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Encontro de Ensino, Pesquisa e Extenso UFGD 22 a 24 outubro 2012
Dourados-MS
COMPREENSES DO SISTEMA CLIMTICO ATMOSFRICO E MATERIAL
PARTICULADO EM SUSPENSO: POLUIO ATMOSFRICA NO ALVO DE
ESTUDO DO PERMETRO URBANO DO MUNICPIO DE DOURADOS/MS
Vladimir Aparecido dos Santos1 ; Charlei Aparecido da Silva2
1Aluno Geografia pela UFGD Dourados MS, e-mail:
[email protected]
2Professor Dr. da UFGD, Faculdade de Cincias Humanas, e-mail:
[email protected]
RESUMO As intensificaes das atividades humanas, bem como suas
formas desordenadas de
ocupao espacial, promovem por sua vez o rearranjo do clima, o
qual passa por reestruturar seus mecanismos para continuar sua
reproduo, como por exemplo, as emisses de poluentes das mais
diversas formas na atmosfera. Tal poluio permanece suspensa no ar
em forma de partculas exguas, que por sua vez so passveis de serem
respiradas, provocando diversos males ao homem. Na cidade do
Dourados/MS, tais realidades se fazem presentes, pois essas poluies
so bem marcadas no decorrer do processo das atividades industriais,
as quais so reflexos da Revoluo Industrial do incio do sculo XVIII
na Inglaterra. A partir de ento vm se perpetuando os adensamento de
partculas slidas no ar, principalmente no perodo de inverno, onde
as condies de tempo so estveis, e todos esses materiais slidos
permanecem areos por longos perodos, causando, portanto toda espcie
de perturbaes na baixa troposfera. O objetivo da pesquisa
identificar a dinmica climtica da cidade de Dourados, em que se
estabelece a sazonalidade das estaes e identificar tambm os
diversos fatores relacionais que contribuem para ocorrncias da
presena de partculas slidas em suspenso na atmosfera da cidade, a
partir das suas formas de ocupao e organizao do espao. A referente
pesquisa ser realizada conforme o roteiro terico-metodolgico
previamente pesquisado a partir das inmeras bibliografias de
renomados autores que abordam a dinmica do Clima bem como as formas
de organizao e produo espacial. Foram escolhidos 32 bairros para as
anlises de material particulado suspenso na atmosfera. As
justificativas para os resultados se do pelas formas de organizao
que a cidade adquire. A partir desse estudo pode-se ter clareza do
quanto s manifestaes do homem no meio, produzindo o espao, o atinge
diretamente seja de forma positiva ou negativa. Palavras-chave:
clima, poluio atmosfrica, Dourados.
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INTRODUO Esta pesquisa pde ser realizada tendo como alicerce e
base concreta atravs das
pesquisas e anlises de referenciais literrios do vis
terico-prtico-metodolgico, onde que tais materiais deram contar de
abordar o tema da dinmica Climtica e dos processos antrpicos
interferentes no padro de seu estabelecimento, desde sua conceituao
terica, percurso histrico literrio, e pesquisas de campo, tendo em
vista que tais estruturas foram determinantes para constitu-la como
uma cincia inerente ao clima, capazes de sistematizar as
compreenses dos tipos de climas, configurando-se assim um mosaico
climtico mundial e sua direta interao com a superfcie
terrestre.
H que se discutir que a Geografia enquanto cincia estrutura-se
em reas dicotmicas do conhecimento, isto , Humanas e Fsicas, onde
que esta ltima abriga por sua vez o estudo da
climatologia, abarcando os conceitos tericos e metodolgicos
profcuos a essa temtica, nesse vis ento, trabalhando de forma
holstica e promovendo a conversao entre ambas, e no
individualizando suas concepes e conceitos uma da outra, que se
pode compreender a real estruturao das relaes intrnsecas dos
fenmenos atmosfricos com a superfcie terrestre, na qual o homem est
inserido, sendo, por conseguinte, agente direto dos rearranjos e
das transformaes dos elementos da natureza.
dentro do percurso histrico que se tem possibilidade de analisar
o processo de interferncia antrpica no meio ambiente, isto , o
homem como agente intrusivo poluidor da
atmosfera e do ambiente como um todo, que vm ento a motivar a
referida pesquisa. Com intuito, portanto de obter condies plausveis
de mensurar e compreender a quantidade de
material particulado suspenso na atmosfera da cidade de Dourados
no estado de Mato Grosso do Sul.
De fato a poluio ambiental interfere diretamente de forma nociva
na vida do ser
humano e de um modo bem particular, a poluio atmosfrica, a qual
percebida de forma latente pelos organismos da biosfera. Pois, alm
dos gases e umidade que compem naturalmente
a atmosfera, so percebidos tambm outros tipos de partculas
suspensas no ar, e que so consideradas como poluio, isto , poeira,
material slido das queimadas e alguns tipos de gases liberados por
veculos a partir da queima de combustveis e de indstrias, que por
sua vez se mantm suspensos no ar por serem exguos e volteis, onde
possuem funo predominante no
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processo de poluio da atmosfera. Todos esses materiais, conforme
suas dimenso permanecem por longos perodos na atmosfera causando
perturbaes, at serem retirados da mesma atravs
de processo de depurao, ou seja, pela ao da chuva. CARVALHO
(1975) alude que a poluio inerente ao espao cultural
industrializado,
tornando-se assim uma grande ameaa para toda biosfera. Em
conseqncia do aumento populacional e da demanda industrial,
automaticamente aumenta-se o nvel de emisso de CO2 e vrias outras
partculas na atmosfera. CARVALHO (1975: 114) conceitualiza que:
Entende-se por poluio atmosfrica o teor excessivo de substncias
estranhas na atmosfera, podendo prejudicar o bem-estar, a sade e
causar prejuzos a bens, assim define a Organizao Mundial de
Sade.
Fazendo uso da concepo de CARVALHO (1975), tal poluio contribui
significativamente para o desenvolvimento de problemas na sade do
homem, pois ao inalar as
partculas e gases, as quais vm a provocar nos pulmes o
desencadeamento de srias complicaes respiratrias, podem at afetar a
sade do ser humano de forma mais aguda, como por exemplo, o
ocorrido aos moradores e industririos da cidade de Cubato no Estado
de So Paulo em 1977, os quais sofreram passar por alteraes
hematolgicas induzidas a partir da poluio industrial, (NAOUM,
1984).
No apenas os seres humanos so prejudicados em consequncia da
poluio area, esta tambm afeta a vegetao e o sistema geolgico; onde
todos os organismos vivos so vulnerveis s aes nocivas da
atmosfrica; as paisagens geolgicas sofrem oxidao e deteriorao
pelos
efeitos qumicos e fsicos decorrentes da mesma; os sistemas
hdricos so afetados a ponto de reduzir o nvel da gua e por vezes at
a secar, onde o padro de regulao da precipitao
tambm alterado, LOPES M. I. M. S. (2001). Alm disso, outro fator
determinante para a ascenso da poluio atmosfrica, so as
queimadas de biomassa, que ocorrem em vrias localidades do
Brasil. Podemos destacar tal
ocorrncia na cidade de Dourados, onde se observa que as condies
atmosfricas no inverno so estveis, proporcionando a concentrao de
fragmentos slidos volteis, isto , o adensamento de
partculas slidas na atmosfera, onde as referidas queimadas
contribuem com parcela significativa. Associados a esses fatores h
tambm a adio da queima de combustveis pelos veculos e da emisso de
gases provenientes das indstrias, agravando ainda mais o
desequilbrio nos padres de tipos tempo e suas sucesses habituais
constituintes do clima.
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A cidade de Dourados, localizada no Estado de Mato Grosso do
Sul, o alvo dessa pesquisa, com o intuito de apresentar
quantitativamente os resultados das coletas de materiais
particulados, que se deram entre os dias trs a vinte e trs do ms
de setembro de 2011, isto , total de vinte dias.
Topograficamente, Dourados corresponde ao Planalto de Dourados,
e sua localizao imediatamente ao sul de Mato Grosso do Sul. De
acordo com as informaes da Embrapa Centro Oeste (Embrapa-CPAO) a
latitude do municpio de 2216'30"S e sua longitude 5449'00"W, com
altura prxima de 408m. Sua populao de 196.035 habitantes, com
extenso territorial total de 4.086,244 km; os biomas predominantes,
nessa rea so Cerrado e resqucios de Mata Atlntica, informaes essas
obtidas no site IBGE.
FIETZ e FISCH (2008), identificam a classificao climtica da
cidade de Dourados, de acordo com a classificao de Kpppen, que
Dourados apresenta a condio Cwa mesotrmico
mido, ou seja, com veres quentes e invernos secos. O intuito
dessa pesquisa medir quantitativamente a poluio atmosfrica suspensa
no
ar do permetro urbano de Dourados, e relacionar a esta condio as
aes antrpicas imbricadas atravs das diversas atividades que
executam. A idia inicial, portanto estudar a ocorrncia de
concentrao de partculas slidas presentes na atmosfera e associ-las
as condies dos tipos de tempo e do clima predominante na rea
pesquisada em conjunto com as atividades humanas.
Portanto, a justificativa para essa proposta de trabalho,
contribuir para o entendimento da complexa relao homem-natureza e
da recorrente devastao desse cenrio, tais danos
provenientes do aparato tecnolgico produzido pela sociedade
capitalista. profcuo ressaltar, sobre a ausncia de trabalhos
realizados com essa temtica, visto
que at o presente momento no se tm registros de trabalhos
cientficos, com bases concretas de mensurao dos materiais
particulados na atmosfera da cidade de Dourados. No havendo
portando exagero em dizer que, essa pesquisa se constitui como
pioneira.
Prope-se, portanto com esse trabalho de pesquisa, a tentativa de
mensurao das concentraes de emisso de materiais particulados no
permetro urbano da cidade de Dourados
atravs de um roteiro-metodolgico simples, porm eficiente, e
tambm o entendimento das formas de organizao que a sociedade
desempenha, as quais so profcuas para tal concentrao de
particulados. Alm disso, que viesse tambm, a corroborar para promoo
do entendimento de possveis formas para preveno do agravamento da
poluio atmosfrica, como um ponto a ser
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revisto pelas Polticas Pblicas da regio, poluio esta se
estabelecem nos centros de aglomeraes urbanas mais adensadas, onde
os impactos socioambientais interferem de maneira
nociva a populao geral.
Poluio Atmosfrica como Engrenagem do Processo Histrico
Industrial So per percebidas nas ltimas dcadas frequentes
ocorrncias de variaes climticas
ocasionadas pelas aes antrpicas e tambm pela prpria dinmica de
auto-regulao do planeta, notando ento, o rearranjo climtico
paulatino de alguns lugares. A partir disso ento que a Climatologia
vm a desenvolver tcnicas de previso e precauo dos distrbios
atmosfricos nocivos ao homem, estudando, portanto a espacializao
dos fenmenos meteorolgicos
ocorridos na superfcie terrestre. Ento, a partir do momento em
que o homem compreende a estreita relao entre a
superfcie do planeta com a atmosfera, isto , configura a
inter-relao, observa-se, portanto, o rearranjo climtico devido s
magnitudes das interferncias antrpicas de acordo com o tempo
histrico na organizao espacial. ento com a Revoluo Industrial no
sculo XVIII, que inicialmente se observa a configurao do embrio da
do processo de industrializao, e a partir da que vm se reproduzindo
e reconfigurando as tcnicas de produo at os dias atuais.
Portanto, a indstria vem se transformado evolutivamente, ou
seja, ascenso do crescimento da dinmica dos aparatos cientficos e
tecnolgicos. Onde que, nesse cenrio de avanos, que o Capitalismo
como sendo o modo de produo e acumulao do excedente, se
reproduz e se expande drasticamente atravs da intensa produo de
bens de consumo durveis e no durveis, atendendo as mais diversas
organizaes sociais do mundo. Tais aes com o
passar do tempo, promovem ento, a alterao no comportamento dos
elementos do clima. com vistas nessa problemtica que os estudos
cientficos inerentes ao clima se aprofundam paulatinamente atravs
dos aparatos tecnolgicos, visando buscar formas harmoniosas de
relao
entre homem e natureza. Estudos estes, que o homem se apropria
no sentido de descortinar e sistematizar os fenmenos que ocorrem na
atmosfera, usando-os a partir da, no emprego de
atendimento de suas necessidades. HOBSBAWM (1978: 33) indaga a
respeito da origem da revoluo industrial: Em primeiro lugar, a
Revoluo Industrial no foi uma mera acelerao do crescimento
econmico, mas uma acelerao de crescimento em virtude da transformao
econmica e social e atravs dela.
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na intensificao dos movimentos de comrcio, atravs da macia
industrializao dos diversos produtos, juntamente com as duas
grandes guerras mundiais do sculo XX, que o estudo sobre o clima
ganha corpo e fora, criando um cenrio inteligvel para que o campo e
a indstria viessem a produzir mais e melhor para atender as
crescentes necessidades do mercado em geral. Justamente para
atender esse ascendente sistema comercial que se despontam novas
pesquisas para o efetivo desenvolvimento tcnico-cientfico. Assim
sendo, constata-se a evoluo dos mais variados aparelhos de mensurao
dos elementos atmosfricos, visando, por conseguinte, sua melhor
apurao.
A influncia da ao antrpica no processo de rearranjo do clima em
decorrncia da poluio atmosfrica
Os climas brasileiros possuem diversas configuraes em virtude
dos vastos territrios que possui. Onde as interferncias antrpicas,
atravs das sociedades organizadas, promovem o
rearranjo do clima com o processo de produo e acumulao do
capital, a partir disso circunstanciadas emisses de poluentes
gasosos, material particulado, descarte de materiais slidos de
produtos industrializados, impermeabilizao dos solos atravs das
pavimentaes asflticas, devastao das matas nativas, onde nesta
ltima, se elimina uma gama de biodiversidade, que por sua vez no
voltar a se reconstituir na ntegra e nem com a mais sofisticada
tcnica humana.
O homem, enquanto agente produtor do espao social sem dvida
caracterizado como agente poluidor, este no leva em considerao as
consequncias futuras de suas atividades
devastadoras sobre a natureza. CHRISTOFOLETTI (1989: 609)
reitera dizendo que a cultura ocidental antropocntrica, isto ,
coloca os seres humanos em uma posio superior sobre a natureza no
contexto da hierarquia de valores. Sob esta perspectiva, a natureza
deve ser dominada, conquistada ou manejada para servir as
necessidades humanas.
Toda ao contra o meio ambiente acarreta srias consequencias, e
todos podem
perceber, pois o ambiente natural reagir de acordo com tais
interferncias. Isto se d numa tentativa, de garantir a continuidade
da realizao de seus ciclos naturais, isto , auto-regulao.
Pois todos os elementos da natureza agem de forma dinmica. Sem
dvida nenhuma, o homem move muito mais a quantidade de materiais
sobre a
superfcie terrestre, do que os vrios agentes erosivos naturais.
A espcie humana faz esgotar os elementos fsicos da terra, como por
exemplo, o solo, a gua, o oxignio, entre outros. Assim,
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suas aes acabam por provocar perodos no habituais de estiagens,
chuvas em excesso acarretando em inundaes, perturbao do clima,
enfim, inquietao do equilbrio dinmico e
natural da Terra, (DERBYSHIRE, 2007). Ento, as condies de
pesquisas que se fazem necessrias so importantes para
subsidiar posteriormente, estudos que contemplem o conhecimento
analtico das condies climatolgicas da cidade pesquisada. Fator que
nos leva a perceber tal necessidade atravs do rearranjo que o clima
vem apresentando paulatinamente em virtude da irresponsvel
intromisso antrpica, pois com o decorrer dos anos a dinamizao
econmica por meio da tecnologia, que passou a ocupar o primeiro
lugar, com o intuito vigoroso no crescimento econmico regional.
E para que tal crescimento pudesse se concretizar, toda a
paisagem passou a ser
modificada e consequentemente, expressiva agresso ao meio
ambiente, provocando condies irreversveis nos elementos da
natureza, a qual o homem tambm faz parte, pelos impactos
ecolgicos realizados em nome do progresso econmico-industrial,
aonde todos os organismos vem a ser atingido. As preocupaes que
agora se levantam, no so apenas do meio universitrio, mas de toda
comunidade externa geral, pois j esto percebendo as diferenas
declinantes na qualidade de vida, provocadas pela degradao
ambiental, como por exemplo, a poluio atmosfrica, onde a sade
humana invariavelmente comprometida.
ANDRADE (1987, p. 58) salienta a preocupao de lise Reclus quanto
degradao do meio ambiente devido da expanso do capitalismo em
escala mundial acarreta, portanto [...] o crescimento urbano e
industrial, provocando o surgimento de grandes aglomeraes
populacionais e intensificando os problemas de transporte, de sade
e de abastecimento [...].
Vrias perturbaes da atmosfera se do em virtude da presena de
material particulado
suspenso na mesma. O qumico ROCHA et al (2009, p.117) define
material particulado como [...] as partculas slidas ou lquidas
presentes na atmosfera. A quantificao da massa de todas essas
partculas conhecida como Material Particulado Total em Suspenso
(MPTS) e constitui uma medida de massa total delas por unidade de
volume [...], o referido autor diz ainda que muitas dessas
partculas so visveis, como poeira, cinzas e fumaas. Outras, por sua
parte, no o so, mas no deixam de ser significativas para o
ambiente.
Por fim, LOPES (1998) salienta que, os efeitos nocivos sade da
populao so decorridos do acmulo das partculas dentro do organismo.
As quais vm a proporcionar uma srie de doenas relacionadas ao
aparelho respiratrio, por conta da inalao dessas partculas.
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Mas, alm de causar debilidades no aparelho respiratrio do homem,
a poluio tambm pode causar irritaes nos olhos, na pele, garganta,
ocorrendo assim sucessivas infeces pulmonares e
at mesmo levar ao desenvolvimento de cncer.
MATERIAL E MTODOS Aqui conveniente descrever as formas em que
foram desenvolvidas as atividades de
mensurao quantitativa da poluio atmosfrica da cidade de Dourados
(MS), com vistas nas tcnicas utilizadas em todas as etapas. Os
resultados finais sero analisados tendo como base o rigor exigido
pela cincia.
A utilizao da documentao cartogrfica se faz muito importante
para um trabalho como esse, pois tal etapa foi essencial para a
ideal localizao de onde foram instalados os
equipamentos coletores de material particulado. Alm do mapa da
rea urbana da cidade de Dourados, foram utilizados outros produtos
cartogrficos para que ao final desse processo de
pesquisa, pudesse apresentar o diagnstico dos resultados das
anlises das partculas areas captadas.
Devendo ressaltar que, o mapeamento tem importncia, no sentido
de delimitar o permetro urbano e suas dimenses espaciais, o
software utilizado para manuseio do referido mapa foi AutoCAD 2004.
Tambm pertinente dizer, que os pontos de coordenadas geogrficas e
UTM, foram marcados pelo aparelho de GPS (GPS e-TREX Garmin), e
inseridos no produto cartogrfico para visualizar o local exato de
cada experimento.
de fundamental importncia a anlise e reconhecimentos prvios dos
locais onde foram implantados os instrumentos, e tambm obter o
conhecimento dos fluxos de movimento urbano, bem como sua possvel
proximidade com indstrias de qualquer espcie e de lavouras. O
nmero de equipamentos instalados nesse trabalho se deu de forma
em que fosse contemplada a cobertura de todo o permetro urbano de
Dourados.
Metodologia de confeco, instalao e retirada dos equipamentos de
medio No procedimento de confeco dos equipamentos utilizados na
pesquisa, optou-se por
adaptar a proposta de TROPPMAIR (1988) que prope uma metodologia
simples e acessvel para mensurar a quantidade de material
particulado existente na atmosfera.
Na adaptao da tcnica de TROPPMAIR (1988), nessa pesquisa, foi
proposto ento, utilizar filtros de papel descartveis, coadores de
caf de PVC, garrafas descartveis de dois litros, cabos de vassoura,
abraadeiras de nylon, fitas adesivas, cola de silicone e uma
balana
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analtica de preciso para determinar a quantidade de partculas
slidas que foram captadas no perodo da coleta.
O procedimento de confeco foi executado da seguinte forma: o
coador de caf foi preso com fita adesiva garrafa descartvel, e logo
depois o filtro de papel foi encaixado no coador e devidamente
preso nas laterais com fita adesiva. A garrafa com o coador foram
encaixados um ao outro, logo aps, esse conjunto foram fixados ao
cabo de vassoura com a fita adesiva e com a abraadeira de nylon,
para garantir que a garrafa no se desprendesse do cabo com um
possvel advento natural ou humano, conforme figura 1. Depois de
testado por alguns dias um primeiro modelo, e contatado que no
ocorreria problemas, foram ento, produzidos os outros 31
equipamentos, como pode ser observado na figura 2.
Figura 1. 1 Coletor de material particulado, construdo para
teste.
Figura 2. Montagem dos demais coletores de material
particulado.
Cabe aqui salientar que, para zelar da segurana da sociedade e
no haver possveis problemas com a Fundao Nacional de Sade (FUNASA)
quanto proliferao do mosquito da Dengue (Aedes Aegypti) na cidade,
por conta da gua das chuvas, armazenada pelos recipientes pets, que
antes de encaixar o coador de PVC no bocal da garrafa, foi aplicada
uma espessa camada de cola de silicone, vedando completamente toda
e qualquer fresta, impossibilitando que o mosquito viesse a
depositar suas larvas.
No momento da instalao, foram feitas leituras do terreno, para
que o equipamento
pudesse contemplar boa localizao e subseqente coleta.
Salientando que o equipamento no poderia ser posicionado embaixo de
rvores por conta das folhas que proveniente da poca
estacional caem em demasia.
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Para que obtivesse o mximo de proveito nessa pesquisa e
consequentemente atingir os objetivos intentados j explanados
inicialmente, a coleta foi realizada no perodo mais seco do ano,
isto , estao de inverno, onde todos os dados, desde nmero das
ordens dos pontos e as coordenadas geogrficas e UTM, altitude, data
e horrio de instalao, caractersticas descritivas fsicas do entorno
e informaes de documentao fotogrfica foram posteriormente
registradas nas fichas de campo.
Devendo ressaltar que a ficha de coleta de dados se faz
necessria por que envolvem os dados peculiares mpares dos locais, e
que no existem regras especficas a serem adotadas para tais
execues.
Ao final de 20 dias de medio, que se deram do dia 03 (trs) a 23
(vinte e trs) de Setembro de 2011, vale ressaltar que foram
contempladas chuvas nesse perodo de coleta.
No ato da retirada dos filtros, as garrafas foram devidamente
bem fechadas com tampas,
para posteriormente realizar a filtragem da gua e mensurar
melhor os resduos que permaneceram retidos no filtro. As garrafas e
os coadores foram etiquetados como o nmero da ordem de instalao e
nome do bairro.
Deve se informado, que infelizmente, a amostra do Jardim Climax
(Ponto 29) foi perdida, onde que no ato da retirada do equipamento,
segundo o que informou o morador, dentro da garrafa existiam larvas
de mosquito da dengue, e por esse motivo retirou o equipamento e o
lanou no lixo. Porm no pode constatar a veracidade da informao,
sendo novamente explicado ao morador que seria praticamente
impossvel que o mosquito se proliferasse nas
condies em que o equipamento (todo vedado por cola de silicone)
foi construdo. E como no se teve como avaliar o fato por no t-lo em
mos, acredita-se que tal informao falsa, pois
todas as outras amostras no foram encontradas nem larvas e nem
mosquitos da dengue. Aps o procedimento de retirada foram inseridos
em sacos plsticos todos os filtros para
transport-los at o Laboratrio de Qumica da UFGD (Universidade
Federal da Grande Dourados). Posteriormente, os filtros foram
pesados por uma balana analtica de preciso. Ento foi pesado uma vez
aps a coleta, sem que a gua da garrafa fosse filtrada.
Aps a segunda pesagem, foi realizado em outro dia, a filtragem
de todas as amostras de gua da chuva. Em seguida foi necessrio
esperar que os filtros secassem, para da, serem pensados novamente
no laboratrio, agora pela terceira vez. Ento se obteve trs valores
diferentes de pesagem, a primeira quando o filtro ainda novo, pois
apesar dos filtros serem
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produzidos em srie de forma mecnica industrial, a massa de cada
um impreterivelmente distinta no podendo assim ter sido atribudo um
parmetro geral de peso mdio; a segunda
pesagem deu-se logo aps a sua retirada do equipamento do campo e
a terceira depois da filtragem da gua que estava armazenada na
garrafa.
Para comparaes de pesos, foi utilizada a operao matemtica de
subtrao, onde que a diferena de valores de quando os filtros
estavam novos ser diferente depois de seu uso, obtendo por fim o
valor do resduo de poluio que permaneceu retido no filtro.
Enfim, todos os materiais mencionados at o momento, foram de
extrema importncia para a concluso desse trabalho que se deu de
forma totalmente emprica. Pois juntamente com a metodologia de
pesquisa, puderam-se alcanar os objetivos esperados, que so por sua
vez, puramente a mensurao quantitativa de material particulado
suspenso na atmosfera da cidade de Dourados (MS).
Alm disso, se espera com esse trabalho, que se constitui como o
pioneiro nessa temtica na regio estudada, venha a servir de base
para outros trabalhos que surjam posteriormente com a mesma linha
de pesquisa.
RESULTADOS E DISCUSSO Sero apresentados de forma descritiva e
analtica, os resultados encontrados a partir das
pesagens dos filtros, e assim, correlacionando tais resultados
com as condies panormicas do entorno dos locais de onde foram
instalados os equipamentos, observando a possvel existncia de
indstrias e lavouras, fluxo de trnsito, circulao de ar, etc., numa
tentativa de justificar a partir da a concentrao de material
particulado da atmosfera, de acordo com a configurao organizacional
da sociedade douradense.
Conforme apresentado pela Prefeitura Municipal de Dourados, a
cidade possui 171 bairros, dos quais foram escolhidos 32 para as
anlises de material particulado em suspenso. Os bairros escolhidos
foram os seguintes: JD. Ubiratan, JD. So Pedro, Sitiocas Campina
Vede,
Parque das Naes II, Flrida I, JD. Murakami, JD. Europa, Cana I,
Vila Mary, gua Boa, Vila Adelina, Joo Paulo II, JD. Marab, Vila
Progresso, 4 Plano, JD. Colibri, Vila Industrial, Izidro
Pedroso, JD. Caramuru, Parque Alvorada, JD. Girassol, Cana III,
Centro, JD. Maracan, JD. Santa Brgida, JD. Das Primaveras, Monte
Carlo, JD. Novo Horizonte, JD. Clmax, Cohab II, JD. Guaicurus e
Cabeceira Alegre.
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As caractersticas das dimenses espaciais dos bairros se do de
formas peculiares, apesar de alguns possurem terrenos com reas
semelhantes, so diferentes no que diz respeito s
formas de ocupao e organizao, isto , ao conjunto que formam seus
entorno, localizao, fluxos de trnsito, posicionamento das casas
dentro dos terrenos e nvel arbreo das ruas.
A dizer, os bairros centrais e os que esto mais prximos ao
centro, possuem fluxo de trnsito maior e consequentemente maior
concentrao de resduos slidos suspensos no ar, inerentes a maior
trnsito de veculos motorizados, diferentemente dos bairros
localizados na periferia, os quais se mostram mais pacatos com
relao ao trnsito, porm deve se levar em considerao existncia de
pavimentao asfltica, indstrias e lavouras em suas proximidades. O
fluxo de trnsito em ruas no asfaltadas por vezes alto,
consequentemente haver grande
manifestao de poeira entre outros resduos slidos, que foram,
portanto, provocados para tal condio.
Analisando os resultados obtidos e compreendendo a distribuio
espacial da poluio atmosfrica
Sero abordadas as anlises dos resultados coletados em campo, e
que por sua vez foram posteriormente planilhados, para melhor
compreender os nveis de concentrao de poluio e suas causas
evolutivas. Para que assim, possa ser entendido de maneira
quantitativa, em que os espaos sociais organizados contribuem para
a ocorrncia de tal concentrao e permanncia dos resduos slidos na
atmosfera.
Para a classificao dos resultados encontrados, optou-se por usar
o tabelamento dos
dados, onde pudesse demonstrar de forma simples e eficaz, as
diferenas quantitativas dos bairros amostrados com o uso de operaes
matemticas. Para tanto, a tabela dotada de subdivises de
classes, onde os valores estatsticos do Quartil determinam as
classificaes de baixa (azul), mdia (verde), elevada (amarelo) e
muito elevada (vermelho) concentrao de material particulado no
ar.
O Quartil uma regra estatstica, onde que, o um valor de um dado
conjunto de valores dividido por quatro, como bem explica CRESPO
(2002):
Denominamos quartis os valores de uma srie que a dividem em
quatro partes iguais.
H, portanto, trs quartis:
a. O primeiro quartil (Q1) valor situado de tal modo na srie uma
quarta parte (25%) dos dados menor que ele e as trs quartas partes
restantes (75%) so maiores.
b. O segundo quartil (Q2) evidentemente, coincide com a mediana
(Q2=MD).
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c. O terceiro quartil (Q3) valor situado de tal modo que as trs
quartas partes (75%) dos termos so menores que ele e uma quarta
parte (25%) maior. CRESPO (2002, p. 101)
Essa regra veio, ento a satisfazer a necessidade de classificar
os resultados amostrados.
O maior valor do conjunto de valores encontrados na diferena de
peso dos filtros o do Ponto 19 com 0,1929g, resultado do quartil
0,048g, que significa 1/4 do valor total, salientado que se optou
por usar somente trs casas aps a vrgula, para melhor anlise. A
classificao de concentrao ficou da seguinte forma: Baixa (azul) ser
para valores at 0,048g; Mdia (verde) ser para valores de 0,049g
0,096g; Elevada (amarelo) ser para valores de 0,097g 0,144g; Muito
elevada (vermelho) ser para valores maiores ou igual a 0,145g.
Para inferir anlise dos resultados amostrados, foi necessrio
usar um clculo matemtico para obter os valores de diferena entre os
filtros usados na pesquisa. Salientando que
optou-se para a anlise, a primeira e terceira pesagem, para que
enfim pudesse dinamizar o processo de leitura dos resultados. A
frmula utilizada para adquirir a quantidade de material
particulado coletado foi a seguinte:
PS = (P2 P1) Onde: PS = quantidade de partcula slida (em gramas)
coletada no perodo; P2 = peso do filtro aps amostragem; P1 = peso
do filtro antes da amostragem. Seguem os resultados na Tabela 1
logo abaixo.
Tabela 1. Subdiviso em classes dos resultados da concentrao de
material particulado a partir dos pontos amostrados.
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PONTO CONCENTRAO DE MATERIAL PARTICULADO
CLASSIFICAO DOS VALORES DO QUARTIL
CLCULO DA DIFERENA
INERENTE AOS FILTROS
BAIXA MDIA ELEVADA MUITO ELEVADA 1
0,
145g
=
m
uito
el
eva
do co
nce
ntr
a
o de
m
ate
rial p
art
icu
lado
0,0470 2 0,0738 3 0,0838 4 0,0587 5 0,0638 6 0,0416 7 0,0648 8
0,1080 9 0,0679
10 0,0423 11 0,0401 12 0,0926 13 0,0417 14 0,0480 15 0,0548 16
0,0651 17 0,0392 18 0,0761 19 0,1929 20 0,0536 21 0,0625 22 0,0503
23 0,0831 24 0,0887 25 0,1047 26 0,0406 27 0,0562 28 0,0367 29 - -
- - - 30 0,0837 31 0,0987 32 0,0462
Organizao: SANTOS, Vladimir Aparecido (2011). Grfico 1.
Resultado da concentrao de material particulado na cidade de
Dourados (MS).
Grfico 1. Organizao: SANTOS, Vladimir Aparecido (2011).
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O grfico 1 faz a leitura da real situao da condio ante a
concentrao de poluio dos bairros amostrados. A anlise interpola com
os dados amostrais, as condies fsicas e de
organizao social do espao onde foram pesquisados, isto , para
justificar os valores obtidos nessa pesquisa, sero feitas relaes s
condies e caractersticas fsicas dos entorno dos locais onde foram
dispostos os equipamentos.
Os pontos onde o nvel de concentrao de material particulado no
ar de baixa concentrao, justifica-se a partir das condies fsicas da
organizao social, com fluxo de trnsito pequeno, de mdia a alta
circulao de ar. Visto que, a maioria dos pontos amostrais no
existem lavouras ou indstrias em seu entorno, exceto o ponto 32,
que forneceu resultado de baixa concentrao, apesar de ser um local
onde que, em seu entorno existem indstrias, lavouras
e est localizado na BR 163, na qual o fluxo de trnsito intenso.
Porm pode se justificar o referido resultado, pelo fato de ser um
local ainda de pouca aglomerao urbana, pois h vrios
terrenos baldios, promovendo assim, intensa e livre circulao de
ar, devendo levar em considerao, que esse bairro est no limite
entre a zona urbana com a rural.
J os pontos de mdia concentrao de poluio atmosfrica, tem fluxo
de trnsito de intensidade mdia, e a circulao de veculos tem pico
mximo no perodo diurno. Deve-se levar em considerao, que as condies
desses locais a aglomerao urbana relativamente densa, ou seja, as
construes so muito prximas umas das outras, e tambm, a presena de
grande arborizao no seu entorno, dificultando a circulao de ar,
dessa forma, as partculas slidas permanecem suspensas na atmosfera
desses locais, no sendo, portanto transportadas para outros
locais. Deve-se ressaltar que a maioria desses bairros possui
pavimentao asfltica, e possuem poucos terrenos baldios.
Os pontos 8 e 31, que possuem resultados com nvel de concentrao
de poluio atmosfrica elevada, justificados pelo intenso fluxo de
trnsito, existncia de indstrias e lavouras em seus entorno.
Portanto, o ponto 25, que tambm apresentou elevado nvel de
concentrao, no existem indstrias e nem lavouras em seu entorno, mas
o fluxo de trnsito alto, pois esse bairro d acesso a outros
bairros, o que permite sua condio.
O excepcional ponto que apresentou o nvel de concentrao de
poluio atmosfrica muito elevada, como se pode observar no grfico 1
e tabela 1, o ponto 19, onde que o principal fator justificativo
para essa condio, a intensidade do fluxo de trnsito extrema. E
tambm esse
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bairro est no centro da aglomerao urbana, onde a circulao de ar
no intensa, devido as vrias edificaes altas, se tornando como
barreiras do ar.
Portanto, podem-se perceber atravs dos resultados dos pontos
amostrados, que, os locais onde apresentaram nvel de elevada a
muito elevada concentrao de material particulado, so as localidades
onde os fluxos de trnsito so mais intensos, bem como, a existncia
de indstrias, lavouras e grande quantidade de rvores em seus
entorno, alm disso, vale ressaltar que so os pontos onde a circulao
de ar menor, justificando, portanto tal condio.
CONSIDERAES FINAIS O objeto de estudo dessa pesquisa foi a
cidade de Dourados no Estado de Mato Grosso
do Sul-Brasil, onde que a partir desse escopo desejou-se,
desenvolver um roteiro-metodolgico que levasse a uma pesquisa de
campo, que contemplasse de forma concreta a possibilidade de
mensurao em termos quantitativos da poluio atmosfrica do
permetro urbano de Dourados. Esse trabalho vem, chamar a ateno no
que diz respeito sade da populao geral, a
qual pode ser prejudicada por conta de inalao dos materiais
particulados suspensos na atmosfera do permetro urbano, onde se
concentram fluxos de veculos, emisses de poluio industriais e da
queima de outros materiais, os quais so estritamente provenientes
de aes antrpicas, realizadas atravs de suas formas de ocupao e
organizao espacial. Espao este que lhe atribudo valores, seja
monetrio, seja de representaes.
Esta problemtica de adensamento dos diversos materiais slidos na
atmosfera se agrava
nos perodos de inverno, onde a condio de tempo estvel, e com
isso contribui para a permanncia dessas partculas suspensas no ar
por mais tempo, provocando com isso, recorrente
proliferao de doenas respiratrias, entre outras mazelas ao
homem. Os resultados finais desse trabalho foram apresentados de
forma classificatria, onde os
nveis de concentrao de poluio atmosfrica do permetro urbano de
Dourados foram
espacializados e descritos fisicamente. Dessa forma, subsidiou
as anlises posteriores quantificao e provveis justificativas das
ocorrncias dos referidos resultados, a saber, que um dos pivs do
desencadeamento da m qualidade do ar se d pelas por aes
antropognicas.
Vale ressaltar que essa pesquisa se constitui como pioneira na
cidade nessa linha de estudo. Ento os resultados amostrados
subsidiaro novas pesquisas, contribuindo para o
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enriquecimento das produes cientficas do setor climtico da
cidade, alm de contribuir para o entendimento das organizaes
espaciais da cidade e suas consequencias.
tambm muito importante destacar, que as pesquisas no mbito
cientfico continuem no caminho processual de desenvolvimento, pois
a cidade de Dourados est erigindo no mbito econmico e populacional,
consequentemente tambm se fazem necessrios, apurar os estudos em
outras temticas ligadas Geografia, pois o adensamento urbano e
industrial inevitvel. Constitui-se, portanto que um efeito domin,
aonde vem a se processar no entrelaamento todas as reas do
conhecimento geogrfico, visto que o eixo social
organiza/desorganiza o espao geogrfico, visto que tal artifcio de
intrnseca relao promove o rearranjo climtico.
Os resultados finais da pesquisa se mostraram satisfatrios, onde
que as captaes se
deram num perodo de vinte dias, no final da estao de inverno e
incio da primavera, pois dos 32 pontos observados, 31 deles
possibilitaram a aplicao do mtodo de pesagem para
quantificao da poluio, conforme tabela 1. Visto que a
justificativa para a condio da concentrao de poluio em cada
ponto
amostral est relacionada diretamente com as formas de organizao
socioespacial, isto , pelas formas de ocupao e aglomerao urbana,
bem como seus usos atravs das transformaes inerentes s necessidades
econmicas.
Todas as questes inerentes s condies climticas e do conhecimento
dos processos das elevaes de emisso de poluente na atmosfera,
propiciam efetivo entendimento para que posteriormente possa haver
desenvolvimento de tcnicas de preveno da concentrao de
materiais particulados, que provocam consequentemente o
desconforto fsico nos habitantes do permetro urbano, e at mesmo aos
da zona rural. nesse vis que o presente trabalho vem a contribuir,
beneficiando, portanto toda a populao douradense e a comunidade
cientfica, com o uso do meio tcnico para efetivao das
pesquisas.
Reiterando com a frase de SANTOS (2006, p. 16): por demais
sabido que a principal forma de relao entre o homem e a natureza,
ou melhor, entre o homem e o meio, dada pela tcnica. As tcnicas so
um conjunto de meios instrumentais e sociais, com os quais o homem
realiza sua vida, produz e, ao mesmo tempo, cria espao.
Para finalizar, deve ser lembrando tambm que, ao mesmo tempo, a
tcnica nos permite entender a produo do espao e suas consequncias,
a tcnica, mesmo que rudimentar, foi nesse trabalho essencial para
sua execuo e confirmao da hiptese. Esse movimento, contraditrio
e
paradoxal, instigante, por tal razo importantssimo para a
pesquisa cientfica. Pois alegaes de
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18
desenvolvimento e uso das tcnicas constituem-se positiva ou
negativamente no mbito dos conceitos fundados pela sociedade nos
mais diversos ramos do conhecimento.
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