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ANÁLISE DA LITERATURA DE GEOGRAFIA DO TEMPO APLICADA AO TRANSPORTE URBANO DE CARGAS Lilian da Silva Santos Sérgio Adriano Loureiro Orlando Fontes Lima Jr Bruno Vieira Bertoncini Oneida Barros Bezerra
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Análise da literatura de geografia do tempo aplicada ao transporte urbano de cargas

Apr 11, 2023

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Page 1: Análise da literatura de geografia do tempo aplicada ao transporte urbano de cargas

ANÁLISE DA LITERATURA DE GEOGRAFIA DOTEMPO APLICADA AO TRANSPORTE URBANO DE

CARGAS

Lilian da Silva Santos

Sérgio Adriano Loureiro

Orlando Fontes Lima Jr

Bruno Vieira Bertoncini

Oneida Barros Bezerra

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ANÁLISE DA LITERATURA DE GEOGRAFIA DO TEMPO APLICADA AO TRANSPORTE URBANO DE CARGAS

Lilian da Silva Santos

Sérgio Adriano Loureiro Orlando Fontes Lima Jr

Universidade Estadual de Campinas Bruno Vieira Bertoncini Universidade Federal do Ceará Oneida Barros Bezerra Universidade Federal do Piauí

RESUMO A Geografia do Tempo (GT) é uma abordagem explorada em vários países, que vem trazendo avanços na compreensão da dinâmica de transportes, principalmente de pessoas, mediante a análise de três restrições espaço-temporais (autoridade, capacidade e dependência), mas estudos voltados para a temática transporte urbano de cargas ainda são incipientes. Este artigo busca ampliar a compreensão sobre essa temática através da aplicação da metodologia de Revisão Sistemática. Identificou-se 11654 publicações relacionadas a GT; desses, selecionou-se para análise 284 artigos que tratavam de GT aplicada ao transporte. Constatou-se apenas uma aplicação de GT ao transporte urbano de cargas; 48, aplicados aos principais componentes relativos à infraestrutura urbana (sistema viário, redes de distribuição de utilidades e veículos), que podem subsidiar aplicações no contexto de transporte urbano cargas. O trabalho conclui pela carência de estudos voltados a aplicação da GT ao transporte urbano de carga e pela oportunidade de pesquisa no tema.

ABSTRACT Time Geography (TG) is a framework explored in many countries, which has brought advances in understanding the dynamics of transport, especially of people, through the analysis of three space-time constraints (authority, capability and coupling), however still are incipient studies focused on urban cargo transport. This article aims to expand the understanding of this theme through the methodology of Systematic Review. We identified 11654 publications related to Time Geography, 284 articles concerning TG applied to transportation were selected for analysis. We found only one application of TG to urban cargo transport, other 48 articles applied this framework to major components relating to urban infrastructure (road system, utilities networks and vehicles) that can support applications in the context of urban cargo transport. Researches applying Time Geography in urban cargo transport are few until now and the work demonstrated there are research opportunities in this topic.

1. INTRODUÇÃO A compreensão da dinâmica do transporte urbano de cargas é muitas vezes obtida mediante adaptação de modelos e técnicas desenvolvidos para o transporte de pessoas. Uma abordagem que vem conquistando cada vez mais espaço no campo de pesquisas em transportes, mas é ainda pouco explorada para o estudo de transporte urbano de carga, é a Geografia do Tempo - GT (Button, 2005). A GT é uma abordagem que permite a compreensão de movimentações de pessoas e de objetos, por meio de síntese geográfica no contexto espaço-temporal. Por mais de quatro décadas tem sustentado e reforçado diversos interesses de pesquisa, ainda com um vasto campo científico para ser explorado (Shaw, 2012; Sui, 2012). Para Button (2005), aplicações da GT no âmbito de transporte urbano de cargas permitiriam melhor compreensão das dependências complexas e inter-relações na área de logística e transportes.

Derivada de estudos do geógrafo Torsten Hägerstrand (1916-2004), da Escola de Lund na Suécia, a GT tem como princípio que o movimento de um objeto é limitado por três restrições espaço-temporais: Restrições de Autoridade - regulamento de acesso aos locais de atividade, como regras sociais, leis e barreiras financeiras; Restrições de Capacidade - limitações

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biológicas, físicas e mentais; Restrições de Dependência- barreiras que surgem quando as pessoas, equipamentos e materiais são unidos em determinados tempos e lugares (Hägerstrand, 1970). Ainda na década de 1950, os primeiros trabalhos de Torsten Hägerstrand serviram de inspiração para o desenvolvimento dos Sistemas de Informações Geográficas (SIG). E, nos últimos quarenta anos, com o desenvolvimento de SIG e de outras ferramentas computacionais, a incorporação de elementos da GT em modelos e técnicas de análises espaço-temporais tornou-se viável (Persson e Ellegård, 2012; Sui, 2012). Dentre esses elementos, é possível citar: o caminho espaço-temporal - representação dos deslocamentos de algum objeto no tempo e espaço, considerando as três restrições espaço-temporais; o prisma espaço-tempo - esboço de um prisma que contém os limites da acessibilidade individual (Miller, 2005).

Para compreender melhor o estado da literatura no domínio da GT, Persson e Ellegård (2012) buscaram por estudos que referenciassem as obras de Torsten Hägerstrand e observaram a presença de três subdomínios de pesquisas: “Difusão da Inovação”, “Migração”, e “Atividades, Viagens e Espaço”. No último subdomínio, mais relacionado a logística e transportes, observaram que os pesquisadores mais citados eram: do Ocidente dos Estados Unidos (Harvey J. Miller, Ryuichi Kitamura e Will Recker); da Região Central e Leste dos Estados Unidos e Canadá (David Damm, Eric Pas, John L. Bowman, Les Curry, Mei-Po Kwan, Peter Gould, Ron Buliung, Stewart Fotheringham e Susan Hanson); da Europa (Helen Jarvis, Joos D. Fortuijn, Jörgen Weibull, Kajsa Ellegård, Landau, Maarten van Ham, Martin Dijst, Martin J. Beckmann, Robert Schlich e Tim Schwanen); do Leste da Ásia e Austrália (Cheng Liu, Forer e K. Nishii, Kondo).

Fang et al. (2012) citam cinco exemplos da aplicação da GT em métodos de análise do comportamento de viajantes, no contexto das abordagens de viagens baseadas em atividades: Miller (1991), que desenvolveu um algoritmo para computação de prismas espaço-tempo em um ambiente bidimensional; Kwan e Hong (1998), que representaram o prisma espaço-tempo dentro de uma rede de transporte; Wu e Miller (2001), que propuseram o conceito de uma rede dinâmica para estudar as restrições espaço-temporais de uma viagem em uma rede de transporte; Miller e Bridwell (2009), que introduziram a localização de diferentes velocidades de viagem; Yu e Shaw (2009), que desenvolveram o código do programa que permite visualizar informações espaço-temporais em 3 dimensões.

No âmbito de pesquisas nacionais, cabe destacar dois grupos de pesquisadores que tratam a temática de GT, também aplicada ao contexto de estudos comportamentais de viajantes. O mais antigo, liderado por Eiji Kawamoto da Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo (EESC-USP), que desenvolveu estudos que permitiram a compreensão da diversidade de padrões de atividades e viagens de pessoas, as suas relações com características socioeconômicas e com o meio urbano (e.g. Pitombo, 2007; Souza, 2004; Ichikawa, 2002). O segundo grupo que, desde 2006, com a coordenação do prof. Pastor W. G. Taco, do Programa de Pós Graduação em Transportes da Universidade de Brasília (PPGT-UnB), tem produzido estudos com foco na análise da acessibilidade de usuários de transporte a modos de transporte no meio urbano, por meio da utilização do modelo prisma espaço-tempo e padrões de viagens (e.g. Santos, 2013; Silva et al., 2013; Medrano e Taco, 2013; Takano, 2010).

Nota-se que os estudos sobre GT, no subdomínio “atividades, viagens e espaço”, em sua maioria são aplicadas as viagens de pessoas em áreas urbanas. Com objetivo de ampliar a compreensão sobre a temática GT aplicada ao transporte urbano de cargas, foi elaborado o presente estudo. Foi aplicada a Metodologia Revisão Sistemática da Literatura, a qual permite reunir, avaliar criticamente e sintetizar os resultados das investigações preliminares que

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abordam um problema específico (De la Torre-Ugarte-Guanilo et al., 2011; Soni e Kodali, 2011; Popay et al.,1998). Essa metodologia permitiu a análise da literatura, bem como a identificação de informações que poderão sustentar futuras pesquisas e iniciativas voltadas para o desenvolvimento de técnicas e modelos de análise de GT, aplicada ao transporte urbano de cargas. Esse artigo está organizado 5 seções, que inclui essa introdução. A Seção 2 apresenta a Metodologia de Revisão Sistemática da Literatura, destacando os seus propósitos, seus passos e suas estratégias de condução. Detalhes da aplicação desta metodologia são descritos na Seção 3. Os resultados da aplicação são discorridos na Seção 4. A Seção 5 apresenta as conclusões desse artigo, seguida pelos agradecimentos e pelas referências bibliográficas.

1. REVISÃO SISTEMÁTICA DA LITERATURA A Revisão Sistemática da Literatura é uma metodologia rigorosa, usualmente adotada na área da saúde, que tem como propósito identificar os estudos sobre um tema em questão (De la Torre-Ugarte-Guanilo et al., 2011). Difere das tradicionais revisões narrativas por adotar um processo replicável, científico e transparente, que garante rigor, integridade e qualidade dos resultados, proporcionando um caminho passível de auditoria sobre as decisões autores, os procedimentos adotados e as conclusões obtidas (Tranfield et al., 2003). Para a sua aplicação, o método sugerido é a sequência de seis passos de pesquisa (Soni e Kodali, 2011):

Passo 1: definição do problema de pesquisa claro, objetivo e conciso; Passo 2: definição da estratégia de pesquisa, mediante a escolha das bases de dados, do

período de pesquisa e dos termos de busca; Passo 3: definição de critérios para inclusão ou exclusão de trabalhos; Passo 4: seleção dos artigos, conforme a estratégia de pesquisa (Passo 2) e critérios de

inclusão e exclusão (Passo 3).

Ressalta-se que a dificuldade na especificação da qualidade e na realização de avaliações dos estudos é um grande desafio no desenvolvimento de uma pesquisa que emprega a metodologia de revisão sistemática (Tranfield et al., 2003). Frente a essas dificuldades, pode-se adotar duas estratégias de condução da pesquisa: avaliação dos estudos realizadas por dois pesquisadores em sistema de blind review e o emprego de questões de avaliação como critério de qualidade, definidos a priori pelos pesquisadores, como as propostas por Popay et al. (1998), na Tabela 1.

Tabela 1: Critério de qualidade da pesquisa Aspecto Questões de avaliação O marcador primário

A pesquisas esclarecem o significado subjetivo, as ações e contexto daqueles que estão sendo pesquisados?

Comprovação de contexto de resposta e flexibilidade de projeto de pesquisa

Há evidência da adaptação e capacidade de resposta do projeto de pesquisa as circunstâncias e questões da vida real?

Comprovação de amostragem teórica ou proposital

A amostra produz o tipo de conhecimento necessário para entender a estrutura e o processo no qual os indivíduos ou situações estão localizados?

Comprovação de descrição adequada

Há descrição detalhada suficiente para permitir ao pesquisador interpretar o significado e o contexto do que está sendo pesquisado?

Evidência de qualidade de dados Como as diferentes fontes de conhecimento sobre o mesmo assunto são comparadas e contrastadas? As percepções são subjetivas? As experiências são tratadas como conhecimento?

Comprovação da adequação teórica e conceitual

Como a pesquisa se desenvolve da descrição dos dados, através da citação ou exemplos para uma análise e interpretação do resultados e importância da pesquisa?

Potencial para avaliar tipicidade Que reivindicações estão sendo feitas para a generalização dos resultados, quer seja para outras áreas de conhecimento ou para outras populações ou grupos?

Relevância para a política Há relevância da pesquisa para uma variedade de diferentes partes interessadas claramente indicadas?

Fonte: Popay et al. (1998)

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Passo 5: análise dos artigos selecionados, mediante a revisão profunda dos trabalhos selecionados, considerando apenas as obras relacionados ao problema de pesquisa (Passo 1);

Passo 6: apresentação dos resultados - com destaque para as revistas e para os autores que mais contribuem com o tema de pesquisa, apresentando lacunas e pesquisas em futuras oportunidades.

2. APLICAÇÃO DA METODOLOGIA Considerando a sequência de seis passos e as estratégias de condução de pesquisa descritas na seção anterior, a metodologia de Revisão Sistemática da Literatura foi aplicada nesse estudo. A Tabela 2 detalha essa aplicação.

Tabela 2: Aplicação da metodologia de Revisão Sistemática da Literatura Passo Descrição Finalidade 1. Definição do problema de pesquisa

Problema de pesquisa Qual é o panorama da literatura internacional sobre aplicações da GT ao transporte urbano de cargas?

Ampliar o conhecimento relacionado a aplicações de GT ao transporte urbano de cargas.

2. Definição da estratégia de pesquisa

Horizonte de tempo - De 1970 a 2014 Abranger o período entre as primeiras publicações de Hägerstrand sobre a GT até o corrente ano, em bases de dados tradicionais.

Bases de pesquisas - Emerald, Google Scholar, JSTOR, ScienceDirect e Scopus*

Identificação de estudos Busca de trabalhos com publicados com termos clássicos sobre o tema (no título, palavras chave e resumo), por meio de 3 grupos e 16 combinações de termos de busca:

Identificar publicações relacionados a GT, mediante a duas palavras clássicas sobre o tema.

Grupo a: publicações relacionadas a GT [termos de busca 1. (“time geography”); e, 2. (“space time geography”)]

Grupo b: publicações relacionadas a GT e transporte [termos de busca: 3. (“space time geography” and "logistics"); 4. (“space time geography” and "transport"); 5. (“space time geography” and “transportation"); 6.(“time geography” and "logistics"); 7.(“time geography” and "transport"); 8.(“time geography” and "transportation")]

Identificar publicações relacionados a GT e transporte, mediante a combinação das duas palavras-chave anteriores (com o operador booleano de inclusão and) e palavras clássicas de transporte: logistics, transport e transportation.

Grupo c: publicações relacionadas a GT e transporte urbano de carga [termos de busca: 9. (“space time geography” and “cit logistics”); 10.(“space time geography” and "urban logistics"); 11.(“space time geography” and "urban freight"); 12.(“space time geography” and “urban cargo"); 13.(“time geography” and "city logistics"); 14.(“time geography” and "urban cargo"); 15.(“time geography” and "urban freight"); e, 16.(“time geography” and "urban logistics")

Identificar publicações relacionados a GT e transporte urbano de cargas, mediante a combinação com das duas palavras chave anteriores (com o operador booleano de inclusão and) com 3 termos clássicos do transporte urbano de carga: city logistics, urban freight, urban cargo e urban logistics.

3. Definição de critérios para inclusão ou exclusão de trabalhos

Critérios de exclusão -Todos os trabalhos que não sejam artigos científicos. -Todos os resultados repetidos.

Limpeza da base de dados, evitando trabalhos repetidos e não classificados como artigo.

Critérios de inclusão Todos os artigos científicos que atendem aos grupos b e c.

Identificar estudos que abordem aplicações da GT ao transporte.

4. Seleção dos artigos

Critérios de seleção -Artigos científicos que atendem totalmente ao objetivo do trabalho, ou seja, que possuam aplicação de GT a transporte urbano de carga.

Selecionar artigos que abordem aplicações de GT ao transporte urbano de cargas.

5. Análise dos artigos selecionados -

Elementos para análise -Relação de artigos publicados por revista; evolução das publicações por ano; evolução das publicações por país; análise espacial abordada; quanto ao objeto (pessoas, cargas, informações); e, análise de estudos que tratem de transporte urbano de cargas.

Ampliar a compreensão sobre temática “GT aplicada ao transporte urbano de carga”, mediante a uma análise da literatura internacional.

6. Apresentação dos resultados

Resultado Elaboração de um artigo científico.

Apresentar os resultados, destacando as lacunas e pesquisas futuras oportunidades.

*Bases de dados escolhidas após uma busca preliminar realizada no Google Scholar, em que foram avaliadas a maior incidência de resultados dos termos de busca Grupo a: publicações relacionadas a GT.

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4. RESULTADOS Os resultados que serão apresentados nessa seção referem-se a aplicação da metodologia de Revisão Sistemática da Literatura (Tabela 2). As buscas foram realizadas entre 15 de maio a 15 de junho, e as análises entre o final de junho e início de julho de 2014.

4.1. Os estudos identificados A Tabela 3 apresenta a relação dos estudos identificados após o “Passo 2”, totalizando 11.654 resultados. Na primeira coluna estão apresentados os termos de busca utilizados na pesquisa, organizados nos três grupos. Na segunda coluna estão apresentadas as bases de dados em que foram efetuadas as buscas: Emerald, Google Scholar, JSTOR, Science Direct e Scopus. Na terceira coluna estão apresentados o total de resultados, por grupo de termos de buscas, e os percentuais na última coluna.

Tabela 3: Relação dos estudos identificados

Termos de busca Base de Dados

Total % Eme-

rald

Google

scholar Jstor

Science

Direct

Sco-

pus

Grupo a

1. "time geography" 50 8.710 23 52 1358 10555 90,6

2. "space time geography" 9 310 - 4 48

Grupo b

3. “space time geography” and " logistics " - 41 2 - -

1079 9,3

4. “space time geography” and "transport" - 186 - - 10 5. “space time geography” and "transportation" - 188 - 3 14 6. “time geography” and "logistics " - 5 1 4 3 7. “time geography” and "transport" - 3 - 6 295 8. “time geography” and "transportation" - 5 1 10 302

Grupo c

9. “space time geography” and " city logistics " - 2 - - -

20 0,2

10. “space time geography” and " urban logistics" - - - 2 - 11. “space time geography” and "urban freight" 1 - - - 12. “space time geography” and “urban cargo" - - - - - 13. “time geography” and "city logistics" - 5 - - - 14. “time geography” and "urban cargo" - 1 - - - 15. “time geography” and "urban freight" - 7 - - - 16. “time geography” and "urban logistics" - 1 - 1 -

Total Geral 59 9.465 27 82 2030 11654 100

Os 0.2% de resultados obtidos no Grupo c, que referem-se às aplicações de GT ao transporte urbano de carga, demonstram que a atenção dada a essa ainda temática é incipiente.

4.2. Os estudos selecionados Os estudos selecionados são aqueles que atendem os critérios de seleção de artigos apresentados na metodologia. Com a finalidade de filtrar apenas os estudos que atendessem ao problema de pesquisa, foram aplicados os critérios para inclusão ou exclusão de trabalhos (Passo 3), resultando na eliminação de 97,6% dos estudos identificados. Foram selecionados 284 artigos, esses relacionados a GT e a transporte. A Tabela 4 apresenta a relação de artigos publicados por periódico. Os 284 artigos selecionados estão publicados em 113 periódicos diferentes. É importante ressaltar dois aspectos inerentes às publicações selecionadas. O primeiro aspecto é a multidisciplinaridade dos veículos em que foram publicadas, com a presença de revistas especializadas em diversos temas, como geografia, transporte, e aplicações de computação e SIG, turismo e saúde. O segundo aspecto é o crescente aumento do número de publicações, principalmente a partir de 2012, com uma leve queda em 2013.

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Tabela 4. Relação Artigos publicados por período/ano

Periódico Ano 2000

05* 6 7 8 9 10 11 12 13 14 T. % Journal of Transport Geography 1 3 - 1 2 1 7 11 4 - 30 11 International Journal of Geographical Inf. Science 1 - 1 1 1 2 1 3 1 5 16 6 Annals of the Association of American Geographers 0 - - 1 1 - 1 5 3 1 12 4 Transactions in GIS 3 - 2 1 - 1 1 - 2 - 10 4 Journal of Geographical Systems 7 - - 1 - 1 - - - - 9 3 Environment and Planning A 2 - - - 2 2 - 2 - - 8 3 Geographical Analysis 4 - 1 1 - 1 - 1 - - 8 3 Computers, Environment and Urban Systems 0 - 1 - 1 - 1 3 1 - 7 2 Geografiska Annaler - Series B: Human Geography 2 - 1 1 - 2 - 1 - - 7 2 Transportation Research Record 2 - 2 - 1 - - 1 1 - 7 2 Applied Geography 0 - - - - 2 - 2 - 2 6 2 Health & Place 0 - 1 - - 1 1 - 3 - 6 2 Transportation 3 - - 1 - 1 - 1 - - 6 2 Annals of GIS 0 - - - - 1 1 1 - 1 4 1 Geomatics and Information Science of Wuhan U. 0 - - - - 2 - - 2 - 4 1 Tijdschrift voor Economische en Sociale Geografie 1 - 1 - - 1 - 1 - - 4 1 Transport Reviews: A 1 - 1 - - 1 - - 1 - 4 1 Transportation Research Part A 2 1 - - - - - 1 - - 4 1 Urban Studies 2 1 - - - - - - 1 - 4 1 Transportation Research Board Business Office 0 - - - - - - - 3 - 3 1 Acta Geographica Sinica 0 2 - - - 1 - - - - 3 1 International Journal of Health Geographics 0 1 - - - - - 1 1 - 3 1 Social Science & Medicine 0 - - - 1 - - - - 2 3 1 Sociologický časopis / Czech Sociological Review 0 - - - - - 1 - 2 - 3 1 Tourism Geographies 0 - 1 - - - - 1 - 1 3 1 Urban Geography 2 - - 1 - - - - - - 3 1 American Behavioural Scientist 0 - - - - - - - 2 - 2 1 American Journal of Preventive Medicine 0 - - - - - - 2 - - 2 1 Environment and Planning A 1 - - - - - - - 1 - 2 1 Environment and Planning B: Planning and Design 0 - - - - - 1 - 1 - 2 1 Environmental Health 0 - - - - - 1 - 1 - 2 1 Geoforum 0 1 - 1 - - - - - - 2 1 Geographical Systems 2 - - - - - - - - - 2 1 Geoinformática 1 - - - - 1 - - - - 2 1 Japanese Journal of Human Geography 1 - - 1 - - - - - - 2 1 Journal of Applied Sciences 0 - - - 2 - - - - - 2 1 Journal of Location Based Services 0 - - - 2 - - - - - 2 1 Journal of Regional Science 0 - - - - 2 - - - - 2 1 Progress in Human Geography 1 - - - - 1 - - - - 2 1 Quaestiones geographicae 0 - - - - - - 2 - - 2 1 The Professional Geographer 0 - - 1 - - - 1 - - 2 1 Tourism Management 0 - - 1 - - 1 - - - 2 1 Transport Policy 0 - - - - - - - 1 1 2 1 Transportation Letters 0 - - - 1 - - - 1 - 2 1 Transportation Research Part B 1 - - - - - - - 1 - 2 1 Transportation Research Part C 0 - - - - - - - 1 1 2 1 World Academy of Science, Eng. and Technology 0 - - - 2 - - - - - 2 1 Outras** 9 2 2 - 6 6 3 11 12 7 65 23 Total Geral 49 11 14 20 22 30 20 51 46 21 284 100 *De 1988 a 2005 / ** 65 Revistas com 1 publicação: [de 1988 a 2005, 9 revistas (Centre for Spatial Analysis; Geo.Analysis; Geographical Review of Japan; Informatica; Journal of Visual Impairment and Blindness; Lecture Notes in Computer Science; Professional Geographer; Southeastern Geographer; e, Transport in the International Journal of Physical Distribution & Logistics Management); 2006, 2 revistas (Ieee Transactions on Visualization and Computer Graphics; e. Journal of Research in Crime and Delinquency); 2007, 2 revistas (Cartography and Geographic Information Science; e, ISPRS Journal of Photogrammetry & Remote Sensin); 2008, 7 revistas (Environment and Behavior; Geoforum; Government Information Quarterly; Journal of Urban Planning and Development; Papeles de Poblacion México; The Canadian Geographer; e, Time & Society); 2009, 6 revistas (Belgeo; Applied Spatial Analysis and Policy; Ieee Transactions on Intelligent Transportation Systems; Landscape and Urban Planning; Southeast Asian Studies; e, WIT Press Journals); 2010, 6 revistas (Geographical Journal; Information Visualization; International Journal of Environmental Science and Technology; International Journal of Urban Sustainable Development Mobilities; e, The Communication Review); 2011, 3 revistas (Ageing and Society; Journal of Sport Management; e, Social & Cultural Geography); 2012, 11 revistas (Scripta Nova: Revista Electrónica De Geografía Y Ciencias Sociales Cahiers de Géographie du Québec; International Journal of Operations & Production Management; Journal of Computer-Aided Design and Computer Graphics; Journal of Exposure Science and Environmental Epidemiology; Journal of Physical Activity and Health; Journal of the Transportation Research Forum; PLoS ONE 7; Telematics and Informatics; Territoire en mouvement Revue de Géographie ett Aménagement; e, Transportation Research Part E); 2013, 12 revistas (American Journal of Public Health; Children's Geographies; Chinese Geographical Science; Clinical Gastroenterology and Hepatology Environment and Planning C: Government and Policy; Geografie-Sbornik CGS; International Journal of Behavioral Nutrition and Physical Activity; Journal of Sustainable Tourism; Revista de Geografia Norte Grande; Safety Science; The Journal of Transportation Systems Engineering and Information Technology; Tourism Geographies; e, An International Journal of Tourism Space, Place and Environment); e, 2014, 7 revistas (Computer Networks, Current Issues in Tourism; European Planning Studies; International Journal of Urban Sciences; Mathematical Problems in Engineering; Social Science Research; e, Transportmetrica A: Transport Science).

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A Tabela 5 apresenta a relação de artigos publicados por país e por ano. Os resultados foram obtidos com base na nacionalidade do primeiro autor, informada no artigo, observando-se um total de 35 países de diferentes. Cerca de 30% dos estudos são de autoria de pesquisadores dos EUA; China e Reino Unido aparecem empatados, com 10% cada um; Canadá possui 8%; Bélgica e Países Baixos, também empatados, com 6% cada um.

Tabela 5. Relação Artigos publicados por país (primeiro autor) /por ano Ano 2000 País 05* 6 7 8 9 10 11 12 13 14 Total % EUA 20 2 3 2 7 9 8 14 13 6 85 30 China - 2 - - 2 6 2 5 9 1 27 10 Reino Unido 6 1 - 1 1 2 2 6 4 4 27 10 Canadá 4 1 1 3 2 1 1 5 2 2 22 8 Bélgica - - 2 2 3 4 2 3 2 - 18 6 Países Baixos 3 3 1 3 1 1 - 1 2 2 17 6 Suécia - - 1 1 - 1 - 5 - 1 9 3 Austrália 4 - - - - 1 1 1 1 - 8 3 Suíça 3 - 1 - - - - - 4 - 8 3 França - - - - - - - 5 1 1 7 2 Alemanha 1 - 1 - 1 - - - 2 1 6 2 Estônia - - 1 1 - - - 1 1 2 6 2 Israel - - - 2 - - 2 1 - 1 6 2 Japão 3 1 - 1 1 - - - - - 6 2 Bangladesh - - - 1 1 1 - - - - 3 1 Nova Zelândia 2 - 1 - - - - - - - 3 1 República Tcheca - - - - - - 1 - 2 - 3 1 Chile - - 1 - - - - - 1 - 2 1 Espanha - - - 1 - - - 1 - - 2 1 Irã - - - - 1 1 - - - - 2 1 Itália - 1 - - 1 - - - - - 2 1 República Checa - - 1 - - 1 - - - - 2 1 Outros** 2 - - 2 1 2 1 3 2 - 13 5 Total 46 11 14 18 21 28 19 48 46 21 284 100 *De 1988 a 2005 / ** 13 Países com 1 publicação: [De 1988 a 2005, 2 países (Irlanda e Tunísia); 2008, 2 países (Holanda e Malásia); 2009, 1 país (Irã); 2010, 2 países (Coreia do Sul e Noruega); 2011, 3 países (Dinamarca, Inglaterra e Portugal); 2011, 2 países (República Eslovaca e Turquia)]

Destaca-se a grande participação de pesquisadores dos EUA na literatura sobre GT aplicada ao transporte, com 30% dos estudos selecionados. Persson e Ellegård (2012) explicam que os EUA dominaram as publicações sobre o tema até o ano 2000. Mas, devido a disseminação de computadores para pesquisadores em todo o mundo, houve um boom “grifo do autor” de publicações, resultando na difusão internacional do assunto. Reflexos desse processo podem ser destacados em estudos da GT na China que, introduzida no final de 1990, desde a última década vem permitindo avanços na compreensão do processo, dinâmica e transformações na geografia urbana chinesa, e por isso se tornou uma abordagem muito influente (Chai, 2013), alcançando o segundo lugar com 10% de publicações.

Em relação às perspectivas analítica espaciais abordadas nos artigos selecionados, mediante a leitura dos mesmos, constatou-se que em cerca de 90% é dada ênfase ao espaço urbano; 6% perpassam o espaço urbano integrando a esse outros, tais como o espaço rural (Anderson et al., 2013; Tong e Murray, 2012; Basu e Mobley, 2007), o espaço virtual e o ambiente telecomunicações (Steenbruggen et al., 2013; Fabbe-Costes, 2012; Downs et al., 2011; Hubbard e Hornsby, 2011; Chittaro et al, 2006;). Os demais 4% utilizam a GT para subsidiar a compreensão sobre o transporte no espaço regional, mais especificamente para subsidiar a compreensão sobre o turismo (Grinberger et al., 2014; Algeo, 2013; Dickinson et al, 2013;

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Delafontaine et al. 2012; Xiao-Ting e Bi-Hu, 2012; Fang et al., 2010; Jianhong et al., 2010; Lin et al., 2009; Zillinger, 2007).

Quanto ao objeto de pesquisa, observou-se que apenas um artigo trata-se de uma aplicação de GT ao transporte urbano de carga, o que representa 0,4% do total. Feliu (2012) apresentou alguns conceitos de distribuição para multi-empresas com cross-docking, através de uma análise multidisciplinar que inclui um estudo de otimização e uma análise socioeconômica, com elementos da GT. Outros 83% dos estudos selecionados são aplicações de GT ao transporte urbano de pessoas, sobretudo para subsidiar a análise do comportamento dessas em suas viagens em áreas urbanas. Neles, os elementos de restrições espaço-temporais foram incorporados para humanos e, portanto, acredita-se que isso inviabiliza suas aplicações para transporte urbano de cargas. No entanto, observa-se que os 16,6% restantes são aplicações de GT a algum dos três principais componentes relativos à infraestrutura urbana, que suporta os fluxos de cargas e de pessoas nas cidades: sistema viário - ruas e avenidas; redes de distribuição de utilidades - tubulações, postes, antenas e redes não-físicas, como micro-ondas e de celulares; veículos, quer sejam para transporte de passageiros ou cargas (Lima Jr, 2003). A Tabela 6 apresenta esses estudos.

Tabela 6. Aplicações da GT a algum dos componentes relativos à infraestrutura urbana Componente Artigo %

Redes de distribuição de utilidades

Burger et al. (2014); Horner e Wood (2014); Lu et al. (2014); Shannon (2014); Burgoine e Monsivais (2013); Chi et al. (2013); Crease e Reichenbacher (2013); Aguiléra et al. (2012); Jarv et al. (2012); Røpke e Christensen (2012); Thulin e Vilhelmson (2012); Tong e Murray (2012); Alexander et al. (2011); Line et al. (2011); Kestens et al. (2010); Shaw et al. (2009); Aha et al., 2008; Noce e McKeown (2008); Raubal et al. (2007); Dierwechter (2004); Crowley (1998). 7,4

Sistema viário

Anderson et al. (2013); Chai (2013); Ferreira (2013); Onelcin et al. (2013); Widener et al. (2013); Witlox et al. (2013); Bian et al. (2012); Downs e Horner (2012); Persson e Ellegård (2012); Sui (2012); Delafontaine et al. (2011); Glennon (2010); Miller (2010); Murray (2010); Vrotsou et al. (2010); Miller e Bridwell (2009); Biba et al. (2008); Neutens et al. (2008); O’Sullivan (2006). 6,7

Veículos Zhang et al. (2013); Downs e Horner (2012); Qi et al. (2012) Kuijpers e Othman (2009); Kaneko e Nojiri (2008); Kanaroglou e Buliung (2005). 2,5

Acredita-se que esses estudos apresentados na Tabela 5, que trazem aplicações da GT em três principais componentes relativos à infraestrutura urbana, podem ser relacionados aos estudos sobre transporte urbano de carga por duas razões. A primeira razão é que a abordagem de GT nestes estudos é empregada em conjunto com métodos clássicos de pesquisa empregados para solução de problemas da área de logística e transportes como simulação computacional e modelagem matemática. A segunda razão é que os problemas relacionados ao planejamento e operação de redes de utilidades podem ser considerados análogos aos problemas de rede de distribuição de serviços logísticos.

3. CONCLUSÃO A metodologia Revisão Sistemática de Literatura atendeu ao objetivo desse trabalho, visto que, ampliou a compreensão sobre a temática GT aplicada ao transporte urbano de carga. Mediante a sua aplicação, foi possível identificar informações sobre o tema, de forma a sustentar futuras pesquisas e iniciativas para o desenvolvimento de técnicas e modelos de análise de GT aplicada ao transporte urbano de cargas. Portanto, considerando as suas vantagens e desvantagens, essa metodologia é recomendável para outros estudos que busquem ampliar a compreensão em um determinado tema.

A Revisão Sistemática da Literatura apresentou vantagens e desvantagens. Podem ser destacadas cinco vantagens: poder de síntese - permite consolidar um grande volume de

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informações; objetividade – seguindo rigorosamente a sequência de seis passos e estratégias de condução da pesquisa, reduz o risco de viés, de subjetividade e de erro; balanceada – permite a seleção de um conjunto de artigos de forma sistemática e imparcial; replicável - incorpora uma estrutura transparente de pesquisa que permite refazer todas as etapas da pesquisa; verificável - possui um método estruturado; flexível - pode ser adaptada a diferentes contextos; e, comunicação - os resultados são apresentados de uma maneira didática. Podem ser destacadas duas desvantagens: trabalhosa - demanda grandes esforços de pesquisa; passível de erros - conduzir avaliações de qualidade é uma atividade difícil que pode ser fonte de viés. Cabe ressaltar um possível viés na análise de artigos publicados pelos pesquisadores por países. Para essa análise, foi considerado o país apenas do primeiro autor. Entretanto, podem ser observadas co-autorias entre autores de países diferentes no mesmo artigo. Como futura ampliação deste estudo, sugere-se a identificações de redes de pesquisas.

Os resultados permitiram identificar diversas informações sobre o tema. Por exemplo, as publicações sobre GT aplicada ao transporte são multidisciplinares e difundidas em diversos países do mundo, com destaque para EUA e China, com considerável participação no número de publicações. A grande maioria dos artigos analisados são aplicações de GT a transporte de pessoas, que incluem análises no espaço urbano, misto (urbano-rural e urbano-virtual) e regional, com ênfase no turismo. Além disso, publicações relacionadas a aplicações de GT ao transporte urbano de cargas são incipientes. Porém, constatou-se estudos que tratam de aplicações da GT a importantes componentes da infraestrutura urbana, e, deles podem ser feitas analogias para transporte urbano de carga.

São indicadas como futuras pesquisas e iniciativas para o desenvolvimento de técnicas e modelos de análise de GT aplicada ao transporte urbano de cargas: a expansão dessa pesquisa, de forma a ampliar a compreensão sobre o tema, para tanto, recomenda-se a inclusão de termos de pesquisa não considerados nesse estudo, e constantemente presentes nos artigos identificados (como “Humam Geography”, “space-time prism” e “space-time accessibility”), bem como outras bases e periódicos; o desenvolvimento do conceito de restrições espaço-temporais para cargas, a exemplo do que é feito com pessoas; a análise aprofundada dos trabalhos classificados como sendo aplicações da GT a algum dos componentes relativos à infraestrutura urbana, como simulação computacional, modelagem matemática aos problemas de rede de distribuição de serviços logísticos.

Agradecimentos Agradecemos ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e ao Instituto de Transporte e Logística (ITL) pelo apoio ao desenvolvimento dessa pesquisa. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Aguiléra, A. Guillot, C. e Rallet, R. (2012) Mobile ICTs and physical mobility: Review and research agenda.

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