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Anais do IX Congresso Brasileiro e VI Congresso Internacional de TCI Porto Alegre / 2017 ANAIS DO IX CONGRESSO BRASILEIRO E VI CONGRESSO INTERNACIONAL DE TCI Porto Alegre, setembro de 2017
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ANAIS DO IX CONGRESSO BRASILEIRO E VI CONGRESSO ... · Anais do IX Congresso Brasileiro e VI Congresso Internacional de TCI – Porto Alegre / 2017 PROGRAMAÇÃO CIENTÍFICA DATA

Jul 23, 2020

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Anais do IX Congresso Brasileiro e VI Congresso Internacional de TCI – Porto Alegre / 2017

ANAIS DO

IX CONGRESSO BRASILEIRO E

VI CONGRESSO INTERNACIONAL DE TCI

Porto Alegre, setembro de 2017

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Anais do IX Congresso Brasileiro e VI Congresso Internacional de TCI – Porto Alegre / 2017

FICHA CATALOGRÁFICA

Congresso Brasileiro de Terapia Comunitária Integrativa

(1.:2017: Porto Alegre - RS).

Anais do IX Congresso Brasileiro e VI Congresso Internacional de Terapia

Comunitária Integrativa – Acolher diversidades, garimpar pérolas e acolher

desafios, de 13 a 16 de setembro de 2017.

PROMOÇÃO:

ABRATECOM - Associação Brasileira de Terapia Comunitária Integrativa

REALIZAÇÃO:

Polo Formador em Terapia Comunitária Integrativa – CAIFCOM e Suas Gerências:

Sul de Minas/MG

Santa Catarina

Paraná

Pará

Zona da Mata/MG

Santos/SP

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Anais do IX Congresso Brasileiro e VI Congresso Internacional de TCI – Porto Alegre / 2017

GRUPO GESTOR/ABRATECOM – 2015/2017

DIRETORIA EXECUTIVA

Marli Olina de Souza – Presidente (in memorian)

Maria da Graça Pedrazzi Martini – Presidente

Marlene Rodrigues Gomes da Silva – 1a. Secretária

Helenice Alves Pereira Bastos – 2a. Secretária

Maria del Pilar Ferrer Câmara – 1a. Tesoureira

Maria Goreti da Silva Cruz - 2a Tesoureira

Almir Miranda Silva – 1o. Diretor de Comunicação Social

Greice Mara Mendes - 2a. Diretora de Comunicação Social

CONSELHO FISCAL

Selma Cardoso e Silva Hinds – Titular

Maria Áurea Bittencourt Silva – Titular

Maurino Bertoldo Silva – Titular

Maria Lucia de Andrade Reis – Suplente

Marilene Grandesso – Suplente

Maria Lucia de Gusmão Pitta Frota – Suplente

COORDENAÇÕES DAS GERÊNCIAS DO CAIFCOM

Maria Lucia de Andrade Reis - Sul de Minas

Luciano Duarte Medeiros - Santa Catarina

Maria da Graça Pedrazzi Martini - Londrina/Paraná

Antônio Ronaldo Nobre do Nascimento - Pará

Almir Miranda - Zona da Mata/MG

Maria Del Pilar Câmara - São Vicente/SP

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Anais do IX Congresso Brasileiro e VI Congresso Internacional de TCI – Porto Alegre / 2017

PRESIDENTE DE HONRA

Dr. Adalberto de Paula Barreto - Brasil

PRESIDENTE DO IX CONGRESSO BRASILEIRO DE TCI

Dra. Marilene Grandesso - Brasil

PRESIDENTE DO VI CONGRESSO INTERNACIONAL DE TCI

Lic. Nora Jacquier - Argentina

COORDENADORA DO ENCONTRO DE PESQUISA

Dra. Ana Lucia Horta - Brasil

PATRONOS DO CONGRESSO

Dra. Maria da Graça Pedrazzi Martini e Dr. Airton Barreto - Brasil

COMISSÃO ORGANIZADORA

Comissão Executiva: Coordenação: Ms. Marli Olina de Souza (in memorian) e Dra. Maria

Lucia de Andrade Reis, Cláudia Buarque (Secretária) e Lóris Brissac (colaboradora); Luciano

Duarte Medeiros (1º. Tesoureiro) e Maria Del Pilar Ferrer Câmara (2ª. Tesoureira).

Comissão Científica: Josefa Emília Lopes Ruiz (Coordenação), Maria Djair Dias, Maria

Lucia de Andrade Reis, Maria Goretti Cruz, Morgana Múrcia, Mauro Elias Mendonça, Maria

José Mendonça, João Góis e Taísa Borges de Souza (Colaboradora).

Comissão de Infraestrutura, Cultura e Decoração: Maria Inês Souza (Coordenação) e

Cláudia Buarque.

Comissão de Divulgação e Comunicação: Sabrina Dutra dos Santos Medeiros

(Coordenação).

Comissão de Acolhimento: Clarice Leal Bottini (coordenação), Luciano Medeiros.

Comissão de Saúde e Bem Estar: Joel Teixeira (Coordenação), Jana Arsego, Ana Marques,

Niara Cabral, Viridiana

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Anais do IX Congresso Brasileiro e VI Congresso Internacional de TCI – Porto Alegre / 2017

Comissão de Secretaria e Recepção: Cláudia Buarque (Coordenação), Jeane Isabel Fogaça

Barbosa, Sabrina Dutra dos Santos Medeiros, Cleudis Tolotti, Jeferson Luis Schmitz, Dafne

Schafer , Clarice Leal Bottini, Rosana Drago Loureiro, Andréa Eliane Charão de Mattos,

Jacqueline da Silva Ferreira Trajano, Jeane Isabel Fogaça Barbosa, Ana Marques, Valdivia

Gonçalves Lucas, Rosane Castro Sacchi, Marcelo de Assis Sacchi Neli Maria Germano da

Rosa, Viridiana de Fátima Robaina Pacheco, Eronilnda Pinheiro Pereira, Rubiamara Nunes

Teixeira e Gladis Regina Machado.

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Anais do IX Congresso Brasileiro e VI Congresso Internacional de TCI – Porto Alegre / 2017

2017

1ª edição.

ISBN 978-85-69460-05-3

Copyright © 2017 by Caifcom - Copyright desta publicação © 2017 by Editorial CAIFC

Todos os direitos reservados

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Todos os direitos e responsabilidades dos autores.

Ressalva: Os resumos aqui exibidos foram publicados na íntegra e não passaram por

revisão, já que os textos são de inteira responsabilidade de seus autores.

É permitida a reprodução parcial ou total, desde que citada a fonte.

Edição, Diagramação e Arte Final: Greice Mara Mendes.

Organização e Supervisão dos Anais: Josefa Emília Lopes Ruiz e Maria Lucia de Andrade

Reis

Produção, distribuições e informações:

© 2017; Editorial CAIFC- Centro de Ensino, Atendimento e Pesq. Do Ind. Família e

Comunidade.

Impresso na Gráfica:

R. Alm. Barroso, 689 - CEP 90.220-021 - Bairro Floresta - Porto Alegre - RS.

Para maiores informações sobre Cursos de Terapia Comunitária Integrativa:

(55 000 51) 3737.1261 / 3342.1234 / 98285.3254 / [email protected]

Mais informações: 51 3737.1261 / 98285.3254

direçã[email protected] Mais informações:

51 3737.1261 / 98285.3254 direçã[email protected]

IX Congresso Brasileiro de Terapia Comunitária Integrativa Porto Alegre RS / Anais do IX

Congresso Brasileiro de Terapia Comunitária Integrativa; VI Encontro Internacional de

Terapia Comunitária Integrativa; “Acolher diversidades, garimpar pérolas e superar

desafios” Josefa Emília Lopes Ruiz e Maria Lucia de Andrade Reis, organizadoras - Porto

Alegre: Editorial CAIF, 2017. p.115 ISBN: 978-85-69460-05-3

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Anais do IX Congresso Brasileiro e VI Congresso Internacional de TCI – Porto Alegre / 2017

APRESENTAÇÃO

Para os (as) terapeutas comunitários e cuidadores em outras práticas comunitárias, vindos de

universos diferentes, 2017 é um ano especial. Realizaremos, em Porto Alegre, o nosso IX

Congresso Brasileiro e VI Congresso Internacional de Terapia Comunitária Integrativa - TCI.

A Associação Brasileira de Terapia Comunitária Integrativa, ABRATECOM, e o Polo

Formador CAIFCOM, estão cuidando com muito carinho para receber cada um (a) de nós

com a hospitalidade gaúcha e a rede de afeto que congrega todos aqueles ligados à prática da

TCI. O tema escolhido, para ser o disparador das conversações e partilhas de saberes que

esperamos ter em Porto Alegre, é extremamente convidativo: “ACOLHER DIVERSIDADES,

GARIMPAR PÉROLAS E SUPERAR DESAFIOS”. Dentre sua larga abrangência,

reconhecemos neste título os valores norteadores da TCI, quais sejam; a inclusão social, a

valorização de competências e recursos e um posicionamento apreciativo na construção de

possibilidades existenciais. A forma como o Congresso está sendo proposto, favorece o

encontro, as boas conversas, o intercâmbio de experiências, o mútuo aprendizado, além de um

espaço para cuidar de si. Você encontra aqui nos Anais, além da programação científica, os

resumos dos trabalhos inscritos, as súmulas dos minicursos e oficinas, todas preciosas

informações que justificam a importância de sua presença em Porto Alegre.

Venha participar, continuar a fazer a nossa roda girar, sendo um (a) parceiro (a) na construção

desse acontecimento!Nossos agradecimentos a todos que, direta ou indiretamente,

contribuíram e continuam a acreditar na TCI como uma ferramenta de transformação social,

de empoderamento, de valorização do humano que ainda pulsa em nós.

E como refere o Prof. Adalberto Barreto:

“ ... TCI tem sido uma luz que clareia, uma

escuta que valoriza, um espaço que nutre a esperança!”

Sejam todas e todos bem-vindos!

Dra. Maria da Graça Pedrazzi Martini – Presidente da ABRATECOM

Prof. Dr. Adalberto de Paula Barreto – Presidente de Honra e Criador da TCI

Profa. Dra. Marilene Grandesso – Presidente do IX Congresso Brasileiro

Lic. Nora Jacquier – Presidente do VI Congresso Internacional

Profa. Dra. Ana Lucia Horta – Coordenação do Encontro de Pesquisa

Psic. Josefa Ruiz – Coordenação da Comissão Científica

Dra. Maria Lucia de Andrade Reis – Coordenação da Comissão Organizadora

M.a Marli Olina de Souza (in memorian) - Coordenação da Comiss

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Anais do IX Congresso Brasileiro e VI Congresso Internacional de TCI – Porto Alegre / 2017

PROGRAMAÇÃO CIENTÍFICA

DATA – TURNO ATIVIDADES

13/09

8h30/12h – Reunião do Conselho Deliberativo e

Científico/ABRATECOM

8h30/18h – Retirada do material na Secretaria do Congresso

14h/17h - Minicursos:

1. Pesquisa Sociopoética: corpo, emoção e autogestão na

produção de conhecimento – Profa. Dra. Adriane Ferrarini

(RS/Brasil)

2. Logoterapia – Lic. Yolanda Esper (Argentina)

3. Diálogo, narrativa e colaboração num encontro generativo

com a Terapia Comunitária Integrativa – Profa. Dra. Sylvia

London (México) e Profa. Dra. Marilene Grandesso

(SP/Brasil)

4. Espiritualidade, meditação e a saúde mental, corporal e

relacional do terapeuta – Prof. Dr. Mauro Mendonça

(GO/Brasil)

5. Abordagem centrada na solução – Psic. Riccardo Rodari

(Suíça)

13/09

18h30 - Atividade cultural

19h30 - Cerimônia de Abertura

20h - Conferência de Abertura: Prof. Dr. Adalberto Barreto

(CE/Brasil) - Coordenação: Profa. Dra. Marilene Grandesso

(SP/Brasil) - Presidente do IX Congresso Brasileiro de TCI –

21h Coquetel de abertura

14/09

8h – Acolhimento: músicas, piadas, brincadeiras – Subcomissão de

Cultura.

9h – Conferência Internacional – Estratégias coletivas para superar

adversidades – Convidados: Profa. Maria Elena Lopez Vinader

(Argentina), Profa. Dra. Sylvia London (México) e Pisc. Riccardo

Rodari (Suíça) Coordenação: Profa. Dra. Nora Jacquier (Argentina) –

Presidente do VI Congresso Internacional de TCI

11h – Vivência: Prof. Dr. Adalberto Barreto (CE/Brasil) -

Coordenação: Selma Hinds (RJ/Brasil)

14/09 14h - Comunicação oral

16h30 - Oficinas

14/09 18h45 – Atividade Cultural

19h – Cerimônia de Certificação Turma Marli Olina

19h30 – Mesa com autores - Lançamento de livros

15/09

8h – Acolhimento: músicas, piadas, brincadeiras – Subcomissão de

Cultura

9h – Mesa: Estratégias de Pesquisa qualitativa na comunidade -

panorama e possibilidades. Convidada: Profa. Dra. Rosa Macedo

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Anais do IX Congresso Brasileiro e VI Congresso Internacional de TCI – Porto Alegre / 2017

(SP/Brasil). Debatedores: Prof. Dr. Emerson Rasera (SP) e Profa. Dra.

Marília Veronese (RS) - Coordenação: Profa. Dra. Ana Lúcia Horta –

Coordenadora do Encontro de Pesquisa.

11h - Mesa - Produção Científica em TCI e Cuidando do Cuidador –

Dra. Maria da Graça Pedrazzi Martini (PR/Brasil), Dra. Maria Lucia

de Andrade Reis (MG/Brasil) e Profa. Dra. Maria Djair Dias

(PB/Brasil) - Coordenação: Profa. Dra. Celina Daspett (SP/Brasil)

15/09 14h - Sessão de Pôster

14h – Encontro dos Polos Formadores e Polos de Cuidado –

ABRATECOM

16h30 - Roda de TCI – Prof. Dr. Adalberto Barreto (CE/Brasil) e

Dr. Airton Barreto (CE/Brasil)

15/09 18h30 - Assembleia Geral Ordinária ABRATECOM

20h30 - Jantar por adesão

16/09

8h - Acolhimento: músicas, piadas, brincadeiras – Subcomissão de

Cultura.

9h - Conferência Final: Tema - Resiliência: superar desafios – Prof.

Dr. Adalberto Barreto (CE/Brasil) e Profa. Dra. Sandra Cabral

(RJ/Brasil) - Coordenação: Presidente ABRATECOM (nova gestão).

11h – Entrega do Prêmio Marli Olina de Souza

11h30 - Cerimônia de encerramento – Coordenação: Comissão

Organizadora do Congresso

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Anais do IX Congresso Brasileiro e VI Congresso Internacional de TCI – Porto Alegre / 2017

EIXOS TEMÁTICOS EIXO I - A TCI E A DIVERSIDADE: Este eixo contempla trabalhos teórico-práticos e de

pesquisas que incluam a diversidade nas distintas manifestações:

1.1 - TCI e inclusão social;

1.2 - TCI e justiça social;

1.3 - TCI e diversidade social.

EIXO II - TCI E A RESILIÊNCIA: Este eixo contempla os trabalhos teórico-práticos e de

pesquisa que apresentem a atuação do terapeuta como facilitador de processos de

fortalecimento de indivíduos, famílias, comunidades e redes; trabalhos que compartilhem

possibilidades de enfrentamento de adversidades como caminho para a superação e

crescimento pessoal e/ou comunitário, e trabalhos que fortaleçam a pessoa do terapeuta a

serviço de sua saúde e resiliência:

2.1 - TCI: das adversidades à superação e crescimento pessoal, social e comunitário

2.2 - TCI e resiliência pessoal e comunitária

2.3 - TCI, transformações sociais e sustentabilidade

2.4 - Espiritualidade e resiliência

2.5 - Humor e resiliência

2.6 - Favorecendo a resiliência: fatores relevantes

2.7 - A pessoa do terapeuta: cuidando da saúde emocional, corporal e relacional e

fortalecimento pessoal.

EIXO III – TCI nas situações de crises, traumas e catástrofes: Inserem-se neste eixo os

trabalhos teórico-práticos e de pesquisa que focalizem a importância da TCI para lidar com

situações de crises graves, situações traumáticas e formas distintas de catástrofes:

3.1 - TCI nas situações de crises graves e traumas;

3.2 - TCI nas catástrofes sociais;

3.3 - TCI e conscientização da força comunitária nas grandes adversidades;

3.4 – TCI nas redes sociais.

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Anais do IX Congresso Brasileiro e VI Congresso Internacional de TCI – Porto Alegre / 2017

Sumário FICHA CATALOGRÁFICA ................................................................................................................................ 2 APRESENTAÇÃO ................................................................................................................................................. 7 PROGRAMAÇÃO CIENTÍFICA ........................................................................................................................ 8 EIXOS TEMÁTICOS .......................................................................................................................................... 10

MODALIDADE: MINICURSOS........................................................................................................................ 14

DIÁLOGO, NARRATIVA E COLABORAÇÃO NUM ENCONTRO GENERATIVO COM A TERAPIA

COMUNITÁRIA INTEGRATIVA. ................................................................................................................... 14 ESPIRITUALIDADE, MEDITAÇÃO E A SAÚDE MENTAL, CORPORAL E RELACIONAL DO

TERAPEUTA. .................................................................................................................................................... 16 PESQUISA SOCIOPOÉTICA: CORPO, EMOÇÃO E AUTOGESTÃO NA PRODUÇÃO DE

CONHECIMENTO. ........................................................................................................................................... 17 LOGOTERAPIA DE VIKTOR EMIL FRANKL: FUNDAMENTOS Y APLICACIONES ............................. 18 ABORDAGEM CENTRADA NA SOLUÇÃO ................................................................................................. 19

MODALIDADE: COMUNICAÇÃO ORAL - EIXO I ..................................................................................... 20

EIXO I - A TCI E A DIVERSIDADE: ......................................................................................................................... 20 EFEITO DA TERAPIA COMUNITÁRIA INTEGRATIVA NO CONTROLE DA HIPERTENSÃO

ARTERIAL SISTÊMICA: RELATO DE CASO DO SUL DO BRASIL ...................................................... 22 MODALIDADE COMUNICAÇÃO ORAL – EIXO II.................................................................................... 23

EIXO II - TCI E A RESILIÊNCIA: .............................................................................................................................. 23 A TERAPIA COMUNITÁRIA NO CUIDADO DE UNIVERSITÁRIOS EM PROGRAMA

EXTRACURRICULAR DE MENTORING. ................................................................................................. 23 O ENSINO CURRICULAR DA TERAPIA COMUNITÁRIA NA GRADUAÇÃO DE MEDICINA COMO

ESTRATÉGIA DE CUIDADO EM SAÚDE. ................................................................................................ 26 ACIERTOS Y DIFICULTADES DE LA EXPERIENCIA DE IMPLANTAR LA TCI EN LA

PREFECTURA DE RECOLETA, COMO PARTE DE UN MODELO DE PROMOCIÓN DE SALUD

MENTAL COMUNITARIA CON ENFOQUE TERRITORIAL. ................................................................. 28 TERAPIA COMUNITÁRIA NA REINSERÇÃO PSICOSSOCIAL DE PACIENTES COM

TRANSTORNOS DEPRESSIVOS DO CAPS-HU EM JUIZ DE FORA ..................................................... 30 RESILIÊNCIA E ENFRENTAMENTO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA EM TERAPIA

COMUNITÁRIA INTEGRATIVA EM UM CENTRO DE REABILITAÇÃO DE CACHOEIRA-BA. ...... 32 FAMÍLIAS EM SITUAÇÃO DE VULNERABILIDADE SOCIAL: SEUS SONHOS A PARTIR DE UM

OLHAR APRECIATIVO ............................................................................................................................... 34 TERAPIA COMUNITÁRIA INTEGRATIVA EM FACE ÀS POTENCIALIDADES E PROCESSOS DE

SUPERAÇÃO ................................................................................................................................................ 35 QUANDO A BOCA FALA, O CORPO ACALMA:IMPLANTAÇÃO DE RODAS DE TERAPIA

COMUNITÁRIA INTEGRATIVA PARA INTERVIR NOS PROBLEMAS DE SAÚDE MENTAL DE

UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE ....................................................................................................... 37 TERAPIA COMUNITÁRIA INTEGRATIVA: ACOLHIMENTO HUMANIZADO, PROMOTORA DE

VINCÚLOS E FORTALECEDORA DE REDES EM COMUNIDADE. ..................................................... 39 “AME, MAS NÃO SOFRA” - TERAPIA COMUNITÁRIA INTEGRATIVA NO ATENDIMENTO A

FAMILIARES DE DEPENDENTES QUÍMICOS. ....................................................................................... 42 O AMOR COMO FERRAMENTA DE TRABALHO NA CAPACITAÇÃO EM TCI ................................ 44 TERAPIA COMUNITÁRIA INTEGRATIVA NA POLÍTICA DISTRITAL DE PRÁTICAS

INTEGRATIVAS EM SAÚDE DO DISTRITO FEDERAL – ATUAÇÃO DA COORDENAÇÃO

TÉCNICA ....................................................................................................................................................... 45 TERAPIA COMUNITÁRIA INTEGRATIVA NA FORMAÇÃO DE EDUCADORES POLÍTICOS

SOCIAIS EM GERONTOLOGIA NA UNB ................................................................................................. 46

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Anais do IX Congresso Brasileiro e VI Congresso Internacional de TCI – Porto Alegre / 2017

INTER-AGINDO NA ESCOLA PÚBLICA ATRAVÉS DA TERAPIA COMUNITÁRIA INTEGRATIVA

EM CAMPINAS, SÃO PAULO. ................................................................................................................... 48 IMAGENS QUE FALAM: PROGRAMA DE ACOLHIMENTO AOS ALUNOS DA

UNESP/ARARAQUARA E TERAPIA COMUNITÁRIA ............................................................................ 50 INTERFACES ENTRE A TERAPÊUTICA INTEGRAL NOS MILAGRES DE JESUS E A TCI .............. 52 DO DESERTO DOENTE AO OÁSIS RESILIENTE .................................................................................... 53 TERAPIA COMUNITÁRIA INTEGRATIVA E FAMÍLIA: TRABALHANDO A AUTOESTIMA

FRENTE AO CONVÍVIO COM O SOFRIMENTO PSÍQUICO .................................................................. 55 PARA MANTER ACESA A CHAMA DA ESPERANÇA: A TERAPIA COMUNITÁRIA, TCI, COMO

ESTRATÉGIA DE RESILIÊNCIA NAS INCERTEZAS DO COTIDIANO BRASILEIRO. ...................... 57 O USO DAS PARLENDAS NA TERAPIA COMUNITÁRIA INTEGRATIVA ......................................... 58 CUIDANDO A LOS CUIDADORES EN LA UNAM. ................................................................................. 60 BEM-ESTAR E RESILIÊNCIA: CONVERGÊNCIAS ENTRE PSICOLOGIA POSITIVA E TERAPIA

COMUNITÁRIA INTEGRATIVA NA SAÚDE MENTAL ENTRE IDOSOS. ........................................... 62 A TRAJETÓRIA DE IMPLANTAÇÃO DA TERAPIA COMUNITÁRIA INTEGRATIVA NO

MUNICÍPIO DE CACHOEIRINHA ............................................................................................................. 64 TERAPIA COMUNITÁRIA INTEGRATIVA: SUPORTE TERAPÊUTICO PARA FAMILIARES NO

CTI ................................................................................................................................................................. 65 UMA ANALISE ESTRATÉGICA DO PROCESSO DE IMPLEMENTAÇÃO DA REDE DE ATENÇÃO

EM SAÚDE MENTAL NO MUNICÍPIO DE SANTA TEREZINHA DE ITAIPU: AS RODAS DE

TERAPIA COMUNITÁRIA INTEGRATIVA COMO UM INSTRUMENTO DE EDUCAÇÃO

PERMANENTE EM SAÚDE ........................................................................................................................ 67 MODALIDADE: PÔSTER ................................................................................................................................. 69

EIXO I - A TCI E A DIVERSIDADE: ......................................................................................................................... 69 TCI E A INCLUSÃO SOCIAL DE ADOLESCENTES DEFICIENTES VISUAIS ..................................... 69 ACOLHENDO SOFRIMENTO E COLHENDO PÉROLAS. ....................................................................... 71 GRUPO DE TERAPIA COMUNITARIA SEMENTES DO AMANHÃ ...................................................... 73

EIXO II - TCI E A RESILIÊNCIA: ................................................................................................................... 75 RODAS DE TERAPIA COMUNITÁRIA COM ADOLESCENTES QUE CONVIVEM COM

FAMILIARES ALCOOLISTAS .................................................................................................................... 75 A INFLUÊNCIA DA ESPIRITUALIDADE SOBRE A SAÚDE MENTAL PESQUISA REALIZADA

COM PARTICIPANTES DA TERAPIA COMUNITÁRIA DO CENTRO DE ATENÇÃO

PSICOSSOCIAL (CAPS) DE CACHOEIRINHA-RS ................................................................................... 77 A TERAPIA COMUNITÁRIA INTEGRATIVA RESGATANDO A CIDADANIA DAS PESSOAS E

FAMILIARES EGRESSOS DE HOSPITALIZAÇÕES PSIQUIÁTRICAS. ................................................ 79 A TERAPIA COMUNITÁRIA INTEGRATIVA COM ADOLESCENTES EM SITUAÇÃO DE

VULNERABILIDADE SOCIAL: ESTRATÉGIA DE RESILIÊNCIA E CONSCIENTIZAÇÃO ............... 81 PROMOÇÃO DA SAÚDE E PREVENÇÃO DE COMPLICAÇÕES NA TERAPIA COMUNITÁRIA

INTEGRATIVA: SER MENINA E TORNAR-SE MULHER ...................................................................... 83 TCI- ESPAÇO GENTE E DIVERSIDADE SOCIAL ................................................................................... 85 OBSERVANDO A TERAPIA COMUNITÁRIA EM UM CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL:

RELATO DE EXPERIÊNCIA ....................................................................................................................... 87 VIVÊNCIAS EM TERAPIA COMUNITÁRIA INTEGRATIVA DA TURMA MARLI OLINA................ 89 CIRANDA DA ALEGRIA: TERAPIA COMUNITÁRIA E OUTRAS PRÁTICAS INTEGRATIVAS NO

FORTALECIMENTO DO INDIVIDUO CONTRA A DEPRESSÃO. ......................................................... 91 TCI E RESILÊNCIA PESSOAL E COMUNITÁRIA ................................................................................... 93 PAPO DE MULHERES NA ESTRATEGIA DE SAÚDE DA FAMILIA IMIGRANTE NORTE-CAMPO

BOM-RS ......................................................................................................................................................... 95 TERAPIA COMUNITÁRIA INTEGRATIVA COMO ESTRATÉGIA DE CUIDADO PARA MULHERES

QUE VIVENCIAM O CLIMATÉRIO ........................................................................................................... 97 RELATOS DE UMA EXPERIÊNCIA DE TERAPIA COMUNITÁRIA INTEGRATIVA COM

USUÁRIOS DE DROGAS E SEUS FAMILIARES: ESCUTA GENEROSA E CONVERSAÇÃO

DIALÓGICA .................................................................................................................................................. 99

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Anais do IX Congresso Brasileiro e VI Congresso Internacional de TCI – Porto Alegre / 2017

(RE) CONSTRUÇÃO DE SI NA INTERLOCUÇÃO DE DIVERSIDADES – VALORIZANDO SABER

POPULAR .................................................................................................................................................... 101 ENCONTROS INTERPESSOAIS E INTERCOMUNITÁRIOS PARA AUTONOMIA: DA

DEPENDÊNCIA AO EMPODERAMENTO .............................................................................................. 103 TERAPIA COMUNITÁRIA INTEGRATIVA (TCI) E O CONTROLE DE HIPERTENSÃO - RELATO

DE EXPERIÊNCIA- .................................................................................................................................... 105 TCI: DAS ADVERSIDADES À SUPERAÇÃO E CRESCIMENTO PESSOAL, SOCIAL E

COMUNITÁRIO. ......................................................................................................................................... 107 TERAPIA COMUNITÁRIA INTEGRATIVA: UM RECURSO INOVADOR NO FORTALECIMENTO

DE VÍNCULOS INTERPESSOAIS............................................................................................................. 108 MODALIDADE: OFICINAS ............................................................................................................................ 110

ATENÇÃO PLENA (MINDFULNESS) - EQUILÍBRIO EMOCIONAL E SAÚDE ..................................... 110 CONVIVÊNCIA É FORMA – VINCULO É RESULTADO ................................................................... 111 O QUE FAZ DE MIM UM TERAPEUTA COMUNITÁRIO? ....................................................................... 112 VIAGEM EM DIREÇÃO A UM FUTURO PREFERIDO: TRABALHANDO COM NARRATIVAS ......... 113 TRANSFORMANDO CRENÇAS QUE LIMITAM EM ATITUDES QUE LIBERTAM ............................. 115

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Anais do IX Congresso Brasileiro e VI Congresso Internacional de TCI – Porto Alegre / 2017

MODALIDADE: MINICURSOS

TÍTULO:

DIÁLOGO, NARRATIVA E COLABORAÇÃO NUM ENCONTRO

GENERATIVO COM A TERAPIA COMUNITÁRIA INTEGRATIVA.

Ementa:

Neste minicurso pretendemos conversar sobre o enfoque narrativo, colaborativo e a prática do

diálogo, enfatizando o encontro produtivo e generativo entre essas práticas e a TCI. Em

conversação com os participantes, é nossa intenção apresentar as bases das conversações

dialógicas e colaborativas e do enfoque narrativo, ressaltando a importância de combina-los

com a prática da TCI. Entendemos ser esse encontro um meio de ampliar possibilidades de

ressignificação de histórias a serviço de transformações produtivas para as comunidades e

seus membros.

Coordenação: Marilene Grandesso e Sylvia London

Psicóloga, Doutora em Psicologia Clínica,

psicoterapeuta de famílias, casais e indivíduos e

terapeuta comunitária. Fundadora e

coordenadora do Instituto INTERFACI,

referência para as práticas narrativas, práticas

colaborativas e dialógicas e Polo formador em

Terapia Comunitária. Coordenadora do

Certificado Internacional em Práticas

Colaborativas e Dialógicas (ICCP) pelo

INTERFACI, Houston Galveston Institute e

Taos Institute, desde 2011. Professora e

supervisora do curso de Terapia Familiar e de

Casal do NUFAC-PUC-SP

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Anais do IX Congresso Brasileiro e VI Congresso Internacional de TCI – Porto Alegre / 2017

Metodologia:

Estaremos promovendo conversação e reflexão entre os participantes em torno das bases para

o diálogo, a colaboração, a escuta de histórias e a TCI. Para isso, vamos nos valer de

apresentação oral sobre os fundamentos básicos dessas práticas e de exercícios vivenciais.

Terapeuta, docente, consultora,

supervisora e coach. É co-fundadora e

docente de Grupo Campos Elíseos,

docente do Houston Galveston Institute,

em Houston, Texas, e associada do Taos

Institute, coordenando o ICCP -

Certificado Internacional em Práticas

Colaborativas na Cidade do México,

Estados Unidos e em nivel internacional.

Terapeuta com prática privada, docente e

conferencista convidada em Universidades

e congressos no México e em outros

países.

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Anais do IX Congresso Brasileiro e VI Congresso Internacional de TCI – Porto Alegre / 2017

TÍTULO:

ESPIRITUALIDADE, MEDITAÇÃO E A SAÚDE MENTAL, CORPORAL E

RELACIONAL DO TERAPEUTA.

Ementa:

Teia pessoal, familiar, comunitária, coletiva e espiritual. Sensações, emoções, corpo, mente,

relações e espiritualidade. Merecimento e autoestima. Saúde e sofrimento. Prazer e dor.

Medos e desejos. Unidade e dualidade. Conexão e separação. Pertencimento e exclusão.

Silêncio e sons. Luz e sombra. Essência e aparência. Apreciação e crítica. Gratidão e carência.

Compaixão e competição. Sabedoria, verdade e justiça. Pensamentos e ruídos da mente.

Plenitude e vazio. Fé, esperança e Deus. Perdão e redenção. Alegria, paz e amor.

Coordenação: Mauro Elias Mendonça

Metodologia:

Minicurso teórico-experiencial com reflexões teóricas, vivências corporais, mentais e

interpessoais incluindo práticas meditativas no som e no silêncio, com olhos abertos e

fechados, no movimento e na quietude.

Médico psiquiatra, psicoterapeuta, monge e professor da

Universidade Federal de Goiás. Estudos de pós-graduação

em psicanálise, meditação, terapias sistêmicas,

fenomenológicas, analíticas e corporais (terapia comunitária

integrativa, constelação familiar, psicologia transpessoal,

análise bioenergética, terapia centrada no corpo, terapia

reichiana, biodança, yoga), saúde mental, saúde do

trabalhador, saúde coletiva, medicina preventiva e

homeopatia. Pratica meditações do oriente e ocidente.

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Anais do IX Congresso Brasileiro e VI Congresso Internacional de TCI – Porto Alegre / 2017

TÍTULO:

PESQUISA SOCIOPOÉTICA: CORPO, EMOÇÃO E AUTOGESTÃO NA PRODUÇÃO DE

CONHECIMENTO.

Ementa:

A sociopoética é um método autogestionário de construção coletiva de conhecimento, cujo

pressuposto básico é de que todos os saberes são iguais em direito e que é possível fazer da

pesquisa um acontecimento poiético (do grego, poiesis = criação). Ela foi criada pelo filósofo

Jacques Gauthier a partir de experiências vivenciadas com o povo indígena da Kanaky ou

Nova-Caledônia, no Pacífico. Para a pesquisa sociopoética, o corpo e a emoção são fontes de

conhecimento. Técnicas de relaxamento e artísticas são utilizadas para a emergência e

produção desses saberes recalcados.

Coordenação: Adriane Ferrarini

Metodologia:

Exposição dialogada dos fundamentos do método. Vivência de passos da sociopoética:

relaxamento, construção do tema, técnicas de escultura para produção de dados e socialização.

Professora e pesquisadora do Programa de Pós-graduação

em Ciências Sociais da Universidade do Rio dos Sinos

(UNISINOS) em São Leopoldo (RS). Graduada e mestre em

Serviço Social e doutora em Sociologia pela UFRGS

(2007), com doutorado sanduíche no Centro de Estudos

Sociais (Universidade de Coimbra/ Portugal). Coordenadora

do Grupo de Pesquisa em Economia Solidária (Ecosol) -

diretório CNPq. Tem experiência em ensino, pesquisa,

extensão universitária e consultoria nas áreas de política

social e economia solidária. Possui especialização em

Terapia de Família e TCI pelo CAIFCOM.

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Anais do IX Congresso Brasileiro e VI Congresso Internacional de TCI – Porto Alegre / 2017

TITULO:

LOGOTERAPIA DE VIKTOR EMIL FRANKL: FUNDAMENTOS Y

APLICACIONES

Ementa:

Bases Filosoficas y Bases Científicas. Pilares de la Logoterapia - Valores-

Autodistanciamiento - Autotrascendencia – Tecnicas - Aplicaciones. Rol del logoterapeuta.

Coordenação: Yoklanda Esper

Metodología:

Mini curso - Teórico- vivencial.

Licenciada en Psicología . Universidad Nacional de Tucumán.

Posgrados: Violencia Familiar. Auditoría en Salud mental.

Formación en Logoterapia con el Dr. Ricardo Sardi. Fundadora

del Centro de Logoterapia de Tucumán, con Certificación

Internacional del Instituto Viktor Frankl de Viena- Austria.

Premio provincial del Gobierno de Tucumán a la innovacion-

2011. Organizadora de Congresos internacionales y nacionales

desde 2004 hasta el presente año. Expositora en Congresos

Nacionales e Internacionales. Psicoterapeuta- Logoterapeuta.

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Anais do IX Congresso Brasileiro e VI Congresso Internacional de TCI – Porto Alegre / 2017

TÍTULO:

ABORDAGEM CENTRADA NA SOLUÇÃO

Ementa:

A Abordagem Centrada na Solução (ACS) permite dar uma ajuda eficaz às pessoas em

dificuldade, em diversos tipos de intervenções (indivíduos, grupos, famílias, instituições,

terapia ou trabalho social). A ACS está focada no que dá certo, nos recursos e competências

das pessoas para acompanha-las na construção das próprias soluções. O modelo baseia-se

essencialmente em dos pilares: uma postura de não saber e técnicas de comunicação muito

afiadas que permitem ativar os recursos do outro.

Coordenação: Riccardo Rodari

Metodologia:

Depois de uma apresentação geral da Abordagem Centrada na Solução, os participantes

poderão experimentar algumas técnicas que podem ser utilizadas nas rodas de Terapia

Comunitária Integrativa.

Psicólogo, educador social, terapeuta comunitário,

mestrado em estudos do desenvolvimento. Desde

15 anos, é professor na Alta Escola de Trabalho

Social de Genebra (Suíça). Anteriormente,

trabalhou vários anos em diferentes países da

América Latina e da África na área do trabalho

comunitário. Envolvido na propagação da Terapia

Comunitária Integrativa na Europa.

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Anais do IX Congresso Brasileiro e VI Congresso Internacional de TCI – Porto Alegre / 2017

MODALIDADE: COMUNICAÇÃO ORAL - EIXO I

EIXO I - A TCI E A DIVERSIDADE:

Este eixo contempla trabalhos teórico-práticos e de pesquisas que incluam a diversidade nas

distintas manifestações:

1.1 - TCI e inclusão social;

1.2 -TCI e justiça social e

1.3 - TCI e diversidade social.

RELATO DE EXPERIÊNCIA DE RESIDENTES

MULTIPROFISSIONAIS SOBRE RODA DE TERAPIA COMUNITÁRIA

INTEGRATIVA

Autoria: Monique Scapinello, Dayane Degner Ribeiro Brasil e Joze Karlem da Silva

Teixeira.

Introdução: Grande parte das atividades desenvolvidas pelas pessoas, desde os seus

primórdios, são realizadas em grupo. Na década de 60 as técnicas grupais se intensificaram a

fim de potencializar o desenvolvimento da sensibilidade, das trocas, da inclusão, da autonomia

entre outros. Assim, os grupos se fazem necessários nos serviços de saúde, em especial, nos

que se destinam à atenção de pessoas em sofrimento psíquico. Aqui se discorrerá de um grupo

em específico, o grupo de Roda de Terapia Comunitaria Integrativa (TCI). A TCI se constitui

num movimento de troca de experiências e de sabedoria, no qual o acolhimento e o respeito ao

outro são importantes, sendo todos responsáveis na busca de intervenções para os problemas e

sofrimentos existentes. Objetivo: Elucidar a experiência de residentes multiprofissionais com

a TCI em espaços de promoção e de cuidado em saúde mental. Metodologia: Relato de

experiência de residentes multiprofissionais em TCI em um CAPS II. A TCI é um grupo

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Anais do IX Congresso Brasileiro e VI Congresso Internacional de TCI – Porto Alegre / 2017

aberto e semanal. Tem duração de uma hora e meia e conta com a participação assídua dos

usuários, em torno de 15. Resultados: A Roda de Terapia Comunitária Integrativa

proporciona o fortalecimento dos vínculos, da inclusão e das interações sociais,

desmistificando preconceitos e estereótipos existentes. Ademais, permite intervenções nos

problemas e nos conflitos trazidos e compartilhados pelos usuários. A partir do encontro com

a diversidade de experiências e de histórias de vida, é possível a reconquista de um espaço

comunitário saudável, no qual são encontrados valorização, superação e confiança. Durante

cada encontro, há troca de vivências e sentimentos, como também o compartilhamento de

canções, poesias e poemas durante as dinâmicas grupais. Discussão: Usuários, com distintas

histórias de vida e projetos terapêuticos, muitas vezes com dificuldade de socialização ou de

expressão de seus sentimentos podem obter potentes benefícios na TCI do CAPS II. Através

de dinâmicas, os usuários podem experienciar diferentes maneiras de expressarem o que

sentem, levando as reflexões para o dia a dia a fim da construção de bem viver e de

entendimento frente as questões que os atravessam e muitas vezes dificultam na inclusão em

sociedade. Percebe-se um grande pertencimento e vínculo dos usuários com o grupo e com os

profissionais participantes da Terapia. Conclusão: A Roda de Terapia Comunitária Integrativa

se mostra como uma estratégia potente enquanto tecnologia de cuidado leve na perspectiva da

construção de redes de bases comunitárias para resolução de conflitos. A vivência grupal

proporciona reflexão sobre a maneira de estar no mundo, valores, direitos e relações com a

coletividade. Quando implementada de maneira criativa e adequada, proporciona uma

atmosfera de aceitação e ânimo para discussão e reflexão sobre novas atitudes.

Palavras-Chave: Residentes Multiprofissionais. Terapia Comunitária Integrativa. CAPS.

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EFEITO DA TERAPIA COMUNITÁRIA INTEGRATIVA NO CONTROLE DA

HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA: RELATO DE CASO DO SUL DO

BRASIL

Autoria: Milene Zanoni da Silva, Chayanne Federhen, Sandriane Kalamar Martins, Fabiana

Sá, Taísa Adamowicz, Tânia Madureira Dalallana, Walfrido Kühl Svoboda

O objetivo deste relato de caso é descrever a evolução do caso de uma usuária com

diagnóstico de hipertensão arterial sistêmica(HAS) durante sua participação em rodas de

Terapia Comunitária Integrativa (TCI), no Ambulatório de Saúde Mental do Hospital de

Clínicas da Universidade Federal do Paraná, durante o período de setembro/2014 a

dezembro/2014. Os dados foram obtidos mediante acompanhamento por roteiro semi-

estruturado, aferição da pressão arterial (PA), avaliação do estado emocional pela Escala de

Faces Likert (pré e pós rodas de TCI) e acompanhamento durante a TCI. Os documentos

usados foram receitas médicas, exames e procedimentos realizados. Relato de caso: mulher,

74 anos, casada, branca, com diagnóstico clínico de depressão e HAS, histórico de 10

cirurgias cardíacas, graves crises depressivas, tentativas de suicídio,automutilação e

polimedicação (Fluoxetina, Clonazepam, Atorvastatina, Ácido Acetilsalicílico,

Enalapril, Hidroclorotiazida e Omeprazol). A paciente participou de 10 rodas de TCI. Na

primeira participação,a paciente apresentou PA de 162/92 mmHg, antes da intervenção, e

195/93 mmHg, depois.Em sua última participação, a PA foi de 110/68mmHg, antes, e

125/72mmHg, depois do encontro. Em anamnese, a paciente relatou que, no período de

realização das rodas de TCI, sua PA havia atingido níveis de normalidade, os sintomas

depressivos estavam menos intensos e não havia mais se automutilado. A melhora da PA

estaria atrelada à melhora em seu estado emocional resultante da capacidade resiliente de lidar

com os problemas, percepção de amor, acolhimento e cuidado nos encontros, bem como a

oportunidade de falar de seus sofrimentos nas rodas de TCI. Durante o período estudado, não

houve nenhuma alteração terapêutica além do início da participação nas rodas. Assim, foi

possível observar controle da HAS e melhora emocional da paciente, decorrentes de sua

participação nas rodas de TCI.

Palavras-chaves: Hipertensão Arterial, Terapia Comunitária, Ambulatório Saúde Mental.

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Anais do IX Congresso Brasileiro e VI Congresso Internacional de TCI – Porto Alegre / 2017

MODALIDADE COMUNICAÇÃO ORAL – EIXO II

EIXO II - TCI E A RESILIÊNCIA:

Este eixo contempla os trabalhos teórico-práticos e de pesquisa que apresentem a atuação do

terapeuta como facilitador de processos de fortalecimento de indivíduos, famílias,

comunidades e redes; trabalhos que compartilhem possibilidades de enfrentamento de

adversidades como caminho para a superação e crescimento pessoal e/ou comunitário, e

trabalhos que fortaleçam a pessoa do terapeuta a serviço de sua saúde e resiliência:

2.1 - TCI: das adversidades à superação e crescimento pessoal, social e

comunitário

2.2 - TCI e resiliência pessoal e comunitária

2.3 - TCI, transformações sociais e sustentabilidade

2.4 - Espiritualidade e resiliência

2.5 - Humor e resiliência

2.6 - Favorecendo a resiliência: fatores relevantes

2.7 - A pessoa do terapeuta: cuidando da saúde emocional, corporal e relacional e

fortalecimento pessoal.

A TERAPIA COMUNITÁRIA NO CUIDADO DE UNIVERSITÁRIOS EM PROGRAMA

EXTRACURRICULAR DE MENTORING.

Autoria: Mauro Elias Mendonça

Introdução: No universo de atividades profissionais, a área de saúde, ao lado da educação,

encontra-se no topo de maior vulnerabilidade para sofrimento mental e psicossomático.

Durante a formação médica, o modelo hegemônico de ensino mecanicista, o contato direto

com a dor humana, o volume de informações e a alta carga horária de atividades, tem como

consequência a redução da qualidade de vida do acadêmico, fato que tem sido objeto de pouco

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ou nenhum cuidado por parte da instituição formadora. Desde de 2015, a Universidade

Federal de Goiás (UFG) executa o programa extracurricular de Mentoring, como apoio e

suporte aos estudantes no formato de disciplina de Núcleo Livre. A Terapia Comunitária

Integrativa (TCI) é utilizada como estratégia de cuidado nesse programa. Objetivo: Descrever

e analisar o uso da Terapia Comunitária no cuidado de universitários em programa extra

curricular de mentoring. Metodologia: Estudo descritivo com análise de conteúdo.

Participaram do estudo todos os 12 estudantes de medicina de um grupo tutorial de Mentoring

da UFG que utilizou a TCI como recurso, do total de 10 grupos, no final de 2016. Foi aplicado

um autoquestionário semiestruturado no final do semestre, sobre a motivação ao inscrever-se

no programa, quais características do mentor e de sua abordagem necessitariam, quais dessas

encontraram em seu grupo e o que recebeu como principais contribuições em seu processo nos

encontros. As respostas foram processadas e categorizadas. Resultados: Todos os

participantes responderam todos os itens da autoentrevista. Quanto à motivação, houve um

predomínio de compartilhar (“integrar”, “criar vínculos”, “compartilhar”, “socializar”),

seguida de apoio para enfrentamento para questões pessoais (“emocionais”, “familiares”) e

acadêmicas (“excesso de conteúdo”, “excesso de carga horária”, “cobrança de agilidade com

foco na patologia”, em detrimento do “ser e o sentir do paciente”. Com relação às

características desejadas na abordagem/mentor, prevaleceu a competência afetiva

(“compassividade”, “bom humor”, “otimismo”, “esperança”) seguida de sabedoria (“saber

ouvir”, “saber perguntar”, “saber mediar”, “compreensão”), sendo todas elas, conforme

referido por eles, encontradas em seu grupo. Como relato do que mais receberam no

programa, foram mais prevalentes: o aprender a compartilhar, desenvolver empatia, valorizar

e aprender com a própria experiência e dos colegas. Discussão: Os resultados encontrados são

compatíveis com investigações sobre a saúde do estudante de medicina, quanto ao sofrimento

exacerbado diante da realidade enfrentada na educação médica. O treino na mecanização do

ato médico em nome da boa atenção técnica à doença é apontado na literatura como um

grande agravante neste contexto, pois para tentar não se envolver com o outro, endurece e se

desconecta de suas próprias emoções humanas, que retornam mais intensas e dolorosas. O

cuidador também requer cuidado para melhor oferecer cuidado humanizado. Neste sentido, a

TCI oferece outra perspectiva, contribuindo na saúde e ainda, de maneira integrativa e

complementar, na formação vivencial do estudante. Considerações Finais: Neste estudo, a

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Terapia Comunitária mostrou-se como importante estratégia de cuidado regular de Mentoring,

indo de encontro às expectativas dos estudantes de medicina que buscaram e participaram

desta experiência, onde puderam acolher a diversidade, garimpar pérolas e superar desafios

.

Palavras-Chave: Mentoring. Terapia Comunitária Integrativa. Ensino Médico.

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O ENSINO CURRICULAR DA TERAPIA COMUNITÁRIA NA GRADUAÇÃO DE

MEDICINA COMO ESTRATÉGIA DE CUIDADO EM SAÚDE.

Autoria: Mauro Elias Mendonça

INTRODUÇÃO: o aprendizado de abordagens comunitárias é um grande desafio do ensino da

clínica ampliada e da saúde coletiva. A terapia comunitária integrativa (tci) é uma

metodologia simples de cuidado solidário, realizada em estratégias de acolhimento, vínculo e

responsabilização por meio da palavra e de dinâmicas integrativas. Na graduação de medicina

da universidade federal de goiás (ufg), utiliza-se a tci, desde 2001, como contribuição nesta

perspectiva. Objetivo: descrever a utilização da terapia comunitária integrativa como

estratégia de ensino do cuidado em saúde na formação médica. Metodologia: estudo

descritivo exploratório com análise de conteúdo oral em grupo focal depois de desenvolvida a

ação. Participaram do estudo todos os 55 estudantes do quarto ano de medicina da ufg que

cursaram, curricularmente, no segundo semestre de 2016, a disciplina de saúde mental

coletiva, onde a tci é utilizada como estratégia de ensino. No final da disciplina foi realizado

um grupo focal de apreciação, registro e análise. Resultados: na ufg, a tci acontece em dois

momentos curriculares com um grupo de 24 a 30 estudantes de medicina por vez, em

atividade de saúde mental coletiva, em um módulo do quarto ano, acompanhados por

professor facilitador. A primeira atividade é uma roda e no encontro seguinte discuti-se o

histórico, os princípios teóricos e metodológicos, bem como a aplicabilidade da tci. No final

do módulo, são apreciadas as atividades. Os estudantes relataram perceber como a roda de tci

é capaz de aumentar a consciência sobre os seus principais problemas pessoais e acadêmicos e

sobre os recursos que podem ser utilizados para resolvê-los. Após a atividade prática,

referiram o encontro de apoio em si mesmo e no grupo, ampliando o vínculo e a rede de

solidariedade. Discussão: os acadêmicos experimentaram, através da tci, como pode ser feita

uma prática horizontal no apoio comunitário, por meio de um compartilhamento de

experiências, o que facilita a conscientização e o empoderamento das próprias pessoas. Em

uma unidade de saúde, esta prática pode ser de muita ajuda na ampliação do vínculo interno

da própria equipe e desta com a população, além de ampliar sua compreensão do processo

saúde-doença. Pode assim potencializar o cuidado integral em saúde no território, com

promoção de saúde, alívio e prevenção do sofrimento mental e da somatização de doenças,

uma vez que quando a boca cala, o corpo fala. Nesta perspectiva de cuidado, aspectos

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importantes da contribuição da tci podem proporcionar a vigilância em saúde no território,

facilitando o planejamento local e o projeto terapêutico singular, bem como funcionar como

importante recurso na ampliação de vínculos comunitários. Considerações finais: nesta roda

de terapia comunitária integrativa os estudantes aprenderam vivencialmente e através da

reflexão teórica, sobre o uso desta metodologia na prática coletiva de promoção e cuidado

integral em saúde. A utilização da tci, como estratégia de abordagem comunitária, nesta

experiência, na percepção dos estudantes, muito pode contribuir na formação médica como

recurso no enfrentamento de problemas que são comuns a eles próprios e à população.

Palavras-Chave: ensino médico. Terapia comunitária integrativa. Metodologia de ensino

aprendizagem.

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ACIERTOS Y DIFICULTADES DE LA EXPERIENCIA DE IMPLANTAR LA TCI EN LA

PREFECTURA DE RECOLETA, COMO PARTE DE UN MODELO DE PROMOCIÓN DE

SALUD MENTAL COMUNITARIA CON ENFOQUE TERRITORIAL.

Autoria: Corporación Escuchar, Chile

El modelo se estructuró en torno a una formación de Terapeutas Comunitarios de 250 horas, al

que postularon funcionarios y vecinos, y que desarrolló Corporación Escuchar en 2016.

Durante el año se instalaron unos 17 Círculos Comunitarios, en unidades vecinales, centros

comunitarios, consultorios y casas particulares. Aunque los módulos finalizaron en

noviembre 2016, los monitores continúan su actividad hasta ahora, totalizando 4.600

atenciones a los vecinos. Varios CC reúnen a adultos mayores, que sienten haber encontrado

en el Círculo una red de apoyo que muchos califican como "una familia". Una experiencia

relevante han sido los Círculos en escuelas, con niños desde 10 años. Logros principales del

programa:- construir un equipo de "activistas por el desarrollo y la salud comunitaria". La

pasión y el compromiso con que persisten en tu tarea es un ejemplo de motivación que

sorprende en la prefectura y el MINSAL.- “institucionalizar” el programa, al incorporar una

"coordinadora de CC" al municipio; y próximamente, incorporar los CC como prestación de la

salud municipal, integrando sistemas y procesos; y el pago de un estipendio a los monitores,

para reconocer también en lo económico su aporte en promoción de salud. - continuidad, con

el inicio de una nueva formación a fines de este mes.Estos han sido posibles gracias a la

valoración de los resultados: MINSAL ha premiado el programa como la mejor Buena

Práctica regional en promoción de salud, con un fondo que financia su continuidad, y ha

destinado otro fondo para una nueva formación de Terapeutas Comunitarios.

Que ha hecho posible estos resultados? En lo internacional, la experiencia de Brasil en TCI

como promoción de salud.En lo nacional, una presidenta orientada a la participación y un

MINSAL que declara enfoque de salud familiar como su estrategia. En lo local, un prefecto

comprometido con la comunidad y decidido a hacer realidad estas declaraciones y a llevar la

salud a la comunidad y al territorio, y una Directora de Salud liderando el proceso.Como

Corporación, con la responsabilidad de ser parte de programa del gobierno municipal y

asegurar calidad, instalamos un sistema de supervisión, retroalimentación y entrenamiento en

terreno; que creemos fue clave en el compromiso activista de los monitores, que se sintieron

acompañados en su labor. Asimismo, instalamos sistemas de medición de satisfacción y de

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registro de los CC, que ya con una práctica habitual de los monitores. Ha sido relevante la

experiencia de los CC en escuelas municipales, gracias a la iniciativa y empuje de una

monitora. Se han realizado unos 200 CC para estudiantes de 6º a 8º básico, inicialmente

“enviados” por sus profesores, y que ahora asisten voluntariamente, lo que ha enriquecido

notablemente al CC. En la próxima formación incorporaremos un espacio que prepare a los

monitores para el trabajo con niños. Mantendremos otros aspectos que fueron un aporte en el

proceso anterior: autoconocimiento desde el eneagrama, la práctica de meditación, y

participación territorial. Como resultado de la experiencia desarrollada, los Círculos y la

Terapia Comunitaria están en vías de ser reconocidos por el MINSAL como práctica

complementaria en salud.

Palabras-Clave: Salud Comunitaria.Territorial

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TERAPIA COMUNITÁRIA NA REINSERÇÃO PSICOSSOCIAL DE PACIENTES COM

TRANSTORNOS DEPRESSIVOS DO CAPS-HU EM JUIZ DE FORA

Autoria Ana Lúcia da Costa Silva

Introdução- A prática em saúde mental tem exigido novo olhar sobre o sofrimento psíquico,

onde novas abordagens terapêuticas devem ser testadas e praticadas. Os CAPS, dentro da atual

política de saúde mental do MS são dispositivos estratégicos para a organização da rede de

atenção em saúde mental, lugar onde se pode exercitar o cuidado em saúde e a cidadania do

portador de sofrimento mental. No Brasil, a prevalência da depressão é de 25%, sendo a

alteração afetiva mais estudada e falada na atualidade. Classificada como transtorno de humor,

ela altera as atitudes dos sujeitos modificando a percepção de si mesmo, passando a enxergar

suas problemáticas como grandes catástrofes. Apresenta-se a contribuição da Terapia

Comunitária como abordagem de reinserção psicossocial de pacientes com transtornos

depressivos do Centro de Atenção Psicossocial – CAPS em Juiz de Fora. Técnica terapêutica

que proporciona a fala, facilitando a construção da rede entre as pessoas. Objetivos:

Investigar a Terapia Comunitária como estratégia no tratamento e prevenção da depressão;

verificar as mudanças provocadas pelo atendimento em grupo através da TC nos pacientes

depressivos, identificar os aspectos que motivam e desmotivam os pacientes a participarem do

Grupo Terapêutico. Metodologia: Estudo realizado com 15 indivíduos que apresentam

transtornos depressivos tendo como critério de inclusão pacientes com depressão maior, com

boa efetividade em grupo. Utilizando a Terapia Comunitária por sua valorização da

interdisciplinaridade, rompendo com a concepção de especialidade corporativista,

possibilitando uma integração dos diversos saberes. Realização de 20 rodas de TC, de

1h40min cada roda, uma vez por semana. Resultados: Melhora por parte dos usuários de sua

capacidade de insight sobre sua doença; adesão ao tratamento tanto medicamentoso como

psicoterápico; melhora dos sentimentos de tristeza e medo, oportunizando a sair do

isolamento, fortalecimento dos vínculos. Ficou claro, através deste grupo estudado, a

distinção entre sofrimento e patologia. O sofrimento precisa ser acolhido e a comunidade deve

assumir sua co-responsabilidade na atenção à saúde. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A

Terapia Comunitária mostrou-se um recurso eficaz para investigação e intervenção nos

quadros de depressão e saúde mental, com este instrumento foi possível identificar os

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indicadores psicossociais do sofrimento que acomete a esses usuários tais como: ansiedade e

estresse relacionados às dificuldades vivenciadas, conflitos familiares, uso e abuso drogas,

violência doméstica, queixas somáticas, conflitos sociais, desemprego e carências dos

elementos básicos à sobrevivência, sofrimentos estes recorrentes nas rodas de TC, e

prevalentes na depressão. Foi possível perceber que o uso desta técnica quando aplicada na

Rede de atenção Psicossocial contribui para um atendimento terapêutico e humanizado,

ajudando na formação de redes solidárias, estabelecendo vínculos saudáveis.

Palavras-Chave: Terapia Comunitária-Depressão-Caps -Saúde mental.

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RESILIÊNCIA E ENFRENTAMENTO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA EM TERAPIA

COMUNITÁRIA INTEGRATIVA EM UM CENTRO DE REABILITAÇÃO DE

CACHOEIRA-BA.

Autoría: Juradi Santos Machado e Felipe de Novaes Coelho

A Terapia Comunitária Integrativa é uma ferramenta que proporciona ao sujeito a

possibilidade de reconhecer no discurso do outro, suas próprias experiências o que criando

laços e um ambiente acolhedor, dessa forma constrói pontes entre sujeitos viabilizando novas

formas de interação e promovendo saúde mental. O presente artigo tem como objetivo relatar

as experiências práticas de Terapia Comunitária Integrativa, através de uma intervenção

realizada em um Centro de reabilitação de álcool e drogas de Belém na cidade de Cachoeira-

BA. Pretende-se com este trabalho debater a importância da terapia comunitária integrativa

como abordagem terapêutica que tem como objetivo conscientizar e responsabiliza o sujeito

de sua condição, com vistas a devolver-lhe autonomia. Tendo como base uma abordagem

qualitativa, que adentra nas experiências dos sujeitos de forma singular, o objetivo das sessões

era de promover interação, acolhimento e debater assuntos pertinentes a vida dentro e fora do

centro de reabilitação. As atividades foram realizadas em um grupo que possui cerca de 6

internos. O local foi escolhido, devido a necessidade dos integrantes do grupo de uma

atividade de integração que pudesse trabalhar inicialmente as questões mais relevantes para a

reabilitação e reintegração dos mesmo na sociedade. Em média as intervenções tinham tempo

de duração de uma hora. Foram realizadas 4 rodas terapêuticas, em que forma discutidos os

seguintes temas: família, recuperação: a vida após o tratamento, perdão, dinheiro. As

intervenções foram realizadas durante os meses de abril e maio de 2017. Segundo Covalan e

Oliveira (2015) busca-se no espaço da Terapia Comunitária Integrativa proporcionar um

espaço de compartilhamento de experiência e sentimentos, além de ser um local de

acolhimento onde os recursos e competências do grupo desencadeiam uma ação terapêutica no

próprio grupo. Os momentos mais importantes da intervenção foram os quais os membros do

grupo foram incentivados a falar sobre as causas de seus sofrimentos, desta forma explorando

o tema a fundo e falando de suas experiências vividas relacionados a temática, é possível

nesse momento a troca de vivencias e o aprendizado mutuo, possibilitando para o membro do

grupo a possibilidade de produzir estratégias para lidar com o seu sofrimento e realizar um

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Anais do IX Congresso Brasileiro e VI Congresso Internacional de TCI – Porto Alegre / 2017

plano de ação. (MORAES, 2014). Percebe-se que as atividades realizadas durante as

intervenções puderam proporcionar um momento de integração do grupo, além disso foi

possível levantar questões que anteriormente não foram abordadas, desta forma foi possível

promover uma maior fluidez nas relações dos indivíduos do grupo e auxiliar no

autoconhecimento do sujeito e sua percepção como integrante.

Palavras-Chave – Terapia Comunitária Integrativa, Relato de Experiência, Intervenção.

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Anais do IX Congresso Brasileiro e VI Congresso Internacional de TCI – Porto Alegre / 2017

FAMÍLIAS EM SITUAÇÃO DE VULNERABILIDADE SOCIAL: SEUS SONHOS

A PARTIR DE UM OLHAR APRECIATIVO

Autoria: Denise Kopp Zugman1 Maria José S. M. Gois

2

Este artigo fala da importância do olhar apreciativo e a representatividade aos sonhos de

famílias em situação de vulnerabilidade social. Conhecemos seus sonhos em dois contextos.

Em unidades habitacionais e com grupos de mulheres. CONJUNTOS HABITACIONAIS

objetivo construir regras de convivência, fortalecendo a gestão condominial. Focou-se em

técnicas que atingissem as relações sociais, dores e sonhos. Realizamos cinco oficinas em

cada empreendimento. As ideias inovadoras foram postados em banners pendurados no salão

social dos empreendimentos, 70% do grupo eram mulheres e crianças. O PROJETO

TECENDO REDES focou-se em contos de tradição oral e oficinas de tear. Utilização dos

contos devido à universalidade de seus temas: amor, desamor, traição, ciúme, crueldade,

astúcia, encontro, desencontro, perda, esperança. Esses os sentimentos que encontramos na

base das experiências que tecem a existência humana. Para dar voz aos sonhos, extraímos

vozes dos sonhos dos participantes. Paulo Freire contribui de forma expressiva para esta

reflexão. Para ele o ato de sonhar é intrínseco à condição humana; é “um ato político

necessário”, é uma condição necessária para a transformação da vida. Estas experiências

reforçaram que o uso de qualquer abordagem que almeje a transformação da realidade social

deve ter em suas bases o diálogo; ele possibilita a conscientização dos sujeitos envolvidos e

facilita o empoderamento das famílias para atuarem com maior segurança em seus territórios.

Estas experiências demostraram que fortalecer vínculos significa reconhecer, ouvir, acreditar,

esperar, soprar, acariciar e, acima de tudo, persistir e resistir. As oficinas reforçaram que,

acolhendo o sonho como uma esperança e não como um devaneio ou ilusão, ele se transforma

em um acelerador de metas e possibilidades. Para as autoras o aprendizado ocorreu em cada

etapa, sobretudo no sentido de respeitar o repertorio das famílias, os sonhos compartilhados

nos dois projetos revelam claramente que as famílias respondem a partir das circunstancias

concretas, do repertório que conhecem.

Palavras-chave: Conjuntos Habitacionais , Terapia Comunitária, Vulnerabilidade

1 Graduada em Serviço Social e pós-graduada como especialista em Família dinâmica e processos

de mudança na PUC-PR. Mestre em Psicologia . 2 Assistente Social. Terapeuta Comunitária. Profissional de Desenvolvimento Social – PROFIDES.

Mestre em Gestão Urbana .

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Anais do IX Congresso Brasileiro e VI Congresso Internacional de TCI – Porto Alegre / 2017

TERAPIA COMUNITÁRIA INTEGRATIVA EM FACE ÀS POTENCIALIDADES E

PROCESSOS DE SUPERAÇÃO

Autoria: Elza Domingues de Lima, Luis Antonio de Lima e Maria Madalena Sudário

Introdução: A Reforma Psiquiátrica brasileira veio contribuir para desinstitucionalização, a

qual tem sido compreendida enquanto a desconstrução de saberes, discursos e práticas

psiquiátricas. Em Sorocaba/SP foi inaugurado em outubro de 2013 o Centro de Atenção

Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS AD III Saca Só), com objetivo de proporcionar

tratamento e assistência aos usuários e famílias em meio a esse contexto. A Terapia

Comunitária Integrativa (TCI) é uma estratégia de cuidado e foi utilizada como ferramenta de

trabalho nesse serviço, com o objetivo de atender usuários e famílias em estado de sofrimento.

Objetivos: Demonstrar a efetividade da TCI desenvolvida no CAPS ADIII Saca Só em

Sorocaba, observando, coletando dados e analisando o alcance como ferramenta de cuidado.

Permitir a abertura de campo de pesquisa dentro e fora da atenção psicossocial, e proximidade

com essa proposta através da divulgação desse trabalho, demonstrando método, abordagem, e

o pertencimento a esse espaço transformador. Metodologia: Utilizada à pesquisa qualitativa

para a coleta de dados e avaliação da TCI no CAPS AD III no Município de Sorocaba.

Avaliada por um período de doze (12) meses. As rodas aconteciam duas (2) vezes por semana,

sendo oito (8) rodas ao mês, num total de cento e sete (107) ao ano, em média dezoito (18)

participantes, dirigidas por três (3) terapeutas. O público-alvo; usuários e familiares assistidos

pelo serviço. A análise dos dados contemplou; número de participantes, assiduidade, relatos

de experiência e os efeitos da TCI como potencial de mudança. O período de janeiro de 2014

a janeiro de 2015. Resultados: A TCI contribuiu para adesão ao tratamento, evidenciado nos

relatos de usuários e familiares, através da lista de presença obteve informação de assiduidade,

sexo e faixa etária das pessoas que frequentavam as rodas. Nos relatos de experiência, um

idoso de 72 anos, usuário de álcool há 50 anos, demonstrou a fragilidade dos vínculos

quebrados, a abordagem da TCI e o cuidado da equipe multiprofissional do CAPS, favoreceu

a melhora da autoestima, o resgate da família, mudando isolamento para pertencimento.

Discussão: A TCI promoveu um espaço de inclusão daquele que sofre, e permitiu a mudança

de olhar daquele que cuida. Trouxe à reflexão a necessidade de Políticas Inclusivas e de

Humanização. A Terapia Comunitária (TC) caracteriza-se como mais uma ferramenta à

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Anais do IX Congresso Brasileiro e VI Congresso Internacional de TCI – Porto Alegre / 2017

disposição dos profissionais da Atenção Básica no campo da Saúde Mental a ser utilizada no

território de atuação. (MS, 2013). Considerações finais: Esse trabalho trouxe fortalecimento

a TCI e ao CAPS AD III SACA Só em Sorocaba, essa proposta de modificação do estado de

sofrimento para o de superação, permitiu a observação desse processo. Outros municípios

criaram proximidade com essa ferramenta, trouxe valores mensuráveis com a coleta de dados,

e relatos dos usuários, deixando a disposição material de pesquisa para outros estudos,

relacionado a essa prática, entendida como uma intervenção psicossocial avançada.

Palavras-chave: Terapia Comunitária Integrativa. Álcool e outras drogas. Superação.

Inclusão.

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Anais do IX Congresso Brasileiro e VI Congresso Internacional de TCI – Porto Alegre / 2017

QUANDO A BOCA FALA, O CORPO ACALMA:IMPLANTAÇÃO DE RODAS DE

TERAPIA COMUNITÁRIA INTEGRATIVA PARA INTERVIR NOS PROBLEMAS DE

SAÚDE MENTAL DE UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE

Autoria: Adélia Alves da Silva; Diego Alves Leite; João Alves da Silva Neto; Josilene

Severina da Silva; Juliana Campos de Sousa; Lívia Priscila de Souza Vale; Luzia Rosa da

Silva; Maria do Socorro Bezerra da Silva Lira.

Introdução: A Unidade Básica de Saúde (UBS) se configura como principal acesso ao

sistema de saúde e reúne grande capacidade resolutiva à maioria das problemáticas de saúde

dos usuários (LAVRAS, 2011), sobretudo quanto ao alívio dos sofrimentos mentais. A

Terapia Comunitária Integrativa (TCI) pode ser utilizada como estratégia de intervenção nos

problemas de saúde mental na UBS, porque possibilita ao indivíduo e à comunidade

expressarem as angústias que podem levar às doenças mentais (CORDEIRO et al, 2011).

Objetivo Geral: Implantar Rodas de TCI UBS de Pirituba como estratégia no enfrentamento

aos transtornos de ansiedade e depressão. Objetivos Específicos: Demonstrar os benefícios

das Rodas de TCI como recurso terapêutico à saúde mental na UBS; Propor a implantação na

municipal das Rodas de TCI como estratégia no enfrentamento aos transtornos de ansiedade e

depressão. Metodologia: As Rodas de TCI ocorrem, quinzenalmente, na UBS de Pirituba e

contam, geralmente, com 20 participantes, de ambos os sexos, adultos, atendidos na UBS.

Resultados: Os resultados obtidos foram a implantação em 100% o uso da nova tecnologia

voltada à saúde mental; O acolhimento em 100% os usuários com transtornos de ansiedade e

de depressão; Redução em 80% a prescrição de medicações benzodiazepínicas para

transtornos de ansiedade e de depressão. Discussão: A UBS de Pirituba, localizada em Vitória

de Santo Antão/PE, possui uma população adstrita composta por 3.327 pessoas, distribuídas

entre as 813 famílias cadastradas. A TCI se propõe como uma estratégia para a UBS referida

porque estimula a autonomia, a autoestima pessoal e da comunidade, a valorização das

potencialidades de cada indivíduo, a valorização do papel familiar e das redes sociais, a

valorização cultural e fortalece os vínculos sociais (BARRETO, 2008). A TCI se constitui

como uma ferramenta à edificação solidária de uma rede social que impulsiona à resiliência,

ao empoderamento, aos valores de cidadania e ao revigoramento dos vínculos afetivos

(FERREIRA FILHA et al, 2012). Considerações Finais: A TCI é uma metodologia com

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Anais do IX Congresso Brasileiro e VI Congresso Internacional de TCI – Porto Alegre / 2017

eficácia comprovada no enfrentamento das mais diversas problemáticas individuais e

coletivas, pode ser, portanto, desenvolvida na atenção básica como recurso terapêutico no

alívio das angústias e dos sofrimentos dos indivíduos que apresentam transtorno de ansiedade

e de depressão.

Palavras-chave: Atenção Primária à Saúde. Saúde Mental. Terapias Complementares.

Terapia Comunitária Integrativa.

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Anais do IX Congresso Brasileiro e VI Congresso Internacional de TCI – Porto Alegre / 2017

TERAPIA COMUNITÁRIA INTEGRATIVA: ACOLHIMENTO HUMANIZADO,

PROMOTORA DE VINCÚLOS E FORTALECEDORA DE REDES EM COMUNIDADE.

Autoría: Elza Domingues de Lima

Introdução: A Saúde é um direito de todos e dever do Estado garantido pela constituição de

1988. O Ministério da Saúde, em 2006, com o objetivo de ampliar o acesso da população a

serviços, aprovou a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) no

SUS. A Terapia Comunitária Integrativa (TCI) é apresentada dentro dessas práticas como

(MS, 2013) Intervenção psicossocial avançada. Esse trabalho visa mostrar o quanto o apoio a

Estratégia da Saúde da Família (ESF) pode melhorar as relações e fortalecer propostas como

grupos, mapeando esses recursos, melhorando a assistência no SUS. No Brasil temos

desenvolvendo a TCI cidades como Rio de janeiro, Fortaleza, São Paulo, Sorocaba e outros

países como Argentina, Uruguai, Paraguai, Espanha, México, Equador, França, Suíça, Itália,

Canadá. Objetivos :Promover e ampliar o conhecimento das práticas complementares de

saúde referenciando a TCI. Fortalecer a rede de assistência através do mapeamento dos

grupos coletivos existentes na Unidade de Estratégia da Saúde da Família (UESF) para

construção de projetos coletivos no território, favorecendo a rede e usuário. Mostrar a

importância do apoiador da saúde da família como facilitador nas construções em

rede.Metodologia:Trata-se de um trabalho de atuação em campo na função de apoiadora da

saúde da família em sete (7) UESF no município de Sorocaba/SP, pesquisando sobre

atividades em grupo, ao qual se destacou a TCI. O público alvo foram os profissionais de

saúde, usuários e familiares assistidos pelo serviço. Ocorreram encontros semanais para

discussão e construções coletivas, destacando-se duas unidades, Vitória Régia e Ulisses

Guimarães. O objetivo era entender o funcionamento desse serviço, seus problemas, suas

potências e o fortalecimento de grupos coletivos na unidade, principalmente o da TCI. O

período foi de março de 2015 a março de 2016.

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Resultados

Discussão :Verificou-se a grande dificuldade da manutenção desses grupos, devido à falta de

estrutura, do apoio da gestão, da equipe, e do próprio profissional para o desenvolvimento

destas práticas e a necessidade de Políticas Públicas efetivas. Considerações finais :Esse

trabalho como apoiadora da saúde da família oportunizou a proximidade com o território,

constatou-se a fragilidade da rede e dos profissionais, que através de encontros, discussão e

construção coletivas puderam se organizar. Sobre grupos, foi realizado o mapeamento, existia

Mapeamento de grupos no território nas UESF região norte de Sorocaba e Articuladores;

Rodas de TCI: Vitoria Régia, Ulisses Guimarães, Fiore, Escola (centro), Aparecidinha e

Éden (leste).

Grupos específicos: Habiteto, Laranjeiras, São Bento, Paineiras e Angélica.

Grupo de TCI em serviço de articulação: CAPS AD III Saca Só

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Anais do IX Congresso Brasileiro e VI Congresso Internacional de TCI – Porto Alegre / 2017

um em especial, que era solicitado de forma unânime por profissionais e usuários, este

intitulado TCI. Políticas Públicas, Inclusivas de Educação Permanente são necessárias nesses

serviços. Tornam-se necessários práticas humanizadas nesses serviços e profissionais

facilitadores.

Palavras-chave: Terapia Comunitária Integrativa, apoio a saúde da família, fortalecimento da

rede.

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Anais do IX Congresso Brasileiro e VI Congresso Internacional de TCI – Porto Alegre / 2017

“AME, MAS NÃO SOFRA” - TERAPIA COMUNITÁRIA INTEGRATIVA NO

ATENDIMENTO A FAMILIARES DE DEPENDENTES QUÍMICOS.

Autoria: Helenice Alves Pereira Bastos e Maria Regina Melo Santos

Introdução: As famílias que vivem e lidam com membros dependentes químicos é de alguma

maneira afetada por estes, o que gera consequências na saúde ou afeta a qualidade das

relações familiares envolvidos. A Subsecretaria de Políticas para Justiça, Cidadania e

Prevenção ao Uso de Drogas, vinculado à Secretaria de Justiça do Distrito Federal, realiza um

projeto “Ame, mas não sofra” por meio do qual prestam apoio às famílias de dependentes

químicos com objetivo de prestar acolhimento e atendimento imediato, eficaz e humano a

essas famílias. A Terapia Comunitária Integrativa (TCI) foi a tecnologia usada no Programa

para implementar a escuta ativa, partindo do princípio que a circularidade do grupo permite,

acolher, reconhecer e dar o suporte necessário a quem vive situações de sofrimento,

proporcionando maior humanização nas relações, adquirindo autonomia e corresponsabilidade

consigo mesmas. Os participantes são familiares ou responsáveis legais (mães, pais, irmãos,

filhos) de dependentes químicos acolhidos nas Comunidades Terapêuticas do DF e entorno e

foram selecionados através do cadastro da SEJUS. Objetivos: Acolher as famílias e resgatar

os vínculos afetivos entre estas para fortalecer as relações familiares e comunitárias.

Metodologia: Diariamente a Subsecretaria recebe vários familiares em estado de sofrimento

por algum ente querido se encontrar na condição da dependência química. São realizadas

reuniões multifamiliares ressaltando a importância da família em todo o processo e

apresentando a rede de apoio. Buscando implementar a proposta de uma escuta qualificada e

partindo do princípio que a circularidade do grupo permite, acolher, reconhecer e dar o

suporte necessário a quem vive situações de sofrimento a Terapia Comunitária Integrativa foi

a técnica utilizada. Foram realizadas Rodas Itinerantes em diferentes cidades do DF tendo

uma média de 30 participantes por Roda. Resultados: A partilha de experiências e as histórias

de vida funcionaram como estratégias de escutar, se identificar e se fortalecerem, pois na troca

e na identificação dos problemas a culpa que sentiam foi diminuída e a resiliência e

autoestima fortalecida. Do total dos participantes, 96% disseram estar satisfeitos com o

Programa e 81% afirmaram que melhorou a forma de lidar com o problema. Discussão: A

metodologia da TCI, sobretudo do acolhimento, está centrada numa relação inter-humana.

Nessa relação quando alguém se expressa, falando de sua dor e de seu sofrimento, todos os

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Anais do IX Congresso Brasileiro e VI Congresso Internacional de TCI – Porto Alegre / 2017

demais se tornam cúmplices da história do outro, se revelando também parceiros na busca de

soluções (Barreto 2008). Considerações Finais: Falar das suas angústias e tristezas sem

medo de críticas possibilitou a essas famílias “a oportunidade de fazê-las serem ouvidas sem

julgamentos ou preconceitos, na troca de experiências, no fortalecimento mútuo, nas canções

entoadas, nos olhares interessados, no entrelace das mãos, nos abraços trocados”.

Palavras- chave: TCI. Dependência Química. Famílias. Resiliência. Acolhimento.

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Anais do IX Congresso Brasileiro e VI Congresso Internacional de TCI – Porto Alegre / 2017

O AMOR COMO FERRAMENTA DE TRABALHO NA CAPACITAÇÃO EM TCI

Autoria: Danielle Matsumoto Alvarenga

Introdução: Qual é a importância de se trabalhar com amor como Facilitador do Curso de

Formação de TCI? Objetivos: Relatar experiência e discutir o papel do Facilitador dentro do

Curso de Formação de TCI. Metodologia: Essa pesquisa foi realizada utilizando o método da

observação na minha experiência como Assistente de Curso do Mismec DF, em que foi

observado os diferentes tipos de facilitadores do Curso de Formação de TCI e analisar a

importância de se trabalhar com amor. Com isso foram anotadas reflexões que servem como

aprendizado para o saber vivenciado. Resultados: Ao se trabalhar com amor, sem

julgamentos, sem ansiedades, sem conceitos pré-definidos em relação as pessoas (alunos) ou

ao grupo, quando o facilitador estar presente de corpo e mente, é possível sentir o carinho, o

amor entre os alunos e esses com os facilitadores. Com isso há um maior aprendizado,

aumenta a integração do grupo, além da internalização do conceito da metodologia da TCI.

Discussão: Para ser um bom facilitador é importante que ele se sinta seguro com o seu papel

dentro do curso, que ele esteja em harmonia com a sua equipe, sem sentir ansioso, sem

julgamentos, estar presente de corpo e mente, com muito autocontrole de suas emoções, "estar

bem consigo mesmo, controlar seus medos, desejo de morte, sua própria sexualidade e sua

própria agressividade" (Barreto, A., apostila Formação de Multiplicadores em técnicas de

resgate da autoestima na comunidade, 2002). Assim o facilitador estará preparado para amar

esse grupo, "o verbo amar pode ser definido como o ato ou os atos de doação aos outros,

identificando e atendendo suas legítimas necessidades." (Hunter J.C., O Monge e o Executivo

- Uma história sobre a essência da liderança, 2004). Ao identificar essas necessidades acolhê-

las com paciência, bondade, honestidade, respeito e humildade. Sendo o papel do facilitador

acolher diversidades, garimpar pérolas e superar desafios em cada grupo de Formação de TCI,

em que são trabalhados o processo de resiliência de cada futuro terapeuta comunitário.

Considerações finais: A excelência de um facilitador do Curso de Formação de TCI

dependerá do seu próprio processo de resiliência que resultará na sua própria "arte de cuidar"

do outro.

Palavras-chave: Amor. Resiliência. Arte de cuidar

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TERAPIA COMUNITÁRIA INTEGRATIVA NA POLÍTICA DISTRITAL DE PRÁTICAS

INTEGRATIVAS EM SAÚDE DO DISTRITO FEDERAL – ATUAÇÃO DA COORDENAÇÃO

TÉCNICA

Autoria: Doralice Oliveira GOMES e Alexandre Staerke de Vieira RESENDE

A Gerência de Práticas Integrativas em Saúde/GERPIS é a instância da Secretaria de Estado

de Saúde do DF responsável pelo desenvolvimento, gestão e a produção de conhecimento na

área das Práticas Integrativas em Saúde/PIS, com foco na promoção e na integralidade do

cuidado à saúde. A GERPIS atua em consonância com a Política Distrital de Práticas

Integrativas em Saúde (PDPIS/2014). A PDPIS chancela como Prática Integrativa em Saúde

as seguintes modalidades terapêuticas: Acupuntura, Arteterapia, Automassagem Chinesa,

Fitoterapia, Hatha Yoga, Homeopatia, Lian Gong em 18 Terapias, Medicina e Terapias

Antroposóficas, Meditação, Musicoterapia, Reiki, Shantala, Tai Chi Chuan e Terapia

Comunitária Integrativa. Cada uma das PIS citadas possui uma Coordenação Técnica

específica na GERPIS, responsável pela implantação da prática no Sistema Único de Saúde do

DF. A Coordenação Técnica de TCI tem viabilizado a capacitação dos servidores em TCI,

realizado educação permanente dos servidores formados e dos voluntários, articulado a rede

interna e externa para a implantação da TCI, desenvolvido ações de divulgação da TCI para

gestores e para a comunidade, apoiado os terapeutas em suas especificidades para que a TCI

possa ter sustentabilidade na Unidade de saúde em que atua, incentivado e promovido

articulação de Políticas Públicas para que as ações na comunidade ocorram de forma

intersetorial, realizado o mapeamento regular dos grupos e divulgado no site da Secretaria de

Estado de Saúde do DF, bem como dado o maior acesso possível a esta informação. O

objetivo deste relato de experiência é para compartilhar os avanços e desafios de uma

coordenação técnica em TCI institucionalizada no Sistema Único de Saúde. A importância de

uma referência institucional para a rede de serviços é fundamental para que a prática

permaneça devido à retroalimentação que se faz necessária.

Palavras-chave: Terapia Comunitária Integrativa. Política Distrital de Práticas Integrativas

em Saúde. Institucionalização.

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TERAPIA COMUNITÁRIA INTEGRATIVA NA FORMAÇÃO DE EDUCADORES

POLÍTICOS SOCIAIS EM GERONTOLOGIA NA UNB

Autoria: Helenice Alves Pereira Bastos e Mirna Almeida da Silva

Introdução: A educação na velhice vem sendo negligenciada no Brasil. Para estimular a

participação dos idosos em grupos valorizem as experiências positivas e possibilitem a

reedição da velhice, a Universidade de Brasília (UnB) através do programa de extensão

Universidade do Envelhecer – UniSer/UnB oferece Curso de Educador Político Social em

Gerontologia, que busca impulsionar esse processo, despertando os potenciais existentes

na maturidade no Brasil. Para promover debates críticos e reflexivos entre os educandos e

motivá-los a se verem como sujeitos da sua própria história, a UniSer incluiu na grade

curricular práticas vivenciais, de livre escolha dos alunos, uma delas foi a Terapia

Comunitária Integrativa (TCI). Objetivos: Facilitar diálogos; estimular as percepções afetivas

e cognitivas; ampliar habilidades na maturidade; adotar comportamentos que estimulem a

cidadania, a resiliência e o desenvolvimento humano e social. Metodologia: Relato de

experiência da TCI como disciplina vivencial no curso em questão, com um total de 120

horas, divididas em 30 aulas de 4 horas, duas vezes por semana. Ministrada por duas

terapeutas comunitárias para um grupo de seis pessoas, sendo cinco mulheres e um homem.

Os alunos escolheram voluntariamente a TCI para compor seu currículo. Essa experiência

aconteceu dentro do Projeto de Extensão da UnB/UniSer, no Campus da Ceilândia,

Brasília/DF. Consideramos adequado intercalar as rodas de TCI com aulas teóricas sobre os

seus pilares, evitando um esgotamento de temas nas rodas e facilitando o processo de

fortalecimento dos alunos. Incluímos práticas psicocorporais do Cuidando do Cuidador. Como

prática pedagógica usamos pesquisas e produções de textos reflexivos como base para nossos

debates. Resultados: Fichas de rodas, registros de vivências psicocorporais e depoimentos

(orais e escritos) de aproximadamente 90% dos alunos relatam melhoria nos seus

relacionamentos pessoais; maior resiliência para lidar com emoções e sentimentos; melhor

comunicação e não julgamento ao se relacionar com os idosos. Discussão: Para Adalberto

Barreto (2008) “A Terapia Comunitária atua, de maneira geral, com grupos que se encontram

em posição marginal na sociedade, ou seja, desfavorecidos socialmente. A participação da TC

oportuniza a essas pessoas a criação de mecanismos coletivos para melhor lidarem com esta

desigualdade, iniciando pelo reconhecimento e validação de si, de suas origens, de suas fontes

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Anais do IX Congresso Brasileiro e VI Congresso Internacional de TCI – Porto Alegre / 2017

de saber.” Consideramos que a prática vivencial foi bem sucedida, pois despertou nos alunos

um novo olhar para si mesmos e para os idosos, sendo capazes de adotar comportamentos que

estimulem a inclusão e o desenvolvimento humano e social, além de contribuir para as

transformações das pessoas envolvidas. Considerações finais: Aprendemos que aliar as rodas

de TCI, as discussões teóricas dos seus pilares e as práticas psicocorporais dentro de uma sala

de aula é um recurso que gera bons resultados e colabora para a saúde emocional da

comunidade, fortalece vínculos e aumenta o refinamento no trato social dos participantes com

eles mesmos e com seu público alvo.

Palavras-chave: Terapia Comunitária. Universidade do Envelhecer. UnB.

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INTER-AGINDO NA ESCOLA PÚBLICA ATRAVÉS DA TERAPIA COMUNITÁRIA

INTEGRATIVA EM CAMPINAS, SÃO PAULO.

Autoria: Helenísia Oliveira Santos – Terapeuta Comunitária e Carlos Eduardo Cantusio

Abrahao – Terapeuta Comunitário – Intervisor

Introdução – A grande diversidade cultural, religiosa, de gênero, étnica e social, no âmbito

escolar, convive com a crescente a prática do “bullying” (*). De acordo com o Currículo

Oficial do Estado de São Paulo em “uma educação à altura dos desafios contemporâneos” que

enuncia “... ser estudante é fazer da experiência escolar uma oportunidade para ser livre,

concomitantemente, respeitar as diferenças e as regras de convivência...”. Sendo a Biologia,

disciplina ministrada pela autora, responsável por estudar a vida em seus diversos aspectos,

surge a ideia de implantar como projeto de resgate da vida, a TCI como a técnica para ajudar

na minimização do problema acima citado.(*) Anglicismo utilizado para descrever atos de

violência física ou psicológica intencionais e repetidos praticados por um indivíduo ou grupo

de indivíduos, causando dor e angústia sendo executadas dentro de uma relação desigual de

poder – Wikipedia. Objetivos: Oferecer aos alunos a oportunidade de falar de si, aprender a

respeitar as diferenças, desconstruir o preconceito, melhorar seu relacionamento entre si com

os professores, melhorar a autoestima, desenvolver a autonomia. Metodologia: O trabalho foi

iniciado em novembro de 2015 como cumprimento das práticas integrativas do curso de TCI

na Escola Estadual Prof.ª Rita de Cássia da Silva situada no Parque São Jorge em Campinas.

Tornou-se, mais tarde, programa da disciplina de Biologia, de acordo com os objetivos acima

citados, contando com a colaboração dos gestores, professores das diversas áreas e

funcionários da escola, obedecendo os pilares e os passos da TCI. A cada bimestre são

marcadas as datas de realização das rodas, oferecidas aos alunos do Ensino Fundamental,

8ºano B, 9ºano, e Ensino Médio, 1ª, 2ª e 3ª séries, uma vez por bimestre, para cada classe.

Resultados: Com a realização das rodas percebe-se maior interação entre alunos e

professores, melhora da autoestima e resiliência no enfrentamento das dificuldades, melhora

da comunicação e solução dos conflitos. Discussão: Entende-se a Terapia Comunitária

Integrativa como uma alternativa para o enfretamento das adversidades vividas por

adolescentes e professores nos dias atuais. Considerações finais: Durante a execução do

projeto percebe-se que seus resultados tem sido, para muitos, o único espaço onde se possa

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Anais do IX Congresso Brasileiro e VI Congresso Internacional de TCI – Porto Alegre / 2017

falar de angústias e problemas enfrentados no cotidiano, chegando muitas vezes à exposição,

até então, de “segredos”. O trabalho tem se tornado referência para outros grupos que

trabalham com adolescentes.

Palavras-chave: Terapia Comunitária. Escola Pública. Bullying.

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IMAGENS QUE FALAM: PROGRAMA DE ACOLHIMENTO AOS ALUNOS DA

UNESP/ARARAQUARA E TERAPIA COMUNITÁRIA

Autoria: Taísa Borges de Souza, Josefa Emília Lopes Ruiz, Morgana Múrcia, Sandra

Fernandes de Freitas, Luci Regina Muzzeti e Paloma Soares Pereira

Atualmente não existem na UNESP - Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita

Filho/Araraquara trabalhos que ofereçam suporte emocional aos alunos, embora a demanda

por atendimento psicológico individual permaneça. O CENPE - Centro de Pesquisas da

Infância e Adolescência Dante Moreira Leite é uma Unidade Auxiliar da Faculdade de

Ciências e Letras e Polo Formador em TCI - Terapia Comunitária Integrativa desde 2005. Este

trabalho visa apresentar por meio de vídeos e fotos o Programa de Acolhimento aos alunos

dos cursos da Faculdades de Química, Ciências e Letras e Farmácia do Campus de

Araraquara. O Programa segue calendário anual e objetiva oferecer aos alunos um espaço de

conversa (rodas de TCI) e cuidados terapêuticos que visam acolher as dificuldades

relacionadas a rotina acadêmica e relações interpessoais. Acontece quinzenalmente, com

duração de 1h30 minutos, em espaços físicos disponíveis: salas de aulas, anfiteatros,

gramados. Atividades desenvolvidas: exercícios de respiração e relaxamento, de yoga;

técnicas de trabalho corporal, dinâmicas de grupo e rodas de TCI. É finalizado com partilha.

Dentre os resultados, destacamos: 1-queixas: dificuldade de lidar com a distância da família e

de adaptação, problemas de relacionamento, excesso de trabalhos escolares, stress, baixa

autoestima e problemas psicossomáticos, dentre outros; 2-Estratégias de enfrentamento dos

problemas: se colocar no lugar do outro, se aceitar, desenvolver a autoconfiança, ser mais

ponderado, se abrir para os relacionamentos, aprender a lidar com as diferenças, relaxar mais,

se cuidar. 3- Como estou saindo dos encontros: leve, feliz, descontraído, reflexivo, relaxado,

calmo, não estou sozinho; além da valorização do programa. Este trabalho de acolhimento

destaca a importância da Universidade oferecer um espaço de escuta e cuidados aos

graduandos. Além de ser um trabalho de cuidado também apresenta-se como prevenção em

saúde mental dos futuros profissionais, favorece a qualidade da permanência estudantil e

diminui a evasão. Conforme destaca o criador da TCI - “quando a boca cala os órgãos falam e

quando a boca fala, os órgãos saram” - o processo de falar, escutar e partilhar promove

integração e formação de redes sociais solidárias, afetando positivamente a autoestima.

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Anais do IX Congresso Brasileiro e VI Congresso Internacional de TCI – Porto Alegre / 2017

Embora o programa aconteça na Universidade desde 2006, com ganhos significativos, ainda

persiste a visão positivista e linear de solução de conflitos, com o modelo paciente -

especialista onde o saber e a “cura” vem de fora, é direcionada e única. O olhar sistêmico,

com a pluralidade que o grupo oferece nas vivências e rodas de TCI ainda não foi incorporado

e sofre estigmas no espaço acadêmico.

Palavras-chave: Acolhimento. Universidade. Graduandos. Saúde emocional

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INTERFACES ENTRE A TERAPÊUTICA INTEGRAL NOS MILAGRES DE

JESUS E A TCI

Autoria: Linda Siokmey Tjhio Cesar Pestana

Introdução: Essa pesquisa propõe uma leitura de três narrativas neotestamentárias referentes

a milagres de Jesus, instrumentalizada pela exegese, pela hermenêutica filosófica, pela

fenomenologia e pela antropologia, que nos levarão a identificar pontes de aplicação e

amarração dos elementos do nosso objeto da pesquisa – a terapêutica integral de Jesus - com

uma prática de cuidado holístico atual: a Terapia Comunitária Integrativa (TCI). Objetivos:

Esse trabalho justifica-se pela necessidade de ler textos bíblicos “fora da caixa” – sem

proselitismos ou positivismos – que descortine horizontes de amplo diálogo entre os

fundamentos de erudição das ciências e as experiências de fé dos teólogos, para delinear

aplicações práticas atuais. Metodologia: Traçamos como metodologia a pesquisa

bibliográfica com fundamentação nos textos bíblicos e obras de especialistas de diferentes

áreas de conhecimento, para promover o diálogo, sem a pretensão de abarcar tudo que há

sobre o tema. Discussão: A partir de três textos neotestamentários: “A cura do leproso” (Mc

1.40-45), “A pesca maravilhosa” (Lc 5.1-11) e “A cura da mulher enferma” (Lc 13.10-17),

faremos (i) análises exegéticas sob a metodologia histórico-crítica; (ii) o estudo hermenêutico-

filosófico instrumentalizado por elementos da alteridade de Paul Ricoeur; (iii) observações

sobre a maneira como os antigos compreendiam o sagrado, as curas e os milagres em seus

mitos e ritos junto aos fenomenólogos das Ciências das Religiões: Rudolf Otto e Mircea

Eliade; (iiii) aplicações à TCI à luz do paradigma da corporeidade do antropólogo Thomas

Csordas. Resultados: Esse trabalho contribui para a compreensão das curas e milagres do

passado e do presente, interliga doenças físicas, emocionais, psíquicas e possessão demoníaca,

e apresenta pontes entre a terapêutica integral de Jesus com uma prática atual de cuidado

holístico – a TCI - criada pelo médico psiquiatra Adalberto Barreto. Considerações finais:

Mesmo àqueles que não se consideram capazes de operar milagres, essa dissertação é um

convite a participar da prerrogativa humana de agir como um enviado divino, e apreciar os

milagres terapêuticos que ocorrem, em especial, no espaço profano, sagrado e transcendente

de uma roda de TCI.

Palavras-chave: Milagres. TCI. Fé. Saúde. Cura.

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DO DESERTO DOENTE AO OÁSIS RESILIENTE

Autoria: Lisiane Falleiro Vargas

Ao longo de vinte e três anos, enquanto psicóloga do Sistema Único de Saúde (SUS) na

cidade de Porto Alegre, sempre me debati com o desértico fato de, tal sistema, na prática,

dedicar-se muito mais à doença do que à saúde. No SUS, hierarquiza-se o cuidado em três

níveis, a saber, primário, secundário e terciário, com inspiração na nomenclatura

internacional. Já localmente, no Brasil, em vez de atenção primária, cunhou-se o termo

“atenção básica”, cujo serviço, por excelência, é a unidade básica de saúde ou a unidade de

saúde da família, considerado a porta de entrada do usuário no SUS. Em todos estes anos,

enquanto psicóloga, minha inserção tem sido na atenção secundária ou ambulatorial

especializada, ou de média complexidade, dedicando-me, principalmente, ao tratamento de

doenças mentais, o que, no mais das vezes, me evocava a figura de um Sistema Único de

Doença e não de Saúde. Parecia, então, que sempre havia chegado tarde demais, após a

doença ter-se instalado. Há quinze anos, no entanto, descobri um oásis: a Terapia Comunitária

Integrativa. Desde então, sinto-me mais capacitada para construir, com usuários e equipes de

atenção básica, espaços de saúde. O presente relato diz respeito a uma experiência inaugural

que venho desenvolvendo no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS 2) da região Glória-

Cruzeiro-Cristal da cidade de Porto Alegre(RS), nos seis últimos meses. A experiência

envolve a criação de uma roda de TCI no CAPS para pessoas que não são pacientes do mesmo

e que possuem algum tipo de sofrimento que, a princípio, não configure patologia ou

transtorno mental, cujo vínculo esteja restrito à Atenção Básica em Saúde.A única exigência é

a de que, tais pessoas, cheguem à roda de TCI no CAPS acompanhadas de pelo um

profissional da Unidade de Saúde da Família (USF) ou Unidade Básica de Saúde (UBS) à qual

pertencem, unidade esta integrante do programa de apoio matricial sistemático que o CAPS dá

a determinadas unidades. Cabendo esclarecer que, no território, as unidades básicas de saúde

são divididas entre os serviços especializados para receberem tal apoio sistemático, o que

outrora já foi denominado consultoria.Em termos numéricos, a média de participantes nas

rodas de TCI foi de 18 pessoas. O número de serviços envolvidos em média foi de 5. Os temas

trabalhados foram: separação, traição, solidão, o sentimento de culpa diante da gravidez da

filha adolescente, a perda do filho para o tráfico, o resgate do papel de pai, dentre outros.

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Anais do IX Congresso Brasileiro e VI Congresso Internacional de TCI – Porto Alegre / 2017

Desta forma, senti-me facilitando processos de fortalecimento da saúde de indivíduos,

famílias, comunidades e equipes, especialmente, relativos à resiliência, um dos pilares

fundamentais da TCI, além de proporcionar a educação permanente de equipes de atenção

básica.

Palavras-Chave: Terapia Comunitária Integrativa. CAPS. Fortalecimento saúde mental.

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TERAPIA COMUNITÁRIA INTEGRATIVA E FAMÍLIA: TRABALHANDO A

AUTOESTIMA FRENTE AO CONVÍVIO COM O SOFRIMENTO PSÍQUICO

Autoria: Maria de Oliveira Ferreira Filha, Mariana Albernaz Pinheiro de Carvalho e Maria

Djair Dias

Introdução: Por muito tempo a participação da família esteve aquém no tratamento e

planejamento terapêutico de indivíduos em sofrimento psíquico, levando-a a estabelecer

deliberadamente maneiras de assistir por vezes inapropriadas. Nesse sentido, grande parte da

literatura aborda a temática do familiar perante o processo de reinserção social na perspectiva

de valorizar a participação da família como facilitadora do cuidado. Entretanto, é crucial

ofertar um suporte para que ela resista às adversidades cotidianas. Nesse contexto, a TCI pode

se mostrar útil enquanto proposta voltada para redimensionar o olhar, o comportamento e as

atitudes da família que dela participa acerca do parente em sofrimento psíquico, na

perspectiva de potencializar a autoestima do familiar cuidador. Objetivo: Evidenciar se a TCI

é capaz de influenciar os níveis de autoestima de familiares de indivíduos em sofrimento

psíquico. Metodologia: Trata-se de um estudo de abordagem predominantemente

quantitativa, construído com base na modalidade da pesquisa-ação/Intervenção. Fizeram parte

da pesquisa dez familiares de usuários do Centro de Atenção Psicossocial Gutemberg Botelho,

situado em João Pessoa/PB. Foram realizadas doze rodas de Terapia Comunitária com os

participantes do estudo. O instrumento de coleta de dados utilizado foi o de Avaliação da

Autoestima proposto por Adalberto Barreto. O referido instrumento foi aplicado antes das

doze rodas e após o desenvolvimento das doze rodas e analisado com base na estatística

descritiva. Resultados: Os resultados da pesquisa revelaram que dos dez participantes, nove

apresentaram aumento dos níveis de autoestima, sendo que quatro evoluíram de tendência a

baixa autoestima para tendência a boa autoestima; uma evoluiu de tendência a boa autoestima

para boa autoestima; um permaneceu com boa autoestima, porém com um escore maior; uma

evoluiu de baixa autoestima para tendência a baixa autoestima e duas permaneceram com

tendência a baixa autoestima, porém com escores maiores. Discussão: Considera-se que a TCI

estimula processos de mudanças existenciais para a vida, frente a potencialidade dessa

ferramenta enquanto instrumento capaz de reintegrar vínculos, potencializar a autoestima e

trabalhar a família para restabelece-la enquanto um sistema que é determinado pelo contexto.

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Desse modo, a TCI ao se mostrar útil enquanto estratégia que estimula a fala na medida em

que propõe o despir-se de inquietações e conflitos, pode ser utilizada como uma prática

propulsora da autoestima, além de proporcionar reflexões individuais e coletivas, geradoras de

transformações sistêmicas. Considerações Finais: Verifica-se portanto, que a TCI contribuiu

para transformar a vida de seus participantes, na medida em que influenciou os níveis de

autoestima desses familiares, fortalecendo o potencial de cuidado desses sujeitos. Nas rodas os

familiares tinham suas dores e sofrimentos valorizados por meio da oferta de um espaço

acolhedor e facilitador de ações e de troca de experiências, onde compartilhavam dúvidas,

angústias e alegrias em um movimento de proximidade com o tratamento e em direção à

autonomia dos usuários e à moderação do sofrimento dessas famílias.

Palavras-chave: Terapia Comunitária Integrativa. Família. Sofrimento psíquico.

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PARA MANTER ACESA A CHAMA DA ESPERANÇA: A TERAPIA COMUNITÁRIA,

TCI, COMO ESTRATÉGIA DE RESILIÊNCIA NAS INCERTEZAS DO COTIDIANO

BRASILEIRO.

Autoria: Marluce Tavares de Oliveira, Maria Aurea Bittencourt Silva

Introdução – As condições de insegurança relativas aos rumos da vida cotidiana, em

contextos de crise ético-político-econômica e global, trazem para indivíduos e coletividades

sentimentos de instabilidade que se assestam como sofrimentos psíquicos, seja pela

potencialidade de adelgaçamento de vínculos sociais estruturadores, seja por sua concretude,

traduzidos em elevação dos índices de desemprego, diversas modalidades de violências e

ineficácia dos mecanismos de segurança pública e social. O trabalho objetiva refletir sobre as

estratégias emergentes partilhadas em encontros grupais com a metodologia da Terapia

Comunitária Integrativa (TCI), que tiveram como temas selecionados as inquietudes frente à

crise política nacional, entre setembro/ 2016 e maio/2017. As rodas de TCI, tiveram como

locus de desenvolvimento, além da sede institucional da ONG Espaço Família, outros campos

de prática – Hospital das Clínicas/UFPE, curso de capacitação de Terapeutas Comunitários e

eventos diversos, sendo conduzidos por equipe terapêutica capacitada e registradas em

formulários padrão para tal fim. Resultados – As principais estratégias relatadas por

participantes trouxeram à tona capacidades, individuais e grupais, de resistir e perseverar

diante das adversidades da vida, seja pela vivência pregressa de situações concretas

semelhantes, seja pelo resgate da capacidade de superação de sentimentos de impotência,

medo, raiva/revolta, tristeza, transmutados em crença genuína na própria capacidade.

Considerações Finais – A participação nos encontros sinaliza para reforço da resiliência e

empoderamento pessoais, a partir das estratégias emergentes que ajudem a preservar,

mantendo a força vital que mobiliza para a vida, consubstanciada da definição de Rubem

Alves sobre “[...] Esperança é quando, sendo seca absoluta do lado de fora, continuam as

folhas a borbulhar no coração [...]”.

Palavras-chave: Atenção Primária de Saúde. Práticas Integrativas e Complementares.

Empoderamento. Resiliência. Terapia Comunitária Integrativa

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O USO DAS PARLENDAS NA TERAPIA COMUNITÁRIA INTEGRATIVA

Autoria: Nair Meneses dos Santos e Doralice Oliveira Gomes

O trem maluco

Quando sai de Pernambuco

Vai fazendo chic, chic

Até chegar no Ceará.

Rebola, bola

Você diz que dá, que dá

Você diz que dá na bola

Na bola você não dá.

(Cantiga popular)

As parlendas representam uma relevante tradição cultural no Brasil, sendo versinhos com rima

fácil que tratam de temas infantis, pois estão nas brincadeiras de crianças, envolvendo, muitas

vezes, a associação entre o recitar e o expressar-se corporalmente (SOARES; SILVA, 2009).

As parlendas têm musicalidade, leveza e humor, o que também contribui para sua aceitação

não só por crianças, mas, também, por adultos e idosos (SALVADOR, 2007). A TCI é uma

Prática Integrativa em Saúde (PIS) que tem como um dos pilares teóricos a antropologia

cultural, pois reconhece e valoriza as diferentes fontes de saber, sejam saberes de cunho

científico ou popular. Nas rodas de TCI, cujo objetivo é a partilha das dificuldades

vivenciadas no cotidiano e das estratégias de superação que foram desenvolvidas, a

diversidade cultural é um recurso valorizado na busca de resolução de problemas coerentes

com as necessidades e realidades culturais das comunidades (GOMES, 2013). O presente

relato de experiência objetiva refletir sobre o uso das parlendas em rodas de TCI tendo como

referência dois grupos nas regiões administrativas do Cruzeiro e Itapoã, no Distrito Federal,

no período de 2015 a 2016. As parlendas estavam presentes em todas as etapas da roda, sendo

inicialmente estimuladas pelas terapeutas e, posteriormente, incorporadas como uma prática

pelo grupo. No convite para as rodas, um exemplo de parlenda adaptada à TCI: “Seja bem-

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vindo olelê... Seja bem-vinda olalá. Venha pra terapia, venha parlendear. Terapia com

parlendas pra tristeza afugentar”. No acolhimento do grupo, chás de ervas comumente

utilizados pelas comunidade eram disponibilizados, como o chá de alecrim, que ao ser

degustado estimulava o resgate dos saberes tradicionais na saúde, e estimulava o grupo a

compartilhar vivências pessoais no uso medicinal e sociais das ervas. Espontaneamente os

participantes relacionavam as parlendas com experiências das suas histórias de vida. O uso

das parlendas nas rodas evidenciou a importância da valorização da identidade cultural como

estratégia terapêutica, pois contribuiu para o acolhimento dos participantes, entrosamento,

fortalecimento de vínculos, diminuição da tensão, possibilidades de ressignificar os problemas

e superar vivências de sofrimento.

Palavras-chave: Parlendas. Cultura popular. Terapia comunitária integrativa. Resgate da

criança interior. Músicas infantis.

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CUIDANDO A LOS CUIDADORES EN LA UNAM.

Autoria: Osorio Etelbina; Martínez Ruth; Wolhein Liliana; Cura, Flavia y Jacquier, Nora.

Este trabajo es un relato de experiencia del Proyecto de Extensión “Cuidando a los

cuidadores” (financiado por el Programa la Universidad en los Barrios-Secretaría de Políticas

Universitarias del Ministerio de Educación de la Nación, Argentina) en el marco del proyecto

de Investigación “Derecho a la salud, Políticas Públicas y cuestiones profesionales: un estudio

en las ciudades gemelas de la frontera Arco Sur de la provincia de Misiones” UNaM. El

objetivo socializar implantación de la Terapia Comunitaria Integrativa -TCI- desde un

espacio educativo abierto a la comunidad general en las ciudades de Posadas, Eldorado y San

Vicente. Consideramos a la TCI como una tecnología blanda de cuidado que amplía las

competencias profesionales para el abordaje comunitario. Se implementó la TCI como

metodología que rescata los saberes y experiencias de vida de los participantes de estos

encuentros. La población destinataria: comunidad de Misiones con anclaje en la UNaM. Del

año 2015 al 2016 se realizaron 17 encuentros, con la participación de 215 personas. Con el fin

de fortalecer el autoconocimiento y rescate de la autoestima como recurso de transformación

personal y social. Los resultados, los temas y soluciones autogestionadas prevalentes en las

TCI: sufrimientos, miedo al fracaso, angustia por no poder cumplir la meta, impotencia ante

las obligaciones, angustia a las nuevas situaciones. Para cada una de las problemáticas

expresadas surgieron estrategias de solución, la fe, orar, buscar apoyo en la familia, los

amigos, enfrentar la situación y dialogar. El aprovechamiento de esta metodología nos

permitió brindar un espacio abierto a toda la comunidad para expresar y liberar los

sentimientos. Las reglas que rigen la TCI favorecen la participación grupal y la votación del

tema, empoderando así a los participantes en el ejercicio de la ciudadanía y cuidado de la

salud. Finalizando, la implementación de la TCI ha logrado realizar un abordaje innovador del

cuidado de la salud desde una perspectiva integral, holística y humanística, donde los

participantes pudieron expresar sus sufrimientos poniéndolos en palabras, cumpliéndose la

premisa de la terapia:“Lo que la boca calla, el cuerpo enferma, lo que la boca habla, el cuerpo

sana” y brindar un espacio acogedor donde se expresaron sufrimientos y surgieron propuestas

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Anais do IX Congresso Brasileiro e VI Congresso Internacional de TCI – Porto Alegre / 2017

de soluciones autogestionadas. El proyecto generó un espacio de promoción de la vida,

saberes, construcción de vínculos que aportan sentido a la vida en comunidad, fortaleciendo la

identidad de los sujetos mediante la incorporación de valores basados en la solidaridad, la

cooperación y la articulación con diferentes dimensiones educativa, laboral y cultural.

Palabras-claves: Cuidado. TCI. Salud.

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BEM-ESTAR E RESILIÊNCIA: CONVERGÊNCIAS ENTRE PSICOLOGIA POSITIVA E

TERAPIA COMUNITÁRIA INTEGRATIVA NA SAÚDE MENTAL ENTRE IDOSOS.

Autoria: Robson Lima e Ana Beatriz Rocha Lima

O envelhecimento populacional apresenta novos desafios que exigem novas abordagens e

tecnologias de cuidados que permitam ir além do modelo curativo, avançando para um

modelo de promoção e prevenção da saúde mental. O objetivo principal desse estudo é

compreender as convergências entre a Psicologia Positiva (PP) e a Terapia Comunitária

Integrativa (TCI) para a promoção da saúde mental em pessoas idosas. A TCI é um

instrumento que permite a construção de redes sociais solidárias de promoção da vida e

construção de vínculos, mobilizando recursos psicológicos, resgatando valores socioculturais,

que ao longo do tempo foram negligenciados. A TCI atua como um espaço de fomentação e

promoção da resiliência. Assim, a TCI se propõe a resgatar as competências dos indivíduos,

das famílias e das comunidades. As rodas de TCI visam desenvolver a resiliência na

comunidade. A PP busca romper a visão negativista, no que tange os aspectos do

desenvolvimento do homem, buscando o compreender através de estudos criteriosos as

virtudes positivas latentes em cada ser humano como: felicidade, emoções positivas, bem-

estar subjetivo, resiliência, entre outros. A resiliência funciona como mecanismo que ajuda os

indivíduos e comunidades a se beneficiarem e se empoderarem com as experiências vividas,

mobiliza as capacidades solidárias dos indivíduos e da população, promovendo bem-estar

individual e coletivo, fazendo assim um chamado à responsabilidade coletiva. As rodas de

TCI mostrou-se um recurso eficaz para a formação de redes de apoio social solidárias,

contribuindo para a promoção de bem-estar e da resiliência entre pessoas idosas. Trata-se de

uma amostra não-probabilística composta por 217 idosos (74,2% mulheres) que participaram

de 13 rodas de Terapia Comunitária num centro de convivência para idosos ao longo de 4

meses realizados no segundo semestre de 2016. Utilizou-se uma planilha para registro das

categorias observadas nas rodas e estatística descritiva para analise dos dados. Em quase todas

as rodas de TCI, os idosos apontaram eventos estressores (53,8%) relacionados a eventos da

vida, referindo-se a situações de estresse em relação a ficar dependente fisicamente, ou

adquirir alguma doença e ficar incapacitado. A análise das principais estratégias de

enfrentamento das preocupações apontadas pelos próprios idosos apontam para um

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fortalecimento e empoderamento pessoal (100%), em todas as rodas, o próprio grupo é capaz

de sugerir e encontrar soluções e estratégias para enfrentamento da situação. A população

idosa se deparam com múltiplas necessidades, experienciam sucessivas situações de crise,

vivem em condições de vulnerabilidade social e estão envolvidas rotas de exclusão social, que

com frequência apresentam reprodução geracional.

Palavras-Chave: Psicologia positiva. Terapia Comunitária. Bem-estar. Resiliência.

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A TRAJETÓRIA DE IMPLANTAÇÃO DA TERAPIA COMUNITÁRIA INTEGRATIVA NO

MUNICÍPIO DE CACHOEIRINHA

Autoria: Silvana Cristina Born

Introdução: Este trabalho pretende apresentar a trajetória de implantação da Terapia

Comunitária Integrativa no Município de Cachoeirinha, desde a minha formação em 2009 até

o momento atual. Este percurso iniciou com muitas adversidades, entre estas: dificuldades de

aceitação da proposta por usuários do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) que recorriam

ao serviço na busca de um alívio imediato dos sofrimentos e ainda muitos viam na medicação

a única solução, bem como no psiquiatra o “dono” deste poder de aliviar suas dores

emocionais. A própria equipe do CAPS, por desconhecer a proposta, o que gerou boicotes,

colocação de empecilhos, etc. Até mostrar sua eficiência e competência foi um longo

percurso, aos poucos, devido ao excelente resultado percebido nos pacientes foi sendo

aderida tanto pelos gestores como pelas equipes de saúde . Este caminho foi árduo mas

também muito gratificante. E é esta história que pretendo contar ao apresentar este trabalho.

Objetivos: Contar a história da implantação da Terapia Comunitária Integrativa no

Município de Cachoeirinha;- Apresentar dados estatísticos coletados no ano de 2016;-

Apresentar relatos de experiência através de depoimentos de pacientes do Centro de Atenção

Psicossocial que participam da Terapia Comunitária Integrativa. Metodologia: Coleta de

dados dos relatórios das rodas de TCI; Revisão Bibliográfica de livros e artigos sobre a

Terapia Comunitária Integrativa. Resultados: Ampla aceitação da TCI na rede pública de

saúde de Cachoeirinha; ampliação da TCI, atualmente com duas rodas no CAPS e em cinco

postos de saúde; formação de novos Terapeutas Comunitários com patrocínio da prefeitura;

diminuição no uso de medicações e no número de internações psiquiátricas, nenhum caso de

suicídio dos pacientes em atendimento na T.C. Discussão: Este trabalho terá como principal

embasamento teórico os conceitos da Terapia Comunitária Integrativa demonstrados na

prática através de relatos de casos e situações ocorridas nas rodas. A idéia é demonstrar o

quanto que esta proposta contempla a grande demanda existente no serviço público de saúde

(benefícios para o município) bem como os benefícios da Terapia Comunitária para todos,

(benefícios para o paciente) independente do diagnóstico.

Palavras-chave: Terapia Comunitária Integrativa. Benefícios. SUS.

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TERAPIA COMUNITÁRIA INTEGRATIVA: SUPORTE TERAPÊUTICO PARA

FAMILIARES NO CTI

Autoria: Tatiana Akiko Alves Mineda3

A hospitalização de um membro da família no centro de terapia intensiva (CTI) é, em geral,

um evento abrupto, inesperado e assustador para os familiares e implica sofrimento, mudanças

na vida cotidiana e enfrentamento de novos desafios. A vivência desse processo pode se

configurar em uma situação de desequilíbrio na medida em que provoca a alteração de papéis

e responsabilidades, problemas de relacionamento familiar, surgimento de doenças entre seus

membros, redução dos rendimentos financeiros em virtude de despesas então instaladas e

respostas psicológicas e fisiológicas. Assim, através do atendimentos aos pacientes e

familiares surgiu o desejo de realizar um projeto inédito para esta demanda especifica. Os

objetivos foram identificar os sinais e sintomas de estresse, ansiedade e depressão entre os

familiares, incentivar a expressão de sentimentos e emoções, resgatar a autoestima,

possibilitar a elaboração do luto ou inserção neste processo, refletir sobre o ciclo da vida e a

terminalidade, valorizar a importância da família, promover o fortalecimento dos vínculos e a

humanização, respeitar a potencialidade, competência, valores e crenças de cada indivíduo,

promover o sentimento de inclusão e pertencimento e a colher o sofrimento em suas várias

facetas. O projeto foi desenvolvido em nosso Centro de Terapia Intensiva que possui 30 leitos

no Hospital adventista de Belém, localizado no Bairro do Marco, no município de Belém- PA.

O serviço foi escolhido porque nele a TCI vem sendo desenvolvida desde 2015 com

resultados empíricos satisfatórios em relação à aceitação e participação dos familiares. As

rodas acontecem, semanalmente, as terças, com uma média de 15 a 20 familiares, com

duração de 50 minutos. Os principais temas propostos nas rodas são: ausência, conflitos

familiares, estresse, depressão, autoestima baixa, possibilidade da morte. A estratégia de

enfrentamento que se mostrou mais frequente foi a fé, suporte familiar, amigos, cônjuges,

fortalecimento pessoal. O método utilizado foi a escuta ativa, acolhimento, partilha de

sentimentos e o empoderamento. Os resultados mostraram que a partir das rodas as famílias

3 Bacharel em Psicologia, Pós-Graduada em Terapia Familiar e Terapia Comunitária Integrativa no CAIFCOM/ Rio Grande do Sul – RS. Psicóloga Intensivista do Hospital Adventista de Belém- PA.

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Anais do IX Congresso Brasileiro e VI Congresso Internacional de TCI – Porto Alegre / 2017

puderam expressar os sentimentos, partilhar suas dores, competências, descontinuidade da

vida cotidiana, a possibilidade da perda, cisão na rotina familiar, mudanças na vida social e

profissional e a dificuldade para cuidar de si. Tais desconfortos puderam ser minimizados com

a abordagem multiprofissional da Psicologia e a Teologia. Os encontros suscitaram aspectos

positivos na vida dos participantes, advindos da promoção do auto-empoderamento,

aprendizados absorvidos com a escuta do outro, e principalmente a oportunidade de externar

sua fala e todos os sentimentos que carregam, possibilitando o alívio das tensões e angustias.

As famílias revivem suas histórias de vida, seu passado, resgatarem relações familiares,

vínculos afetivos perdidos, refletem sobre a terminalidade e ressignificarem a vida. Os relatos

de cada família agradecendo o momento de partilha e a possibilidade de sentirem-se acolhidos

através da escuta ativa, nos trouxe a certeza que em detrimento de um ambiente onde paira a

separação, tristeza, perdas, dores, mas também há vidas que podemos tocar com compaixão

através de projetos como a TCI.

Palavras-chave: Terapia comunitária integrativa. Hospitalização. Resiliência.

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Anais do IX Congresso Brasileiro e VI Congresso Internacional de TCI – Porto Alegre / 2017

UMA ANALISE ESTRATÉGICA DO PROCESSO DE IMPLEMENTAÇÃO DA REDE DE

ATENÇÃO EM SAÚDE MENTAL NO MUNICÍPIO DE SANTA TEREZINHA DE

ITAIPU: AS RODAS DE TERAPIA COMUNITÁRIA INTEGRATIVA COMO UM

INSTRUMENTO DE EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE

Autoria: Rafael Soares Corrêa, Claudia Hausman Silveira

RESUMO: A questão de maior relevância na constituição da rede é a interdisciplinaridade

considerando a complexidade da determinação do processo saúde/doença no combate a

estigmas e preconceitos, a promoção da atenção humanizada no atendimento promovido pela

saúde, o favorecimento da inclusão social e o desenvolvimento de estratégias de educação

permanente. O presente trabalho visa analisar a implementação da rede de atenção em saúde

mental no município de Santa Terezinha de Itaipu a luz dos fundamentos do Planejamento

Estratégico em Saúde identificando os processos de Educação Permanente na gestão da

elaboração e implementação do Plano Municipal de Saúde (2014-2017), nas diretrizes

referentes a Saúde Mental e Educação Permanente em Saúde. Este estudo foi desenvolvido no

município de Santa Terezinha de Itaipu, cidade com 22.353 hab., com cobertura de Estratégia

de Saúde Família (ESF) de 92% da população, dividido em 4 territórios – Centro, Parque dos

Estados, BNH e Região dos Conjuntos, Santa Mônica, com distribuição entre 8 ESF em 4

Unidades Básicas de Saúde (UBS). O processo foi desenvolvido através da implementação

das seguintes ações: 1) Identificar e cadastrar equipamentos que possam ser utilizados como

rede de apoio na atenção aos usuários com transtorno mental; 2) Identificar e cadastrar os

usuários com transtorno mental na área de abrangência; 3) Realizar Rodas de Terapia

Comunitária para os usuários identificados e seus familiares.; 4) Realizar, prioritariamente,

atendimento individual para os usuários com transtorno mental identificados avaliando com

Estratificação de Risco; 5) Acompanhar através de psicoterapia individual os usuários

identificados com transtornos mentais de maior risco; 6) Identificar o processo de Educação

Permanente dos atores envolvidos através da lógica do pensamento estratégico em saúde.

Nessa perspectiva este trabalho assume que a Educação Permanente em Saúde deve sempre

utilizar metodologias dialogadas e ao estabelecer um modelo de serviço de redes de atenção à

saúde baseado em competências, a participação comunitária adquire relevância na formulação

de políticas públicas em defesa do direito à saúde. Nessa perspectiva se afirma a relevância da

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Anais do IX Congresso Brasileiro e VI Congresso Internacional de TCI – Porto Alegre / 2017

Educação Permanente como instrumento fundamental à implementação das políticas de saúde,

assim os trabalhadores, não mais na condição de “recursos”, passam a exercer um papel como

atores sociais das reformas, do trabalho, das lutas no setor e do ordenamento de práticas

acolhedoras e resolutivas da gestão e da atenção à saúde. Assim sendo, a Educação

Permanente em saúde transforma-se numa estratégia fundamental para a formação, atenção,

gestão, formulação de políticas e controle social no setor saúde; tornando-se necessária,

também, para estabelecer ações intersetoriais e interinstitucionais na educação em saúde

aumentando a permeabilidade das demandas populares. A Terapia Comunitária Integrativa

deve ser compreendida como um processo que expande o diálogo e a capacidade de

transformar, através da troca de conhecimento entre população usuária do serviço e equipe de

saúde, a qualidade de vida dos que habitam um determinado território.

Palavras-Chave: Saúde Mental, Planejamento Estratégico, Educação Permanente em Saúde,

Rodas de Terapia Comunitária Integrativa.

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Anais do IX Congresso Brasileiro e VI Congresso Internacional de TCI – Porto Alegre / 2017

MODALIDADE: PÔSTER

EIXO I - A TCI E A DIVERSIDADE:

Este eixo contempla trabalhos teórico-práticos e de pesquisas que incluam a diversidade nas

distintas manifestações:

1.1 - TCI e inclusão social;

1.2 - TCI e justiça social;

1.3 - TCI e diversidade social.

TCI E A INCLUSÃO SOCIAL DE ADOLESCENTES DEFICIENTES VISUAIS

Autoria: Brena Stefani Meira Acioly de Sousa1, Estela Rodrigues Paiva

2, Ivania Rodrigues

Silva Santos3, Maria Ferreira Filha

4 , Nayanne Ingrid Farias Mota Guerra

5 e Maria Djair

Dias6

Introdução: As pessoas com deficiência precisam de uma atenção maior principalmente

durante a infância e adolescência, a fim de que possam aprender a romper as barreiras que

limitam a participação destes indivíduos na vida em sociedade. A Terapia Comunitária é uma

potente ferramenta de atenção psicossocial, que proporciona um espaço democrático, e de

promoção da saúde. Através dela os sujeitos trocam experiências, dores, medos, e nessa troca

se produz o que Paulo Freire chamava de educação significativa, onde o encontro proporciona

troca de saberes. Através da TCI se partilha experiências de vida e de sabedoria de maneira

horizontal e circular. Sendo a Terapia Comunitária Integrativa uma potente ferramenta de

inclusão social que promove encontros significativos criando vínculos de solidariedade,

desenvolvemos uma experiência com adolescentes cegas de uma instituição de ensino.

Objetivo: Identificar como a terapia comunitária integrativa tem contribuído para a inclusão

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Anais do IX Congresso Brasileiro e VI Congresso Internacional de TCI – Porto Alegre / 2017

social de adolescentes com deficiência visual. Método: as rodas de TCI foram realizadas no

Instituto dos Cegos da cidade de Campina Grande/PB, um total de 24 rodas, com uma média

de 5 adolescentes de ambos os sexos, com idade de 14 a 17 anos, no período de abril de 2016

a abril de 2017. O material empírico foi produzido durante as rodas e registrados nas fichas de

organização da TCI. Posteriormente analisados com base em temas, tomando para a discussão

a literatura pertinente Resultados: Nas rodas foram predominaram os temas relacionados a:

conflitos familiares, sexualidade, insegurança e rejeição; Foram verbalizadas algumas

mudanças que a TCI provocou em suas vidas e a principal delas foi o enfrentamento da

exclusão social vivida na própria comunidade e ainda o reconhecimento da TCI como

instrumento de apoio e reconhecimento mútuo, visto que ainda não tinham vivido a

experiência de parar para ouvir o outro. Discussão: os temas que foram evidenciados nas

rodas são comuns a outros grupos com vulnerabilidade social e que representam as minorias.

Mesmo sem o contato “face to face” que permite visualizar a expressão das emoções, as

adolescentes criaram vínculos pelo contato físico e pela escuta das histórias compartilhadas.

Conclusão: a TCI evidenciou sua potência como ferramenta de empoderamento e inclusão

social uma vez que levou o grupo a uma mudança de comportamento e atitude frente a

exclusão social além de permitir a fluência da alteridade. Sugere-se que esta ferramenta seja

introduzida no campo da educação para minimizar os conflitos de exclusão social que estão

cada vez mais presentes em nossa sociedade.

Palavras-chave: Terapia comunitária. Práticas de saúde. Intervenção psicossocial.

1

Enfermeira, Mestranda pelo PPGENF UFPB

2 Enfermeira,

Doutoranda pelo PPGENF UFPB

3 Psicóloga clínica

4 Professora Doutora da Universidade Federal da Paraíba

5 Enfermeira, Mestranda pelo PPGENF UFPB

6 Professora Doutora da Universidade Federal da Paraíba

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Anais do IX Congresso Brasileiro e VI Congresso Internacional de TCI – Porto Alegre / 2017

ACOLHENDO SOFRIMENTO E COLHENDO PÉROLAS.

Autoria: Gabriel Pereira SILVA e Marisete VIEIRA

Introdução: Em junho 2008, 2 médicos e 2 ACS´s,do PSF e a Equipe de Saúde da

comunidade do córrego do Jenipapo, implantaram uma ideia que já tinha sido maturada e que

chegou a uma proposta de trabalho em conjunto, tendo a TCI como instrumento para

desenvolver ações terapêuticas em grupo, diante de uma grande demanda de sofrimento

psíquico, advindos de sobrecarga de trabalho nos serviços especializados em saúde mental do

município. Antes do convenio com o Ministério da Saúde sobre a implantação e

regulamentação da terapia comunitária nos PSF’s, estes quatros personagens iniciaram esta

grande e desafiadora empreitada no sentido de construir com o outro um processo de ajuda

mutua e crescimento Humano, alimentados pelo amor e respeito ao próximo. No dia 11/06/08

as 17:00h iniciou a nossa 1ª Roda de Terapia Comunitária , Recife- PE -Brasil. Ao longo dos

anos fizemos Rodas de conversas em grupos, igrejas, associações ,domicílios de moradores

ate a construção da Unidade de saúde em 12/03/ 2014. Objetivos Gerais: com a finalidade de

promoção da saúde e atenção primaria em saúde mental, com novas formas de tratamento não

mais centrado no modelo farmacológico. Objetivos Específicos: 1) Fala e expressão do

sofrimento e das situações de crise; 2) Identificação da diversidade de soluções existentes e a

valorização da diferença do referencial positivo de cada um; 3) Oportunidade de união de

famílias e do grupo social, facilitando a construção da rede de interação entre as pessoas; 4)

Bem como a prevenção da baixa autoestima. Metodologia: Foram realizadas reuniões de grupo,

com duração aproximada de 2 horas, para cada um, onde se adotou a metodologia da T CI, que inclui

cinco momentos básicos e um extra:

Acolhimento, Definição do Tema e Contextualização, Problematização, Encerramento e congraçamento

através de lanches promovidos pelos próprios participantes. Resultados: foram realizadas em 104

meses, 511 rodas, 1022 hs de conversas terapêuticas e foram beneficiados 6.316 usuários.

Discussão: Atualmente, mais de 7.700 estabelecimentos de saúde ofertam alguma prática

integrativa e complementar, o que representa cerca de 28% das Unidades Básicas de Saúde

(UBS). As PICs estão presentes em quase 30% dos municípios brasileiros, onde a Terapia

Comunitária Integrativa vem firmando e afirmando o poder a sua resolutividade enquanto

praticas integrativas complementares.

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Anais do IX Congresso Brasileiro e VI Congresso Internacional de TCI – Porto Alegre / 2017

(fonte:http://dab.saude.gov.br/portaldab/noticias.php?conteudo=_&cod=2297). Considerações

finais: Diante dos dados apresentados, foi ampliada a compreensão e aplicação da Terapia

Comunitária com resolutividade em saúde mental dentro do sistema publico . Os objetivos

propostos foram alcançados, a metodologia comprovou ser eficaz, Mas precisamos ainda

aumentar o quantitativo de profissionais habilitados em terapia comunitária para darmos

continuidade a essa humanizante e apaixonante rodas da vida .”

Palavras-chave: Efetividade. Práticas Integrativas. Terapia Comunitária Integrativa.

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Anais do IX Congresso Brasileiro e VI Congresso Internacional de TCI – Porto Alegre / 2017

GRUPO DE TERAPIA COMUNITARIA SEMENTES DO AMANHÃ

Autoria: Mara Beatriz de Oliveira Eggert, Giselaine M. Herreira, Elenize Dalla Santa

Weber, Marlene Loide Arais, Roberta Reicher da Silva e Sandro Adriano de Brito.

Secretaria Municipal de Campo Bom- população 60.074 habitantes. RS

Introdução: O grupo de terapia comunitária integrativa Sementes do Amanhã iniciou em

março de 2015, no Centro de Testagem Serviço Ambulatório Especializado para pacientes

HIV e familiares, que tinham dificuldades de adesão ao tratamento. A terapia comunitária

integrativa é um procedimento terapêutico de caráter preventivo em saúde mental que nos

ajuda a criar espaço no serviço de acolhimento aos usuários e familiares no 1º sábado de cada

mês através das rodas de Terapia Comunitária. Objetivo geral: Criar espaço de fala no

CTA/SAE de escuta dos usuários como forma de compreender a não adesão ao tratamento e

transformar seus sentimentos em relação ao processo de doença e melhorar a qualidade de

vida. Metodologia: As rodas de terapia comunitária acontecem no 1º sábado de cada mês

com duração de 1 hora e 30 minutos. Após cada roda oferecemos café da manhã de

confraternização. Baseadas na metodologia da Terapia Comunitária Integrativa utilizamos

acolhimento, contextualização, problematização e encerramento com conotações positivas.

Registros das Rodas. Resultados: Entre março de 2016 e maio de 2017, totalizando 15

encontros. As rodas tiveram em média 10 pessoas (usuários e familiares). Os temas trazidos

nas rodas foram: perdas, medos, relacionamentos familiares, alcoolismo, violência entre

outros. Os usuários que participam das rodas de terapia trouxeram seus familiares. Construção

de relação de confiança entre usuários/familiares e equipe de saúde e melhora na adesão do

tratamento. Auto cuidado, empoderamento pessoal respeitando a singularidade de cada pessoa

e se apropriando do espaço. Discussão: A adesão é um processo participativo entre pacientes

e a equipe de saúde e requer comprometimento de todos os envolvidos. A Terapia

Comunitária integrativa segundo Adalberto Barreto ajudou através da metodologia o

fortalecimento dos vínculos dos usuários, familiares e equipe da saúde. Considerações finais:

Ressaltamos que a terapia comunitária integrativa é um instrumento que possibilita a

participação, promove a valorização do indivíduo, reforça autoestima e a singularidade do

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Anais do IX Congresso Brasileiro e VI Congresso Internacional de TCI – Porto Alegre / 2017

indivíduo para que se torne protagonista e não vítima de a sua própria história. O grupo de

adesão deve ser grupo de incentivo e troca de experiências buscando melhor adesão ao

tratamento.

Palavras-chave: Adesão ao tratamento, Terapia Comunitária Integrativa. Empoderamento

pessoal. Fortalecimento de vínculos.

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Anais do IX Congresso Brasileiro e VI Congresso Internacional de TCI – Porto Alegre / 2017

EIXO II - TCI E A RESILIÊNCIA:

Este eixo contempla os trabalhos teórico-práticos e de pesquisa que apresentem a atuação do

terapeuta como facilitador de processos de fortalecimento de indivíduos, famílias,

comunidades e redes; trabalhos que compartilhem possibilidades de enfrentamento de

adversidades como caminho para a superação e crescimento pessoal e/ou comunitário, e

trabalhos que fortaleçam a pessoa do terapeuta a serviço de sua saúde e resiliência:

- TCI: das adversidades à superação e crescimento pessoal, social e comunitário

- TCI e resiliência pessoal e comunitária

- TCI, transformações sociais e sustentabilidade

- Espiritualidade e resiliência

- Humor e resiliência

- Favorecendo a resiliência: fatores relevantes

- A pessoa do terapeuta: cuidando da saúde emocional, corporal e relacional e

fortalecimento pessoal.

RODAS DE TERAPIA COMUNITÁRIA COM ADOLESCENTES QUE CONVIVEM COM

FAMILIARES ALCOOLISTAS

Autoria: Vagna Cristina Leite da Silva Pereira1,

Lawrencita Limeira Espínola 2

,Maria de

Oliveira Ferreira Filha3

RESUMO

Introdução: A adolescência é um período de vulnerabilidade para os agravos a saúde mental,

trata-se de um período de definições nos mais variados campos da vida e na maioria das vezes

os adolescentes não respondem positivamente as demandas que lhes são apresentadas.

Verifica-se que quando os jovens vivem em meio a relações familiares disfuncionais passam a

apresentar maior predisposição para manifestação de psicopatologias fazendo-se necessário

interferir nessa realidade. Considerando esta realidade esta pesquisa teve o objetivo de:

revelar as principais tensões vividas por adolescentes que conviviam com familiares

alcoolistas. Método: Trata-se de uma intervenção comunitária realizada em uma escola de

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Anais do IX Congresso Brasileiro e VI Congresso Internacional de TCI – Porto Alegre / 2017

ensino médio na cidade de João Pessoa/PB. A amostra foi composta por 84 adolescentes que

participaram de 22 de rodas de TCI, selecionados a partir dos instrumentos, CAGE- familiar e

SRQ-20. Os dados foram coletados nas rodas de TCI e registrados nas fichas de organização

das informações sobre a TCI. A análise foi temática e a discussão teve como base a literatura

pertinente. Resultados: verificou-se que os temas mais presentes nas rodas estavam

relacionados a sentimentos negativos como: tristeza, culpa, rejeição, medo, ansiedade e raiva,

como consequência da convivência familiar disfuncional. Discussão: Em famílias de

alcoolistas as relações disfuncionais são comuns e o adolescente se sente vítima de um

contexto que culmina em emoções negativas. Estas podem desintegrá-lo, pois emoções

negativas muito fortes, vivenciadas com frequência, quando não trabalhadas, podem

influenciar a manifestação de comportamentos de risco aumentando vulnerabilidade dos

agravos a saúde mental. A TCI tornou-se um espaço de fala para os adolescentes escolares que

partilharem suas inquietações e tensões vividas no ambiente familiar. Nas rodas eles

ressignificaram suas histórias de vida, passaram a observar e compreender o contexto em que

viviam extraindo dele os aspectos positivos. Para eles esta foi a uma das alternativas

aprendidas que os levou a mudanças de atitudes que resultaram na manifestação de emoções

positivas, aliviando o sofrimento que os acompanhava. Conclusões: A realização das rodas

nesta intervenção promoveu a expressão individual dos adolescentes em relação as tensões

que afloram no convívio com familiares alcoolistas, minimizando a vulnerabilidade para o

adoecimento mental. Aponta-se para a necessidade de se implantar a TCI no contexto escolar

para que os docentes possam conhecer as tensões vividas pelos adolescentes no ambiente

familiar, prevenindo possíveis distorções de comportamentos reativos, cuja origem pode estar

no âmbito familiar.

Palavras- chave: Terapia Comunitária. Adolescência. Relações familiares.

IEnfermeira. Terapeuta Comunitária.Doutoranda em Enfermagem. Docente da Faculdade de Enfermagem Nova

Esperança. João Pessoa, Paraíba, Brasil. E-mail: [email protected] IIPsicóloga. Terapeuta Comunitária. Mestre. Psicóloga clínica da Universidade Federal da Paraíba. João Pessoa,

Paraíba, Brasil. E-mail: [email protected] III

Enfermeira. Terapeuta Comunitária.Doutora em Enfermagem. Docente do Programa de Pós-Graduação em

Enfermagem da Universidade Federal da Paraíba. João Pessoa,

Paraíba, Brasil. E-mail: [email protected]

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Anais do IX Congresso Brasileiro e VI Congresso Internacional de TCI – Porto Alegre / 2017

A INFLUÊNCIA DA ESPIRITUALIDADE SOBRE A SAÚDE MENTAL PESQUISA

REALIZADA COM PARTICIPANTES DA TERAPIA COMUNITÁRIA DO CENTRO DE

ATENÇÃO PSICOSSOCIAL (CAPS) DE CACHOEIRINHA-RS

Autoria: Anderson Sarmento Zimmer, Luciane Ferreira da Silva Justino e Márcia Klitzke

Souza

Introdução: A presente pesquisa surgiu a partir da iniciativa de graduandos do curso de

Psicologia da instituição de ensino superior Cesuca - Faculdade (Cachoeirinha, Rio Grande do

Sul, Brasil). A reflexão em pauta procura demonstrar a necessidade de considerar a

diversidade dos indivíduos numa visão integrada, ou seja, biopsicossocial e espiritual que

favorece o fortalecimento da identidade e ação terapêutica do tratamento. Objetivos:

Identificar a influência da Espiritualidade/Religiosidade sobre a saúde mental, bem como suas

contribuições como ferramenta terapêutica, considerando que o tema é frequente na vida dos

sujeitos e inerente à cultura, história e vida do ser humano. Metodologia: Trata-se de uma

pesquisa qualitativa, de caráter exploratório que pretende verificar a relevância do tópico para

participantes de um grupo de terapia comunitária que acontece no CAPS da cidade de

Cachoeirinha - RS. Para tanto, foi realizada inicialmente a aplicação de um questionário

estruturado com 20 participantes do grupo de terapia comunitária, no mês de Junho de 2017,

com o intuito de verificar suas impressões sobre o tema. Os participantes foram adultos, de

ambos os sexos entre 39 e 65 anos de idade, com prevalência de mulheres. Resultados: As

respostas do questionário manifestam em unanimidade que a Espiritualidade/Religiosidade é

vista pelos participantes como recurso importante na recuperação e administração do processo

de cura. Também se percebe que a Espiritualidade/Religiosidade faz parte do cotidiano para o

reestabelecimento e manutenção do bem-estar do público entrevistado. Discussão:

Problematizaram-se o posicionamento dos voluntários referente à importância da

Espiritualidade/Religiosidade para a evolução do tratamento, experiências em que a fé

auxiliou na superação de dificuldades, bem como relevância para o processo de cura. A

religião e a espiritualidade são consideradas recurso terapêutico, pois não estão em oposição à

medicina e à saúde, mas aliadas ao processo de recuperação. A fé e crença desempenham

papel relevante na terapia, podendo ser ferramentas utilizadas no processo de reabilitação de

pessoas com deficiências, aumentando a probabilidade de recuperação (Basmajian, 1999).

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Anais do IX Congresso Brasileiro e VI Congresso Internacional de TCI – Porto Alegre / 2017

Considerando que a religiosidade é freqüente na vida dos sujeitos e tem associações com

saúde mental, esta deve ser apreciada na pesquisa e na prática clínica. Aumentar o nosso

conhecimento do aspecto religioso, como qualquer outra dimensão psicossocial dos seres

humanos, contribuirá na prestação de saúde mental e para o alívio do sofrimento, ajudando as

pessoas a viverem plenamente (Moreira, Neto & Koenig 2006). Considerações finais:

Conclui-se que a crença proporciona ao paciente conforto, amparo, motivação, levando a

pessoa à melhora na qualidade de vida, criando significado e recursos de enfrentamento das

doenças.

Palavras-Chave: Espiritualidade. Saúde Mental. Reabilitação.

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A TERAPIA COMUNITÁRIA INTEGRATIVA RESGATANDO A CIDADANIA DAS

PESSOAS E FAMILIARES EGRESSOS DE HOSPITALIZAÇÕES PSIQUIÁTRICAS.

Autoria: Eva Solange Rosa de Oliveira, Dafne Schäfer e Kellen Guedes Cardoso

Introdução

A Oficina Resgatando a Cidadania é uma estratégia inclusiva para pacientes e familiares de

pacientes egressos de hospitalizações psiquiátricas, cujo curso crônico da doença gerou além

do empobrecimento mental, emocional e físico, a segregação social que em municípios rurais

é agravada pelas distâncias geográficas que dificultam a interação com a sociedade. O

sofrimento mental é decorrente do desequilíbrio das interfaces que se entrelaçam na vida

humana, para além do atendimento médico, farmacológico e hospitalar fazendo-se necessário

estruturar formas de atendimento comunitárias que atendam as necessidades dessa população.

Neste sentido, a Terapia Comunitária Integrativa (TCI) surgiu como ferramenta facilitadora do

processo de participação e inclusão social na Oficina Resgatando a Cidadania. Objetivo:

Garantir a inclusão e a reinserção social do grupo, fortalecer a autoestima e a autonomia

desses sujeitos e seus familiares, reduzindo as taxas de reinternações hospitalares.

Metodologia: O Município de Maratá/RS possui uma população de origem germânica de

2670 habitantes. Os participantes são as famílias cujos membros já tenham passado por mais

de uma internação psiquiátrica, que se mantenham simultaneamente vinculados ao tratamento

psiquiátrico e psicológico no Posto de Saúde. Os encontros da TCI ocorrem semanalmente

com o grupo Resgatando a Cidadania no Posto de Saúde. Resultados :Nos últimos dois anos

em que realizamos as rodas de TCI, ocorreu uma reinternação hospitalar dos 20 participantes

da oficina. Discussão: Conforme Grandesso 2005, a TCI possui como uma de suas

características preponderantes a versatilidade, presente em seus critérios inclusivos para a

formação, a simplicidade na coordenação dos grupos, a viabilidade para diversificados

contextos, distintas populações e faixas etárias. Para Freire 1980, o homem chega a ser sujeito

por uma reflexão sobre sua situação, sobre seu ambiente concreto e quanto mais ele refletir

sobre a sua situação concreta, mais ele emerge plenamente consciente, comprometido, pronto

a intervir na realidade para mudá-la. Esta reflexão promovida nos encontros da TCI com a

Oficina Resgatando a Cidadania está contribuindo para a valorização de todos os saberes dos

participantes, o que vem reduzindo o índice de reinternações hospitalares, pois os momentos

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Anais do IX Congresso Brasileiro e VI Congresso Internacional de TCI – Porto Alegre / 2017

críticos acabam sendo desdramatizados nas rodas, onde cada um aprende e ensina para o

enfrentamento da crise. Considerações finais: A TCI vem oportunizando vivências sociais de

troca, evocando reflexões decorrentes de um novo comportamento e consolidando, em seus

participantes, o poder de autonomia e superação que é característico de todo ser humano,

enfatizando o saber presente nas relações e as diversas possibilidades de se lidar com o

transtorno psíquico de forma a minimizar conflitos interiores, que devem ser contemplados no

processo de recuperação e reabilitação psicossocial que o grupo Resgatando a Cidadania

necessita.

Palavras-chave: Terapia comunitária integrativa. Cidadania. Saúde.

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Anais do IX Congresso Brasileiro e VI Congresso Internacional de TCI – Porto Alegre / 2017

A TERAPIA COMUNITÁRIA INTEGRATIVA COM ADOLESCENTES EM SITUAÇÃO

DE VULNERABILIDADE SOCIAL: ESTRATÉGIA DE RESILIÊNCIA E

CONSCIENTIZAÇÃO

Autoria: Gieri Alves

Introdução: As rodas de Terapia Comunitária Integrativa (TCI) com adolescentes, do sexo

masculino, de 12 a 14 anos, aconteciam num Serviço de Convivência e Fortalecimento de

Vínculos (SCFV) da cidade de Porto Alegre. Todos os adolescentes que frequentavam o

SCFV, no turno inverso da escola, encontravam-se em situação de vulnerabilidade social e a

média foi de 10 participantes por encontro. Objetivos: Impulsionar a autoestima; estimular a

resiliência, esperança e projetos de futuro; dialogar sobre assuntos da realidade dos

adolescentes; estabelecer vínculos positivos; analisar as consequências de escolhas;

compartilhamento de emoções, experiências e pensamentos e habilidades; propiciar o

empoderamento; consolidar a autonomia e habilidades de resolução de problemas de forma

individual e coletiva. Metodologia: Trata-se de um relato de experiência acerca de um grupo

terapêutico facilitado pela autora, que realizava rodas de TCI com os adolescentes, uma vez

por semana, durante 4 meses. Totalizando 20 encontros, foi um espaço horizontal de

acolhimento e respeito para com as histórias e capacidades de cada um. Assim, esperava-se

instigar um espaço de diálogo no qual os adolescentes encontrassem novas formas de

construção de identidade superar adversidades e resolver problemas. Pautavam-se no

empoderamento, uma vez que os assuntos escolhidos pelo grupo eram abordados sem

imposições sociais, tabus e julgamentos. Resultados: O grupo empoderava os adolescentes,

ampliando as possibilidades de futuro pela coragem de sonhar e lutar, por exemplo através dos

estudos, paciência e persistência. Os assuntos escolhidos pelos adolescentes foram violência

do crime organizado, violência policial, tráfico de drogas, criminalidade, racismo,

preconceito, bullying, drogas, sexualidade, funk, rap e emoções. As rodas de TCI estimularam

a coragem de ter esperança e força para conquistar novos caminhos para o futuro.

Incentivaram, também, a consciência dos seus direitos e capacidades, além de possibilitar a

resiliência frente a tantas violências e privações sofridas. Discussão: As rodas de TCI atuaram

na prevenção de sofrimento e estimularam a resiliência, autoconfiança, autoestima, alegria e o

apoio mútuo através da troca de experiências e construção de respostas para a solução dos

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problemas. Assim, verificou-se que os vínculos se fortaleceram e aumentou consciência dos

adolescentes em relação a seus direitos e possibilidades.

Considerações finais: Percebeu-se que debater abertamente sobre assuntos como racismo,

crime e violência, presentes no cotidiano dos adolescentes, é uma forma eficaz e de baixo

custo de se construir efeitos positivos como o aumento da resiliência, conscientização e

reflexão; poderia haver a multiplicação de experiências como esta.

Palavras-chave: Terapia Comunitária Integrativa. Adolescentes. Resiliência.

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PROMOÇÃO DA SAÚDE E PREVENÇÃO DE COMPLICAÇÕES NA TERAPIA

COMUNITÁRIA INTEGRATIVA: SER MENINA E TORNAR-SE MULHER

Autoria: Gieri Alves

Introdução: As rodas de Terapia Comunitária Integrativa (TCI) eram realizadas com meninas

de 10 a 14 anos que estavam em situação de vulnerabilidade social. No turno inverso da

escola, frequentavam um Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) na

cidade de Porto Alegre. Objetivos- Trabalhar a promoção da saúde e prevenção de

complicações através dos seguintes aspectos: autocuidado e diálogo sobre a sexualidade;

fortalecimento da autoestima; reflexões sobre as consequências dos seus atos, direitos, deveres

e responsabilidades; debates sobre assuntos cotidianos relevantes para o grupo;

conscientização para sonhos e projetos de futuro; estímulo a vínculos positivos e

comunicação; expressão e manejo positivo das emoções; resolução de problemas e resiliência.

Metodologia- As rodas de terapia comunitária integrativa (TCI) ocorriam semanalmente, com

duração de 1 hora ao longo de 4 meses, totalizando de 20 encontros. O grupo era coordenado

pela autora e composto em média por 10 crianças e adolescentes do sexo feminino. Os

assuntos discutidos eram escolhidos pelas meninas que escutavam e eram escutadas, com

respeito e empatia. Resultados- O grupo constituiu-se como um espaço horizontal de

empoderamento, aprendizagem, apoio e resiliência. Todas meninas tinham baixa autoestima e

eram insatisfeitas com a sua aparência. Porém, aprenderam a se amar e a acreditar em si, nas

suas habilidades e força para concretizar os seus objetivos. A sexualidade foi um tema que

surgiu de forma intensa pois as adolescentes tinham diversas dúvidas. Criminalidade,

violência, machismo, padrões de beleza, gravidez na adolescência, uso de drogas e conflitos

entre amigas foram alguns dos assuntos abordados. Resolução de problemas, comunicação,

vínculos positivos, empatia, conscientização e habilidades sociais e emocionais foram

aspectos que as meninas aprimoraram nos encontros de TCI. Discussão - O grupo atuou

promovendo saúde, autoestima e qualidade de vida às participantes. O compartilhar

sentimentos, pensamentos e experiências juntamente com o apoio mútuo, levou à construção

de novas visões de mundo e possibilidades. O aumento da autoestima foi visível nas

adolescentes, que passaram a perceber mais o seu potencial bem como as suas qualidades,

habilidades, resiliência, beleza e a sua força interna. Considerações finais - A baixa autoestima

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das participantes do grupo parece ser resultado de diversos fatores como: privações da

pobreza; discriminação racial; padrões de beleza impostos através das relações de gênero e a

violência perpetuada por relações de poder. O grupo mostrou-se efetivo na promoção de saúde

mental e integral e na prevenção de danos e complicações como gravidez na adolescência,

DST’s, evasão escolar, violência e crime.

Palavras-chave: Adolescência. Feminino. Autoestima. Promoção. Prevenção.

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TCI- ESPAÇO GENTE E DIVERSIDADE SOCIAL

Autoria: Giselaine M.E Herreira, Mara Beatriz de Oliveira Eggert, Elenize Dalla Santa

Weber, Marta Maria Alves de Oliveira e Anemarie Deutrich

Introdução: O município de Campo Bom situa-se no vale do Rio dos Sinos distante cerca de

50 quilômetros de Porto Alegre. As diferentes manifestações culturais refletem a influência de

diversas etnias que povoaram esta região principalmente a germânica. Visto neste contexto de

vida diária, notou-se que a falta de diálogo, o corre-corre do dia, dia tem causado sofrimentos

para população, a exclusão social, também tem assolado as pessoas que precisam buscar a

solução, pois na maioria das vezes não tem com quem falar. A Terapia Comunitária tem se

mostrado um excelente recurso para do lidar com sofrimento decorrente da exclusão social,

pobreza, desemprego e violência que atingem a comunidades inteiras nossos pais. É um

procedimento terapêutico de fácil acesso e viável para grandes grupos. Objetivos: Promover

espaço saudável para que as pessoas busquem a solução e superação de suas dores através das

trocas de experiências acolhidas pela comunidade e terapeutas comunitários. Reforçar a

autoestima individual e coletiva. Acreditar que cada indivíduo é capaz de tornar-se mais

autônomo e menos dependente. Metodologia: O Espaço Gente acontece semanalmente na

Academia de Saúde desde 2014 e também quinzenalmente no CAPS (Centro De Atenção

Psicossocial) desde agosto de 2016.São realizadas rodas de conversa abertas aos pacientes do

CAPS e da comunidade em geral. A duração das rodas fica em torno de, trocam experiência se

já passaram por aquela situação, cantam músicas relativas ao tema. As rodas são realizadas

por profissionais Terapeutas Comunitários. População alvo: adultos, idosos adolescentes.

Resultados: Durante este período de 2014 a 2017 temos visto o crescimento o

empoderamento, também a participação da comunidade, pois temos acolhido pessoas que

chegam caladas criaram confiança e estão superando os desafios. O processo é lento muitos

ainda estão ouvindo e confiança, mas pelo simples vai fato de voltarem é sinal de que estão

buscando a superação de seus conflitos interiores querendo curar as suas dores. Vemos ainda

como resultado a inclusão social, algumas voltando para o trabalho, aprendendo a falar o que

pensam. Discussão: conforme o livro do Dr. Adalberto Barreto os passos da terapia

comunitária integrativa quando a boca cala os órgãos falam e ficar com isto retido vai estourar

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e quando estoura fede. Reter faz mal, e a maioria das doenças vem da alma calada que sofre e

não fala nada. Considerações finais: Durante as rodas foi possível observar que o homem

atual é solitário, sabe que é frágil, tem medos contidos, mas para a sociedade moderna mostrar

fragilidade é ser fraco por isso se isola no seu mundo interior, outro detalhe importante o

homem na atualidade não sabe lidar com suas perdas e seus fracassos. Tem medo de lidar com

seu eu interior.

Palavras-chave: Espaço Gente. Empoderamento. Sociedade.

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OBSERVANDO A TERAPIA COMUNITÁRIA EM UM CENTRO DE ATENÇÃO

PSICOSSOCIAL: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autoria: Gracieli Mühl Zapello4, Bruna Larissa Seibel

2 e Silvana Cristina Born

3

Introdução: O presente trabalho é um relato de experiência profissional de estágio básico do

curso de Psicologia da instituição de ensino superior Cesuca - Faculdade Inedi (Cachoeirinha,

Rio Grande do Sul, Brasil). A observação deste trabalho foi realizada em um Centro de

Atenção Psicossocial (CAPS) da região metropolitana de Porto Alegre. Foi observado o

trabalho em um grupo de Terapia Comunitária (TC). Objetivos: O trabalho teve por objetivo

observar e identificar os processos terapêuticos presentes na roda de TC. Metodologia: O

presente trabalho teve delineamento qualitativo e foi utilizado método observacional. A

modalidade de observação adotada foi a de observação-participante. Foram realizadas cinco

observações, entre os meses de Agosto e Novembro de 2015. A entrada na instituição se deu a

partir de contato telefônico e entrevista com a psicóloga responsável pelo grupo. Os

participantes do grupo faziam parte da comunidade local, eram de ambos os sexos, adultos e

adolescentes, de idades variadas, com prevalência de mulheres de meia idade. Resultados:

Foi observado em cada reunião a escolha e a discussão de um tema. Os temas discutidos

foram: dependência financeira da renda de familiares e a falta de atenção dos filhos,

dependência química na família, processo de mudança da mulher em função da menopausa,

violência doméstica contra a mulher, luto pela perda de um ente querido. Em cada reunião

também observou-se a discussão de estratégias de enfrentamento para esses sofrimentos e

dificuldades. As estratégias citadas foram: diálogo com a família, busca de auxílio, esperança

de mudança, busca de informação com os profissionais da saúde, recuperação da auto-estima

do sujeito, fé em Deus, apoio da família, engajamento em trabalho voluntário, ajuda dos

profissionais da saúde mental e o apoio do grupo da TC. Discussão: O relato das estratégias

de enfrentamento sugere a ocorrência de um processo de aprendizagem significativa. Por que

é o saber do outro, que também sofre, que dialoga com a experiência do sujeito. O

4 Acadêmica do curso de Psicologia do CESUCA – Faculdade Inedi. Cachoeirinha, Rio Grande do Sul, Brasil

Email: [email protected] 2

Doutora em Psicologia pela UFRGS, Docente do Curso de Psicologia do CESUCA – Faculdade Inedi.

Cachoeirinha, Rio Grande do Sul, Brasil. Email: [email protected] 3 Psicóloga do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), responsável pelos grupos de Terapia Comunitária.

Cachoeirinha, Rio Grande do Sul, Brasil. Email: [email protected]

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conhecimento não é imposto, é compartilhado verticalmente. Essa aprendizagem dialógica é

capaz de formar sujeitos livres e capazes de lutar por seus direitos (Freire, 1984). Também

pode-se pensar que é de grande importância trabalhar com os aspectos saudáveis dos

indivíduos, em detrimento do foco em doenças. A psicologia está cada vez mais

comprometida com esse ideal, focar nas forças pessoais, nos aspectos positivos e nos

processos saudáveis dos indivíduos (Seligman, 2011). Considerações finais: Os dados

coletados com o trabalho de observação podem proporcionar um entendimento sobre os

processos terapêuticos presentes na TC. As rodas de TC promovem a criação de uma rede de

vínculo e apoio mútuo que pode auxiliar no enfrentamento das situações causadoras de

sofrimento psíquico. Os fundamentos da TC dialogam com a Educação Libertadora de Paulo

Freire e com o novo olhar sobre saúde mental proposto pelo movimento da psicologia

positiva.

Palavras-chave: Observação. Terapia Comunitária. Centro de Atenção Psicossocial.

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VIVÊNCIAS EM TERAPIA COMUNITÁRIA INTEGRATIVA DA TURMA MARLI

OLINA

Autoria: Jacqueline da Silva Ferreira Trajano e Turma TCI Marli Olina

Introdução: A Terapia Comunitária Integrativa(TCI) surge no âmbito da saúde pública no

ano de 2008 a ser implementada, dentro das Práticas Integrativas Complementares do SUS.

Tal prática atua como uma tecnologia leve de cuidado, promovendo a prevenção e promoção

da saúde (AZEVEDO et al., 2013). Ao longo do curso os alunos da Turma de TCI Marli Olina

(in memorian) foram acumulando experiências e sentiram a necessidade em relatar o que

vivenciaram. Objetivos: Relatar e promover reflexões sobre as experiências e mudanças que a

TCI provocou na comunidade e nos terapeutas ao longo do curso. Resultados: Durante o

curso, de setembro 2016 a julho 2017, observaram-se mudanças nos participantes e fluxos dos

locais onde foram promovidas, além das unidades de saúde, também nas instituições

escolares, para alunos e educadores, em associações, nas reciclagens, nas residências, nos

parques e praças, resultando no aumento do empoderamento dos participantes. Foram 1955

rodas com público total de 12.848 pessoas e público médio de 12 pessoas, sendo a turma

composta por 52 terapeutas. A TCI surgiu na vida dos alunos da turma Marli Olina não só

fazendo parte de uma mudança para as comunidades, mas também como fator de mudanças

internas dos terapeutas. Muitos relatos das vivências foram surgindo e uma apreciação das

mudanças ficou cada vez mais significativa. Exemplo disso aconteceu no último dia do curso,

além de finalizar a formação para alguns, também trouxe à tona frases engrandecedoras dos

terapeutas sobre os participantes. A aluna F. contou o quanto teve que sair do seu lugar de

detentora do conhecimento para conseguir viver a horizontalidade da roda ao citar: “...quando

soube que uma paciente da saúde mental iria me ajudar tive preconceito, hoje vejo quanto ele

me ajuda e guia a roda de terapia.” A aluna M. faz o relato de um menino que não a creditava

em si, por “não sentir-se gente, mas quando participava das rodas de TCI encontrava esse

espaço de acolhimento”. A aluna D. conta o quanto a TCI mudou sua vida quando cita: “nos

primeiros dias de curso expus questões pessoais muito importantes e nunca me senti tão

querida, recebi tanto carinho e abraços.” Conclusão: Os novos saberes possibilitou aos alunos

dessa turma, um nível maior de autoconhecimento, o exercício da humanidade e encerrou em

todos a capacidade do não julgamento. Crendo nas possibilidades infindas do ser, no que

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tange ao gerenciamento de estar apto a serenamente ouvir, acolher, trocar e crescer, num

tempo que será o de cada um. Essa turma é o retrato vivo de conquistas que já se deram, das

que estão em processo e das que hão de vir frente a semente plantada pela TCI. Nos

debruçamos na construção e entendimento da igualdade, irmandade, da solicitude, dos

processos culturais que nos enriquecem e aproximam, “falar de si próprio”, ápice da

sabedoria.

Palavras-chave: Práticas Integrativas Complementares. Terapia Comunitária Integrativa.

Relato de Experiência.

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CIRANDA DA ALEGRIA: TERAPIA COMUNITÁRIA E OUTRAS PRÁTICAS

INTEGRATIVAS NO FORTALECIMENTO DO INDIVIDUO CONTRA A DEPRESSÃO.

Autoria: Katia Silene Regina Brito da Silva e Tania Santos Nascimento e Rita de Cassia

Introdução: Devido a percepção do alto índice de atendimentos na nossa unidade básica de

saúde de pacientes com diagnósticos de depressão, situação que vem ocorrendo de forma

gradativa em nosso município. E sabedores de que a depressão tem sido avaliada como um dos

índices, mas severos de saúde mental que tem acometido a nossa sociedade atual. Tem sido a

depressão responsável pelo aumento de suicídios, surtos, e atestados de saúde e afastamento do

trabalho situação crescente nos indivíduos, percebendo-se que a doença não só acomete a sua

condição mental como também fragiliza todo o meio familiar e social onde o paciente vive.

Segundo dados estatísticos da OMS cerca 80% da população sofrerá com a depressão.

Objetivos: E baseado nesses dados e condições da severidade da doença vimos à necessidade

da implantação da terapia comunitária e outras praticas integrativas chamando o projeto de

Ciranda da Alegria buscando através das praticas integrativas ser uma referência no auto

cuidado USUÁRIO/FAMILIA visando assim a melhora das condições de saúde mental do

individuo, evitando-se desta forma as ocorrências acima citadas. Metodologia: Os pacientes

(Hipertensos, diabéticos e idosos) são identificados no atendimento pela psicóloga e em

consultas com outros profissionais da equipe de saúde como médicos e enfermeiras para que

se observe a condição de sofrimento e se encaminhe para as atividades da terapia e outras

praticas integrativas. Ou demanda aberta daqueles que sintam necessidade de participar, neste

dia é realizado um café da manhã terapêutico onde o paciente passa pela roda de terapia, e após

participa da terapia de outras praticas integrativas tais como: biodança, automassagem,

massoterapia, shiatsu, arteterapia, reflexologia, tai chi. Benefícios com a implantação da

Ciranda da Alegria: *Diminuição dos índices de depressão e internamentos e gasto com

medicamentos calmantes; *Implantação das praticas integrativas no município; *Atendimento

às pessoas em situações de depressão, através de ações efetivas de auto cuidado; * Melhoria

das condições de saúde mental, física, emocional dos munícipes; *Melhora dos índices de

desequilíbrio da hipertensão e diabetes, aumento da auto estima e auto cuidado dos pacientes.

Discussão: A depressão é um distúrbio afetivo, no sentido patológico há presença de tristeza,

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pessimismo, baixa autoestima, e foi imprescindível neste projeto a terapia comunitária que por

ser uma atividade grupal fez com que as pessoas ficassem em contato com outros relatos de

sofrimento e superação, ajudando assim no empoderamento do individuo. E a utilização das

outras praticas integrativas que os despertou para o auto cuidado com corpo. Considerações

finais: A terapia comunitária integrativa, em conjunto com outras praticas integrativas, ajuda o

individuo de forma positiva na redução do estresse emocional e físico como nas doenças

psicosomáticas levando-o a um estado completo de bem estar.

Palavras-chaves: Resiliência. Auto cuidado. Integralidade do ser. Empoderamento de si

mesmo.

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TCI E RESILÊNCIA PESSOAL E COMUNITÁRIA

Autoria: Luna Gomberg, Cibele Amora, Luciana Velloso

Introdução: A situação de risco social em que 250 famílias da Associação Saúde Criança

(ASC) se encontram tornam suas carências emocionais e afetivas vulneráveis mas , em

contrapartida, a resiliência pessoal e comunitária é aflorada e fortalecida nas rodas de TCI.

Objetivo: Empoderamento dos participantes para enfrentamento de suas vidas, num ambiente

de caos social e isolamento afetivo, através da demonstração de resiliência dos seus pares.

Metodologia: O estudo foi feito na ASC, em sua sede , dentro do projeto Aconchego , que

realiza Rodas de TCI, em meses intercalados. São 250 famílias , todas em risco social, onde

seus filhos doentes são atendidos no Hospital da Lagoa ou no Hospital Maternidade Maria

Amélia Buarque de Holanda , com a participação de mães, pais, avós ou responsáveis pelas

crianças assistidas na faixa etária de 0 a 18 anos, no ano de 2016 e até o presente momento. Os

procedimentos foram: Instrumentos adotados – Avalíação feita por uma pessoa que escreve os

relatos , após a roda de TCI, para saber como foi o trabalho naquele dia. Avaliação das

famílias após 1 ano na instituição, no setor de Psicolologia, para saber qual a mudança na

vida delas depois que entraram para a ASC, através de depoimento .Avaliação anual de todos

os setores da instituição ,inclusive a Roda de Terapia, através de aplicação de metodologia

estatística, indicando índice de satisfação e se houve mudança na vida dessa pessoa e qual o

tipo de mudança. Avaliação final feita pelas famílias quando recebem alta. Forma de análise:

Gráficos e depoimentos. Resultados - Os resultados quantitativos obtidos na pesquisa anual ,

do ano de 2016, foram de 95% de aprovação da TCI , avaliando os diversos setores da

Instituição. Nas avaliações em formulários após um ano na instituição , ao responderem à

pergunta : “ O que você aprendeu e acha mais importante, desde que começou o seu

atendimento na ASC? ”Declaram que a roda é a experiência mais forte, trocam saberes e se

dão conta que há graduações nas dificuldades de vida e, com isso, ganham recursos para lidar

com os seus próprios problemas. Nas avaliações de ”feedback” dos trabalhos de cada mês, há

incidência de respostas como: a sensação de alívio e de como os exemplos de superação e

resiliência serviram para o seu fortalecimento pessoal e a sua capacidade de superação. Troca

de telefones, gestos de solidariedade e o famoso “tampa e panelinha” fortaleceram a

capacidade de resiliência dos participantes . Considerações finais: A TCI proporciona uma

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força de empoderamento aos participantes em que a capacidade de superar as adversidades,

dentro do caos social e solidão em que vivem, estimulam a resiliência pessoal e comunitária,

demonstrando que a boca que fala tem as artérias do grupo que bombeiam seu coração .

Palavras-chave: Terapia Comunitária Integrativa. Resiliência.

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PAPO DE MULHERES NA ESTRATEGIA DE SAÚDE DA FAMILIA IMIGRANTE

NORTE-CAMPO BOM-RS

Autoria: Mara Beatriz de Oliveira Eggert, Marta Maria Alves de Oliveira, Elenize Dalla

Santa Weber e Regiane Michelon.

Introdução: Iniciou em 2010 da necessidade das mulheres da Estratégia de Saúde da Família

Imigrante Norte terem espaço semanal para falar sobre “coisas de mulheres”. A equipe

percebeu que mulheres do bairro eram solitárias, viúvas, ansiosas, tristes e nas consultas

médicas, enfermagem e visitas dos agente comunitários de saúde usavam medicações

ansiolíticas e antidepressivas. Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde) depressão é a

principal causa de incapacidade em todo o mundo. As mulheres são mais afetadas pela

depressão que pode causar grande sofrimento e disfunção no trabalho e na família. Pessoas

com depressão também sofrem com sintomas como ansiedade, distúrbios do sono e de apetite

e podem ter sentimento de culpa ou baixa autoestima. A depressão resulta de uma complexa

interação de fatores sociais, psicológicos e biológicos. Nesse contexto, a terapia comunitária é

introduzida pela médica especializada em terapia comunitária com auxílio da enfermeira da

unidade. Essa profissional médica já saiu da UBS e o grupo seguiu se encontrando

semanalmente na unidade de saúde. No ano de 2014 ocorreu a formação de 4 terapeutas

comunitários que passaram a intervir com metodologia da terapia comunitária no grupo.

Objetivo geral: Acolher mulheres em situação de fragilidades diante da vida para resgate da

autoestima e acolhimento humanizado na estratégia de saúde Imigrante Norte. E auto cuidado

de sua saúde mental na prevenção das doenças na comunidade. Metodologia: Terapia

comunitária integrativa onde as mulheres são convidadas a participar de rodas pelos

profissionais de Estratégia de Saúde da família do Imigrante Norte. As rodas semanais iniciam

com acolhimento, através de músicas, dinâmicas “quebra gelo” criando um clima de amizade

e companheirismo no grupo, dar boas-vindas, celebrar aniversários, respeitar regras de

silêncio, sigilo, usar verbo na 1º pessoa do singular e encerrar com conotações positivas.

Segundo Barreto o modelo participativo da terapia comunitária se apoia nas competências das

pessoas. Quem tem problemas tem soluções, valorizando as experiências individuais,

reconhecendo a contribuição de cada pessoa também contribuindo para criação e o

fortalecimento de vínculos entre as pessoas, grupos e comunidade. Resultados: Melhora da

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afetividade junto a família, equipe de saúde e comunidade. As mulheres passaram a participar

da vida comunitária, dos passeios proporcionados pela equipe e reuniões de comunidade,

investindo no lazer e grupos de artesanato. Empoderamento, passando a se valorizar como

mulher, melhorando sua autoestima, sorrindo e cantando, dividindo suas alegrias nas rodas de

terapia Comunitária. Considerações finais: Nas rodas de terapia, constatamos que a

metodologia utilizada permite nos aproximar das mulheres, respeitando sua singularidade e

conhecendo suas histórias de vida. E que elas não estão sozinhas na caminhada, resgatando

autoestima e sentimento pertencente ao grupo e a comunidade.

Palavras-chave: Acolhimento. Empoderamento. Terapia. Comunidade.

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TERAPIA COMUNITÁRIA INTEGRATIVA COMO ESTRATÉGIA DE CUIDADO PARA

MULHERES QUE VIVENCIAM O CLIMATÉRIO

Autoria: Estela Rodrigues Paiva Alves , Brena Stefani Meira Acioly de Sousa, Nayanne

Ingrid Farias Mota, Camila Carla Dantas Soares, Maria de Oliveira Ferreira Filha, Maria

Djair Dias

Introdução: A terapia comunitária Integrativa (TCI) é uma tecnologia do cuidado que vem se

desenvolvendo em vários municípios brasileiros dentro da Estratégia Saúde da Família (ESF).

A Enfermagem exerce papel importante no processo do cuidar, na ESF e tem atuado no

cuidado com as mulheres em todas as fases da vida. Esse contato permite que a enfermeira

investigue sentimentos peculiares vivenciados pelas mulheres, segundo a fase de vida que se

encontram, incluindo o climatério. Este é um processo de transformação condicionado não só

aos aspectos biológicos, mas principalmente aos aspectos psicosocioculturais. Objetivo:

avaliar a influência da TCI na redução de sinais e sintomas da depressão em mulheres que

vivenciam a fase do climatério. Metodologia: Trata-se de um recorte de uma pesquisa

intervenção, que vem sendo realizada no município de João Pessoa/PB pelo

GEPSMEC/UFPB. A amostra foi formada por 6 mulheres usuárias de uma Unidade de Saúde

da Família e, que se encontravam vivenciando o climatério. Foram escolhidas aleatoriamente,

obedecendo ao critério de idade, entre 40 e 65 anos. A intervenção ocorreu através de 12 rodas

de TCI, conduzidas por enfermeiras terapeutas comunitárias, no período de março a junho de

2016. Utilizou-se para coleta de dados, antes e depois, o Inventário de Depressão de Beck

(BDI). Os dados foram analisados com base na estatística simples e na literatura pertinente.

Resultados: dentre as 6 mulheres que participaram das rodas, 4 foram classificadas dentro do

grau leve à moderado e, 2 dentro do grau de moderada à grave. Durante as rodas apenas uma

delas mencionou o uso de antidepressivos. Os temas mais abordados foram: conflitos

familiares, ciúme conjugal, síndrome do ninho vazio, resiliência, uso de drogas na família,

tristeza/luto e liberdade. Ao final dos 12 encontros, o BDI mostrou que houve uma melhora

significativa do grau de depressão em todas as participantes. Discussão: As alterações que

ocorrem devido à deficiência estrogênica quando aliados aos problemas decorrentes da

construção cultural e à individualidade da mulher, são responsáveis por manifestações clínicas

somáticas e psicológicas, determinando o surgimento das alterações do humor, exteriorizadas

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por nervosismo, depressão e ansiedade. Na medida em que se criam espaços de fala para

exteriorização desses sintomas, os transtornos de humor de grau leve e moderado tendem a

diminuir. Considerações finais: A TCI na ESF é um instrumento importante para a

diminuição do sofrimento mental ao permitir que estas mulheres sejam ouvidas e ouçam as

outras, na busca pela resolução dos seus problemas. Na medida em que se criam espaços de

problematização das inquietações cotidianas, as quais vão muito além do envelhecimento com

suas características naturais e fisiológicas se promove a saúde e diminui a busca pela receita.

Palavras-chave: Terapia Comunitária Integrativa. Saúde Mental. Saúde da Mulher.

Climatério. Enfermagem.

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RELATOS DE UMA EXPERIÊNCIA DE TERAPIA COMUNITÁRIA INTEGRATIVA

COM USUÁRIOS DE DROGAS E SEUS FAMILIARES: ESCUTA GENEROSA E

CONVERSAÇÃO DIALÓGICA

Autoria: Marilene Grandesso, Eroy Silva, Marcia Volponi, Eroy Silva, Sandra Grandesso,

Regina Tuon, Liz Luisi e Yone de Moura

Introdução: Este pôster apresenta uma análise de documentos e de depoimentos de

participantes sobre o significado para suas vidas das rodas de TCI que vêm sendo realizadas

na UDED - Unidade de Dependência de Drogas do Departamento de Psicobiologia da

UNIFESP na cidade de São Paulo, numa parceira entre a equipe INTERFACI – Instituto de

Terapia Família, Casal, Comunidade e Indivíduo e a equipe UDED, desde 2011. Objetivo:

Pretendemos apresentar resultados desses seis anos de prática e de uma investigação de caráter

qualitativo e exploratório sobre os efeitos das TCI realizada com uma população, na sua

predominância, envolvida no uso de drogas. Metodologia: Descrevemos e analisamos

resultados encontrados nas rodas de TCI. Ouvimos depoimentos de participantes das nossas

rodas e analisamos nossos vídeos gravados e dados de registros de observação realizados a

cada encontro. Obtivemos a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da UNIFESP para

transformarmos relatos da experiência de participantes das nossas rodas de TCI em objeto de

nosso estudo e reflexão. Resultados: Fizemos uma caracterização dos grupos atendidos ao

longo dos seis anos de parceira entre as equipes da UDED e INTERFACI e análise de

depoimentos de participantes, bem como uma síntese dos resultados que temos obtidos. Foram

realizadas 60 rodas de TCI, com a presença média de 20 pessoas da comunidade e 10 pessoas

das equipes, totalizando 1.383 pessoas. Os principais temas colocados pelos participantes

foram: Dor e saudade pela morte de filhos e outros familiares; Conflitos, impotência e dúvidas

nas relações dos familiares com usuários de drogas; Fragilidade e impotência para lidar com

vida devido depressão/pânico; Dificuldades nas relações familiares; Violência intrafamiliar;

Timidez. As rodas de TCI reuniram um público heterogêneo com predominância de mulheres.

Discussão: Observamos que as rodas, inicialmente voltadas para os usuários de drogas e suas

famílias, passaram a agregar pessoas das várias regiões da cidade de São Paulo, trazendo suas

inquietações em relação a várias outras situações da vida familiar, tais como, sentimentos de

depressão, dificuldades em lidar com timidez, violência urbana. Os depoimentos dos

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participantes das rodas apontam aspectos importantes do papel da TCI nas suas vidas,

ressaltando o significado efetivo desta prática para os participantes.

Palavras-chave: Família. Escuta generosa. TCI. Conversação Dialógica.

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(RE) CONSTRUÇÃO DE SI NA INTERLOCUÇÃO DE DIVERSIDADES –

VALORIZANDO SABER POPULAR

Autoria: Najla Nassere e Sonia Canabarro Soares

Considerando o grande número de pessoas em sofrimento e a falta de uma rede de apoio para o

enfrentamento e suporte em momentos de adversidades, verificamos a necessidade de criar um

grupo, no município de Novo Cabrais, denominado pelos próprios participantes de “Grupo

Suporte”. O objetivo é oportunizar um espaço de escuta, troca de saberes e fortalecimento de

vínculos entre os participantes, promovendo através desta interação uma nova construção

psíquica sobre si e sobre seus relacionamentos. Nesta interlocução, o participante se reorganiza e

identifica dentro de si respostas para questões de ordem pessoal e relacional. Tal dinâmica

interativa e construtiva reforçam-no como autor de sua vida, tendo em vista a valorização de seu

saber, oportunizando a construção de novos saberes a partir da fala dos outros membros do

grupo. Os participantes são usuários do CRAS de Novo Cabrais, portadores de deficiência – seja

ela física ou psíquica. Neste último incluem-se sofrimentos como luto, depressão, conflitos

familiares, alcoolismo, entre outras questões psicológicas. Entendemos que a pessoa com

sofrimento está deficiente na área emocional, sem capacidade de resolver sozinha seus

problemas. O grupo ocorre quinzenalmente, tendo duração de 1 hora e meia, encerrando com

lanche coletivo. Deixamos a vontade quem quer falar e respeitamos aqueles que optam pelo

silêncio, entendendo que cada um tem o seu tempo. Relembramos sempre a questão do sigilo. Os

participantes escutam a situação exposta, dão depoimentos de vivências semelhantes que

enfrentaram e como conseguiram resolver. As profissionais são mediadoras e facilitadoras na

interlocução das falas e do saber dos próprios membros, promovendo assim autonomia,

confiança, encorajamento e autoestima na resolução de suas questões pessoais. Vale ressaltar que

a ciência, espiritualidade e as crenças populares norteiam as falas, como referenciado pelo

criador da Terapia Comunitária. Nesta trama desafiante para nós profissionais, encontramos um

novo espaço terapêutico, não determinado a priori, mas construído nas relações grupais e que

configura-se como acolhedor, terapêutico, e de verdadeiro “suporte”. Não há um saber

hegemônico dominante e é exatamente isto que liberta cada um a expressar-se. Barreto (2005)

salienta que este choque de percepções entre ciência e saber popular desembocam num grande

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desafio, necessário para grandes transformações internas e novas construções. Nesta direção, a

psicóloga Salete Monteiro Amador, pós graduada em Saúde Coletiva pela Fundap, supervisora

de Terapia Comunitária, e assessora técnica em saúde pública, frisa que nesta partilha, todos são

corresponsáveis na busca de soluções para sofrimentos e problemas do cotidianos. Pré conceitos

e estereótipos são diluídos, havendo a construção de um espaço comunitário saudável, sem

julgamento, proporcionando aconchego, confiança e valorização da história de cada participante.

Palavras- chave: Sofrimento psíquico. Suporte. Vínculos. Saber. Construção.

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ENCONTROS INTERPESSOAIS E INTERCOMUNITÁRIOS PARA AUTONOMIA: DA

DEPENDÊNCIA AO EMPODERAMENTO

Autoria: Sabrina Dutra dos Santos Medeiros

A promoção do trabalho em grupo, das relações sociais, de forma horizontal e circular,

fomenta a busca de soluções para os problemas do cotidiano e o fortalecimento dos mais

frágeis, reconstruindo os vínculos sociais. O indivíduo acha solução para seus problemas no

coletivo e suas interações, no compartilhar com o outro e no respeito às diferenças. E é entre

os conflitos, medos e dúvidas, num ambiente sem julgamentos, onde se valorizam as

diferenças individuais e as experiências de vida de cada um, que se reconstrói o sentimento de

pertencimento, que se fortalece a auto estima, e se manifesta o emponderamento pessoal.

Entende-se que fazer prevenção ao uso de drogas é promover a inclusão social, principalmente

para aquelas, cujas demandas as colocam mais expostas aos fatores de risco e mais

vulneráveis ao uso e abuso de substâncias psicoativas. A construção de redes sociais que

geram vínculos de solidariedade entre as pessoas da comunidade, constitui fatores de proteção

de grande importância tanto para o tratamento dos dependentes químicos, tanto para os

familiares que sofrem com essa problemática, quanto para prevenção ao uso indevido de

drogas. E é através das relações interpessoais e intercomunitárias que pode ser trabalhados os

vários domínios da vida do indivíduo e do coletivo, como familiar, profissional, comunitário,

cultural entre outros. O sofrimento humano é decorrente do macro contexto socioeconômico

político e social, por ser assim, as respostas devem ser também da mesma forma, sistêmica,

mobilizando recursos da multicultura da comunidade. As situações de dependência estão

ligadas ao contexto sociocultural dos indivíduos, tornando uma forma e fuga das adversidades

e do estresse. As soluções podem e devem ser buscadas no coletivo e em suas interações, no

compartilhar, nas identificações com o outro e no respeito às diferenças. Segundo Barreto

(2008), o empoderamento do ser humano acontece quando ele aceita ser um sujeito ativo,

passa a aprender com sua história e não mais tem vergonha de suas origens étnicas e dos seus

valores culturais construídos pelos seus ancestrais. No caso dos dependentes químicos, é

quando se sentem pertencentes à comunidade novamente, após serem excluídos pela

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sociedade por preconceitos e estigmas, que os transformam em “lixo da sociedade”. Deste

modo, o sujeito apoiado, compreendido pela família ou rede de apoio, mais condições internas

terá para enfrentar crises, problemas e criar alternativas para se autogerir. (SOUZA, 2010). O

trabalho exposto vem ao encontro da busca por empoderamento, pois é a comunidade que age

onde a família e as políticas sociais falham. Foi realizado através de pesquisa bibliográfica e

experiências em rodas realizadas em grupo de apoio à familiares de dependentes químicos.

Conclui-se que o abuso de drogas é um dos fatores de exclusão social dos indivíduos e que

podem gerar rupturas em praticamente todas as instituições sociais, na família, no trabalho, e

outras redes sociais, sobrando somente o grupo dos consumidores e dos traficantes. Por isso a

Terapia Comunitária Integrativa (TCI) tem sido de grande importância nos grupos de apoio,

nas comunidades terapêuticas e nas próprias comunidades, trabalhando o indivíduo que se

encontra em dependência de algo ou alguém, e abrindo novos horizontes para ser autor da sua

própria história.

Palavras-chave: Dependência. Autonomia. Rede Social.

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TERAPIA COMUNITÁRIA INTEGRATIVA (TCI) E O CONTROLE DE HIPERTENSÃO -

RELATO DE EXPERIÊNCIA-

Autoria: Surli Belchior Oliveira Camargo e Roseli Aparecida Pincetta Zaninelli

Introdução: o presente trabalho trata-se de um relato de experiência com rodas de terapia

comunitária, cujos participantes foram pessoas que dependiam de medicação para o controle

da pressão alta. O grupo surgiu no final de 2015, devido alta distribuição de medicamentos

hipertensivos na UBS Padovani, no município de Londrina/PR. Objetivos: conscientizar, por

meio das rodas de TCI, os pacientes usuários de medicação de que eles não estão sozinhos e

na TCI encontram apoio e acolhimento para as dificuldades do cotidiano; bem como, diminuir

o uso de medicação. Metodologia: Utilizou-se como metodologia as rodas de TCI que

aconteceram semanalmente durante todo o ano de 2016. Foram selecionados os pacientes

hipertensos que utilizavam medicação regular. Os pacientes foram indicados pela equipe

médica e de enfermagem da UBS. Em média as rodas tiveram 15 participantes hipertensos. Os

dados foram obtidos com aferição de pressão antes do início da roda de TCI e ao final dela,

bem como, por meio de discussão dos casos nas reuniões de equipe da UBS com médicos e

enfermeiras e terapeuta comunitária responsável pela rodas de TCI. Os depoimentos

espontâneos foram coletados no ritual de agregação ao final de cada roda, bem como durante

as visitas nas casas dos participantes realizadas pelas agentes comunitárias e terapeuta

comunitária. Foram realizadas 45 rodas no ano de 2016. O trabalho resultou, nos participantes

assíduos em: 20% (03) dos participantes retornaram ao médico para diminuir a quantidade de

medicação; 33,3%(05) dos participantes tiveram a pressão normalizada e o fim do uso de

medicação extra. Ou seja, 53,3 % dos participantes assíduos tiveram melhora significativa no

quadro de hipertensão. O número só não foi maior em função da rotatividade dos

participantes. Como ilustração dos resultados qualitativos, destaca-se os seguintes relatos:

senhor Valter, 63 anos,“ precisei diminuir a quantidade de medicação, pois estava tendo queda

de pressão depois de participar das rodas”; e Dona Floripes, 79 anos, “a terapia comunitária

foi à melhor coisa que aconteceu na minha vida, pois encontrei um local para diminuir as

tensões do dia a dia”. Considerações finais: portanto, as rodas de TCI possibilitaram o

fortalecimento dos laços entre UBS e comunidade; maior agilidade nos encaminhamentos para

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saúde e outros serviços da rede; a melhora na qualidade de vida e nas relações familiares e

comunitárias, bem como a diminuição de crises hipertensivas oriundas do estresse cotidiano.

Palavras-chave: Hipertensão. Qualidade de Vida. Acolhimento. Terapia Comunitária

Integrativa.

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TCI: DAS ADVERSIDADES À SUPERAÇÃO E CRESCIMENTO PESSOAL, SOCIAL E

COMUNITÁRIO.

Autoria: Valdivia Gonçalves Lucas e Jacqueline da Silva Ferreira Trajano

Um dos maiores desafios para qualquer trabalhador na área de saúde dentro de uma

comunidade é trabalhar com a Turminha do " Não dá Nada", "Nada a Ver", isto é, nossos

amados e desafiadores adolescentes. Em 2015 a Estratégia de Saúde da Família TIJUCA em

Porto Alegre/ RS, através da agente de saúde Valdivia aceitou o desafio de formar um grupo

de adolescentes para aproximá-los do serviço de saúde. O Público escolhido foi uma micro

região vulnerável e uma das mais violentas da região, a Vila Nova Chocolatão, os

adolescentes desta área convivem diariamente com o descaso, discriminação e preconceito nas

escolas, serviços de saúde, transporte público, vizinhos, procura por estágios e empregos. O

tráfico, violência doméstica, desemprego batem em suas portas diariamente. A primeira ação

foi promover um baile de debutantes para 10 meninas, em 2015, que foi um sucesso, a partir

de 2016 os encontros passaram a ser semanais na Biblioteca Comunitária da Vila. Nosso

objetivo com esta ação foi disponibilizar um espaço onde os adolescentes, de 12 a 17 anos

possam se encontrarem, escolher os assuntos a serem debatidos, esclarecer suas dúvidas e nós,

de acordo com o assunto escolhido levamos o profissional da área. Acadêmicos de

enfermagem da PUC somaram-se ao nosso grupo, jovens profissionais de várias áreas já

passaram por nossos encontros dando seus depoimentos. No início de 2017 as terapeutas em

formação Valdivia e Jacqueline em mais um desafio, incluíram as Rodas de Terapia com o

objetivo de trazer mais uma ferramenta de proteção, relaxamento e cuidado à saúde do

adolescente. A primeira roda foi tímida, medo de falar de seus sentimentos, “risadinhas

debochadas”, mas pediram uma segunda com a promessa de cada um trazer mais um e assim

aconteceu. As Rodas agora fazem parte do calendário de encontros do grupo, falar dos seus

medos, culpas, suas inseguranças, dançar e cantar todos sabem que ali é seu espaço. A evasão

escolar diminui, e nosso objetivo é mostrar para estes adolescentes, que eles têm direito e

podem lutar por seus sonhos. Essa turminha que hoje, dançam e cantam nas rodas, estarão em

novembro de 2017 lançando um livro de contos, frases e poesias, contando suas histórias,

além do evento do segundo baile de debutantes que contemplará 20 adolescentes.

Palavras-chave: Comunidade. Adolescente. Terapia Comunitária Integrativa

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TERAPIA COMUNITÁRIA INTEGRATIVA: UM RECURSO INOVADOR NO

FORTALECIMENTO DE VÍNCULOS INTERPESSOAIS

Autoria: Natalia Silva de Souza1,,

Vagna Cristina Leite da Silva Pereira2,

Maria de Oliveira

Ferreira Filha3

Introdução: As transformações socioeconômicas e culturais na sociedade têm contribuído

para a fragilização dos vínculos. Essa debilidade dos laços tem afetado a dinâmica das

relações interpessoais que vem resultando em sofrimento psíquico e a Terapia Comunitária

vem se apresentando como uma tecnologia leve de cuidado que tem como objetivo a

promoção da saúde mental através do fortalecimento de redes de apoio. Diante dessa realidade

o objetivo geral dessa pesquisa foi Investigar a contribuição da Terapia Comunitária

Integrativa para o fortalecimento de vínculos interpessoais entre seus participantes. Método:

Trata-se de uma pesquisa do tipo exploratória descritiva com abordagem quantitativa realizada

no Centro de Práticas Integrativas e Complementares Equilíbrio do Ser, localizado no

Município de João Pessoa/PB. A população do estudo foram 60 usuárias cadastradas no

serviço, sendo definida uma amostra de 37 participantes das rodas de Terapia Comunitária,

segundo os critérios de inclusão. O instrumento para coleta de dados foi à escala de vínculos

elaborada por Adalberto Barreto. Os resultados foram apresentados em tabelas e analisados

de acordo com literatura. De acordo como o perfil verificou-se que a maioria são mulheres,

com idade de 59 anos, aposentadas, casadas e católicas. Foi identificado que as pesquisadas

possuem vínculos fortalecidos com uma média de 23,2 (2,7=DP), resultado acima da média

proposta pelo idealizador do instrumento, foi visto também o predomínio dos vínculos

saudáveis para os quesitos que se referem a família, 46% (17), vínculo conjugal 30% (11),

Vínculo filial 62% (23) e Vínculo de amizade 59% (22) e vínculo social com 65%. Discussão:

As rodas de TCI contribuí para o fortalecimento dos vínculos dos seus participantes,

verificou-se a ocorrência de transformações no comportamento individual e no fortalecimento

dos laços de sociabilidade entre as pessoas investigadas. Foram consolidadas redes de apoio

que permitiram aos participantes o compartilhamento de experiências que contribuiu para o

fortalecimento dos vínculos afetivos e sociais. Conclusões: Portanto, a Terapia Comunitária

Integrativa vem contribuindo para fortalecimento dos vínculos interpessoais é uma tecnologia

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leve de cuidado que favorece mobilização social, construção e fortalecimento de redes sociais,

promovendo ações de saúde e de prevenção ao adoecimento psíquico entre seus participantes.

Palavras-chave: Saúde mental. Terapia Comunitária Integrativa. Vínculos.

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MODALIDADE: OFICINAS

TÍTULO DA OFICINA:

ATENÇÃO PLENA (MINDFULNESS) - EQUILÍBRIO EMOCIONAL E SAÚDE

Ementa:

Fundamentadas na convergência da Ciência Moderna com as Tradições Milenares de Práticas

Contemplativas, as práticas de Atenção Plena (Mindfulness) oferecem meios simples e

práticos de cultivar qualidades como foco, atenção, auto-percepção, consciência corporal,

estabilidade mental e regulação emocional.

Coordenação: Mariano Pedroza

Metodologia:

A oficina combina apresentação teórica com a prática de técnicas de Atenção Plena e

momentos de partilha e integração das percepções e experiências vivenciadas.

Mariano Pedroza é Terapeuta Comunitário,

Terapeuta Corporal, Analista Bioenergético-CBT

e Terapeuta de Trauma (SE, TRE, KReST). É

Instrutor Sênior de Mindfulness (Atenção Plena)

pelo Mindfulness Trainings International - MTI e

membro da Associação Brasileira de

Mindfulness - ABraMind www.abramind.org

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TÍTULO DA OFICINA:

CONVIVÊNCIA É FORMA – VINCULO É RESULTADO

Ementa:

Facilitar o desenvolvimento de processo coletivos

Facilitar a comunicação e a expressão consigo e com outros

Contribuir com praticas colaborativas

Despertar sonhos

Coordenação: Maria José Mendonça

Metodologia:

Diversas atividades artísticas, jogos sonoros expressão corporal num ambiente lúdico e

descontraído.

Assistente Social PUCPR (2005) . Mestre em

Gestão Urbana PUCPR (2008). Profissional de

Desenvolvimento Social - PROFIDES / Instituto

Fonte para o Desenvolvimento Social. Sócia

fundadora da A&C Capacitação Profissional e

Gerencial, que atende profissionais e

organizações que atuam em projetos e

programas socioassistenciais Terapeuta

Comunitária Integrativa. Membro da

ABRATECOM, Associação Brasileira de Terapia

Comunitária Integrativa. Integrante da equipe

de facilitadores do CAIFCOM.

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Anais do IX Congresso Brasileiro e VI Congresso Internacional de TCI – Porto Alegre / 2017

TÍTULO DA OFICINA:

O QUE FAZ DE MIM UM TERAPEUTA COMUNITÁRIO?

Ementa:

A oficina tem por objetivo possibilitar a reflexão conjunta dos participantes sobre a TCI e sua

repercussão na vida de cada um que a pratica. Utilizando materiais simples, música, técnicas

corporais e compartilhamento de percepções e ideias, buscaremos refletir sobre a construção

coletiva e o trabalho em equipe.

Coordenação: Perlucy Santos e Regina Melo

Metodologia:

Exercícios de consciência corporal, respiração, integração lúdica, trabalho artístico coletivo,

vivência das TRAE: O Túnel do amor e da confiança, partilha.

Perlucy Santos – Terapeuta Comunitária,

facilitadora das Técnicas de Resgate da Autoestima,

segundo o Prof. Adalberto Barreto, formadora em

TCI pelo Mismec-DF e Mismec-GO, participante do

Polo de Cuidado Cuidar-se/MA.

Regina Melo – Terapeuta Comunitária, facilitadora

das Técnicas de Resgate da Autoestima, segundo o

Prof. Adalberto Barreto, formadora em TCI pelo

Mismec-DF, Polo Muyumpa-Equador e participante

do Polo de Cuidado Cuidar-se /MA.

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Anais do IX Congresso Brasileiro e VI Congresso Internacional de TCI – Porto Alegre / 2017

TÍTULO DA OFICINA:

VIAGEM EM DIREÇÃO A UM FUTURO PREFERIDO: TRABALHANDO

COM NARRATIVAS

Ementa:

Esta oficina se propõe a revisitar histórias pessoais com

ênfase na construção de futuros sonhados. Usando viagem como uma metáfora, análoga a um

rito de passagem, esta oficina se propõe a uma prática interativa entre os participantes, tendo

como foco a busca de histórias preferidas com ênfase no sentido de agência pessoal e na

autoria da própria vida.

Coordenação:

Marilene Grandesso

Psicóloga, Doutora em Psicologia Clínica. Terapeuta de família,

casais, indivíduos e terapeuta comunitária. Fundadora e

coordenadora do Instituto INTERFACI, dedicado às práticas

colaborativas e dialógicas e práticas narrativas. Coordenadora

do Polo de Capacitação em Terapia Comunitária-INTERFACI.

Coordenadora do Certificado Internacional em Práticas

Colaborativas e Dialógicas. Presidente da ABRATECOM

(2004-2005), e da APTF (2000-2001). Professora e supervisora

do curso de Terapia familiar da PUC-SP.

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Marcia Moreira Volponi

Psicóloga e Assistente social. Terapeuta de família,

casais, indivíduos e terapeuta comunitária. Membro do

INTERFACI – Polo de capacitação em Terapia

comunitária. Vice-presidente da APTF (desde 2014),

presidente da APTF (2012-2014).

Metodologia:

Os participantes trabalharão em trios e em duplas, realizando entrevistas sobre os sonhos e

propósitos pessoais. As entrevistas serão facilitadas por roteiros e cada participante terá a

oportunidade de entrevistar e ser entrevistado.

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TÍTULO DA OFICINA:

TRANSFORMANDO CRENÇAS QUE LIMITAM EM ATITUDES QUE

LIBERTAM

Ementa:

Busca de compreensão dos efeitos das crenças limitadoras. Fornecer subsídios para a

experimentação da técnica de liberação emocional.

Coordenação: Mari Elaine Leonel Teixeira

Coordenação: Antônio Ronaldo Nobre do Nascimento

Metodologia:

Desenvolver atividades que proporcionam aos indivíduos a capacidade de identificar as

atitudes sua e de seus familiares que mais os incomodam no cotidiano; quais crenças estão por

trás e porquês. Realizar atividades reflexivas e de desbloqueio emocional.

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Esp. Assistente Social, pós-graduada em Psicologia Social e do

Trabalho, Terapeuta Familiar Sistêmica e de Casal e

Psicoterapia Breve em Dependência Psicoativa, Facilitadora

em Terapia Comunitária Integrativa, Renascimento e Técnica

de Resgate da autoestima, Intervisora, e coordenadora do Polo

formador – NAC-Araraquara/SP.

Educador físico, licenciado em Educação Física, facilitador

de Terapia Comunitária Integrativa, desde 2006, monitoria

em coaching, massoterapeuta, coordenador do Grupo Viver

- Terceira Idade no CRAS SANTA RITA em São Francisco

do Pará – PA.