo
setor
aos pacientes do hospital.
Palavras-chaves: Gesto Hospitalar, Central de Materiais
Esterilizados, Sade do Trabalhador
XXX ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUO Maturidade e
desafios da Engenharia de Produo: competitividade das empresas,
condies de trabalho, meio ambiente.
So Carlos, SP, Brasil, 12 a15 de outubro de 2010.
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1. Introduo
A Central de Material Esterilizado (CME) uma unidade de apoio
tcnico dentro do hospital
para onde so destinados os materiais considerados sujos e
contaminados para posterior
descontaminao, preparo, esterilizao, armazenamento e distribuio
para as unidades
internas. A CME tem um papel fundamental na assistncia e
desenvolvimento das atividades
de praticamente todos os setores do hospital, de modo que os
aspectos estruturais,
administrativos, econmicos e tcnicos devem ser adequadamente
gerenciados visando
garantia da qualidade dos artigos processados.
Na estrutura hospitalar brasileira, at a dcada de 40, no existia
a central de materiais
esterilizados. Todos os processos de preparo, esterilizao e
armazenamento de materiais
eram feitos no prprio centro cirrgico.
A partir dos anos 50, com o surgimento de novos mtodos de
limpeza e esterilizao de
materiais e o advento de instrumentais especializados para
cirurgias mais complexas que
surgiu a iniciativa de destinar uma rea para seu preparo.
Na dcada de 70, os hospitais de maior porte, e, principalmente,
os universitrios com
localizao nas capitais, comearam a destinar espaos para as
atividades de esterilizao dos
materiais, consolidando-se ento a Central de Material
Esterilizado.
A equipe de enfermagem que trabalha nessa unidade presta uma
assistncia indireta ao
paciente, a qual to importante quanto assistncia direta. As
esterilizaes realizadas pela
CME objetivam controlar a infeco hospitalar (IH), de modo que o
funcionamento desse
servio com eficcia produz a reduo dos casos, ficando os
resultados positivos bastante
evidentes. Assim, esse setor de suma importncia no que se refere
biossegurana no
mbito do hospital.
Os principais problemas relacionados a esse servio se referem
aos riscos ocupacionais a que
esto expostos os trabalhadores, os quais decorrem da exposio s
secrees e outros fludos
corporais, rudos, temperaturas excessivas, iluminao ineficiente,
manipulao de agentes
qumicos, entre outros. Assim, as condies de trabalho podem
colocar em risco a sade dos
trabalhadores, alm de interferir na qualidade do trabalho
prestado pelo setor.
Por tratar-se de uma atividade complexa e de suma importncia
para a qualidade dos servios
hospitalares, este trabalho se prope a analisar as condies de
trabalho da equipe de
enfermagem na CME do Hospital Municipal de Barra do Bugres, Mato
Grosso.
2. Central de Materiais Esterilizados: conceitos e definies
Segundo a Resoluo de Diretoria Colegiada (RDC) n. 307, (MS,
2002) a CME uma
unidade de apoio tcnico, que tem como finalidade o fornecimento
de materiais mdico-
hospitalares adequadamente processados, proporcionando, assim,
condies para o
atendimento direto e a assistncia sade dos indivduos enfermos e
sadios. Segundo a
mesma resoluo acima, a CME deve existir quando houver centros
cirrgicos, obsttricos
e/ou ambulatoriais, hemodinmica, emergncia de alta complexidade
e urgncia.
Esse importante setor no mbito do hospital destina-se recepo,
expurgo, preparo,
esterilizao, guarda e distribuio de materiais para todas as
unidades que prestam cuidados
aos pacientes (Brasil,1985 ; Molina,1997 ; Moura, 1999).
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A rea destinada prestao desses servios pode ser considerada uma
rea crtica, visto que
a RDC 50 (MS, 2002) considera como rea critica os ambientes onde
existem maiores riscos
de transmisso de infeco, onde se realizam procedimentos de risco
com ou sem paciente ou
onde se encontram pacientes imunodeprimidos.
Tratando ainda dessa classificao, a Consulta Pblica n 104 (MS,
2002) em seu artigo 1.
assim estabelece:
rea critica o local onde existe risco aumentado para
desenvolvimento de
infeces relacionadas assistncia, seja pela execuo de processos
envolvendo
artigos crticos ou material biolgico, pela realizao de
procedimentos invasivos ou
pela presena de pacientes com susceptibilidade aumentada aos
agentes infecciosos
ou portadores de microrganismos de importncia epidemiolgica.
Ex.: salas de
cirurgia, unidades de tratamento intensivo, salas de hemodilise,
leitos ou salas de
isolamento, centrais de material esterilizado, bancos de sangue
e rea suja de
lavanderia hospitalar.
Assim, embora nesse setor no haja o contato direto com o
paciente, h o contato com
material biolgico que faz surgir o risco de contaminao.
Os materiais processados pela Central de Materiais Esterilizados
so classificados pelo
Manual Tcnico da CME (MS, 2000) da seguinte forma:
Crticos: so aqueles que esto envolvidos em alto risco de aquisio
de infeco se estiverem
contaminados com quaisquer microorganismos, incluindo os esporos
bacterianos. Estes
objetos penetram tecidos estreis ou sistema vascular e devem ser
esterilizados para uso. Ex:
instrumentos cirrgicos, cateteres urinrio e cardaco, implantes,
agulhas, etc.
Semi-Crticos: So artigos que entram em contato com membranas
mucosas ntegras ou pele
no ntegra. Estes artigos requerem desinfeco de alto nvel. Ex:
equipamentos respiratrios
e de anestesia, endoscpio digestivo, etc.
No-Crticos: So artigos que entram em contato com pele ntegra,
mas no com mucosas. Os
artigos no crticos dependendo da sua particularidade ou grau de
contaminao podero ser
lavados com gua e sabo, ou receber desinfeco de nvel
intermedirio ou baixo. Ex:
comadres, aparelhos de presso, mveis do paciente, etc.
Em virtude da manipulao de artigos que colocam em risco a
segurana dos trabalhadores e
tambm dos pacientes, esse servio necessita ser adequadamente
gerenciado, havendo
racionalidade nas aes e o respeito s normas vigentes.
3. Organizao e funcionamento da CME
Para se compreender a complexidade e a importncia da CME no
contexto do hospital, faz-se
necessrio, conhecer com mais profundidade o referido setor e a
sua organizao luz dos
estudiosos do assunto e da legislao vigente.
De acordo Cunha (1985), no mbito do hospital, a Central de
Materiais Esterilizados pode
funcionar de trs formas:
Descentralizada: Quando cada unidade ou conjunto de unidades do
hospital responsvel por
preparar e esterilizar os materiais que utiliza;
Semi-centralizada: Cada Unidade prepara os seus materiais, mas
encaminha Central de
Material para serem esterilizados;
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Centralizada: Os materiais de uso em todas as unidades do
hospital so totalmente
processados na Central de Material Esterilizado.
Segundo a Resoluo de Diretoria colegiada (RDC) n 307, (MS,
2002), que alterou a RDC
n. 50 (MS, 2002), a CME deve ser dividida em, no mnimo, trs
reas: descontaminao,
empacotamento, esterilizao e estocagem.
Em todas as reas as paredes e os pisos devem ser claras,
resistentes, de fcil limpeza, lisos e
isentos de qualquer elemento que favorea o acumulo de sujidades.
As janelas devem ser
amplas, altas e fechadas, quando a ventilao for feita por
ar-condicionado, ou altas e abertas,
quando houver ventilao natural, porm, protegidas com telas para
que no haja entrada de
vetores. Deve haver iluminao adequada, conforme as normas
tcnicas brasileiras e a
temperatura em todas as reas de trabalho devem ser mantidas
entre 21 e 25C.
A rea de descontaminao e limpeza deve possuir uma barreira fsica
com relao s demais
reas (Rutala e Weber, 2002), alem da necessidade, da existncia
dos ambientes de apoio, tais
como vestirios, sanitrios, depsitos de limpeza, sala
administrativa e acesso para
manuteno dos equipamentos.
Nas trs reas apresentadas acima, acontecem o processo de
esterilizao dos materiais, o qual
vai desde o recebimento at a entrega, conformando-se num fluxo
progressivo (Figura 1).
Figura 1 Processo de esterilizao na CME (COFEN, 2009)
Ressalta-se que o expurgo a rea onde realizada a limpeza,
descontaminao e
consequentemente a separao de todo material contaminado. Esta
rea um dos locais mais
contaminados da CME.
De acordo com o Manual Tcnico da CME (MS, 2000), o processo de
trabalho desse setor
pode ser assim dividido:
Seleo: a separao dos materiais mdico-hospitalares, por tipo,
para que sejam limpos
adequadamente sem sofrer danos;
Limpeza e secagem: o processo de remoo de sujidades realizado
pela aplicao de
energia mecnica (frico), qumica (solues detergentes,
desincrostantes ou enzimtica) ou
trmica. A secagem tem por objetivo evitar que a umidade
interfira nos processos qumicos ou
fsicos de desinfeco ou esterilizao dos materiais. Deve-se
observar sempre que todo o
material sujo de sangue ou de secreo considerado contaminado e,
portanto, a limpeza e a
secagem tornam-se mais rigorosas;
Descontaminao: o processo de eliminao total ou parcial da carga
microbiana de artigos
e superfcies;
Desinfeco: A desinfeco o processo de eliminao e destruio de
microorganismos,
patognicos ou no em sua forma vegetativa, que estejam presentes
nos artigos e objetos
inanimados, mediante a aplicao de agentes fsicos ou qumicos,
chamados de desinfetantes
ou germicidas, capazes de destruir esses agentes em um intervalo
de tempo operacional de 10
a 30 min3. A Portaria n. 15 (MS, 1988) estabelece que os
princpios ativos que podem ser
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utilizados como desinfetantes so aldedos, compostos fenlicos,
cido paractico, lcool,
entre outros;
Preparo: a montagem das bandejas e pacotes para posterior
esterilizao. Deve ser feito em
rea limpa e organizada;
Esterilizao: o processo de destruio de todos os microorganismos,
a tal ponto que no
seja mais possvel detect-los atravs de teste microbiolgico
padro. Nos estabelecimentos
de sade, os mtodos de esterilizao disponveis para processamento
de artigos no seu dia a
dia so o calor, sob a forma mida e seca, e os agentes qumicos
sob a forma lquida, gasosa e
plasma. Nas Centrais de Esterilizao hospitalares o mtodo mais
utilizado e factvel a
autoclavao por vapor saturado sob presso.
Quanto ao quadro de pessoal, deve ser composto por enfermeiros,
tcnicos de enfermagem,
auxiliares de enfermagem e auxiliares administrativos, cujas
funes esto descritas nas
prticas recomendadas pela Sociedade Brasileira de Enfermeiros de
Centro Cirrgico,
Recuperao Anestsica e Centro de Material e Esterilizao (SOBECC,
2005).
Tais profissionais, ao realizar a manipulao de agentes qumicos
ou entrar em contato com
altas temperaturas e materiais com risco biolgico, necessitam
utilizar Equipamentos de
Proteo Individual (EPI), independentemente do grau de sujidade
do artigo e da toxicidade
dos produtos qumicos a serem manipulados.
Segundo Consolidao das Leis do Trabalho (Decreto-lei n. 5.452)
(BRASIL, 1943), artigo
166, seo IV, os EPIS devem ser fornecidos ao trabalhador pela
empresa, sem qualquer
nus financeiro.
Em 1978, atravs da Portaria n. 3.214 (MTE, 1978) o Ministrio do
trabalho aprovou as
Normas Regulamentadoras (NR) relativas segurana e medicina do
trabalho. As NRs
foram criadas e ampliadas para a manuteno de condies seguras no
ambiente de trabalho
e para a reduo, ou at mesmo eliminao dos riscos existentes.
A NR-6 (MTE, 1978), dispe sobre os equipamentos de proteo
individual e define os EPIs
como todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado
pelo trabalhador, destinado
proteo de riscos suscetveis de ameaar a segurana e a sade no
trabalho.
Estes equipamentos devem ser utilizados em todas as etapas do
processo, sempre
relacionando a atividade ao equipamento (MS, 2001).
Dentre essas Normas Regulamentadores, destaca-se a NR-5 (MTE,
1978), que dispe sobre a
constituio da Comisso Interna de Preveno de Acidentes (CIPA) nos
estabelecimentos,
objetivando a preveno de acidentes e doenas decorrentes do
trabalho, de modo a tornar
compatvel permanentemente o trabalho com a preservao da vida e a
promoo da sade do
Trabalhador.
Os riscos a que esto expostos os trabalhadores da Central de
Materiais Esterilizados, podem
ser classificados em cinco tipos, de acordo com a portaria
citada acima:
Riscos de acidentes: Qualquer fator que coloque o trabalhador em
situao vulnervel e possa
afetar sua integridade, e seu bem estar fsico e psquico. So
exemplos de risco de acidente: as
mquinas e equipamentos sem proteo, probabilidade de incndio e
exploso, arranjo fsico
inadequado, armazenamento inadequado, etc.
Riscos ergonmicos: Qualquer fator que possa interferir nas
caractersticas psicofisiolgicas
do trabalhador, causando desconforto ou afetando sua sade. So
exemplos de risco
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ergonmico: o levantamento de peso, ritmo excessivo de trabalho,
monotonia, repetitividade,
postura inadequada de trabalho, etc.
Riscos fsicos: Consideram-se agentes de risco fsico as diversas
formas de energia a que
possam estar expostos os trabalhadores, tais como: rudo, calor,
frio, presso, umidade,
radiaes ionizantes e no-ionizantes, vibrao, etc.
Riscos qumicos: So as substncias, compostos ou produtos que
possam penetrar no
organismo do trabalhador pela via respiratria, nas formas de
poeiras, fumos, gases, neblinas,
nvoas ou vapores, os quais, pela natureza da atividade, de
exposio, possam ter contato ou
ser absorvido pelo organismo atravs da pele ou por ingesto.
Riscos biolgicos: Consideram-se como agentes de risco biolgico
as bactrias, vrus, fungos,
parasitos, entre outros.
Alm das Normas regulamentadoras apresentadas acima, ainda
existem outras que tem
aplicao para os trabalhadores da Central de Materiais
Esterilizados, as quais so:
A NR 07 (MTE, 1978) cria o Programa de Controle Mdico de Sade
Ocupacional (PCMSO),
o qual tem como objetivos a promoo e a preservao da sade dos
trabalhadores, baseando-
se em um carter de preveno, rastreamento e diagnstico precoce
dos agravos sade
relacionados com o trabalho.
A NR 15 (MTE, 1978) em seu anexo 11, caracteriza a insalubridade
e estabelece os limites de
tolerncia para absoro por via respiratria. No que se refere
absoro pela pele, exige-se o
uso de luvas adequadas e EPIs para proteo de outras partes do
corpo.
A NR-32 (MTE, 1978), estabelece as diretrizes bsicas para a
implementao de medidas de
proteo segurana e sade dos trabalhadores dos servios de sade,
incluindo tambm
aqueles que exercem atividades de promoo e assistncia sade em
geral.
Antes da promulgao desta NR no havia resposta aos inmeros casos
de insegurana e
riscos do trabalho em hospitais, pela falta de uma norma com
recomendaes especficas,
principalmente se tratando de agentes biolgicos, to freqentes em
ambientes hospitalares,
inclusive na CME.
Os fatores de riscos biolgicos, fsicos e qumicos presente no
meio hospitalar, so os
principais caracterizadores da insalubridade e da periculosidade
desse setor. Quando no
devidamente controlados, esses agentes causam inmeros acidentes
e doenas profissionais ou
do trabalho.
O conhecimento profundo das condies de trabalho na CME poder
contribuir para aes
institucionais na busca de melhoria dessas condies e para o
aumento na qualidade do
processamento dos artigos. Atravs da identificao e preveno haver
a minimizao dos
fatores de risco presentes na CME, levando reduo na ocorrncia de
acidentes e na
incidncia de doenas ocupacionais.
4. Metodologia
4.1 Local de Estudo
O Hospital Municipal de Barra do Bugres um hospital pblico que
atende exclusivamente
pacientes do SUS e mantm em atividade 168 servidores, dentre os
quais, 17 mdicos, 04
enfermeiras, 55 auxiliares de Enfermagem, 13 tcnicos de
enfermagem, alm de outros
profissionais da rea da sade e administrativa. Possui 80 leitos
distribudos entre as clnicas
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Mdica, Ginecolgica e Obsttrica, Cirrgica e Peditrica. Alm do
servio de internao o
hospital presta atendimentos ambulatoriais e de urgncia e
emergncia, funcionando como
referncia para aproximadamente 208.571 habitantes distribudos
entre os 11 municpios que
integram o consrcio intermunicipal de sade na regio mdio norte
Mato-grossense.
A CME do hospital Municipal de Barra do Bugres esta acoplada ao
corpo principal do
hospital e sua equipe de trabalho formada exclusivamente por
auxiliares de enfermagem
admitidos atravs de concurso pblico. Possui atividade
centralizada, ou seja, os materiais
utilizados por todas as unidades do hospital so processados por
esta central, podendo ser
artigos crticos, semi-crticos e no-crticos.
4.2 Tipo de Estudo e coleta de dados
Este estudo de natureza exploratria utilizou-se da abordagem
quantitativa e qualitativa. A
anlise das condies de trabalho foi realizada por meio da
observao direta e tambm
utilizando-se de um questionrio elaborado com base nas Orientaes
Gerais para Central de
Esterilizao (MS, 2001). Este questionrio objetivou verificar
junto aos profissionais do setor
as condies de trabalho, quanto ao uso de EPIs, a situao da rea
fsica e os riscos aos quais
estes profissionais esto expostos em seu cotidiano.
A coleta de dados foi realizada, no ms de agosto 2009, sendo
feitas visitas in loco ao longo
de vrios dias, porm em diferentes turnos de funcionamento, a fim
de obter a participao de
todos os servidores envolvidos no processo.
5. Anlise das condies de trabalho
no setor
A CME do Hospital
Municipal de Barra do Bugres
funciona em perodo integral,
ou seja, 24 horas, com uma
equipe composta por 6
(seis) auxiliares de
enfermagem, sendo 100% do
sexo feminino, dentre
as quais 83,3% tem idade entre 30 e 39 anos e 16,7% acima de 39
anos. O perodo diurno
dividido nos turnos matutino e vespertino, trabalhando duas
profissionais em cada perodo.
No perodo noturno as duas servidoras trabalham em regime de
planto, ou seja, 12x36, de
modo que nesse perodo apenas uma profissional operacionaliza as
atividades do setor a cada
noite.
Quanto ao tempo que as profissionais atuam no setor, o grfico 1
demonstra que h um certo
equilbrio, mesclando profissionais menos experientes, de nvel
intermedirio e mais
experientes.
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Grfico 1 Tempo de trabalho na CME
Quanto forma de ingresso no setor, o grfico 2 demonstra que
exatamente a metade das
profissionais trabalham no setor em funo da escala de planto
estabelecida pela gerncia de
enfermagem e a outra metade declarou que atua no setor por
escolha prpria.
A anlise da satisfao das profissionais demonstrou que 100% delas
gostam de trabalhar no
setor, e destas, apenas 50% consideram seu trabalho valorizado
dentro do universo hospitalar.
Assim, embora gostem das atividades desenvolvidas, trs membros
da equipe consideram que
o trabalho desvalorizado, principalmente em virtude da falta de
conhecimento da
importncia do setor dentro da unidade, o qual, mesmo no estando
ligado diretamente ao
paciente contribui de maneira decisiva com o resultado final do
atendimento.
Quanto qualificao do pessoal, quando do ingresso no setor, todas
as profissionais (100%)
afirmaram no haver participado de treinamentos ou
capacitaes.
Dessa forma, percebe-se que no foram colocados formalmente
disposio das profissionais
os conhecimentos bsicos necessrios para o desenvolvimento de
suas atividades, as quais
afirmaram que aprenderam as rotinas atravs das colegas de
trabalho.
O treinamento uma ferramenta indispensvel para capacitao dos
funcionrios, pois
proporciona segurana, aquisio de habilidades e tcnicas, alm da
valorizao profissional e
eliminao de vcios gerados pela falta de informao. O despreparo
ocasiona, muitas vezes,
impercia, negligencia e imprudncia, colocando em risco a
qualidade do servio prestado e
tambm a segurana do
trabalhador.
Quanto padronizao das
atividades, verificou-se que na
CME do hospital em estudo existe
manual de normas e rotinas,
promovendo a padronizao das
atividades desenvolvidas pelo
Grfico 2 Forma de ingresso das profissionais na CME
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setor e contribuindo para a promoo de condies mais seguras no
trabalho da equipe e
conseqentemente na rotina hospitalar.
Verificou-se uma deficincia que pode contribuir negativamente
para a qualidade do servio
prestado pelo setor, e esta se refere necessidade de uma gerncia
especfica para o setor,
dada a sua importncia no atendimento prestado aos pacientes. No
hospital no h uma
gerencia especifica para esta unidade interna, ficando essa funo
sob responsabilidade de
uma das quatro enfermeiras existentes quando de seu planto. Em
virtude de ser a mesma
profissional responsvel pelo gerenciamento de todo o quadro de
enfermagem do hospital,
percebe-se um acmulo de atividades, no havendo a possibilidade
de um acompanhamento
mais efetivo das aes realizadas no setor.
Conforme demonstrado acima, a rea fsica da CME deve permitir o
fluxo contnuo e
unidirecional do artigo em esterilizao, alm de conter barreiras
fsicas entre a rea suja
(expurgo) e a rea limpa (preparo, esterilizao e armazenamento),
de modo que seja
garantida a esterilidade dos artigos processados.
A verificao in-loco demonstrou que no perodo noturno, quando da
existncia de apenas
uma profissional para realizar todas as atividades do setor, h
grande risco de contaminao.
Tal risco se deve ao fato de que essa profissional realiza todas
as atividades, ou seja,
acompanha todo o fluxo do material, desde a rea suja at a rea
limpa, circulando entre essas
reas. Tal procedimento alm de aumentar consideravelmente o risco
de contaminao dos
materiais em esterilizao tambm diminui sensivelmente a segurana
e o conforto do
trabalhador.
Quanto ao processo de trabalho, no hospital em estudo efetua-se
a lavagem manual por
frico dos artigos individualmente utilizando escovas e esponjas.
Em seguida os mesmos so
imergidos em desincrostantes e posteriormente realizado o enxge
em gua corrente.
A limpeza tem por finalidade remover todas as substancias
orgnicas e inorgnicas dos
artigos, promovendo a reduo da carga microbiana natural. A
grande desvantagem desse
mtodo de limpeza o maior consumo de tempo e a exposio do
funcionrio aos produtos
qumicos, umidade, aerossis e a possibilidade da ocorrncia de
ferimentos, bem como o risco
de contaminao biolgica.
O desincrostante de artigos ou detergentes no enzimticos um
produto fortemente alcalino
que pode causar queimaduras graves quando em contato com a pele
ou mucosa, tornando-se
de suma importncia o uso de EPIs. Alm do desincrostante pode-se
citar nesta fase o uso de
Cloro ativo a 5% e o detergente neutro que tambm no so menos
importantes quando se
refere necessidade de proteo do trabalhador a riscos
qumicos.
A secagem dos artigos realizada naturalmente, sob temperatura
ambiente. Aps esse
processo, realizada a inspeo visual dos artigos a fim de
detectar presena de oxidaes,
secrees e umidade para em seguida proceder a desinfeco e preparo
do material para a
esterilizao. Na desinfeco de alguns artigos utilizado lcool a
70% que embora haja
relatos de pouca toxicidade tambm merece cuidados e precaues
durante seu uso.
Em seguida, os artigos so preparados para serem esterilizados ou
armazenados para posterior
distribuio interna dentro dos setores hospitalares. A
esterilizao feita por calor mido das
autoclaves, expondo os profissionais a riscos fsicos
relacionados temperatura.
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Para a realizao do processo de trabalho demonstrado acima com a
devida segurana para as
profissionais, bem como visando a garantida da qualidade do
servio prestado, faz-se
necessrio a utilizao dos Equipamentos de Proteo Individual
(EPIs).
Segundo manual de orientaes gerais para central de esterilizao
(MS, 2001), segue no
quadro 1 a relao dos equipamentos necessrios. Ressalta-se que
75% dos equipamentos
necessrios so fornecidos pelo hospital e dentre as profissionais
do setor, 83,3% afirmaram
ter conhecimento do uso de EPIs.
Equipamento de Proteo Preconizado Disponibilidade no Setor
Conhecimento por parte da equipe
Avental Sim 100%
Luva de Latex Cano Longo No 83,3%
Luva Nitrlica Sim 100%
Luva de Procedimento Sim 100%
Botas de Borracha Sim 100%
Mscara com Filtro Qumico No 0%
Luva de Amianto Cano Longo No 0%
culos Sim 100%
Gorro No 0%
Quadro 1 Equipamentos de Proteo Individual necessrios e
disponveis
Durante a anlise verificou-se que a instituio no disponibiliza
luva de ltex cano longo,
mas sim a luva de ltex cano mdio e embora as profissionais
tenham afirmado ter
conhecimento sobre o uso de EPIs, 83,3% delas identificaram e
afirmaram ter acesso a luva
de cano longo. Isso reflete a falta de conhecimento na
identificao dos EPIs, considerando
que esta uma pea de suma importncia na proteo do trabalhador
durante o contato com
substancias qumicas e matrias orgnicas.
As luvas utilizadas para a realizao do processo manual de
limpeza dos artigos so
inapropriadas, j que so luvas de procedimentos, embora se
ajustem melhor s mos e
confiram maior destreza. Para conferir maior segurana, deveriam
ser utilizadas luvas de
borracha ou ltex de cano longo, de acordo com o produto qumico a
ser utilizado no
processo.
Embora se verifique razovel compreenso da necessidade do uso de
equipamentos de
proteo, o mesmo no se pode dizer quanto efetiva utilizao (grfico
3). Como
justificativa para a no utilizao surgem vrios motivos, dentre os
quais: calor,
indisponibilidade dos EPIs, esquecimento, falta de hbito,
diminuio da habilidade nas
atividades, fornecimento de equipamentos incorretos, falta de
superviso e conhecimento.
Portanto, os fatores que envolvem a no adeso ao uso de EPI so
inmeros e poderiam ser
reduzidos sensivelmente atravs de um trabalho de conscientizao e
do efetivo
acompanhamento por parte da gerncia.
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Analisando a ocorrncia de acidentes de trabalho no setor,
verificou-se que 83,3% dos
trabalhadores j sofreram acidentes de trabalho e os demais 16,7%
afirmaram que nunca se
envolveram em acidentes. Dentre os que sofreram acidentes, 60%
afirmaram que estavam
usando EPIs e 40% no utilizavam. Percebe-se assim a negligncia
quanto utilizao dos
EPIs, embora, como j demonstrado, os trabalhadores estejam
cientes de sua importncia para
a minimizao de riscos potenciais sade.
Quanto ao momento da ocorrncia dos acidentes, ressalta-se que a
limpeza dos artigos a
atividade mais crtica, em virtude da grande exposio do
trabalhador. No entanto, verificou-
se que 60% dos acidentes aconteceram fora dessa etapa, quando da
realizao da secagem e
preparao dos artigos e apenas 40% ocorreram no processo de
esterilizao.
Embora a limpeza seja aparentemente o momento mais crtico,
durante esta etapa, bem como
durante a estocagem e distribuio dos materiais, no h relatos de
acidentes sofridos.
A maioria dos acidentes aconteceu durante a secagem e preparao
dos artigos para a
esterilizao. Percebe-se que em muitos casos a prtica
profissional leva a um excesso de
confiana, resultando em diminuio no cuidado necessrio durante a
realizao das
atividades laborais.
Em todos os acidentes que ocorreram durante o processo de
esterilizao foi mencionada a
ocorrncia de queimaduras durante a retirada dos artigos das
autoclaves. Tais acidentes esto
diretamente relacionados com a negligncia na utilizao dos
equipamentos de proteo para
realizao dessa atividade. Verificou-se que o EPI mais indicado
para essa etapa do trabalho
no utilizado pelos trabalhadores do setor, sendo detectado como
motivo a indisponibilidade
do mesmo por parte da instituio e tambm a falta de conhecimento
sobre a importncia do
uso.
Uma medida preventiva de grande importncia para a sade dos
trabalhadores desse setor a
imunizao, elemento fundamental na diminuio ou eliminao dos
riscos de se adquirir
doenas aps algum acidente ocupacional envolvendo material
biolgico.
Na anlise dessa questo, verificou-se que 83,3% das entrevistadas
possuem carteira vacinal
completa e 16,7% no apresentam o esquema vacinal completo,
embora haja conscincia da
necessidade da vacinao em virtude dos riscos a que esto
expostas.
Grfico 3 Grau de utilizao dos EPIs por parte do pessoal da
CME
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Outro aspecto de grande importncia na anlise das condies de
trabalho nesse setor se
refere aos riscos ergonmicos. Estes so originados da relao do
homem com seu ambiente
de trabalho, ou seja, so fatores que podem afetar a integridade
fsica ou mental do
trabalhador, causando-lhe desconforto ou doena.
So considerados riscos ergonmicos a postura inadequada, a
jornada de trabalho prolongada,
o espao fsico inadequado, movimentos repetitivos, levantamento e
transporte manual de
peso, movimentos viciosos, esforo fsico intenso, postura
inadequada, controle rgido de
produtividade, desconforto acstico, desconforto trmico,
mobilirio inadequado, etc.
Analisando o espao fsico da CME do hospital em estudo ficaram
evidentes fatores de
natureza positiva, mas tambm elementos que representam riscos
ergonmicos e biolgicos.
As paredes e os pisos so de cores claras e fcil limpeza e as
janelas so amplas, porm, as
janelas so baixas e sem proteo contra entrada de vetores.
A ventilao na rea suja natural, possuindo tambm um ventilador.
Na rea limpa o local
de preparo possui ar condicionado, no entanto, o local de
esterilizao e armazenamento
utiliza ventilador, o que no o ideal, pois no proporciona a
manuteno da temperatura
adequada.
A iluminao considerada precria no local de esterilizao,
armazenamento e tambm no
setor de limpeza dos artigos, pois no perodo noturno a lmpada
produz sombra na pia de
lavagem, dificultando a realizao da inspeo visual dos artigos, e
colocando em risco a
qualidade do servio realizado pelo setor.
No h ambientes de apoio, como por exemplo, vestirios, sanitrios,
depsito de produtos de
limpeza, sala administrativa nem mesmo acesso para manuteno dos
equipamentos,
conforme preconiza a RDC 50 (MS, 2002). Atualmente o espao fsico
destinado ao preparo
tambm usado como sala administrativa. Os armrios e as cadeiras
so inadequados e a
maioria das bancadas, embora resistentes e claras, so porosas
favorecendo o acumulo de
sujidades.
Assim, embora seja inegvel a importncia da CME para a qualidade
do cuidado prestado ao
paciente, ainda observam-se muitos problemas que influenciam
negativamente a organizao
do processo de trabalho, a qualidade do servio prestado e tambm
a segurana dos
trabalhadores do setor.
6. Consideraes finais
Conforme ressaltado ao longo desse trabalho, a CME uma unidade
que tem influncia direta
na qualidade do atendimento prestado ao paciente no mbito do
hospital. No entanto, percebe-
se que no hospital em estudo h deficincias no que diz respeito s
condies de trabalho no
setor. Restou evidente que os trabalhadores esto expostos a
riscos qumicos, fsicos,
biolgicos e riscos ergonmicos demandando, portanto, medidas
imediatas.
Verificou-se que h por parte da equipe grande preocupao com
riscos biolgicos e uma
maior adeso ao uso dos EPIs nas atividades onde esses riscos so
grandes. No entanto,
negligencia-se a utilizao dos equipamentos em outras atividades,
de modo que, exatamente
nessas atividades ocorreu a maior parte dos acidentes.
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Assim, a gerncia deve estabelecer a obrigatoriedade da utilizao
dos equipamentos em todas
as etapas, cumprindo as normas legais para empregadores e
empregados quanto aos
equipamentos de proteo.
A no utilizao dos equipamentos necessrios tambm est relacionada
falta de
qualificao adequada para os trabalhadores do setor, demandando a
existncia de um
programa de educao continuada permanente e efetivo, de modo a
manter o funcionrio
atualizado para que possa exercer com competncia suas
atividades.
Em relao aos riscos ergonmicos conclui-se que h necessidade de
um ajuste entre as
condies de trabalho e os trabalhadores sob o aspecto da
praticidade, conforto fsico e
psquico, proporcionando melhoria das condies do local de
trabalho, etc.
importante que o setor tenha uma gerencia com disponibilidade
efetiva para desenvolver
esta atividade, pois vrias gerencias com pouca disponibilidade
de tempo compromete a
efetiva realizao das atividades gerencias incluindo a superviso,
podendo resultar em
divergncias de informao por parte das equipes.
Recomenda-se tambm a implementao das comisses e programas
necessrios para o
funcionamento adequado do hospital e do setor, dentre os quais,
ressalta-se: Comisso de
Controle de Infeco Hospitalar (CCIH), Comisso Interna de preveno
de acidentes (CIPA),
Programa de Educao Continuada, Programa de Controle Mdico de
Sade Ocupacional
(PCMSO), Programa de Preveno de Riscos Ambientais (PPRA).
No mbito do hospital, a adequada organizao e gerenciamento do
trabalho realizado pela
Central de Materiais Esterilizados (CME) determina o sucesso ou
insucesso no tratamento
prestado ao paciente, colaborando com a restaurao da sade e
preservao da vida ou
trazendo conseqncias trgicas para a sade dos pacientes e
trabalhadores.
A melhoria do ambiente de trabalho para promoo e proteo da sade
do trabalhador
constitui-se num desafio que ultrapassa o mbito de atuao dos
servios de sade, exigindo,
s vezes, solues tcnicas, complexas e de elevado custo, mas, em
sua maioria, medidas
simples e pouco onerosas podem ser implantadas, com reflexos
positivos na sade do
trabalhador e na qualidade do servio prestado.
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