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Anais de Resumos - 33º Congresso da CLAG

Apr 28, 2023

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Letícia Malloy
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Page 1: Anais de Resumos - 33º Congresso da CLAG
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33º Congresso da Conf. of Latin Americanist Geographers (CLAG) - “Interfaces do Espaço Latino Americano”

Universidade Federal do Ceará - UFC, 26-30 de Maio de 2015, Fortaleza/CE, Brasil

DIRETORIA DA CONFERÊNCIA LATINO AMERICANA DE GEÓGRAFOS

Presidente: Karl Offen

Vice-presidente: Kendra McSweeney Diretor Executivo: Andrew Sluyter

Secretário: Rebecca Clouser Tesoureiro: Robert B. Kent

COMISSÃO ORGANIZADORA DO 33º CONGRESSO DA CONFERÊNCIA LATINO AMERICANA DE

GEÓGRAFOS - CLAG’2015

Coordenação Geral: Christian Dennys Monteiro de Oliveira e Jörn Seemann

Adryane Gorayeb Nogueira Caetano Alexandra Maria Oliveira

Alexandre Queiroz Pereira Alexsandra Maria Vieira Muniz

Fábio de Oliveira Matos Jader dos Santos

Maria Clélia Lustosa Costa Raimundo Freitas Aragão

Discentes vinculados ao Laboratório de Estudos Geoeducacionais (LEGE/UFC) Agência organizadora: Ikone Eventos

COMISSÃO CIENTÍFICA DO 33º CONGRESSO DA CONFERÊNCIA LATINO AMERICANA DE

GEÓGRAFOS - CLAG’2015

Angelo Serpa (UFBA) Antonio Jeovah de Andrade Meireles (UFC)

Cassio Eduardo Viana Hissa (UFMG) Christian Brannstrom (Texas A&M University)

Cristina Teresa Carballo (Univ. Nac. de Quilmes) David Salisbury (University of Richmond)

Edilson Pereira Junior (UECE) Edson Vicente da Silva (UFC)

Eduardo Marandola Junior (UNICAMP) Eustógio Wanderley Correia Dantas (UFC)

Flavio Rodrigues do Nascimento (UFF) Francisco Amaro Gomes de Alencar (UFC)

Francisco Kennedy Silva dos Santos (UFPE) J. Christopher Brown (University of Kansas)

José Bozacchiello da Silva (UFC) José Manuel Mateo Rodrigues (Univ. de Havana)

Joseli Maria Silva (UEPG) Karl Offen (University of Oklahoma)

Luis Alberto Salinas Arreortua (UNAM) Luis Antonio Bittar Venturi (USP)

Marcellus Caldus (Kansas State University) Maria Elisa Zanella (UFC)

Maria Geralda de Almeida (UFG) Maria Goretti da Costa Tavares (UFPA)

María Mónica Aroyo (USP) Maria Soares da Cunha (URCA)

Otávio José Lemos Costa (UECE) Robert Walker (University of Florida)

Rodrigo Valverde (USP) Rubson Pinheiro Maia (UFC) Salete Kozel Teixeira (UFPR)

Sonia Regina Romancini (UFMT) Stephen Aldrich (Indiana State University)

Sylvio Fausto Gil Filho (UFPR) Vládia Pinto de Oliveira (UFC)

Universidade Federal do Ceará

Fortaleza - Ceará - Brasil 2015

Realização: Apoio:

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33º Congresso da Conf. of Latin Americanist Geographers (CLAG) - “Interfaces do Espaço Latino Americano”

Universidade Federal do Ceará - UFC, 26-30 de Maio de 2015, Fortaleza/CE, Brasil

APRESENTAÇÃO

Em Maio de 2015, a cidade de Fortaleza, no estado do Ceará (Brasil), recebe a 33ª edição da Conference of Latin Americanist Geographers (CLAG). Com a temática 'Interfaces do Espaço Latino Americano', o evento pretende estreitar os laços entre as geografias da América Latina, permitindo uma troca/complementação saudável de ideias e conhecimentos entre os geógrafos e o aprofundamento das perspectivas de estudo regionais em fronteiras comuns ou integradas por temáticas renovadas. A Universidade Federal do Ceará, com apoio do CNPq e da comunidade geográfica brasileira, reúne pela primeira vez, os estudiosos da CLAG em um fórum privilegiado às abordagens que permeiam os campos temáticos das geografias latino-americanas. Da versão brasileira desse encontro, concebido aqui como um Congresso Internacional, emerge articulação de grandes temas, em seis eixos de apresentação de trabalhos (expostos no formato de comunicações orais e painéis), para que possam ser aprofundadas as reflexões sobre uma “Geografia da Latinidade”; projeção de uma confluência de investigações, capazes de sintonizar o diálogo entre diferentes grupos de pesquisa nacionais e internacionais. A CLAG é, portanto, a representação do amadurecimento continental da Ciência Geográfica, no contexto da segunda década do Séc. XXI. O 33º Congresso da Conference of Latin Americanist Geographers (CLAG) será realizado, na Universidade Federal do Ceará (Campus do Pici), em Fortaleza-CE, entre os dias 26 a 30 de Maio de 2015, contando com seções coletivas centrais, denominadas “Simpósios” e Apresentações de trabalhos científicos. Também fará parte do evento atividades simultâneas e complementares: homenagens a professores convidados e premiados; “Meeting” de pesquisadores visando acordos institucionais, roteiros urbanos e Regionais de trabalho de campo. A Comissão Organizadora, os patrocinadores e apoiadores agradecem a presença e confiança depositada e deseja a todos os congressistas uma boa estada e um ótimo evento! Comissão Organizadora CLAG’2015

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33º Congresso da Conf. of Latin Americanist Geographers (CLAG) - “Interfaces do Espaço Latino Americano”

Universidade Federal do Ceará - UFC, Fortaleza/CE, Brasil

SUMÁRIO

EIXO 1 - GEOPROCESSAMENTO APLICADO E LAND CHANGE SCIENCE NA AMÉRICA LATINA

GEOINFORMAÇÃO NA ABORDAGEM DE PROBLEMAS SOCIOAMBIENTAIS: APLICAÇÃO DO IDG NO MUNICÍPIO DE HORIZONTE, ESTADO DO CEARÁ, BRASIL 12

MECANISMOS ON-LINE DE CONSTRUÇÃO DE MAPAS TEMÁTICOS 13

IMPLANTAÇÃO DE ENERGIA EÓLICA E ESTIMATIVA DAS PERDAS AMBIENTAIS NO MUNICÍPIO DE ACARAÚ-CE, BRASIL 14

MÉTODOS DE CLASSIFICAÇÃO SUPERVISIONADA DE IMAGENS DE SATÉLITE APLICADAS NO MAPEAMENTO DO USO DO SOLO NA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIBEIRÃO SANTO ANTÔNIO, SÃO MANUEL/SP 15

IDENTIFICAÇÃO DE FEIÇÕES COSTEIRAS DA REGIÃO COSTA DAS BALEIAS ATRAVÉS DE IMAGENS DE SATÉLITE RAPIDEYE 16

“MAPA INVERTIDO DA AMÉRICA DO SUL”: SOBRE O PODER DE CONTESTAÇÃO DOS MAPAS ARTÍSTICOS 17

SIGWEB APLICADO AO TURISMO: NOVAS FORMAS DE COMUNICAÇÃO PARA UM NOVO TURISTA 18

A UTILIZAÇÃO DE TÉCNICAS DE GEOPROCESSAMENTO PARA ANÁLISE GEOGRÁFICA DA CORRELAÇÃO ENTRE HOMICÍDIOS E AGLOMERAÇÃO URBANA DE BELÉM- PA 19

A ETNOECONOMIA NA CARTOGRAFIA SOCIAL DA COMUNIDADE QUILOMBOLA OLHO D’ÁGUA DOS NEGROS – ESPERANTINA/PI 20

SOCIAL PLACES AND POLITICIZED SPACES: RECONSTRUCTING THE ENVIRONMENTS OF RAILROAD WORKERS IN TORREON, MEXICO USING HISTORICAL GIS 21

SUGARCANE EXPANSIONS AND MOVEMENTS: THE ROLE OF POLICIES, ECONOMICS AND SOCIAL CONDITIONS 22

LAND USE CHANGE IN THE BRAZILIAN CERRADO: IMPACTS OF SUGARCANE EXPANSION 23

MAPPING AGRICULTURAL CHANGE IN MATO GROSSO, 2001-2014 24

EIXO 2 - EPISTEMOLOGIA, FILOSOFIA E EDUCAÇÃO GEOGRÁFICA

A CARTOGRAFIA TEMÁTICA EM UMA PERSPECTIVA INCLUSIVA NA FORMAÇÃO CONTINUADA DOS PROFESSORES DE GEOGRAFIA DA ESCOLA ODETE BARBOSA MARVÃO/IGARAPÉ, AÇU, PA 26

PRÁTICA ESCOLAR: EXCURSÃO PEDAGÓGICA INTERDISCIPLINAR NA FAZENDA TERRAS DE SANTA TEREZA, CORDEIRÓPOLIS – SP 27

A GEOGRAFIA EM “CANTO DE UM POVO DE UM LUGAR” 28

USO ESCOLAR DO SENSORIAMENTO REMOTO NA ANÁLISE DA EVASÃO ESCOLAR DA E. E. F. M. SENADOR OSIRES PONTES EM FORTALEZA- CEARÁ 29

UNILA E UNILAB: UMA ABORDAGEM SOBRE O PROCESSO DE INTEGRAÇÃO INTERNACIONAL DO ENSINO SUPERIOR A PARTIR DAS UNIVERSIDADES FEDERAIS NO BRASIL 31

A GEOGRAFIA AGRÁRIA NO BRASIL E AS ABORDAGENS CULTURAIS 32

AS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS DO PROJETO “GEOGRAFIA VAI A FEIRA” REALIZADO PELO PIBID/CAp-UERJ 33

GEOGRAFIA E EDUCAÇÃO AMBIENTAL: O DESAFIO DA PRÁXIS NO SUBESPAÇO ESCOLAR 34

UM OLHAR SOBRE A CIDADE E ALGUNS DOS SEUS CENÁRIOS - PERSPECTIVAS DO INTERACIONISMO SIMBÓLICO E A METODOLOGIA DE ERVING GOFFMAN - UMA CONTRIBUIÇÃO AO ESTUDO DA GEOGRAFIA DO COTIDIANO 35

BRAZIL AND BEYOND: HILGARD O’REILLY STERNBERG’S CONTRIBUTION TO THE STUDY OF LATIN AMERICAN AND LATIN AMERICANIST GEOGRAPHY 36

DESCOBRINDO O ENTORNO ESCOLAR: ESTUDO DO MEIO APLICADO NA ANÁLISE DA PAISAGEM 37

A GEOGRAFIA ESCOLAR CEARENSE: UMA BREVE HISTÓRIA 38

APONTAMENTOS DOS CARIRIS NOVOS OU DO CARIRI-ARARIPE NOS OITOCENTOS: CARIRI CEARENSE NOS ESCRITOS DOS NATURALISTAS JOÃO DA SILVA FEIJÓ E GEORGE GARDNER 39

PATRIMÔNIO GEOEDUCACIONAL NA FORMAÇÃO SIMBÓLICA DE MUNICÍPIOS-SANTUÁRIOS DA AMÉRICA DO SUL 40

LINGUAGEM CARTOGRÁFICA NO ENSINO DE GEOGRAFIA 41

EDUCAÇÃO GEOGRÁFICA NO PROJETO CAMPONÊS DE CONVIVENCIA COM O SEMIÁRIDO 42

ALTERAÇÕES NA DINÂMICA SOCIAL E AMBIENTAL DECORRENTE DA IMPLANTAÇÃO DE PARQUE EÓLICO NA COMUNIDADE TRADICIONAL VOLTA DO RIO, MUNICIPIO DE ACARAÚ-CE 43

O TRABALHO DE CAMPO E O OLHAR: POSSÍVEIS CAMINHARES NA PESQUISA GEOGRÁFICA 44

UM OLHAR SOBRE A FLORESTA NACIONAL (FLONA) DE CHAPECÓ: COMO A POPULAÇÃO ENTORNO INTERPRETA A RELAÇÃO ENTRE SOCIEDADE E NATUREZA 45

FORMAÇÃO DOCENTE E RECURSOS DIDÁTICOS: A CHARGE COMO POSSIBILIDADE DA PRÁTICA DOCENTE EM GEOGRAFIA 46

UMA ABORDAGEM SOCIOESPACIAL PARA A EDUCAÇÃO DO CAMPO E A EDUCAÇÃO AMBIENTAL ALGUNS RESULTADOS E REFLEXÕES 47

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33º Congresso da Conf. of Latin Americanist Geographers (CLAG) - “Interfaces do Espaço Latino Americano”

Universidade Federal do Ceará - UFC, Fortaleza/CE, Brasil

UMA LEITURA DA PAISAGEM A PARTIR DO GRAFFITI 48

OS CONTEÚDOS DE GEOGRAFIA REGIONAL NA PRÁTICA DOS PROFESSORES DE GEOGRAFIA NO PIAUÍ 49

O CONTEXTO HISTÓRICO DA GEOGRAFIA ECONÔMICA: O CASO DOS ENCONTROS DE GEÓGRAFOS DA AMÉRICA LATINA (EGAL) 50

GEOGRAFIA FÍSICA E MUDANÇAS DE PARADIGMAS: UMA ANÁLISE SOBRE A NATUREZA DA GEOMORFOLOGIA GEOGRÁFICA E A ATUAL URGÊNCIA AMBIENTAL 51

CINEMA E ENSINO DE GEOGRAFIA NA ESCOLA MARIA LUIZA SABÓIA RIBEIRO – PARACURU – CE 52

REVISITACIÓN DE LA ESCUELA DE BERKELEY EN BAJA CALIFORNIA MÉXICO: LOS CASOS DE MEIGS Y ASCHMANN 53

BRAZIL: NORTH AMERICAN GEOGRAPHERS’ “OTHER” LATIN AMERICA 54

ENSINO DE GEOGRAFIA E SUAS DIFERENTES LINGUAGENS NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM: PERSPECTIVAS PARA A EDUCAÇÃO BÁSICA E GEOGRÁFICA 55

EDUCAÇÃO AMBIENTAL ESCOLAR: ESTUDANDO TEORIAS E VISUALIZANDO INICIATIVAS REALIZADAS NO COLÉGIO MÓDULO EM JUAZEIRO DO NORTE-CE 56

EIXO 3 - ECOLOGIA DA PAISAGEM, RECURSOS E IMPACTOS AMBIENTAIS E RURAIS

FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA ANÁLISE SISTÊMICA E SEUS USOS EM ESTUDOS GEOGRÁFICOS NO ESTADO DO PIAUÍ: LEVANTAMENTO PRELIMINAR 58

A NEW PHASE OF HUMAN-SHORELINE INTERACTIONS IN YUCATÁN, MEXICO 59

A GEOECOLOGIA DAS PAISAGENS NO ESTUDO SOCIOAMBIENTAL DAS APAS DE ICAPUÍ-CE 60

A IMPORTÂNCIA DOS ÍNDICES DE VULNERABILIDADE NATURAL E POTENCIALIDADE SOCIAL PARA O ZONEAMENTO AMBIENTAL NA MESORREGIÃO DO TRIÂNGULO MINEIRO E ALTO PARANAÍBA EM MINAS GERAIS- MG 61

A CAMINHO DA CONSTRUÇÃO DO DIÁLOGO ATRAVÉS DA ETNOPEDOLOGIA: UMA EXPERIÊNCIA NO ENTORNO DO PARQUE NACIONAL DO CAPARAÓ-MG 62

COMPARTIMENTAÇÃO GEOMORFOLÓGICA DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PALMEIRA-CEARÁ: SUBSÍDIOS AO PLANEJAMENTO AMBIENTAL 63

DELIMITAÇÃO DE AREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTES ESTUDO DE CASO: BAIRRO GILBERTO MESTRINHO – ZONA LESTE DE MANAUS AM/BRASIL 64

EVALUATING THE RISK OF CONTAMINATION OF WATER SPRINGS BASED ON THE HUMAN ACTIVITIES AND ENVIRONMENTAL ATTRIBUTES OF THE SURROUNDING AREAS WITH A LOW-COST METHODOLOGY. CASE STUDY: SAN RAFAEL, MONTES DE OCA, COSTA RICA 65

IMPACTOS DA APOSENTADORIA RURAL ESPECIAL COMO POLÍTICA PÚBLICA PARA A AGRICULTURA FAMILIAR 66

IDENTIFICAÇÃO DE PERÍODOS HIDROLÓGICOS POR MEIO DE ESTATÍSTICA DESCRITIVA E DOS TESTES NÃO PARAMÉTRICOS DE PETTITT E MANN-KENNDALL 67

USO DO SENSORIAMENTO REMOTO PARA A ESTIMATIVA DA TEMPERATURA DE SUPERFÍCIE NA MICROBACIA DO RIO GRANJEIRO/CRATO – CEARÁ 68

BARRAGENS NO RIO MADEIRA: PERSPECTIVAS LOCAIS SOBRE SEUS IMPACTOS 69

ANÁLISE DOS IMPACTOS SOCIO AMBIENTAIS DECORRENTES DA MINERAÇÃO NA CHAPADA DO ARARIPE - NOVA OLINDA/CEARÁ/BRASIL 70

ETNOGEOMORFOLOGIA SERTANEJA: ESTUDO DOS CONHECIMENTOS DOS PRODUTORES RURAIS DO SITIO CANABRAVINHA, DISTRITO DE PALESTINA DO CARIRI-MAURITI/CE ACERCA DOS PROCESSOS MORFODINÂMICOS 71

A CONDIÇÃO DO AMBIENTE E DA ÁGUA DE BACIAS HIDROGRÁFICAS URBANAS EM APARECIDA DE GOIÂNIA/GO: ANÁLISE AMBIENTAL, FÍSICA, QUÍMICA E MICROBIOLÓGICA 72

VULNERABILIDADE SOCIOAMBIENTAL EM ESCALA DE DETALHE: O CASO DE MÃE LUIZA, NATAL, RN, BRASIL 73

ANÁLISE DAS MUDANÇAS NO USO E COBERTURA DA TERRA: SUBSÍDIOS AO PLANEJAMENTO AMBIENTAL E À GESTÃO DAS ÁGUAS 74

ANÁLISE AMBIENTAL DA MICROBACIA HIDROGRÁFICA DO RIO SALAMANCA BARBALHA-CEARÁ 75

APROVEITAMENTO ENERGÉTICO DE RESÍDUOS SÓLIDOS ATRAVÉS DA INCINERAÇÃO: UM DESAFIO PARA A GESTÃO AMBIENTAL BRASILEIRA 76

COMERCIALIZAÇÃO E USO DOS AGROTÓXICOS NA REGIÃO DA IBIAPABA-CE: ANÁLISE DA OPERAÇÃO MATA FRESCA 77

CONHECIMENTO ETNOCLIMÁTICO DA ETNIA ASHANINKA, NA AMAZONIA PERUANA 78

PAISAJES SOSTENIBLES EN UNA AMAZONÍA CAMBIANTE: LA PRODUCCIÓN DE BIOABONOS CON RESIDUOS SÓLIDOS DE PALMA ACEITERA Y CERDOS EN UCAYALI, PERÚ 79

ANÁLISE DO CLIMA URBANO A PARTIR DA SEGREGAÇÃO SOCIOESPACIAL E SOCIOAMBIENTAL EM PRESIDENTE PRUDENTE-SP, BRASIL 80

UNDERSTANDING AN ANCIENT MAYA CANAL SYSTEM AT CAUICH, CAMPECHE, MEXICO 81

A SUSTENTABILIDADE EM FUNÇÃO DO USO NÃO SUSTENTÁVEL DOS RECURSOS NATURAIS NO OESTE BAIANO E EAGLE FORD TEXANO 82

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33º Congresso da Conf. of Latin Americanist Geographers (CLAG) - “Interfaces do Espaço Latino Americano”

Universidade Federal do Ceará - UFC, Fortaleza/CE, Brasil

DIAGNÓSTICO GEOAMBIENTAL COMO SUBSÍDIO AO PLANO DE MANEJO DA ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL (APA) DO SÍTIO OLHO D’ÁGUA DOS CURRAIS, TABULEIRO DO NORTE, CEARÁ 83

O CLIMA URBANO DE MOSSORÓ-RN: EPISÓDIO DE OUTONO 84

RELAÇÃO ENTRE OS ELEMENTOS CLIMÁTICOS E INCIDÊNCIA DE DOENÇAS RESPIRATÓRIAS E ALÉRGICAS NA REGIÃO SERRANA DE MARTINS-RN E PORTALEGRE-RN 85

TEMPERATURA DO AR E PRAÇAS URBANAS NA CIDADE DE ASSÚ-RN 86

IDENTIFICAÇÃO DE UNIDADES DE PAISAGEM LOCAIS PARA SUBSIDIAR AS APTIDÕES E LIMITAÇÕES DOS USOS DO SOLO: TRAJETO DA SERRA DO CURRAL À SERRA DO CIPÓ 87

ANÁLISE DA OCUPAÇÃO DA CHICOLÂNDIA EM ABAETETUBA/PA: UMA PROPOSTA DE GESTÃO AMBIENTAL SUSTENTÁVEL 88

O CLIMA URBANO DE PENÁPOLIS-SP ATRAVÉS DA TEMPERATURA DA SUPERFÍCIE E DE ÍNDICES RADIOMÉTRICOS 89

AS EROSÕES ANTRÓPICAS NO MUNICÍPIO DE REGENTE FEIJÓ E AS POSSIBILIDADES DE MITIGAÇÃO A PARTIR DA TÉCNICA DE BARRAMENTOS DE BAMBUS 90

PROGRAMAS DE DESENVOLVIMENTO NA ZONA COSTEIRA CEARENSE: IMPACTOS SOBRE TERRITÓRIOS E POPULAÇÕES TRADICIONAIS 91

COMPARTIMENTAÇÃO GEOMORFOLÓGICA DA BACIA DO RIO COREAÚ (CE) E A UTILIZAÇÃO DE SEUS AÇUDES 92

RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS NO MUNICÍPIO DE PIRAPOZINHO, SÃO PAULO, BRASIL: IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS DECORRENTES DA DISPOSIÇÃO EM LOCAL INADEQUADO (LIXÃO) E DIFICULDADES E DESAFIOS NA ORGANIZAÇÃO DOS CATADORES DE MATERIAIS RECICLÁVEIS 93

CONFLITOS E VIOLÊNCIA NO ESPAÇO AGRÁRIO BRASILEIRO DE 1985-2013: CONSIDERAÇÕES SOBRE OS CONFLITOS EM TEMPOS DE SECA NO NORDESTE 94

RELEVO E PRODUÇÃO DO ESPAÇO NA DEPRESSÃO SERTANEJA MERIDIONAL-BAHIA 95

GESTÃO DE RISCOS EM BACIAS HIDROGRÁFICAS: DESASTRES HIDROMETEOROLÓGICOS NA UNIDADE DE GERENCIAMENTO DE RECURSOS HÍDRICOS RIBEIRA DO IGUAPE E LITORAL SUL, UGRHI-11 96

MARCOS LEGAL SOBRE A INTRODUÇÃO DE ESPÉCIES EXÓTICAS EM ÁREAS PROTEGIDAS 97

FOCOS DE INCENDIOS EN GRAN SABANA- PARQUE NACIONAL CANAIMA- VENEZUELA, UN ANÁLISIS DESDE 2003 HASTA 2010 98

ETHANOL INDUSTRY EXPANSION IN THE BRAZILIAN CERRADO: A COUNTY LEVEL COMPARATIVE ANALYSIS IN THE STATE OF GOIÁS 99

AGRICULTURE PRODUCTION IMPACTS ON CERRADO BIODIVERSITY: A LAND USE ANALYSIS 100

GOING FORWARD ON COMMON GROUND: A BOTTOM-UP APPROACH ANALYSIS OF THE CONTEXT AND INTERPLAY OF ACTORS 101

PERCEPTIONS OF WILDLIFE ABUNDANCE IN A REMOTE, MARKET INTEGRATED AMAZON COMMUNITY 102

LAND CONFLICT AND THE FOREST FRACTAL BREAK IN THE EASTERN AMAZON 103

GLOBAL VALUE NETWORKS AND SMALL HOLDER WELFARE: THE CASE OF AMAZONIA 104

CATTLE EXPANSION IN AGRARIAN REFORM SETTLEMENTS IN THE BRAZILIAN AMAZON: A CASE STUDY OF SOUTH PARÁ 105

RISCOS NATURAIS DE INUNDAÇÃO NA SUB-BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO FIGUEIREDO-CE, NORDESTE DO BRASIL 106

METODOLOGIAS PARTICIPATIVAS APLICADAS AOS ESTUDOS DE IMPACTOS DAS USINAS EÓLICAS NO LITORAL DO CEARÁ: O CASO DA PRAIA DE XAVIER, CAMOCIM 107

PRÁTICAS/SABERES AGRÍCOLAS FAVORECIMENTO À CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE LOCAL? O CASO DA COMUNIDADE RURAL DE ANDRÉ DO MATO DENTRO, SANTA BÁRBARA, MINAS GERAIS 108

DESCARTE DOS RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE NA CIDADE DE ASSÚ-RN: CONTRIBUIÇÕES INICIAIS 109

A GESTÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS NO MUNICÍPIO DE CASCAVEL-CE: FRAGILIDADE AMBIENTAL, SOCIAL E POLÍTICA 110

CÓDIGO FLORESTAL E ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO DA PLANÍCIE DE DEFLAÇÃO DA ZONA COSTEIRA DO MUNICÍPIO DE EXTREMOZ/RN 111

PROCEDIMIENTOS DE EVALUACIÓN DE IMPACTO AMBIENTAL Y MOVIMIENTOS SOCIOAMBIENTALES: UN DIÁLOGO CONFLICTIVO 112

A INFLUÊNCIA DOS RECURSOS NATURAIS NA CONFIGURAÇÃO TERRITORIAL DA AMÉRICA DO SUL 113

DEFORESTACIÓN Y ACTIVIDADES PRODUCTIVAS EN LOS VALLES DEL OESTE DE LA RIOJA Y CATAMARCA (ARGENTINA), DESDE MEDIADOS DEL SIGLO XIX HASTA LA ACTUALIDAD 114

EIXO 4 - ESTUDOS REGIONAIS E TURÍSTICOS NO DESENVOLVIMENTO LATINO AMERICANO

FLUXOS TURÍSTICOS MUNDIAIS NA ERA DA GLOBALIZAÇÃO: INDICADORES DE UMA TRANSIÇÃO HEGEMÔNICA? 116

EL PROCESO DE CONSTRUCCIÓN TERRITORIAL EN EL ÁREA DE BAHÍA CREEK 117

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33º Congresso da Conf. of Latin Americanist Geographers (CLAG) - “Interfaces do Espaço Latino Americano”

Universidade Federal do Ceará - UFC, Fortaleza/CE, Brasil

EL PERIURBANO DE MAR DEL PLATA (ARGENTINA): CRECIMIENTO DEMOGRÁFICO Y ANÁLISIS TERRITORIAL DE LAS CONDICIONES DE HABITABILIDAD 118

O TERRITÓRIO USADO PELO CIRCUITO INFERIOR DO TURISMO E O PROCESSO DE URBANIZAÇÃO DAS PRAIAS DE REDINHA NOVA, SANTA RITA E JENIPABU, NO MUNICÍPIO DE EXTREMOZ 119

PRODUÇÃO DO ESPAÇO TURÍSTICO EM REGIÃO DE CONFLITO AGRÁRIO: O CASO DE ROSANA-SP 120

O COMÉRCIO INTRA-REGIONAL NO MERCOSUL: UMA DISCUSSÃO A PARTIR DO INTERCÂMBIO ENTRE BRASIL E PARAGUAI 121

ECOTURISMO Y DESARROLLO COMUNITARIO RURAL EN LA HUASTECA POTOSINA, MÉXICO: UNA ALTERNATIVA DE DIVERSIFICACIÓN ECONÓMICA 122

POLÍTICAS PÚBLICAS DE TURISMO: UM OLHAR PARA A REGIÃO MEIO-NORTE DO NORDESTE BRASILEIRO 123

CRISES AND ANDEAN EMIGRATION: A COMPARISON OF COLOMBIA, ECUADOR, AND PERU 124

MIGRANT CHILDREN IN THE AMERICAS: A CRITICAL REVIEW AND FUTURE DIRECTIONS 125

THE POLITICAL ECONOMY OF CUBAN MEDICAL INTERNATIONALISM 126

PAISAGEM, PEDAÇOS DE TEMPOS HISTÓRICOS DOS ASSENTAMENTOS DA MICRORREGIÃO CAMPANHA OCIDENTAL/CAMPANHA GAÚCHA/ RIO GRANDE DO SUL 127

REGIONAL LIMITATIONS FROM SUSTAINABLE DEVELOPMENT PLAN FOR THE MIDDLE-NORTH TOURISTIC REGION 128

AGRICULTURA FAMILIAR E AGROCOMBUSTÍVEL NO MOJU 129

FORTALEZA PARA ALÉM DO SOL E MAR: CONSEQUÊNCIAS SOCIOESPACIAIS DA DIVERSIFICAÇÃO DA MATRIZ TURÍSTICA DA CAPITAL 130

DINÂMICA TERRITORIAL AGROPECUÁRIA E UTILIZAÇÃO DAS TERRAS ATUAIS NO ESCRITÓRIO DE DESENVOLVIMENTO RURAL (EDR) DE SÃO JOÃO DA BOA VISTA 131

POLITICAS TERRITORIAIS DE TURISMO: AÇÕES DO PRODETUR NO NORDESTE BRASILEIRO 132

A ORGANIZAÇÃO DE REDES E GOVERNANÇAS NA REGIONALIZAÇÃO DO TURISMO: MICRORREGIÃO UVA E VINHO - RIO GRANDE DO SUL, BRASIL 133

EFEITOS SOCIOAMBIENTAIS DECORRENTES DA EXPANSÃO DA CULTURA DA CANA-DE-AÇÚCAR NA REGIÃO OESTE PAULISTA 134

NOVO CÓDIGO FLORESTAL E AS IMPLICAÇÕES NAS MUDANÇAS DA PAISAGEM DO CERRADO GOIANO 135

SUGESTÕES PARA O PLANEJAMENTO AMBIENTAL NA SUB-BACIA DO RIO GAVIÃOZINHO - BAHIA, BRASIL 136

AS INDICAÇÕES GEOGRÁFICAS BRASILEIRAS COMO COMPONENTE DO DESENVOLVIMENTO RURAL 137

ROTEIRO GEO-TURÍSTICO NA AMAZÔNIA RIBEIRINHA: POR UM RESGATE DA MEMÓRIA SOCIOESPACIAL NA CIDADE DE CAMETÁ-PA 138

AS NOVAS FRONTEIRAS VITIVINÍCOLAS DO BRASIL: CONSTRUÇÃO E IDENTIDADE NOS VINHOS DA CAMPANHA GAÚCHA E DO VALE DO RIO SÃO FRANCISCO 139

REGIONAL DEVELOPMENT AND CLIMATE CHANGE IN THE AMAZON BORDERLANDS 140

AVALIAÇÃO DA INFRAESTRUTURA, SERVIÇOS DE LAZER NAS PRAIAS FLUVIAIS DO RIO XINGU EM ALTAMIRA (PARÁ) 141

POLÍTICAS PÚBLICAS E APROPRIAÇÃO DO CERRADO NO ESTADO DE GOIÁS: UMA ANÁLISE A PARTIR DA MICRORREGIÃO DE CATALÃO 142

O PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DO DESTINO TURÍSTICO DE CANOA QUEBRADA/CE: RUPTURAS E TRANSFORMAÇÕES 143

O PAPEL DO TURISMO E POLÍTICAS GOVERNAMENTAIS NA REGIONALIZAÇÃO DO NORDESTE BRASILEIRO 144

OS CONFLITOS AMBIENTAIS DA IMPLANTAÇÃO DO IMOBILIÁRIO-TURÍSTICO NO LITORAL DE SERGIPE (BRASIL) 145

O TURISMO CERVEJEIRO COMO POSSIBILIDADE GEOGRÁFICA: RIBEIRÃO PRETO (SP) EM TELA 146

A VILEGIATURA MARÍTIMA E A URBANIZAÇÃO EM TIBAU (RN) 147

TURISMO E AS FORMAS SIMBÓLICAS NO INCENTIVO DO DESENVOLVIMENTO LOCAL EM SANTA CRUZ/RN 148

TERRITORIALIDADES DIVERGENTES NO PROCESSO DE EXPANSÃO DA SOJA NO BAIXO AMAZONAS-PA 149

DINÂMICAS ECONÔMICAS E ORDENAMENTOS TERRITORIAIS DOS GRANDES PROJETOS DE MINERAÇÃO NO ESTADO DO PARÁ (2004-2014): O CASO DE PARAGOMINAS 150

A VILEGIATURA MARÍTIMA E OS MUNÍCIPIOS LITORÂNEOS DA REGIÃO METROPOLITANA DE FORTALEZA: O CASO DE AQUIRAZ, CAUCAIA, SÃO GONÇALO E CASCAVEL. 151

EXPLORING THE FAVELA-CITY BINARY THROUGH CONCEIVED AND LIVED REPRESENTATIONAL SPACE AMID THE 2014 FIFA WORLD CUP 152

TURISMO E DESENVOLVIMENTO LOCAL NO MACIÇO DE BATURITÉ: ANÁLISE QUANTI-QUALITATIVA DA SEGURANÇA PÚBLICA 153

GEOTURISMO E GEOPARQUE: PROPOSTAS DE CRIAÇÃO NO ESTADO DA BAHIA 154

OBRAS TRANSNACIONAIS E AS IMPLICAÇÕES NO ESPAÇO NACIONAL: A REALIDADE BRASILEIRA 155

ANALISE DOS CÁLCULOS MORFOMÉTRICA NO CONTEXTO DA SUB-BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO BOM JESUS, TAPERUABA, SOBRAL (CE). 156

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33º Congresso da Conf. of Latin Americanist Geographers (CLAG) - “Interfaces do Espaço Latino Americano”

Universidade Federal do Ceará - UFC, Fortaleza/CE, Brasil

ESPAÇO E TEMPO: REFLEXÕES SOBRE OS AGENTES MODELADORES DO URBANO NA AMAZÔNIA BRASILEIRA 157

ESPAÇO VIVIDO E IDENTIDADE REGIONAL: UM OLHAR SOBRE O LESTE E O OESTE DO RECÔNCAVO BAIANO 158

O CRESCIMENTO DA PRODUÇÃO CANAVIEIRA NO MUNICÍPIO DE DOURADOS E AS TRANSFORMAÇÕES NA INFRAESTRUTURA RODOVIÁRIA PARA O ESCOAMENTO DA CANA-DE-AÇUCAR NO PERÍODO DE 2008 A 2010 159

CONFLITOS TERRITORIAIS NA ZONA DE LITÍGO ENTRE CEARÁ E PIAUÍ: DISCUTINDO O CASO DE PARAMBU (CE) E PIMENTEIRAS (PI) 160

NUANÇAS DO PLANEJAMENTO TURÍSTICO NO LITORAL OESTE DO CEARÁ, BRASIL: A PRAIA DA BALEIA, EM ITAPIPOCA 161

A PRODUÇÃO DE ARROZ ECOLÓGICO NA REGIÃO METROPOLITANA DE PORTO ALEGRE/RS: INCLUSÃO SÓCIO ECONÔMICA E TRANSFORMAÇÕES TERRITORIAIS 162

DAS GRANDES OBRAS ÀS PEQUENAS OBRAS HÍDRICAS: ANÁLISE PRELIMINAR DAS FORMAS DE CONVIVÊNCIA COM A SECA NA REGIÃO DA BACIA DO RIO PARAÍBA 163

ANÁLISE DOS USOS MÚLTIPLOS E IMPACTOS AMBIENTAIS EM ÁREA RURAL: AÇUDE DO RIO CAXITORÉ, CEARÁ 164

PLANEJAMENTO REGIONAL E POLÍTICAS PÚBLICAS DE TURISMO NO MACIÇO DE BATURITÉ, CEARÁ, BRASIL 165

EIXO 5 - REDES ECONÔMICAS, URBANIZAÇÃO E FONTES DE ENERGIA

O PAPEL DE NOVA FRIBURGO NA REDE DE LOCALIDADES CENTRAIS FLUMINENSE: UMA ANÁLISE COMPARATIVA 1966 -2007 167

AGRICULTURA URBANA EM PORTO ALEGRE: DINÂMICAS SOCIOECONÔMICAS NO ESPAÇO LOCAL 168

A AÇÃO DO ESTADO E DA POLÍTICA HABITACIONAL NA PRODUÇÃO SOCIOESPACIAL DA REGIÃO METROPOLITANA DE ARACAJU (SE) 169

DINÂMICAS URBANAS NA AMAZÔNIA ORIENTAL: ELEMENTOS PARA PENSAR A REDE URBANA NA PORÇÃO LESTE DA ILHA DE MARAJÓ, PARÁ 170

O PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO E MEGAEVENTOS SUAS SEMELHANÇAS E CONSEQUNCIAS NO ESPAÇO URBANO DE FORTALEZA 171

A DINÂMICA DOS CIRCUITOS DA ECONOMIA URBANA NA INDÚSTRIA DE CONFECÇÃO EM FORTALEZA, CEARÁ 172

RELAÇÃO CAMPO CIDADE: UM ESTUDO DE CASO NO MUNICÍPIO DE PARINTINS-AM 173

O PAPEL DAS FRAQUIAS NA CONSOLIDAÇÃO DA CENTRALIDADE DAS CIDADES MÉDIAS: O CASO DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO-SP 174

DENTRO E FORA DOS MUROS: RESIDENCIAIS FECHADOS E SEGREGAÇÃO SOCIOESPACIAL EM CIDADES NÃO METROPOLITANAS 175

CENTRO HISTÓRICO E CENTRO TRADICIONAL: NOVAS DINÂMICAS E O CASO DA CIDADE DE MARÍLIA-SP 176

GENTRIFICAÇÃO DO ESPAÇO URBANO E SUA INFLUÊNCIA NA DINÂMICA ECONÔMICA DA CIDADE 177

AL-QAEDA E ESTADO ISLÂMICO (EI): DA FRANQUIA AO CALIFADO? ESCALAS, REDES E TERRITÓRIOS 178

THE END GAME OF MEGA-EVENTS IN RIO DE JANEIRO 179

O COMÉRCIO DO CIRCUITO INFERIOR E SUA ESTRUTURAÇÃO NO CENTRO DE FORTALEZA 180

TRANSPORTE AÉREO DE CARGAS EM SANTA CATARINA: PRINCIPAIS ENTRAVES PARA O DESENVOLVIMENTO LOCAL E REGIONAL 181

A PRODUÇÃO DA EXCLUSIVIDADE: EMPREENDIMENTOS DE ALTO PADRÃO, CUIABÁ/MT 182

A REGIÃO METROPOLITANA DO CARIRI E OS PLANOS DE INTEGRAÇÃO DO GOVERNO DO ESTADO DO CEARÁ PARA O CARIRI CEARENSE 183

DESAFIOS E POSSIBILIDADES PARA PENSAR O PLANEJAMENTO E A GESTÃO URBANA EM ÁREAS DE VULNERABILIDADE SOCIAMBIENTAL: REFLEXÕES A PARTIR DO CONTEXTO DA COMUNIDADE DO MUTIRÃO EM CAMPINA GRANDE/PB 184

A AÇÃO DOS AGENTES PRODUTORES DO ESPAÇO URBANO EM TERESINA-PI: UM DIAGNÓSTICO A PARTIR DOS PLANOS DIRETORES URBANOS 185

POTENCIAL ENERGÉTICO CONTENIDO EN LOS RESIDUOS SÓLIDOS URBANOS. REALIDAD BRASILEÑA 186

MIGRACIÓN INTERNACIONAL LIMÍTROFE EN LA PROVINCIA DE ENTRE RÍOS, REPÚBLICA ARGENTINA: APORTES MIGRATORIOS, DISTRIBUCIÓN Y CARACTERÍSTICAS SOCIODEMOGRÁFICAS DE LOS INMIGRANTES, 2001-2010 187

A AÇÃO DOS AGENTES SOCIAIS NA PRODUÇÃO DO ESPAÇO URBANO: ESTUDO DE CASO DO VETOR DE EXPANSÃO DA ESTRADA DE MADUREIRA, NOVA IGUAÇU - RJ 188

A URBANIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE PARINTINS-AM E AS IMPLICAÇÕES SOBRE AS RELAÇÕES CAMPO CIDADE 189

A ORGANIZAÇÃO DO AGRONEGÓCIO EM GOIÁS: ABORDAGENS A PARTIR DO PLANO NACIONAL DE LOGÍSTICA E TRANSPORTE - PNLT 190

ANÁLISE SOCIOESPACIAL DOS HOMICÍDIOS NA REGIÃO METROPOLITANA DE FORTALEZA 191

DE VAZIO DEMOGRÁFICO À POLO REGIONAL: A FORMAÇÃO DO ESPAÇO URBANO DE CHAPECÓ-SC 192

O TERRITÓRIO DAS INDÚSTRIAS DE ALIMENTOS EM ARAPIRACA - AL 193

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33º Congresso da Conf. of Latin Americanist Geographers (CLAG) - “Interfaces do Espaço Latino Americano”

Universidade Federal do Ceará - UFC, Fortaleza/CE, Brasil

A ORGANIZAÇÃO PRODUTIVA E REGIONAL DO SEGMENTO UPSTREAM DA INDÚSTRIA PETROLÍFERA NA BACIA POTIGUAR 195

IMPACTOS SOCIO-AMBIENTAIS DA BR-365 NA CIDADE DE UBERLÂNDIA/MG (BRASIL) 196

DA MIGRAÇÃO SERTANEJA AO SURGIMENTO DAS FAVELAS: A FORMAÇÃO SOCIOESPACIAL E VULNERABILIDADE EM FORTALEZA-CEARÁ 197

DINÁMICA URBANA REGIONAL ARGENTINA DURANTE LA SEGUNDA MITAD DEL SIGLO XX Y COMIENZOS DEL XXI 198

PATRIMÔNIO E MEMÓRIA URBANA: REFLEXÕES GEOGRÁFICAS 199

PRAÇA PADRE CÍCERO: TERRITÓRIO DE APROPRIAÇÃO EM JUAZEIRO DO NORTE-CE 200

THE EFFECT OF LEGAL MARIJUANA IN THE US ON MEXICAN DRUG CARTELS 201

URBAN DEVELOPMENT, PUBLIC POLICY AND THE CONTRADICTIONS OF DECENT HOUSING: INSIGHTS FROM MEXICO 202

O DESAFIO DA CONSTITUIÇÃO DE REDE DE CATADORES DE MATERIAIS RECICLÁVEIS NO OESTE PAULISTA 203

REESTRUTURAÇÃO URBANA E SEGREGAÇÃO SOCIO-ESPACIAL 204

MUDANÇAS SOCIAIS E CONSTRUÇÃO DE CIDADES SAUDÁVEIS: ENTRE DESAFIOS E OPORTUNIDADES 205

O LUGAR DO CRATO NO SÉCULO XX: MORFOLOGIA E FUNÇÕES URBANAS DA AGLOMERAÇÃO EM ESTUDO 206

CIRCUITO ESPACIAL PRODUTIVO DA VITIVINICULTURA NO SUL DO RIO GRANDE DO SUL: TERRITÓRIOS EM FORMAÇÃO 207

A (RE)PRODUÇÃO DO ESPAÇO NO GRANDE MUCURIPE, EM FORTALEZA, CEARÁ, BRASIL 208

A CENTRALIDADE DO LAZER NOTURNO NA AVENIDA ALBERTO ANDALÓ: UM ESTUDO A PARTIR DOS LEVANTAMENTOS DOS ESTABELECIMENTOS COMERCIAIS 209

CIDADES X LOTEAMENTOS: A ASCENSÃO DO MERCADO DE TERRAS NAS PEQUENAS CIDADES DO RIO GRANDE DO NORTE 210

O DESAFIO DAS POLITICAS PUBLICAS DE HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL EM MUNICÍPIOS DE PEQUENO PORTE NA AMAZÔNIA: PONTA DE PEDRAS - PA 211

DO CAMINHO DA CANOA ÀS ESCADAS DOS ARRANHA-CÉUS: A AVENIDA EDUARDO RIBEIRO, MANAUS, AMAZONAS 212

INDÚSTRIA E MOBILIDADE DA FORÇA DE TRABALHO NA PRODUÇÃO DO ESPAÇO METROPOLITANO CEARENSE 213

MINHA CASA, MINHA VIDA E MERCADO IMOBILIÁRIO: ANÁLISE DA PRODUÇÃO ESPACIAL DAS CIDADES DO CRATO, JUAZEIRO DO NORTE E BARBALHA- CE 214

A PRODUÇÃO ESPACIAL E O CIRCUITO PRODUTIVO DO BORDADO EM SAPUPARA, MARANGUAPE, CE 215

A CIDADE ILEGAL: ANÁLISE SOBRE AS PRÁTICAS COTIDIANAS NO USO DOS ESPAÇOS PÚBLICOS EM MANAUS 216

PRODUÇÃO TERRITORIAL DOS RESORTS NO LITORAL DO CEARÁ-BRASIL: CENÁRIOS E FANTASIAS 217

EIXO 6 - NOVAS TERRITORIALIDADES QUESTÕES CULTURAIS CONTEMPORÂNEAS

HORTO DE JUAZEIRO DO NORTE-CEARÁ E A CONSTRUÇÃO SIMBÓLICA DE UMA CENTRALIDADE 219

HYBRID METHODS IN GEOGRAPHICAL RESEARCH: PLACING LATINO AND HISPANIC COMMUNITIES IN NEW ORLEANS 220

LA COMUNIDAD LATINA DE NUEVA ORLEANS EN EL SIGLO 21: NUEVOS RETOS EN EL RESURGIMIENTO DE UN DESTINO DE INMIGRACIÓN 221

LATINO SENSE OF PLACE IN NEW ORLEANS, LOUISIANA 222

INTRODUCTION TO HISPANIC AND LATINO NEW ORLEANS: IMMIGRATION AND IDENTITY SINCE THE EIGHTEENTH CENTURY 223

“AQUI COMEÇOU A HISTÓRIA DO ESPÍRITO SANTO” SOBRE A POLÍTICA DAS IMAGENS E DA NARRATIVA COLONIAL FUNDADORA DOS LUGARES 224

CORES CANTOS E RITOS DA CULTURA POPULAR: UM OLHAR FENOMENOLÓGICO SOBRE O ENCONTRO CULTURAL DE LARANJEIRAS 225

TERRITÓRIO VIVIDO E MODO DE VIDA DOS PRODUTORES DE AÇAÍ DO BAIXO RIO MERUÚ EM IGARAPÉ-MIRI/PA 226

TERRITORIALIDADE DOS JOVENS DE PERIFERIA NOS CIRCUITOS DE DIVERSÃO NOTURNA EM CIDADES MÉDIAS 227

O “NOVO BAIRRO” JÓQUEI CLUBE: MARCA, TRAÇO E RESISTÊNCIAS DE UM ESPAÇO DE LAZER IDENTITÁRIO EM FORTALEZA 228

O BAIRRO SÃO GONÇALO BEIRA RIO E A COPA DO MUNDO 2014 EM CUIABÁ-MT 229

CORPO, FÉ E GLORIA: UMA DESCRIÇÃO FRAGMENTÁRIA DOS ROMEIROS DE SÃO FRANCISCO DE CANINDÉ, CEARÁ 230

GESTIÓN METROPOLITANA EN MÉXICO. ENTRE LO JURÍDICO Y LA VOLUNTAD POLÍTICA 231

VISUALIZANDO EL SUBTERRÁNEO: ESPACIOS MINEROS Y LA REPRESENTACIÓN CARTOGRÁFICA EN LOS ANDES DE LA ÉPOCA COLONIAL TARDÍA 232

ESTABLISHING A NEW INDIGENOUS TERRITORY FOR THE MISKITU IN HONDURAS 233

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33º Congresso da Conf. of Latin Americanist Geographers (CLAG) - “Interfaces do Espaço Latino Americano”

Universidade Federal do Ceará - UFC, Fortaleza/CE, Brasil

BIOSPHERE RESERVES ARE NOT ENOUGH: PROTECTING INDIGENOUS TAWAHKA TERRITORIALITY IN THE HONDURAN MUSKITIA 234

IDENTIDADES E SÓCIOESPACIALIDADES DAS COMUNIDADES TRADICIONAIS DO SERTÃO ALAGOANO 235

ESTUDO GEOGRÁFICO NA LITERATURA REGIONALISTA BRASILEIRA 236

AS POTENCIALIDADES DAS FESTAS NA REPRODUÇÃO DO HISTÓRICO DA CIDADE: O PASSADO E O PRESENTE DE FORTALEZA-CE NA FESTA DE SÃO PEDRO DOS PESCADORES 237

LA ESPACIALIDAD DE LAS MIGRACIONES BOLIVIANAS: EXPERIENCIAS COTIDIANAS MATERIALES Y SIMBÓLICAS DE LA COMUNIDAD BOLIVIANA EN EL CINTURÓN HORTÍCOLA SANTAFESINO, PROVINCIA DE SANTA FE, REPÚBLICA ARGENTINA 238

TERRITÓRIO E TERRITORIALIDADE: UMA PROPOSTA GEOGRÁFICA PARA ANÁLISE DO PROCESSO CONSTITUTIVO DO TERREIRO DE CANDOMBLÉ 239

PARA ALÉM DOS “CONDOMÍNIOS FECHADOS”: REFLEXÕES SOBRE MEDO, TERRITÓRIOS FORTIFICADOS E SOCIABILIDADE 240

COSMOLOGIA XERENTE X (IR) RACIONALIDADE ECONÔMICA EM TOCANTINS: NOVAS TERRITORIALIDADES EM CURSO 241

DINÂMICAS DAS FEIRAS LIVRES CONTEMPORÂNEAS: UM ESTUDO SOBRE A FEIRA LIVRE DE SÃO BENTO EM CASCAVEL/CE 243

VALORIZAÇÃO DO PATRIMÔNIO MATERIAL CULTURAL INDÍGENA ENQUANTO RIQUEZA A SER RECONHECIDA, VALORIZADA E PRESERVADA 244

A CIDADE DE MANAUS/AM ATRAVÉS DO OLHAR DO VELHO 245

PAISAGEM E LUGAR: A PERCEPÇÃO DOS COMERCIANTES DA PRAIA DA PONTA NEGRA/AM-BRASIL 246

IDENTIDADE E TERRITÓRIOS DO ROCK: UM OLHAR SOBRE O ESPAÇO URBANO DA CIDADE DE SOBRAL-CE 247

MOBILITY AND SMALLHOLDER FOOD SECURITY: CIRCULAR SUBSISTENCE MIGRATION IN NORTHWESTERN NICARAGUA 248

NACIÓN POST-MORTEM: CINE Y TERRITORIALIDAD EN PUERTO RICO 249

SOCIAL MEMORIES, JUSTICE, AND FAVELAS IN RIO DE JANEIRO, BRAZIL 250

LAND INVASIONS AND INDIGENOUS RIGHTS STRUGGLES: CHALLENGES FOR COMMUNITY-BASED RESOURCE MANAGEMENT IN THE COLLECTIVE LAND OF ARIMAE IN THE DARIÉN, PANAMA 251

GEOGRAPHIES OF MEMORY, NATIONALISM AND DEVELOPMENT IN GUATEMALA 252

SOIL COMPANHEIROS AND GARDEN ‘COUPLES: AN INDIGENOUS PERSPECTIVE ON LANDSCAPE MANAGEMENT IN THE BRAZILIAN CERRADO 253

A IDENTIDADE TERRITORIAL PORTUGUESA NO RIO DE JANEIRO E O CONTEXTO AMÉRICA LATINA 254

INTERAÇÕES ETNOECOLÓGICAS ENTRE COMUNIDADES TRADICIONAIS E AMBIENTE SEMIÁRIDO NO TERRITÓRIO QUILOMBOLA LAGOAS, PIAUÍ 255

AS FESTAS TRADICIONAIS RELIGIOSAS NO CONTEXTO DE MUDANÇAS NO USO E A APROPRIAÇÃO DO ESPAÇO PARA A PRÁTICA DO TURISMO NO DISTRITO DE GARDÊNIA, MUNICÍPIO DE RANCHARIA-SP: ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE OS ASPECTOS ORGANIZACIONAIS E OS PERFIS DOS VISITANTES/TURISTAS 256

IMPACTOS TERRITORIALES DERIVADOS DE LOS PROCESOS DE REHABILITACIÓN DEL PATRIMONIO CULTURAL DEL CENTRO HISTÓRICO DE LA CIUDAD DE MÉXICO 257

MIGRAÇÃO E CAFEICULTURA: ANÁLISE DA REDE MIGRATÓRIA ENTRE A MICRORREGIÃO DA SERRINHA – BA E O SUL DE MINAS – MG 258

A TERRITORIALIDADE GAÚCHA NO NORTE DO PARANÁ: APONTAMENTOS SOBRE IDENTIDADE, MIGRAÇÃO E CULTURA NOS CENTROS DE TRADIÇÕES GAÚCHAS 259

DIMENSÃO CULTURAL DAS PRATICAS SÓCIO-PRODUTIVAS DOS PRODUTORES CAMPONESES E DO AGRONEGÓCIO EM UBERLÂNDIA-MG 260

PEREGRINAÇÕES A PÉ: EXPERIÊNCIAS E A EXPRESSÃO ESPACIAL DO HORIZONTE 261

TERRITORIALIDADE DAS CATADORAS DE MANGABA NO LITORAL SUL DE SERGIPE 262

IMAGENS DO COTIDIANO BRASILEIRO EM LONDRES 263

¿QUÉ QUEREMOS DECIR CUANDO HABLAMOS DE TRANSNACIONALIZACIÓN DE LOS MOVIMIENTOS SOCIALES? LA DIFERENCIA QUE LA GEOGRAFÍA PUEDE HACER 264

(RE)EXISTÊNCIA CAMPONESA NOS ESPAÇOS HEGEMONIZADOS DO SUDOESTE GOIANO 265

RIBEIRINHO AMAZÔNICO E A PESCA: UMA ANÁLISE DOS ELEMENTOS QUE CARTOGRAFAM A CULTURA DAS FAMILIAS DE VÁRZEA NO MUNICÍPIO DE ABAETETUBA-PA 266

PAISAGEM SONORA: A FORMAÇÃO DO PATRIMÔNIO IMATERIAL EVANGÉLICO NA REGIÃO METROPOLITANA DE FORTALEZA 267

USOS DO TERRITÓRIO EM CONFLITO NA AMAZÔNIA PARAENSE: OS TEMBÉS-TURÊ-MARIQUITA E A BIOPALMA EM TOMÉ-AÇU (PA) 268

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33º Congresso da Conf. of Latin Americanist Geographers (CLAG) - “Interfaces do Espaço Latino Americano”

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Eixo 1

GEOPROCESSAMENTO APLICADO E LAND CHANGE SCIENCE NA AMÉRICA

LATINA

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33º Congresso da Conf. of Latin Americanist Geographers (CLAG) - “Interfaces do Espaço Latino Americano”

12 Universidade Federal do Ceará - UFC, 26-30 de Maio de 2015, Fortaleza/CE, Brasil

GEOINFORMAÇÃO NA ABORDAGEM DE PROBLEMAS SOCIOAMBIENTAIS: APLICAÇÃO DO IDG NO MUNICÍPIO DE HORIZONTE, ESTADO DO CEARÁ, BRASIL

- Emanuel Lindemberg Silva Albuquerque

Devido à expressiva e rápida expansão demográfica diagnosticada nas cidades nas últimas décadas, torna-se imprescindível a introdução de novas metodologias que busquem compreender e operacionalizar a real situação ambiental e socioeconômica que se materializam no espaço geográfico. Dessa forma, objetiva-se neste estudo abordar o Índice de Desempenho Geossocioeconômico – IDG como subsídio ao ordenamento territorial ao nível dos setores censitários do município de Horizonte, Estado do Ceará, Brasil. O referencial teórico-metodológico parte dos princípios da abordagem sistêmica, tendo em vista que tais orientações são importantes premissas na concepção do espaço geográfico em sua totalidade, tendo como suporte técnico-operacional os preceitos da geoinformação. O Índice de Desempenho Geossocioeconômico – IDG se baseia na metodologia desenvolvida pelo IPECE (2012) para o cálculo do Índice Municipal de Alerta – IMA. A partir da análise do IDG, que reúne, notadamente, informações pertinentes às condições ambientais, sociais e econômicas, torna-se possível avaliar a vulnerabilidade da população de um setor censitário a uma determinada variável, o que proporciona uma ação mais eficaz quando se busca resolver um problema. Neste contexto, menciona-se que o município de Horizonte passou nos últimos 28 anos por intensas alterações na sua configuração espacial e nas suas condições geossocioeconômicas, em virtude da instalação de um robusto parque industrial que potencializou a reboque deste processo um intenso fluxo migratório. A partir da compilação dos dados das condições ambientais e socioeconômicas, foi possível estruturar um banco de dados dinâmico e robusto com capacidade de agregação a um Sistema de Informação Geográfica – SIG. Por conseguinte, procedeu-se a espacialização e sobreposição das variáveis por meio do IDG, tendo em vista que as ações e os problemas existentes possuem uma localização geográfica precisa. Baseado no IDG, calculado para os 73 setores censitários de Horizonte, verifica-se que 1.308,60 hectares (ha), ou 7 setores censitários, compreendem setores de Alta Vulnerabilidade geossocioeconômica; 6.746,34 ha, ou 29 setores censitários, abrangem setores de Média-Alta Vulnerabilidade; 4.984,23 ha, ou 30 setores censitários, compreendem setores de Média-Baixa Vulnerabilidade e 3.005,34 ha, ou 7 setores censitários, envolvem setores Baixa Vulnerabilidade. Conclui-se, portanto, que os setores com Alta Vulnerabilidade e de Média-Alta Vulnerabilidade, segundo o IDG, encontram-se exatamente nas áreas mais vulneráveis do ponto de vista das dimensões socioeconômicas e ambientais, como no perímetro urbano do município de Horizonte e nas planícies fluviais e lacustres mais densamente povoadas. Nesse sentido, a importância de se trabalhar com a geoinformação se justifica pela possibilidade da análise do espaço geográfico de maneira integrada, a qual possibilita um maior número de acertos no que tange a tomada correta de decisão por parte do poder público e da sociedade. Nessa perspectiva, a proposta do desenvolvimento e implementação do Índice constituiu-se numa ferramenta que possibilita compreender e avaliar o espaço geográfico de maneira totalizante, tendo em vista a eficiência dos SIG’s em produzir resultados possantes que podem contribuir com a gestão pública, tendo o setor censitário como unidade territorial a subsidiar as questões relacionadas ao município, através do tripé – ambiental, social e econômico. Palavras-chave: Ordenamento territorial, Banco de dados, Geoprocessamento.

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MECANISMOS ON-LINE DE CONSTRUÇÃO DE MAPAS TEMÁTICOS

- Ana Paula Colavite - Rafael Moraes Marcolino

Apresenta-se aqui os resultados de pesquisa sobre bibliotecas geoestatisticas on-line e seus recursos para produção de mapas virtuais, as bibliotecas tem sido ampliadas e aprimoradas constantemente com mecanismos de busca e integração entre os dados. Para Osses et al (2000), um dos desafios que ainda permanece é de transformar os bancos de dados existentes em verdadeiras Bibliotecas Digitais Geográficas (BDG), com recursos avançados de representação espacial em mapas temáticos. A análise foi realizada em duas BDG brasileiras: Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil 2013 e SIDRA-IBGE. Os itens testados e avaliados agrupam-se em 05 categorias: dados disponíveis, recorte espacial e limites estabelecidos, métodos de representação cartográfica, formato de resposta do sistema, acessibilidade e grau de dificuldade no manuseio. A análise dos resultados pautou-se nas discussões propostas por Bertin (1973, 1977), Martinelli (1990, 1991), Ramos (2005), Peterson (1995, 1999). O Atlas centra esforços na representação de índices geoestatisticos socioeconômicos, o recorte espacial por municípios, estados e áreas temáticas, para os anos de 1991, 2000 e 2010. O método é o coroplético sem a possibilidade de escolha de cores e tons, a subdivisão da legenda em quantis, intervalos iguais ou faixas padronizadas. A resposta do sistema consiste em mapas vetoriais sobre a base do Google Mapas, podendo ser salvo por captura de tela ou impresso em pdf, de media qualidade. O sistema é de simples manuseio, bastante intuitivo e amigável, porem com baixa interatividade e sem possibilidade de associação de múltiplas mídias. O SIDRA disponibiliza recursos para representação da base de dados histórica dos censos do IBGE, contempla ampla gama de dados e temáticas. O recorte espacial compreende as regiões brasileiras, estados, mesorregiões, microrregiões e municípios. O método é coroplético com possibilidade de escolha de cores e tons, subdivisão da legenda em quantis, intervalos iguais e personalizada. A resposta do sistema produz mapas em formato de imagem ou vetorais sobrepostos à plataforma Google Mapas, no EstatGeo (podendo ser exportado em shapefile ou kml). A busca inicial dos dados é complexa, baseado em tabelas, a organização é pouco intuitiva e pouco interativa. Está em desenvolvimento o WebCartaBeta que provavelmente facilitará o processo de consulta, recuperação e produção de mapas com base nos dados geoestatísticos históricos dos recenseamentos do IBGE. Em termos gerais as BGD analisadas apresentam funções e métodos de representação temáticos restritos, com baixa interatividade e poucos recursos multimídia, entretanto constituem importante iniciativa de construção de mecanismos de agrupamento, sistematização e apoio à representação dos dados geoespaciais, podendo auxiliar atividades de ensino e pesquisa. A construção instantânea e on-line de mapas possibilita a análise critica de temas brasileiros, especialmente com base nas variáveis socioeconômicas, identificando as assimetrias nacionais e regionais, a concentração e dispersão dos fatores geográficos. Conclui-se, portanto que são de suma importância para a disseminação e compreensão das variáveis e fenômenos geográficos nas escalas local, regional e nacional. Palavras-chave: Cartografia Digital, Bibliotecas on-line, Dados geoestatísticos.

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14 Universidade Federal do Ceará - UFC, 26-30 de Maio de 2015, Fortaleza/CE, Brasil

IMPLANTAÇÃO DE ENERGIA EÓLICA E ESTIMATIVA DAS PERDAS AMBIENTAIS NO MUNICÍPIO DE ACARAÚ-CE, BRASIL

- Caroline Vitor Loureiro

- Adryane Gorayeb

A crise internacional do petróleo (década de 1970) impulsionou o desenvolvimento de equipamentos em escala comercial para a geração de energia eólica. O Brasil, possuidor de uma matriz energética hidráulica, vem incentivando a participação da indústria eólica na geração de energia, contando com o apoio de programas nacionais governamentais de incentivo, à exemplo o Programa de Incentivo às Fontes Alternativas (PROINFA). O país ainda ocupa a décima oitava posição mundial em produção, dados da American Wind Energy Association (AWEA), com aproximadamente 835 MW médios de potência instalada. O Estado do Ceará, região Nordeste do país, conta hoje com um potencial real de geração eólica de 26,2 GW, distribuídos entre o litoral, interior (on-shore) e a certa distância da costa (off-shore). Representa o maior potencial competitivo para a instalação dessa atividade, no entanto, essa modalidade quando instalada sobre ambientes componentes da planície litorânea acarreta impactos ambientais como o desmatamento da vegetação, a compactação das dunas e o soterramento de lagoas interdunares, bem como alterações no modo de vida das populações locais. Objetivando analisar esta problemática no litoral do Estado, este estudo realizou uma estimativa das perdas ambientais provocadas por esta atividade no município de Acaraú, litoral oeste do Ceará, Nordeste do Brasil. Para o desenvolvimento desta pesquisa, foram feitos trabalhos em campo e levantamento documental acerca da temática e dos empreendimentos instalados e em processo de instalação. Por meio da análise realizada foram percebidos impactos como a retirada da vegetação de manguezal e de praia para a ocupação física dos terrenos com a construção de plataformas e caminhos de circulação, e a privatização do acesso a esses ambientes, desarticulando o modo de vida tradicional da população nativa e a dinâmica ambiental. Verificou-se, no entanto, pautando-se na lógica do Desenvolvimento Sustentável, a viabilização econômica, social e ambiental dessa atividade por meio de sua alternativa locacional, aproveitando os Tabuleiros Pré-Litorâneos. Os dois primeiros parques eólicos instalados em Acaraú localizam-se no litoral, porém mais dois em processo de instalação e operação já estão localizados na área de Tabuleiro, respondendo a esta demanda populacional e ambiental. Palavras-chave: Parques eólicos, Impactos ambientais, Litoral, Desenvolvimento sustentável.

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MÉTODOS DE CLASSIFICAÇÃO SUPERVISIONADA DE IMAGENS DE SATÉLITE APLICADAS NO MAPEAMENTO DO USO DO SOLO NA BACIA HIDROGRÁFICA DO

RIBEIRÃO SANTO ANTÔNIO, SÃO MANUEL/SP

- Aline Kuramoto Gonçalves - Gabriel RondiaPupo da Silveira

- Zacarias Xavier de Barros - Sergio Campos

Em meio à necessidade de desenvolvimento de técnicas e tecnologias para o monitoramento dos recursos naturais temos os sistemas de sensoriamento remotos disponíveis como as fotografias aéreas e as imagens de satélites que são ferramentas muito utilizadas atualmente. Este se posiciona como uma técnica de importância para os estudos ambientais, haja vista a possibilidade de informações e dados relevantes gerados em um determinado espaço e paisagem. Torna-se possível a sua aplicação, em inúmeras áreas da ciência, mas principalmente com a sua utilização ao monitoramento ambiental para a verificação de áreas submetidas às restrições ambientais e a quantificação dos usos da terra (rural/urbano) de uma determinada unidade territorial, a bacia hidrográfica. As bacias hidrográficas vêm se consolidando como unidade geográfica de planejamento do uso e ocupação das terras, tanto no meio rural quanto urbano. Este estudo teve como objetivo comparar a eficiência de métodos de classificação supervisionada de imagens orbitais, utilizando técnicas de geoprocessamento para o mapeamento e análise do uso e ocupação da terra de maneira a entender a dinâmica da paisagem. A área de estudo está localizada na bacia hidrográfica do Ribeirão Santo Antônio, em São Manuel, São Paulo, Brasil. Utilizou-se o uso de técnicas de sensoriamento remoto por meio de imagens de satélite LANDSAT - 8 (2014) do sensor Operational Land Imager (OLI) com resolução espacial de 30 x 30 metros,

obtidas pelo Glovis. e de geoprocessamento para a integração das informações contidas no Sistema de Informação Geográfica (SIG) - IDRISI, juntamente com o uso de mapas digitais, publicado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, na escala 1: 50.000 Utilizando o SIG-Idrisi Selva foi possível georreferenciar todas as bases, carta e imagem, no sistema UTM (Universal Transversa de Mercador), Datum Córrego Alegre. Foram determinadas as coordenadas de cada ponto e com estes dados foi feito um arquivo de correspondência, através do comando Edit do menu Database Query, presente no módulo Analysis. Os dados vetoriais da bacia em estudo foram gerados, no software CartaLinx, à partir da carta planialtimétrica georreferenciada. Foi feita a classificação supervisionada na área de estudo que trata do procedimento utilizado no sensoriamento remoto para quantificar os dados da imagem de satélite. Neste processo os pixels da imagem em uma imagem de forma a representar tipos específicos de cobertura terrestre, ou classes que são conhecidas a priori Foram utilizadas duas classificações: paralelepípedo e a máxima verossimilhança (maxver). De modo geral, as classificações obtidas a partir dos pixels não obtiveram resultados kappa satisfatórios, quanto a precisão, considerando que parte dos acertos tenha ocorrido casualmente. Para isso, são sorteados pontos aleatórios na imagem classificada, que são comparados com a verdade terrestre, servindo como referência para a validação. O método de classificação supervisionada MAXVER apresentou o melhor desempenho, entretanto, apresentou diferença significativa entre a área classificada e a verdade terrestre, além disso, exigiu um elevado tempo na determinação das amostras de treinamento. Palavras-chave: Geoprocessamento, Sensoriamento Remoto, Bacia Hidrográfica.

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IDENTIFICAÇÃO DE FEIÇÕES COSTEIRAS DA REGIÃO COSTA DAS BALEIAS ATRAVÉS DE IMAGENS DE SATÉLITE RAPIDEYE

-Sírius Oliveira Souza

-Liliane Matos Góes -Regina Célia de Oliveira

O planejamento e a gestão dos recursos naturais constituem-se na contemporaneidade uma necessidade para se evitar o comprometimento dos recursos naturais e a potencialização ou o desencadeamento de processos morfogenéticos negativos. Nos ambientes costeiros esta situação torna-se preocupante, haja visto que tais ambientes apresentam uma geologia e geomorfologia cuja natureza e evolução favorecem a atuação intensa de processos complexos e dinâmicos (MUEHE, 1995). Para que o mencionado planejamento seja possível faz-se necessário um levantamento do substrato físico-natural da área a ser gerenciada. Considerando-se que o relevo é um componente deste substrato, organizado em formas, as quais oferecem sustentáculo para arranjos espaciais de produção humana (ROSS, 2006), o levantamento e a análise das características do relevo tem relevância para os processos de planejamento e ordenamento ambiental. Neste contexto, a identificação de feições costeiras é um recurso importante por possibilitar identificar o quadro espacial em que tais compartimentos se estruturam e se desenvolvem. Assim, a representação das feições costeiras pode fornecer dados sobre as condições locais para o uso e a ocupação ou, ainda, em caso de uso e ocupação já efetivos, pode auxiliar na identificação de áreas potencialmente problemáticas (CUNHA, 2011). Tendo como área em estudo, a Região Costa das Baleias (DOMINGUEZ, 2008), localizada no extremo sul do estado da Bahia, entre os paralelos 17°28'52.23"S e 18°20'4.26"S e os meridianos 39°11'41.93" e 40°29'27.03"W de Greenwich, abrangendo os municípios de Alcobaça, Caravelas, Nova Viçosa e Mucuri, totalizando uma área aproximada em 6.893,78 km². Este trabalho objetiva discutir a identificação de feições costeiras, a partir de imagens disponibilizadas pelo Satélite RapidEye. Para realização do trabalho foram utilizadas Imagens da constelação de satélites RapidEye disponibilizadas gratuitamente pelo Ministério do Meio Ambiente no portal GeoEye. Estas imagens possuem resolução espacial de 5 metros multiespectral, registrando em 5 faixas espectrais nas regiões do visível e da borda infravermelha. Após a aquisição das imagens não houve a necessidade de nenhum tipo de registro, pois a mesma foi adquirida em formato georreferenciado no Datum SAD 1969. Para uma melhor visualização dos alvos o histograma da imagem foi reamostrado, utilizando o método estatístico Minimum e Maximum e posteriormente foi realizada uma interpretação visual das principais feições morfológicas identificadas na linha de costa com base no Manual Técnico de Geomorfologia do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2009). Os resultados possibilitaram identificar na Região Costa das Baleias a predominância dos processos deposicionais, decorrentes da ação fluvial (Planícies Fluviais), de processos marinhos (Cordões Litorâneos) e de processos conjuntos da ação fluvial e marinha (Planícies Flúvio-Marinhas), além de inúmeras terras úmidas, que testemunham a complexa evolução geomorfológica da área no decorrer do Quaternário (DOMINGUEZ, 2008). Este estudo permite a identificação simples e rápida de feições morfológicas costeiras. A depender do material fonte, pode ser usada também como forma de identificação de risco à banhistas, já que a possível presença de correntes de retornos, alterações na topografia da praia e determinados tipos de recifes, são componentes isolados ou conjugados que podem oferecer algum tipo de risco ao afogamento. Palavras-chave: Sensoriamento Remoto, Geomorfologia Costeira, Litoral, Bahia, Geoprocessamento.

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“MAPA INVERTIDO DA AMÉRICA DO SUL”: SOBRE O PODER DE CONTESTAÇÃO DOS MAPAS ARTÍSTICOS

- Carla Monteiro Sales

Ao visualizarmos, desenharmos ou descrevermos um mapa-múndi, esperamos uma leitura linear, onde os países do norte estejam posicionados acima dos países do sul que ocupam a parcela inferir do mapa. Tal expectativa compõem as normas da cartografia científica e moderna, fincada durante a Renascença na Europa, que passou a valorizar e validar o mapa por sua precisão, neutralidade e confiabilidade. Por outro lado, desde meados do século XX, a cartografia artística adquire impulso e notoriedade. Os artistas plásticos incorporam elementos cartográficos em suas obras, provocando novas situações e significações que sejam desautorizadas e abertamente expressivas. Nesse sentido, os mapas artísticos são motivados a expressar representações e temas que são evitados pelos mapas normativos. Sua finalidade é divulgar novas formas de ver o mundo, que fujam do convencional e que ampliem as possibilidades de representá-lo. No presente artigo, dois objetivos são associados: em primeiro, elucidar as influências geopolíticas da cartografia científica para, em segundo, discutir a importância dos mapas artísticos para a geografia. Em ambos objetivos, nosso olhar focaliza as relações entre norte e sul global, através da obra “Mapa Invertido da América do Sul”, realizada pelo artista uruguaio Joaquín Torres-García em 1943. Nela, a ponta da Patagônia estende-se para cima, provocando espanto e surpresa pelo impulso de acreditarmos estar errado, por vezes até instigados a virar um pouco a cabeça para tentar “ajeitar” a imagem vista. Porém, ao buscarmos as intencionalidades e compreensões dessa inversão, passamos a conceber, mesmo que minimamente, o discurso que ela propõe: uma nova visão de mundo, livre das regras cartográficas, onde a América do Sul não é mais posta em posição inferior. Para compor a análise desse mapa artístico, a presente pesquisa baseia seu entendimento de mapa nos aportes da cartografia crítica, que serão articulados aos os princípios da geopolítica para a compreensão dos discursos expressões pela inversão de orientação. Ambos os subsídios teóricos nos auxiliam a entender os mapas de forma tão plural quanto as visões de mundo podem ser, reconhecendo a importância dos mapas artísticos para a Geografia. Palavras-chave: Mapa artístico, Norte e Sul, Visões de mundo.

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18 Universidade Federal do Ceará - UFC, 26-30 de Maio de 2015, Fortaleza/CE, Brasil

SIGWEB APLICADO AO TURISMO: NOVAS FORMAS DE COMUNICAÇÃO PARA UM NOVO TURISTA

- Laíze Leite Vieira

Após o advento das novas tecnologias de comunicação, decidir a viagem para um destino turístico depende cada vez mais da qualidade no acesso à informação. A presente pesquisa tem o objetivo de discutir o impacto da informação turística organizada através de Sistema de Informação Geográfica – SIG em ambiente web para a comunicação com o turista. Nesse contexto, são

analisados os caminhos do Turismo pelo viés da Comunicação Virtual, da Cartografia Turística e das Geotecnologias como estratégias para melhor revelar o espaço ao novo perfil de turista da era digital. A área de aplicação da pesquisa é o município de Alto Paraíso-GO. Como procedimentos metodológicos adotou-se as contribuições de Magalhães (2002), que sugere um método em três fases: 1) Conhecimento dos aspectos formadores do espaço: Levantamento das características gerais do município com pesquisas sobre dados históricos, econômicos, sociais, turísticos e ambientais, com vistas a conhecer a organização territorial e a atratividade local. 2) Organização do espaço em parceria com a população e o poder público para levantamento de características locais: O Inventário Turístico compõe esta fase e consiste em um banco de dados com informações sobre a oferta turística, infraestrutura local e de equipamentos turísticos, serviços de apoio ao turismo, prestação de serviços públicos, e toda a diversidade de atrativos naturais e culturais. Considerando-se o estágio de desenvolvimento do turismo local, município de Alto Paraíso já possui este inventário, que foi criado pelo órgão estadual responsável pelo setor, sendo denominado Sistema de Informação Turística – SISTUR. Com as informações do SISTUR foram definidos os elementos para o trabalho, totalizando vinte e cinco atrativos naturais e quinze pontos como instrumentos de auxílio ao turismo. 3) Identificação de roteiros e trilhas e elaboração de mapa turístico: A autora sugere que os roteiros e trilhas identificados no espaço pesquisado, sejam utilizados na elaboração de um mapa turístico e compreende que a este mapa possam ser acrescidos registros coletados a partir do inventário. Deste modo, este trabalho propõe a elaboração de um SIG em ambiente virtual, enfatizando os aspectos turísticos identificados. Este SIG foi elaborado a partir de base cartográfica digitalizada sobre imagens de satélite, dados obtidos no Sistema Estadual de Estatística e de Informações Geográficas do Estado de Goiás – SIEG e localização em campo dos aspectos turísticos identificados no inventário, utilizando-se o Global Positioning System – GPS. No SIG, a estruturação em banco de dados de fontes diversificadas e com georreferenciamento permite gerar uma visão sobre a distribuição espacial das informações, que podem ser disponibilizadas por meio de mídias analógicas ou mídias digitais, como servidores conectados à web, com acesso remoto do usuário aos dados espacializados. Desta forma, torna-se possível com o SIG a atualização de informações e a geração de novos dados relevantes ao conhecimento espacial. Os resultados destas reflexões e análises foram reunidos no projeto SIGTur Alto Paraíso, uma proposta de aplicação de SIG on line que utiliza o software Google Earth como dinâmica e interativa plataforma de informações para visualização de mapas e elementos do espaço turístico. Palavras-chave: Turismo, Comunicação, SIG, Google Earth.

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A UTILIZAÇÃO DE TÉCNICAS DE GEOPROCESSAMENTO PARA ANÁLISE GEOGRÁFICA DA CORRELAÇÃO ENTRE HOMICÍDIOS E AGLOMERAÇÃO URBANA DE BELÉM- PA

- Clicia da Silva Santos

- Denise Carla Melo Vieira - Clay Anderson Nunes Chagas

O presente trabalho se trata de um estudo geográfico que busca a partir da análise cartográfica compreender uma determinada tipologia criminal, que é o homicídio, especificamente na Região Metropolitana de Belém. A violência urbana tem se tornado uma das maiores preocupações da sociedade moderna, sobretudo, no que diz respeito aos crimes violentos, especialmente os crimes contra a vida. Nesse sentido a ciência geográfica tem dedicado um grande esforço em busca de compreender o fenômeno da violência urbana. Diversos grupos de pesquisa vem se estudando o comportamento criminal em diversas cidades no Brasil. Em Belém o Grupo Acadêmico de Pesquisa e Gestão do Território na Amazônia (GAPTA), vinculado a Universidade Federal do Pará, vem realizando nos últimos anos diversas pesquisas e a produção de um Atlas Criminal de Homicídios da Região Metropolitana de Belém. Esse resumo é parte dos resultados alcançados nos últimos anos em relação a análise dos homicídios na RMB. Assim, um dos principais ganhos da pesquisa diz respeito a análise geográfica associada ao uso da cartografia como recurso de fundamental importância para o entendimento da dinâmica espacial e territorial do homicídio. Assim, a cartografia permite uma visualização a partir da especialização do fenômeno da violência. Nesse sentido, o objetivo do presente trabalho consiste em representar cartograficamente, a partir da técnica de geoprocessamento, a dinâmica sócio-espacial, traduzidas em homicídios na cidade de Belém tendo como recorte espacial os bairros Jurunas e Umarizal. A escolha desses coincide com a intencionalidade de comparar dois bairros que se enquadrem nos perfis periférico e não periférico, a fim de entender quais as motivações que levam ao crescimento dos índices de criminalidade e de violência, traduzida em homicídio, e então verificar a correlação desses índices com as estruturas precárias de habitação, tamanho da população, localização ou “geografização”, como concebe Santos (2009) a forma e conteúdo desses bairros, para assim, chegar a uma cartografia de sobreposição entre os indicadores de violência e as condições de ocupações/aglomerados subnormais, este último segundo a classificação do IBGE (2010), são áreas que apresentam défices estruturais, e/ou irregularidades em relação a posse do título da propriedade e/ou que apresentam carências de serviços públicos básicos. Quanto aos procedimentos metodológicos destaca-se a leitura de referenciais que tratam da problemática urbana, relacionada a violência, especialmente homicídio, segregação sócio-espacial, além de pesquisa de campo e coleta de dados junto a Subsecretaria de Inteligência e Análise Criminal, ligada à Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SEGUP) do Estado do Pará, Prefeitura Municipal de Belém, Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE). A produção cartográfica é realizada com a utilização dos seguintes software: QuantumGis, ArcGis e Terraview, que permitem a partir dos dados coletas nas instituições supracitadas a produção de mapas de kernel com a demonstrações de hot spot de homicídios e a sobreposição dessas informações e relacionando-as aos níveis de ocupação e uso do território, junto aos locais de maior/menor incidência de homicídios. Dentre os resultados alcançados se constatou a maior incidência de homicídios no bairro cuja atuação do Estado se dá de forma precária e de predomínio de aglomerados subnormais, tal situação possibilita a ampliação do debate em torno da problemática da ausência do Estado em determinados bairros da Região Metropolitana de Belém e as precárias condições infraestruturais dos bairros periféricos se comparados com os bairros centrais. Palavras-chave: Geoprocessamento, Cartografia, Homicídio.

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A ETNOECONOMIA NA CARTOGRAFIA SOCIAL DA COMUNIDADE QUILOMBOLA OLHO D’ÁGUA DOS NEGROS – ESPERANTINA/PI

- Elisângela Guimarães Moura Fé

- Jaíra Maria Alcobaça Gomes

As percepções peculiares locais dos povos tradicionais levam a uma diferente representação da paisagem com respeito à reprodução social. É neste contexto que se pode identificar no saber tradicional, uma orientação para um tipo de etnoeconomia que possa lançar luz sobre o problema do desenvolvimento sustentável (CAVALCANTI, 2001). Para o estudo da relação entre o uso dos recursos naturais pelas populações tradicionais, tendo em vista seu meio técnico e a lógica de consumo e produção o que Cavalcanti (2001) chamou de etnoeconomia, pode-se aplicar o etnomapeamento que, conforme Trancoso et al (2012, p.108), também é conhecido como mapeamento participativo. O etnomapeamento tem sido bastante utilizado com ferramenta do Diagnóstico Participativo (DRP) e consiste na confecção de mapas por parte de membros de uma ou mais comunidades, nos quais pode ser lançada uma série de classes de informações. A construção de mapas participativos encontra na Cartografia Social um instrumento de representação dos elementos simbólicos para os membro das comunidades locais e constitui-se mais do que um produto cartográfico, conforme Almeida (2006), é um processo protagonizado pelas próprias comunidades, visto que elas é que a realizam, enquanto o grupo de pesquisadores participam do processo oferecendo suporte e a estes cabem as funções mais técnicas. No final, a soma de ambos permite o mapeamento dos conflitos que ameaçam as comunidades, e também a explicitação das práticas tradicionais que constituem sua identidade, o que caracteriza a delimitação do território que tradicionalmente ocupa. Nesse contexto, o Projeto “Roda da Fogueira”: Construção de práticas para o etnodesenvolvimento das famílias na Comunidade Olho D’Água dos Negros, realizadas durante o ano de 2014 pela Universidade Federal do Piauí, proporcionou a realização da Oficina Espacialização das Atividades Produtivas Locais e da Biodiversidadede na qual foi empregada a Cartografia Social para elaboração dos mapas etnoeconômicos. Esta pesquisa teve como objetivo analisar a espacialização da etnoeconomia fruto da Cartografia Social na Comunidade Olho D’Água dos Negros, Esperantina, Piauí. A territorialidade da Comunidade Olho D’Água dos Negros é evidenciada na relação estabelecida entre a população local e o seu ambiente. As relações econômicas, políticas e simbólico-culturais são projetadas no espaço e refletidas nas formas de uso da terra, numa territorialidade delimitada pela propriedade coletiva marcada por relações de trabalho baseadas em laços de parentesco. O modelo de desenvolvimento com base na dependência da Comunidade aos ciclos da natureza e com baixo emprego de tecnologia forma um espaço produtivo com pouco impacto econômico e ambiental o que é justificado pela pequena inserção econômica da produção local na economia regional. O processo de construção dos mapas na realização de pesquisa abriu diálogos e discussões sobre o manejo dos recursos naturais, a questão da terra e as possibilidades de desenvolvimento local com base nas potencialidades identificadas na Comunidade. Palavras-chave: Cartografia Social, Etnoeconomia, Territorialidades, Etnomapeamento.

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SOCIAL PLACES AND POLITICIZED SPACES: RECONSTRUCTING THE ENVIRONMENTS OF RAILROAD WORKERS IN TORREON, MEXICO USING HISTORICAL GIS

-Hector Agredano

The railroad network that connected Mexico City to El Paso, Texas at the turn of the 20th Century brought with it important changes to the northern states of Mexico. Foreign investment in agriculture, mining and railroad development contributed to rapid urbanization in urban centers connected by the railroad. Built on the crossroads of two railroad lines, the cities of Torreon, Lerado and Gómez Palacio became a transportation hub and the center of commerce and industry in the Laguna region. In this study the city of Torreon, in the state of Coahuila de Zaragoza, will be used as a case study to explore the social spaces where railroad workers lived and worked. The time period for this study is between 1900 and 1910, the years in the lead up to the Mexican Revolution of 1910 when Torreon played an important role as a hotbed of railroad struggle and dissent. Most of these newly industrialized workers left few written records, however, through archival research derived from census information (1895, 1900 and 1910), government documents (department of labor, development), payrolls, photographs, newspapers and blue prints we can recreate turn-of-the-century Torreon through historical geographic information systems (HGIS) to investigate the social spaces of railroad workers. Special attention will be placed on public plazas, brotherhood lodges, masonic lodges, and railroad buildings such as stations, depots, workshops and yards. By studying the urban landscape of railroad workers we can better understand how space, place and labor influenced their relationship to political movements that sought to challenge the dictatorship of Porfirio Díaz. By analyzing these spaces and places we can further analyze the role of urban and transportation infrastructures in the history of social movements, in this case, the Mexican Revolution of 1910. Key words: Urban landscapes, Railroads, Workers, Mexico, HGIS.

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SUGARCANE EXPANSIONS AND MOVEMENTS: THE ROLE OF POLICIES, ECONOMICS AND SOCIAL CONDITIONS

-Marcellus Caldas

-Gabriel Granco -Jason Bergtold

- Wagner Luiz Lourenzani

Within the past decade, the sugarcane ethanol industry in Brazil has increased its production capacity to meet rising domestic and international demand for ethanol. However, to achieve this growth the industry has had to expand into new frontiers in the Brazilian Cerrado, specifically in the states of Goiás and Mato Grosso do Sul. Together these two states are the second largest producing area of ethanol in Brazil. This new frontier has become responsible for 22% of the national sugarcane ethanol production in 2013, with a planted sugarcane area of 1.2 million ha, or 13% of the national planted area. Such rapid expansion is even more significant considering, on one hand, the lack of tradition in growing sugarcane, and on the other hand, the strong tradition of cattle ranching and grain production in the region. The mail goal of this paper is to understand the drivers of sugarcane ethanol expansion into the new frontier of Mato Grosso do Sul and Goiás. Our analysis is based on political economy and von Thunen location theory. We used secondary data to analyze this expansion and to identify the main drivers. Secondary data was collected from: Canasat (Canasat Project/INPE – National Institute for Space Research) for sugarcane land use; the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE) for sugarcane production; Compania Nacional de Abastecimento (CONAB) for mills’ location and production profile; Ministério dos Transportes for transportation infrastructure; and Brazilian Corporation of Agricultural Research (EMBRAPA) for the Sugarcane Agroecological Zoning . to analyze this expansion and to identify the main drivers. Furthermore, we performed a survey with farmers in selected areas in these states to explore their perception on factors influencing the sugarcane expansion. Our preliminary results show that there is a complex interactions of political decisions (from federal and state-level government), increasing demand for ethanol, suitable agricultural conditions and attractive land prices in Goiás and Mato Grosso do Sul and the consolidation of sugarcane sector in São Paulo State as drivers of the expansion. Key words: Sugarcane, Brazil, Ethanol, Expansion, Frontier.

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LAND USE CHANGE IN THE BRAZILIAN CERRADO: IMPACTS OF SUGARCANE EXPANSION

-Gabriel Granco

-Marcellus Caldas -Jason Bergtold

-John Christofer Brown

Global demand for ethanol has sharply increased due to both higher prices of oil and climate change. In Brazil, the rise of ethanol production has been more significant in the Brazilian Cerrado, specifically in the states of Goiás and Mato Grosso do Sul. Although Cerrado is not a traditional sugarcane producing region, 40 new mills started to operate in these states since 2005, increasing sugarcane producing area from 0.3 million ha to 1.2 million ha in 2012. However, the Cerrado is considered a global biodiversity hotspot and an important producer of grains and livestock. Under these circumstances, the rapid development of sugarcane in the region has promoted a discussion over the impact of sugarcane production on land use in the Cerrado. On one hand, researchers are concerned that sugarcane expansion is driving non-cropland into production ("extensification" response) with potentially severe impacts on the local environment. On the other hand, researchers argue that sugarcane is expanding due to crop shifts and to increase in yields ("intensification" response) thus stirring up land use competition. The awareness to potential undesired consequences of sugarcane expansion has already fostered some governmental decision: (i) Federal government issued the Sugarcane Agroecological Zoning aiming to promote a sustainable expansion of sugarcane; (ii) Some counties have been concerned by the sharp conversion of traditional agricultural activities to sugarcane, thus imposing restrictions on the maximum area that could be occupied by sugarcane. The purpose of this paper is to examine the intensification or extensification of sugarcane production due to the increase in the ethanol production. To achieve this goal, we analyze the evolution of sugarcane producing areas in the states of Goiás and Mato Grosso do Sul, for the period of 2005 to 2012. Our analysis employs a spatial regression model for considering how sugarcane in each area is influenced by the distance to mills, agricultural factors, and infrastructure. Data has been collect from secondary sources for sugarcane land use (Canasat Project/INPE – National Institute for Space Research), sugarcane production (IBGE – Brazilian Institute of Geography and Statistics), mills’ location (CONAB – Compania Nacional de Abastecimento), roads (Ministério dos Transportes), Sugarcane Agroecological Zoning (EMBRAPA - Brazilian Corporation of Agricultural Research), weather (INMET – Instituto Nacional de Meteorologia), among others. In addition, a survey was conducted in selected areas of these states in order to gain farmers’ perspective on the intensification and extensification of land use. Preliminary results indicate that sugarcane expansion has promoted both intensification and extensification of land use. Key words: Sugarcane, Brazil, Ethanol, Intensification, Extensification.

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MAPPING AGRICULTURAL CHANGE IN MATO GROSSO, 2001-2014

-John Christopher Brown

This paper, part autobiography, part presentation of research results, tells a story about completion of the most detailed map ever produced of land-use/land-cover change in Mato Grosso, Brazil related to the state's massive agricultural development over the last decade and a half. Emphasis is placed on the personal and institutional relationships developed over the period that allowed this work to take place. Lessons learned and challenges in future research are explored. Key words: Soybean, Cattle, Agricultural intensification, Deforestation.

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Eixo 2

EPISTEMOLOGIA, FILOSOFIA E EDUCAÇÃO GEOGRÁFICA

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A CARTOGRAFIA TEMÁTICA EM UMA PERSPECTIVA INCLUSIVA NA FORMAÇÃO CONTINUADA DOS PROFESSORES DE GEOGRAFIA DA ESCOLA ODETE BARBOSA

MARVÃO/IGARAPÉ, AÇU, PA

- Ananda Pauliane M Nascimento - Adrielle dos Santos Nascimento

Este trabalho foi produzido através de um projeto de intervenção na perspectiva da formação continuada para os professores de geografia da escola de Ensino Fundamental Odete Barbosa Marvão do município de Igarapé-açu no estado do Pará ,com objetivo de trabalhar a formação continuada de professores de geografia para educação inclusiva. A metodologia utilizada neste trabalho, foi qualitativa e quantitativa, inicialmente com uma coleta de dados na instituição e em sites, pesquisas através de estudo científico e de análise de campo. Desse modo constata-se que a partir da aplicação do projeto de intervenção os desafios do educador não está somente no processo de ensino-aprendizagem, mas também nas condições de trabalho que o educador é submetido como foi relatado pela maioria dos professores, além da importância alto avaliativa profissional, fazendo com que se entenda a necessidade de uma formação continuada para um melhor desenvolvimento em sala, tendo em vista a proposta da educação inclusiva fazer parte de um direito do educando, assim o trabalho atingiu de forma eficaz quanto a proposta da formação pra os alunos que são professores trazendo um olhar crítico reflexivo sob essa vertente. Palavras-chave: Educação Inclusiva, Formação continuada, Ensino de Geografia.

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PRÁTICA ESCOLAR: EXCURSÃO PEDAGÓGICA INTERDISCIPLINAR NA FAZENDA TERRAS DE SANTA TEREZA, CORDEIRÓPOLIS – SP

- Cibele Marto de Oliveira - Vagner Augusto Júnior

- Darlene Apª de Oliveira Ferreira

O objetivo desse trabalho é relatar a importância da execução de trabalhos de campo, e especificamente de um, realizado na Fazenda Terras de Santa Tereza (Cordeirópolis – SP), por professores das disciplinas de Geografia e História no ano de 2014 com alunos do 6º ano do ensino fundamental da E.E. Odécio Lucke (Cordeirópolis – SP). A prática de trabalho de campo, denominada aqui de excursão pedagógica (inclui tempo destinado ao lazer), teve como premissa articular os conteúdos curriculares a uma vivência dos educandos, possibilitando assim, uma experiência interdisciplinar que utilizou uma metodologia pouco praticada pela rede pública estadual paulista. A Fazenda Santa Tereza justifica a excursão pedagógica, pois possibilita conhecer suas dependências e edificações históricas e tomar contato com o cotidiano atual de uma propriedade do século XIX em uma perspectiva alusiva ao espaço tempo. Além dos estudos associados às fontes históricas, foi possível estudar de maneira empírica conteúdos de Geografia e a relação entre campo/cidade, procurando na excursão exatamente não dicotomizar essa relação. Antecedendo a realização da excursão os professores realizaram uma pesquisa prévia sobre a história e aspectos econômicos da fazenda a fim de elencar os elementos a serem trabalhados. Desse estudo foi idealizado um roteiro e elaborada uma planilha para coleta de dados dos discentes. Antes do dia da excursão foi solicitado aos alunos que pesquisassem sobre a fazenda e sua importância para o município de Cordeirópolis, sendo recomendadas a eles possíveis fontes. Essa fase caracteriza o pré-campo, na qual há o objetivo de se obter um melhor conhecimento do objeto de estudo. Em sala de aula essas informações foram trabalhadas juntamente com conceitos geográficos e históricos dos dados a serem coletados. No decorrer da excursão, os alunos realizaram a coleta de dados sobre os seguintes temas: conservação, arquitetura histórica, análise da paisagem, setores da economia, cartografia e ainda impactação ambiental, articulando dessa forma, os conteúdos curriculares das disciplinas envolvidas com um período destinado ao lazer (lanche e recreação), tornando a prática pedagógica mais prazerosa. A união entre objeto de estudo e conteúdos curriculares visaram facilitar o aprendizado e contribuir para que desenvolvam criticidade em relação à propriedade. Por meio da excursão foi condicionado aos alunos terem uma posição mais ativa ao exercerem uma prática de pesquisa, e não serem meramente receptores de informações. Ao analisarem os dados coletados em sala de aula (pós-campo), foi possível que refletissem sobre os conteúdos abordados e o objeto de estudo, ou seja, sobre a valoração da fazenda, o modo de vida rural e a articulação que há entre cidade e campo. Para tanto se criou duas problematizações: a hipótese de venda da fazenda para dar lugar a uma nova indústria e criação de um parque temático. Como conclusão final dos alunos houve um consenso que a excursão pedagógica foi bastante profícua para o ensino aprendizagem dos mesmos. Aos professores a prática contribuiu como um diagnóstico, permitindo confrontar quantos dos conteúdos trabalhados foram compreendidos. Palavras-chave: Fazenda Histórica, Excursão Pedagógica, Interdisciplinaridade, Vivências.

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A GEOGRAFIA EM “CANTO DE UM POVO DE UM LUGAR”

- Elisabete de Fátima Farias Silva - Bernadete A. Caprioglio Castro

A partir da Geografia Humanista e da fenomenologia, discutir-se-á a experiência motivada por “Canto de um povo de um lugar”, música de Caetano Veloso, com alunos do 6º ano do ensino fundamental em estudos sobre movimento aparente do Sol. No Brasil, desde a década de 1970, novas matrizes epistemológicas e metodológicas no ensino e na pesquisa geográfica foram propostas. O interesse pela música mostra certo rompimento dos interesses em temas elitistas que tal ciência insistia em consentir e, também, na tendência das pesquisas geográficas de cunho cultural apresentar estudos, sobretudo, em aspectos visuais (CASTRO, 2009). “A música não é apenas “boa para ouvir”, mas também é “boa para pensar”. O desafio básico [...] é sistematizar uma abordagem que faça jus a estas duas facetas da experiência musical.” (NAPOLITANO, 2002). Pensar pois e, sobretudo, agir para uma nova escola é uma proposta antiga e nada fácil (NÓVOA, 2011). É preciso, de sobremaneira, pensar os indivíduos formadores do espaço escolar, o lugar, o mundo. Um pensar e agir sem escalas e fronteiras nitidamente definidos entre muros e cartilhas de governo, entre oposição indivíduo e coletivo, pois são universos valorados no cotidiano, socialmente impostos e resinificados. Percebendo a cultura como “forma da própria existência humana, entendida como ser-no-mundo-com-os-outros. Enquanto forma, é ao mesmo tempo seu sentido e sua expressão” (REZENDE, 1982). Nesse sentido, o enfoque fenomenológico “resgata o mundo vivido como escala e categoria de análise, permitindo a compreensão mais orgânica da relação homem-meio” e sendo assim “Desloca-se o foco das macro-funções e macro-estruturas paras os sentimentos e as relações, sem, contudo, ignorar tais macro-processos” (MARANDOLA JR., 2005). Por sua vez, a música é “um tipo de expressão humana dos mais ricos e universais e também dos mais complexos e intricados” (FERREIRA, 2002). E foi assim: 2013, escola municipal, periferia, Ourinhos/SP. 6 turmas de 11 a 13 anos. 180 histórias, 360 ouvidos. Copiada na lousa a letra era, aparentemente, simples: 4 tercetos em 7 e 4 sílabas poéticas, rimas toantes, ritmo bem marcado. Ao incrível silêncio que se fez, tão clara na mensagem quanto suave na melodia, “Canto de um povo de um lugar” foi acompanhada em coro por um velho agogô a fazer em ijexá o que as mãozinhas respondiam batendo na carteira verde rabiscada da sala, caxixi e latas com sementes completavam o som da música que no título e letra indicava a natureza como referência ao tempo e espaço. Mesmo perante a artificialização tecnológica: relógio biológico, inverno, verão, sóis, luas são universais e ritmam a existência da vida. Com entusiasmo ou timidez, discutiu-se cada verso, sentiu-se cada instrumento até soar o estridente sinal da escola. Nas aulas seguintes mais (re)percussões. O ensino de Geografia com música é uma proposta associativa: não é apenas letra, dança ou discussão. É um acontecer com e pelo ser inteiro: corpo, mente, indivíduo e coletivo, dentro ou fora da escola. Palavras-chave: Ensino de geografia, Fenomenologia, Música, Movimento aparente de Sol.

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USO ESCOLAR DO SENSORIAMENTO REMOTO NA ANÁLISE DA EVASÃO ESCOLAR DA E. E. F. M. SENADOR OSIRES PONTES EM FORTALEZA- CEARÁ

- Rosilene Aires

O artigo objetiva socializar o percurso de uma vivência pedagógica que enfatizou o uso escolar do sensoriamento remoto como ferramenta de estudo de temas geográficos como a urbanização no Ensino Médio. Para tanto, caracterizam-se os caminhos percorridos, os recursos didáticos utilizados na abordagem dos conteúdos e as características da população e do bairro, discutindo os avanços e dificuldades percebidas na aprendizagem dos alunos ao longo desse processo. Acredita-se que o papel do ensino de Geografia é fomentar tanto a percepção crítica do mundo e dos fenômenos pelos jovens, quanto influenciá-los nas suas escolhas de vida e na busca pela melhoria das suas condições de renda, trabalho, moradia, saúde e educação. Nesse sentido, este trabalho justifica-se pela complementação pedagógica da formação dos educandos, com ações e atividades que utilizam as novas tecnologias da educação e da informação e conteúdos que abordam o estudo do bairro e da sua população nas etapas previstas. Participaram desta vivência 80 alunos do Ensino Médio da Escola de Ensino Fundamental e Médio Senador Osires Pontes, localizada no bairro Canindezinho em Fortaleza – Ceará. Os sujeitos participantes dessa vivência compõem três turmas de 2º ano do turno matutino da referida escola. Esses jovens possuem idades entre 14 e 18 anos, 90% deles residem no mesmo bairro da escola e os outros 10% residem em bairros vizinhos. No início o público alvo somavam 80 alunos e no decorrer do ano letivo e das etapas percorridas observou-se que contemplamos 73 estudantes tendo em vista que 07 deles mudaram de turno ou evadiram-se da escola. Os alunos foram sensibilizados a pesquisar os fatores que influenciam a permanência ou ausência dos estudantes na escola com atividades que foram desenvolvidas ao longo de cinco etapas. Na primeira etapa estudamos os dados de reprovação, aprovação e evasão da escola nos anos de 2010 e 2011 devido à disponibilidade dos dados; em seguida, destacamos os conceitos de rede e hierarquia urbana nacional e estadual. Conforme Ceará (2008), no 2º ano a escala de análise é mundial dando a entender que a abordagem deve ser conceitual e generalista sobre o processo de urbanização mundial ligado a explosão demográfica mundial. Optou-se por abordar com base em Corrêa (1986) o fenômeno urbano brasileiro e cearense discutindo-se sobre a formação das cidades (planejadas e espontâneas); principais metrópoles brasileiras; com ênfase na posição ocupada por Fortaleza na rede e hierarquia urbana nacional e regional. O método de ensino nas duas primeiras etapas foi, portanto, expositivo de elaboração conjunta, motivando-os para as reflexões da problemática da evasão escolar e para as fases da pesquisa. Na terceira etapa, buscou-se atrelar o uso do sensoriamento remoto em análises do fenômeno urbano mundial e brasileiro, conteúdo que é sugerido para o currículo escolar do 2º ano do Ensino Médio. Ao longo do percurso a discussão sobre a espacialização de diferentes cidades (Brasília, Rio de Janeiro e Fortaleza) foram realizadas utilizando imagens do satélite LANDSAT 5 as quais são de baixa resolução espacial de 30 x 30m adequadas a visualização de grandes áreas e disponíveis em Brasil (2011b). As imagens de satélite auxiliaram em estudos urbanos e na observação das mudanças urbanas no bairro com o estudo de imagens no período de 2004 a 2009, definindo formas de uso e ocupação do solo em croquis e selecionando áreas residências do entorno escolar para a pesquisa amostral. Na quarta etapa, elaboramos e aplicamos nas áreas selecionadas um questionário realizando, assim, uma pesquisa amostral sobre a escolaridade da população; e, na quinta etapa, trabalhamos com os estudantes as formas de tabular, organizar, discutir, apresentar e entender a realidade evidenciada nos dados. Percebe-se que, da terceira etapa em diante, o método de ensino assumiu um caráter de assimilação de conteúdos e de trabalho em grupo com a prática de elaboração dos croquis das imagens de satélite, a organização e aplicação de questionários, os estudos dos dados para composição de tabelas, gráficos e as apresentações dos dados pelos grupos de alunos em reuniões na escola ou em eventos científicos. Em seguida, dialogou-se tanto sobre as respostas cognitivas do público-alvo diante dos recursos didáticos e do método de ensino escolhidos na abordagem dos conteúdos, quanto sobre a localização da demanda escolar existente no entorno da escola. A prática pedagógica em tela constituiu-se em uma experiência exitosa na medida em que a abordagem dos conteúdos e conceitos relacionados à geografia urbana e ao sensoriamento remoto promoveu, principalmente, o desenvolvimento de habilidades como a maior integração dos alunos em grupos de trabalho; o conhecimento social e econômico

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da população do bairro; a produção textual com argumentação adequada à temática e melhoria de vocabulário; e a interpretação correta dos dados expostos em tabelas, gráficos e mapas. Além disso, disseminou-se valores relativos à importância da escolaridade para a melhoria da qualidade de vida da população, além de ter permitido iniciar a construção das relações entre o fenômeno urbano nacional e a dinâmica urbana local. os conteúdos conceituais ou procedimentais foram contemplados quando se enfatizou os aspectos gerais sobre a urbanização e a classificação das cidades. E os conteúdos valorativos e atitudinais, foram apreciados quando estudou-se as imagens de satélite, suas aplicações no bairro, os problemas da evasão segundo suas causas, conseqüências e possíveis soluções buscando-se desenvolver posturas e construir valores diante da problemática. Dentre os pontos positivos e negativos detectados ao longo dessa experiência destaca-se: 1) as ferramentas do sensoriamento remoto utilizadas permitiram verificar o interesse notoriamente despertado no corpo discente pelas novas tecnologias; 2) os textos dos alunos se revelaram limitados, pouco criativos e sem a distribuição das ideias solicitadas em cada parágrafo. A maioria das produções, infelizmente era composta tão somente da visão negativa da cidade com base no contexto violento do próprio bairro, e a visão positiva da cidade foi apontada por reunir pontos turísticos e pela realização da copa de 2014, denotando, assim, visão restrita e parcial do funcionamento da cidade e dos reais problemas e qualidades que nela existem; 3) embora á área mostrada nas imagens de satélite fosse conhecida as equipes tiveram dificuldades na interpretação de pontos de referência e na definição dos tipos de uso, sendo necessárias duas semanas de trabalho para que pudessem concluir a interpretação e as legendas; 4) embora os índices de crescimento populacional sejam elevados no bairro a escolaridade dos seus habitantes ainda permanece baixa conforme os resultados dos setores pesquisados. Palavras-chave: Ensino de Geografia, Cartografia digital, Evasão escolar, Professor aprendiz, Sensoriamento remoto.

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UNILA E UNILAB: UMA ABORDAGEM SOBRE O PROCESSO DE INTEGRAÇÃO INTERNACIONAL DO ENSINO SUPERIOR A PARTIR DAS UNIVERSIDADES FEDERAIS NO

BRASIL

- Fabrício Américo Ribeiro

Esta pesquisa procura retratar o processo de integração internacional do ensino superior no Brasil, a partir, principalmente, do ano de 2010, pois é nessa data que é inaugurada a Universidade Federal da Integração Latino Americana (UNILA), na cidade de Foz do Iguaçu-PR, com a proposta de integração regional, através do ensino dos países da América Latina e Caribe e também nesse ano foi criada a Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB), possuindo como proposta a integração entre as nações que compõem a Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), formada por: Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste e Brasil, na cidade de Redenção-CE. Com essas universidades o Brasil, apresenta ao mundo, um projeto de internacionalização, por meio do ensino superior, através de uma integração denominada Sul-Sul, com a promessa de garantir o conhecimento humanístico, científico e tecnológico e da cooperação solidária na zona do Atlântico Sul, que se apresenta como área de interesse para o Brasil já algum tempo. O principal intuito dessa pesquisa é compreender a integração internacional do ensino superior em um mundo globalizado, e como o Brasil vem agindo nesse processo. Foz do Iguaçu foi escolhida, como cidade para abrigar a UNILA, pela ligação internacional da Triples Fronteira, entre Brasil, Argentina e Paraguai e Redenção, para abrigar a UNILAB, por sua ligação com a abolição brasileira, pois é considerada a primeira cidade do país a libertar seus escravos, fato ocorrido em 1883, antes do fim da escravatura no país ocorrida em 1888. A UNILA funciona com os 16 cursos de graduação, 2 especializações e 2 mestrados. Já a UNILAB funciona com 7 cursos de graduação, 2 especializações presenciais, 2 especializações a distância e 2 mestrados acadêmicos. Com essas universidades e a política de intercâmbio universitário, o Brasil dá um passo importante para a expansão do ensino superior da região do Atlântico Sul e atende aos seus interesses geopolíticos no hemisfério sul, palco de disputas já algum tempo. Compreenderemos se esse projeto é possível e quais as principais limitações no momento para sua plenitude em um aspecto geoeducacional e de compreensão espacial e global. Palavras-chave: Universidade, Internacionalização, Espaços Simbólicos, Educação.

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A GEOGRAFIA AGRÁRIA NO BRASIL E AS ABORDAGENS CULTURAIS

- Flamarion Dutra Alves

A geografia agrária no Brasil vem sofrendo alterações nas suas bases epistemológicas ao longo de sua trajetória, do pensamento calcado nos fundamentos franceses vidalianos até meados da década de 1960, passando pela influência anglo-saxônica nas décadas de 1970 e 1980, até a inserção de uma proposta crítica e marxista inserida na campo teórico-metodológico a partir da década de 1980. Essas mudanças refletem toda complexidade da ciência geográfica e sua constante preocupação com as questões colocadas pela sociedade. Na vidada do século XX, ganha espaço na geografia temas ligados ao processo de globalização da sociedade, a conjuntura de minorias e resistências, a questão da identidade frente a modernidade, estudos plurais desde artes até questão de gênero e sexualidade estão na pauta da geografia contemporânea. Nesse contexto, a geografia agrária preocupada inicialmente com as questões de produção agropecuária, também investe em pontos dessa natureza, a cultura que sustenta o espaço agrário, seja de forma material ou imaterial. A partir disso, este artigo tentará explorar as tendências da geografia agrária brasileira e suas bases teórico-metodológicas (ALVES, 2010; FERREIRA, 2002; SUZUKI, 2007).Sendo assim, os objetivos do artigo são verificar as bases teórico-metodológicas da geografia agrária a partir da temática cultural a partir dos anais do Encontro Nacional de Geografia Agrária (ENGA) entre 2004 à 2014, além de identificar os principais assuntos e autores que servem de base para o estudo cultural no campo. E por fim, evidenciar a importância das pesquisas sob a ótica cultural no campo da geografia agrária e explorar suas temáticas.Os materiais consultados para realização dessas reflexões foram os anais do Encontro Nacional de Geografia Agrária (ENGA) nas últimas cinco edições (XVII a XXI). A escolha desse evento se dá pela sua tradição no campo da geografia agrária brasileira, sendo realizado desde 1978 em Salgado – SE, e por manter uma periodicidade desde então, além de congregar os principais pesquisadores da temática no Brasil.O espaço agrário nesse contexto foi bastante modificado nas últimas décadas, em face de modernização no campo, industrialização e o êxodo rural, agronegócio, multifuncionalidade do espaço rural entre outros aspectos. A cultura rural típica das populações tradicionais, como festividades, religiosidade, gastronomia, música, modo de plantar e cultivar entre outros foram perdendo espaço a medida do avanço de novas técnicas e o crescimento das cidades.A partir da análise dos artigos, constataram-se quatro grandes linhas de pesquisa dentro da abordagem cultural: Ruralidade e Urbanidade; Educação no/do Campo; Comunidades Tradicionais e Questão de Gênero. Esses assuntos são os mais recorrentes no campo brasileiro nesse início de século XXI na geografia agrária brasileira.Os embates entre globalização e localismo, agronegócio e campesinato, multiculturalismo e enraizamento são assuntos recorrentes na sociedade atual, e na geografia agrária isso também demonstra como o campo reflete essas transformações socioespaciais.Sem dúvida esses temas não se esgotam e são cada vez mais pertinentes para entender a dinâmica da organização e produção do espaço agrário, que deve preocupar com as questões imateriais e simbólicas tão importantes no contexto das identidades das comunidades rurais. Palavras-chave: Geografia Agrária, Epistemologia, Cultura, Teoria e Método.

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AS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS DO PROJETO “GEOGRAFIA VAI A FEIRA” REALIZADO PELO PIBID/CAp-UERJ

- Fabio Tadeu de M. Santana

- Bruno Milan C de Albuquerque

O objetivo deste trabalho é a elucidação das práticas pedagógicas do projeto “Geografia Vai A Feira”, realizado na Escola Municipal Francisco Campos, no bairro do Grajaú, no Rio de Janeiro, RJ. Este projeto recebeu fomento do Programa de Iniciação a Docência (PIBID) do CAPES, sendo desenvolvido pela UERJ e o Instituto de Aplicação Rodrigues Silveira (CAp. - UERJ) com discentes do ensino básico, estudantes-estagiários, professores supervisores e o coordenador do projeto. Foi desenvolvido junto às turmas de sexto e sétimo ano do Ensino Fundamental. Analisou-se a sistemática das redes geográficas estabelecidas entre feirantes, um estabelecimento comercial varejista Hortifruti, atravessadores comerciais e produtores agropecuários que fazem parte do território material e imaterial que os alunos do ensino básico analisaram através das interações geográficas horizontais que transformam socialmente e economicamente o espaço recortado. Este trabalho procurou compreender a organização da cadeia produtiva e suas territorialidades, esclarecendo as diferentes formas de produção e relações da atividade com processo de distribuição, circulação e consumo de hortaliças nas grandes cidades. Foi necessário exemplificar junto aos alunos da escola a diferenciação e o tipo de interação geográfica que influi diretamente na produção e comercialização junto à feira-livre e ao grande estabelecimento comercial. Estudaram-se as redes geográficas e suas interações referentes à produção e a sazonalidade hortifrutigranjeira no Estado do Rio de Janeiro. Sendo assim, foi necessário a execução de dois trabalhos de campo, mobilizando a comunidade escolar, professores, supervisores, estagiários e coordenadores do projeto durante dois momentos do ano escolar, onde foram analisadas a demanda da produção diferenciada entre essas duas estações do ano, explicando como essas diferenças ocorreram e como conformam territorialidades distintas. Na pesquisa, constatou-se que há diferenças nas relações sociais e econômicas travadas entre os produtores dos hortifrutigranjeiros, os feirantes e os consumidores finais, que influem diretamente na percepção topofílica geográfica dos alunos do ensino básico e seus espaços vividos. Esta forma de investigação geográfica analisa como os produtos chegam aos consumidores, cabendo aos alunos envolvidos no projeto a construção empírica do entendimento da sazonalidade da produção, circulação, distribuição e consumo. Os fluxos gerados por essa investigação conformam as redes geográficas que influem na formação da territorialidade formada pelo próprio projeto. O trabalho empírico contou com a análise dos estudos diferentes autores como, por exemplo, Saquet (2010), Haesbaert (2004), Ribeiro (2000), sobre os conceitos de redes geográficas, território, territorialidade, sem esquecer as análises dos trabalhos sobre a própria dinâmica da produção de hortifrutigranjeiros no estado do Rio e Janeiro como Seabra (2006). Como metodologia, utilizou-se um questionário fechado que foi aplicado na feira-livre e no estabelecimento comercial, contando ainda com a observação empírica. Mostraram-se os resultados obtidos durante a feira de ciências da escola, com a distribuição de um lanche saudável, demonstrando didaticamente a diferença entre o consumo de frutas e legumes da estação apropriada e versus os ofertados fora da sua estação, observando-se sabor, qualidade e custo da alimentação junto à comunidade escolar. Palavras-chave: Territorialidade, Feira Livre, Hortifrutigranjeiros, Redes, Ensino de Geografia.

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GEOGRAFIA E EDUCAÇÃO AMBIENTAL: O DESAFIO DA PRÁXIS NO SUBESPAÇO ESCOLAR

-Rodrigo de Oliveira Félix

-Adorea Rebello Albuquerque -Daiane Cardoso Lopes Batista

Este trabalho consiste em entender como está inserida a educação ambiental, a prática da mesma dentro do (sub) espaço (geográfico) escolar e a sua relação com o ensino de geografia. Os procedimentos metodológicos adotados foram baseados em pesquisas: bibliográfica e de campo com entrevistas semiestruturadas (perguntas diretas e indiretas). A pesquisa representa um estudo de caso realizado em uma escola estadual da rede pública de ensino da cidade de Manaus (AM). Sendo, os estudantes do EJA (Educação de Jovens e adultos) do turno noturno, os atores sociais desta pesquisa, totalizando um total de 20 discentes participantes. Conforme pesquisa, a educação ambiental se torna uma ferramenta essencial para a compreensão das atuais questões ambientais. Essa perspectiva demonstra a visão dos estudantes quanto à importância desses estudos no contexto escolar atual. Sendo assim, o ensino de geografia contribui efetivamente para desenvolvimento dessas propostas e a construção de uma práxis estabelecida a partir de atitudes e valores que possam realmente transformar a atual situação e possivelmente futuras crises ambientais formadas na relação do homem com o meio. Pensar, desenvolver e praticar a educação ambiental na realidade escolar atual se torna um grande desafio devido às diversas concepções muitas vezes errôneas dessa temática, porém, muitas disciplinas têm ajudado a construir cidadãos críticos e efetivamente multiplicadores de novas formas de pensamento sobre as questões ambientais. E, cabe à geografia e seu ensino colaborar para esse processo construtivista e mitigar nos estudantes pensamentos sobre essa nova realidade ambiental contemporânea. Palavras-chave: Ensino de Geografia, Educação ambiental, Práxis.

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UM OLHAR SOBRE A CIDADE E ALGUNS DOS SEUS CENÁRIOS - PERSPECTIVAS DO INTERACIONISMO SIMBÓLICO E A METODOLOGIA DE ERVING GOFFMAN - UMA

CONTRIBUIÇÃO AO ESTUDO DA GEOGRAFIA DO COTIDIANO

- Ana Helena C. de Freitas Gil

O modo como as pessoas se apresentam frente as outras em suas relações sempre foi algo instigante as mais variadas correntes de pesquisas. Dentre elas, o interacionismo simbólico, que nos revela o cotidiano por meio de análises profundas. Cabe ao investigador nessa ótica, observar atentamente os processos sociais nas interações diretas entre os atores sociais Desse modo, um dos ícones dessa linha, nos traz sua contribuição para a geografia do cotidiano. A nossa leitura se deve especificamente à proposta da metodologia sócio-interacionista de Erving Goffman, que conduz ao reconhecimento que a cidade possa ser vista como um conjunto de palcos, nos quais as pessoas desempenham vários papéis. Assim os atores sociais “personagens”, em cada momento recebem uma orientação, uma perspectiva temporal, um horizonte a ser seguido, ao qual os expectadores-platéia, fazem com que cada personagem tenha a obrigação da continuidade de sua atuação. O “espaço performático” é visto como um espaço relacional e social do cotidiano, sendo o tema central dessa geografia teatral (outra área com que transita esta pesquisa), onde atores, os quais a sociologia muitas vezes denomina agentes, executam os seus papéis variados em sistemas de ação. Neste intuito, as relações sociais são definidas como totalidade vivenciada pelas rotinas e ações dos atores sociais. Estas ações criam vários circuitos de espacialidades, sendo o espaço neste sentido a possibilidade das interações. O olhar sociológico desta abordagem é embutida na geografia cultural, que define o espaço não apenas como um todo físico, mas como um espaço de interação de pessoas que nele interagem. O presente artigo pretende desse modo, apresentar alguns resultados relativos as representações de pessoas frente a seus espaços cotidianos por meio de uma leitura goffmanina, vendo o espaço como um espaço performático, onde diferentes atores executam seus papéis. Esses podem contracenar com outros atores, mudando seus papéis, “encaixando” suas falas em papéis prefigurados, ou até fugirem dos seus papéis. Conforme Giddens (2003, p.105), “as relações sociais dizem respeito ao ‘posicionamento’ dos indivíduos dentro de um ‘espaço social’ de categorias e vínculos simbólicos” Na ideia de Goffman, estas regras tratam dos direitos e obrigações, e de vontades ou de rejeições, que formam, seja por cumprimento ou por contradição, as encenações nos referidos palcos. Esta “teatralização” da vida cotidiana inclui uma dimensão fundamentalmente geográfica. O geógrafo Eric Dardel introduzia, já nos meados dos anos 1940, o conceito da geograficidade. Este foi entendido como uma cumplicidade entre o “homem e a terra”. Para Dardel, relações deste tipo apareceram no plano da geografia com a noção de ‘situação’, encenações que aparecem nos domínios mais variados da experiência do mundo. A ‘situação’ de um homem supõe um espaço onde ele se move um conjunto de relações e de trocas, de direções e distâncias que o fixam de algum modo no lugar de sua existência (HOLZER, 2001, p.112). Dessa forma, a geograficidade define a relação do “ser-no-mundo”, e o corpo faz a ligação do “eu” com o “mundo” através da experiência, em plena consonância existencial. Palavras-chave: Interacionismo simbólico, Geografia do cotidiano, Metodologia goffmaniana.

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BRAZIL AND BEYOND: HILGARD O’REILLY STERNBERG’S CONTRIBUTION TO THE STUDY OF LATIN AMERICAN AND LATIN AMERICANIST GEOGRAPHY

- Jörn Seemann

In March 2011, the Brazilian geographer Hilgard O’Reilly Sternberg passed away at the age of 93. Sternberg had been a faculty member at University of Brazil (today UFRJ) in Rio de Janeiro from the early 40s to the mid-60s of the twentieth century, before he received a call from the Department of Geography at the University of California at Berkeley. During his lifetime, Sternberg dedicated most of his work to the study of the Amazon basin and published on a wide range of topics, from soil conservation and hydrology to guidelines for fieldwork, droughts in the Brazilian Northeast, and geography’s state of art in Brazil. The aim of this paper is to sketch out phases and moments of Sternberg’s scholarship and point out his contribution to Latin American and Latin Americanist Geography, with special emphasis on his studies in the Amazon region. Leaning on his academic publications, reviews of his books, and statements and comments by family members, friends, and professional collaborators, I attempt to draw a complex portrait of this broadly trained Brazilian geographer, his mentors, and legacy. The analysis of these documents and materials aims to indicate the significance of Sternberg’s work for the international and interdisciplinary discussions on the geography of floodplains, fluvial geomorphology, the fragile equilibrium of wetlands, and human-environment interactions. Key words: Hilgard O’Reilly Sternberg, Brazilian Amazon, Latin Americanist geography, Geography of Brazil, Human-environment interaction.

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DESCOBRINDO O ENTORNO ESCOLAR: ESTUDO DO MEIO APLICADO NA ANÁLISE DA PAISAGEM

- Rebeka Carvalho Macedo

- Edson Vicente da Silva - Francisco Otávio Landim Neto

Este trabalho tem como finalidade demonstrar a possibilidade de trabalhar o entorno escolar, compreendido como a paisagem inserida envolta da escola, contextualizando com o ensino de Geografia. Efetivou-se a análise da paisagem através do estudo do meio apontando suas contribuições para a ciência geográfica e formação docente, associado a técnicas e metodologias que auxiliaram o desenvolvimento desse estudo contribuindo na formação discente e fomentando a construção de uma aprendizagem geográfica significativa. Buscou-se compreender como a análise da paisagem associada ao meio ambiente pode contribuir para a realização do estudo do meio e ao aprimoramento dos conhecimentos geográficos dentro e fora da sala de aula. O estudo do meio é compreendido como um importante instrumento educacional para o ensino de Geografia sendo considerado como trabalhos desenvolvidos observando uma temática que demandem pesquisa de campo, bibliográfica, iconográfica e, portanto, um investimento de trabalho individual e coletivo para entender as relações entre a escola e a vida buscando uma leitura do meio ou espaço sistematizadora. As ações foram desenvolvidas obedecendo as seguintes etapas: i) encontro com os alunos na sala de aula, ii) definição da temática, objetivos e planejamento das atividades iii) vivencias e práticas com oficinas de temáticas ambientais e cartográficas iv) espaço para anotação, desenhos e croquis v) elaboração da caderneta de campo v) aula de campo no entorno escolar vi) sistematização dos dados coletados. A partir dessas etapas realizadas elaborou-se um dossiê de informações sobre o entorno escolar para disponibilização das informações para a escola. Diante do exposto conseguiu-se que na formação do professor-pesquisador foi reforçado a importância da pesquisa em sala de aula, uma oportunidade para por em prática a observação sistemática, o colhimento e tratamento de informações estabelecendo a reflexão e produzindo novos conhecimentos. Destaca-se também as experiências relacionadas com a leitura de mapas básicos, imagens de satélite e produção de mapas mentais que contribuiu para a aprendizagem significativa geográfica, e foi confeccionada uma cartilha educativa sobre as temáticas desenvolvidas no estudo do meio. Palavras-chave: Estudo do meio, Paisagem, Meio ambiente, Ensino de Geografia.

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A GEOGRAFIA ESCOLAR CEARENSE: UMA BREVE HISTÓRIA

- Eluziane Gonzaga Mendes A história da Geografia como disciplina escolar apresenta longa trajetória. Seguiu o desenvolvimento dos currículos escolares, da expansão das escolas e institucionalização da instrução pública. Esta pesquisa se delimita a análise dos currículos das escolas cearenses, sobretudo os da Capital – Fortaleza. O Liceu é ponto de partida, mas a investigação recorreu a outras instituições como comprovação da importância da disciplina, como saber escolar e da existência de quadro de professores, desde o século XIX. O período se desenrola a partir de 1840, momento da instalação do Liceu do Ceará até o surgimento do primeiro curso superior de formação de professores na disciplina, datado de 1947. A metodologia da pesquisa baseia-se na investigação de registros documentais que servem como rastros na tessitura da geografia histórica escolar. Das evidências periféricas da historiografia cearense foram sendo reconstruídas a estrutura e dinâmica da formação do saber geográfico local. O trabalho de investigação baseia-se ainda, em registros de arquivos público e privado, bibliotecas, leituras de dissertações e teses acerca da temática e, sobretudo, das Revistas do Instituto Histórico, Geográfico e Antropológico do Ceará, permitindo acesso aos escritos que compunham o passado da Geografia escolar da cidade de Fortaleza, e de outras localidades no Estado. Esta pesquisa foi divida entre a apresentação dos primeiros currículos escolares inseridos no Brasil pelas escolas dos jesuítas, assim como a contextualização histórica do saber geográfico escolar no período de transição entre o regime imperial e o republicano, lembrando a relação entre as disciplinas de geografia e história. Destaque a presença constante da matéria de geografia nos currículos das escolares cearenses, confirmando o fato que o saber escolar é anterior a sistematização do saber científico e acadêmico. Palavras-chave: Geografia escolar, Currículos, Instituto Histórico e Geográfico do Ceará.

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APONTAMENTOS DOS CARIRIS NOVOS OU DO CARIRI-ARARIPE NOS OITOCENTOS: CARIRI CEARENSE NOS ESCRITOS DOS NATURALISTAS JOÃO DA SILVA FEIJÓ E

GEORGE GARDNER

- Maria Soares da Cunha A historiografia da ideia regional permite explorar os modos de operação e tradução desse saber em diversas temporalidades do pensar e fazer científico. Procura-se verificar perspectivas do saber regional em peças discursivas produzidas para o Cariri cearense no século XIX. A partir dessa região, experimenta-se trabalhar com textos de dois enunciadores identificados como intelectuais naturalistas: João da Silva Feijó (1760 -1824) e George Gardner (1812 - 1849). Através de seus trajetos sócio-profissionais e escritos procura-se demonstrar aspectos e práticas do estudo de regiões em momentos distintos do século XIX, quando o conhecimento especializado e técnico-científico ainda não estava institucionalizado. Os documentos são examinados como pontos de (re)visão, como produtos político-culturais de arranjos temporais e espaciais que denotam tanto regularidades quanto as particularidades das práticas científicas e da formação regional. A posição do Crato em relação as principais vilas litorâneas, suas condições naturais “férteis”, seu povoamento distinto em relação as demais áreas do sertão ou interior do território colonial e imperial são referências importantes para a produção de enunciações sobre o Cariri, em um período no qual a região ainda não constitui objeto específico de disciplinas científicas. As impressões e memórias dos estudiosos ajudam a identificar e comparar os atributos e relações ‘notáveis’ das povoações e terras do Cariri no período dos oitocentos. Do ponto de vista metodológico, o trabalho exigiu adentrar na abordagem historiográfica, e exercitar procedimentos metodológicos de seleção e análise documental, importante estratégia de coleta de dados e da abordagem do tipo qualitativa. O corpus é constituído por textos produzidos pelos dois naturalistas e relançados em publicações do final do século XX. Feijó e Gardner tiveram sua formação acadêmica na Europa e passaram pelas terras do Cariri cearense respectivamente em 1800 e entre 1838 e 1839. Após se instalarem no Crato, a primeira vila criada no sul do Estado do Ceará, percorreram suas redondezas na fase mais seca do ano, explorando e pronunciando a diversidade ‘notável’ desse ‘paiz’, zona, território. Suas produções textuais e impressões do Cariri-Araripe são suportes para estudar a chamada região do Cariri. A região é um aporte de compreensão e transmissão do real a partir da ordem espacial. Quanto ao Cariri cearense, seja a partir da expressão oásis, vale ou região, a sua identificação como uma parte diferenciada do entorno constitui uma importante construção que atravessa séculos e a prática de diversos profissionais. Essa construção da região pode ser concebida em sua longevidade e extensividade, pois permite retratar e elastecer a diferenciação, excepcionalidade e centralidade do Cariri cearense, afastando do mesmo, associações não potentes e vinculadas a áreas de desprestígio, seja no campo político-econômico, seja no cultural ou ambiental. A abordagem regional permite a exploração dos geógrafos no campo das discussões filosóficas e dos métodos científicos, potencializando a diversidade temática e metodológica. Colocar em questão o sentido da região, a historicidade ligada à prática em relação a essa categoria representa uma forma de privilegiar as potencialidades do tema regional enquanto recurso de apreensão e transmissão de aspectos do real. Palavras-chave: Práticas científicas, Historiografia, Naturalistas, Institucionalização, Feijó.

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PATRIMÔNIO GEOEDUCACIONAL NA FORMAÇÃO SIMBÓLICA DE MUNICÍPIOS-SANTUÁRIOS DA AMÉRICA DO SUL

- Christian Dennys Monteiro de Oliveira

- João Fernando Marques Araújo - Kelly dos Santos Tavares

A investigação aqui apresentada sistematiza uma etapa preliminar do projeto em Geografia Política da Religião denominado Estratégias Sul-americanas na Irradiação Devocional Mariana: Midiatização do Patrimônio das Peregrinações em Municípios-Santuários da América do Sul. Parte do reconhecimento teórico de que a questão patrimonial, por sua complexidade contemporânea, pode reunir as dimensões materiais e imateriais de sua valorização por intermédio do conceito de geoeducação. Desta feita, com base nas perspectivas epistemológicas de Gaston Bachelard (Imaginação Criadora) e Mikail Baktin (Dialogismo Responsável), observaram-se características político-culturais da representação simbólica de 30 santuários festivos em 10 países sul americanos. Problematizando...seriam os santuários marianos (e suas municipalidades locais e regionais) núcleos de valorização patrimonial da cultura e da espiritualidade, na escala relacional lugar-mundo (MARANDOLA JR; HOLZER; OLIVEIRA, 2012) e no contexto do nomadismo pós-moderno (DEBRAY, 2004)? O trabalho encontra ressonância no conjunto estudos sobre as implicações midiática, turísticas e rituais de lugares simbólicos, como vetores culturais do catolicismo popular contemporâneo. A progressiva e envolvente formação dessa rede espacial, que atualiza a representação devocional da Virgem Maria (padroeira de todas as nações latino-americanas), demonstra por intermédio da multiplicação santuários uma complexa trama de interações territoriais. O objetivo central aqui é dar relevancia ao âmbito municipal das estratégias devocionais, podo em relevo muitas das questões patrimoniais da contemporaneidade; notadamente aquelas que direcionam as mediações culturais da tradição religiosa como parâmetro de formação educativa. Roteiros devocionais, interioranos e litorâneos, em grandes cidades sul americanas (Montevideo, Lima, Belém), ou pequenos municípios (Coromoto, Copacabana, Caacupé, São Benedito), são polarizadores de uma expressiva devoção mariana, associados as redes eclesiais do catolicismo; porém ausentes da intepretação geográfica necessária a compreensão. O núcleo da pesquisa, portanto, reside de construção de uma metodologia exploratória capaz de fornecer tipologias desse processo de modelagem do bem religioso patrimonial (lido como geográfico e educativo, em sua projeção/destino), tendo como referência a difusão midiática (principalmente) das peregrinações e procissões nestas localidades. O perfil de referência utilizado na construção da pesquisa documental (online) - visando a constituição de uma banco de dados, informações e imagens – teve como parâmetro a estrutura virtual do Santuário de Aparecida, localizado no estado de São Paulo (Brasil). Às vésperas de completar 300 anos de desenvolvimento e centralidade devocional, este santuário tem, em sua diversidade e estrutura interna uma projeção, geográfica capaz de reproduzir, no território brasileiro, outros 38 santuários diocesanos voltados à Nossa Senhora Aparecida. A leitura preliminar dos demais santuários, com o uso dessa modelagem, revelou de um lado uma forte restrição comunicacional dos centros em estudo, indicando níveis elevados de desconexão nacional, malgrado a representatividade mariana incentivada pelo clero. Por outro lado, a concepção de município-santuário torna-se mais consistente a medida que a dimensão religiosa específica do catolicismo popular se articula à demais dimensões culturais do lugar. Reforçando assim a pertinência do conceito de lugar-mundo para a demarcação geográfica de município- santuário. Palavras-chave: Município-Santuário, Devoção mariana, Patrimônio Geoeducacional, Midiatização.

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LINGUAGEM CARTOGRÁFICA NO ENSINO DE GEOGRAFIA

-Débora da Silva Pereira

O presente trabalho tem como foco analisar o processo de alfabetização da linguagem cartográfica nas primeiras fases do ensino, bem como o seu uso no ensino médio. A pesquisa será fundamentada a partir dos debates teóricos para compreender como os especialistas analisam essa temática e a partir de dados empíricos que serão observados diretamente em sala de aulas, assim como levantamento de dados através de questionários estruturados, entrevistas como alunos e professores e soluções de exercícios para identificar os níveis de abstrações dos alunos com relação à linguagem cartográfica. Partindo de um pressuposto que as dificuldades manifestadas no ensino da cartografia nas fases iniciais e no ensino médio decorrem das dificuldades do domínio da linguagem cartográfica, que tem significados próprios. Assim, a questão que anima a pesquisa é, “em que medida a falta de domínio da linguagem cartográfica, de uma alfabetização na linguagem cartográfica, explicaria as dificuldades no seu processo ensino-aprendizagem?” Ao mesmo tempo em que os usos de mapas se popularizam - nas previsões de tempos, em telejornais, os planos de orientações tornaram-se instrumentos usuais, em carros e outros equipamentos, o sentido da representação espacial, no plano bidimensional e sua linguagem semiológica, parece, contraditoriamente, ficar distante no locus do saberes sistematizados, a escola. Se nos tempos atuais, de um mundo mais complexos, os saberes cartográficos são instrumentos fundamentais para as atividades práticas e intelectuais, as necessidades espaciais de situar e se localizar acompanham o homem desde a sua origem. Claval (2012), mostra que a construção de toponímias foi e é um recurso usado pelos homens para referenciar as localizações espaciais, especialmente em ambientes do espaço vivido. Ao passar do espaço vivido para o espaço concebido, as necessidades de se localizar assumiram outras dimensões escalares, requerendo a construção de uma linguagem de representação espacial, que deu forma ao que hoje é a linguagem moderna da cartografia. Assim, dos tempos imemoriais ao atual, a complexidade espacial requer, cada vez mais, o domínio dos saberes espaciais, ampliando a demanda pelo o desenvolvimento do ensino/aprendizagem dos saberes cartográficos na formação dos estudantes, especialmente nas fases iniciais. Portanto a questão que vem a justificar essa pesquisa esta em que medida a não alfabetização da linguagem cartográfica implica nas dificuldades do seu ensino/aprendizagem? Assim, parte-se da dedução que não se pode compreender os conteúdos cartográficos sem compreender as particularidades da sua linguagem. Para dar consequência a questão pesquisa, julga-se necessário: identificar os níveis de domínio da linguagem cartográfica entre educandos e educadores; verificar, no processo ensino/aprendizagem, a relação conteúdos espaciais e suas bases cartográficas; observar, na relação ensino/aprendizagem, as possíveis dificuldades para assimilação dos conteúdos cartográficos. Pode-se então considerar como resultados parciais nesta pesquisa algumas definições sobre o termo de linguagem, linguagem cartográfica e ensino de geografia, onde se tem como principal foco a importância de se estudar a linguagem cartográfica no ensino de geografia que pode ser destacadas na área de pesquisa definida, que envolve a cidade de Jataí-GO como campo para análise dos dados a serem coletados posteriormente. Palavras-chave: Linguagem, Cartografia, Ensino, Aprendizagem.

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EDUCAÇÃO GEOGRÁFICA NO PROJETO CAMPONÊS DE CONVIVENCIA COM O SEMIÁRIDO

-Alexandra Maria de Oliveira

No movimento de luta pela reforma agrária, a escola camponesa se revela como um projeto que se recusa a aceitar a inevitabilidade do desaparecimento do campesinato e a desigualdade social no campo. Foi, portanto, uma proposta que nasceu da resistência camponesa. Este artigo apresenta uma analise sobre a importância do ensino da Geografia na Escola Família Agrícola (EFA) Dom Fragoso, localizada no município de Independência, Ceará. A Escola Família Agrícola (EFA) D. Fragoso é parte constitutiva da luta camponesa por dignidade, reforma agrária e educação do/no campo. Para os camponeses, a conquista da terra nos assentamentos trouxe a necessidade da luta pela educação contextualizada, sobretudo para os jovens do campo, que continuavam migrando para as cidades. O trabalho pedagógico baseia-se na metodologia popular. A metodologia procura equilibrar o trabalho individual e o coletivo, o estudo e o debate, o tempo-escola e o tempo- comunidade, levando em conta as dimensões da pessoa (razão, sentimento, cultura, história de vida, gênero, entre outras), consideradas transversais, mas indispensáveis. Para entender a escola, foram realizadas entre os anos de 2010 e 2012, visitas de reconhecimento, rodas de conversas e entrevistas informais com os monitores e estudantes para um melhor entendimento do cotidiano da EFA Dom Fragoso. A reflexão sobre o ensino de Geografia na EFA D. Fragoso tem levado alunos e professores a (re)pensarem a prática educativa e o papel da escola como lugar de construção de conhecimentos e aprendizagens significativas no contexto espacial no qual está inserida. Nesse caminho, a Geografia como disciplina escolar compõe o projeto interdisciplinar, que tem como tema transversal a convivência com o semiárido, cabendo, portanto, à disciplina uma leitura analítica da dinâmica da sociedade atual, dividida em classes sociais com conflitos e contradições. Nessa leitura, adotar uma postura que valorize a diversidade das formas de relação com a terra, que reafirme a cultura camponesa e que tenha as comunidades e os assentamentos rurais como espaços de formação e de interação social e política é fundamental para o fortalecimento da geografia como disciplina escolar. A pesquisa apresentada insere-se nas analises que discutem a educação geográfica contextualizada como parte constitutiva da luta pela terra presente na história do campesinato brasileiro. Palavras-chave: Educação Geográfica, Escola camponesa, Semiárido cearense.

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ALTERAÇÕES NA DINÂMICA SOCIAL E AMBIENTAL DECORRENTE DA IMPLANTAÇÃO DE

PARQUE EÓLICO NA COMUNIDADE TRADICIONAL VOLTA DO RIO, MUNICIPIO DE ACARAÚ-CE

-Narcélio de Sá Pereira Filho

-Deborah Maria Passos Lopes -Antônio Inácio Sousa Ferreira de Vasconcelos

-Antônio Jeovah de Andrade Meireles

A implantação de parques eólicos no litoral nordestino, como no caso município de Acaraú, vem apresentando desafios em termos de planejamento e execução de políticas de desenvolvimento, interessando na discussão deste estudo aquelas atinentes aos do desenvolvimento social. São desafios que confrontam a potencialidade da produção de energia renovável e as condições as quais se efetivam na prática. Apesar de tratarmos de uma fonte de energia renovável e promotora do desenvolvimento econômico e energético do Estado do Ceará, estes parques vêm causando relevantes impactos sociais e ambientais, principalmente a comunidades tradicionais litorâneas. O presente trabalho trata de uma investigação dos impactos sociais causados pela implantação da usina eólica localizada na comunidade Volta do Rio distrito de Juritianha, município de Acaraú-CE. Para tal, realizou-se uma pesquisa qualitativa com leituras de bibliografia referente à temática das comunidades tradicionais litorâneas, seus direitos, bem como ao que diz respeito à implantação de parques eólicos no Ceará e seus impactos socioambientais. Foram aplicados questionários à população local, visando obter as impressões da comunidade frente a presença destes empreendimentos e seus impactos na dinâmica cotidiana. As atividades de trabalho de campo também permitiram visitas a Secretaria de Meio Ambiente de Acaraú, que subsidiou a execução deste trabalho a partir da disponibilização do Relatório Ambiental Simplificado (RAS) referente ao Projeto de Implantação da Central Eólica Volta do Rio. A relevância desta investigação se efetiva, pois os impactos causados com a implantação de usinas eólicas são temas de uma abrangência interdisciplinar, trazendo a conhecimento geográfico, num esforço de relacionar a sociedade e natureza, sua contribuição na compreensão de uma realidade presente no litoral cearense. Fundamenta-se também pela amplitude de discussões a serem realizadas acadêmica e politicamente acerca dos impactos de investimentos como os das usinas eólicas. Não menos importante é preciso trazer e confrontar discursos, por vezes negligenciados, como os moradores de comunidades tradicionais que residem próximas a estes investimentos. As comunidades e povos tradicionais são considerados grupos culturalmente diferenciados e que se reconhecem como tais, que possuem formas próprias de organização social, que ocupam e usam territórios e recursos naturais como condição para sua reprodução cultural, social, religiosa, ancestral e econômica, utilizando conhecimentos, inovações e práticas gerados e transmitidos pela tradição. Pode-se entender a partir desse trabalho que as usinas eólicas no contexto analisado causam impactos negativos e positivos, ampliados no primeiro fator quando consideramos comunidades de moradores que utilizam os recursos ambientais litorâneos como forma de sobrevivência. A energia eólica e sua produção, nesse contexto, apresentam contradições, pois o que deveria ser uma fonte alternativa, e apresentaria impactos ambientais e sociais em termos qualitativos positivos superiores aos negativos, acabam imprimindo na paisagem os resultados de uma produção e desenvolvimento desigual, influenciando substancialmente a vida de moradores de comunidades tradicionais. Acaba-se nesse sentido negligenciando o espaço geográfico que permeia a lógica instalação desse empreendimento, com sua dinâmica social, econômica e ambiental. Palavras-chave: Comunidade, Impactos, Empreendimento.

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O TRABALHO DE CAMPO E O OLHAR: POSSÍVEIS CAMINHARES NA PESQUISA GEOGRÁFICA

- Débora Assumpção e Lima

O presente trabalho surge a partir das inquietações da pesquisa de mestrado Tocantins: entre o agronegócio e a agricultura camponesa – uma fronteira em transformação” e do projeto de extensão que vem sendo desenvolvido na Terra Indígena Rio Silveira intitulado “Cartografia participativa, território e cultura: a Comunidade e Terra Indígena Rio Silveira (Tekoha Morutï), em Bertioga (SP)”. O trabalho de campo, encarado como uma rica ferramenta para comprovações das hipóteses acadêmicas, assim como prerrogativa para descartar ou reelaborar afirmações e olhares da realidade aponta também as perspectivas teórico-metodológicas e o posicionamento crítico do pesquisador. O campo de significados escolhido pelo pesquisador deve ser semelhante ao campo de significados dos pesquisados. Mas como se inserir no mundo do “outro” e seus significados? Além disso, na Geografia, o trabalho de campo encontra algumas dificuldades escalares: como definir a importância do que deve “ser visto” quando o objeto de estudo apresenta grande diversidade e amplitude territorial, como no caso do Tocantins? O trabalho de campo é mais revelador que o trabalho de gabinete, e nos apresentaria um prisma mais acurado da realidade? Ou a distorção estaria no pesquisador? Longe de responder tais questões, o trabalho pretender apontar impasses e reflexões referentes as atividades desenvolvidas com os agricultores do Assentamento Santo Onofre, no município de Ponte Alta/TO e em parceria com os guarani-mbya em Bertioga/SP. Palavras-chave: Trabalho de campo, Geografia, Cotidiano, Paisagem.

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UM OLHAR SOBRE A FLORESTA NACIONAL (FLONA) DE CHAPECÓ: COMO A POPULAÇÃO ENTORNO INTERPRETA A RELAÇÃO ENTRE SOCIEDADE E NATUREZA

- Bruno de Matos Casaca

O uso da natureza pelo homem é muito antigo, as relações entre Sociedade e Natureza são constantemente modificadas no tempo e no espaço. Em cada período histórico a sociedade humana modificou a natureza, no discurso e/ou na prática, de diferentes formas, de acordo com as intencionalidades e as culturas vigentes. No período que antecede o capitalismo a relação Sociedade e Natureza eram consideradas mais harmônicas, no entanto, em determinado tempo/espaço ela transformou-se. Transformação essa ligada aos conflitos de interesses e lógicas das múltiplas sociedades. O presente artigo remete-se a uma parte do trabalho de conclusão de curso do autor, e visa compreender como os sujeitos interpretam a relação entre sociedade e natureza, uma vez inseridos dentro da zona de amortecimento de uma Unidade de Conservação. Esta pesquisa realizou-se na Floresta Nacional (FLONA) de Chapecó, com a população mais próxima, no período de junho a dezembro de 2013. Utilizando o Triângulo Metodológico (Perguntar, Ouvir e Observar), 49 sujeitos participaram da pesquisa, divididos em três eixos (estudantes, moradores e profissionais da FLONA). Os dados foram analisados qualitativamente, através de categorização, e discutidos com autores que debatem essa relação, com ênfase na ciência geográfica. Pela análise do lugar e dos dados coletados, percebe-se pela reação dos sujeitos que a área de estudo é conflituosa. Seja de forma harmônica ou não, para 32,7% dos sujeitos acredita que essa relação – Sociedade e Natureza – não exista. Daqueles que confirmaram a relação, 25,6% acreditam que a relação coexiste através do “Auxílio” entre ambos. Auxílio este ligado a um processo histórico de conscientização e preservação do ambiente. Para os sujeitos do Eixo II a relação está ligada muito ao uso da terra e dos recursos (23,2%), sendo que estes não consideram desconectados ao campo, como causadores de danos à natureza, devido à relação intima que possuem desde pequenos com o meio rural, meio que proporciona além de moradia (13,4%) também lhes garante o próprio sustento. Por vezes a relação pode ocorrer através do Desequilíbrio (12,2%), da Poluição (8,5%). No entanto, com a inserção de novas legislações ambientais (2,4%) criam mecanismos aos órgãos competentes a fim de garantir preservação da Natureza. Em todos os eixos ocorre uma associação entre Natureza e Sociedade através de uma percepção religiosa, ligada a uma questão cultural da comunidade. Conflitos, envolvendo a ocupação humana e o uso dos recursos naturais, são comuns em diversas regiões onde foram ou serão implantadas Unidades de Conservação. Considera-se que compreender as percepções da população entorno da FLONA de Chapecó é essencial, a fim de auxiliar na diminuição dos conflitos entre órgãos de preservação e a comunidade, além de ajudar no processo de manutenção do lugar. Palavras-chave: Meio rural, Relações, Unidade de Conservação.

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FORMAÇÃO DOCENTE E RECURSOS DIDÁTICOS: A CHARGE COMO POSSIBILIDADE DA PRÁTICA DOCENTE EM GEOGRAFIA

- Antenor Fortes de Bustamante. - Francisco Pereira da Silva Filho

- Ana Célia de Sousa Resende

Este artigo tem como objetivo discutir a formação docente do licenciado em Geografia, bem como analisar a relação de sua prática com relação à utilização de recursos didáticos e a aprendizagem de conteúdos geográficos. Dentre os diversos recursos didáticos optou-se pelo uso da charge. Toda a discussão do artigo se dá com base nas ideias de autores como: Callai, Cavalcanti, Zabala, Tardif e outros autores que discutem a temática da formação e prática docente.A metodologia utilizada baseia-se em pesquisa bibliográfica a cerca do tema discutido no artigo, bem como levantamento de charges sobre os diversos temas; após levantamento prévio das charges buscou-se identificar a que conteúdos geográficos são abordados nas mesmas. Essa discussão é relevante tendo em vista que a Geografia enquanto ciência objetiva estudar o espaço em suas múltiplas facetas e formas de organização. Para isso se vale de vários conceitos-chave e variadas metodologias de estudo, para compreender a forma de organização do espaço e a partir desse entendimento produzir novos conhecimentos ou consolidar os já existentes.Neste sentido, o texto aborda alguns elementos importantes ao pensar e fazer Geografia, o primeiro deles é a discussão da formação docente em Geografia como norteadora para o entendimento da prática e da realidade docente. O segundo diz respeito, à relação da Geografia, seus conteúdos e recursos didáticos, para compreender quais conteúdos são importantes ou pelo menos estão sendo considerados importantes e quais recursos didáticos são ou podem ser utilizados pelo professor de Geografia para uma aprendizagem significativa.O terceiro ponto abordado no texto, diz respeito a utilização da charge como recurso didático nas aulas de Geografia, por ser um elemento de fácil acesso e que contribui de maneira divertida na aprendizagem dos conteúdos geográficos. Palavras-chave: Geografia, Formação Docente, Recursos Didáticos, Charge.

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UMA ABORDAGEM SOCIOESPACIAL PARA A EDUCAÇÃO DO CAMPO E A EDUCAÇÃO AMBIENTAL ALGUNS RESULTADOS E REFLEXÕES

- Maria Cristina Borges da Silva

A presente pesquisa é vinculada ao Programa de Pós-Graduação – Mestrado e Doutorado em Educação, e é um subprojeto de pesquisa que se insere num projeto maior, intitulado "Educação do Campo na Região Metropolitana de Curitiba - RMC: Diagnóstico, Diretrizes Curriculares e Reestruturação dos Projetos Político Pedagógicos”, e vem sendo desenvolvido pelo referido Programa, e tem objetivo de analisar a realidade das escolas públicas localizadas no campo na Região Metropolitana de Curitiba e provocar processos de intervenção voltados à reestruturação dos Projetos Político Pedagógicos. O subprojeto de pesquisa visa contribuir, com os aspectos centrais do projeto maior, a partir de uma Educação Socioespacial, como proposto por Silva (2012), na qual se busca, tanto na educação formal, como na educação não formal, para educandos e educadores, a interpretação da realidade vivida. Tem como objetivo principal, verificar as representações sociais dos envolvidos nos processos educativos, sobre como é viver no município e ser professor destas escolas localizadas no campo. Para tanto, fez-se necessário: i) Identificar por meio dos Projetos Políticos Pedagógicos, como o espaço vivido e as questões socioambientais são considerados. ii) verificar quais são as propostas pedagógicas realizadas por professores, e se estes valorizam o espaço vivido enfatizando as abordagens da educação do campo e da educação ambiental; iii) realizar a sistematização do uso do solo, para que seja possível contextualizar nas práticas educativas, uma valorização do lugar vivido, enfatizando a importância do campo, da agricultura familiar, da cultura local e da identidade, motivadas na discussão da educação socioespacial e socioambiental e, sobretudo nas concepções da Educação do Campo. O embasamento teórico se dá por meio da Teoria das Representações Sociais, descrita por Moscovici (1980) e seus seguidores e também pela modalidade da pesquisa-ação, uma vez que visamos o contato direto com os sujeitos das comunidades escolares, envolvidos na pesquisa, para verificarmos se a realidade do lugar vivido é contemplada nas escolas, e o que pode ser modificado no PPP em relação à materialidade da vida, enfatizando o campo. Alguns resultados da pesquisa, com professores dos municípios de: Almirante Tamandaré, Bocaiuva do Sul, Campo Magro, Cerro Azul, Dr. Ulisses, Rio Branco do Sul, e Tunas do Paraná, apontam que as realidades municipais e o lugar vivido, não estão sendo contemplados, e que as representações sociais de professores e funcionários em relação ao lugar vivido vem se orientando a partir da visão negativa sobre o campo, historicamente construída no Brasil, como apontam as Diretrizes Operacionais para Educação do Campo, e que as questões socioambientais, não se orientam pela sociobiodiversidade, como apontam as Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Ambiental. Sendo assim, é necessário reificar as representações sociais, dos envolvidos nos processos educativos, para que seja possível, construir novos conhecimentos sobre as questões socioambientais, considerando o lugar vivido, e que estes provoquem novas indagações e se reflitam em suas práticas pedagógicas e cotidianas. Palavras-chave: Educação Socioespacial, Educação do Campo, Educação Ambiental.

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UMA LEITURA DA PAISAGEM A PARTIR DO GRAFFITI

- Pablo Raniere Medeiros da Costa O presente trabalho busca explicar, a partir dos discursos e imagens produzidos pela arte de rua na paisagem da cidade de Natal, de que forma a visibilidade associada ao espaço público produz diferentes manifestações e reações à arte de rua. Cabe ressaltarmos que a percepção dessas narrativas e representações sociais não se dá de maneira homogênea, mas diferencia-se individual e localmente, na medida em que segundo Kevin Lynch (1997, p.7) as imagens ambientais são resultado de um processo bilateral entre o observador e seu ambiente, onde o observador à luz de seus próprios objetivos, seleciona e significa aquilo que vê, permitindo afirmar que a imagem de uma determinada realidade varia significativamente de acordo com o observador, pois é ele quem define o que importa ou não a ser apreendido, pois como escreve Jean-Marc Besse (2014, p.12) “A paisagem não existe, objetivamente, nem em si […] ela é relativa ao que os homens pensam dela, ao que percebem dela e ao que dizem dela.”. Destarte, para a análise do graffiti consideramos as categorias de análise ponto de vista, composição e exposição (Gomes, 2013), revelando as estratégias de visibilidade relacionadas às manifestações de arte de rua nos espaços públicos. Enquanto campo de práticas bastante variadas, o espaço público é lugar privilegiado de exposição, na medida em que “O atributo da visibilidade é […] central na vida social moderna e se ativa e se exerce pela existência dos diferentes espaços públicos.” (GOMES, 2013, p.23). Nossa leitura da paisagem situa-se, nesse sentido, em explicar quais as categorias espaciais associadas ao lugar fazem com que o conteúdo imagético/discursivo dos graffitis mude. De modo que observamos que o conteúdo da arte de rua se diferencia de acordo com o lugar público, em termos de tipologia e visibilidade, assim como se diferencia a abordagem do poder público no combate à transgressão espacial, de acordo com os espaços de maior visibilidade, de maneira que é possível perceber tais nuances espaciais por meio de uma leitura mais minuciosa da paisagem. Palavras-chave: Paisagem, Graffiti, Natal, Espaço público.

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OS CONTEÚDOS DE GEOGRAFIA REGIONAL NA PRÁTICA DOS PROFESSORES DE GEOGRAFIA NO PIAUÍ

- Aline Camilo Barbosa

- Josélia Saraiva e Silva

Na primeira década do século XXI algumas mudanças podem ser observadas na estrutura da Educação Básica. Uma dessas modificações é protagonizada pelo advento do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). Este exame tem sido um dos principais instrumentos utilizados para avaliar as transformações desse nível educacional e caracteriza-se pela busca de concretizar, no ensino, uma formação baseada em competências e habilidades. Das modificações proporcionadas pelo ENEM á exclusão de estudos regionais, específicos para cada Estado da Federação, tem sido muito discutida pelos educadores, especificamente os professores de Geografia, História e Literatura. Este artigo apresenta os resultados obtidos em uma pesquisa que teve como tema a permanência dos conteúdos de Geografia do Piauí no Ensino Médio, após o advento do Exame Nacional de Ensino Médio (ENEM). O objetivo da pesquisa foi identificar as concepções e práticas dos professores das escolas públicas sobre a permanência da Geografia do Piauí no Ensino Médio após o advento do ENEM (2009). Nela analisamos os documentos oficias da educação tais como: LDB 9394/96, Portarias Ministeriais que regulamentam o ENEM (n°438, de 28 de maio de 1998 e n° 462 de 27 de maio de 2009), Matriz de Referências do Enem 2009, ENEM: fundamentação teórico-metodológica e os PCN’s + e Diretrizes Curriculares da Educação Básica da Rede Estadual de Ensino do Piauí (2013). A fundamentação teórica dialoga com autores como Lerina (2013) e Melo (2013) que tratam sobre o ENEM e as mudanças nas práticas professorais; Cavalcante (1998) e Callai (2012) que discutem o ensino de Geografia na Educação Básica. A metodologia do trabalho contou com duas etapas: a pesquisa bibliográfica e pesquisa de campo, que foi realizada nas escolas públicas Estaduais do município de Teresina-PI. A hipótese inicial era que os professores do Ensino Médio pouco valorizavam os conteúdos de Geografia do Piauí. Os dados alcançados mostram que os professores reconhecem a importância do ensino de Geografia do Piauí para o aprendizado e compreensão da escala local pelos alunos. No entanto, a maioria dos professores não está procurando alternativas para amenizar o impacto que o ENEM vem trazendo para essa disciplina no Ensino Médio. Por fim, salientamos a necessidade de mudança de postura dos professores com relação ao ensino de Geografia do Piauí, bem como uma maior diversificação de material didático, pois esta é uma das justificativas apresentadas pelos professores para não trabalhar aspectos da Geografia local em suas aulas. Palavras-chave: ENEM, Ensino Médio, Geografia do Piauí.

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O CONTEXTO HISTÓRICO DA GEOGRAFIA ECONÔMICA: O CASO DOS ENCONTROS DE GEÓGRAFOS DA AMÉRICA LATINA (EGAL)

- Jonatan Alexandre de Oliveira - Conceição Malveira Diógenes

Este trabalho tem como objetivo analisar as perspectivas da geografia econômica latino-americana, a ênfase da pesquisa esta pautada nos trabalhos de geografia econômica apresentados nos EGAL entre os anos de 1987-2013. O trabalho discute os novos enfoques da geografia econômica, analisando os artigos relacionados a essa temática apresentados nos Encontros de Geógrafos da América Latina (EGAL), este evento que tem como objetivo promover o desenvolvimento da geografia Econômica, através de debates, discussões, comparações e intercâmbios da produção geográfica contemporânea entre pesquisadores das diversas instituições de ensino latino-americanas. Este evento reúne a produção científica de geógrafos do continente a cada dois anos em diferentes países, servindo para discutir a tendência e os rumos da ciência Geográfica. Utilizando os conceitos geográficos como geografia clássica, teorética, crítica e humanística busca-se identificar quais correntes do pensamento geográfico estão ligadas a cada artigo selecionado no EGAL com objetivo de compreender qual conceito geográfico esta mais presente nos trabalhos de geografia econômica. Para identificação dos artigos pesquisados, utilizamos o eixo socioeconômico e o sub-item geografia econômica, verificando artigos que trabalham com as questões econômicas (indústria, comércio, agricultura, política econômica, teorias econômicas entre outras). A respeito da metodologia foi realizado um levantamento de 53% do universo de artigos publicados ao longo das treze edições, O total de artigo totaliza 245, sendo a amostra consultada de 130 artigos ao longo de treze edições, constituindo um material significativo e representativo para compreender parte da história da geografia econômica totalizando a quantificação geográfica do evento, com a finalidade de avaliar parte da história da geografia econômica latino-americana. Os parâmetros para interpretar as caraterísticas da geografia econômica Latino Americana será: escala de análise, Corrente da geografa, linhas de pesquisas, conceitos técnicas de pesquisa, Áreas da geografia econômica e país do pesquisador. Como um breve conclusão, analisando os diversos contextos e fases da geografia econômica, começando pelos trabalhos apresentados no fim da década de 1980 que tinham caráter mais quantitativo pautados em análises de modelos econômicos aplicados ao espaço rural, a década de 1990 é caracterizada por questões ambientais e nos anos 2000, os trabalhos compreendiam o conceito de rede, abordando as articulações econômicas na América Latina. Palavras-chave: EGAL, Geografia Econômica, América Latina, Geografia Latino-Americana.

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GEOGRAFIA FÍSICA E MUDANÇAS DE PARADIGMAS: UMA ANÁLISE SOBRE A NATUREZA DA GEOMORFOLOGIA GEOGRÁFICA E A ATUAL URGÊNCIA AMBIENTAL

- Kelton Klinger Queiroz Pinto

- Adorea Rebello da Cunha Albuquerque - Dilson Gomes Nascimento

Este trabalho teve como objetivo realizar uma análise sobre a natureza da geomorfologia geográfica e suas diferentes interpretações sobre o tempo do relevo, expondo como a emergência da questão ambiental influencia tais interpretações na atualidade. Com intuito de realizar uma reflexão crítica sobre esta abordagem, partimos de uma revisão bibliográfica, onde se buscou referências em autores reconhecidos por seus trabalhos no campo das reflexões epistemológicas na ciência geográfica, mas especificamente voltados para a geografia física. Primeiramente, o artigo aborda a natureza da própria geomorfologia geográfica, ressaltando seu processo embrionário com Alexander von Humboldt em sua obra Cosmos, inspirado nas ideias de Goethe sobre a Ciência da Morfologia como integradora e ao mesmo tempo síntese do Cosmo. Em seguida foram identificadas as diferentes concepções de tempo na interpretação do relevo, que foram sendo construídas, no contexto da Geografia Física. Nesta etapa compreende-se que estas concepções foram evoluindo de acordo com o momento histórico e material pelo qual passava a ciência geográfica. Dessa forma foi possível analisar como a emergência das questões ambientais influenciou na mudança da concepção de interpretação de tempo do relevo à medida que os avanços das técnicas foram ocorrendo. Suertegaray & Nunes (2001) afirmam que atualmente os geógrafos optam por realizar estudos dando mais importância aos processos morfodinâmicos (tempo curto) em detrimento dos processos morfogenéticos (tempo longo). Com intuito de chegar a um panorama geral sobre o(s) possível(eis) caminho(s) que estão sendo trilhado pelos geógrafos brasileiros e sul- americanos contemporâneos, foram analisados os resultados de um levantamento executado por Suertegaray & Nunes (2001) sobre a produção em geografia física nos anais do XII ENG (2000) (Encontro Nacional de Geógrafos), Florianópolis/Brasil e VIII EGAL (2001) (Encontro de Geógrafos da América Latina) Santiago/Chile. Os referidos autores mostraram que no XII ENG 55,4% dos trabalhos que abordam temas relativos à Natureza escreveram sobre ambiente, esse número é ainda mais expressivo no VIII EGAL cerca de 63,5%. Constatou-se que há uma grande preocupação com os temas voltados a discussão ambiental, havendo nas entrelinhas dessa preocupação uma “esperança” de integração da própria ciência geográfica, pois as questões ambientais possibilitam a interdisciplinaridade como sua principal característica. Porém, há autores como Colangelo (2004) que se opõe severamente a esse tipo de raciocínio, para o referido autor não se pode conceber a geografia como a ciência do ambiente, simplesmente porque o ambiente é o todo e não existe ciência do todo. Portanto, nos cabe o dever de realizar reflexões críticas sobre os novos caminhos a serem traçados pela Geografia Física, avaliando constantemente essas novas abordagens para evitar o distanciamento dos fundamentos originais que permitiram conceber a Geografia como ciência da integração entre as questões naturais e humanas. Palavras-chave: Epistemologia, Geomorfologia geográfica, Emergência da questão ambiental.

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CINEMA E ENSINO DE GEOGRAFIA NA ESCOLA MARIA LUIZA SABÓIA RIBEIRO – PARACURU – CE

- Kaline da Silva Moreira

- Luis Ricardo Fernandes da Costa O presente artigo tem como objetivo trabalhar o cinema como recurso didático nas aulas de geografia no ensino médio, na busca de discutir o cinema e o ensino de Geografia, assim como aponta Barbosa (2000) e Neves & Ferraz (2007). Para a efetivação do trabalho foram aplicados um filme brasileiro “O homem que copiava” e um documentário “Os rios e a vida – Amazonas” em séries distintas (2° e 3° ano) na escola de Ensino Médio Maria Luiza Sabóia Ribeiro, no Município de Paracuru-CE. Metodologicamente o trabalho foi realizado em quatro etapas: pesquisa bibliográfica, elaboração e aplicação das atividades cinematográficas, tratamento dos dados e aplicação dos questionários. A aplicação dos recursos foi diferenciada, onde foram utilizados os 20 primeiros minutos do filme e o documentário foi exibido integralmente. Nesse contexto, a Geografia tem um papel importante para o cidadão, pois essa disciplina consegue aperfeiçoar a capacidade de observação, de interpretação e transformação da sociedade. Dessa forma a utilização do cinema em sala de aula cria possibilidades de tornar o processo de aprendizagem mais prazerosa para o ensino. Através dessas possibilidades o professor de geografia pode fazer uma relação dos conteúdos do livro didático com a produção cinematográfica, fazendo uma ligação com a realidade e o cotidiano do aluno para que eles possam refletir sobre acontecimentos distintos em sala, destacando também o poder que a escola tem de transformar e estimular a imaginação de ambos (professor e aluno) e a preocupação dos professores em formar cidadãos mais críticos e pensantes da realidade atual. Palavras-chave: Ensino de Geografia, Cinema, Paracuru.

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REVISITACIÓN DE LA ESCUELA DE BERKELEY EN BAJA CALIFORNIA MÉXICO: LOS CASOS DE MEIGS Y ASCHMANN

- Paola Segundo - Pedro S. Urquijo

- Gerardo Bocco

A lo largo de los años la geografía de la Península de Baja California, México, ha sido estudiada con diferentes miradas. Las descripciones misionales realizadas en el territorio tuvieron la intención de dar cuenta de un lugar en situación de confín colonial. Los paisajes ahí descritos captaron la atención la atención de diversas personas que encontraron en esas geografías descritas motivos de curiosidad e indagación. En el siglo, y desde un aspecto académico, cobra particular importancia los estudios realizados en el marco de la llamada Escuela geográfica de Berkeley y, particularmente, dos de sus más notables exponentes: Peveril Meigs y Homer Aschmann. Las obras desprendidas de sus investigaciones bajacalifornianas poseen información histórica y geográfica por demás valiosa, y mediante las cuales es posible rastrear aspectos de cambio y continuidad espacial; por ejemplo en las toponimias, en los nodos de integración territorial y en las rutas misionales. En este sentido, a partir de la revisitación de los estudios realizados por Peveril Meigs y Homer Aschmann, se puede apreciar los contextos de cambio geográfico y cambio histórico Se trata de una mirada hacia paisajes que han dejado de ser nodos importantes en la integración regional de la Península de Baja California. El difícil acceso a estos sitios los ha alejado de la actual ruta de integración regional que es la carretera federal número 1. Considerando lo anterior, con esta investigación nos proponemos: 1. Analizar histórica e historiográficamente las aportaciones de la Escuela de Berkeley, sus enfoques y métodos, a través de dos de sus exponentes, Peveril Meigs y Homer Aschmann, en la Península de Baja California; y 2. Realizar una revisitación a sus obras y estudios de caso para apreciar procesos de cambio geográfico e histórico. Con ello podremos reconocer formas y modos de pertenencia actual en la tradición de Berkeley y revalorar obras emblemáticas para una región de México que presenta hoy situaciones de alteración acelerada. Key words: Rutas misionales, Escuela de Berkeley, Baja California, Geografía histórica.

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BRAZIL: NORTH AMERICAN GEOGRAPHERS’ “OTHER” LATIN AMERICA

- Kent Mathewson

This paper explores the engagements (and lack of them) of North American geographers with Brazil as a site of research and object of study from a comparative and historical perspective. Until quite recently, Brazil received little attention or recognition as a study site among North American geographers if compared with the rest of Latin America. If one considers standard geographical measures such as size of area, human population, urban rank or economic activity, Brazil nearly matches the rest of Latin America combined. For example, Brazil occupies some 40% of the total area of Latin America (Mexico, Central America, South America and Caribbean Islands) and its population about 35% of the region’s total. Brazil has four of the largest cities (population within city proper not total metropolitan area) in Latin America. Its GDP constitutes about 45% of Latin America’s total GDP. Yet, as this paper points out, as a collectivity North American Latin Americanist geographers have directed far less than 40% of their scholarly efforts or attention toward Brazil and its diverse geographies. Surveying the work of that has been done by North American geographers in Brazil, points to some patterns and the development of a few minor research “traditions.” These and other examples of North American geographers’ engagements are identified, discussed, and put into the context of the larger Latin Americanist geographical enterprise. Key words: History of geography, Brazil, Latin Americanist geography.

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ENSINO DE GEOGRAFIA E SUAS DIFERENTES LINGUAGENS NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM: PERSPECTIVAS PARA A EDUCAÇÃO BÁSICA E GEOGRÁFICA

-Cícera Cecília Esmeraldo Alves

A pesquisa enfatiza questões contemporâneas do ensino da geografia a partir das diferentes linguagens para uma melhor metodologia que valorize a educação básica, numa perspectiva da educação geográfica do educando, tendo como objetivo geral refletir e propor métodos que favoreçam um ensino onde seja possível educador e educando construírem diversos saberes geográficos com o uso de linguagens que propiciem a sistematização do conhecimento geográfico e uma postura educacional-cidadã. Fundamenta-se em literatura sobre metodologia, aprendizagem, ensino de geografia, linguagens e educação básica, sendo necessário e importante para uma prática pedagógica que repense o ensino de geografia voltado à geografia cidadã e que discuta a inserção e o posicionamento do homem no espaço geográfico. Ou seja, o espaço que o homem atua, modifica, vive em sociedade, mas o espaço que também exclui. Nesse sentido, a metodologia adotada para o objeto de estudo proposto se deu com o uso de imagens (diversas figuras) trabalhando as categorias geográficas lugar, paisagem, território, região e o uso de músicas (selecionadas) para uma percepção geoespacial, bem como a produção de maquetes decorrentes da leitura e interpretação de mapas, pensando na alfabetização cartográfica, pois, na educação básica, ainda nos deparamos com a ausência de linguagens e recursos para um ensino da geografia escolar que ultrapasse as fronteiras da sala de aula. Sendo assim, as diferentes linguagens proporcionarão uma metodologia acessível, prática e que contextualizará o espaço geográfico numa abordagem social, cultural, ambiental e também política. O ensino e aprendizagem da geografia exige uma maior discussão das mudanças ocorridas no espaço e nas relações homem/meio. Os conteúdos geográficos necessitam dessa discussão pautada numa geografia crítica, com fundamentos científicos. A importância do ensino e aprendizagem em geografia é indiscutível para a formação do educando e para a consolidação de uma sociedade sustentável. Contudo, nem sempre a escola persiste nessa temática, ou o professor ainda não se deu conta da sua responsabilidade de despertar no aluno, um olhar analítico-crítico das relações sociais que se presencia, resultando nas desigualdades sociais. Palavras-chave: Ensino e aprendizagem de geografia, Diferentes Linguagens, Metodologia, Educação básica.

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EDUCAÇÃO AMBIENTAL ESCOLAR: ESTUDANDO TEORIAS E VISUALIZANDO INICIATIVAS REALIZADAS NO COLÉGIO MÓDULO EM JUAZEIRO DO NORTE-CE

- Sherly Gabriela da Silva

Educação ambiental é uma temática e prática social relevante no contexto atual. Como entendê-la e como é o processo de sua aplicação no sistema escolar? A presente pesquisa busca adentrar no contexto e nos conceitos ligados ao processo de educação ambiental. Para tanto, além da revisão bibliográfica, pauta-se em levantamento empírico realizado em uma escola da rede particular do município de Juazeiro do Norte-CE. É um estudo de caso a partir do desenvolvimento de iniciativas realizadas ao longo do ano de 2013 na Escola Módulo Cultural em turmas de 3º. Ano do ensino fundamental 1. O objetivo do levantamento foi conhecer e averiguar como gestores e docentes dessa unidade particular de ensino pensam, planejam e estimulam o desenvolvimento de projetos em educação ambiental. O trabalho volta-se a identificar preocupações dos professores sobre educação ambiental e as possibilidades de realização desse tipo de trabalho. Para coleta de dados foram utilizados dois principais instrumentos de coleta de dados: aplicação de um formulário impresso com questões fechadas e abertas e de um roteiro de entrevista. Os informantes foram: representantes da direção escolar, coordenadores e professoras das turmas de 3ª série do ensino fundamental I do colégio Módulo Cultural de Juazeiro do Norte-CE. A educação ambiental é uma prática componente da estrutura curricular da instituição. Tratar da educação ambiental escolar significa refletir e construir um projeto educacional que se aplica de forma gradual e pautada em mudanças de comportamentos e de atitudes na escala do coletivo. É um projeto que enfrenta muitas dificuldades, mas que deve ser ampliado para outras 10 turmas e realidades educacionais. Palavras-chave: Educação ambiental escolar, Conceitos, Contextos, Gestão, Experiências.

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Eixo 3

ECOLOGIA DA PAISAGEM, RECURSOS E IMPACTOS AMBIENTAIS E RURAIS

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FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA ANÁLISE SISTÊMICA E SEUS USOS EM ESTUDOS GEOGRÁFICOS NO ESTADO DO PIAUÍ: LEVANTAMENTO PRELIMINAR

-Jefferson Paulo Ribeiro Soares

-Claudia Maria Sabóia de Aquino

Nas últimas décadas, estudos de geografia em relação às questões ambientais tendo a Teoria Geral de Sistemas (TGS) como suporte têm sido amplamente divulgados. O uso da TGS em Geografia Física culminou com a criação do método geossistêmico defendido por Sotchava e aprimorado por Bertrand (1972) em sua proposta de taxonomização da paisagem. Considerando a importância da abordagem sistêmica na atualidade para o entendimento das questões relativas ao ambiente, o presente trabalho objetiva realizar: i) uma breve analise dos fundamentos da TGS e seu emprego na Geografia; ii) levantar e sumariar estudos que tenha realizado o emprego desta teoria no estado do Piauí.A fim de alcançar esses objetivos o presente estudo foi metodologicamente dividido em três partes. A primeira parte é dedicada ao estudo dos fundamentos teóricos do estudo sistêmico da paisagem, nesta seção é feito o destaque para as obras de Bertalanffy (1973) a Teoria Geral dos Sistemas que vem a se opor a todo o modismo científico corrente, a especialização e subdivisão excessiva, onde em seu trabalho o autor apresenta uma visão voltada para a abordagem orgânica discordante da visão cartesiana do universo, sua proposta defende a ideia de que o organismo é um todo maior e mais abrangente do que a simples soma das partes. A Sotchava (1977 e 1978) que coube o pioneirismo no emprego da análise sistêmica nos estudos da paisagem, aliás, o mesmo foi o primeiro no emprego do termo geossistema. É feito tambem um destaque a Tricart (1977) que partiu para elaborar uma proposta de classificação das paisagens, onde o mesmo distinguiu as paisagens em três grandes tipos de meios morfodinâmicos em função da intensidade dos processos atuais, a saber: meios estáveis, meios intergrades e os fortemente instáveis e Bertrand (1972) que elaborou um esboço metodológico de classificação da paisagem. Nesta classificação a paisagem é dividida em seis níveis têmporo-espaciais, sendo que três são de unidades superiores: zona, domínio e região, onde os elementos climáticos e estruturais são os fatores básicos de estruturação dessas unidades; e três unidades inferiores: geossistema, geofácies e o geótopo.O segundo objetivo da pesquisa dedica-se aos estudos realizados no estado do Piauí, com base na abordagem sistêmica e o terceiro são as Considerações finais, onde constatou-se que a maioria dos trabalhos elencados estão fundamentados nos preceitos teóricos e metodológicos propostos por Bertrand (1972) e Tricart (1977), sendo que Sotchva é apenas pincelado como uma referência quanto ao emprego da Teoria Geral de Sistemas em Geografia, mas a metodologia desenvolvida pelo mesmo é pouco usual no Brasil e nos trabalhos aqui levantados sobre o estado do Piauí nenhum deles se faz uso da metodologia de classificação da paisagem proposta por Sotchava(1977 e 1978). Sendo que os trabalhos sob o viés da análise sistêmica da paisagem são empregados no Brasil e no estado do Piauí com o objetivo de subsidiar avaliações ambientais, identificar unidades territoriais com dinâmicas semelhantes, passíveis de classificações diversas em processos de planejamento, ordenamento e gestão territorial. Palavras-chave: Geografia, Análise sistêmica, Paisagem, Piauí.

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A NEW PHASE OF HUMAN-SHORELINE INTERACTIONS IN YUCATÁN, MEXICO

- Klaus J. Meyer-Arendt

The coast of Yucatán comprises a dynamic barrier-lagoon complex characterized by periodic phases of shoreline advance and retreat. Humans have occupied this coast for over a millennium, and their interaction with the shoreline can be described in terms of five phases. Phase 1, pre-1811, was characterized by Mayan occupancy in the form of observation posts and fishing and salt-gathering communities, with little modification of the shoreline. Phase 2, 1811-1968, was a period of port development and commercialization in which wharves, piers, safe harbors, and jetties were built. These, in turn, interrupted the alongshore transport of sand and caused localized zones of erosion. Phase 3, 1968-2000, was a period of intense touristic urbanization of the beachfront and associated modification of the shoreline by self-designed rock-and-timber groins (espolones). Phase 4, 2000-2013, was characterized by greater diversity of “softer” erosion-control measures—including sandbags, geotubes, sandgrabbers, and beach fill—but their installation was dominantly by individual homeowners (and rarely with the required permits). Phase 5 began in 2014, when responsibility for modification of the shoreline passed from the private sector to the (state) government sector. SEDUMA (Secretariat of Urban Development and Environment) began several pilot projects along 6.4 km of shoreline in which old rock-and-timber groins were removed and replaced with uniform sandbag-and-timber groins augmented by beach fill. In spite of mixed success, SEDUMA plans call for expanding these techniques to new test sites in 2015. Although groins have largely disappeared from many of the world’s shorelines, in Yucatán residents still perceive them as most effective in stabilizing a dynamic shoreline. The UNAM Coastal Engineering Laboratory at Sisal will field-test impermeable and permeable groins in 2015 to assess their effectiveness. The results of these tests may alter SEDUMA’s plans for future coastal erosion management on the Yucatán coast. Key words: Shoreline erosion, Yucatán, Human-environment interactions, Mexico, Coastal management.

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A GEOECOLOGIA DAS PAISAGENS NO ESTUDO SOCIOAMBIENTAL DAS APAS DE ICAPUÍ-CE

-Bruna Maria Rodrigues de Freitas Albuquerque

Com o avanço do conhecimento sobre a natureza, as sociedades entenderam que a biodiversidade e os recursos naturais bastante utilizados hoje são limitados e que para sobreviverem, necessitam estar sincronizados com as demandas, tendo em vista ser a natureza o palco das ações humanas. Com o intuito de manter a biodiversidade existente, as sociedades passaram a repensar suas ações, debater e criar normas de uso e ocupação dos ambientes terrestres e aquáticos. As matas nativas, falésias, dunas, recursos hídricos e matas ciliares, é tão importante para o desenvolvimento de um município quanto as atividades econômicas que geram empregos e receitas diretas. Os produtos, serviços e benefícios gerados pelos recursos naturais possibilitam a existência da agricultura, pecuária, carcinocultura, pesca, turismo, etc. Isto é, as principais atividades econômicas realizadas na grande maioria dos municípios costeiros do Ceará dependem da qualidade ambiental para sua sobrevivência (AQUASIS, 2003). Nesse contexto, esta pesquisa tem como objeto de estudo as Áreas de Proteção Ambiental (APAS) do município de Icapuí/Ce: a APA de Ponta Grossa e a APA do Manguezal da Barra Grande, em sua contextualização geoecológica, social, econômica, política e cultural, contextos que subsidiarão o estudo das referidas Unidade de Conservação (UC). O município de Icapuí/Ce, as unidades de conservação local e seu entorno apresentam um conjunto paisagístico de grande relevância no contexto regional e nacional. A porção oeste do município apresenta um dos mais significativos representantes das falésias vivas do Grupo Barreiras. Estes recursos, no entanto, encontram-se ameaçados pela ocupação desordenada causada por pressões antrópicas e a falta de integração entre as políticas públicas de ordenamento territorial. Utiliza-se para o estudo, a Geoecologia das Paisagens, pois é possível realizar análise do meio ambiente e das dinâmicas através da realização de levantamentos ecológicos, biológicos, culturais e socioeconômicos, tornando possível direcionar ações conservacionistas de acordo com a realidade e o histórico da área. O estudo geoecológico, dentre suas abordagens, delimita unidades paisagísticas superiores e respectivas feições locais, sendo estabelecidas escalas de análise, no qual a partir dessa delimitação permite-se realizar um diagnóstico integrado, este tornando-se instrumento de gerenciamento das paisagens e dos usos sociais. Os procedimentos metodológicos possibilitam ao pesquisador obter dados sobre a realidade que embasarão os caminhos. Por meio de informações bibliográficas, análise dos contextos socioeconômicos e ambientais, relatórios técnicos, dados censitários, imagens de satélite e principalmente visita em campo, as informações foram correlacionadas, interligadas e analisadas dados referentes às condicionantes geoecológicas e o respectivo estudo das APAS. No contexto da APA de Ponta Grossa um dos diferenciais é o desenvolvimento efetivo do Turismo de Base Comunitária, utilizando-se assim das potencialidades da unidade de conservação, já na contextualização da APA do Manguezal da Barra Grande está situada em ambientes que passaram e passam por dinâmicas socioambientais constantes. Palavras-chave: Geoecologia, Unidade de conservação, Contextos socioambientais.

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A IMPORTÂNCIA DOS ÍNDICES DE VULNERABILIDADE NATURAL E POTENCIALIDADE SOCIAL PARA O ZONEAMENTO AMBIENTAL NA MESORREGIÃO DO TRIÂNGULO MINEIRO

E ALTO PARANAÍBA EM MINAS GERAIS- MG

-Leonardo Rocha -Angélica Borges dos Santos

O zoneamento ambiental é um instrumento de planejamento que por meio de políticas públicas voltadas para a demanda ambiental viabiliza a inserção da variável ambiental em diferentes momentos do processo decisório. No estado de Minas Gerais, desde o ano de 2003, há o Zoneamento Ecológico-Econômico que corresponde a um diagnóstico dos meios geo-biofísico e sócio-econômico, que gera como principais produtos as cartas de Vulnerabilidade Natural e Potencialidade Social. O conceito de Zoneamento pode ser entendido como um instrumento de gestão, que classifica o território segundo suas potencialidades e vulnerabilidades. Nesse sentido o Zoneamento Ecológico-Econômico é a representação cartográfica de um território dividido em zonas homogêneas quanto à possibilidade de determinada atividade humana ser viável sócio-econômica e ambientalmente. Os problemas ambientais se intensificaram nas últimas décadas com o desenvolvimento acelerado da economia mundial, que se baseia nos diferentes usos dos espaços urbanos/rurais para a reprodução do capital, o que reforça a importância do zoneamento como instrumento de gestão. Dessa forma, o planejamento ambiental atua de forma a minimizar a deterioração ambiental, por meio de um conjunto de ações, sendo um dos componentes o zoneamento ambiental. Nesse contexto, este trabalho identifica a potencialidade social e os índices de vulnerabilidade natural da mesorregião do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba. A mesorregião geográfica em estudo localiza-se a oeste do Estado de Minas Gerais, entre as coordenadas geográficas de 17o55´05”a 20o26’35” de latitude Sul e 45º38’25”a 51º02´47” de longitude Oeste, possui 67 municípios, distribuídos em sete microrregiões, totalizando 2.176.060 habitantes numa área de 90.545 km², equivalente a 15,4% do território mineiro. A potencialidade social, vista como o conjunto de condições atuais, medido pelas dimensões produtiva, natural, humana e institucional, indica o ponto de partida de um município ou de uma microrregião para alcançar o desenvolvimento sustentável. Nesta mesorregião a potencialidade social varia entre muito favorável, a pouco favorável, não apresentando situações de precariedade. A vulnerabilidade natural pode ser entendida como a incapacidade de uma unidade espacial resistir e/ou recuperar-se após sofrer impactos negativos decorrentes de atividades antrópicas consideradas normais. Para o componente de vulnerabilidade natural há uma variação significativa dentro dessa mesorregião de Minas Gerais, o que demonstra a intensa utilização dos recursos naturais das mais distintas formas. O Zoneamento Ecológico-Econômico de Minas Gerais é baseado na combinação da potencialidade social com a vulnerabilidade natural, gerando um índice final que reflete essa combinação. Percebe-se a importância do ZEE-MG no apoio à gestão territorial, orientando as decisões do poder público e da sociedade civil. É possível orientar o direcionamento da ocupação do território para áreas aptas para suportar determinado uso, desestimulando o desenvolvimento em áreas inaptas. Estudos como esse permitem que o público em geral e os gestores tomem conhecimento do Zoneamento Ecológico-Econômico como importante instrumento do licenciamento ambiental das atividades no estado de Minas Gerais. Além disso, é uma ferramenta que pode ser utilizada em pesquisas na área ambiental, desde que se que se considere que a metodologia de classificação é pautada na quantificação e esse fato pode mascarar certas particularidades e esconder as contradições dos dados. Palavras-chave: Zoneamento Ambiental, Potencialidade, Vulnerabilidade.

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A CAMINHO DA CONSTRUÇÃO DO DIÁLOGO ATRAVÉS DA ETNOPEDOLOGIA: UMA EXPERIÊNCIA NO ENTORNO DO PARQUE NACIONAL DO CAPARAÓ-MG

-Valéria Amorim do Carmo

Nos estudos voltados ao planejamento do uso da terra, o conhecimento construído a partir da geograficidade do agricultor frequentemente é neglicenciado em nome do conhecimento acadêmico-técnico respaldado pelos preceitos da ciência moderna. O que este texto pretende mostrar é que existe uma área de interseção significativa entre o conhecimento gerado a partir da experiência de vida do homem do campo na sua relação com a terra e o conhecimento técnico. Esta reflexão é fruto de um estudo orientado nos preceitos da Etnopedologia cujo objetivo foi mostrar a possibilidade de diálogo através da comparação entre o conhecimento do agricultor a respeito dos tipos de solo e seus usos e o conhecimento técnico proveniente da avaliação da aptidão agrícola através do Sistema FAO/Brasileiro. Mas para descobrir a possibilidade ou não deste diálogo é necessário conhecer um pouco da vivência do agricultor com a terra para entender o significado dos conhecimentos gerados a partir daí. Para se construir a busca desse diálogo entre o conhecimento técnico, da academia e o dos agricultores seguiu-se o seguinte caminho. Do lado técnico foi realizada inicialmente a identificação dos solos e em seguida, suas potencialidades de aproveitamento agrícola através da utilização do Sistema FAO/Brasileiro. O estudo com os agricultores foi realizado tendo o método de pesquisa qualitativo como orientador do caminho metodológico. Este constituiu da utilização de diversas técnicas participativas cujos resultados culminaram na identificação dos ambientes da comunidade, suas terras e possibilidades de uso (Estratificação de Ambientes). Com o objetivo final de verificar as semelhanças e diferenças entre os resultados referentes ao levantamento técnico e o dos agricultores, foi feito o cruzamento da Estratificação com a Aptidão Agrícola. Durante os trabalhos de levantamento junto aos agricultores observou-se existir relação entre os tipos de solo identificados por eles, suas características e usos possíveis e os resultados alcançados pelos levantamentos baseados em critérios técnicos tanto para a identificação dos tipos de solos quanto para a avaliação da aptidão agrícola. Os resultados mostraram que os dois sistemas de classificação utilizados, tanto o técnico como o dos agricultores se complementam. A Etnopedologia mostrou que muito tem a contribuir com os estudos voltados à melhoria da qualidade ambiental das áreas através do planejamento de uso e ocupação do solo, reforçando que para alcançar os objetivos desejados, o agricultor e seu conhecimento deve ser considerado é assim, valorizado. É a oportunidade de diálogo entre diferentes "saberes" em prol de um objetivo comum. Palavras-chave: Etnopedologia, Uso da terra, Geograficidade, Saber local.

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COMPARTIMENTAÇÃO GEOMORFOLÓGICA DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PALMEIRA-CEARÁ: SUBSÍDIOS AO PLANEJAMENTO AMBIENTAL

-Juliana Felipe Farias

-Edson Vicente da Silva

O conhecimento das bases geomorfológicas e do funcionamento da paisagem fornece informações essenciais para o planejamento e gestão ambiental dos recursos naturais, uma vez que identifica os tipos de uso/ocupação dos espaços alinhados com as potencialidades e limitações dos mesmos. As feições geomorfológicas são resultantes da ação simultânea e desigual de uma série de fatores naturais, os quais determinam as diferentes formas de relevo e a dinâmica do meio físico e abiótico da superfície terrestre. No caso especifico de unidades geomorfológicas em bacias hidrográficas, é notório o potencial modelador da água, onde a bacia pode ser considerada um sistema hidrogeomorfológico na qual os cursos d’água destacam-se como importantes modeladores da paisagem, exercendo influencia direta sobre a formação e evolução do relevo. Tendo em vista a importância da compartimentação geomorfológica para o planejamento ambiental, acredita-se que a mesma pode ser eficaz para a preservação dos recursos naturais tendo como recorte as bacias hidrográficas. Assim, o trabalho foi realizado a partir da compartimentação geomorfológica da bacia hidrográfica do rio Palmeira, localizada na porção norte-ocidental do estado do Ceará na divisa entre os municípios de Barroquinha e Camocim. A bacia possui uma área de 476.87 km², é do tipo exorréica e com drenagem dendrítica, contemplando os municípios de Granja, Barroquinha e Camocim. Agrega em sua área diferentes feições geomorfológicas que são incompatíveis com algumas atividades econômicas desenvolvidas, o que ocasiona impactos ambientais de magnitudes diferenciadas. A compartimentação e definição das unidades geomorfológicas na bacia auxilia no planejamento local, uma vez que é possível elaborar propostas compatíveis com as potencialidades e limitações dos recursos naturais. A partir dos fundamentos teóricos e metodológicos da Geoecologia das Paisagens, a bacia hidrográfica do rio Palmeira foi compartimentada com o objetivo de se obter um conhecimento detalhado das bases que compõem a paisagem para subsidiar o planejamento na mesma, levando em consideração a dinâmica dos sistemas ambientais locais. Foram identificas as seguintes unidades geomorfológicas: planície litorânea, glacis de deposição pré-litorâneo, planície de acumulação e superfície de aplainamento; e as feições do modelado: faixa de praia e pós-praia, planície flúviomarinha, dunas móveis, tabuleiros pré-litorâneos, planície fluvial e sertões de Acaraú e Coreaú. Para a compartimentação das unidades foram utilizados os seguintes trabalhos e materiais: a compartimentação geoambiental do Estado do Ceará proposta por Souza (2000), imagem de satélite Landsat 8 e ortofotocartas do IPECE, além de trabalhos de campo exploratórios em diferentes setores da bacia. Os materiais foram utilizados seguindo a metodologia proposta pela Geoecologia, desenvolvida nas fases de: organização e inventário, análises, diagnóstico e propositiva. Como principais resultados é possível destacar a elaboração do mapa de compartimentação geomorfológica da bacia, agregado com quadros sínteses que contem as potencialidades e limitações de cada unidade, assim como também propostas de uso e manejo dos recursos naturais. Esse conjunto contempla a elaboração de medidas mitigadoras que subsidiam o planejamento ambiental da bacia, compatibilizando o desenvolvimento socioeconômico e a conservação dos recursos naturais. Palavras-chave: Geoecologia das Paisagens, Compartimentação Geomorfológica, Bacia hidrográfica, Planejamento Ambiental.

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DELIMITAÇÃO DE AREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTES ESTUDO DE CASO: BAIRRO GILBERTO MESTRINHO – ZONA LESTE DE MANAUS AM/BRASIL

-Daiane Cardoso Lopes Batista

-Adorea Rebello Albuquerque -Rodrigo Oliveira Félix

O presente trabalho objetiva delimitar as áreas de preservação permanentes, visando estabelecer critérios relacionando com a legislação ambiental, discutir a situação das ocupações irregulares quanto ao risco ambiental, gerando mapas de declividade do Bairro Gilberto Mestrinho zona leste de Manaus – AM/BRASIL. A proposta metodológica do estudo consistiu nas etapas de Processamento Digital de Imagens-PDI, Análise e Identificação das áreas, Mapeamento das áreas de Preservação Permanente, discursão a respeito das ocupações irregulares e ao risco ambiental. Os resultados obtidos durante a pesquisa cerca de aproximadamente 25% da extensão territorial do bairro compõem as nascentes, cursos d água, e áreas com declividade superior a 45º de inclinação do terreno, algumas áreas correspondem a 24º e outras com inclinação mais abaixo. Percebendo a correlação da declividade com a drenagem as áreas onde são localizadas as possíveis nascentes coincidem com as declividades superiores a 45%, estas áreas estão ocupadas e o número de moradias próximo às áreas de preservação tem crescido no Bairro. A quantificação de moradias que estão residindo nestas áreas de risco geológico e ambiental é estimado cerca de 130 moradias, quantificação realizada manualmente no canal 001, a quantificação dos demais canais para a pesquisa neste momento não foi necessário. Como sugestões medidas devem ser tomadas quanto à ocupação irregular dessas áreas de preservação ambiental, ações de combate e controle, criando e proporcionando oportunidade de melhor qualidade de vida para os moradores. Palavras-chave: APPs, Declividade, Ocupação Irregular.

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EVALUATING THE RISK OF CONTAMINATION OF WATER SPRINGS BASED ON THE HUMAN ACTIVITIES AND ENVIRONMENTAL ATTRIBUTES OF THE SURROUNDING AREAS

WITH A LOW-COST METHODOLOGY. CASE STUDY: SAN RAFAEL, MONTES DE OCA, COSTA RICA

-Jaime Garbanzo León.

-Esteban Vargas Vargas. -Alberto Serrano Pacheco

Urban development and economic activities may potentially put water springs (WSs) at risk. A methodology was created for assessing the risk of contamination in water springs based on economic activities of the surrounding areas, the violation of protected zones, and the physical characteristics of WSs. This assessment was carried out in the district of San Rafael (Montes de Oca, Costa Rica) in collaboration with the local government and the MINAET (Ministerio Nacional de Ambiente, Energía y Tecnología). Information about the springs was extracted from field surveys and orthophotos. After the assessment, a total of 10 WSs, corresponding to the best 5 and the worst 5, were chosen for water quality testing and compared with the quality parameters of the code for water quality of the Republic of Costa Rica decree No. 32327-S (Water quality regulation, 2005). A water spring (WS), which was between the 5 lowest graded WSs, presented a high level of contamination. This outcome shows that although the methodology used in this research needs further testing, it provides a logical and low-cost procedure for an assessment of WSs’ risk of contamination. Key words: Risk of contamination, Water springs, San Rafael District, Spatial characteristics, Economical activities.

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IMPACTOS DA APOSENTADORIA RURAL ESPECIAL COMO POLÍTICA PÚBLICA PARA A AGRICULTURA FAMILIAR

-Cláudia Chies

-Márcio Mendes Rocha

A presente pesquisa é um recorte da pesquisa de doutoramento que se encontra na fase intermediária. O objetivo é avaliar sobre os impactos da aposentadoria rural especial como política pública de fortalecimento da agricultura familiar no Brasil, especialmente nos pequenos municípios. Como metodologia, adotamos o levantamento de referenciais teóricos e análise crítica de resultados de pesquisa sobre a temática, pautando-se no método dialético. Salientamos que a aposentadoria rural especial foi promulgada pela Constituição Federal de 1988 que institui no artigo 195, § 8 como beneficiários “o produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o pescador artesanal, bem como os seus respectivos cônjuges, que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, sem empregados permanentes.”. Neste caso, a contribuição para a seguridade social se dá mediante a aplicação de uma alíquota sobre o resultado da comercialização da produção, e não em contribuição mensal ao Instituto Nacional de Seguridade Social – INSS, como fazem os trabalhadores rurais assalariados e os trabalhadores urbanos, por isso recebe a denominação de “especial”. Já por políticas públicas, entendemos como o conjunto de ações governamentais e do Poder Público em geral, que visam intervir em algum setor e/ou em alguma situação específica na sociedade. Desta forma, consideramos a aposentadoria rural especial como uma política pública, tendo em vista que apesar de os beneficiários terem parcela de contribuição para os benefícios, a arrecadação é insuficiente para cobrir os gastos com os benefícios concedidos, e também ao comprovar a atividade agrícola familiar, e se enquadrar na idade prevista (55 anos para mulheres e 60 anos para homens), já se tem o direito ao benefício, independente do valor que contribuiu. Concordamos com este caráter especial da aposentadoria rural ao produtor familiar, tendo em vista a importância e representatividade na produção de alimentos e na geração de emprego e renda no campo. Neste contexto, constatamos que a aposentaria rural especial representa mais que assegurar ao trabalhador e a sua família uma renda quando da perda, temporária ou permanente, da plena capacidade de trabalho e/ou a idade avançada, mas tem tido impactos positivos e alcances sociais fundamentais. Os principais impactos são: - erradicação da pobreza no meio rural, com a garantia de renda mínima a muitas famílias; - fortalecimento da economia dos municípios e do comércio local, principalmente os menores e mais pobres; - estímulo à permanência das famílias no campo e/ou nos pequenos municípios; - melhores condições de habitação, alimentação e acesso a atendimento de saúde e medicamentos; - ajuda à familiares como filhos e netos; - valorização dos idosos; - revitalização e viabilização da produção familiar. Com base nas análises realizadas consideramos que a aposentadoria rural especial se constitui em um direito fundamental ao trabalhador rural familiar, e se apresenta com status de política pública basilar na busca pelo fortalecimento da agricultura familiar, devendo ser reavaliada e repensada continuamente a fim de que possa ter um alcance ainda mais significativo no Brasil. Palavras-chave: Aposentadoria rural especial, Políticas públicas, Agricultura familiar.

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IDENTIFICAÇÃO DE PERÍODOS HIDROLÓGICOS POR MEIO DE ESTATÍSTICA DESCRITIVA E DOS TESTES NÃO PARAMÉTRICOS DE PETTITT E MANN-KENNDALL

-Rodrigo Vitor Barbosa Sousa

-Paulo Cesar Rocha

O regime pluviométrico pode ser compreendido como a variação mensal das chuvas, percebida ao longo de sucessivos anos (MONTEIRO, 1971). Com base nas escalas de processo do clima, discutidas por Sant’Anna Neto (2013), pode-se dizer que o regime pluviométrico tem a capacidade de demonstrar a variabilidade das chuvas, ao longo de uma série ou período.Igualmente à precipitação, os rios também apresentam um regime, denominado por regime hidrológico, de modo que este conforme Junk et al. (1989), reflete o clima da área de influência a montante. Entretanto, embora exista relação entre o regime hidrológico e o regime pluviométrico, POFF et al., (1997) aponta que aquele poderá ser alterado em decorrência de intervenções antrópicas no sistema fluvial ou por mudança no uso da terra de uma dada Bacia Hidrográfica.O objetivo deste artigo é comparar resultados de períodos hidrológicos, identificados por meio de metodologias distintas, especificamente, através de técnicas de estatística descritiva, como medidas de tendência central: média, medidas de dispersão: desvio padrão – SD e coeficiente de variação – CV e regressão linear, e pelos testes não paramétricos, isto é, que não requer hipótese sobre a distribuição dos dados, de Pettitt e Mann-Kendall. Estes são discutidos, dentre outros autores, por Pettitt (1979) e Debortoli (2013). Dados de vazão média das estações hidrométricas de Jataizinho – 64507000 e de Tibagi – 64465000, localizadas, especificamente, no baixo e alto curso do Rio Tibagi – PR, são utilizados, de modo que o período dos dados é de 78 anos, compreendido entre 1932 e 2009. Os resultados obtidos, por meio de técnicas de estatística descritiva, apontam a existência de dois períodos hidrológicos – PH, para ambas estações fluviométrricas, um compreendido entre 1932 e 1970 e o outro entre 1971 e 2009. Gráficos de regressão linear indicam tendência positiva para ambas as estações hidrométricas. A técnica de Pettitt apresentou resultados compatíveis àqueles obtidos, através de técnicas de estatística descritiva, na medida em que dois PHs com a mesma escala temporal foram identificados em ambas estações fluviométricas. Por sua vez, tendências positivas identificáveis nos dados de ambas as estações fluviométricas, foram detectadas pela técnica de Mann-Kendall. Nesse sentido, estas tendências mostram-se compatíveis àquelas identificadas pelos gráficos de regressão linear.A existência de períodos hidrológicos distintos indica rupturas dos dados, ao longo da série ou do período analisado. Por sua vez, estas rupturas demonstram que existe uma variabilidade do regime hidrológico quando comparado os dois períodos hidrológicos. Todavia, a gênese deste processo, isto é, da variabilidade ou alteração, deverá ser investigada em pesquisas futuras.No cômputo geral, pode-se dizer que as técnicas de estatística descritiva, os gráficos de regressão linear e as técnicas de Pettitt e Mann-Kenndall, são compatíveis para a identificação de períodos hidrológicos, especificamente, com base nas vazões médias. Palavras-chave: Hidrologia, Variabilidade, Técnicas, Estatística.

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USO DO SENSORIAMENTO REMOTO PARA A ESTIMATIVA DA TEMPERATURA DE SUPERFÍCIE NA MICROBACIA DO RIO GRANJEIRO/CRATO – CEARÁ

-Juliana Maria Oliveira Silva

As diversas aplicabilidades dos produtos das geotecnologias, como o sensoriamento remoto, se tornam possível analisar o espaço geográfico e gerar informações que possam ser utilizadas para o planejamento territorial. O objetivo deste trabalho é estimar a temperatura de superfície da microbacia do rio Granjeiro/Crato-Ce para o ano de 2011, utilizando-se imagens do satélite LANDSAT 5TM, banda 6 (termal), bem como o mapeamento do uso e ocupação que possam propiciar as diferenças térmicas na microbacia. Os estudos de ordem climática realizados para a microbacia concentraram-se mais na caracterização pluviométrica, balanço hídrico e eventos pluviais extremos. A área ainda carece de estudos mais abrangentes no que se refere a temperatura, especialmente, porque observa-se um rápido crescimento em direção a encosta da Chapada do Araripe, onde se localiza o alto curso do rio, o que poderá alterar condições microclimáticas favorecidas pelo relevo e pelas fontes de água que surgem na encosta, dentre elas, a nascente do rio Granjeiro. Devido à falta de equipamentos para se realizar a mensuração da temperatura, optou-se pelo uso de imagens de satélites, técnica que já foi utilizada por diferentes pesquisadores. Para se alcançar os resultados a pesquisa foi dividida por etapas: seleção e tratamento das imagens termais, mapeamento do uso e ocupação e levantamentos de campo. As imagens selecionadas para o estudo foram adquiridas no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, em sua homepage, de acordo com a disponibilidade das imagens do Landsat 5. As imagens que recobrem a área foram as de órbita 217, ponto16 referente ao ano de 2011 (29 de agosto), todas no formato geotiff. A projeção adotada foi a UTM/ datum SIRGAS/2000. Para a geração do mapa termal com as classes de temperatura utilizou-se o algoritmo Mapping Evapotranspiration at High Resolution and with Internalized Calibration (METRIC), desenvolvido por Allen et al (2005), inserindo as fórmulas na calculadora raster do software Arcgis 10.2. O mapeamento do Uso e Ocupação foi realizado através do software livre Qgis e dos trabalhos desenvolvidos por Bonfim e Carvalho-Neta (2014). As classes de uso e

ocupação adotadas neste trabalho correspondem a: Água, Cerrado/Cerradão, Mata Úmida, Vegetação Subcaducifólia, Urbanização e Agropecuária e/ou solo exposto. A temperatura na microbacia variou entre 21,7ºC a 34,5ºC. As áreas com temperaturas menos elevadas, oscilando entre 21º e 25ºC, são aquelas que localizam-se no topo e encosta da chapada, alto curso do rio, onde apresentam um maior grau de cobertura vegetal, presença da mata úmida e fontes de água que favorece uma maior umidade. As áreas com maiores temperaturas foram no baixo curso (28ºC a 34ºC), onde a urbanização é mais frequente, e em locais onde o solo encontra-se desnudo, que pode ser encontrado no alto, médio ou baixo curso da área de estudo. O mapa de uso e ocupação indicou que há uma relação entre a temperatura e o grau de urbanização, evidenciando que as áreas com a presença de água, vegetação e relevo elevado, as temperaturas são mais amenas do que aquelas com cobertura vegetal baixa e/ou inexistente, solo exposto e uma maior concentração da urbanização. Palavras-chave: Sensoriamento remoto, Temperatura, Microbacia, Ocupação.

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BARRAGENS NO RIO MADEIRA: PERSPECTIVAS LOCAIS SOBRE SEUS IMPACTOS

-Steven J. Rainey

Em 2007, o ministro do Meio Ambiente aprovou os pedidos de licença para construir duas barragens no rio Madeira superior sob pressão pelo presidente Lula. Construção de barragens na primeira barragem começou com a dinamitação da Cachoeira de Santo Antônio em 2008, e as duas primeiras turbinas foram ativadas em fevereiro de 2012 Os defensores das usinas hidrelétricas têm promovido as barragens como sendo uma fonte de energia verde, apontando para o crescimento econômico projetado para o Brasil e uma grande série de apagões que ocorreram ao longo de muitas partes do país, ao longo da última década como uma nova justificação para a construção das barragens. Por outro lado, um relatório apresentado por especialistas em meio ambiente da Companhia Brasileira de Projetos e Empreendimentos (COBRAPE), que foi encomendado pelo Ministério Público de Rondônia projetou que os impactos sobre ambientes fluviais e comunidades ribeirinhas seria multifold. Durante a construção das barragens, várias comunidades ao longo do Rio Madeira superior foram reassentadas pelo consórcio responsável pela construção e operação das barragens, uma vez que a maioria foi localizado dentro da zona de inundação do reservatório projetado. Comunidades a jusante de Santo Antônio Dam não foram transferidos, devido à insistência do consórcio que essas comunidades não seriam afetadas pela construção de barragens. No entanto, muitos membros dessas comunidades afirmam ter observado mudanças significativas logo após a barragem foi concluída. Este trabalho irá analisar os impactos da construção de barragens, como pode ser visto através dos olhos dos moradores de comunidades ribeirinhas a montante e a jusante da barragem. Palavras-chave: Brasil, Rio Madeira, Barragens hidrelétricas, Impactos de barragens, Comunidades ribeirinhos.

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ANÁLISE DOS IMPACTOS SOCIO AMBIENTAIS DECORRENTES DA MINERAÇÃO NA CHAPADA DO ARARIPE - NOVA OLINDA/CEARÁ/BRASIL

-Lireida Maria Albuquerque Bezerra

A pesquisa objetiva analisar o processo de degradação sócio ambiental na Chapada do Araripe, no município de Nova Olinda/Ceará, decorrente da extração e exploração do calcário, oferecendo elementos teóricos, que contribuam para o surgimento de alternativas que contribuam para mitigar os estragos provocados pela atividade da mineração nos moldes capitalistas. A metodologiapartiu de uma análise qualitativa, com base no entendimento das características subjetivas e das informações relacionadas às comunidades que vivem no entorno da atividade mineradora e, também o embasamento de literatura específica na área do objeto de estudo.A análise dos impactos ambientais decorrentes da mineração em Nova Olinda é de suma importância para a compreensão da intensidade dos impactos ambientais e como estes comprometem a Chapada do Araripe e seu entorno, bem como, os registros históricos e paleontológicos da bacia sedimentar do Araripe, Ceará/Brasil. Percebe-se, que o grau de intensidade dos impactos ambientais resulta de uma exploração não sustentável comprometendo o meio ambiente e seu entorno, com o desperdício do rejeito, alteração na vegetação e uma extração que degrada e impacta a paisagem local.Entretanto, a atividade extrativa do calcário laminado, em Nova Olinda, precisa com urgência de ações do poder público, das empresas e da sociedade para inibir os danos ambientais constatado na pesquisa. O ideal é conduzir uma atuação de caráter preventivo para combater as causas. Como isso não vem sendo feito, deveria partir para um modelo repressivo para combater as consequências, na busca das responsabilidades criminais civis e administrativas. Palavras-chave: Impactos ambientais, Mineração, Calcário, Meio ambiente.

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ETNOGEOMORFOLOGIA SERTANEJA: ESTUDO DOS CONHECIMENTOS DOS PRODUTORES RURAIS DO SITIO CANABRAVINHA, DISTRITO DE PALESTINA DO CARIRI-

MAURITI/CE ACERCA DOS PROCESSOS MORFODINÂMICOS

-Simone Cardoso Ribeiro

As áreas semiáridas, devido a suas características morfoesculturadoras, apresentam um equilíbrio extremamente frágil diante da dinâmica ambiental. Associado ao fato do Nordeste brasileiro ser a área semiárida mais habitada do mundo e que estas populações migram cada vez mais devido às dificuldades de se manterem no meio rural, a compreensão dos mecanismos que agem na dinâmica geomorfológica destas regiões é de suma importância para o seu ordenamento territorial. Diante desta constatação, a compreensão do conhecimento tradicional sobre o meio ambiente vem sendo visto como essencial na compreensão das realidades ambientais locais das pessoas, especialmente dos agricultores e pecuaristas, sendo crucial para o potencial sucesso ou fracasso de qualquer tipo de desenvolvimento baseado nestas atividades. O objetivo deste trabalho é identificar como os produtores familiares sertanejos do distrito de Palestina do Cariri, município de Mauriti, sul cearense, entendem os processos geomorfológicos, e se, e como usam este conhecimento para o manejo do ambiente em que vivem. Para isso, desenvolveu-se uma abordagem metodológica no âmbito da Etnogeomorfologia (RIBEIRO, 2012), voltada para nortear o desvendamento, a compreensão, e a sistematização, com base científica, de todo um conjunto de teorias e práticas relativas ao ambiente, oriundas de experimentação empírica do mesmo por culturas tradicionais, e que contribua para orientar a inserção e o desenvolvimento de pesquisas junto às comunidades rurais sertanejas de cultura tradicional, para dar subsídios às políticas públicas de gestão territorial sob a ótica do desenvolvimento local, partindo do pressuposto de que as informações que as pessoas possuem sobre seu ambiente, e a maneira pela qual elas categorizam estas informações, vão influenciar seu comportamento em relação a ele. Assim, visitaram-se comunidades rurais do sítio Canabravinha, localizado na área pediplanadas do distrito, onde entrevistas roteirizadas (baseadas em FUNAI, 2004 e DAYRELL, 1998) forneceram dados para a análise desta compreensão etnogeomorfológica. O resultado obtido condiz com a hipótese previamente levantada, na qual existe um conhecimento etnogeomorfológico do produtor rural do semiárido nordestino que vem sendo passado através das gerações desde o povoamento da região, de forma vernacular. Estes saberes estão intrinsicamente relacionado às práticas agropastoris e produz uma classificação/denominação dos fatos e processos geomórficos bastante peculiar. O ambiente como um todo, e especialmente o de produção, é bem percebido pelos entrevistados, que identificam diferenças e classificam principalmente os tipos de solos de acordo com seu potencial agrícola e/ou facilidade de manejo. De acordo com eles, há alguns tipos básicos de terras: “areia”, “baixio”, “massapê/“barro”, e “areiúscos”. Em relação ás formas de relevo, os produtores rurais do Sítio Canabravinha não identificam grandes diferenças, classificando o relevo da região em apenas duas unidades, considerando essencialmente a altimetria: “serra” e “áreas planas”. Já sobre a dinâmica morfoesculturadora, os entrevistados enfatizaram a ação fluvial, identificando erosão das margens dos rios e assoreamento destes como um dos grandes problemas para a produção. Assim, a análise da percepção dos produtores rurais sertanejos sobre a dinâmica do seu ambiente de vivência e principalmente, de seu locus produtivo se faz, imprescindível para uma melhor adequabilidade das ações de desenvolvimento socioambiental local. Palavras-chave: Geomorfologia, Etnociência, População tradicional, Cariri cearense.

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A CONDIÇÃO DO AMBIENTE E DA ÁGUA DE BACIAS HIDROGRÁFICAS URBANAS EM APARECIDA DE GOIÂNIA/GO: ANÁLISE AMBIENTAL, FÍSICA, QUÍMICA E

MICROBIOLÓGICA

-Wesley Belizário

A questão da água no Brasil tem ganhado grande importância no cenário das discussões ambientais, sobretudo nas últimas décadas nas quais o crescimento urbano e industrial impõe novas condições no que diz respeito aos processos de poluição e degradação de áreas naturais, principalmente no que tange aos recursos hídricos. As áreas antes preservadas estão a cada movimento econômico sendo sufocadas, os limites de proteção tem sido diminuídos a cada dinâmica legislativa, e as ocupações irregulares tem causado inúmeros impactos negativos aos recursos hídricos, em muitos casos já comprometendo as nascentes. Os loteamentos e condomínios acabam por invadir áreas de nascentes e mananciais, não respeitando o que se estabelece nas leis de uso do solo urbano, além da geração de resíduos sólidos e líquidos das mais diversas fontes que são descartados de forma inadequada no meio natural, seja pela população, pelas indústrias ou até mesmo pelo poder público. Diante disso, este trabalho teve como objetivos avaliar a condição ambiental bacias dos Córregos Almeida e Santa Rita, localizados na área urbana do município de Aparecida de Goiânia, bem como avaliar a qualidade da água de acordo com aspectos físico-químicos e microbiológicos, através de uma análise quali-quantitativa que incluem a verificação de parâmetros como turbidez, cor aparente, pH, ferro total, dureza total, cloretos, alcalinidade total, alcalinidade HCO3, alcalinidade CO3, alcalinidade OH, oxigênio consumido, CO2 livre, condutividade a 25º C, sólidos totais dissolvidos, contagem de bactérias heterotróficas, coliformes totais e escherichia coli. As análises foram feitas de acordo com a portaria do ministério da saúde 2.914, de 12 de dezembro de 2011, que dispõe sobre os procedimentos de controle e vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade. Para desenvolver a pesquisa foram executados trabalhos de campo nos quais foram feitas medições, coletas de material (água), fotografias e observações detalhadas sobre a condição ambiental da área a fim de identificar os impactos. Na avaliação ambiental das bacias foram identificados impactos negativos como erosões e processos erosivos, assoreamento dos córregos, lançamento de esgoto in natura, lançamento de efluentes industriais, lixo/entulho sendo descartados dentro da APP e no leito dos córregos, construções irregulares (habitacionais/industriais), entre outros. Quanto às avaliações físico-químicas e microbiológicas, as duas bacias estão com a água fora dos padrões estabelecidos pelo ministério da saúde para o consumo humano, sendo as maiores alterações na turbidez, na cor aparente, no ferro total, na quantidade de bactérias heterotróficas, nos coliformes fecais e na escherichia coli. Esta pesquisa trata sobre as questões ambientais (avaliação e identificação) e o agravamento dos impactos ambientais decorrentes da dinâmica urbana do município de Aparecida de Goiânia/GO. Nesse sentido, procura-se elucidar a lógica de produção e apropriação do espaço urbano e sua relação com os impactos causados ao meio ambiente, sobretudo aos recursos hídricos, através de uma abordagem sistêmica que considera o ambiente como resultado de uma combinação dialética entre os elementos físicos, biológicos e antrópicos. Palavras-chave: Impactos Ambientais, Qualidade da Água, Bacias Hidrográficas, Espaço Urbano.

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VULNERABILIDADE SOCIOAMBIENTAL EM ESCALA DE DETALHE: O CASO DE MÃE LUIZA, NATAL, RN, BRASIL

-Yuri Marques Macedo

-Marysol Dantas de Medeiros ´-Lutiane Queiroz de Almeida

Este artigo apresenta os resultados obtidos com pesquisa para produção de dissertação em nível de mestrado acadêmico em Geografia, com conclusão prevista para março de 2015. O objeto deste trabalho reside na identificação e análise da Vulnerabilidade Socioambiental presente em áreas de ocupação humana precária, com intensa dinâmica ambiental, com embasamento teórico-conceitual nos estudos sobre o tema em Geografia. O sítio urbano de Natal está disposto sobre ambientes de tabuleiros - formação barreiras; circundados por campos de dunas fixas e móveis; cortado pelas planícies: litorâneas, fluviais, flúvio-lacustre e flúvio-marinha. Todos esses ambientes detêm intensas limitações à ocupação urbana, principalmente quando da ausência de infraestrutura de saneamento e drenagem urbana. Definiu-se como estudo de caso o bairro Mãe Luiza, em Natal, capital do Estado do Rio Grande do Norte. O qual foi escolhido como área de estudo, pela ocorrência de eventos danosos, e também por ser um conhecido bairro com perigo eminente de desastres socioambientais. O bairro em questão está inserido numa área de cordão dunar, de sedimentos inconsolidados, arenosos, sobre intensa ação erosiva eólica e/ou pluvial, assim como ação de força gravitacional, com ocupação humana em acentuada declividade associada a baixo padrão construtivo. O Bairro Mãe Luiza, em uma primeira análise, tem os perigos associados à movimentação de massa: quedas, corridas; e/ou escorregamento/deslizamento. Este artigo visa elucidar, como foi possível executar o desafio de produção de uma metodologia de análise da Vulnerabilidade Socioambiental exequível em escala de detalhe, de maneira mais simplificada possível. A metodologia utilizada empregou técnicas estatísticas, ponderação das variáveis, técnicas geoestatísticas em geoprocessamento (análise espacial dos dados) com uso de ArcGIS v.9.3 - software computacional de Sistema de Informações Geográficas (SIG), assim como trabalhos de campo para coleta de dados, para produzir o Índice de Vulnerabilidade Socioambiental (IVSA) da área estudada. Para produção do IVSA, foram produzidos dois índices: o Índice de Vulnerabilidade Social (IVS); e o Índice de Exposição Físico-natural aos Movimentos de Massa (IEMM). Após a análise individualizada de cada índice, correlacionou-se os dois, culminando no produto final deste trabalho, que é o IVSA. Foram definidas cinco (5) classes de Vulnerabilidade Socioambiental para o bairro: Muito baixo; Baixo; Médio; Alto; e Muito Alto IVSA. Com os resultados, foram encontrados sete (7) núcleos de muito alta de vulnerabilidade socioambiental. Neste contexto, foi possível o mapeamento de áreas críticas, tal como a promoção de ações mitigadoras e preventivas, referentes à redução de danos à população local em caso de desastres socioambientais. Palavras-chave: Risco, Vulnerabilidade, Socioambiental, Áreas de risco, Mãe Luiza, Natal/RN-Brasil.

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74 Universidade Federal do Ceará - UFC, 26-30 de Maio de 2015, Fortaleza/CE, Brasil

ANÁLISE DAS MUDANÇAS NO USO E COBERTURA DA TERRA: SUBSÍDIOS AO PLANEJAMENTO AMBIENTAL E À GESTÃO DAS ÁGUAS

-Renata Marchi Garcia

-Antonio Cezar Leal

O presente artigo tem embasamento na pesquisa “Análise da dinâmica do uso e da cobertura da terra na bacia hidrográfica do Ribeirão Taquaruçu, Sandovalina, São Paulo” em desenvolvimento no nível de mestrado realizado na Faculdade de Ciências e Tecnologia “Júlio de Mesquita Filho” UNESP, campus de Presidente Prudente. O objeto de estudo abrange a bacia hidrográfica do Ribeirão Taquaruçu, no município de Sandovalina, na região do Pontal do Paranapanema, São Paulo, Brasil, identificando as mudanças do uso e cobertura da terra, na perspectiva de subsidiar o planejamento ambiental e a gestão dos recursos hídricos nesta bacia hidrográfica. O Pontal do Paranapanema é uma região marcada por transformações da paisagem decorrentes de conflitos pela ocupação e uso das terras e das águas. Inicialmente formada pela vegetação nativa, ainda visível em resquícios de pequenos fragmentos isolados de mata atlântica e cerrado, a região teve desmatamento acelerado em função da pecuária e de construção das ferrovias, e atualmente sofre com a intensificação das atividades canavieiras, com a presença de usinas e colheita mecanizada em extensas áreas. Para o estudo dos processos relacionados à sua formação histórica, serão elaborados mapas de uso e cobertura das terras em vários anos, com levantamento detalhado das mudanças, análise das situações e problemas, de forma que a identificação de mudanças e conflitos contribua para a tomada de decisão dos atores políticos e econômicos, das instituições governamentais e da sociedade civil organizada, para minimizar conflitos e as disputas territoriais acerca dos recursos naturais, sobretudo dos recursos hídricos neste momento de escassez em partes do país. Desta forma, os conceitos norteadores estão orientados na visão geossistêmica aplicada ao planejamento ambiental, e na geocologia da paisagem de uma bacia hidrográfica e na gestão das águas. A metodologia pauta-se na proposta de Rodriguez (1994) e Leal (1995) adaptada, com a realização das etapas de inventário e diagnóstico ambiental, identificando as transformações do uso e cobertura da terra e o estado ambiental da bacia hidrográfica. Para tais atividades estão sendo realizados o levantamento bibliográfico, a obtenção de dados e informações, a aplicação de técnicas de geoprocessamento e mapeamento, a produção de mapas, gráficos e tabelas entre outras. Estão sendo utilizadas cartas topográficas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística de 1973-1975, fotos aéreas da década de 1960, imagens de satélites recentemente adquiridas pelo Grupo de Pesquisa em Gestão Ambiental e Dinâmica Socioespacial e imagens do Google Earth do ano de 2014. O desenvolvimento do estudo tem permitido identificar problemas ambientais decorrentes das transformações da paisagem. Assim, identificaram-se em algumas áreas processos erosivos no entorno dos cursos d’água, ocasionados pela ausência da mata ciliar, a construção de estradas rurais que cortam o rio e sustentam o tráfico de máquinas pesadas utilizadas no plantio, tratos culturais e colheitas, principalmente com caminhões que transportam destilados da cana-de-açúcar, pela canalização de tubulações que não suportam a vazão d’água em momentos de alta pluviosidade etc. Por fim, em decorrência das atividades agropecuárias, que hoje ocupam a maior extensão das áreas rurais da bacia, modificarem significativamente a cobertura vegetal dos solos, consideramos que a bacia hidrográfica do Ribeirão Taquaruçu é um importante objeto de estudo para o planejamento ambiental e gestão das águas por ser palco de transformações rurais consideráveis na vida da população e no meio ambiente. Palavras-chave: Bacia hidrográfica, Uso e cobertura da terra, Planejamento ambiental, Gestão das águas.

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ANÁLISE AMBIENTAL DA MICROBACIA HIDROGRÁFICA DO RIO SALAMANCA BARBALHA-CEARÁ

-Denise da Silva Brito

-Claudia Maria Magalhães Grangeiro

A análise ambiental da microbacia do Rio do Salamanca objetiva um estudo para a identificação dos componentes da paisagem, associando-os às condições de uso e ocupação da terra, visando à elaboração de medidas mitigadoras para a área. Esse trabalho fundamentou-se na análise sistêmica, de acordo com as concepções teóricas e metodológicas propostas por Bertrand (1972), Sotchava (1976) e os princípios ecodinâmicos de Tricart (1977), considerando também, os trabalhos sobre Zoneamento Geoambiental desenvolvidos por Souza (2000) para o Estado do Ceará e o Zoneamento da Mesorregião Sul da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (2006). A elaboração deste trabalho apoiou-se nas seguintes etapas: 1º) reconhecimento detalhado da área de pesquisa, e posterior caracterização dos componentes ambientais; 2º) identificação das formas de uso e ocupação da terra; 3º) Confecção dos mapas temáticos da área 4º) caracterização geoambiental das unidades de paisagem, enfocando suas potencialidades, limitações e impactos das atividades humanas; 5º) elaboração de medidas mitigadoras para a área com alternativas de adequação de uso e manejo ambiental dos recursos naturais na microbacia do Rio Salamanca. O Rio Salamanca tem suas nascentes nas fontes que brotam na encosta da Chapada do Araripe, na parte superior, no município de Barbalha-Ceará. A partir da integração dos componentes ambientais foi possível delimitar as unidades geoambientais: Platô Oriental, Patamares Orientais do Cariri Cearense, Patamares de Missão Velha e Planície Fluvial. A microbacia do rio Salamanca tem grande importância ambiental para o município, mais essa área vem passando por transformações paisagísticas causadas por impactos ambientais, como por exemplo, desmatamentos e queimadas indiscriminados; aceleração de processos erosivos; poluição hídrica superficial e subterrânea; acúmulo de lixo; contaminação dos solos por agrotóxicos; ocupação irregular das margens fluviais entre outros. O trabalho apresenta algumas propostas mitigadoras para o planejamento ambiental da área como: delimitação das Áreas de Preservação Permanente dos riachos, rios e corpos d’água, Preservação Ambiental, Uso Disciplinado e Conservação Ambiental e Recuperação Ambiental. Palavras-chave: Análise Ambiental, Microbacia, Planejamento Ambiental.

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APROVEITAMENTO ENERGÉTICO DE RESÍDUOS SÓLIDOS ATRAVÉS DA INCINERAÇÃO: UM DESAFIO PARA A GESTÃO AMBIENTAL BRASILEIRA

-José Laécio de Moraes

O ano de 2014 foi decisivo para a implantação da Política Nacional de Resíduos Sólidos Brasileira, pois neste ano venceram diversos prazos estabelecidos por esta legislação, como é o caso do encerramento dos lixões e cumprir com a destinação final ambientalmente adequada dos resíduos sólidos urbanos. Para o alcance dessas metas seriam necessárias a utilização de estratégias desenhadas pelos gestores ambientais como: formular programas de educação ambiental, implantar a coleta seletiva, instaurar projetos de reciclagem e compostagem, construção de aterros sanitários, aplicar a incineração e aproveitar energeticamente os resíduos, dentre outras. Apesar de ser uma tecnologia bastante conhecida em todo o mundo, desde o século XVII, a incineração in natura dos resíduos no Brasil ainda corresponde a uma modalidade complementar ao aterramento e aos programas relacionados com os princípios conhecidos como 3 R's (Reduzir na fonte, Reutilizar e Reciclar) na medida em que estes sejam economicamente viáveis localmente. Dentre os benefícios da incineração de resíduos, destacam-se 1) a redução do volume requerido para disposição em aterros, 2) a recuperação de energia durante a combustão podendo ser utilizada para a produção de eletricidade ou combinado calor e energia. Isso substitui as formas de energia tradicionais e elimina as emissões de gases provenientes das estações geradoras de energia com base em hidrocarbonetos, além da recuperação de uma grande proporção de energia contida nos resíduos, já que se o resíduo fosse depositado em aterro e a energia fosse recuperada do gás oriundo do aterro, se evitaria a emissão de metano (potente gás de efeito estufa) que poderia aumentar com a disposição de lixo em aterro sem sua recuperação. Cabe destacar que para o bom reaproveitamento do gás metano se faz necessária a coleta seletiva, pois a massa do lixo no Brasil tem elevados teores de umidade variando entre 40% e 60%, que, se fosse aterrada só a massa úmida, se obteria de forma mais eficiente e abundante o metano, ao passo que se fossem segregados os materiais secos, se conseguiria maior eficiência na queima dos materiais combustíveis. Considerando que, segundo o Grupo Foxx Haztec, no Brasil cerca de 30 a 35% dos resíduos são passiveis de reciclagem industrial e que quase 70% são rejeitos em que domina a fração úmida, eles deverão ter como destino os aterros sanitários e usinas para o aproveitamento energético. No Brasil, ainda não se considera a incineração de materiais com reaproveitamento energético e o aterramento do material úmido como soluções viáveis para o tratamento e/ou disposição final dos resíduos, devido a que alguns gestores consideram que a implantação destas modalidades reduziria as possibilidades de emprego para os catadores de resíduos (pessoal agrupado em associações ou cooperativas), uma vez que a coleta seletiva tem importante papel social. Em defesa desses trabalhadores, representantes da sociedade, do poder público, ONGs e empresas privadas aprovaram como proposta na IV Conferencia Nacional de Meio Ambiente, ocorrida em outubro de 2013 e propuseram a elaboração de uma lei federal mudando a Política Nacional de Resíduos Sólidos para que se proíba toda e qualquer forma de incineração de resíduos sólidos, incluindo a incineração de resíduos domésticos e a incineração para geração de energia (termoelétrica), e de qualquer outro tipo de tratamento térmico para os resíduos. Este trabalho baseou-se em levantamento bibliográfico e análise critica deste, como principal metodologia para se chegar aos resultados nele apresentados. Dessa forma, concluímos que os novos métodos de tratamento de resíduos exigem a adoção de uma responsabilidade gradual e criteriosa. É necessário conhecer os limites do poder público e promover as condições para que haja um diálogo a fim de detectar as vontades e necessidades das partes envolvidas na questão. Ao se pensar num processo de aproveitamento energético através da incineração dos resíduos seria necessário realizar previamente investimentos em políticas de redução do resíduo, para o qual se precisa a conscientização da população, além de se promover a reutilização e valorização dos resíduos, possibilitando a coleta seletiva e a reciclagem. E por último, é recomendável utilizar-se as estratégias de aproveitamento de biogás dos aterros sanitários e/ou a geração de energia através da incineração, quando o material seco tenha sido separado. Palavras-chave: Gestão ambiental, Incineração, Aproveitamento energético, Resíduos sólidos.

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COMERCIALIZAÇÃO E USO DOS AGROTÓXICOS NA REGIÃO DA IBIAPABA-CE: ANÁLISE DA OPERAÇÃO MATA FRESCA

-Gustavo Antônio Aniceto Veras

- Abraão Lima Verde Maia -Tiago Bessa Aragão

Agrotóxicos são produtos e agentes de processos físicos, químicos ou biológicos destinados ao uso agrícola cuja finalidade seja alterar a composição da flora ou da fauna, a fim de preservá-las da ação danosa de seres vivos considerados nocivos. Ao mesmo tempo que é preciso manter a produção agrícola, baseado no modelo de agricultura oriundo da Revolução Verde, também deve haver o controle sobre a comercialização, uso, aplicação, armazenamento e destinação das embalagens, uma vez que a poluição por agrotóxicos constituem-se num dos maiores problemas ambientais nas áreas rurais. O Brasil figura entre os maiores consumidores de agrotóxicos no mundo, tornando-se insustentável, do ponto de vista ambiental e sanitário, o uso descontrolado desses produtos. Cabe aos órgãos governamentais executar ações de fiscalização ambiental em atividades de armazenamento e comercialização de produtos agrotóxicos e uso no campo. O objetivo deste trabalho foi analisar a Operação Mata Fresca, referente à comercialização e uso de agrotóxicos na Chapada da Ibiapaba, situada na porção ocidental do Ceará no limite com o estado do Piauí. O estudo é de natureza quanti e qualitativa, o método utilizado foi o estudo de caso e como instrumento de coleta de dados, realizou-se análises nos relatórios gerados após as ações de fiscalização. De acordo com as informações obtidas por meio dos instrumentos de pesquisa, com os resultados da operação contabilizou-se mais de 30t (toneladas) de agrotóxicos apreendidos e multas na ordem de R$58 mil aplicadas. Os resultados da pesquisa apontam que a realização das chamadas “Operações Integradas”, realizadas em conjunto pela Agência de Defesa Agropecuária, secretaria de saúde, ministério da agricultura, órgãos ambientais e conselho regional de engenharia e agronomia tratam-se de um avanço, uma vez que prioriza o planejamento das ações com a distribuição das funções, prazos, formação das equipes e as áreas de atuação. Foi percebido, porém, que problemas operacionais e o período de tempo restrito das operações foram pontos negativos observados. No entanto, considerando a importância da atividade e do setor agrícola na região da Ibiapaba, que ocupa lugar central na economia da região, a hipótese de uma equipe de fiscalização permanente não deve ser descartada. O conhecimento interdisciplinar de todos os aspectos relativos à atividade em questão, torna-se instrumento essencial no estabelecimento de estratégias de atuação para o cenário almejado. Palavras-chave: Agrotóxicos, Operação mata fresca, Ibiapaba, Fiscalização.

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CONHECIMENTO ETNOCLIMÁTICO DA ETNIA ASHANINKA, NA AMAZONIA PERUANA

-Cristhian López Silvano

O conhecimento etnoclimático a partir da observação e interpretação do clima e seu uso actual apesar das alterações que gera a mudança climática, constitui um desafio interessante na geração de concorrências necessárias para enfrentar as novas condições ambientais que estão em progresso. O presente estudo descreve o conhecimento etnoclimatológico da comunidade indígena "Pankirentsy" - étnico Ashaninka - na província de Purus, Ucayali, Peru. Também foi realizada para gerar conhecimento de indicadores biológicos e fatores ambientais abióticos que prever o tempo.Este estudo foi realizado na comunidade nativa Pankirentsy que significa "semear e colher" pertencer a comunidades étnicas Ashaninka da região de Satipo, na selva central, as transferências para Purus em 1998. A agricultura é a principal atividade e através da relação perto da natureza são obtidas e transmitir conhecimentos às gerações futuras por meio de observações de seu ambiente, a fim de sustentar biológica e culturalmente. Esta prática de observar o comportamento da flora e da fauna como indicadores de mudança sazonal é comum a muitas sociedades (Katz, et al, 2008) e da tribo amazônica tem suas próprias previsões de tempo com base em seu conhecimento da natureza, permitindo reconhecer o que está acontecendo na selva, animais, peixes, do homem e rio. O método de recolha de informações sobre indicadores biológicos e fatores ambientais abióticos baseou-se na aplicação de um levantamento de todos os adultos da comunidade. Além disso, um formato de entrevista semi-estruturada in situ visitar suas fazendas foi aplicado. A informação obtida foi conseguido através da participação das pessoas que contribuíram de acordo com sua adequação reconhecimento concedido pelo seu ambiente social. Como uma primeira conclusão, o estudo mostra que etnoclimático conhecimento da comunidade nativa de Pankirentsy é usado para a maioria das decisões relacionadas com a agricultura, com indicadores para iniciar suas atividades agrícolas, suas caçadas e várias decisões relativas a outros aspectos da vida diária. Como segunda conclusão indicadores biológicos 22 e 2 indicadores abióticos relacionados às atividades desenvolvidas na comunidade nativa foram encontrados. Os moradores sabem uma média de 10 indicadores biológicos e abióticos que variam de acordo com a idade do colono. As pessoas com maior faixa etária de 45-60 anos foram os principais informantes de indicadores.Finalmente concluiu-se que a percepção da comunidade mostra as mudanças de variáveis meteorológicas de temperatura e precipitação, bem como a existência de variações nos ciclos de suas colheitas. Palavras-chave: Percepção, Amazonia, Etnoclimatología, Cambio climático, Fatores ambientais biológicos.

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PAISAJES SOSTENIBLES EN UNA AMAZONÍA CAMBIANTE: LA PRODUCCIÓN DE BIOABONOS CON RESIDUOS SÓLIDOS DE PALMA ACEITERA Y CERDOS EN UCAYALI,

PERÚ

-Grober Panduro Pisco

La demanda global, nacional, y regional para productos agropecuarios ha creado paisajes nuevos en Ucayali, Perú caracterizados por plantaciones de palma aceitera y granjas porcícolas. Las áreas cultivadas de palma aceitera en Ucayali han aumentado rápido en los últimos años, siendo registrado al 2012 un promedio de 17,800 has. A la vez, Ucayali registra una población de más de 30000 cerdos con una demanda creciente. Tanto las granjas como las plantaciones producen residuos orgánicos que tienen un fuerte impacto ambiental.El objetivo de este estudio es evaluar la posibilidad de producir abonos orgánicos a partir de mezcla de residuo agroindustrial de palma aceitera (Escobajo) con porquinaza (Excreta de cerdos), esto es, considerando que hoy tenemos sociedades de consumo que generan problemas debido al inadecuado manejo de residuos sólidos que ocasionan impactos ambientales. Para mitigar este impacto se ha propuesto la producción de compost y humus de lombriz de dichos residuos. El proceso industrial de la palma aceitera genera residuos sólidos, como fibra, cascara de la nuez y escobajo, siendo este último el de mayor cantidad emitida con promedio diario de 93 toneladas, a los que no se los da uso alguno, siendo arrojados a las quebradas, márgenes de carretera y quemados. Por otro lado, el sector pecuario en la región Ucayali genera 1.84 kg residuos/día, haciendo total de casi 56,000 kg/dia, que contaminan el suelo, el aire y el paisaje debido a que no son utilizados y son depositados en zonas bajas, riveras de quebradas y pozos sépticos artesanales que terminan colapsados y desbordando. Se ha generado compost con dichos residuos sólidos y humus utilizando lombrices de “Eisenia foétida”, estructurando tres tratamientos con diferentes

proporciones de mezcla T1=30% Escobajo y 70% porquinaza; T2=50% Escobajo y 50% porquinaza y T3=60% Escobajo y 40% porquinaza y un testigo T0=100% escobajo. Se obtuvo compost en 85 días y humus en 75 días posteriores. Se concluyó que el tiempo para obtención de este tipo de bioabono es aproximadamente tres meses. Tanto el compost y humus obtenidos, tienen importantes cantidades de nutrientes que podrían ser aplicados en plantaciones industriales, agroforestales, agrícolas y hortícolas, con la finalidad de incrementar la producción, mejorar las condición físicas del suelo y evitar contaminación. Palabras clave: Palma Aceitera, Cerdos, Compost, lombrices, desarrollo sostenible.

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ANÁLISE DO CLIMA URBANO A PARTIR DA SEGREGAÇÃO SOCIOESPACIAL E SOCIOAMBIENTAL EM PRESIDENTE PRUDENTE-SP, BRASIL

-Renata dos Santos Cardoso

- Margarete Cristiane de Costa Trindade Amorim

A estrutura urbana apresenta grande complexidade em relação ao ambiente rural, pois as diferentes formas geométricas e materiais construtivos influenciam o albedo, o fluxo de ar e têm especialmente grandes capacidades para armazenar calor durante o dia. Nesse sentido, destaca-se a importância de se conhecer os processos de natureza atmosférica e a dinâmica entre estes e a superfície do espaço urbano, na qual as diferentes estruturas e materiais propiciam alterações no campo térmico da cidade. Como as relações entre o clima e a sociedade dependem das características atmosféricas, do ambiente urbano e da estrutura social existente, esse estudo teve como objetivo incorporar a dimensão social na interpretação do clima urbano e analisar como as diferentes parcelas da população estão sujeitas aos efeitos do clima. Primeiramente, através da imagem orbital e dos parâmetros de conversão disponibilizados no site do Serviço de Levantamento Geológico Americano, elaborou-se uma carta de temperatura da superfície na faixa infravermelho termal do sensor TIRS/Landsat 8 de 1 de maio de 2013 (órbita/ponto – 222/075), de Presidente Prudente-SP. Em seguida, por meio da síntese do processo de urbanização e características do clima urbano da cidade a partir da carta termal, buscou-se analisar como os espaços desiguais potencializam os efeitos do clima, sentidos pela população também de forma desigual. Os resultados demonstraram que as anomalias térmicas são mais visíveis nos bairros menos favorecidos, caracterizados por média e alta exclusão social, com habitações precárias e população de baixa renda. Além disso, os diferentes tipos de uso e ocupação do espaço urbano e principalmente o uso de materiais de cobertura como as telhas de fibrocimento e as metálicas, foram os principais responsáveis pelo calor produzido nas edificações. Esse calor causa não apenas desconforto térmico, mas também a formação condições insalubres no ambiente urbano, que afetam a saúde e a qualidade de vida da população. Palavras-chave: Clima urbano, Temperatura da superfície, Desconforto térmico.

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UNDERSTANDING AN ANCIENT MAYA CANAL SYSTEM AT CAUICH, CAMPECHE, MEXICO

-Mandy Munro-Stasiuk

In a broad flat-bottomed valley near the town of Piche, Campeche, Mexico, multiple linear depressions and an aguada (water hole) are hypothesized to be part of a canal system associated with the Ancient Maya site of Cauich. The configuration of these depressions on the modern landscape, as well as the disruptions of these by modern agriculture, has led to serious flooding problems in the bottom of the valley. To try to better understand the configuration of the canal system, this paper presents the results of a ground penetrating radar (GPR) survey, as well as high resolution satellite image analysis. GPR data were collected by a Pulse Ekko PRO system (200 MHz antennae); satellite analysis was on a QuickBird dataset (IR band included). Forty lines of GPR data were collected over what was pre-identified as the main canal; over areas of modern flooding concern; over the aguada; and between the main canal and the aguada. In addition, two high density grids were collected over the canal, and between the canal and aguada. A distinct buried depression is apparent on several profiles and appears to indeed represent a buried canal up to 2m deep and 10m wide. It is relatively flat bottomed with concave upper slopes. Small "lips" on either side of the canal may represent levee-like structures composed of materials removed from the depression. Interestingly, the "main canal" is not observable on the satellite image. However, two very distinctive linear depressions, prominent on both the GPR profiles and satellite image, were detected crossing the original canal at right angles. While most of these features are indistinguishable on the ground surface, they seriously impact surface water flow and ground water percolation often resulting in flooding. Key words: GPR, Remote Sensing, Geoarchaeology, Ancient Maya, Flooding.

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A SUSTENTABILIDADE EM FUNÇÃO DO USO NÃO SUSTENTÁVEL DOS RECURSOS NATURAIS NO OESTE BAIANO E EAGLE FORD TEXANO

-Christian Brannstrom

O artigo desenvolve uma comparação entre duas regiões na base dos discursos publicados em publicações bem disseminadas, complementada com pesquisa de campo. O Oeste Baiano, região de agricultura intensiva, é comparado com o Eagle Ford Shale Texano, região de produção não convencional de petróleo e gás natural. O trabalho focaliza a análise na maneira das elites usarem a sustentabilidade na governança ambiental para justificar o uso não sustentável de recursos naturais na agricultura e nos hidro carbonos. O trabalho destaca como o espetáculo funciona para criar o “prestígio regional” (CHASE, 2003) e como aspectos sociais da sustentabilidade ajuda consolidar a ambição para usar os recursos naturais. Em ambos os casos, as elites não reproduzem os discursos nacionais, pois elas invertem na tradução dos discursos nacionais em forma regional, ou canalizar os assuntos e limites regionais em novas soluções discursivas para manter a exploração dos recursos naturais. Palavras-chave: Agricultura, Petróleo, Elites, Discursos, Sustentabilidade.

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DIAGNÓSTICO GEOAMBIENTAL COMO SUBSÍDIO AO PLANO DE MANEJO DA ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL (APA) DO SÍTIO OLHO D’ÁGUA DOS CURRAIS, TABULEIRO DO

NORTE, CEARÁ

-Raimunda Nádia Rabelo Freires -Cleuton Almeida da Costa

O presente estudo teve como objetivo realizar o diagnóstico geoambiental da Área de Proteção Ambiental do Sítio Olho D’água dos Currais, a fim de fornecer subsídios para ações de manejo. Localizada no município de Tabuleiro do Norte/Ceará, a APA foi instituída desde o ano de 2000 e ocupa uma área de 547 ha, buscando promover a recuperação de áreas degradadas, a proteção da biodiversidade e a conservação de nascentes. No entanto, sua eficiência tem sido comprometida, dentre outros ensejos, pela inexistência de uma política de gestão estruturada e do plano de manejo para regulamentar o uso da área e o manejo dos recursos naturais. Para o desenvolvimento da pesquisa adotou-se como aporte teórico-metodológico a análise sistêmica e a ecodinâmica a partir de Bertalanffy (2008), Bertrand (1971, 2007), Souza (2011) e Tricart (1977), tendo em vista a necessidade de investigação dos elementos e fenômenos que determinam a dinâmica ambiental da APA sob uma percepção holística e integrada. A paisagem foi adotada enquanto categoria de análise ao expressar a interação dinâmica de elementos físicos, biológicos e antrópicos. Tal concepção reforça a aplicabilidade da categoria paisagem nas investigações das questões ambientais, pois revela a relação sociedade-natureza na sua complexidade. Os procedimentos técnicos seguidos consistiram em pesquisa bibliográfica e documental, entrevista semiestruturada, visitas in loco e utilização de técnicas de sensoriamento remoto e geoprocessamento. O diagnóstico geoambiental integrou informações acerca dos componentes geoambientais (geológico, geomorfológico, climático, pedológico, hidrológico e fitoecológico) da área, formas de uso e ocupação do solo, os impactos decorrentes dessas práticas, as condições ecodinâmicas, bem como as limitações e potencialidades da APA como forma de avaliar a sua capacidade de suporte e o cenário de implementação. Mediante o diagnóstico geoambiental observa-se que a implantação da APA tem contribuído com a conservação de parcela da cobertura vegetal na Chapada do Apodi, com o processo de recarga dos aquíferos da área (Jandaíra e Açu), além de promover, ainda que de forma incipiente, a integração da comunidade e o resgate do seu patrimônio histórico-cultural. Por outro lado, as formas de uso e ocupação relacionadas ao extrativismo vegetal, pecuária, agricultura e ecoturismo geram impactos ambientais nessa área. Algumas limitações também têm reflexos sobre a efetivação dos objetivos da APA, a exemplo da inexistência de um plano de manejo. Nesse cenário, é de fundamental importância a integração da comunidade local e demais seguimentos da sociedade às atividades desenvolvidas na APA, a elaboração e implantação do plano de manejo, o desenvolvimento de atividades compatíveis com a conservação ambiental, a promoção da educação ambiental, a aquisição de recursos humanos e materiais, definição de normas de uso e ocupação sobre as propriedades particulares e a expansão da área. Portanto, a execução das diretrizes de manejo apontadas poderá contribuir para a resolução de problemas que afetam as ações de conservação ambiental na APA do Sítio Olho D’água dos Currais. Palavras-chave: Área de Proteção Ambiental, Diagnóstico geoambiental, Diretrizes de manejo.

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O CLIMA URBANO DE MOSSORÓ-RN: EPISÓDIO DE OUTONO

-Ana Luiza Bezerra da Costa Saraiva -Cláudia Câmara Vale

-Maria Elisa Zanella Devido ao aumento populacional e ao crescimento das atividades econômicas a área citadina do município de Mossoró-RN vem vivenciando uma expansão da malha urbana. A localização latitudinal (06º12' S) do município de Mossoró-RN influencia diretamente na ocorrência de altas temperaturas ao longo do ano. Considerando que essa cidade já apresenta altas temperaturas e que suas características urbanas podem intensificá-las ainda mais esse trabalho tem como objetivo principal conhecer a dinâmica atual do campo térmico da cidade de Mossoró-RN por meio da análise de dados simultâneos de temperatura do ar em 8 pontos (sendo 6 na zona urbana e 2 na zona rural). Com o intuito de atingir o objetivo do trabalho foi realizado um levantamento bibliográfico e dois trabalhos de campo. Para o trabalho de campo foi utilizada a metodologia elaborada por Mendonça (MONTEIRO; MENDONÇA, 2003). O primeiro trabalho de campo foi destinada a seleção dos pontos de coleta de dados, já no segundo trabalho de campo foi realizado o monitoramento horário da temperatura do ar (°C), no intervalo de 24 horas consecutivas, com início às 12h do dia 05/04/2012 ate às 12h do dia 06/05/2012. Às 12h do dia 06/04/2012 foi encontrada a maior amplitude horária, onde a diferença entre a menor temperatura (P06 – Zona Rural com 29,5 °C) e a maior temperatura (P03 – Bairro Santo Antônio com 36,6°C) foi de 7,1°C, sendo classificada com uma Ilha de Calor Muito Forte (GOMEZ et al. 1993). As justificativas para essas diferenças podem estar nos usos e ocupações dessas áreas, pois o P03 – Bairro Santo Antônio é um local com alta densidade populacional, com um grande fluxo de pessoas e veículos, ruas asfaltadas e pouca cobertura vegetal. Já a área onde está localizado o P06 – Zona Rural possui poucas edificações, com árvores nas proximidades e com baixo fluxo de pessoas e veículos. As menores amplitudes horárias são encontradas entre às 23h e às 2h. Nesse intervalo de tempo todas as amplitudes horárias foram de 0,9°C. É a partir das 7h da manhã que as amplitudes térmicas começam a aumentar significativamente. Associamos os resultados obtidos aos padrões de uso e ocupação da terra das áreas estudadas, visto que as características da área urbana influenciam as altas temperaturas, diferente da zona rural e de áreas urbanas bem arborizadas e com disponibilidade hídrica, como no P01 – Bairro Ilha de Santa Luzia e P04 – Bairro Abolição. Torna-se necessário, diante dos resultados obtidos, a elaboração e execução de projetos de arborização/paisagismo para cidade de Mossoró, pois a cobertura vegetal tem um papel muito importante na construção de ambientais mais agradáveis. Palavras-chave: Clima urbano, Temperatura do Ar, Mossoró.

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85 Universidade Federal do Ceará - UFC, 26-30 de Maio de 2015, Fortaleza/CE, Brasil

RELAÇÃO ENTRE OS ELEMENTOS CLIMÁTICOS E INCIDÊNCIA DE DOENÇAS RESPIRATÓRIAS E ALÉRGICAS NA REGIÃO SERRANA DE MARTINS-RN E PORTALEGRE-

RN

-Wanessa Djanis de Queiroz Santos Esta pesquisa teve como objetivo analisar a distribuição dos casos alérgicos e asmáticos correlacionados aos fatores climáticos e meteorológicos da região Serrana de Martins-RN e Portalegre-RN, identificando como a ação dos elementos climáticos atuantes (vigentes) nos municípios se difere dos verificados nas regiões do seu entorno e sua relação com a incidência de doenças do sistema respiratório. Nos municípios serranos que compõem o maciços de Martins-RN e Portalegre-RN existem áreas com vegetação mais densa, localizados a barlavento das serras, como também áreas mais secas com vegetação de pequeno porte, mais quentes, com características do semiárido, que estão localizados a soltavento da Serra e nas áreas secas da depressão sertaneja. Apesar de apresentarem um conjunto paisagístico condizente com as demais serras secas do nordeste, caracterizam-se por um contexto ambiental onde o aporte pluviométrico (1.200 mm/a em média), em conjunto com as características do capeamento sedimentar no topo da serra, assim como uma vegetação mais densa permitem uma acumulação contínua de umidade no ar, além de apresentar índices expressivos de baixa temperatura, aos quais é um dos fatores responsáveis pelo número de casos de doenças respiratórias e alérgicas na região. Utilizamos como base alguns autores como: Bertrand (1971), Confaloniere (2003), Mendonça (2000), Monteiro (1975), Souza (2007), entre outros. Como procedimentos metodológicos utilizamos os seguintes, para a caracterização climática dos municípios pesquisados, dos quais abrangem Martins-RN, Portalegre-RN, Francisco Dantas-RN, Umarizal-RN e Serrinha dos Pintos-RN, foram coletados os dados dos elementos climáticos diários de umidade e temperatura, além dos dados semanais de pluviometria. Por trabalharmos com uma análise anual das variações climáticas e da incidência de reincidência dos casos alérgicos e respiratórios a coleta se restringirá a duração de tempo de um ano, comparando-se com demais dados disponíveis em órgãos como o SINDA e a ENPARN. As variáveis climáticas do clima local da região pesquisada, foram mensuradas das estações da base de estudo do curso de Gestão Ambiental da UERN, a partir de parceria estabelecida entre integrantes. Dando sequencia, avaliamos o número de casos ocorridos durante um período sazonal para as doenças relacionadas à atmosfera, considerando as consultas e internações, assim como acompanhamento de tratamento de crises alérgicas, discriminado de acordo com as estações do ano, destacando-se principalmente no período de inverno, ao qual destaca-se pelo aumento da umidade do ar e a concentração de frio no maciço serrano. Tal fato deve-se as diferentes formas de precipitação, nesse caso, a concentração de chuvas orográficas devido ao relevo local. Constatamos que 15,52% das famílias dos municípios serranos possuem portadores de doenças respiratórias e alérgicas, que alguns bairros apresentam a maior incidência dos casos aproximadamente devido aos fatores ambientais ao qual estão inseridos e que junto a características socioeconômicas, vem modelando novas paisagens, a da espacialização e representação das doenças respiratórias e alérgicas. Podendo-se comprovar que os elementos climáticos em consonância com a vegetação local e as condições de renda e os padrões de consumo, enquadraram-se como fatores condicionantes ao aumento e agravamento dos casos. Palavras-chave: Doenças respiratórias, Clima, Municípios Serranos.

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TEMPERATURA DO AR E PRAÇAS URBANAS NA CIDADE DE ASSÚ-RN

-Maria Carolina de Santana Peixôto -Ana Luiza Bezerra da Costa Saraiva

A arborização urbana está intrinsecamente ligada ao conforto térmico da população em geral. Uma vez que proporciona a diminuição da temperatura, aumenta o sombreamento, o controle na umidade atmosférica, melhora a qualidade do ar, proporciona a ambientalização dos pássaros e animais de estimação, valorização de imóveis e a própria frequência da população – principalmente das crianças, no local. Com a grande expansão demográfica nas cidades, as árvores deram lugar ao concreto e ao asfalto, elevando drasticamente as temperaturas nos grandes centros. O presente estudo de caso ocorre na cidade de Assú, Estado do Rio Grande do Norte, localizada na microrregião do Vale do Açu. Com um clima predominantemente muito quente e seco, características de áreas do semiárido, possui aproximadamente 2.700 horas de insolação por ano, com temperatura do ar média de 28,1°C e com umidade relativa média anual de 70%. Caracteriza-se por ser uma cidade de pouca arborização urbana, e que assim como várias outras, destroem os lugares “verdes”, contribuindo para o aumento da temperatura. Além disso, o rápido crescimento demográfico da cidade não contribui para um planejamento adequado, deixando desse modo muitas áreas em déficit, como a ambiental. Diante desta realidade este trabalho tem como objetivo analisar o impacto da falta de arborização e a diferença de temperaturas entre duas praças públicas na cidade de Assú, utilizando dados de temperatura do ar e da superfície coletados durante o minicurso Clima Urbano de Assú-RN: contribuições iniciais. O estudo ocorreu em duas praças localizadas na área urbana da cidade. Identificada como P1, a Praça do Rosário caracteriza-se por ser um espaço que contém vegetação em meio à artificialização do espaço. Já a P2, Praça do Sal, encontra-se em local totalmente desprovido de cobertura vegetal, sendo ainda o ponto de encontro de vários meios de transportes. De acordo com os dados coletados, a diferença maior fora às 13h; com cerca de 3°C de diferença entre cada praça: a P1 apresentou 33,6°C, enquanto que a P2 apresentou 36,8°C. Verificada a diferença entre as duas praças, vale ressaltar que esta ainda é muito importante para os moradores do semiárido, uma vez que se têm altas temperaturas durante todo o ano, uma redução de 3°C na área urbana atualmente reforça o chamado conforto térmico. Percebe-se então, que a contribuição da vegetação para o conforto térmico é muito importante, uma vez que diminui a temperatura local e proporciona maior interatividade social entre as pessoas que ali convive diariamente. Desse modo, o presente trabalho poderá chegar a ser um subsídio para a administração do município, se levado à prefeitura municipal, como incentivo para adotar a arborização em espaços urbanos, principalmente nas praças recreativas, com mais árvores nativas que gerem boa sombra e produzam frutos. Palavras-chave: Temperatura do Ar, Arborização Urbana, Áreas Verdes, Clima, Semiárido.

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IDENTIFICAÇÃO DE UNIDADES DE PAISAGEM LOCAIS PARA SUBSIDIAR AS APTIDÕES E LIMITAÇÕES DOS USOS DO SOLO: TRAJETO DA SERRA DO CURRAL À SERRA DO CIPÓ

-Glaucia Silva Oliveira

A paisagem, considerada uma categoria de análise geográfica, é também um dos objetos de estudo mais pesquisados pelos geógrafos devida a sua importância para a compreensão do espaço. Para Ross (1992), as unidades de paisagens se individualizam pelo relevo, clima, cobertura vegetal, solos ou até mesmo pelo arranjo estrutural e o tipo de litologia ou exclusivamente por um desses elementos. Nesta perspectiva, foi realizado um estudo sobre paisagens identificadas em cinco pontos abrangendo um trajeto que se segue da serra do Curral até a serra do Cipó. Inicialmente, foram levantadas informações sobre o meio físico da região e posteriormente, os elementos da paisagem foram observados em campo e analisados a fim de se classificar e caracterizar tais unidades de paisagem, se baseando principalmente nas formas de relevo, com vistas a identificar: similaridades entre estas unidades; potencialidades e limitações de uso local, e fazer reflexões sobre o seu uso atual. Os resultados finais mostram que região em estudo, localizada no Alto e Médio Velhas está entremeada entre duas serras principais: a do Curral e Cipó. Na depressão entre elas há sub-regiões de embasamento e carste, a paisagem varia muito ao longo do trajeto e a vegetação está conformada por tipos de mata atlântica e cerrado. O padrão da rede de drenagem da maioria dos cursos d'água da bacia é do tipo dendrítico, comum às regiões de rochas cristalinas ou embasamento e lagoas do tipo sumidouro em regiões cársticas. As formas de relevo mais comuns são colinas com topos alongados e arredondados além das cristas de serras. Entre os cinco pontos analisados e individualizados em unidades de paisagens, apresentam certa similaridade os dois localizados em áreas de serras e os outros em áreas de terreno de embasamento dissecado. As aptidões de uso de solo mais indicadas para as áreas serranas é a preservação da biodiversidade e ecoturismo. Para o ponto localizado em área cársticas a indicação é de uso rural e agrícola e preservação de grutas e biodiversidade. Para os outros pontos localizados em embasamento os melhores usos são para expansão urbana, pecuária extensiva, culturas arbóreas e preservação de mata nativa. As considerações finais indicam que o uso atual das unidades de paisagens nem sempre está de acordo com suas aptidões e limitações. A litologia, relevo e pedologia são base de sustentação para os outros elementos formadores da paisagem que está condicionada pelo clima e é moldada pelo antropismo. Os estudos de paisagem têm uma finalidade importante, que visa o entendimento sobre a organização do espaço, e também, o planejamento territorial e espacial de regiões e/ou territórios. Conhecer a potencialidade de uma paisagem permite inferir a destinação dos tipos de uso para cada área de acordo com sua aptidão e limitação. Nesta perspectiva este trabalho atinge seu objetivo quando descreve e classifica unidades de paisagens locais dentro dos trajetos e aponta suas potencialidades e limitações. Palavras-chave: Unidades de paisagem, Uso do solo, Potencialidade e Limitação de áreas geográficas.

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ANÁLISE DA OCUPAÇÃO DA CHICOLÂNDIA EM ABAETETUBA/PA: UMA PROPOSTA DE GESTÃO AMBIENTAL SUSTENTÁVEL

-Érika Renata Farias Ribeiro

-Isa Costa Alencar

A leitura da paisagem do espaço urbano é ferramenta fundamental para identificação de problemas socioambientais. Deste modo, o presente estudo visa analisar os indicadores de riscos da ocupação da Chicolândia, localizada no bairro do Algodoal na cidade de Abaetetuba-PA, no que se refere às fontes de poluição dos corpos hídricos, do solo e suas possíveis consequências a saúde da população local. Assim, a variável análise de risco apresenta-se como um instrumento para gestão do desenvolvimento local sustentável, baseados nos compromissos firmados na Agenda 21, fazendo-se necessário atuar dentro de um fenômeno social que está presente nas cidades brasileiras, as ocupações irregulares. Neste sentido, o estudo foi realizado a partir de uma pesquisa bibliográfica com ênfase na legislação ambiental, aplicação de questionários socioambientais, consulta de dados epidemiológicos na unidade de saúde do bairro e visita técnica na área com funcionários do Centro de Referência a Assistência Social (CRAS- Algodoal). E a partir de todos os levantamentos feitos, pode-se constatar uma ausência de saneamento básico, poluição do rio Jaquarequara, desmatamento da mata ciliar, ocupação de área de preservação permanente (APP) e altos índices de doenças que estão relacionadas à contaminação da água que abastece a comunidade. O estudo diagnosticar os problemas socioambientais causados pela ocupação e propor políticas públicas sustentáveis que levem em consideração objetiva a preocupação com a saúde e a qualidade de vida dos moradores da Chicolândia e também a preservação da APP. Palavras-chave: Risco, Ocupação, Poluição, Gestão Ambiental, APP.

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O CLIMA URBANO DE PENÁPOLIS-SP ATRAVÉS DA TEMPERATURA DA SUPERFÍCIE E DE ÍNDICES RADIOMÉTRICOS

-Janaína Lopes Moreira

-Margarete Cristiane de Costa Trindade Amorim -Vincent Dubreuil

A cidade é um local de especialidades climáticas que resultam, principalmente, das interferências da estrutura urbana no sistema de trocas de energia entre a superfície e a atmosfera. As propriedades térmicas dos materiais presentes nas cidades, associadas às atividades humanas nelas exercidas, alteram o ritmo de ganho e perda de energia, causando diferenças de temperatura entre o urbano e o rural e/ou áreas intraurbanas, as quais vão repercutir negativamente na qualidade de vida da população. Essas alterações na atmosfera urbana são ainda mais intensas e prejudiciais nas cidades de países tropicais, pois são ambientes que possuem naturalmente características climáticas que tendem ao desconforto, as quais são agravadas pelo rápido e recente processo de urbanização baseado em um planejamento urbano inadequado, o que tem provocado o aumento de problemas de saúde, decorrentes, sobretudo, do grande aumento da temperatura. Nos últimos anos, no Brasil, estudos direcionados à climatologia urbana têm avançado no que diz respeito às metodologias de identificação e mensuração de ilhas de calor, sobretudo a partir da utilização de técnicas de sensoriamento remoto, que possibilitam análises espaço-temporais em diferentes escalas. Além disso, outra metodologia muito relevante é a aplicação dos índices radiométricos que fornecem parâmetros que possibilitam a identificação e a separação de diferentes alvos, tais como vegetação e área edificada. A partir disso, baseado em alguns estudos (SARTOTI et al., 2009; FRANÇA et al., 2012; CHEN et al., 2006) este trabalho teve como objetivo identificar e analisar as ilhas de calor de superfície na cidade de Penápolis-SP, procurando estabelecer relações entre temperatura dos alvos e os índices NDVI (Normalized Difference Vegetation Index) e NDBI (Normalized Difference Built-up Index), visando a compreensão das interferências do uso e cobertura da terra no ambiente climático intraurbano. Para a elaboração da carta de temperatura e das cartas dos índices NDVI e NDBI foram utilizadas imagens dos sensores OLI e TIRS do Landsat 8 de 27 de abril de 2014 (órbita/ponto – 222/075). Os resultados demonstraram significativa relação entre os elementos analisados, sendo que a temperatura da superfície apresentou grande influência dos tipos de uso e cobertura da terra, principalmente dos materiais utilizados nas construções. Observou-se que as temperaturas mais elevadas se localizaram onde havia construções com telhado de fibrocimento, coberturas metálicas e solos expostos, que também corresponderam às áreas cujos valores do NDVI foram negativos, próximos a -1, e os valores do NDBI positivos, próximos a +1. Palavras-chave: Clima urbano, Índices radiométricos, Temperatura da superfície.

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AS EROSÕES ANTRÓPICAS NO MUNICÍPIO DE REGENTE FEIJÓ E AS POSSIBILIDADES DE MITIGAÇÃO A PARTIR DA TÉCNICA DE BARRAMENTOS DE BAMBUS

-Alessandro Donaire de Santana -João Osvaldo Rodrigues Nunes

A natureza, apropriada e transformada no decurso da história, traz consigo as marcas das agressões desencadeadas pelo Homem. Por isso, o presente trabalho procura discutir as contradições decorrentes da relação sociedade e natureza, a partir do estudo das causas e consequências das erosões verificadas nas propriedades rurais localizadas em um recorte espacial ao noroeste do município de Regente Feijó, oeste do Estado de São Paulo, Brasil, evidenciando, assim, os processos históricos, sociais e naturais que determinaram degradação dos solos nessa área. Neste sentido, recorreu-se a bibliografia como suporte para a apreensão de tais dinâmicas socioambientais, bem como aos relatos das experiências e da vivência de um pequeno produtor rural do município de Regente Feijó, que se dispôs a realizar um trabalho conjunto cujo objetivo é mitigar os processos erosivos em sua propriedade. Assim, abordou-se, de forma incipiente, uma reflexão sobre a articulação dos saberes popular e acadêmico como forma de solucionar ou minimizar problemas do cotidiano, já que os relatos das experiências e a vivência do proprietário rural são fundamentais para a compreensão da história do lugar, que é inalcançável por qualquer referência bibliográfica mais generalizante; por outro lado, o conhecimento acadêmico pode contribuir com metodologias passíveis de alcançar resultados satisfatórios, desde que respeitando as especificidades da realidade na qual serão inseridas. A partir da apreensão dessa realidade e da realização do trabalho conjunto com o produtor rural, apresentam-se os resultados preliminares da técnica de barramentos de bambus e sacarias de juta preenchidas com solo como forma de controlar o avanço de erosões lineares em sua propriedade rural. Tal técnica, de baixo custo e facilidade de implementação,tem sido efetivada em pequenas propriedades rurais e auxiliado os produtores no manejo da terra. A metodologia é adaptada pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA, 2014). Portanto, este trabalho visa contribuir para que os pequenos proprietários rurais consigam encontrar formas adequadas de gerirem os problemas decorrentes do manejo inadequado em suas propriedades; em contrapartida, eles têm sua vivência e cultura a transmitir, o que permite que o saber científico aprimore seus métodos e metodologias e, assim, avance na produção de um conhecimento que sirva aos interesses da sociedade. Palavras-chave: Espaço geográfico, Erosões, Articulação de saberes, Barreiras de bambus, Regente Feijó-SP, Brasil.

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PROGRAMAS DE DESENVOLVIMENTO NA ZONA COSTEIRA CEARENSE: IMPACTOS SOBRE TERRITÓRIOS E POPULAÇÕES TRADICIONAIS

-Sheila K. P. Nogueira

-Jefferson Souza da Silva

O presente artigo propõe um exercício de reflexão sobre os projetos de desenvolvimento dirigidos à região costeira cearense, situando os impactos ambientais gerados nos territórios tradicionais costeiros. Trata-se de um olhar para a expansão do capital sobre as terras e territórios, tradicionalmente ocupados por grupos sociais que têm seus modos de vida intrinsicamente vinculados ao meio ambiente em que vivem. A Zona Costeira se consolidou como um espaço estratégico na arquitetura do desenvolvimento cearense, segundo Dantas (2003, p 145), a partir de dois movimentos de valorização do litoral, “o primeiro em escala local (1920-1930), que incorpora as zonas de praia de Fortaleza como espaço de lazer e veraneio; [e] o segundo, numa escala mais ampla (após os anos 1970), que representa a expansão das novas práticas marítimas no litoral cearense, especialmente o veraneio”. Movimentos que corroboraram para a consolidação “da valorização das zonas de praia como mercadoria turística” — e, um conjunto de políticas públicas tem sido direcionado para essa região, impulsionando um acelerado processo de transformações socioespaciais. Entre tais políticas, destacam-se o Programa de Desenvolvimento do Turismo no Nordeste (PRODETUR/NE); a instalação do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp), com a promessa da criação de uma usina termoelétrica, o fomento à carcinicultura (criação de camarão em cativeiros) e a implantação de parques de energia eólica. Defendidas pelo Estado e pela iniciativa privada como vetores de desenvolvimento, para os quais são destinados volumosos financiamentos, ao redesenhar a ocupação do espaço litorâneo, redefinindo territórios em função de novas inserções na economia global, esse conjunto de políticas — formuladas, em sua maioria, a partir de diagnósticos que trazem como premissa o discurso do vazio populacional e do atraso econômico da zona costeira — têm, ao ignorar a presença das populações tradicionais e frente à ausência de um planejamento territorial capaz de pensar a integralização dessas políticas, gerado inúmeros impactos socioambientais negativos, conforme analisa Meireles (2006). A área de estudo definida é a zona costeira cearense e o marco temporal os anos 1980, estendendo-se até os anos atuais do século XXI, tendo em vista, essa área e esse tempo, conformarem uma realidade marcada por intensas transformações socioespaciais, impulsionadas pelo conjunto de políticas públicas direcionadas para a região, a partir de sua consolidação como espaço estratégico para o “desenvolvimento” do Estado. É, também, na década de 80, que várias comunidades passam a defender o direito de permanecer nas terras tradicionalmente ocupadas, se contrapondo ao processo de expropriação de seus territórios; conformando, assim, um conjunto de conflitos ambientais. Para elaboração do presente estudo, nos marcos da pesquisa qualitativa, realizou-se: revisão de literatura, análise de fontes secundárias (oriundas de órgãos estatais, instituições de financiamento e de organizações da sociedade civil) sobre as políticas supracitadas, trabalho de campo para definição dos impactos e realização de entrevistas. Como principais resultados, destacamos as seguintes linhas argumentativas: o planejamento estatal para a região costeira, ao desconsiderar a diversidade de sujeitos e usos do território e, na maioria dos casos, compreender as populações tradicionais como entraves ao desenvolvimento, impõe dificuldades para que estas populações tenham suas demandas (ou mesmo sua existência) consideradas durante os processos legais de avaliação da viabilidade social e ambiental dos empreendimentos, promovendo processos de desterritorialização de populações tradicionais e degradação de importantes ecossistemas; a implementação das políticas de desenvolvimento, mesmo na ausência de processos de expropriação, comprometem e/ou impedem a realização de outras práticas, a exemplo das atividades artesanais realizadas por populações tradicionais; distintas e conflitivas noções de desenvolvimento perpassam as políticas de Estado, que, em geral, opera-se a partir da dicotomia entre questões sociais e ambientais, corroborando para que a noção de desenvolvimento restrinja-se à crescimento econômico desvinculado de uma justa distribuição de renda e de um meio ambiente saudável. Palavras-chave: Planejamento ambiental, Desenvolvimento, Impacto ambiental, Zona costeira cearense.

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COMPARTIMENTAÇÃO GEOMORFOLÓGICA DA BACIA DO RIO COREAÚ (CE) E A UTILIZAÇÃO DE SEUS AÇUDES

-Marcélia Vieira Torres -José Falcão Sobrinho

A pesquisa utiliza o relevo como elemento norteador para discutir e entender as relações que envolvem a Bacia do rio do Coreaú (CE), esta que, ocupa uma área de 10.633,67 km², tendo base no geossitema, devido oferecer suporte ao entendimento acerca de sua estrutura e funcionamento, bem como suas interconexões com a sociedade. Partindo desta lógica, optou-se por abordar quatro açudes inseridos na referida Bacia, a partir de sua expressão espacial e assim, analisar o seu uso, ocupação e repercussões na dinâmica e manutenção da mesma e da população, açudes estes, considerados como uma ferramenta estratégica para a convivência com o semiárido.De acordo com Espíndola (2000), o uso da bacia hidrográfica como unidade reflete diretamente em planejamento, investigações e no gerenciamento dos recursos hídricos, estes juntamente com o solo, sofrem alterações constantes exercidas pelas atividades humanas. Os açudes analisados situam-se em áreas de Planalto sedimentar, de depressão sertaneja e de tabuleiros Pré – litorâneo. Estão localizados em Viçosa do Ceará (Manhoso), em Granja (Gangorra), em Moraújo (Várzea da Volta) e Coreaú (Angicos), possuem grande importância por conta de sua abrangência dentro da Bacia, contribuindo para o abastecimento de vários munícipios. Visando o cumprimento dos objetivos, a pesquisa é desenvolvida em duas etapas: atividades de gabinete e de campo. A atividade de gabinete foi realizada a partir de levantamento bibliográfico da área, objeto de estudo, considerando os índices pluviométricos dos municípios dos últimos trinta anos, por se constituir fontes de abastecimentos dos açudes. A segunda etapa consistiu nas atividades em campo, desde a coleta de água, fundamentados nos parâmetros estabelecidos pelo CONAMA resoluções (20/1986; 357/2005 e 430/201), coletas de solo e aplicação de questionários.Verificou-se nos açudes analisados, que a relação estabelecida pelos moradores, é influenciada pela compartimentação geomorfológica na qual estão inseridos, isto é, na depressão sertaneja, é perceptível uma forte incidência de processos erosivos ocasionados pelo uso inadequado e ocupação indevida da área, uma vez que, se constitui nas proximidades do ambiente hídrico. Outro fator constatado é a ocorrência significativa de migrações, que repercutem diretamente na geração de problemas ambientais (desmatamentos, lixos e outros) devido não ser estabelecido uma relação de “pertencimento” dos moradores com açude, aspectos estes, pouco identificados nas demais áreas, refletindo, portanto na qualidade das águas, ocorrendo alterações nos parâmetros analisados.Vale salientar que, a falta de cuidado ambiental repercute em toda Bacia, em virtude de seus componentes atuarem de forma integrada e o uso e ocupação destes, serem influenciados pelo relevo, visto que, suas distintas compartimentações dão caráter particular a fisionomia das paisagens e ao desenvolvimento socioeconômico nas áreas. Palavras-chave: Açudes, Relevo, Bacia do rio Coreaú.

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RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS NO MUNICÍPIO DE PIRAPOZINHO, SÃO PAULO, BRASIL: IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS DECORRENTES DA DISPOSIÇÃO EM LOCAL

INADEQUADO (LIXÃO) E DIFICULDADES E DESAFIOS NA ORGANIZAÇÃO DOS CATADORES DE MATERIAIS RECICLÁVEIS

-Fernanda Regina Fuzzi

-Antonio Cezar Leal

A geração de resíduos sólidos é intrínseca as atividades humanas. Fatores como: o aumento da população brasileira; o processo de urbanização e o de industrialização contribuíram para um aumento significativo na quantidade e nos tipos de resíduos sólidos urbanos gerados. O que resultou no fato de que atualmente, consista em um desafio para o poder público e para população de muitos municípios brasileiros, realizarem de forma adequada a gestão e o gerenciamento destes resíduos. O presente trabalho visa contribuir com a gestão e gerenciamento dos resíduos sólidos urbanos no município de Pirapozinho, São Paulo. Possui como objetivos apresentar os impactos socioambientais decorrentes da disposição inadequada de resíduos sólidos urbanos no lixão do município e identificar as dificuldades e os desafios que dificultam os catadores que trabalham neste lixão de se organizarem através de uma cooperativa ou associação de catadores de materiais recicláveis. Acredita-se que esta forma de organização contribuirá para uma melhora nas condições de vida e de trabalho destes catadores. E que é necessário à construção de um aterro sanitário para minimizar os impactos socioambientais causados devido à disposição inadequada em um lixão. Para realização deste trabalho foram utilizados dados secundários, obtidos através da consulta em livros, monografias, dissertações e teses e em web sites (como o do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e o da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo). E também dados primários, produzidos a partir de metodologias como: a realização de entrevistas e a aplicação de questionários a funcionários da Prefeitura; os Trabalhos de Campo ao lixão e a aplicação de questionários aos catadores de materiais recicláveis. A partir dos dados obtidos foi possível chegar a algumas conclusões. Quanto aos impactos socioambientais decorrentes da disposição inadequada dos resíduos, cabe ressaltar: a contaminação das águas superficiais e subterrâneas e do solo (pois não existe nenhuma forma de impermeabilização do solo); a poluição do ar; a vulnerabilidade dos catadores a riscos de acidentes de trabalho e contaminações (devido à insalubridade do local) e a desvalorização da área ao entorno do lixão. E quanto às dificuldades e desafios na organização dos catadores em cooperativa ou associação de catadores de materiais recicláveis foram identificados: a dificuldade que possuirão em trabalhar coletivamente (devido à concepção individualista que possuem em decorrência de passarem anos realizando seu trabalho individualmente e da falta de confiança existente entre eles); o fato de não estarem acostumados a cumprir horários e de que não são todos os catadores que trabalham todos os dias (esta flexibilidade de dias e horários de trabalho dificultaria o funcionamento da cooperativa ou associação); ao fato de enfrentarem vários tipos de problemas como: alguns estarem envolvidos com drogas; com alcoolismo; possuírem problemas familiares, entre outros (o que faz com que muitos não possuam mais ânimo para buscar melhores condições de vida e de trabalho) e o descrédito que possuem nas propostas apresentadas pela Prefeitura (devido ao fato de que são apresentados projetos a eles e depois não são realizados, o que faz com que desacreditem de novas propostas). Palavras-chave: Resíduos sólidos urbanos, Lixão, Impactos socioambientais, Catadores de materiais recicláveis, Pirapozinho.

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CONFLITOS E VIOLÊNCIA NO ESPAÇO AGRÁRIO BRASILEIRO DE 1985-2013: CONSIDERAÇÕES SOBRE OS CONFLITOS EM TEMPOS DE SECA NO NORDESTE

-Helaine Saraiva Matos

-Francisco Amaro Gomes de Alencar

Este estudo trata dos conflitos e das formas de violência no espaço agrário brasileiro dos anos de 1985 a 2013 tendo como fonte de dados os Cadernos Conflitos no Campo Brasil publicados pela Comissão Pastoral da Terra (CPT) nos últimos 28 anos.Foi adotada como categoria de análise as formas de violência no campo decorrentes dos conflitos, como: número de assassinatos e feridos. Priorizamos a narrativa de fatos que refletem a violência ocorrida no espaço agrário nordestino, como forma de ir além dos números e compreender as relações políticas e sociais de poder que permeiam a temática, em especial, nos conflitos em tempos de seca. Por se tratar de um estudo sob a perspectiva geográfica, contemplamos a representação dos dados por meio da cartografia temática, de forma, a compreender a dimensão quantitativa e sua distribuição no espaço geográfico. Asestatísticas revelam além dos números e permitem o olhar sobre as particularidades, as ações de resistência e enfrentamento pela posse, uso e propriedade da terra e da água, a desigualdade entre latifundiários, grandes empresas e trabalhadores rurais. Trata-se de um estudo preliminar, mas que lança mão de um universo complexo e expressivo. A metodologia empregada nos Cadernos Conflitos no Campo Brasil da CPT contempla o uso de tabelas que dão conta do número e dos tipos de conflitos (por terra, conflitos por água, conflitos trabalhistas, conflitos em tempos de seca, conflitos em áreas de garimpo e conflitos sindicais). A região Nordeste é a primeira no Brasil em números de conflitos, pessoas e número de feridos e também, se destaca em número de assassinatos no período de 1985 a 2013. Tentar compreender como esses números se incorporam à realidade dos fatos é um dos desafios desse estudo. A participação do Ceará em ações conflitivas é relativamente pequena se comparada com o restante da região, mas isso não significa dizer que o problema da questão agrária não está presente no Estado, ao contrário, ela se manifesta nas reinvindicações camponesas, por terra, água e questões trabalhistas da mesma maneira que em outros estados da região, no entanto, pouco se é noticiado, na comparação com os demais. A seca e o acesso à água sempre foram questões presentes com ênfase nos conflitos nordestinos e no caso do Ceará, isso não se difere. Esse talvez seja o fator que mais difere os conflitos na região se comparado com as demais. Em anos, como 1987, 1990 e 1993 conflitos em tempos de seca se sobressaíram aos casos de posse e uso da terra. A condição climática associada à carência de políticas públicas efetivas provocou durante décadas o êxodo de camponeses para outras regiões, o que muitas vezes, abriu precedentes para outras formas de conflitos, como a superexploração, através do trabalho escravo ou infantil. Palavras-chave: Conflitos no campo, Violência, Seca, Nordeste, Ceará.

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RELEVO E PRODUÇÃO DO ESPAÇO NA DEPRESSÃO SERTANEJA MERIDIONAL-BAHIA

-Raquel de Matos Cardoso do Vale -Irialinne Queiroz Rios

As Depressões Periféricas e Interplanálticas, que se estendem pelos sertões secos, constituem a maior unidade de relevo da Bahia. Foram elaboradas pela coalescência de pedimentos e pediplanos, a partir da dissecação de rochas, sobretudo, do embasamento cristalino do Proterozóico Inferior e do Arqueano, cuja gênese está relacionada aos condicionantes exógenos. Tais superfícies traduzem a história morfoclimática dos processos pretéritos que lhes deram origem, e a identificação dos agentes correlatos aos mesmos mostra-se o divisor de águas das correntes teóricas e do pensamento científico acerca das depressões pediplanadas. O contexto geográfico, em que as terras secas são via de regra, exploradas para além de sua capacidade de suporte, podem desenvolver processos de desertificação. Estes têm início com o uso insustentável das terras e transforma solos produtivos em improdutivos; máxima entropia que deriva da degradação da vegetação, dos solos e das condições socioeconômicas. Seus fatores são múltiplos, complexos, interdependentes, se retroalimentam, e se manifestam diferentemente no tempo e no espaço e são atribuídos às formas de colonização; sistemas tradicionais de uso das terras; mudança climática; gestão territorial, que somados às secas, sobrepastoreio, uso de espécies lenhosas, má gestão dos recursos hídricos, e agricultura de sequeiro, deflagram o processo. A desertificação interfere no ciclo do carbono e aumenta o efeito estufa, provocando a redução da biodiversidade e comprometendo a alimentação e a saúde da população local, sobretudo em ecossistemas frágeis. As mudanças climáticas globais, apesar das discordâncias, indicam que existe correlação entre essas mudanças e a desertificação. As supressões da vegetação na Amazônia e no semiárido comprometem as condições climáticas continentais. Em grande escala, o desmatamento na Amazônia e a desertificação no semiárido podem levar à expansão de savanas na Amazônia e semidesertos no core seco do semiárido, devido às transformações no ciclo hidrológico sobre estas regiões. As depressões ocorrem em grande parte do nordeste brasileiro, estando restrita à Bahia a sua porção meridional — Depressão Sertaneja Meridional — onde se instalaram as bacias dos rios de Contas, São Francisco, Paraguaçu, Vaza-Barris e Itapicuru. O setor que abriga o médio curso do rio Paraguaçu é a área de estudo desta pesquisa, que objetiva identificar seus compartimentos geomorfológicos para elucidar as relações existentes entre o balanço morfogênese-pedogênese e as dinâmicas da paisagem, enquanto representação do contexto bioclimático semiárido, além de instrumentalizar para o planejamento e a gestão sustentável do espaço rural. Partindo do princípio que o relevo é importante para entender como se dá a (re)produção do espaço geográfico, onde cada paisagem evolui segundo dinâmicas e processos específicos, este estudo busca, por fim, inferir em que medida os relevos da depressão sertaneja meridional influenciam na organização social de produção e usos dos solos. Para tanto foram utilizados o Modelo Digital de Terreno e, seus subprodutos, para elaborar a compartimentação geomorfológica. Mapas pré-existentes de vegetação e uso dos solos foram integrados aos compartimentos e possibilitaram avaliar correlações causais entre o relevo e o uso das terras. Os resultados demonstraram que esta hipótese é verdadeira e se confirmou, sobretudo para os setores mais rebaixados e planos do relevo. Palavras-chave: Uso das Terras, Desertificação, Modelo Digital do Terreno.

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GESTÃO DE RISCOS EM BACIAS HIDROGRÁFICAS: DESASTRES HIDROMETEOROLÓGICOS NA UNIDADE DE GERENCIAMENTO DE RECURSOS HÍDRICOS

RIBEIRA DO IGUAPE E LITORAL SUL, UGRHI-11

-Mara Eliana Graeff Dickel

A temática riscos e desastres ambientais ganhou importância nas últimas décadas em virtude da recorrência de eventos danosos. Conforme dados disponibilizados pelo Emergency Disaster Database EM-DAT apresentam um cenário bastante delicado em vista de que os registros de eventos danosos têm sofrido um significativo aumento desde a década de 1950, agravando-se ainda mais a partir da década de 1980. Além disso, o número de pessoas atingidas e os prejuízos materiais acompanham essa linha ascendente. Os desastres de ordem hidrometeorológicos, entendidos como alterações no ciclo hidrológico, incluídos neste caso, as inundações e enchentes são o foco do presente trabalho, para seu estudo utilizaremos como recorte espacial a Unidade de Gerenciamento de Recursos Hídricos do Ribeira do Iguape e Litoral Sul UGRHI-11, localizada a sudeste do estado de São Paulo, esta delimitação elaborada pelo Plano Estadual de Recursos hídricos do Estado de São Paulo engloba unidades territoriais com dimensões e características semelhantes, as quais possam permitir e justificar o gerenciamento descentralizado dos recursos hídricos. A UGRHI-11 possui 23 municípios, abrangendo uma área de 25.681 km², e corresponde à bacia hidrográfica do Ribeiro do Iguape, conhecido também como Vale do Ribeira, caracteriza-se como uma área bastante desprovida de recursos financeiros e estruturais, além de ser deficiente em estudos a respeito desta temática. O presente texto objetiva discutir a questão de riscos e desastres ambientais: inundações e enchentes ocorridas na UGRHI-11 através dos conceitos de Risco ambiental, Desastres, Vulnerabilidade socioambiental e Gestão de riscos, considerados tomando como base a abordagem sistêmica, a qual permite compreender e analisar uma bacia hidrográfica em toda a sua dimensão, um estudo integrativo conforme define Branco (1999). Quanto às ocorrências de eventos danosos na UGRHI-11, pode-se salientar que a área, se analisada comparativamente com as outras, é a que possui um maior índice de registros, tal fato deve-se em grande parte a sua constituição paisagística, agravada pela interferência antrópica. Fisicamente a unidade pode ser definida pela presença de baixadas litorâneas e planícies de inundação associadas à densa rede hidrográfica proveniente de um relevo bastante acidentado e com altas declividades, associados às Serras do Mar e de Paranapiacaba, sendo a única bacia hidrográfica do estado de São Paulo cujo fluxo segue em direção ao oceano. Em conformidade com os dados do Atlas Brasileiro de Desastres Naturais (1991-2012), a área em questão corresponde a 27% do total das ocorrências de enchentes e inundações registradas no estado, sendo os municípios de Cajati, Eldorado, Registro e Iguape os mais atingidos. Assim, desataca-se a importância deste estudo, visto que estes eventos resultam de situações climáticas anômalas, cujas consequências não são sentidas somente nos lugares de ocorrência, sendo também verificada a jusante das áreas onde precipita. Desta forma, destaca-se a necessidade da realização de uma análise complexa e abrangente da bacia hidrográfica, tomando-a como unidade de análise e gestão de riscos, buscando fornecer subsídios para o planejamento ambiental e urbano, buscando desta forma a redução dos impactos e a vulnerabilidade socioambiental da população residente naquela área. Palavras-chave: Bacias hidrográficas, Riscos, Inundações, Gestão de risco, Ribeira do Iguape.

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MARCOS LEGAL SOBRE A INTRODUÇÃO DE ESPÉCIES EXÓTICAS EM ÁREAS PROTEGIDAS

-Thatiane Maria Souza de Araújo

A introdução de espécies exóticas em ambientes naturais é considerada a segunda principal causa da perda da biodiversidade no mundo. De acordo com a convenção sobre biodiversidade biológica – CDB, “espécie exótica” é toda espécie que se encontra fora de sua área de distribuição natural por causa de introdução mediada por ações humanas de forma voluntária ou involuntária. Muitas espécies exóticas introduzidas não se tornam invasoras, enquanto que outras o fazem e causam danos a ambientes naturais. A gravidade do impacto é, em geral, uma função do tempo de invasão e da falta de manejo adequado e de controle da espécie. Certas espécies podem mudar a estrutura, o funcionamento ou a capacidade produtiva de ecossistemas naturais. Outras conseguem dominar totalmente o ambiente que invadem, ocupando o habitat de espécies nativas e deteriorando a diversidade natural. Por meio do Decreto n° 2, de 03 de fevereiro de 1994, o Brasil estabeleceu um compromisso legal com a CDB comprometendo-se a adotar e aplicar, no seu território, as ações e os princípios da Convenção. No âmbito das espécies exóticas invasoras, isso quer dizer que o país deve impedir que sejam introduzidas e deve controlar ou erradicar espécies exóticas que ameacem ecossistemas, hábitats ou espécies. Nesse ínterim, os instrumentos normativos constituem condição sine qua non para a institucionalização de uma política pública. Nesse sentido, tomando-se como objeto de estudo as áreas protegidas brasileiras, o presente estudo objetiva inventariar e analisar os mais expressivos instrumentos legais e normativos aplicáveis à introdução de espécies exóticas em áreas legalmente protegidas, privilegiando a esfera federal. Cabe mencionar que as áreas de proteção ambiental são objeto de jurisdição tanto federal, estadual como municipal. Em termos metodológicos, a análise basear-se-á na leitura dos instrumentos regulamentares pertinentes, da literatura científica e de instrumentos diversos produzidos e disponibilizados pelas instituições cuja linha de atuação seja correlata ao tema. No Brasil, os primeiros instrumentos legais que demandaram cuidados na introdução de espécies foram os Decretos no 24.114, de 12 de abril de 1934, e no 24.548, de 3 de julho de 1934. Entretanto, à época, a instituição desses diplomas refletia a preocupação exclusivamente com os sistemas produtivos. Igualmente, insere-se a recomendação do artigo 14 da CBD, que trata do emprego de Avaliação de Impacto Ambiental para todas as atividades que tenham efeitos adversos e significativos ao meio ambiente. Ainda no contexto do licenciamento da introdução intencional de espécies exóticas, é importante observar o disposto na Instrução Normativa IBAMA no 01, de 15 de abril de 1999, e na Portaria IBAMA no 93/1998. Nesses instrumentos, dois aspectos merecem destaque: (i) a necessidade do processo de licenciamento para a cultura de espécies exóticas e (ii) a proibição do desenvolvimento de espécies exóticas em um raio de 10km de Unidade de Conservação devido ao alto risco de introdução de espécies exóticas. Palavras-chave: Legislação ambiental, Gestão ambiental, Conservação da biodiversidade, Invasões biológicas, Unidades de Conservação.

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FOCOS DE INCENDIOS EN GRAN SABANA- PARQUE NACIONAL CANAIMA- VENEZUELA, UN ANÁLISIS DESDE 2003 HASTA 2010

-Ruth E. Salazar-Gascón

-Cassia de Castro Martins Ferreira

El Parque Nacional Canaima (PNC) ubicado al sudeste de Venezuela, es un área protegida de gran importancia económica y estratégica para el País porque dentro de sus límites se ubican las principales cabeceras de los ríos que contribuyen al Río Caroní, donde se encuentra asentada la central hidroeléctrica Simón Bolívar considerada la más importantes del País, pues abastece el 70% de la energía hidroeléctrica nacional. Dentro del PNC se encuentra la región conocida como la Gran Sabana, caracterizada por poseer alta biodiversidad y endemismo de especies, presentando mosaicos de vegetación compuestos principalmente por bosques y sabanas submesotérmicas, que debido al clima tropical húmedo con precipitaciones que varían entre 1.800-2.500 mm anuales podrían contar con una cobertura boscosa continua. Sin embargo, debido a la alta incidencia de fuegos de origen antrópico en la región, los procesos de degradación de la vegetación boscosa son promovidos, llevando a la pérdida de suelo fértil y consecuentemente al incremento de las sabanas. El fuego, considerado uno de los principales elementos de modeladores del paisaje en la Gran Sabana, se encuentra asociado principalmente a prácticas culturales y de sobrevivencia realizada por los habitantes indígenas de la étnia Pemón que habitan en la región. Es por ello, que el objetivo del presente trabajo es explorar mediante los productos globales de detección de focos de incendios, la evolución de los mismos en una serie temporal que va desde 2003 hasta el 2010 acrecentando de esta forma los análisis que fueron realizados sobre cambios de patrones de uso de la tierra para la región. Los datos del producto global de sensores remotos de uso libre para detección de focos de calor NOAA (National Oceanic Atmospheric Administration), fueron utilizados para este estudio. Resultados preliminares muestran un incremento significativo en el número de focos de incendios durante el periodo 2006, lo que puede estar asociado al efecto ENOS que se expresa en la área de estudio como sequías, las cuáles fueron características en toda la región de la Amazonía a finales del año 2005. Así pues, los resultados preliminares apuntan que las bajas tasas de regeneración y acumulación de biomasa muerta en éstos ecosistemas, la cual es necesaria para la ocurrencia de otro incendio, influencian en la disminución de la cantidad de focos incendios detectados para los años posteriores bajo las influencias de eventos ENOS; mostrando además que los productos globales para la detección de incendios son un insumo importante para el análisis y comprensión del comportamiento del fuego en la región. Palabras clave: Parque Nacional Canaima, Fuego, ENOS, Sensores remotos, Ecología de

paisaje.

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ETHANOL INDUSTRY EXPANSION IN THE BRAZILIAN CERRADO: A COUNTY LEVEL COMPARATIVE ANALYSIS IN THE STATE OF GOIÁS

-Tyler Link

-Gabriel Granço -Marcellus Caldas

As concerns about climate change, energy independence and clean energy have increased, the Cerrado in Brazil has become the new frontier for sugarcane expansion. Production of sugarcane in the state of Goiás, centrally located in the Cerrado, has increased dramatically from 219,530 metric tons to 54,903,085 metric tons from 1975/1976 to 2011 and since 2005, 40 new sugarcane mills have been built there. The sugarcane industry argues that investments in ethanol mills bring important economic incentives such as jobs, better roads, and more sustainable liquid fuels for domestic and international consumption. On the other hand, some scholars argue that sugarcane production creates problems such as land concentration, income concentration, water and soil pollution and poor working conditions, thus raising even more concerns about the impact of this industry on development. The purpose of this paper is to understand the structural organization of the sugarcane ethanol mills’ effect on development at a municipality level in the state of Goiás, Brazil, an important sugarcane producer in the Cerrado. More specifically, this paper has two objectives: First, to compare how domestic owned mill, foreign owned mill, and jointly owned mill affect socioeconomic development on the municipalities; second, it will evaluate the effects of the mills’ structural organization on land use in these municipalities. In order to achieve these objectives, we developed a case study in 3 municipalities in the State of Goiás. We used socioeconomic data from the Brazilian Institute for Geography and Statistics at a municipal level and also survey data to measure the impacts of the mills on these communities. Geographic Information System (GIS) techniques were used to tract land use changes in these municipalities. Two separate data sources were used to accomplish this task: First, PROBIO (, which stands for Conservation and Sustainable Use of Diversity Biological), land use classification data for the year 2002; second, sugarcane mapping data developed by Canasat, a program that uses remotely sensed imagery to make annual sugarcane mapping data throughout Brazil. We used GIS techniques to identify which specific land use types sugarcane has expanded on. The socioeconomic development data was compiled from the interactive website of Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil, in order to see if the mills had any significant impact on socioeconomic development for each municipality. Survey data was collected during the summer of 2014, from farmers and community members, in three municipalities to see how they perceive the sugarcane mills impact on their communities.. Preliminary results show that there is no significant difference in socioeconomic development between the three municipalities. In addition, this study confirms previous studies. In other words, the majority of land uses converted to sugarcane were either previously agricultural lands or pastures. Furthermore, the survey data indicates that urban residents have perceived that sugarcane mills have improved economic development and increased their communities’ quality of life but as the same time has increased their security concerns. Key words: GIS, Ethanol, Socioeconomic development, Land use change, Brazil.

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AGRICULTURE PRODUCTION IMPACTS ON CERRADO BIODIVERSITY: A LAND USE ANALYSIS

-Sofia Sabates

-Gabriel Granco -Tyler Link

-Marcellus Caldas -Paulo de Marco Júnior

The Cerrado is the second largest biome in Brazil, and the most extensive woodland-savanna in South America. Roughly the size of Western Europe, it occupies 24% of the country’s land area, or approximately 2 million km2. This Brazilian Savanna is a very important ecosystem and has been considered one of the world’s biodiversity hotspots. However, anthropogenic interferences are endangering the Cerrado and this factor is so critical that Conservation International (CI) predicts that this biome could disappear by 2030. In the past, the Cerrado’s biodiversity was mainly threatened by crop production and cattle ranching for food consumption. Presently, besides food production, the focus is on the effect of sugarcane expansion for ethanol production on the biodiversity of Cerrado. In other words, the introduction of sugarcane in the Cerrado is adding a new pressure to this already threatened biome. The main goal of this research is to explore the effects of crop production on biodiversity of the Brazilian Cerrado, focusing on the effects of sugarcane expansion. More specifically, we are interested in verifying if the sugarcane expansion is occurring in areas of high biodiversity value. Our analysis considers land cover data developed by the PROBIO program. PROBIO stands for Conservation and Sustainable Use of Diversity Biological, a project under the Ministry of Environment of Brazil. This program classified land cover/land use throughout the Cerrado biome for the year 2002. The land cover data is used to identify which land use was converted to sugarcane. Sugarcane data was collected from Canasat, a program for sugarcane crop monitoring in Brazil. Canasat uses remote sensing images to produce annual maps of sugarcane producing areas. In addition, data from the sugarcane agro-ecological zoning was used to represent areas suitable for sugarcane expansion. Suitable areas for sugarcane expansion include: areas that do not have environmental restrictions, areas that are already in agricultural use, pasture or degraded. Biodiversity value data was derived from IUCN (International Union for Conservation of Nature) red list of endangered species database, which compiles the occurrence of each 338 mammals species present in Brazil in a 0.5 x 0.5 decimal-degree cell. The biodiversity data is considered as a “historic distribution” of the species in Cerrado since it is based on a collection of observation and experts’ opinion on species home range. Preliminary results show that crop producing areas are located in low biodiversity value areas. Furthermore, sugarcane has mainly been introduced in areas that were previously used as pasture land or as agriculture. Our preliminary conclusion indicates sugarcane expansion has been concentrated in low biodiversity areas of the state of Goiás. Key words: GIS, Biodiversity, Land Use Change, Cerrado, Brazil.

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GOING FORWARD ON COMMON GROUND: A BOTTOM-UP APPROACH ANALYSIS OF THE CONTEXT AND INTERPLAY OF ACTORS

-Marie-Lou Lecuyer

-Birgit Schmook -Rehema White

This research focuses on biodiversity conflict defined as a conflict that emerges when the interests of two or more parties towards some aspect of biodiversity are competing, and when at least one of the parties is perceived to assert its interest at the expense of another party’s. Human-wildlife interactions are usually addressed in regard to the impacts of animals on human beings or properties and, conversely, the impacts of humans on animals, with the ultimate goal of reducing those impacts. However, this rarely leads to long-term conflict resolution, which suggests that conflict management possibly resides further than in the material aspect of damages, and can be affected by underlying conflictual human interactions. To address biodiversity conflicts and human interactions, we study an occurring conflict surrounding human-jaguar coexistence in the Calakmul region, Mexico. Our research aims to analyze actors’ perceptions of their own and others’ positions, of their roles in the debate surrounding jaguar management, and how these social aspects influence biodiversity conflict. Consideration of the local context, and people’s interaction within this context, are highly important when investigating actors’ relationships in biodiversity conflicts. Natural resource management studies have seen an increasing amount of research on stakeholder’s analysis (SA) which looks in depth at human-human interactions in order to improve management. SA provides answers to the urgent need to take the different key interest groups into consideration when implementing conservation projects or policies. However, SA’s different methodologies have faced a dilemma posed by issue definition and stakeholders’ identification: who should be considered, and which issue should be investigated that seems relevant to the local context? To address this dilemma, we present a tool used during the initial field period of the present study, the common ground matrix. This tool allows the researcher to integrate, through a bottom-up approach, the concerns of local key interest groups regarding their environment. As such, it is a relevant first step for the research processes or for the practical resolution of biodiversity conflicts. This tool presents another particularity: in opposition to common approaches that emphasize antagonism between actors, it highlights how the common ground matrix can bring a new understanding to biodiversity conflicts. This matrix uses a qualitative approach providing a general perspective on the management of natural resources in the region of interest. Through the perspective of the actors, it is possible to understand how they adapt their perception and level of collaboration regarding different issues. By identifying the ground for potential collaboration, the researchers or managers can work on issues that will create a positive relationship and facilitate future work on contentious issues. It allows to address in a sensitive way the particular case study investigated, as human interactions are usually not limited to a single biodiversity conflict. Therefore, the investigation of human-human relationships in jaguar management in Calakmul, requires to know the type of interactions and mutual perceptions (positive or negative) among actors regarding other issues, as the latter will influence the former. Key words: Biodiversity conflict, Common ground, Natural resources management, Jaguar conservation.

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PERCEPTIONS OF WILDLIFE ABUNDANCE IN A REMOTE, MARKET INTEGRATED AMAZON COMMUNITY

-Kristen Conway-Gómez

-Tracy Van Holt Cultural consensus analysis has been used as a rapid method to assess the perceptions of wildlife in Amazonian South America. While it does not substitute for biological surveys, some authors have shown that the derived culturally correct answer key reflects scientific models of wildlife abundance in overhunted regions. In this research we examined peoples’ perceptions of 61 aquatic and terrestrial species of game in a lowland community in Bolivia to obtain cultural consensus data. Interviewees were asked to give their perception of the abundance of a list of 61 wildlife species whose ranges include the community location. Findings were at least partially consistent with biological information on species. We are interested in examining if cultural consensus analysis may be used as an assessment in developing management plans for wildlife in Amazonian South America. Key words: Wildlife conservation, Game abundance, Bolivia, Hunting, Consensus analysis, Perceptions of wildlife.

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103 Universidade Federal do Ceará - UFC, 26-30 de Maio de 2015, Fortaleza/CE, Brasil

LAND CONFLICT AND THE FOREST FRACTAL BREAK IN THE EASTERN AMAZON

-Stephen Aldrich

The link between land conflict and deforestation has been suggested since landless social movements became an active and organized presence in the Amazon region of Brazil, and has recently been empirically observed in Southeastern Pará. Though deforestation is greater on properties experiencing land conflict, there may also be significant modifications of land cover configuration which relate to land conflict as well. Specifically, given the spatial articulation of land occupations and the actions that landholders and land occupiers take in the struggle for land, certain changes in the landscape are observable on properties with contention which differ from those which have not experienced conflict, potentially constituting an interesting test of whether conflict is likely to have occurred on a largeholding. This paper focuses on the difference between forest cover configurations on a number of large ranches in Southeastern Pará over the period 1984 to 2010. Key words: Deforestation, Land conflict, Amazon, Brazil, Fragmentation.

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104 Universidade Federal do Ceará - UFC, 26-30 de Maio de 2015, Fortaleza/CE, Brasil

GLOBAL VALUE NETWORKS AND SMALL HOLDER WELFARE: THE CASE OF AMAZONIA

-Robert Walker

-Cynthia Simmons -Ritaumaria Pereira

-Stephen Perz -Stephen Aldrich

The global proliferation of value chains based on food provisioning has manifested far reaching impacts, particularly with respect to agricultural development and prospects for small holders in both middle income and poor countries. Small holder livelihood systems change markedly upon integration into global supply networks. Such changes enable greater market access, with opportunities for accumulating a modicum of wealth not generally available to subsistence farmers. They also subject small holders to new forms of exploitation by transnational corporations seeking to pass risk to less powerful economic agents closer to the primary production inputs. The case of Brazil, and in particular its northern Amazonian region, provides a natural laboratory for investigating such phenomena, which the presentation considers through a comparative case study involving the Transamazon Highway and South Eastern Para. Foot and Mouth Disease (FMD) provides a spatial control between the two cases in that sanitary improvements with FMD control now enable South Eastern Para to export beef products to global markets via large-scale slaughterhouses owned by transnational corporations. Although parts of Central Para State have recently been declared FMD free, the Transamazon Region has mainly served domestic Amazonian markets, which has had implications for local development. Also to be considered by the presentation is the impact of social processes on global integration and new forms of exploitation. In particular, assentamento formation in South Eastern Para is a recent phenomenon (post-1996). Prior to this, small holders engaged in subsistence activities with sporadic market attachments. After, they develop calving operations to supply fattening operations owned by large scale ranchers, under an emergent form of "aviamento." Key words: Global Cattle Economy, Small farmers, Amazonia, Sustainability.

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105 Universidade Federal do Ceará - UFC, 26-30 de Maio de 2015, Fortaleza/CE, Brasil

CATTLE EXPANSION IN AGRARIAN REFORM SETTLEMENTS IN THE BRAZILIAN AMAZON: A CASE STUDY OF SOUTH PARÁ

-Robert Walker

-Cynthia Simmons

This research explores the various motivations for small farmers in agrarian reform settlements in Amazonia to invest in cattle rather than alternative production systems, such as agroforestry or agro-ecology advocated by social movements in the region. Despite the green policy rhetoric, which is emphasized in development plans for the settlements and reiterated in government programs, evidence from research conducted across the basin reveals a trend in which resident populations have instead chosen livestock as their primary economic activity. Research conducted by Simmons et al. (2010) in 2006 found that 74 percent of smallholders residing in settlement projects (PA) in the Amazon were engaged in the cattle economy. The research presented here revisits a subset of households from this initial study with the aim to more fully explicate the rationale and motivation behind small farmer decisions to engage in cattle, and to identify potential obstacles and barriers to more diversified production systems that would provide greater livelihood security and environmental sustainability. The research involved household surveys with residents in agrarian reform settlements; key informant interviews with local non-government and government officials; and collection and analyses of regional data reflecting economic and physical characteristics of agricultural production. Statistical and context analyses were performed to assess the disconnect between policy and household decisions to invest in cattle rather than environmentally sustainable alternatives. Key words: Cattle Economy, Agrarian Reform, agro-ecology, sustainability, Amazon.

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RISCOS NATURAIS DE INUNDAÇÃO NA SUB-BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO FIGUEIREDO-CE, NORDESTE DO BRASIL

-Bárbara Mª de Almeida Maia

-Flávio Rodrigues Nascimento

Os rios constituem um elemento importante para o desenvolvimento social e econômico, representando também um importante elemento da evolução morfológica do planeta. A água é um recurso natural em pauta no cenário mundial, frente a sua importância para a manutenção da vida e para o exercício de atividades econômicas como a indústria e a agricultura. A bacia hidrográfica compreende importante parcela do ciclo hidrológico e é reconhecida como unidade espacial de análise ambiental que permite o conhecimento de seus diversos componentes, processos e interações inseridos numa dinâmica fluvial. A partir dos diferentes usos econômicos e sociais na qual os ambientes fluviais estão submetidos, os problemas ambientais decorrem de fortes mudanças em seu espaço, que acabam por modificar significativamente a dinâmica da drenagem e a configuração fluvial dos rios. Em bacias intermitentes sazonais, como no semiárido cearense, as mesma apresentam dinâmica fluvial particular na qual é o caso da sub-bacia hidrográfica do rio Figueiredo. A pesquisa apresenta como objetivo compreender e analisar a atividade morfodinâmica da sub-bacia em causa, a partir da análise de variáveis morfométricas, visando a identificação de fatores que caracterize os riscos naturais de inundação da referida sub-bacia. Os problemas resultantes da inundação podem depender do desequilíbrio no processo de transporte da bacia, variabilidade temporal e espacial das precipitações, provocando picos de cheias mais elevados e estiagens mais prolongadas, um estudo de preocupação ambiental e interdisciplinar. O estudo das características naturais da bacia permite identificar as áreas com maior susceptibilidade ambiental a enchente, abrangendo vários parâmetros que permitem uma análise do ambiente, da sua predisposição à ocorrência de alguns eventos extremos e sua incompatibilidade com certas atividades humanas de uso do solo (MACHADO & TORRES, 2012). A análise morfométrica é uma ferramenta essencial que retrata a evolução das bacias hidrográficas através de aspectos geométricos que expressão informações sobre a forma, o modo de distribuição da rede de drenagem, a interação e o arranjo estrutural das bacias (PARVEEN, 2012; STRAHLER, 1957; CHRISTOFOLETTI, 1999). A contribuição da análise morfométrica como metodologia auxilia na gestão dos recursos hídricos. Alguns parâmetros morfométricos determinados para caracterização da bacia foram: a forma da bacia; a ordem dos canais; densidade de drenagem; declividade da bacia; perfil longitudinal da bacia associado as variáveis de geomorfologia, geologia, vegetação e precipitação. Dessa forma é possível analisar a rede de drenagem e caracterizar a referida sub-bacia, definindo as áreas mais propensas a ocorrência de enchentes em eventos extremos, orientando o uso integrado dos recursos hídricos e garantindo a sustentabilidade ambiental da mesma, tendo em vista a sua grande importância socioeconômica. Palavras-chave: Bacia Hidrográfica, Riscos Naturais, Recursos Hídricos, Semiárido.

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METODOLOGIAS PARTICIPATIVAS APLICADAS AOS ESTUDOS DE IMPACTOS DAS USINAS EÓLICAS NO LITORAL DO CEARÁ: O CASO DA PRAIA DE XAVIER, CAMOCIM

-Jocicléa de Sousa Mendes

Uma crescente busca pelo desenvolvimento econômico propiciou a que muitos países incentivassem o aproveitamento de fontes de energia comercial (principalmente o carvão e os combustíveis fósseis), que emitem substâncias nocivas e acumulativas na atmosfera. Vêem-se as fontes renováveis de energia como mitigadoras dos impactos e alternativas para reduzir os problemas ambientais decorrentes do excesso de consumo energético convencional (MARTINS; GUARNIERI; PEREIRA, 2008). Nas últimas décadas, ocorreu um avanço significativo da geração de energia eólica no litoral nordestino do Brasil (MEIRELES et al., 2013), acompanhando uma tendência mundial, impulsionada por alguns países da Europa Ocidental (Alemanha, Dinamarca, Espanha), Estados Unidos (JANNUZZI, 2003) e China, atualmente líder mundial na produção de energia eólica (WISER; BOLINGER, 2014). Esses empreendimentos são entendidos como energia limpa, justificados como geradores de emprego e de melhoria na qualidade de vida das comunidades, no entanto as formas como as usinas estão sendo instaladas geram impacto negativo para o ambiente, assim como para as comunidades envolvidas. Nesse contexto, se insere a comunidade da Praia de Xavier. A comunidade está localizada em Camocim e possui 20 famílias. Os habitantes da região sobrevivem de atividades extrativistas, como a pesca artesanal e a mariscagem, além de praticarem cultivos em terrenos de vazantes, configurando-se, assim, como comunidade tradicional. Porém, em meio ao cotidiano sustentável da comunidade, em 2009, foi implantado, a cerca de 20 metros do extremo leste do adensamento das casas, um dos maiores centros de produção de energia eólica do Ceará. Tais empreendimentos são vistos como obras de baixo impacto, contudo, no Ceará, os parques são instalados em áreas consideradas de instabilidade ambiental acentuada, dentro de territórios de comunidades tradicionais, impactando a dinâmica natural do meio e influindo negativamente no modo de vida de comunidades tradicionais. Realizou-se um diagnóstico participativo na área, com o objetivo de analisar as problemáticas estabelecidas com a implantação do empreendimento, assim como averiguar as potencialidades e limitações. Quanto aos aspectos metodológicos da pesquisa, foram utilizadas observações participantes, construção de mapas participativos, discussão sobre o gerenciamento do território e construção de matrizes com as potencialidades da área, as problemáticas e possíveis soluções para os problemas evidenciados e melhor gestão para a área. A integração entre os moradores foi um ponto positivo, sendo evidenciado na construção, discussão e apresentação dos trabalhos realizados em grupo. A comunidade mostrou-se atuante e instigada a colaborar com a gestão do território. Foram elencadas, pela comunidade, como potencialidades, o potencial turístico e o modo de vida tradicional. No entanto, diversos problemas foram apontados, destacando-se: a ausência de infraestrutura básica e de emprego; barramentos de estradas; o incômodo com o ruído dos aerogeradores; o medo constante de algum acidente, já que, em 2009, uma das hélices explodiu, ocasionando perigo e transtorno para a comunidade; além da degradação socioambiental vislumbrada pelo desmonte de dunas, aterramento de lagoas e privatização de áreas comuns para a comunidade. Destaca-se que a comunidade não dispunha de energia elétrica, somente após embates jurídicos, e um ano do parque instalado em pleno funcionamento a comunidade teve acesso ao serviço. Percebe-se, assim, que a implantação desses empreendimentos influencia negativamente nas comunidades tradicionais, pondo em risco o território e suas tradições, além da própria soberania alimentar. Palavras-chave: Impactos, Energia eólica, Comunidades tradicionais.

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PRÁTICAS/SABERES AGRÍCOLAS FAVORECIMENTO À CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE LOCAL? O CASO DA COMUNIDADE RURAL DE ANDRÉ DO MATO

DENTRO, SANTA BÁRBARA, MINAS GERAIS

-Janise Bruno Dias -Lucas Luiz Senhorine Pena

Este estudo tem por objetivo identificar as práticas/saberes agrícolas locais e analisar o favorecimento dessas à conservação da biodiversidade do ambiente local. O recorte é o subdistrito de André do Mato Dentro, bacia do córrego Maria Casimira, a montante do rio São João, Bacia do Rio Doce, município de Santa Bárbara, MG. A área possui reconhecida relevância ambiental e prioridade para conservação da biodiversidade. Uma paisagem singular, região de uma exuberante Floresta Estacional Semi-decidual que cresce sobre uma diversidade geológica, de formas de relevo e solos, onde seus 93 moradores vivem. Nessa área, conhecida pelas atividades minerárias que remontam do século XVI, coexistem atividades agrícolas de subsistência e o extrativismo vegetal. A hipótese investigada é de que a manutenção das práticas agrícolas e socioculturais reproduzidas por essas comunidades rurais, para sua subsistência, podem contribuir para a sustentabilidade e manutenção dos ecossistemas locais, mantendo a resiliência dos sistemas. Não existem estudos produzidos, por meio de levantamento de dados primários, sobre a conservação da biodiversidade local e as práticas socioculturais ali construídas. Consideramos que o conceito de biodiversidade seria parte de uma construção cultural e social, não incluindo apenas espécies e seu retorno econômico, mas também técnicas de cultivo e modo de conservação que são utilizadas durante gerações e fazem parte da tradição de alguns povos e comunidades. Isso para além das concepções clássicas adotadas inclusive pela CBD que considera-a como a “variabilidade entre seres vivos de todas as origens, inter alia, a terrestre, a

marinha e outros ecossistemas aquáticos e os complexos ecológicos dos quais fazem parte: isso inclui a diversidade no interior das espécies entre as espécies e entre espécies e ecossistemas.” Já por conservação a WWF/IUCN em 1980 definiu “o manejo do uso humano de organismos e ecossistemas, com o fim de garantir a sustentabilidade desse uso. Além do uso sustentável, a conservação inclui proteção, manutenção, reabilitação, restauração e melhoramento das populações (naturais) e ecossistemas.” Observa-se que o princípio básico do modelo de conservação da natureza dependeria da separação entre os homens e essas áreas conservadas. No entanto, há autores contemporaneos que discutem a conservação partindo do fato de que quando os colonizadores chegaram ao Brasil o continente já era ocupado por outros povos há pelo menos 8.000 anos. E esses já haviam modificado essas paisagens em beneficio próprio. Considerando que o homem tem uma relação primordial com a terra, base de nossa existencia e é daí que partimos para descobrir o mundo e que foi assim desde sempre, esses autores defendem enfoques alternativos como a Etnoconservação ou a sociobiodiversidade. Amparados nessa abordagem fizemos campos de experienciação visitando quintais, conversando com os moradores, identificando algumas práticas/saberes que caracterizam a relação desses com seu lugar de vida. Estes resultaram em impressões preliminares e primárias sobre a comunidade aqui apresentadas. Posteriormente, após o georeferenciamento das propriedades visitadas, produziremos uma cartografia das práticas/saberes a partir dos depoimentos dos moradores/agricultores de André do Mato Dentro, como um dos objetos para reflexão da pesquisa. Palavras-chave: práticas/saberes agrícolas, conservação, sociobiodiversidade.

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DESCARTE DOS RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE NA CIDADE DE ASSÚ-RN: CONTRIBUIÇÕES INICIAIS

-Gilciane Kariny da Costa Frutuoso

-Ana Carla de Oliveira -Ana Luiza Bezerra da Costa Saraiva

O lixo é um grave problema que afeta a qualidade de vida de bilhões de pessoas no mundo, desde a produção do lixo até o seu descarte. Dentre o universo dos resíduos produzidos, em nível nacional, destacam-se os resíduos de serviços de saúde (RSS). Os resíduos de serviços de saúde são produzidos por estabelecimentos prestadores de assistência médica, odontológica, laboratorial, farmacêutica, instituições de ensino e pesquisa médica. Isto torna evidente a necessidade de apresentação de alternativas para o gerenciamento de tais resíduos, a fim de oferecer a qualidade de vida para a população que sobrevive do lixo e para o habitat natural. Neste contexto, o conhecimento das características físicas, químicas e biológicas deste tipo de lixo, assim como de suas gerações futuras, está associado de modo direto ao bom funcionamento do modelo de gerenciamento a ser implantado. Destaca-se que, especificamente com relação ao descarte de lixo infectante, a matéria é disciplinada tanto pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) como pelo CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente). Essa problemática ocorre tanto em cidades grandes como em cidade médias e pequenas. Esse trabalho tem o objetivo de estudar a problemática do lixo hospitalar (ou resíduos de serviços de saúde) no município de Assú/RN. Para o caso particular de Assú/RN, onde tal problemática é negligenciada e as pesquisas são quase inexistentes, este trabalho aborda aspectos referentes aos sistemas interno (hospitalar) e externo (limpeza urbana) de manipulação desses resíduos. A metodologia adotada para a elaboração deste trabalho voltou-se à realização de uma pesquisa bibliográfica em livros, artigos a fim de se obter conceitos e informações relevantes à análise que envolve a problemática dos resíduos sólidos hospitalares, visita in loco para constatar a veracidade dos fatos. Dentre as 57 instituições cadastradas pelo Ministério da Saúde em Assú 4 foram estudadas. Duas clinicas particulares, sendo uma policlínica e outra clinica odontológica. Também foi realizada uma visita a dois hospitais públicos, um do estadual que atende urgência e emergência e um municipal que atende urgência. Foi realizada entrevista que abordou o descarte dos diferentes RSH de cada instituição de saude. Foram realizados registros fotográficos. O resultado deste estudo demonstra que a situação do lixo hospitalar da unidade publica de Assú ainda é uma questão que requer muita atenção das iniciativas públicas e da conscientização da população principalmente no que dizem respeito ao manejo seguro, as instituições privadas seguem a risca as orientações dos resíduos como luvas, gazes, seringas, agulhas, materiais tóxicos, biológicos. A disponibilização de informação sobre essas categorias de resíduos os riscos biológicos, químicos, radioativos e perfuro cortantes que este tipo de lixo pode causar para aquelas pessoas que sobrevivem da reciclagem/catação do lixo adquiri alguma patologia sendo ele descartado de forma desordenada sem nenhum tipo de fiscalização dos órgãos constituídos para a destinação deste tipo de lixo hospitalar. Após a análise dos dados coletados é possível perceber que existem soluções técnicas adequadas para serem usadas pelos responsáveis das instituições publicas para descartar corretamente esses RSH. Palavras-chave: Resíduos de Serviços de Saúde, Descarte, Assú.

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A GESTÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS NO MUNICÍPIO DE CASCAVEL-CE: FRAGILIDADE AMBIENTAL, SOCIAL E POLÍTICA

-Clerijane Nascimento Torres

Como resultado do crescimento populacional, principalmente urbano, do desenvolvimento econômico, da tecnologia e da sofisticação dos hábitos e consumo dessa crescente população, bem como da elevada capacidade de consumo das classes ricas, cresce também a produção de lixo e os problemas dela decorrentes. Os resíduos sólidos que aumentam tanto em quantidade como em qualidade (heterogeneidade, durabilidade, composição etc.) podem demorar dezenas de anos para se decomporem, acumulando-se na natureza, gerando problemas ecológicos. Ao mesmo tempo, indicam as contradições ocorridas no espaço através da relação que a sociedade estabelece com a natureza e entre suas classes. O crescimento econômico - medido pelo grau de industrialização e capacidade de produzir mercadorias - acelera a exploração dos recursos naturais e degrada o meio ambiente em velocidade e intensidade que inviabilizam a recomposição natural dos ecossistemas. Entendemos que o correto tratamento do lixo já produzido é uma questão emergencial por estar já posta, mas, acreditamos que torna-se estéril sem que seja levantada a problematização em torno do seu ciclo produtivo – extração, produção, consumo e descarte - que passa necessariamente pela transformação das relações sociais, remetem a produção do espaço e apontam a degradação ambiental como resultado das sobreposições históricas da produção material, sobretudo do modo industrial de produzir mercadorias. No Brasil, onde a gestão dos resíduos sólidos é atribuição do Poder Público Local, a maioria dos municípios brasileiros ainda não consegue dar um tratamento conveniente aos seus resíduos, sobretudo na deposição final - mesmo após esgotado o prazo para implementação de aterros sanitário em 2014 (PNRS, 2010) - bem como, as esferas estadual e federal têm dificuldade de executar e fiscalizar a legislação ambiental de maneira abrangente. Neste breve trabalho, nos propomos a investigar como é realizada a gestão dos resíduos sólidos no município de Cascavel, Região Metropolitana de Fortaleza, porém com extensa área rural, onde se localiza o principal lixão para onde são destinados os resíduos sólidos produzidos no município. Buscamos verificar como o Poder Público Local executa suas atribuições legais relativas à gestão dos resíduos, passando desde a logística até a deposição final dos rejeitos, analisando também duas condições particulares em que os resíduos sólidos têm gestão e/ou deposição final diferenciada: o lixo proveniente das unidades produtoras privadas; e a parte do lixo reintroduzida no ciclo produtivo com a reciclagem através do degradante trabalho de catação realizado no lixão. Perceberemos como os estabelecimentos investigados operam: aqueles menores, garantindo salubridade ambiental mínima nos limites exigidos, nem sempre fiscalizados e atendidos corretamente pelo poder público; enquanto as instalações industriais atentam aos padrões fixados por órgãos estaduais ou federais, visando o mercado, sobretudo internacional, ao qual se destinam seus produtos. Observaremos, também, a falta de controle dos órgãos fiscalizadores e a ausência de interação entre órgãos e secretarias, como reflexo da fragilidade da administração pública. Esperamos assim, aprofundar a discussão sobre a problemática ambiental, enquanto produção social colaborando para a desmistificação da crise ambiental como questão de natureza, desvinculada da prática social.

Palavras-chave: Resíduos sólidos, Administração pública, Produção do espaço, Fragilidade ambiental.

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CÓDIGO FLORESTAL E ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO DA PLANÍCIE DE DEFLAÇÃO DA ZONA COSTEIRA DO MUNICÍPIO DE EXTREMOZ/RN

-Leonlene de Sousa Aguiar

-Zuleide Maria Carvalho Lima -Ana Beatriz Câmara Maciel

O presente trabalho tem por objetivo analisar como o código florestal brasileiro tem influenciado na organização espacial da planície de deflação da zona costeira do Município de Extremoz, no Estado do Rio Grande do Norte. Na área são encontrados diversos recursos naturais que recebem diferentes designações tanto na literatura quanto nas normativas legais, criando dificuldade para gestão desses espaços num processo de planejamento. Tais recursos constituem uma paisagem constituída por formas de relevo comum do litoral Leste do RN, concentrando na área de estudo: campo de dunas móveis, planície de deflação e praias com dunas frontais, onde a planície de deflação possui atualmente áreas com processo de ocupação urbana já consolidada. Necessário se fez a investigação da evolução morfológica da planície de deflação desde a década de 1970 aos dias atuais, utilizando-se da interpretação de fotografias e imagens aéreas, e fotografias terrestres, que auxiliaram na caracterização e entendimento das mudanças na paisagem ao longo das décadas, permitindo aferir análise dos recursos existentes sob a ótica da legislação ambiental, em especial o código florestal brasileiro. O código florestal brasileiro permaneceu sem alterações durante décadas, e em 2012 foi alterado, passando a proteger áreas que ocorrem nas planícies de deflação de maneira diferenciada como vinha antes ocorrendo, interferindo diretamente na organização espacial da zona costeira. Foi observado que a principal dificuldade na aplicabilidade da lei, está atrelada a proteção marginal de recursos hídricos intermitentes, uma vez que a legislação não trouxe definições específicas para o que ocorre na dinâmica da planície de deflação. Palavras-chave: Código Florestal, Planície de Deflação, Extremoz-RN.

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PROCEDIMIENTOS DE EVALUACIÓN DE IMPACTO AMBIENTAL Y MOVIMIENTOS SOCIOAMBIENTALES: UN DIÁLOGO CONFLICTIVO

-Lucrecia Soledad Wagner

La última década en Argentina está caracterizada por la emergencia y creciente visibilización de conflictos socioambientales, destacándose la resistencia de diversas comunidades del país a proyectos de minería a gran escala. Este trabajo analiza cómo estos conflictos dieron lugar al nacimiento de numerosos movimientos sociales, y las intervenciones de estos colectivos en los procedimientos de evaluación ambiental de proyectos mineros. Se toman como estudio de caso las evaluaciones ambientales de proyectos mineros de explotación en la provincia de Mendoza, por ser ésta un territorio pionero en legislación e institucionalidad ambiental. Se analiza cómo el conflicto dio lugar a la generación de nuevas reglamentaciones en materia ambiental, y los efectos de esta legislación en la toma de decisiones respecto a la explotación de recursos naturales. Esta investigación se llevó adelante mediante análisis documental y trabajo de campo, en el que se realizaron entrevistas a actores clave y revisión de expedientes sobre el tema. Se concluye que los conflictos socioambientales han aumentado considerablemente en la última década, que presentan una importante interacción entre diversas organizaciones que resisten a diferentes actividades consideradas contaminantes, y que este proceso ha repercutido en la institucionalidad ambiental, a partir de la sanción de legislación ambiental más restrictiva para determinadas actividades productivas y extractivas. Palabras clave: Evaluaciones de impacto ambiental, Minería a gran escala, Conflictos socioambientales, Mendoza.

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A INFLUÊNCIA DOS RECURSOS NATURAIS NA CONFIGURAÇÃO TERRITORIAL DA AMÉRICA DO SUL

- Luis Antonio Bittar Venturi

O contexto territorial do continente sul americano desperta a atenção para o fato de a América Portuguesa ter originado um país de grandes dimensões, enquanto a América Espanhola desdobrou-se em diversos estados-nação. Este fato é explicado pelos historiadores por diversos argumentos, entre eles, o fato de a colônia portuguesa ter se transformado em um vice-reino quando a coroa instalou-se no Brasil. A presença da família imperial e seus deslocamentos teriam favorecido a unicidade territorial do que viria a ser o Brasil moderno. Neste contexto, o objetivo deste trabalho foi incorporar à análise territorial da América do Sul os recursos naturais e sua influência na atual configuração do continente. Como método, empreendemos uma análise comparativa dos recursos naturais explorados e seus efeitos sobre o território, sobretudo no que se refere à movimentação e efetiva ocupação como garantia da soberania. Como resultados, concluímos que, por um lado, na América Espanhola, os recursos naturais essencialmente minerais teriam favorecido a fragmentação das colônias, já que são atividades pontuais, concentradoras de população e, consequentemente, formadoras de núcleos urbanos, propícios a movimentos revolucionários . Além disso, a Cordilheira dos Andes dificultava algumas atividades econômicas como a agricultura de exportação, a pecuária e, consequentemente, uma maior movimentação da população pelo território. Por outro lado, os recursos e as condições naturais disponíveis na América Portuguesa favoreceram maior movimentação sobre o território. A extração de pau-brasil e o cultivo da cana-de-açúcar ao longo da faixa costeira, a procura pelo ouro pelos interiores, a 'marcha' do café pelo sudeste, os movimentos migratórios ocasionados pela borracha na Amazônia, todos estes recursos envolviam fluxos migratórios, também facilitados pelas densas redes hidrográficas, pela predominância de relevos mais suavizados e pela inexistência de desertos quentes. Essa movimentação em função dos recursos naturais teria promovido maior povoamento da colônia e, consequentemente, favorecido sua integridade. Palavras-chave: Recursos Naturais, Território, América do Sul.

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DEFORESTACIÓN Y ACTIVIDADES PRODUCTIVAS EN LOS VALLES DEL OESTE DE LA RIOJA Y CATAMARCA (ARGENTINA), DESDE MEDIADOS DEL SIGLO XIX HASTA LA

ACTUALIDAD

-Facundo Rojas

Se describe y explica el proceso de deforestación del área ocupada por los bosques de algarrobo (Prosopis flexuosa) en el oeste de las provincias argentinas de La Rioja y Catamarca, a partir de mediados de siglo XIX hasta la actualidad. Este proceso estuvo asociado al desmonte del bosque nativo y a los cambios de uso del suelo originados por diferentes y sucesivos procesos socio–económicos, que tuvieron como actividades emergentes la minería, el ferrocarril y la demanda de productos forestales, generada principalmente por actividades productivas y de consumo desarrolladas en otras regiones. A partir del análisis de fuentes históricas y de imágenes satelitales (en gabinete), sumado al muestreo del bosque nativo y entrevistas en profundidad (en trabajo campo), fue calculado el volumen y la distribución espacial del bosque afectado por las actividades descriptas. Se estudiaron además las modalidades de aprovechamiento social del recurso forestal y algunas características del mundo del trabajo asociado a estas actividades, así como también, el rol gubernamental en la política forestal, especialmente después de 1930. Entre los principales resultados se destaca que la explotación forestal, intensificada desde 1850, nunca mermó considerablemente. Las miles de hectáreas desmontadas y la cantidad de forestales talados representaron un importante impacto ambiental principalmente, y en primer lugar, en Pipanaco y Chilecito, trasladándose posteriormente al resto de los valles. Palabras clave: Deforestación, Minería, Ferrocarril, Ecología del paisaje, Historia ambiental.

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Eixo 4

ESTUDOS REGIONAIS E TURÍSTICOS NO DESENVOLVIMENTO LATINO AMERICANO

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FLUXOS TURÍSTICOS MUNDIAIS NA ERA DA GLOBALIZAÇÃO: INDICADORES DE UMA TRANSIÇÃO HEGEMÔNICA?

-Leandro de Almeida da Silveira -Miguel Ângelo Campos Ribeiro

Este artigo tem como objetivo analisar os fluxos turísticos mundiais atuais, considerados a partir do processo de globalização. A justificativa para esta escolha reside no fato de que estamos agora diante de uma nova era de intensificação nos fluxos em geral, com aumento na comunicação internacional, liberdade de locomoção, comércio e mais investimentos através das fronteiras internacionais. O surgimento e a expansão das técnicas permitiram a formação de redes técnicas, que por sua vez, impulsionaram a formação de múltiplas redes geográficas, incluindo aquelas que são formadas, utilizadas ou ressignificadas pelas atividades turísticas no mundo. E com isso, o próprio turismo vem passando por profundas transformações. Tradicionalmente resultante da existência de excedentes de capital, o turismo tem os países desenvolvidos como principais receptores de fluxos e receitas turísticas, especialmente os da Europa e os Estados Unidos. Entretanto, o processo de globalização, vetor central do crescimento do turismo no mundo, tem promovido o surgimento de novos fluxos, atingindo e fazendo crescer áreas tradicionalmente pouco visitadas. As previsões de médio e longo prazo publicadas pela Organização Mundial de Turismo (OMT) indicam que destinos de África, Ásia e Médio Oriente crescerão a taxas superiores à média mundial, enquanto que destinos mais maduros da Europa e da América tendem a crescer menos que a média. Destes, destaca-se a China, que tende a ultrapassar a França como maior receptora de turistas internacionais nas próximas décadas. Portanto, percebe-se uma possível mudança no eixo central dos fluxos turísticos mundiais. Considerando a profunda relação entre turismo e economia, e a tendência recente de mudança de tais fluxos, imaginamos estar em tela um indicativo da existência de uma transição hegemônica em curso, do eixo Atlântico (EUA-Europa) em direção ao Pacífico (Ásia). Neste contexto, a questão central norteadora desta pesquisa é: Qual é o padrão espacial dos fluxos e receitas obtidas a partir do turismo na atualidade e nas próximas décadas? A partir dos resultados obtidos com este questionamento, pretende-se desdobrar a investigação em outras duas sub-questões: Qual a relação entre o padrão espacial observado e a hegemonia política e econômica mundial? Seriam as mudanças nos fluxos turísticos indicadores de uma transição hegemônica em curso? Para responder ao objetivo e aos questionamentos, serão utilizadas como fontes de dados as estatísticas, ilustrações e documentos produzidos pela OMT, a partir do qual serão confeccionados gráficos, mapas e um banco de dados. Após a obtenção dos dados, os mesmos serão analisados com base nas teorias de Arrighi (1996; 2001), Braudel (1996), Castells (1999), Garcia (2014) e Wallerstein (1985). Pois, sendo a atividade turística um fenômeno de caráter dinâmico, com características e fluxos altamente suscetíveis a mudanças, nos parece interessante analisar seu comportamento e perspectivas, de forma a estabelecer uma possível correlação com o presente e o futuro da economia e da política mundiais. Palavras-chave: Fluxos Turísticos, Globalização, Transição hegemônica, Países Centrais, Turismo Internacional;

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EL PROCESO DE CONSTRUCCIÓN TERRITORIAL EN EL ÁREA DE BAHÍA CREEK

-Enrique Hugo Fabregat El objetivo de este trabajo es analizar cual fue el proceso de construcción del territorio en el área de Bahía Creek, en la Provincia de Río Negro en la República Argentina. El área tiene como referencia el topónimo que identifica al accidente geográfico que es la bahía y al pequeño pueblo del mismo nombre en la costa del Golfo San Matías, este último se encuentra localizado a 41° 04´ 59” de latitud sur y 63°55´57” de longitud oeste, en el sector este de la Patagonia Norte sobre el litoral Atlántico. El paisaje que predomina es el mar, la costa de acantilados, los médanos, la vegetación natural y el clima seco, con escasas precipitaciones, ambiente que se extienden hacia el interior del territorio de la provincia de Río Negro. Es un territorio con presencia de seres humanos desde antes de la llegada de los españoles a América, las personas que pertenecían a los pueblos originarios recorrían con frecuencia la zona con el objetivo de buscar recursos de fauna y vegetación para alimentación. Así también lo usaban como lugar de paso entre la cuenca del río Chubut y Negro, los desplazamientos que realizaban eran para intercambiar productos entre las distintas tribus que habitaban los valles fluviales. A partir de 1867 comienza la ocupación de los territorios de Río Negro y con ello el desalojo de las personas pertenecientes a los pueblos originarios de la región. En el año 1880, la zona se transforma a partir de la sanción de las leyes de inmigración. Por las mismas, estas tierras comienzan a poblarse y por lo tanto se adjudican campos en la zona. Sin embargo queda sin ocupar y adjudicar a propietarios inmigrantes el ambiente más frágil y de difícil acceso que es el área de los médanos, que tiende a poblarse por aquellas personas descendientes de pueblos originarios que son expulsados de las tierras que tienen mejores condiciones para la ganadería extensiva principalmente ovina. En la zona de los médanos se instalan varias familias, que subsisten en los pequeños valles entre los médanos donde es frecuente la presencia de agua en pozos naturales, es por este motivo que a este lugar, con presencia de médanos de gran altura, se lo denomina las aguadas. En algún momento llegan a vivir más de cincuenta personas. En el siglo veinte, en la década del ochenta comienza un doble proceso por un lado de fuerte despoblamiento de la zona por diferentes causas: falta de trabajo, deterioro ambiental, precariedad en la tenencia de la tierra, falta de oportunidades, falta de políticas públicas que ayuden a la permanencia de la gente en el lugar, como servicios de educación y salud, por lo tanto el Estado que está ausente genera un fuerte proceso migratorio principalmente hacia Viedma, capital de la provincia de Río Negro que se encuentra a cien kilómetros de Bahía Creek. Por otro lado, el área empieza a tener un fuerte capital simbólico como lugar de gran belleza paisajística sobre todo playa, mar y dunas, para disfrutar el verano. Como consecuencia de esta situación empiezan a venderse terrenos sobre la costa del mar, se construyen casas para pasar el verano, así avanza y cambia con una revalorización del lugar como esparcimiento. Hoy el pueblo que se denomina Bahía Creek ya supera las setenta casas y el crecimiento continua. Palabras clave: Bahía Creek, Desarrollo regional, Procesos territoriales, Occupación humana.

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EL PERIURBANO DE MAR DEL PLATA (ARGENTINA): CRECIMIENTO DEMOGRÁFICO Y ANÁLISIS TERRITORIAL DE LAS CONDICIONES DE HABITABILIDAD

-Laura Zulaica

Las ciudades actuales enfrentan problemas asociados con dificultades en el acceso a infraestructuras y servicios, contaminación, degradación de recursos y exposición a situaciones de riesgo, que derivan muchas veces de su crecimiento no planificado. El crecimiento de la ciudad de Mar del Plata (Partido de General Pueyrredon, Argentina), como la mayoría de las ciudades latinoamericanas, ha respondido a procesos expansivos espontáneos que generaron un territorio periurbano poco consolidado, caracterizado por problemas socio-ambientales relevantes que indicen directamente sobre las condiciones de habitabilidad de la población. Estudios previos demuestran la existencia de diferenciaciones territoriales de las condiciones de habitabilidad en el periurbano de Mar del Plata, que demandan estrategias de intervención acordes con las particularidades de cada sector, teniendo en cuenta sus tendencias de crecimiento. En función de ello, el análisis de las relaciones entre crecimiento demográfico y habitabilidad plantea nuevos retos para la gestión urbana. El presente trabajo propone analizar dichas relaciones en el periurbano marplatense con el fin de identificar áreas críticas que demandarán respuestas más inmediatas para mitigar o resolver los conflictos emergentes.Se calcularon las tasas de crecimiento demográfico entre 2001 y 2010 para cada unidad de análisis (radios censales de 2001) siguiendo un modelo exponencial. Luego, se evaluaron las condiciones de habitabilidad en el año 2010. Ello exigió la construcción de un Índice de Condiciones de Habitabilidad (ICH) mediante la técnica de Puntaje Omega. Posteriormente, se definieron cinco categorías para las tasas de crecimiento y el ICH. Finalmente, se construyó una matriz de relaciones que permite verificar las situaciones más críticas y estimar la población que se encuentra en esa condición. Los resultados obtenidos se representaron espacialmente utilizando un Sistema de Información Geográfica (gvSIG 1.11). Cuando se establecen relaciones entre las tasas de crecimiento demográfico y el ICH, se verifica que las situaciones más conflictivas, agrupan condiciones insatisfactorias de habitabilidad (promedio ICH: 0,515) y tasas de crecimiento positivo medio (promedio 0,069) o bien, condiciones poco satisfactorias (promedio ICH: 0,594) y tasas de crecimiento positivo alto (promedio 0,199). Este es el caso del asentamiento La Gloria de la Peregrina, y barrios o sectores de los barrios San Jorge, Parque Camet, Autódromo, Nuevo Golf, Parque Independencia y Florentino Ameghino. Las áreas mencionadas, agrupan el 8% de la población del periurbano en 2010 (9.097 habitantes) y se corresponden, en parte, con asentamientos de carácter precario, que manifiestan severos conflictos sociales y problemas con el régimen de tenencia de la tierra (ocupación en tierras fiscales o privadas) los cuales se intensificaron a partir de la crisis de 2001. Los resultados obtenidos permiten afirmar que no existe una relación directa entre las tasas de crecimiento y las condiciones de habitabilidad. No obstante, el análisis de esas relaciones, aporta bases diagnósticas útiles para identificar áreas críticas que demandan estrategias de intervención que incidan positivamente sobre dichas condiciones y direccionen el crecimiento poblacional. Además, el procedimiento metodológico empleado permitió caracterizar la complejidad territorial del área de estudio, considerándose válido para analizar la distribución espacial de las variables seleccionadas e identificar escenarios de actuación. Palabras clave: Diferenciaciones socioterritoriales, Gestión urbana, Interfaz urbano-rural,

Dinámica urbana, Sustentabilidad social.

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O TERRITÓRIO USADO PELO CIRCUITO INFERIOR DO TURISMO E O PROCESSO DE URBANIZAÇÃO DAS PRAIAS DE REDINHA NOVA, SANTA RITA E JENIPABU, NO

MUNICÍPIO DE EXTREMOZ

-José Alexandre B. de Almada -Edna Maria Furtado

O presente trabalho busca analisar o processo de urbanização resultante do território usado pelo circuito inferior do turismo nas praias pertencentes a APAJ, Redinha Nova, Santa Rita e Jenipabu, no munícipio de Extremoz, baseada na teoria dos circuitos da economia urbana de Milton Santos (2008) com o intuito de entender a relação dialética de interdependência dependente entre circuito inferior do turismo nessas praias e o circuito superior do turismo realizado na Via Costeira e na praia de Ponta Negra, no município de Natal. A análise do circuito inferior foi realizada a partir do trabalho de campo, feito entre janeiro e junho de 2014 na APAJ, no qual foram entrevistados quase todos os comerciantes do local, excetuando os estabelecimentos fechados ou comerciantes que não quiseram participar da entrevista, totalizando noventa e seis estabelecimentos visitados. Durante o trabalho de campo também foram coletados dados cartográficos por meio de aparelho GPS no qual foram utilizados na elaboração dos mapas de espacialização da urbanização e do território usado pelo circuito inferior na APAJ. Ao visitar a cidade de Natal, o turista não fica apenas dessa cidade. Há uma gama de lugares para ser visitado, tanto no litoral norte quanto no litoral sul do estado do Rio Grande do Norte. Um desses lugares são as praias da APAJ, Redinha Nova, Santa Rita e Jenipabu, onde o processo de urbanização na Via Costeira e em Ponta Negra possibilitou a constituição do circuito inferior do turismo nessa apa. A chegada dos turistas à essas praias arrasta consigo um discurso de desenvolvimento econômico para o lugar e para os moradores locais. A contradição entre os dois circuitos é mais perversa para quem está no lado inferior da economia. Enquanto os empreendimentos do circuito superior têm como meta a acumulação do capital para que os dividendos possam ser utilizados em novos investimentos, em diversos setores da economia; no circuito inferior, a realidade é a sobrevivência. As boas vendas possibilitam recursos para garantir a alimentação diária da família e capital para comprar os produtos que serão vendidos no próximo dia. Palavras-chave: Circuito inferior, Turismo, Redinha Nova, Santa Rita, Jenipabu.

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PRODUÇÃO DO ESPAÇO TURÍSTICO EM REGIÃO DE CONFLITO AGRÁRIO: O CASO DE ROSANA-SP

-Clediane Nascimento Santos

A região do Pontal do Paranapanema tem em sua estrutura territorial a concentração de assentamentos de reforma agrária, e por esse motivo, foi um espaço marcado, ao longo dos anos, pela atuação de movimentos sociais. Dessa forma, os assentamentos do Município de Rosana fazem parte desse processo. A trajetória deste trabalho inciou-se com os estudos sobre os assentados de reforna agrária deste município. Os assentados constituiam-se, não tão somente em pequenos produtores rurais, que mantinham seu sustento a partir da diversidade de atividades agropecuárias, mas também de sujeitos que vieram de diferentes cidades brasileiras, em busca de melhores condições de vida, e que, ao se juntarem para lutar pelo direito a terra, conquistaram um pedaço de chão e igualmente o direito de reconstruir sua vida. Após a aquisição do lote, eles defrontaram com problemas decorrentes de ausências de políticas públicas de linha de financiamento e de infraestrutura, especialmente em relação a: escola, posto de saúde, moradia, transporte, crédito para investir em estrutura produtiva, entre outros. Isto atesta que estes sujeitos passaram por muitas adversidades, travaram luta cotidiana para se fixarem na terra conquistada e valer o direito adquirido. Essas lutas colaboraram para se pensar em alternativas que corroborasse para dinamizar a lógica produtiva local, nesse sentido que o turismo no espaço rural tornou-se uma possibilidade para a valorização do modo de vida rural, dos saberes e costumes dessa população. Levando-se em consideração esses aspectos, os objetivos a serem investigados serão: analisar a produção do espaço pelo turismo e verificar as alternativas encontradas nos assentamentos para o uso turístico. No que tange o turismo, o seu planejamento é indispensável para se entender as relações de poder na produção deste espaço, o qual implica, fundamentalmente, compreender o espaço como algo socialmente produzido, que expressa às contradições do modo de produção capitalista ou do espaço-mercadoria. Ele é a um só tempo, o lugar das estratégias para o capital e das resistências do cotidiano para os habitantes (CORIOLANO, 2006). Em relação ao procedimento metodológico utilizou-se de entrevistas. Segundo Colognese e Mélo (1998, p.143) vem nos dizer que a entrevista é um processo de interação social que tem por finalidade a aquisição de informações de valor expressivo para o andamento da pesquisa. Além disso, há uma interação entre o entrevistador e o entrevistado onde esse contato próximo poderá desvelar outras informações que não poderiam ser percebidas em outro momento. É “uma conversa interessada”, no qual o entrevistador desempenha a função de orientar a fim de se ter um conhecimento sobre “o comportamento e a consciencia dos sujeitos investigados, tanto quanto possível, em seu estado dado, objetivo”. As analises das entrevistas concedidas e da observação verificou se que a atividade turística nos assentamentos é uma possibilidade de desenvolvimento local. Constatou-se também, que o turismo poderia contribuir para a valorização dos elementos patrimoniais, tais como: Roda de Viola, Folia de Reis, Cavalgada, modo de vida, entre outros. Palavras-chave: Espaço Turístico, Turismo no Espaço Rural, Pontal do Paranapanema, Assentamentos Rurais, Rosana.

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O COMÉRCIO INTRA-REGIONAL NO MERCOSUL: UMA DISCUSSÃO A PARTIR DO INTERCÂMBIO ENTRE BRASIL E PARAGUAI

-Dayana Aparecida M. de Oliveira Cruz

O aprofundamento do processo de mundialização do capital tornou as relações entre os países mais complexas; ao mesmo tempo em que se busca a inserção no comércio internacional, torna-se indispensável fortalecer as economias regionais. Um dos caminhos adotados pelos países é a formação de blocos econômicos que, dentre outras coisas, possuem como intuito fortalecer o comércio intra-regional e aumentar o potencial de competitividade global. Apesar dos objetivos propostos nos planos de integração regional, nem todos os países que fazem parte do mesmo bloco econômico usufruem das mesmas vantagens comerciais, havendo assim, uma relação desigual de trocas, caracterizada pela hierarquização das economias que fazem parte do mesmo bloco; o intercâmbio comercial entre os países do Mercosul é um exemplo ilustrativo de como a integração ocorre de maneira diferenciada. O objetivo principal deste trabalho é apresentar as características do comércio intra-regional no Mercosul, tendo como foco o intercâmbio comercial entre Brasil e Paraguai. A proposta justifica-se pelo papel que cada país tem no bloco econômico, e pelas diferentes vantagens que eles usufruem do processo de integração regional. Este trabalho, visa contribuir para o avanço das discussões sobre o comércio intra-regional no Mercosul e na América do Sul, através do processo de regionalização. Para tanto, as referências deste trabalho são voltadas à compreensão do processo de mundialização do capital e globalização como Santos (2006), Chesnais (1996), Ianni (1998), Melo (1999), e Harvey (2006); a geopolítica e regionalização por blocos econômicos discutidos por Castro (2009), Costa (2005), e Arroyo (2008); e a relação Brasil-Paraguai abordados por Lima (2013), Mais (2011), Rodríguez (2001) e Vásquez (2011) A metodologia utilizada está baseada na análise dos dados disponibilizados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, e pela Organização Mundial do Comércio, referentes ao intercâmbio comercial entre Brasil e Paraguai no período de 2000 a 2013; volume, origem e destino da importação e exportação de mercadorias no Mercosul, Brasil e Paraguai no período de 2002 a 2011; principais produtos exportados e importados do Paraguai pelo Brasil no ano de 2014. A partir da análise dos dados, a pesquisa aponta para duas conclusões principais: 1. a relação desigual entre as economias maiores e menores do Mercosul foi se fortalecendo ao longo da história do bloco, através do intercâmbio comercial entre Brasil e Paraguai é possível entender os fatores históricos, políticos e econômicos que culminaram na integração desigual no bloco econômico; 2. o intercâmbio desigual de mercadorias entre Brasil e Paraguai que está baseado na exportação de manufaturas e importação de produtos primários do Paraguai, se desdobra em outras escalas geográficas com o Brasil e os países da Europa, América do Norte e Ásia. Sendo assim, a desigualdade no bloco econômico é uma reprodução em uma escala menor do intercâmbio desigual entre os países na escala mundial. Palavras-chave: Comércio intra-regional, Mercosul, Brasil, Paraguai.

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ECOTURISMO Y DESARROLLO COMUNITARIO RURAL EN LA HUASTECA POTOSINA, MÉXICO: UNA ALTERNATIVA DE DIVERSIFICACIÓN ECONÓMICA

-Valente Vázquez Solís

-Álvaro Gerardo Palacio Aponte

En México, el turismo constituye una de las fuentes de ingresos más importantes para la economía nacional. Al agotamiento del modelo de turismo masivo en playas y sitios arqueológicos durante el siglo XX, siguió una moda de recreación que promueve mayor contacto con la naturaleza, en donde las condiciones ambientales han sido poco modificadas. Entre ellos se encuentra la región Huasteca del estado de San Luis Potosí, en la porción central de México, cuya población -una parte importante de origen indígena- se caracteriza por la prevalencia de una elevada marginación socioeconómica, emigración de varones en busca de trabajo y el interés por desarrollar proyectos productivos asociados con el ecoturismo, dada la vastedad del potencial natural y cultural que dispone la región. Marco general/ conceptual El ecoturismo nació de la integración del turismo y el desarrollo sustentable (SECTUR, 2007), y es definido por la Unión Mundial para la Conservación de la Naturaleza como “aquella modalidad turística ambientalmente responsable consistente en viajar o visitar áreas naturales con el fin de disfrutar y apreciar la naturaleza, que promueve la conservación, tiene bajo impacto de visitación y propicia un involucramiento activo y socioeconómicamente benéfico de las poblaciones locales” (Ceballos, 1994). La definición anterior deja claro que los componentes están ligados a las dimensiones básicas del desarrollo sustentable. Se empleó un diagnóstico FODA en cuatro de los 20 municipios que conforman la región. Estos municipios -Ciudad Valles, Xilitla, Aquismón y Tamasopo- se seleccionaron con base en una evaluación de los recursos turísticos existentes, documentada en los trabajos de Vázquez, et. al (2010), para el estado de San Luis Potosí. El

instrumento fue realizado con información obtenida en trabajo de campo, proporcionada por las partes interesadas en el desarrollo del turismo y cuya información fue recabada en talleres de participación comunitaria, entrevistas con la población local y entrevistas a profundidad, efectuadas a las autoridades involucradas, se complementó con fuentes documentales, cartográficas y estadísticas. A través de un mapa de correlación de códigos relevantes se representaron los códigos de respuestas, en donde se destaca la importancia de la participación de los actores que intervienen en el desarrollo del ecoturismo, valora el implemento de acciones dirigidas a apoyar modalidades recreativas ambientalmente sustentables, en una región que tiene importantes atractivos turísticos pero con problemas de deterioro ambiental en varios sitios. Se detectó que la población realiza sus proyectos de forma individual y fragmentada, incluso opuesta a la forma de aprovechamiento de largo plazo. Tampoco existen estrategias de trabajo colectivo formuladas por los gobiernos municipales. La investigación revela que existe interés de un sector importante de la población comunal y de los particulares por fomentar estrategias o proyectos los cuales estén dirigidos a utilizar los recursos naturales para intentar mejorar su calidad de vida. Sin embargo, el interés debe apoyarse en la coordinación entre las instancias involucradas. En particular, es recomendable que existan programas de capacitación y de supervisión colectiva hacia los proyectos ecoturísticos, en donde interactúen las autoridades gubernamentales de distintos niveles, la población local y la iniciativa privada, de ser el caso. Palabras clave: Ecoturismo, Desarrollo rural, Huasteca Potosina.

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POLÍTICAS PÚBLICAS DE TURISMO: UM OLHAR PARA A REGIÃO MEIO-NORTE DO NORDESTE BRASILEIRO

-Luana Lima Bandeira Araújo

-Eustógio Wanderley Correia Dantas

O presente trabalho, intitulado “Políticas Públicas de Turismo: Um olhar para a Região Meio-Norte do Nordeste brasileiro” tem como objetivo principal entender o processo de regionalização do turismo a partir da estruturação do Plano de Desenvolvimento Sustentável da Região Turística (PDSRT) do Meio-Norte. Esta política de cunho regional envolve parcelas dos estados do Ceará, Piauí e Maranhão, compreendendo um total de noventa municípios. Formado por uma iniciativa do Governo Federal em parceria com os governos de cada um dos estados integrantes, o Plano tem como objetivo o desenvolvimento regional sustentável dessa sub-região brasileira que apresenta um dos mais elevados níveis de pobreza no país. Para a possível concretização da pesquisa foram utilizados os seguintes procedimentos metodológicos: pesquisa bibliográfica, tanto relacionada à atividade turística, quanto ao conceito de Região e o processo de Regionalização; análise de políticas públicas de turismo em escala estadual e regional; estudo das fragilidades e limitações do Plano Meio-Norte. As informações obtidas foram principalmente alcançadas através de dados secundários disponibilizados pelas instituições governamentais ou reguladoras. O referido tema torna-se relevante por esta política pública de turismo estar estruturada em uma escala regional, anteriormente apenas realizada em nível estadual, e em virtude das várias divergências que a envolvem. Ao analisar essa recente política de regionalização do turismo, percebe-se uma falsa preocupação desenvolvimentista, pois, ao propor uma integração entre os municípios participantes, nota-se a priorização dos espaços litorâneos, principalmente dos municípios que fazem parte da “Rota das Emoções”, eixo motriz do Plano. Além disso, o turismo é usado como ferramenta para alavancar a economia e diminuir a miséria desses municípios que possuem o pior Índice de Desenvolvimento Humano do país, deixando em segundo plano a dinâmica social local, contrariando a lógica desenvolvimentista proposta em seu enunciado. Dessa forma, a regionalização entre os três estados se encontra fragilizada devido às várias instabilidades e restrições presentes na formação do PDSRT. Diante desse contexto, faremos uma reflexão sobre a proposta do plano, trazendo à tona a discussão entre o turismo e a elaboração/implementação dessa política pública voltada para o contexto regional, em especial, para a região Meio-Norte. Enfatiza-se que o PDSRT do Meio-Norte apresenta expressiva fragilidade como instrumento de desenvolvimento do turismo configurando-se até o momento como incapaz de promover projetos estruturantes de caráter econômico-social, envolvendo efetivamente uma cadeia de atores e atividades interligadas. Surge, nesse contexto, o termo vocacional para o turismo, a fim de justificar a proposição dessa política de regionalização e ocultar a falta de projetos específicos sobre as intencionalidades com a elaboração do referido plano. Palavras-chave: Turismo, Regionalização do turismo, Políticas públicas de turismo, Região Meio-

Norte, Plano Meio-Norte.

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CRISES AND ANDEAN EMIGRATION: A COMPARISON OF COLOMBIA, ECUADOR, AND PERU

-Brad D. Jokisch

Since the 1980s several million people from the Andes have emigrated. The experiences of Colombia, Ecuador, and Peru show striking similarities. All three suffered economic and political crises that sent large numbers of its citizens to the United States, but also to Europe, Spain in particular. These populations overseas have engaged in extensive transnational networks and funneled billions of dollars into each country. To varying degrees the state has reached out to its “citizen’s abroad,” hoping to capitalize on their presence overseas for development purposes. In the past ten years deportations (removals and voluntary departures) have increased and the political and economic climate of the United States and Spain has encouraged return migration. During the depths of Spain’s economic crisis they developed several “pay to go” programs to encourage return migration. Yet, each country has its own historical underpinnings, and large differences among the countries are evident. This paper compares the recent migration histories of the three countries and examines the main causes of emigration, destinations, transnational experiences, including the role of state, and subsequent return migration. Key words: Migration, Ecuador, Development.

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MIGRANT CHILDREN IN THE AMERICAS: A CRITICAL REVIEW AND FUTURE DIRECTIONS

-Rebecca Torres

-Kate Swanson -Sarah Blue

-Stuart Aitken

The arrival of over 68,000 unaccompanied migrant children at the U.S./Mexico border in 2014 has re-ignited long-standing debates on immigration reform in the United States. Children represent a litmus test for this debate, as there is a tension between national security and economic needs on the one hand, and on the other the moral, ethical, and legal responsibility to protect children. Despite a large body of academic research on transnational migration to the U.S., there is little existing geographical research on the distinct experiences of migrant children. In this critical review, we draw from literature in children’s geographies, political geography and migration studies to situate the context for rising child migration in the Americas. We focus especially on migration to the U.S./Mexico border to highlight: multiple factors driving increased migration; differentiated socio-spatial and legal contexts of immigration restriction and enforcement in the U.S.; and ramifications for children and families. We also point to the role of young people’s agency in migration, an aspect oft overlooked in sensationalized media reports regarding migrant youth but also an aspect of young migrants’ lives that is theorized problematically by academics. We conclude by identifying research gaps and priority areas with respect to future scholarship, advocacy and policy. In particular, we stress the need for research on the changing gendered landscapes of U.S. immigration; the diverse and highly place-dependent legal outcomes for unaccompanied minors; and the rising role of family detention centers run by NGOs and for-profit prisons. We emphasize that geographical perspectives are particularly well suited to address pressing human rights issues that accrue from these processes. Key words: Migration, Children, Youth, Mexico, Central America.

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126 Universidade Federal do Ceará - UFC, 26-30 de Maio de 2015, Fortaleza/CE, Brasil

THE POLITICAL ECONOMY OF CUBAN MEDICAL INTERNATIONALISM

-Sarah A. Blue The Cuban government announced in July 2014 that more than 64,000 Cuban professionals were working in 91 countries around the world. The vast majority of these are health workers, who are earning an estimated $6.15 billion annually for the Cuban government. Medical internationalism, or the export of its health professionals, now represents Cuba’s largest source of hard currency, exceeding tourism. Cuban doctors are often the first to respond to disaster areas and stay for the longest period, the most recent example is the contingent of 256 health workers who began a mission to fight against Ebola in West Africa in October 2014. Large-scale Cuban medical internationalism began in earnest as an ‘oil for doctors’ swap with Venezuela in 2005. As Cuba has expanded and institutionalized its ‘doctors for export’ program, critics have lamented what they understand to be ‘state-sponsored human trafficking’. This characterization stems from how contracted Cuban professionals are paid. Instead of direct individual payment for their services in the country where they are working, the professionals are paid a stipend from the Cuban government. This amount varies according to the bilateral agreement between the country receiving the service and the Cuban government, but is only a fraction of the total amount the Cuban state charges for the services. This paper will examine Cuba’s system of ‘professional exports’ through both capitalist and socialist political economic frames of analysis and analyze arguments made for and against this type of labor contracting. Through an in-depth exploration of different systems of state-sponsored labor migration contracts and by situating the Cuban contracts in the context of Cuba’s socialist and dual-currency economy, the paper will provide a rich insight into the growing practice of professional labor contracting in Cuba. Key words: Cuba, Migration, Health workers.

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127 Universidade Federal do Ceará - UFC, 26-30 de Maio de 2015, Fortaleza/CE, Brasil

PAISAGEM, PEDAÇOS DE TEMPOS HISTÓRICOS DOS ASSENTAMENTOS DA MICRORREGIÃO CAMPANHA OCIDENTAL/CAMPANHA GAÚCHA/ RIO GRANDE DO SUL

-Rosa Maria Vieira Medeiros

-Michele Lindner -Alexandro Rafael Amaro

O agricultor camponês reterritorializado na Microrregião Campanha Ocidental do Rio Grande do Sul/Brasil implantou novas formas produtivas-econômicas-sociais que constituem agentes das mudanças na sua paisagem.A paisagem é então analisada considerando sua imagem tradicional da Campanha Gaúcha, ou seja, coxilhas cobertas por campos onde se instalaram as grandes propriedades com sua atividade pecuarista. Os assentados também encontraram esta paisagem, mas sua tradição camponesa, voltada para a produção de alimentos alterou a imagem tradicional. São novas alternativas de produção desenvolvidas nos assentamentos e esta pesquisa objetiva aprofundar estas questões agentes de transformação da paisagem. Esses assentamentos, criados nos anos de 1990 são analisados a partir das categorias: paisagem, natureza e território. São considerados os aspectos ambientais, econômicos, políticos e culturais das famílias assentadas, reterritorializadas, agentes das ações transformadoras da paisagem de seu novo território. Destacam-se as limitações encontradas (materiais, imateriais); suas experiências positivas no assentamento e suas potencialidades relacionadas às novas práticas agrícolas. Também o lugar e a identidade são categorias que possibilitam compreender o caminho construído para que essas novas alternativas de produção se tornassem efetivamente uma prática, uma filosofia de vida para os assentados. A paisagem dos assentamentos se transformou passo a passo em razão das novas práticas agrícolas, da agricultura tradicional e convencional que ainda é presente nos assentamentos. Esta tradição não constitue nenhum impedimento para o desenvolvimento de práticas agroecológicas, expressão de uma nova relação do agricultor camponês com a natureza, cujo território se constitui em um espaço cultural de identificação, de pertencimento. A sua efetiva apropriação se fortalece com as novas formas de produzir, de organizar, de se relacionar com a natureza, de recuperar seus saberes e de retomar sua autonomia através da produção, da cultura e da organização político-econômico-social marcadas na nova paisagem da Campanha Ocidental. Estas mudanças na paisagem, ligadas à nova relação do agricultor camponês com a natureza, são identificadas através da análise de fotografias feitas nos anos de 1960-1970 comparadas com fotografias realizadas no período de 2010 a 2015 da Microrregião da Campanha Ocidental. As antigas fotografias são também análisadas pelos assentados no momento da realização das entrevistas tendo o tema “relação assentado-natureza” como norteador da conversa. As fotografias antigas e recentes, as falas dos agricultores assentados, o andar pelo território dos assentamentos, a observação para identificar as marcas que permaneceram na paisagem apesar das mudanças, corroboram a afirmação de Claval (1999) que a memória se sustenta na paisagem, no lugar, nos objetos, na capacidade de evocação que encontra ali a base para sua permanência ou seja, para a construção das identidades. De acordo com Claval (1999) a cultura é dinâmica e as populações modificam o meio de acordo com suas necessidades, há um enraizamento de seus valores que legitimam suas escolhas e a paisagem se transforma de acordo com suas preferências e aspirações. Destas escolhas dos assentados decorreram portanto ações transformadoras da paisagem que são reflexo da construção de sua identidade no novo território constituído – o território dos assentamentos na Campanha Ocidental da Campanha Gaúcha. Palavras-chave: Paisagem, Agricultores camponeses assentados, Território, Agricultura, Identidade, Saberes.

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REGIONAL LIMITATIONS FROM SUSTAINABLE DEVELOPMENT PLAN FOR THE MIDDLE-NORTH TOURISTIC REGION

-Fábio de Oliveira Matos

This work deals with the relations between imagetic and the Sustainable Development Plan for the Middle-north Touristic Region (SDPTR). The researched area corresponds to parcels of the States of Maranhão, Piauí and Ceará covering an overall of ninety municipalities. It is noticeable the construction of an integrator speech, in which, image stands out as the main focus of connection for the emergent regional project. Facing this perspective, this research aimed at analyzing the touristic integration process of the Middle-North based on the role of imagetic in current tourism regionalization policy. Seeking for landscape, social and economic homogenization aimed at the interconnection of heterogeneous areas, the SDPTR imagetic policy, substantiated on the referred plan, promotes, in present day, a complex range before the local reality. The operational procedure of the research was built in three moments: First, it was made a bibliographic review on thematic such as tourism, region, poverty and regional development; following, it was conducted a survey on the Middle-north Plan insertion documents in the three instances of power; and finally, in loco investigation, in which, it was directed a search for imagetic productions based on the referred plan as well as interviews with local social actors. Analyzing the regional proposal, it is noticed the speech aimed at the comprehensiveness of generalizing infrastructure policy elaborated for the effectuation of touristic activity. The formation of a region more concerned with a policy motioned to external attraction for tourism than necessarily with the articulation of its components, reveals a series of fragilities in the SDPTR organism, conferring to this plan, features of a sustainable underdevelopment proposal. Key words: Region, Middle-North, Sustainable Development, Integrated Coastal Zone Management.

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129 Universidade Federal do Ceará - UFC, 26-30 de Maio de 2015, Fortaleza/CE, Brasil

AGRICULTURA FAMILIAR E AGROCOMBUSTÍVEL NO MOJU

-João Santos Nahum

-Cleison Bastos dos Santos Analisamos as relações agricultura familiar e a dendeicultura para agrocombustível no município de Moju, na microrregião de Tomé-Açu. Indicamos alguns componentes dessa nova situação geográfica que se desenha no espaço agrário amazônico. Expomos em largos traços uma tendência que visualizamos no horizonte regional onde o evento da dendeicultura aporta, a formação de um campo sem camponeses, posto que estes se metamorfoseiam, paulatinamente, em trabalhadores para o capital, seja como assalariados das empresas ou mesmo associando-se aos projetos de agricultura familiar. Para tanto, fundamentamo-nos em trabalho de campo, que desde agosto de 2008, realizamos no Moju, em lugares onde a monocultura da palma africana se expande e exige um olhar geográfico, atento aos usos e abusos do território. Permitiu-nos discorrer sobre o tema a terra debaixo das unhas e assim narrar processos singulares.Partimos do pressuposto que a chegada do agrocombustível na microrregião de Tomé-Açu, no nordeste paraense, é um evento, pois reorganiza a paisagem, a configuração territorial, a dinâmica social, enfim o espaço geográfico ou território usado. Desde então, arriscamo-nos a dizer que temos demarcado um período geográfico do dendê, tornado possível por determinados estágios das pesquisas tecnológicas acerca das condições edafoclimáticas necessárias e propícias ao cultivo em grande escala da palma do dendê; por um conjunto de ações governamentais que promoveram a dendeicultura à política de estado, tais como o Plano Nacional de Produção e Uso de Biodiesel(PNPB) e o Programa de Produção Sustentável de Óleo de Palma no Brasil, que propõem saídas à crise da matriz energética alicerçada no combustível fóssil, igualmente responder positivamente à histórica dívida social do estado para com o campesinato tradicional, visto que esse plano promoveria a inclusão social dos agricultores familiares por meio do programa dendê sustentável; por fim, tornado possível pela voracidade do mercado de commodities de óleo de palma, que encontrou seus limites físicos e territoriais no continente asiático, isto é, não tem mais terra para plantar dendê, por isso expande-se para África e América Latina. Do ponto de vista técnico, as vantagens econômicas e produtivas do dendê comparadas as outras palmas e oleaginosas, são imbatíveis. Teses, dissertações, publicações especializadas, jornais e sites em uníssono exaltam as virtudes da palma africana que prodigiosamente tão bem se adaptou ao solo amazônico. Sublinham que se trata de uma palma capaz de promover o desenvolvimento sustentável, posto que recuperaria ambientalmente, economicamente e socialmente áreas degradas pela pecuária. O cultivo do dendê geraria empregos e renda para o campesinato, resgatando-o da condição de “classe incomoda” ou “classe invisível”, esquecida pelas políticas de estado. Ele não terminaria mais seus dias nas roças de mandioca, nos retiros e casas de farinha. Dada a imensa disposição para o trabalho, sua organização familiar e a baixa escolaridade esse campesinato tradicional pode ser absorvido para trabalhar nos campos de dendê, coletando cachos e juntando os frutos, além de outras atividades que exigem vitalidade. No entanto, é preciso perguntar quem ganha com a dendeicultura, pois tão importante quanto ressaltar as potencialidades econômicas, ambientais e sociais do dendê, faz necessário refletir sobre quem usufruir dos dividendos dessas potencialidades, ou seja, quem fica com a renda da terra; é preciso refletir sobre os impactos no modo de vida do lugar onde o agronegócio do dendê se implanta e expande, isto é, o que significa passar da condição de lavrador para agricultor de dendê ou de outro modo, de camponês tradicional para agricultor familiar. Palavras-chave: Agricultura familiar, Agrocombustível, Dendeicultura, Território.

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FORTALEZA PARA ALÉM DO SOL E MAR: CONSEQUÊNCIAS SOCIOESPACIAIS DA DIVERSIFICAÇÃO DA MATRIZ TURÍSTICA DA CAPITAL

-Nayrisson de Jesus Prado da Silva

-Cláudio Luis Gomes Pereira -Ana Maria de Souza Lima

O turismo desempenha um papel relevante na economia mundial, portanto seus desdobramentos entram na mesma macroescala, sendo necessário analisar suas transformações e desdobramentos no espaço geográfico para melhor compreende-la. O Brasil virou um dos países de grande visibilidade nesta atividade, devida suas belezas naturais, cultura, culinária entre outros. Podemos dizer que a região Nordeste se destacou muito nos últimos anos, principalmente os estados do Bahia, Ceará, Pernambuco e Rio Grande do Norte. O Ceará entra nesse Hall

turístico inserido na lógica "Sol e Mar", explorando as potencialidades de seu vasto litoral de belezas cênicas. A capital cearense e posteriormente sua metrópole, nos últimos 30 anos vem se desenvolvendo nesta pratica, um turismo que aos poucos foi sendo construído, por intermédio tanto das políticas públicas como também das iniciativas privadas, que aparelharam e consolidaram o litoral cearense que atualmente possui sua rota difundida nacionalmente e internacionalmente. Visto as grandes mudanças causadas pelo turismo este artigo tem como objetivo apresentar as transformações socioespaciais do turismo em Fortaleza em face a diversificação da matriz turística de 2003 à 2013. Nos procedimentos metodológicos para o desenvolvimento da pesquisa foram utilizadas duas etapas como a : 1) Pesquisa bibliográfica e coleta de dados secundários públicos e privados 2) Analise e tratamento de dados com tabelas, mapas, gráficos e imagens articulados com o referencial teórico a ser trabalhado . Tendo como premissa o alavancamento do turismo "sol e mar" no Ceará com suas infraestruturas e imobiliários turísticos, chega a metade da década em estudo (2003-2013) a uma profunda crise mundial, que poderia comprometer os fluxos e o desenvolvimento das estruturas criadas, porém, constata-se que o turismo cearense se sobressaiu, apresentando uma relativa estabilidade, inclusive nos períodos de maior sazonalidade onde denota-se uma diversificação da matriz turística (Turismo de negocio e Eventos) que toma estrutura e forma assessorados pelos grandes equipamentos públicos e privados. Palavras-chave: Turismo, Fortaleza, Desenvolvimento, Diversificação.

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DINÂMICA TERRITORIAL AGROPECUÁRIA E UTILIZAÇÃO DAS TERRAS ATUAIS NO ESCRITÓRIO DE DESENVOLVIMENTO RURAL (EDR) DE SÃO JOÃO DA BOA VISTA

-Francielly Naves Fagundes

-Ana Claudia Giannini Borges

A área plantada com cana-de-açúcar é ampliada no Brasil, a partir de 2003, como consequência da adoção da tecnologia flex fuel, da demanda por energia limpa e do aumento do preço do barril do petróleo. Assim, as agroindústrias sucroalcooleiras ampliam a sua capacidade de produção, instalam novas unidades e modernizam equipamentos. Estas ações favorecem o crescimento da produção industrial, bem como da produção agrícola, o que intensifica o avanço territorial do setor sucroalcooleiro, para novas fronteiras e nos estados já consolidados, como é o caso do estado de São Paulo (BORGES, 2012). Segundo o IBGE (2014), o aumento da área produzida de cana-de-açúcar no Brasil, de 2003 a 2013, é de 90% e, no estado de São Paulo, de 92%. Diante deste cenário, o artigo objetiva compreender a forma de utilização das terras pelas atividades agropecuárias, no período de 2000 a 2013, no Escritório de Desenvolvimento Regional (EDR) de São João da Boa Vista – SP e, especificamente, nos municípios com agroindústrias sucroalcooleiras. A razão que motivou a escolha por esta região é a sua tradição na produção leiteira e cafeeira. Fez-se, revisão bibliográfica pautada na categoria geográfica território, a partir de Souza (2009) e Benedito e Souza (2010), e no conceito de reestruturação produtiva, segundo Elias (2006). A coleta de dados secundários foi realizada no Instituto de Economia Agrícola (IEA), contemplando a área das culturas perenes e temporárias e da pastagem, em hectare, para o EDR e os três municípios objetos, de 2000 a 2013. Utilizam-se, para a análise, esses agregados, os principais usos da terra e, especificamente, o uso da terra pela cana-de-açúcar. Adotou-se, como parâmetro de análise, os índices: Efeito Escala (EE), que mensura as alterações do tamanho ou escala das culturas; e o Efeito Substituição (ES), que permite conhecer as áreas que foram substituídas pela expansão de outras culturas. Sobre o cálculo do EE observa-se a ampliação na área total do EDR (8,3%) e dos municípios de Mococa (42,4%) e Tapiratiba (5%); e perda para o município de São João da Boa Vista (-2,9%). Na análise do ES, identifica-se que a cana-de-açúcar amplia sua participação (ES positivo), ocupando área de outras atividades agropecuárias, para todas as análises. Por outro lado, a atividade da pastagem obteve (ES negativo), ou seja, cedeu área em todas as análises. O que indica que a cana-de-açúcar territorializa-se em sua maioria sobre antigas áreas de pastagem. Logo, os dados corroboram que a dinâmica agrícola e produtiva se reestrutura no EDR de São João da Boa Vista, visto que outras atividades antes consolidadas diminuem participação em razão do avanço do setor sucroalcooleiro. Palavras-chave: EDR de São João da Boa Vista, Uso da terra agrícola, Dinâmica territorial,

Cana-de-açúcar.

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POLITICAS TERRITORIAIS DE TURISMO: AÇÕES DO PRODETUR NO NORDESTE BRASILEIRO

-Luciana Maciel Barbosa

-Luzia Neide Coriolano As produções socioespaciais e a emergência de territórios vinculados ao turismo constituem realidades que se impõem em vários Estados, municípios e pequenas comunidades, instigando a realização de análises, reflexões e pesquisas por ciências como a Geografia. O interesse pelos estudos sobre turismo parte da complexidade da atividade capaz de transformar a dinâmica dos territórios por meio de diferentes agentes. A partir disso, o este trabalho se propõe a analisar o Programa de Desenvolvimento do Turismo-PRODETUR enquanto política territorial, iniciada na década de 1990, precursora de ações para o fomento da atividade turística planejada, inicialmente, para a realidade nordestina e a posteriori implantada a nível nacional. A relevância do tema deve-se pela ampliação dos interesses econômicos e políticos para o crescimento da atividade turística no Brasil, inclusive no Nordeste, sendo o PRODETUR destaque como política pública de reordenamento dos territórios para o desenvolvimento da atividade turística. A região nordestina deixa de ser vista apenas como o lugar da seca e da miséria e é incluída no cenário econômico nacional pela imagem turística de valorização, principalmente, do litoral. O PRODETUR planeja ações para o incentivo ao crescimento do turismo no Nordeste, preparando infraestrutura básica para o desenvolvimento da atividade turística, oferecendo incentivos para alocação de empreendimentos, assim como promovendo a imagem dos destinos turísticos nordestinos, por meio do marketing, participando de feiras e eventos de propagação nacional e internacional vinculados ao turismo. A pesquisa está orientada por abordagens quanto-qualitativas, utiliza-se de dados primários e secundários, pesquisas online, entrevistas, além da

produção de acervos fotográficos. Utilizam-se de pressupostos do materialismo histórico, pois se busca contradições, conflitos, negação, historicidade e totalidade da realidade estudada. Adota-se metodologia crítica, tendo em vista a apreensão do objeto em sua totalidade. A base teórica que subsidia a análise remete a conceitos da geografia, economia, turismo e outras ciências sociais, tendo destaque as seguintes categorias de análise: espaço geográfico, território, região, turismo, desenvolvimento, crescimento econômico, Estado, políticas públicas. Elas norteiam as reflexões do tema problema proposto e servem para teorizar o objeto de estudo. A construção de equipamentos e implementação de serviços necessários ao atendimento à crescente demanda de visitantes é resultado de parcerias políticas que, essencialmente, modificam realidades de territórios turísticos. Assim, políticas públicas como o PRODETUR são criadas e articuladas para promoverem o crescimento e desenvolvimento da atividade turística associada à financiamentos internacionais, contrapartidas estaduais e mudanças territoriais. Palavras-chave: Turismo, Políticas públicas, Território, Estado.

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A ORGANIZAÇÃO DE REDES E GOVERNANÇAS NA REGIONALIZAÇÃO DO TURISMO: MICRORREGIÃO UVA E VINHO - RIO GRANDE DO SUL, BRASIL

-Suelen De Leal Rodrigues

-Marcelino de Souza

O espaço construído pelo turismo rural agrega significações culturais e sociais, cujo diferencial está no resgate e manutenção da paisagem material e imaterial, detentora dos modos de vida peculiares do lugar. Partindo desse entendimento, o processo de regionalização do turismo deve atender demandas sociais e culturais. No que diz respeito ao turismo rural, novos mecanismos de regionalização, estruturados na participação de governanças locais, podem criar elos de colaboração entre público-privado na construção e manutenção da atividade turística. Desta forma, o objetivo da presente pesquisa foi analisar a rede do Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento Sustentável da Serra Gaúcha CISGA e Associação de Turismo da Serra Nordeste ATUASERRA na implantação e manutenção da regionalização do turismo rural, na região da Serra Gaúcha. Metodologicamente foi empregado um modelo de análise que tem por estrutura a rede geográfica nas suas dimensões organizacional, temporal e espacial. Como procedimento de investigação foram utilizadas técnicas qualitativas e quantitativas, envolvendo levantamento, bibliográfico, documental, observação direta e entrevista semiestruturada (formal e informal) utilizando uma amostragem não probabilística intencional, em que foram entrevistados sujeitos-tipos, considerados representativos do universo estudado. Analisando a finalidade e a função das redes criadas pelo CISGA e ATUASERRA é possível averiguar que as redes não são conflitantes, mas ainda são pouco articuladas, pois nos quatro anos de existência do consórcio foram construídos junto com a ATUASERRA apenas três projetos voltados para atividade turística. No que se refere a rede da ATUASERRA esta é formada por 24 secretarias de turismo, por 15 entidades associadas e entre as parceiras são 5 instituições de ensino e 7 instituições governamentais ligadas a diversos ministérios federais e secretarias estaduais. Considerando que a inserção da rede da ATUASERRA se faz presente em esferas do público e do privado com um espaço temporal de mais de vinte anos, suas ações interferem de forma decisiva na gestão regional do turismo dos 28 municípios da microrregião Uva e Vinho da Serra Gáucha. Cabe destacar que como governança de turismo a ATUASERRA tem a função legal junto ao Ministério do Turismo de sancionar os projetos turísticos construídos pela região A caracterização das dimensões da rede do CISGA em relação a ATUASERRA apresenta um reduzida atuação na área de turismo, mas que pode ser ampliada com o incentivo para adesão dos secretários de turismo dos municípios consorciados e ações em conjunto com a ATUASERRA, uma vez que dos seus doze municípios consorciados oito fazem parte da associação. A região abarca inúmeras peculiaridades, mas também homogeneidades que a singularizam em relação a outros espaços, uma das alternativas a apontadas seria a concentração de esforços para fortalecer a unidade regional e diminuir competitividades internas fortalecendo a colaboração entre as redes do Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento Sustentável da Serra Gaúcha CISGA e Associação de Turismo da Serra Nordeste ATUASERRA. Palavras-chave: Redes de cooperação, Desenvolvimento, Regionalização, Turismo.

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EFEITOS SOCIOAMBIENTAIS DECORRENTES DA EXPANSÃO DA CULTURA DA CANA-DE-AÇÚCAR NA REGIÃO OESTE PAULISTA

-Wagner Luiz Lourenzani

-Marcellus Caldas -Ana Elisa Bressan Smith Lourenzani

As novas dinâmicas produtivas agrícolas, cuja lógica responde às demandas globais e locais, têm provocado transformações no espaço e nas relações sociais no campo. A compreensão desses processos é necessária e relevante. A crescente preocupação com a mudança climática e a consequente demanda por alternativas energéticas têm aumentando a produção mundial de biocombustíveis e, consequentemente, o cultivo das culturas agrícolas para sua produção. Nesse contexto, destaca-se o papel da cana-de-açúcar na produção de biocombustíveis. Mundialmente, o setor sucroenergético brasileiro é o mais competitivo, e tem no estado de São Paulo seu representante mais importante. Desde 2003, o setor passa por um novo processo de expansão de cultivo de cana-de-açúcar, influenciados, entre outros fatores, pelo surgimento dos veículos com motores flexfuel. O objetivo desse trabalho foi avaliar alguns efeitos socioambientais do processo de expansão dessa cultura na região oeste paulista, a qual sofreu forte processo de expansão nos últimos anos. A presente pesquisa é de caráter exploratória e descritiva. Foi realizado um levantamento bibliográfico e uso de tratamento de dados secundários. O trabalho fez uso de SIG para a análise espacial dos dados. A pesquisa revelou que cultura da cana-de-açúcar avança na ocupação de todo o território da região Oeste Paulista. Verificou-se que o avanço se dá em direção ao oeste da região. Enquanto a região central apresenta a maior concentração de cultivo de cana-de-açúcar da região estudada, as regiões sudoeste e noroeste apresentam os menores índices de ocupação. Foi caracterizada por meio de mapa a dinâmica do uso da queima da palha da cana na etapa pré-colheita na região, entre 2006 e 2011. Foi nítida a redução dessa prática, no período analisado. Considerando que as áreas de cultivo cresceram anualmente em todos os municípios, o decréscimo desses índices revela a velocidade da substituição de colheita manual pela colheita mecanizada, e consequente avanço para o alcance das metas estabelecidas pelo Protocolo Agroambiental. Considerando que a adoção da mecanização da colheita da cana-de-açúcar reduz sobremaneira a demanda por mão-de-obra dos cortadores de cana, foi relevante analisar o efeito gerado pela expansão de cana-de-açúcar na região e a respectiva adoção da mecanização produtiva. O estudo mostrou que, nessa região, embora a porcentagem do uso do processo de queima da palha antes da colheita caia gradativamente no período analisado, o número de cortadores de cana apresenta um crescimento, com tendência de queda no final do período analisado. Supõe-se que o uso mais intensivo de mão de obra observado na análise seja, temporariamente, decorrente da estrutura produtiva mais antiga. A estrutura mais recente, advinda do novo processo de expansão, guiada pela busca da competitividade, se dá por meio de um processo produtivo mais tecnificado, gerando menor demanda por cortadores de cana. Portanto, em um futuro próximo, tanto a adoção de inovações tecnológicas (mecanização produtiva) quanto as mudanças no ambiente institucional (atendimento ao Protocolo Agroambiental) promoverão gradativamente uma mudança qualitativa na demanda por trabalhadores. Palavras-chave: Cana-de-açúcar, Expansão, Socioambiental.

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NOVO CÓDIGO FLORESTAL E AS IMPLICAÇÕES NAS MUDANÇAS DA PAISAGEM DO CERRADO GOIANO

-Suelem Martini Assmann

-Fabiano Rodrigues de Melo Este artigo traz uma breve explanação bibliográfica sobre as discussões do Novo Código Florestal (NCF) e as mudanças que esta nova lei imprime na paisagem, ocasionada pela potencial supressão da vegetação nativa.Para Brochado et al. (2014) está claro que, por conta da antropização do Cerrado, o país alcançou um respeitável patamar econômico, sobretudo pela elevada produção de grãos, carnes e derivados (commodities no mercado externo). Mas por outro lado, já se reconhece que uma significativa parcela da biodiversidade foi perdida. Em 2008, a vegetação nativa do Cerrado já havia sido desmatada em quase 50% de sua área original, segundo projeto do IBAMA e MMA. Em tão pouco tempo, já se somam muitas perdas, como a falta de estudos para descobertas de tamanha biodiversidade e potencial farmacológico existente nessa vegetação.O Código Florestal (CF) é uma medida que tenta estabelecer a relação “amigável” entre a exploração econômica dos elementos e os ciclos naturais. Por exemplo, o nível de água em rios, a qualidade de água em lagoas e precipitações em nível regional está intrinsecamente ligado com a vegetação natural. Vários estudos científicos comprovam o importante papel da vegetação na proteção e manutenção do ciclo d'água, como explana um dos estudos de Likens (1992), que quantifica em 38% o total de precipitação evapotranspirada pelas plantas presentes em um parque ecológico nos Estados Unidos. Segundo Meztger (2010) que estudou as bases científicas utilizadas para a elaboração do Antigo Código Florestal (ACF), as delimitações impostas foram as mínimas necessárias para a preservação de uma porcentagem da biodiversidade, tendo também porcentagens mínimas para a manutenção dos ciclos naturais. Seguindo o raciocínio, o NCF não tem base científica que comprove sua eficiência em preservar os fluxos naturais.Imagens georreferenciadas do Cerrado goiano podem nos dar uma noção mais notável do tamanho de área/biodiversidade que será perdida, com a diminuição do rigor de leis que permitiam ser feita a conservação formal da nossa biodiversidade e a manutenção de ciclos naturais, como o da água, através da manutenção das florestas (ou qualquer outro tipo de vegetação nativa) previstas para constituírem Reservas Legais (RLs) e áreas de preservação permanente (APPs). A nossa forma de organização decisória é política, através desta, que se encontra entre as discussões da ciência - muitas vezes um tanto utópicas - e a responsabilidade de uma nação, que tem fome, descasos e corrupção. A política precisa ser equipada de ciência, para fazer o que é mais correto e não o mais fácil e a ciência equipada de soluções viáveis de médio e longo prazo. Não podemos esperar que o CF defenda a biodiversidade, ele não é capaz disso. Mas nós somos e para isso precisamos ser mais esclarecidos sobre o que estamos fazendo e onde pretendemos chegar, pois não há condições de sobrevivência humana na Terra sem proteção à biodiversidade em sua totalidade. Palavras-chave: Novo Código Florestal, Cerrado, Desmatamento, Biodiversidade, Mudanças

climáticas.

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SUGESTÕES PARA O PLANEJAMENTO AMBIENTAL NA SUB-BACIA DO RIO GAVIÃOZINHO - BAHIA, BRASIL

-Rafael Carvalho Santos

O planejamento ambiental é uma alternativa para controlar as intervenções da sociedade na natureza, buscando minimizar os impactos negativos que interferem tanto na natureza como na sociedade. Neste sentido, o presente estudo visa discutir sobre o planejamento ambiental e oferecer sugestões para um uso adequado do ambiente na Sub-Bacia do Rio Gaviãozinho, localizada na região sudoeste do estado da Bahia – Brasil. Para alcançar os objetivos, fez-se inicialmente uma revisão bibliográfica e documental sobre a temática, com o intuito de elaborar um referencial teórico capaz de subsidiar as análises de dados. Em seguida, foram preparados os instrumentos para coleta de dados e, posteriormente, realizou-se a pesquisa de campo na área de estudo com aplicação de questionários e reconhecimento da área. Por fim, as informações coletadas foram analisadas e discutidas, resultando no presente artigo. Concluiu-se que o desenvolvimento só será alcançado no momento que haver uma maior aproximação do Estado com a sociedade civil, sendo a sociedade civil ativa e mobilizada em busca de melhores condições de vida e não como ouvinte e receptora de políticas assistencialistas vindas de cima para baixo. As práticas humanas devem ser planejadas e geridas visando garantir uma relação mais equilibrada entre sociedade-natureza, minimizando os danos ambientais e maximizando as potencialidades socioambientais desta localidade. Sendo assim, visando contribuir para o planejamento ambiental na área da Sub-Bacia do Rio Gaviãozinho, podemos destacar algumas sugestões para o uso de forma mais adequada do ambiente tendo em vista o contexto histórico de ocupação da região, como: ofertar cursos sobre manejo adequado do solo, para que os produtores rurais possam conhecer as medidas conservacionistas mais viáveis e indicadas para serem implementadas em suas propriedades; criar um viveiro municipal com espécies nativas da região e espécies indicadas para a recuperação de áreas degradação deste ambiente; oferecer via secretárias de Agricultura e Meio Ambiente dos municípios, em parceria com outros órgãos, assistência técnica para os agricultores e pecuaristas que não possuem condições financeiras de arcar com os custos; incentivar as associações, cooperativas e sindicatos a atuarem não apenas na comercialização e atração de recursos para os produtores rurais, mas também na orientação e acompanhamento das atividades produtivas desenvolvidas nas propriedades; obter maior fiscalização ambiental por parte dos órgãos competentes na escala municipal, estadual e federal. Palavras-chave: Sociedade-natureza, Capitalismo, Degradação, Planejamento ambiental.

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AS INDICAÇÕES GEOGRÁFICAS BRASILEIRAS COMO COMPONENTE DO DESENVOLVIMENTO RURAL

-Inacio Andrade Silva,

-Suélem da Silva Oliveira -Sheila Maria Doula.

O presente trabalho discute o papel das Indicações Geográficas (IGs) como uma das políticas públicas que pretendem viabilizar o desenvolvimento econômico do meio rural, agregando valor aos produtos agropecuários que possuem particularidades locais ou regionais.A pesquisa se caracteriza pela abordagem qualitativa, natureza aplicada e caráter exploratório. Os dados são provenientes de pesquisa bibliográfica e documental, a partir de informações fornecidas pelos órgãos reguladores da certificação no Brasil, o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), e também dos relatórios técnicos produzidos pelas empresas estaduais de assistência técnica e extensão rural.A ideia de tornar patrimônio um produto pelo seu local de origem surgiu no Império Romano, mas apenas no século XVII se produziu um texto jurídico pelo Parlamento de Toulouse e no século seguinte demarcou-se a primeira área geográfica, em Portugal. Tal prática recentemente voltou à pauta por ser uma garantia da propriedade intelectual sobre os produtos e para evitar o uso indevido da marca ou da forma de produção. Nos dias atuais conceitua-se IGs como formas de proteção legal ao produtor ou ao prestador de serviços estabelecidos no local, sendo classificadas como Indicação de procedência ou Denominação de origem.Do ponto de vista geográfico as IGs são formas de identificar um produto por meio de suas técnicas de produção historicamente consolidadas em nível local ou regional, possibilitadas pelas características físico-geográficas especificas destes determinados ambientes (Indicação de procedência), ou puramente por estas características geográficas locais ou regionais (Denominação de origem).Com a pesquisa percebeu-se que como política pública, as Indicações Geográficas trazem propostas de desenvolvimento econômico aos produtores ou prestadores de serviços, ao propiciar a diferenciação pelas particularidades, estimulando a preservação da biodiversidade e dos modos de fazer locais. Elas possibilitam também a valorização das identidades das comunidades que detém as propriedades das IGs, ao manter os modos tradicionais e artesanais como forma de produção capaz de competir com produtos industrializados. Compreendeu-se que três grandes eixos norteiam os benefícios da concessão das IGs, sendo eles: a proteção do produtor, do consumidor e do patrimônio nacional e regional; o desenvolvimento rural e a facilitação da exportação.No entanto, constatou-se na pesquisa que o processo de concessão das IGs pode gerar alguns conflitos, caso não haja uma boa relação entre o poder publico e os grupos que solicitaram a certificação: é admissível de análise se o grupo solicitante tem, ou não, condições de manter sua produção de acordo com as normas e o quanto essas normas podem modificar as IGs a ponto de perder a particularidade proposta inicialmente. Apesar desses riscos, conclui-se que essa política pública pode contribuir para a geração de empregos, para a manutenção identidade do produto e para a inserção do meio rural em roteiros turísticos. Palavras-chave: Políticas públicas, Indicações Geográficas, Desenvolvimento rural.

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ROTEIRO GEO-TURÍSTICO NA AMAZÔNIA RIBEIRINHA: POR UM RESGATE DA MEMÓRIA SOCIOESPACIAL NA CIDADE DE CAMETÁ-PA

-José Carlos da Silva Cordovil

-Valbeci Alves Cabral -Janilson do Carmo Cruz

O presente trabalho aborda a necessidade de práticas relacionadas ao turismo alternativo como estratégia de valorização de ações, que resultem no entendimento das realidades espaciais da Amazônia, como a cidade de Cametá, localizada na Mesorregião Nordeste do Estado do Pará, exemplo de uma realidade sóciogeográfica ribeirinha. Nesse sentido, o trabalho se remete a uma análise da importância das ações referentes ao projeto “Roteiro Geo-turístico na cidade de Cametá-PA”, procurando analisar as contribuições advindas de sua implementação. A realização do projeto é resultado das ações desenvolvidas pelo Grupo de Pesquisa em Geografia do Turismo da Universidade Federal do Pará a partir da verificação da ausência de ações voltadas para práticas de turismo que valorizem o patrimônio material, histórico e cultural dos lugares. Como em Cametá também configura-se tal realidade buscamos implementar o projeto na cidade que tem sua origem inserida no processo de ocupação e formação do espaço regional amazônico. Assim, nossa intenção é evidenciar que as atividades realizadas podem ser uma forma de promover o resgate da memória sócioespacial, sendo um instrumento de conhecimento da história e geografia local por parte não somente dos turistas, mas também da população local. As principais etapas executadas visando ao alcance dos objetivos deste trabalho incluíram: a coleta de dados através de pesquisa bibliográfica e documental, além do trabalho de campo com a realização dos roteiros. Nas cidades amazônicas, como exemplo de Cametá, em função de seus atributos socioespaciais, vislumbra-se a possibilidade de fomentar práticas que visem a promover a valorização do patrimônio material e imaterial existente a partir da implementação de roteiros geo-turísticos. Nesse sentido, evidencia-se a ocupação da Amazônia e a formação de Cametá como exemplo de um “espaço ribeirinho”, onde destaca-se a presença da Igreja Católica através das edificações, que compõe juntamente coma as embarcações, trapiches e feiras uma paisagem ribeirinha. Além das edificações também evidencia-se o “Monumento aos Notáveis”, construído para retratar os “Ilustres Cametaenses” que se destacaram no cenário político, econômico, religioso e artístico e o “Monumento à Cabanagem” e a criação da “Cidade Invicta”. Além disso, destaca-se o patrimônio imaterial de Cametá presente nas suas tradições e manifestações culturais, a exemplo do Carnaval, que nos últimos anos é retratado como um dos principais atrativos da cidade. Portanto, Cametá possui relevante destaque histórico e cultural e a implementação dos Roteiros Geo-turísticos apresenta-se como uma possiblidade que pode contribuir para o resgate da memória socioespacial local, possibilitando aos participantes conhecer o contexto em que se deu a formação do território, da economia e da sociedade, além das transformações espaciais mais recentes. Palavras-chave: Amazônia, Patrimônio, Cidade ribeirinha, Cametá.

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139 Universidade Federal do Ceará - UFC, 26-30 de Maio de 2015, Fortaleza/CE, Brasil

AS NOVAS FRONTEIRAS VITIVINÍCOLAS DO BRASIL: CONSTRUÇÃO E IDENTIDADE NOS VINHOS DA CAMPANHA GAÚCHA E DO VALE DO RIO SÃO FRANCISCO

-Shana Sabbado Flores

-Rosa Maria Vieira Medeiros

Desde a Cordilheira do Cáucaso (registros dos primeiros vinhos, 5000 a.C.), a vitivinicultura se difundiu por diversas regiões ao redor do mundo, motivada por razões econômicas, comerciais, logísticas e culturais. Em todos os casos, a vitivinicultura aporta um diálogo entre cultura e território, em termos ambientais, mas também como representação. Tal construção forma a identidade vitivinícola de maneira que o vinho de torna ator importante para também representar a cultura local. A consolidação de um vinhedo requer justificativa patrimonial, fundando sua identidade, o que pode ser identificado na apresentação dos produtos, discurso dos atores ou elementos visuais a eles ligados. O texto busca refletir sobre a emergência de novos vinhedos no Brasil e seu processo de construção, em termos de estrutura e identidade, analisando os casos da Campanha Gaúcha (RS) e do Vale do Rio São Francisco (BA/PE). A pesquisa é baseada em trabalhos de campo realizados em ambas as regiões entre 2011 e 2014, que contou com observação e entrevista em profundidade com atores locais, complementados por pesquisa bibliográfica e documental. A viticultura do Brasil foi introduzida por portugueses e espanhóis no séc. XVI, porém sem configurar escala de produção que permitisse identificar regiões produtoras. Contudo, a real consolidação da vitivinicultura no país se iniciou com a chegada dos imigrantes alemães, a partir de 1830 e italianos, 1875. As regiões da Campanha Gaúcha e Vale do Rio São Francisco (VSF) fazem parte de uma expansão mais recente, precisamente, a partir da década de 80, em uma convergência de investimentos estrangeiros (EUA e Japão na Campanha, Portugal no VSF), iniciativas locais e investimentos de vinícolas da Serra Gaúcha, que expandiram suas áreas de produção em novas regiões. Hoje, ambas regiões contam com vinhedos, vinícolas e iniciativas de enoturismo, além de projetos em curso para Indicação Geográfica. Em termos de identidade, na Campanha Gaúcha é possível observar o vínculo dos vinhos com o “gaúcho” e elementos locais: bioma pampa, pecuária (ovina e bovina), cavalos, vento “minuano” e relevo. Estes aparecem na fotografia, iconografia, elemento de linguagem das vinícolas e discurso dos atores. O vinho não aparece como parte histórica da identidade, mas como elemento atual que carrega e sintetiza marcos da identidade local do gaúcho e da Campanha. Já o Vale do São Francisco representa o principal expoente da vitivinicultura tropical, com o diferencial de produzir até 5 safras a cada 2 anos. A identidade vitivinícola está se construindo baseada no produto, explorando suas características, de vinhos jovens, leves e tropicais, fazendo referencia às peculiaridades de uma região jovem, em formação, tais elementos aparecem nos discursos. A paisagem traz ao lado dos vinhedos o “Velho Chico”, além de vegetação e frutíferas locais. Os rótulos e nomes dos vinhos também trazem elementos locais (iconografia e aspectos da localização). O vinho representa o homem e sua cultura, ao mesmo tempo em que sua identidade é construída pelos diversos atores que compõem o processo. No caso dos vinhedos do Brasil, é possível observar que os novos vinhedos procuram explorar características locais, propondo novas abordagens. Palavras-chave: Identidade, Vitivinicultura, Território, Campanha Gaúcha, Vale do Rio São Francisco.

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33º Congresso da Conf. of Latin Americanist Geographers (CLAG) - “Interfaces do Espaço Latino Americano”

140 Universidade Federal do Ceará - UFC, 26-30 de Maio de 2015, Fortaleza/CE, Brasil

REGIONAL DEVELOPMENT AND CLIMATE CHANGE IN THE AMAZON BORDERLANDS

-David S. Salisbury

-Andrea Chávez Michaelsen -Edgar Díaz Zúñiga

The Amazon rainforest plays vital roles in the maintenance of carbon cycles, biodiversity, and water cycles. However, Amazonia is also changing due to variation in the climate, and the expansion of development in the form of roads, deforestation, and extractive pursuits. The Amazon borderlands between Brazil and Peru represent some of the areas with the most biological and cultural diversity yet remain understudied and increasingly under threat. This transboundary region still contains not only endangered species, but also indigenous people in voluntary isolation. To date, policy makers in core offices conceptualize these culturally and ecologically rich border landscapes as homogenous forests empty of people and rich in natural resources. Officials then project development and conservation projects on these landscapes. These projects impact forests, waterways, biodiversity, resources, and local livelihoods. Moreover, national projects have impacts that extend beyond the border into neighboring countries.This research documents an initiative to ameliorate the regional impacts of development projects and climate change in the Amazon borderlands. The University of Richmond-Universidad Nacional de Ucayali (UR-UNU) Building Conservation Capacity in a Changing Amazonia project focuses on enhancing conservation and sustainable development awareness among regional decision makers. The HED-USAID funded project invests in the research training of the Amazonian students of the Universidad Nacional de Ucayali. The project has helped 21 students design interdisciplinary, applied, environmental theses focused on the biologically and culturally diverse Amazon borderland forests and rivers. Thesis students work with local indigenous collaborators to not only increase their understanding of the human-environment dynamics of the borderlands through local knowledge, but also to share their scientific and technical perspective on borderland challenges. Students then bring back knowledge and local information networks to their urban Amazonian institution, and their professional future.Climate change workshops conducted by the UR-UNU consortium with indigenous borderland residents demonstrate local awareness of a changing climate, and associated impacts. As the climate changes, flooding and drought will continue to be more frequent and severe, while development projects continue to expand. Graduates of the UR-UNU program may be best placed to make informed decisions about socio-environmental conflict associated with a changing climate and expanding development in the Amazon borderlands of Peru-Brazil. Key words: Amazonia, Peru, Brazil, Climate change, Development.

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AVALIAÇÃO DA INFRAESTRUTURA, SERVIÇOS DE LAZER NAS PRAIAS FLUVIAIS DO RIO XINGU EM ALTAMIRA (PARÁ)

-Luiz Fernando Roscoche

-Maria Geralda de Almeida

A vida dos moradores da Região do Xingu, assim como grande parte da Amazônia Brasileira, está historicamente associada aos rios e igarapés, que proporcionam fluxo de pessoas, mercadorias, além de funcionar como fonte de alimentação, higiene e também o lazer. Todavia, a construção de inúmeras Hidrelétricas na Região Norte do país, tem provocado alterações no modo de vida das populações tradicionais, afetando aspectos econômicos, sociais e culturais. Dessa forma, o presente trabalho tem como objetivo caracterizar o perfil socioeconômico dos entrevistados e suas práticas de lazer, bem como a avaliação desses em relação aos equipamentos e serviços ligados direta ou indiretamente ao lazer. Para tanto, realizou-se uma pesquisa exploratória, levantando dados primários através da aplicação de 41 questionários (com 21 questões fechadas e 14 questões abertas), aplicados em 3 praias, sendo elas: as praias do Sossego, Olivetti e do Padeiro, localizadas no município de Altamira (PA). Observou-se na pesquisa que as praias são de grande importância para a população, principalmente por se tratar de uma forma de lazer acessível a população de menor poder aquisitivo. Preocupa o fato de que com o fim de grande parte da atratividade natural do município seja perdida com a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, muitos habitantes sejam levados a outras práticas de lazer. Outro fato verificado é que a avaliação dos equipamentos e serviços básicos e aqueles voltados especificamente ao lazer no município, não satisfazem em grande parte a demanda existente. Palavras-chave: Praias, Lazer, Altamira (PA), População local, Amazônia.

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POLÍTICAS PÚBLICAS E APROPRIAÇÃO DO CERRADO NO ESTADO DE GOIÁS: UMA ANÁLISE A PARTIR DA MICRORREGIÃO DE CATALÃO

-Ângela Maria Martins Peixoto

O cerrado brasileiro é um bioma abrangente e que foi intencionalmente ocupado no âmbito do estado de Goiás durante o século XX, sobretudo a partir da década de 1970, tendo em vista aspectos como o processo de modernização da agricultura, pautado na utilização de insumos químicos, no melhoramento genético e na mecanização agrícola. Embora a ocupação do cerrado goiano possa ser situada anteriormente – a exemplo da atividade de exploração do ouro no século XVIII e a formação dos primeiros núcleos urbanos, apresenta-se como pressuposto que a atuação do Estado e a criação de programas de incentivo ao desenvolvimento dessas áreas juntamente com a adoção de tecnologias promoveram a efetiva inserção dos Cerrados no cenário produtivo nacional, passando assim a ser considerado como uma importante região produtora de grãos no país, direcionados ao mercado de exportação. Para apreender detalhadamente esses aspectos do ponto de vista espacial, adotou-se como recorte empírico a Microrregião de Catalão, localizada na região sudeste do estado de Goiás. Nesse sentido, o presente trabalho tem como objetivo compreender o atual processo de ocupação das áreas de Cerrado na microrregião de Catalão. Para isso, a metodologia consistiu na realização dos seguintes procedimentos: revisão bibliográfica acerca dessa temática, priorizando uma abordagem crítica do processo de modernização agrícola do cerrado, caracterizando o papel do Estado, os interesses e os efeitos socioespaciais dessa incorporação; levantamento de dados de fonte secundária – principalmente os dados divulgados sobre a Produção Agrícola Municipal e os Censos Agropecuários no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para delinear as formas de uso e ocupação do cerrado, além da coleta de informações de fonte primária por meio de uma pesquisa de campo realizada nos municípios da microrregião de Catalão, buscando-se analisar as características da atual paisagem dos cerrados, as políticas públicas que tem propiciado a sua ocupação recente e os principais sujeitos envolvidos nessa dinâmica. A partir disso, torna-se evidente que o processo de apropriação dessas áreas é decorrente da incorporação capitalista dos cerrados, sendo subsidiado por políticas públicas em nível regional e nacional, como o Sistema Nacional de Crédito Rural e o PRODECER, ou seja, trata-se de um processo de apropriação circunscrito ao aspecto produtivo, privilegiando um determinado tipo de produto, no caso a produção de commodities como a soja, e um segmento específico de produtores, os grandes produtores rurais

potencialmente favoráveis às transformações. Por fim, destaca-se que ao empreender uma análise referente à influência das políticas públicas para a incorporação do Cerrado busca-se adotar uma perspectiva integrada, considerando como elementos desse estudo tanto as condições naturais do próprio bioma e sua localização geográfica estratégica no Brasil central, as formas de utilização das terras, o papel do Estado, as principais atividades produtivas e a observação das paisagens dos municípios. Assim, nota-se de um lado a consolidação da produção de grãos, principalmente da soja, com aumento dos níveis de produtividade por hectare, além de uma recente inclusão de novas áreas para o cultivo de lavouras, e por outro lado a permanência de uma profunda e histórica desigualdade fundiária. Palavras-chave: Cerrado, Microrregião de Catalão, Políticas públicas, Modernização da agricultura, Apropriação do cerrado.

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O PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DO DESTINO TURÍSTICO DE CANOA QUEBRADA/CE: RUPTURAS E TRANSFORMAÇÕES

-Conceição Malveira Diógenes -Jonatan Alexandre de Oliveira

Este trabalho tem como objetivo identificar os conceitos de tempo e espaço, a partir das categorias de análises da obra de Harvey (2012), estes são conceitos básicos das existência humana e, constroem verdadeiros diferenciais entre os lugares, sobretudo, para a compreensão do processo histórico de desenvolvimento de localidades turísticas. Em termos metodológicos, optou-se pela realização de um estudo de caso, o que segundo Yin (2001), auxilia na busca de uma imagem mais completa e autêntica dos fatos que caracterizam o problema pesquisado, representando uma estratégia muito utilizada quando se levantam questões do tipo “como” e “por que”, em que o pesquisador tem pouco controle sobre os eventos e quando o foco se encontra em fenômenos contemporâneos inseridos em algum contexto. Esse é justamente o contexto no qual este trabalho esta inserido. A expansão das áreas turísticas e a consolidação de um grande número de destinos gerou a necessidade de diferenciação, se buscou características que diferenciassem os destinos, agregando vantagens competitivas ao “sol e praia”. Neste cenário pós moderno, marcado por transformações e rupturas, surge a possibilidade de espaços sociais abertos, onde a ação do homem, com características culturais especificas e suas construções, passam a despertar o interesse de outros grupos. Assim, o mercado turístico enxerga na segmentação e na busca por especificidades uma alternativa para o turismo de grandes massas. No nordeste brasileiro, praias como Canoa Quebrada/CE, são inicialmente desbravadas por estrangeiros sedentos pelo novo, com ares de lugar rustico e seguindo o “mito da natureza intocada,” massificam-se e posteriormente descobrem a necessidade de diferenciar-se. Inicia-se assim, um processo de busca da identidade local, vinculada a caracterização histórica, aos períodos de apogeu e declínio econômico e as marcas deixadas no territórios. No caso especifico objeto deste estudo, a valorização do patrimônio histórico encontrado na sede do município (Aracati) onde desenvolveu-se o destino, passa a ser uma possibilidade de ruptura com o turismo de massa. Surgem alternativas para o sol e a praia e a pequena distância da sede da praia, apenas doze quilômetros as separam, cria a possibilidade de associação de atrativos. A Aracati tombada pelo IPHAN, e a história de uma sociedade que cresceu marcada pela relação e pela relação do sertão com o litoral, pelo domínio dos coronéis, pelo percurso ribeirinho do gado e da exportação desses produtos em tempos lentos e a praia que atualmente é a grande impulsionadora do desenvolvimento local e que vive em tempos rápidos parafraseando Milton Santos. Em Canoa Quebrada e Aracati, constatou-se através da pesquisa de campo a possibilidade de constituição de roteiros que integrem esses dois espaços tão distintos. Mesmo em tempos diferentes, e não contínuos essa sociedade foi construída e escreveu sua história através de sua materialidade e das relações sociais nela constituídas (SANTOS, 2008), como apresentaremos no decorrer do artigo. Palavras-chave: Desenvolvimento, Turismo, Transformações, Rupturas, Local.

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O PAPEL DO TURISMO E POLÍTICAS GOVERNAMENTAIS NA REGIONALIZAÇÃO DO NORDESTE BRASILEIRO

-Enos Feitosa de Araújo

O planejamento e políticas governamentais no Nordeste brasileiro perpassam desde os anos 1950 através de ações oriundas da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE) até chegar aos anos 1990 com as novas ações vinculadas à atividade turística. Desta forma, o turismo se apresenta como vetor de desenvolvimento e regionalização do Nordeste brasileiro indicando novas dinâmicas socioespaciais. Então, neste contexto buscamos compreender o papel do turismo na urbanização como na regionalização do Nordeste brasileiro, enfatizando os Estados de Paraíba, Alagoas e Sergipe. Partindo dos pressupostos teóricos, destacamos os conceitos de litoralização, metropolização do espaço, urbanização litorânea e turismo no contexto regional. É notório compreender também a relevância das políticas governamentais do turismo vinculado à metropolização e regionalização através de programas como Programa de Desenvolvimento do Turismo (PRODETUR/NE) em suas fases, além do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) iniciados respectivamente, nos anos 1990 e 2010. Desta forma, os procedimentos teórico-metodológicos partem de que entendermos as principais ações do planejamento governamental vinculados à industrialização para compreendermos a articulação de ações que iniciam nos anos 1980-90 com o turismo, e, assim analisarmos a hierarquia urbana-regional em que os Estados de Paraíba, Alagoas e Sergipe apresentam-se como “secundários” na atividade turística, como nas esferas econômicas. Destarte, em questão às conclusões preliminares, a compreensão das desigualdades socioespaciais regionais perpassam pela compreensão da produção espacial no contexto da regionalização e metropolização. É notória a relação direta entre a atividade turística e à metropolização/regionalização, os principais processos espaciais das últimas décadas. Neste contexto, partirmos de que tais Estados possuem em sua tessitura urbana, espaços produzidos a partir da lógica da metropolização e regionalização das metrópoles Salvador (BA) e Recife (PE), colocando-se em segundo nível da ordem hierárquica urbana-regional do Nordeste brasileiro. Assim, temos que o turismo apresenta-se como um vetor de desenvolvimento e crescimento econômico, mas ao mesmo tempo, produtor e gerador de desigualdades socioespaciais, resultando em novas relações espaciais entre os lugares, tanto na lógica inter-regional como intra-regional entre os estados. Os fluxos capitalistas, como os fluxos turísticos dependem dos fixos e empreendimentos turísticos, em que tais Estados possuem menores condições de infraestrutura para abarcar as possíveis demandas. Assim, ao mesmo tempo em que se colocam como “espaços secundários” apresentam-se como “espaços de “expansão” considerando que as ações políticas, econômicas, metropolizantes e regionalizantes produzem espaços desiguais, porém articulados e combinados, como os espaços turísticos dos Estados de Paraíba, Alagoas e Sergipe. É neste contexto que este ensaio objetiva compreender o papel do turismo com as políticas governamentais na regionalização do Nordeste brasileiro, enfatizando as relações socioespaciais nos Estados supracitados. Palavras-chave: Regionalização, Metropolização, Nordeste, Turismo, Litoral.

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OS CONFLITOS AMBIENTAIS DA IMPLANTAÇÃO DO IMOBILIÁRIO-TURÍSTICO NO LITORAL DE SERGIPE (BRASIL)

-Priscila Pereira Santos

-José Wellington Carvalho Vilar

O mercado imobiliário e turístico no início do século XXI articulam-se e reinventam a casa de praia e o veraneio. Materializa-se a nova forma da segunda residência no imobiliário-turístico, que tem como conteúdo a “invenção” de mais um segmento do turismo: o turismo imobiliário. O Estado juntamente com os proprietários fundiários e os promotores imobiliários podem ser considerados os principais agentes da produção do território do imobiliário-turístico. As ações tecidas em conjunto por esses agentes (re)produzem o espaço urbano, provocam reorganização territorial, densificação do uso do solo, degradação ambiental e a mudança, coercitiva ou não, do conteúdo socioeconômico do espaço, como por exemplo, o turismo imobiliário no litoral de Sergipe. A “onda” de inovação que contagia o mercado imobiliário e turístico na materialização da “nova” forma-conteúdo da segunda residência se direciona para o litoral sergipano com certo “atraso” quando comparado com os outros estados do litoral nordestino. Nesse sentido, questiona-se: quando os empreendedores regionais, nacionais e internacionais “descobriram” as vantagens em investir no litoral de Sergipe? Ao que tudo indica, o mercado imobiliário e turístico foi, e continua sendo, “convidado” e “convencido” pelo Estado, em suas diferentes esferas, aos benefícios de tal “descoberta”. Nesse sentido, objetiva-se analisar os conflitos ambientais do imobiliário-turístico no litoral de Sergipe, especificamente na Praia da Costa, no município da Barra dos Coqueiros. Os procedimentos metodológicos utilizados no desenvolvimento da pesquisa foram os seguintes: pesquisa bibliográfica, pesquisa documental e pesquisa de campo. Verificou-se que a apropriação e dominação do espaço litorâneo de Sergipe pelo imobiliário-turístico parece ser uma “solicitação” dos poderes públicos ao mercado, ou melhor, da convergência de interesses espaço-temporal do Estado e do mercado. Enquanto o poder público, em suas diferentes esferas, (re)produz a urbanização para o turismo, a “força” do mercado imobiliário e turístico desencadeou o processo de urbanização turística no litoral sergipano com a “nova” forma-conteúdo de casa de praia. O muro, sem sombra de dúvida, materializa a separação, a segregação, a fragmentação territorial. Mas também pode representar para alguns sujeitos o dito “progresso”. O poder que desenha a imensidão territorial do Alphaville Barra dos Coqueiros e do Condomínio Brisa de Atalaia parece “esmagar” o território dos moradores e dos veranistas da Praia da Costa. O muro esmorece o poder da territorialidade dos moradores permanentes de tal modo que em alguns momentos esses sentem não pertencer mais ao que lhe pertence. A dominação e a apropriação do espaço litorâneo da Praia da Costa territorializa essa localidade por e para essa “nova” forma-conteúdo de segunda residência ao mesmo tempo que exclui, leia-se expulsa, des-re-territorializa os insiders. Nesse nova dinâmica territorial, a comunidade litorânea, os insiders, se torna “estranha” ao seu próprio território. Os moradores permanentes associam a segregação territorial que vivem a uma forma de “apartheid social”. Sob essa perspectiva, observa-se que a implantação do imobiliário-turístico gera uma lógica territorial de ocupação da zona costeira sergipana, que acirra a segregação socioespacial, em outros termos, se (des)(re)constrói sobre os “escombros” da história de diferentes territorialidades da Praia da Costa. Palavras-chave: Estado, Segregação socioespacial, Imobiliário-turístico, Litoral, Conflitos

ambientais.

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O TURISMO CERVEJEIRO COMO POSSIBILIDADE GEOGRÁFICA: RIBEIRÃO PRETO (SP) EM TELA

-Alex Rodrigues

Ribeirão Preto, cidade do interior de São Paulo, destaca-se nos primórdios da produção cervejeira no Brasil por ser o primeiro lócus nacional a receber uma indústria cervejeira – a Companhia de Cervejaria Paulista, em 1910. Tal tradição também manifesta-se nas cervejas artesanais, como a pioneira Colorado, que surge no final da década de 1990. Através da investigação do recém-criado circuito de turismo cervejeiro da cidade e das redes formadas pelas cervejarias artesanais, iremos avaliar como tal segmento participa dos processos socioespaciais de Ribeirão Preto. O trabalho objetiva-se por (I) Investigar as implicações da formalização do turismo cervejeiro na cidade de Ribeirão Preto – SP; e (II) Desvelar a formação de circuitos e redes associados à produção cervejeira da cidade; e (III) Discutir o Turismo Cervejeiro enquanto nova categoria de análise em Geografia e Turismo. Temos como questão central “Quais os impactos do turismo cervejeiro e da produção de cervejas na cidade de Ribeirão Preto – SP?”, preocupando-nos em estudar tais no tempo presente pela ausência de pesquisas sobre o assunto na academia brasileira e na ciência como um todo. A difusão da atividade turística, ocorreu graças ao desenvolvimento tecnológico do século XIX e século XX. Entretanto, “se por um lado o turismo propiciou o desenvolvimento dos locais onde foi estabelecido; por outro, sua implementação resultou em fortes alterações no meio ambiente devido à exaustão do uso dos espaços selecionados e a preocupação tardia com o equilíbrio ambiental, além de embates criados entre os espaços de inclusão e de exclusão” (Adaptado de JUNIOR & ITO, 2005). Como afirma Cruz (2002, p.13) “a valorização dos espaços pelo turismo é dada em função de valores culturais e a cultura é própria de cada grupo social e mutável no tempo, territórios eleitos pelo turismo hoje não correspondem, necessariamente, aos territórios turísticos de amanhã”. Daí a propriedade mutável e mutante do turismo, em eleger certas características e lugares para que se realize a turistificação. Tal turistificação hoje é incentivada pela iniciativa privada e setores turísticos de governos. Verificamos que o circuito cervejeiro se criou a partir da ampliação da produção de cervejarias artesanais no Brasil, e, em especial, em Ribeirão Preto, com a associação de políticas públicas que os favoreceram. A investigação científica, uma das primeiras no Brasil, tentará trazer à luz da academia temas ainda não discutidos por geógrafos, mas que encontram aporte em outras ciências. Palavras-chave: Turismo, Turismo Cervejeiro, Circuito, Redes.

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A VILEGIATURA MARÍTIMA E A URBANIZAÇÃO EM TIBAU (RN)

-Iara Rafaela Gomes

O objetivo deste trabalho foi estudar a relação entre a vilegiatura marítima e o processo de urbanização. Tivemos como foco principal apresentar as características essenciais do processo de expansão da urbanização em curso desde o incremento da vilegiatura marítima na cidade de Tibau, no Rio Grande do Norte, no Nordeste brasileiro, que, conforme nossa tese possui sua vitalidade explicada a partir da cidade média de Mossoró. No cenário brasileiro, o espaço litorâneo tem se tornado fundamental para o lazer das populações das grandes e médias aglomerações e, desse modo, podemos dizer que o incremento da urbanização está também relacionado ao desenvolvimento das práticas marítimas modernas. Para compreender esta dinâmica tomamos como objeto de estudo a expansão da vilegiatura marítima no espaço litorâneo de Tibau. Trata-se de uma cidade de pequeno porte que compõem a região de influência de Mossoró, segunda cidade mais importante e mais populosa do Estado do Rio Grande do Norte. Como metodologia, elegemos variáveis que nos facultaram reconhecer a especificidade do objeto em análise. Trabalhamos, em especial, com base em um tema principal escolhido para análise, qual seja, o processo de urbanização e a vilegiatura marítima. Escolhido o tema, apresentamos os principais processos pesquisados, da seguinte maneira: Crescimento urbano associado ao sistema rodoviário regional, expansão do intraurbano, crescimento da vilegiatura no município litorâneo trabalhado, diversificação do perfil socioeconômico do proprietário de segunda residência, vinculação entre a construção de segundas residências e o mercado imobiliário de Mossoró, evidência do processo de especulação imobiliária nas áreas voltadas à segunda residência e reconhecimento da segregação socioespacial. Com a definição do tema e dos processos citados como essenciais para a pesquisa, levantamos as variáveis e os dados mais representativos, a nosso ver, das transformações do processo de urbanização em curso em Tibau. Entender a influência de Mossoró na expansão da vilegiatura marítima tibauense revelou como este espaço litorâneo é alcançado pelo tecido urbano de Mossoró e, sobretudo, como as cidades não metropolitanas têm sido redefinidoras de muitas lógicas que a princípio sempre foram comandadas somente pelas metrópoles. Conforme demonstrou a análise de Tibau a vilegiatura neste lugar consolida territórios, nos quais a sociedade mossoroense está presente. Tem se mostrado clara a crescente demanda por espaços de ócio, de lazer, particularmente litorâneos e, consequentemente, a grande valorização desses espaços, redefinindo a urbanização e estabelecendo uma rede urbana muito mais complexa. Palavras-chave: Vilegiatura marítima, Urbanização, Tibau, Mossoró.

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TURISMO E AS FORMAS SIMBÓLICAS NO INCENTIVO DO DESENVOLVIMENTO LOCAL EM SANTA CRUZ/RN

-Francisco Xavier da Silva Júnior

-Marluce Silvino

Quando a atividade turística se realiza em uma comunidade, apropria-se o espaço e os costumes locais de uma maneira particular para que esse lugar desperte interesse nos possíveis visitantes. Uma das formas para a ocorrência desse turismo é aquele pautado na religiosidade que está dentro de um segmento maior do turismo que é o turismo cultural, que abrange outras frações da atividade turística. A fração religiosa do turismo busca, motivada pela devoção ou curiosidade, conhecer elementos que incitem sua fé. Nessa perspectiva este trabalho tem por objetivo compreender a utilização das formas simbólicas, no caso a estátua de Santa Rita, na promoção do desenvolvimento local por meio do turismo religioso em Santa Cruz/RN. Sendo um expressivo monumento, a estátua localizada em Santa Cruz/RN evidencia uma forma simbólica de cunho religioso, especificamente católico. Associado a essa religiosidade o monumento destaca dimensões internacionais em virtude do amplo acesso a informação, tendo em vista que Santa Rita de Cássia foi canonizada em 1900 tornando-se notória sua personalidade em todo mundo. Construídas pela sociedade essas formas simbólicas sinalizam a relação que o homem tem com as representações, isto é, todas possuem uma origem (o mito, a religião, a história, o misticismo, a ciência, entre outros), diferenciando na interpretação dada por cada indivíduo e estas, por sua vez, resultam em formas espaciais. Traduzido nas artes, dança, música, monumentos as formas simbólicas hoje são verdadeiros objetos de consumo na sociedade atual. Em Santa Cruz/RN, Santa Rita tornou-se padroeira desde o surgimento do município e em 2010 construiu-se em sua homenagem um complexo turístico que conta com uma alta infraestrutura que abrange capela, centro de oração, centro de promessas, amplo pátio, restaurante, loja de artesanato, banheiro público e uma estátua com cinquenta e seis metros de altura. Devido à devoção ou até mesmo curiosidade, a estátua motiva um considerável fluxo de visitantes nos finais de semana e, principalmente, entre os dias 14 e 23 de maio devido à promoção de novena, festas populares, bancas de artesanato, dentre outras opções de lazer em comemoração a festa da referida padroeira. Para realizarmos este trabalho, faremos a utilização de levantamento bibliográfico, pois esse tipo de pesquisa objetiva por o pesquisador frente a tudo que foi redigido, falado, registrado de qualquer assunto, bem como pesquisa de campo, pois parte-se da análise empírica do objeto estudado com a realização de registros fotográficos, entrevistas junto a população e ainda buscaremos dados na Prefeitura Municipal de Santa Cruz, no SEBRAE e na Câmera dos Dirigentes Lojistas do município. Assim, essa pesquisa surge na necessidade de compreender se a construção da forma simbólica por meio do turismo no município gerou uma melhora na qualidade de vida da população, um aumento de abertura de empresas e geração de emprego e renda, melhores opções de lazer, saúde e educação. A relevância dessa pesquisa se dá em virtude de Santa Cruz ser um município novo no mundo do turismo, sendo capaz de mobilizar a economia local e a qualidade de vida da população, supondo-se um aumento dos indicies econômicos e sociais. Palavras-chave: Desenvolvimento local, Formas simbólicas, Turismo religioso, Santa Cruz, Alto de Santa Rita.

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TERRITORIALIDADES DIVERGENTES NO PROCESSO DE EXPANSÃO DA SOJA NO BAIXO AMAZONAS-PA

-Edeilton Pereira dos Santos

-Manuel de Jesus Masulo da Cruz O canto da sereia, entoado pelos arautos do agronegócio, com um discurso sedutor, envolvendo acordes de modernização, altas nos índices das exportações, desenvolvimento via modelos hegemônicos, tem espalhado as suas notas para todos os lados. Com isso, tenta convencer a todos que para alcançar o progresso, é essencial trilhar o caminho “via grãos”. Esse discurso e prática se propagaram no Território do Baixo Amazonas-PA, ocasionando a implantação de “modelos agrícolas hegemônicos”, amparados na produção de monoculturas voltadas para exportação, sobretudo, o agronegócio da soja. nos municípios de Santarém e Belterra. No final dos anos 1990 e início dos anos 2000, esses municípios passaram a enfrentar embates e territorialidades divergentes; a dos produtores de soja e a dos camponeses locais. Mas a princípio, a intensificação desse plantio, prometia um verdadeiro “boom” à região, e passou a ser considerado o “ouro verde” do momento. O objetivo da pesquisa é analisar as alterações e possíveis consequências que esse modelo agrícola implantado trouxe ao território local, considerando as mudanças e reestruturações na forma de organização territorial, provocando diferentes formas de rearranjos socioespaciais, com interferências sobre a vida dos vários atores sociais, sobretudo nos camponeses tradicionais residentes nessas áreas. Afinal, o território é o

palco onde se desenvolve esses embates com lógicas contraditórias gerando territorialidades divergentes. Fez-se um recorte no Território do Baixo Amazonas/PA e selecionou três comunidades que experimentaram essa inserção, tomando como intervalo de tempo, o período de 1999 a 2013. Nesse contexto, cercada pelo cultivo da soja mecanizada, quase que ilhada, encontram-se essas comunidades: Prata, Açaizal do Prata no município de Belterra - PA e Paca, no município de Mojuí dos Campos-PA, que foi desmembrado de Santarém-PA em 2012. Tomando como referencial esse contexto de mudanças territoriais, é essencial discutir à noção de território e territorialidade, para então compreender a atuação do grande capital sobre o mesmo e suas implicações para as vidas das pessoas que convivem nas comunidades e enfrentam processos de desterritorialização. Para analisar essa questão, a metodologia se baseia no método comparativo, histórico e monográfico. Destaca-se ainda, a pesquisa de caráter exploratório, através das técnicas de revisão bibliográfica, sobre a questão do território e territorialidade, com ênfase na expansão do agronegócio sobre áreas habitadas por camponeses tradicionais. Foram realizadas observação de campo, análise de imagens de satélite, registros fotográficos, entrevistas semiestruturadas e estruturadas, entre os camponeses das comunidades e também com os produtores de soja. Como resultado desse processo, constatam-se, grandes desequilíbrios, pois nos mesmos territórios verifica-se a desarticulação dos sistemas de produção de camponeses e a substituição destes, pela produção mecanizada de soja. Os remanescentes enfrentam dificuldades para permanecerem em espaços restritos e com pouco apoio para elevarem a sua produção e manterem seu modo de vida. Palavras-chave: Território, Territorialidade, Camponês, Agronegócio.

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DINÂMICAS ECONÔMICAS E ORDENAMENTOS TERRITORIAIS DOS GRANDES PROJETOS DE MINERAÇÃO NO ESTADO DO PARÁ (2004-2014): O CASO DE PARAGOMINAS

-Joandreson Barra Lima

-João Márcio Palheta da Silva

Os recursos naturais nas atividades mínero-metalúrgicas nos municípios paraenses, como no caso de Paragominas, provocam impactos de naturezas diferenciadas e com diferentes complexidades, dentre elas os socioeconômicos, os populacionais, os de reordenação do espaço urbano, os de finanças públicas e formação de novas dinâmicas econômicas e territoriais, diferem formas de desenvolvimento regional em cada um dos municípios paraenses que sediam grandes projetos de mineração, criando dinâmicas econômicas diferenciadas quando observamos a aplicabilidade dos recursos advindos da atividade mineração no ordenamento territorial. Sendo assim, a necessidade de realizar este trabalho está na possibilidade de proporcionar mais informações sobre a influência da indústria mínero-metalúrgica no estado do Pará, mais especificamente no município de Paragominas, pois, ao analisar os usos do território a partir da baixa agregação de valor ao produto (ferro, cobre, bauxita e alumínio), ao trabalho, e como a não verticalização da cadeia produtiva vêm aumentando o grau de dependência dos municípios mineradores como no caso do município em questão, podemos notar como essa atividade vem colocando em risco desenvolvimento regional. Portanto, dentre os objetivos desse trabalho, está o de analisar os impactos socioeconômicos das atividades mínero-metalúrgicas e demonstrar as alterações nas finanças públicas municipais do município de Paragominas no estado do Pará, no período de 2004 a 2014, e seu papel na dinâmica econômica local e no ordenamento territorial através do PIB per capita, CFEM, IPI, ICMS e FPM. Com isso, a execução deste trabalho vem se justificando na medida em que se procura pesquisar, entender e proporcionar mais informações sobre os impactos socioeconômicos e a influência da indústria mínero-metalúrgica no estado do Pará, mais especificamente no município de Paragominas. Assim este trabalho se faz necessário devido à importância do incremento da produção bibliográfica sobre a temática em questão. É importante enfatizar que o ponto crucial desta pesquisa é apresentar novas alternativas teóricas, pois os dados levantados, com as viagens de campo prévias, em desenvolvimento, por certo contribuirão para a elaboração do trabalho final proposto, e conseqüentemente para o aumento da produção científica sobre o uso dos recursos naturais na Amazônia, refletindo no ordenamento do seu território e seu papel no desenvolvimento regional. Durante o tempo de execução da pesquisa foram realizadas leituras de livros clássicos da geografia, estas leituras foram apresentadas e discutidas para haver maior entendimento teórico dos conceitos norteadores básicos da geografia conhecidos, como: Território, Territorialidade, Ordenamento Territorial, Desenvolvimento Regional, etc. A partir desse conhecimento teórico, conseguimos maior embasamento teórico para os trabalhos de campo, o que vem qualificando as observações mais aprofundadas e a percepção dos conceitos ali presentes. Tais leituras realizadas nesses seis meses (Agosto de 2014 à Fevereiro de 2015) desta pesquisa, foram de suma importância tanto para o andamento do projeto, quanto para a própria graduação. Os gráficos, dados oriundos dos questionários e mapas estão sendo confeccionados ou transcritos para compor textos futuros, assim como o trabalho completo. Palavras-chave: Mineração, Paragominas, Dinâmica Econômica, Grandes Projetos.

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A VILEGIATURA MARÍTIMA E OS MUNÍCIPIOS LITORÂNEOS DA REGIÃO METROPOLITANA DE FORTALEZA: O CASO DE AQUIRAZ, CAUCAIA, SÃO GONÇALO E CASCAVEL.

-Gabriela Bento Cunha

As transformações das metrópoles nordestinas e seus espaços urbanos estão cada vez mais associadas ao turismo e a disseminação das práticas marítimas modernas. O avanço da metropolização aos espaços litorâneos na região nordeste pode ser analisado como uma consequência da consolidação da vilegiatura marítima e seu crescimento imobiliário. Seus desdobramentos envolvem muito mais que a capital, penetrando os municípios metropolitanos e reproduzindo o urbano e o lazer em localidades mais tradicionais. A compreensão desta prática social no litoral metropolitano de Fortaleza remete ao processo de reprodução do urbano, tendo como base os munícipios de Aquiraz e Cascavel – no leste, e Caucaia e São Gonçalo do Amarante, a oeste. Dentro desse contexto, busca-se a possibilidade de reconhecimento da relação entre os limites territoriais metropolitanos e suas articulações em diferentes escalas espaciais. Para análise e construção desse estudo, financiado pelo CNPq/Universal, o procedimento metodológico inicial foi à realização de um levantamento bibliográfico sobre o planejamento urbano, maritimidade e vilegiatura. É preciso entender o planejamento em função das atividades de lazer no litoral metropolitano e as políticas de incentivo à atividade: Programa de Desenvolvimento do Turismo no Nordeste (PRODETUR I e II), além dos investimentos privados. Acrescenta-se à metodologia o levantamento cartográfico em imagens de satélite e mapas e, com realização de trabalho de campo, a aplicação de questionários e realização de entrevistas. Através desses procedimentos, busca-se atingir os objetivos propostos pela pesquisa: identificação do perfil socioeconômico dos moradores das localidades praianas, descrição do padrão espacial de distribuição e a tipologia dos domicílios, além de descrever a morfologia urbana e os padrões urbanísticos modernos, voltados para os resorts, condoresorts e complexos turístico-imobiliários. Fundamentados nesses estudos, pretende-se comprovar a hipótese da vilegiatura marítima moderna como um processo cada vez mais amplo e que envolve frações maiores da sociedade. Está vinculada ao processo de expansão e produção de novos modelos de organização territorial e caracteriza-se por uma vilegiatura “refeita”, que possa atender o desejo e atração pelo natural, mas também pelo urbano. Nesse cenário se encontram os empreendimentos imobiliários que geram uma dinâmica de reprodução entre o urbano e o natural, além de integrar os espaços litorâneos. Assim, a espacialização da vilegiatura marítima é eficiente na produção de subespaços regidos pela lógica do aglomerado urbano emissor – a cidade primaz. No caso específico da área analisada, entende-se a metropolização como um transbordamento das relações e um dos fatores determinantes na constituição dos espaços litorâneos na Região Metropolitana de Fortaleza e suas morfologias. Palavras-chave: Turismo, Planejamento, Imobiliário, Práticas marítimas.

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EXPLORING THE FAVELA-CITY BINARY THROUGH CONCEIVED AND LIVED REPRESENTATIONAL SPACE AMID THE 2014 FIFA WORLD CUP

-Jamie L. Worms

In 2016, Rio de Janeiro will be the first city in South America to host the Olympic Games. With an investment budget of R$36.6 billion, the Olympics have been called the world’s most profound “catalyst for urban change” (Essex & Chalkley, 1998; Comitê Popular Rio Copa e Olimpíadas, 2014). Combined with the 2014 FIFA World Cup which cost R$25.8 billion, these mega-events will cause the urban landscape to transform considerably. Although Rio is already a popular holiday destination, the pending mega-events will motivate the city to pioneer new and outstanding planning concepts and accommodate an influx of athletes and tourists. Additionally, the city of Rio will need to provide apt planning strategies for its own citizens. Previous host cities have been confronted with similar planning challenges, but the socio-political situation in Rio is unique. Amongst the backdrop of modern buildings, irregular and under-serviced housing communities called favelas pierce the landscape with precarious construction methods and inadequate basic infrastructure. According to the 2010 census, 22 percent of the residents of Rio live in a favela

(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 2010). To further complicate matters, 37 percent of favelas are violently controlled through the draconian manipulation of drug gangs, while another 45 percent are controlled by militias (Forte, 2013). The remaining 18 percent of favelas remain peaceful and are occupied by residents only. In an effort to reduce the prevalence of “crime and criminality” (Arias, 2006: 2) in the occupied favelas, the city of Rio has implemented Units of Police Pacification (UPPs) to replace the organized crime, thus “pacifying” the favela communities. In addition to limited state-sponsored social infrastructure, these newly “pacified” favelas have also received physical infrastructure including trams, cable-ways, roads, and attraction maps. It is with the new infrastructure in the recently pacified favelas that this research is concerned. This research project focuses on the transformation of social space in Morro da Providência, Rio’s oldest favela. Amid mega-event preparations, global attention and financial partnerships expedite the implementation of social and physical infrastructure of the host city. The implementation of government-sponsored infrastructure in Rio has already started to reorder and re-purpose the social space of Rio’s favelas. To understand the perceptions and relations associated with the transformation of social space I analyze sixty mental maps drawn by community members. Relying on Henri Lefebvre’s triad for conceptualizing the production of social space, this paper contrasts conceived spaces and lived representational spaces in the context of Rio de Janeiro. Often, there is a strong disconnection between how space is designed and how the space is actually used. People primarily act and live within social spaces produced by the elite. In doing so, they are intentionally and unintentionally reproducing dominant discourses of identity which are represented on the landscape. Thus, as opposed to glorifying the planned Cartesian space produced by the city, this paper aims to understand how the residents produce and give meaning to their own lived representational spaces. Key words: Favela, Mental Mapping, Conceived Space, Lived Representational Space, Mega-events.

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TURISMO E DESENVOLVIMENTO LOCAL NO MACIÇO DE BATURITÉ: ANÁLISE QUANTI-QUALITATIVA DA SEGURANÇA PÚBLICA

-Daniel Rodriguez de Carvalho Pinheiro

-Ricardo Cesar de Oliveira Borges

.O turismo e o desenvolvimento local apresentam uma relação recíproca de dependência de forma direta e indireta. Principalmente em uma Área de Proteção Ambiental (APA), como no Maciço de Baturité, com mais de 32 mil hectares, nos remanescentes de mata atlântica existentes na região serrana ao nordeste da capital cearense. Com a questão primária de investigar a relação do Turismo e o Desenvolvimento Local no Maciço de Baturité, identifica-se como objetivo deste trabalho o de examinar a relação do Turismo com o Desenvolvimento Local a partir da análise quanti-qualitativa da segurança pública naquela região, notadamente Sub-Região Serrana (Corredor Verde) do Maciço de Baturité, que inclui as cidades de Aratuba, Guaramiranga Mulungu, Pacoti e Palmácia (PDR, 2010). A adoção das duas naturezas quanti-qualitativa foi motivada pela consecução dos objetivos desta investigação e melhor análise do objeto de estudo. Na fase de campo, foram entrevistados 552 pessoas em um final de semana nas cinco cidades durante o último mês de 2014. Os dados coletados de forma primária mediante formulário, após pré-teste, receberam o tratamento de uma análise fatorial exploratória com a utilização do software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), versão 17 e margem de erro de 5%. No teste de Bartlett, o valor 0,000 do significante p assegura correlação significativa entre as variáveis. O valor de 0,814 no teste KMO (Kaiser-Meyer-Olkin Measure of Sampling Adequacy) reforça a utilização da análise fatorial para estabelecer a relação do Turismo com o Desenvolvimento Local no objeto de estudo. O Alfa de Cronbach geral padronizado das perguntas foi 0,856; então, a escala é apropriada, para uma pesquisa de percepção (FIELD, 2009). A segurança pública melhorou (47,8%) na fala dos entrevistados e a evolução da presença da polícia foi percebida por 47,1% dos entrevistados no objeto de estudo. Ainda que esse assunto estampe diuturnamente as manchetes dos periódicos, “o tratamento espacial da criminalidade também subsidia políticas de segurança e combate à criminalidade (...) sobretudo, intervir, de forma consciente, na realidade” (DINIZ; RIBEIRO, 2005, p. 79). A exemplo desta intervenção, já se percebe as modificações da arquitetura nas residências motivadas pela violência urbana (NASCIMENTO et al, 2012). Nessa realidade, o turismo possui relação direta com a segurança pública (OLIVEIRA et al, 2011). Ele promove a concentração de pessoas para degustar da

culinária local, conhecer e/ou reconhecer um artesanato típico, participar dos eventos religiosos e sócio-culturais ou apenas apreciar a paisagem bucólica e/ou natural da localidade. Não obstante, “a violência é um fenômeno social complexo e que não pode ser entendido ou explicado a partir de uma única causa” (SANTOS; SOUZA, SILVEIRA, 2002, p. 5). A evolução da violência também caminha no mesmo sentido e direção. Os respondentes não se sentem seguros uma vez que a criminalidade já deixou de ser exclusiva da Capital. Na pesquisa, 23,2% afirma que a situação não melhorou e quase a metade atesta que piorou um pouco muito a violência nos últimos anos nos cinco municípios estudados do Maciço de Baturité. Palavras-chave: Turismo, Desenvolvimento Local, Segurança Pública, Violência, Polícia.

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GEOTURISMO E GEOPARQUE: PROPOSTAS DE CRIAÇÃO NO ESTADO DA BAHIA

-Suedio Alves Meira O turismo nas últimas décadas passa por uma reestruturação, já que as inserções de novos consumidores acabam por criar diferentes lógicas de consumo dos espaços turísticos. Diante disso o turismo é largamente fragmentado, para assim poder agradar aos diversos interesses e grupos sociais. Uma das vertentes que mais se destacam são aquelas ligadas ao turismo de natureza, as quais pregam uma relação sustentável e a volta do homem ao seu meio natural. Dentro de tal corrente surge o Geoturismo, prática recente que atrela a contemplação da natureza com o conhecimento científico sobre a diversidade abiótica da paisagem. A Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) adota como um dos meios de difundir essa prática turística a criação de geoparques, no Brasil essa atividade é suscitada pelo Serviço Geológico Brasileiro (Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais - CPRM). No estado da Bahia existem sete propostas de criação de geoparques, sendo elas, em ordem de proposição, a de Canudos, Chapada Diamantina Oriental, Morro do Chapéu, Rio de Contas, Inselberg de Itatim-Milagres, Iraquara e Rio João Rodrigues – São Desidério. Sendo assim, o presente artigo discute os conceitos pertinentes ao geoturismo, assim como os objetivos e pressupostos de um geoparque, no intuito de realizar uma análise sobre as quatro primeiras propostas levantadas no estado da Bahia, já que essas apresentam maior arcabouço produzido até o momento. Para tal, foi necessário um rebuscado levantamento de referencial teórico sobre os temas abordados. Através da discussão distinguisse o Geoturismo como uma prática turística pós-fordista e de base local com forte apelo ao desenvolvimento local através da conscientização ambiental e da sua aplicação em área deprimidas economicamente. As quatro propostas de Geoparque no estado da Bahia analisadas apresentam relevante patrimônio geológico e histórico, sendo todas elas localizadas em municípios com baixos índices econômicos e de desenvolvimento social, mas com forte vocação turística, só que não bem aproveitada até o momento. Diante da análise percebe-se que as propostas são viáveis na tentativa de melhoria socioeconômica das áreas atingidas, bem como para a preservação dos elementos naturais e históricos através das praticas de conservação que são intrínsecas as atividades geoturísticas. Palavras-chave: Geoturismo, Geoparque, Desenvolvimento Local, Estado da Bahia.

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OBRAS TRANSNACIONAIS E AS IMPLICAÇÕES NO ESPAÇO NACIONAL: A REALIDADE BRASILEIRA

-Vitor Hélio Pereira de Souza

Na última década o comércio exterior brasileiro cresceu a índices significativos, impulsionado principalmente pela ampliação do comércio extrarregional, resultante da elevação da demanda por commodities do mercado chinês, mas também pelo comércio intrarregional como foi o caso do Mercado Comum do Sul (Mercosul). Tal acréscimo dos fluxos comerciais intra e extrarregionais, por sua vez colocaram em foco a necessidade de retomar os projetos de integração territorial, para expandir/ melhorar a conexão entre os países. Esse objetivo passou a ser perseguido a partir do ano 2000, com as obras delineadas na Iniciativa para a Integração da Infraestrutura Regional Sul-Americana (IIRSA) e, por conseguinte, no Conselho Sul-Americano de Infraestrutura e Planejamento (COSIPLAN). Esses programas ao reduzir os custos de circulação ampliaram ainda mais as interações espaciais intrarregionais e, em alguns casos, viabilizaram rotas alternativas para o comércio extrarregional. Como o caso dos corredores bioceânicos, que possibilitam às mercadorias produzidas no Brasil direcionadas ao mercado Asiático, realizar o trajeto pelo Oceano Pacífico. No entanto, embora esses planos destinem investimentos aos principais eixos de transporte do país, isto é, aqueles que concentram grande parcela dos fluxos, ao ampliar a fluidez territorial intrarregional das áreas “seletivizadas pelo capital” perde-se a possibilidade de elaborar políticas públicas que propiciem realizar investimentos em áreas menos interessantes ao capital e que poderiam atuar na redução das assimetrias regionais. Por outro lado, deve-se considerar que essas infraestruturas que servem às áreas seletivizadas, geralmente são as mesmas vias nas quais encontram-se distribuídos importantes municípios. Desta maneira, ao investir nessas áreas seletivizadas os benefícios ocorrem em múltiplas escalas: subregional, regional, inter/intra-urbano, como foi o caso das obras de ampliação e duplicação da BR-101 entre o município de Palhoça/SC e Osório/RS, trata-se de uma extensão de 337,5 km de rodovia, nos quais confluem fluxos de mercadorias destinadas ao mercado exterior, mas também nacional, regional e, sobretudo, intra-urbano, uma vez que, muitas cidades estruturaram-se no entorno desses eixos responsáveis por intensos fluxos pendulares. Assim sendo, a pesquisa aqui apresentada, aborda as desigualdades regionais, no que diz respeito à distribuição territorial das infraestruturas de transporte da IIRSA/COSIPLAN no Brasil. Logo, para alcançar tais resultados a metodologia foi pautada em revisão bibliográfica, atrelada à análise de dados secundários e entrevistas a órgãos, como: a coordenadoria geral de planejamento da “Secretaria de Política Nacional de Transportes” no Brasil. Palavras-chave: Brasil, Integração territorial, Fluidez territorial, IIRSA/COSIPLAN, Seletividade

espacial.

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ANALISE DOS CÁLCULOS MORFOMÉTRICA NO CONTEXTO DA SUB-BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO BOM JESUS, TAPERUABA, SOBRAL (CE).

-José Marcos Duarte Rodrigues

-Ernane Cortez Lima

A análise morfométrica envolve inúmeros parâmetros permitindo uma melhor caracterização ambiental de uma bacia hidrográfica, assim como a predisposição a alguns eventos e sua vulnerabilidade diante de algumas ações antrópicas e alguns modelos de uso e ocupação do solo, tornando possível uma avaliação da condição ambiental em que a mesma se encontra. Visando um maior detalhamento, com relação ao aspecto quantitativo, optou-se por realizar uma análise morfométrica da sub-bacia hidrográfica do rio Bom Jesus, localizada a noroeste do estado do Ceará, dentro dos limites do município de Sobral, correspondendo a uma área de 262,985 km². Utilizou-se como índices morfométricos; a hierarquia fluvial; razão de bifurcação; densidade de drenagem; densidade hidrográfica; gradientes dos canais; coeficiente de manutenção; extensão do percurso superficial e o índice de sinuosidade. Para análise dos dados morfométricos da sub-bacia hidrográfica do rio Bom Jesus utilizou-se como base metodológica Christofoletti (1980). Para interpretação do índice de sinuosidade utiliza-se a proposta de Schumm (1963), a hierarquia dos canais fundamenta-se em Stralher (1952), para a densidade de drenagem ampara-se em Vilella e Matos (1975) e a razão de bifurcação em Horton (1945). A sub-bacia hidrográfica do rio Bom Jesus apresentou os seguintes valores; a Densidade Hidrográfica (Dh) igual a 0,27 ntc/Km²; com a Gradiente dos Canais (Gc) correspondendo á 22,04%; o Coeficiente de Manutenção (Cm) de 1.202,97m² e com a Extensão do Percurso Superficial (Eps) de 4,1 km. Ou seja, na área em estudo com 262,985 km², apresenta 22,04% de declividade e Densidade Hidrográfica (Dh) com 0,27ntc/km² e com percurso médio de escoamento superficial de 4,1 km, seria necessários 1.202,97m² para manter um metro de escoamento permanente. Já o Índice de Sinuosidade (Is) Schumm (1963) destaca que para valores menores que 1 o canal tende a ser retilíneo, valores maiores que 2 o canal tende a ser tortuoso e valores intermediários apresentam formas transicionais. Com tudo, a área em estudo apresentou um índice de sinuosidade correspondente a 1,32 considerado como valor intermediário, desta maneira apresenta forma transicional. De acordo com a hierarquia dos canais proposta por Stralher (1952), a sub – bacia hidrográfica do rio bom Jesus apresentou um considerável número de canais de primeira ordem, totalizando 53 canais, foram doze canais de segunda ordem, quatro canais de terceira e apenas um de quarta ordem. A Densidade de Drenagem (Dd), para área da sub-bacia em análise foi de 0,83km/km², de acordo com Vilella e Matos (1975, p. 16), valores maiores que 0,50 e menores que 2,00 são classificadas com (Dd) mediana, tendo infiltração razoável com baixa enculturação dos canais. Para a (Rb) de acordo com Horton (1945), bacias com relevo muito dissecadas apresentam valores entre 3 e 4, e bacias que apresentam valores próximos de 2 são constituídas por relevo colinosos. A sub-bacia hidrográfica do rio Bom Jesus apresentou valores entre 3 e 4, portanto apresenta relevo bastante dissecados. Palavras-chave: Índices Morfométricos, Bacia Hidrográfica, Análise Morfométrica.

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ESPAÇO E TEMPO: REFLEXÕES SOBRE OS AGENTES MODELADORES DO URBANO NA AMAZÔNIA BRASILEIRA

-Paulo Rogério de Freitas Silva

Este trabalho se propõe a investigar a dinâmica territorial urbana da Amazônia brasileira, tendo como suporte o estado de Roraima. Acrescentamos que essa análise busca verificar as singularidades que se apresentam nessa área, devido ao processo diferenciado de ocupação e povoação do restante da Amazônia brasileira. Um estudo dessa natureza apresenta-se com a seguinte finalidade: buscar entender a origem e a constituição do urbano, através do princípio de ocupação nos séculos, XVII e XVIII, da atividade pecuária nos séculos XVIII, XIX e XX e da formação do lugar Boa Vista que desencadeou a organização territorial local, tendo aquela área um formato de “ponta de lança”, em direção ao hemisfério Norte, muitas vezes denominada como a Guiana Brasileira. Apontamos que para entendermos essa dinâmica, colocamos a complexidade genética do urbano como ponto de partida, devido favorecer o entendimento de parte dessa dinâmica e da estrutura atual, já que como coloca CORRÊA (2001, p.95), ‘[a] rede urbana brasileira é constituída por um conjunto de centros datados de diversos momentos. Coexistem no mesmo espaço cidades criadas na primeira metade do século XVI, no início da colonização, e cidades nascidas na década de 1980, enquanto outras mais são criadas no início do século XXI, na ainda não esgotada “fronteira do capital”, a Amazônia. Além do mais, como destaca CORRÊA (2001, p.96), complexidade genética, “(...) traduz-se também pela diferenciação entre os centros urbanos no que se refere aos agentes e propósitos imediatos da criação”. Sobre a criação de cidades, nos amparamos também em BEAUJEU-GARNIER (1997, p.73), quando esta assinala que para a constituição das mesmas, correspondem três motivos possíveis: econômicos, políticos e defensivos. Esse último sendo considerado como um sub-aspecto dos políticos. Assim, cada cidade encontra-se marcada, desde a sua origem, - e por vezes de maneira indelével – pela escolha inicial. Esses vetores determinantes resultam do tempo histórico e produzem um arranjo territorial, adquirindo uma feição e formalizando uma hierarquização entre os centros urbanos existentes a partir da realidade imposta, como no contexto roraimense, quando esses três motivos, ressaltados por BEAUJEU-GARNIER (1997), encontram-se claramente delimitados na realidade local, integrando-se ao momento histórico que, por sua vez, pode ser um determinante econômico, tal como os garimpos, ou político, a exemplo do evento rodoviário e dos projetos de colonização e dos defensivos como os pelotões militares de fronteira. A ideia de surgimento se compromete com formação, origem e constituição, sendo essas condições o princípio da consolidação do urbano roraimense como lugar de concentração da população, após essa ter permanecido nas aldeias, nas fazendas e nas corrutelas. As cidades, como hoje se organizam em Roraima, é a modernização da “maloca”, único tipo de aglomerado da região no passado. Tendo sido essas um adensamento onde se concentravam os rituais de um povo que hoje se integra e se reúne na cidade a partir do parentesco e não da impessoalidade do aglomerado moderno que tem expressão na cidade cosmopolita. Palavras-chave: Amazônia, Dinâmica, Gênese, Roraima.

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ESPAÇO VIVIDO E IDENTIDADE REGIONAL: UM OLHAR SOBRE O LESTE E O OESTE DO RECÔNCAVO BAIANO

-Caê Garcia Carvalho -Renata Oliveira Silva

-Angelo Serpa Este artigo fecha as pesquisas iniciadas há dois anos sobre a temática regional, realizadas no seio do grupo Espaço Livre. Em trabalhos anteriores discutimos a região conformada a partir de uma ordem estrutural e outra representacional (FRÉMONT, 1980). No caso do Recôncavo, as manifestações da cultura negra, amalgamadas pelo samba de roda, norteiam a imagem regional (representação) que está atrelada aos aspectos, sobretudo, histórico-econômicos (estrutura). Essa dialética entre imagem e estrutura fundamenta uma identidade sociocultural para o Recôncavo, encabeçada pelo samba de roda. As pesquisas realizadas ocorreram baseadas na divisão regional do estado da Bahia, contabilizando 27 territórios de identidade, entre estes, o Recôncavo. Tais territórios estão balizados, justamente, na relação identitária entre a população e sua região. Mas o que sustenta essa relação identitária entre a população e um recorte definido pelo governo? A identificação dos agentes com as imagens regionais e, tomando a região enquanto espaço vivido, o ato de experienciar a própria região que cria e fortalece o sentimento com o lugar: nota-se aqui a transmutação de uma topofilia local para uma regional. Apoiados nas entrevistas com os sambadores, verificamos a influência do espaço vivido no desenvolvimento de uma afeição regional e no fortalecimento das imagens regionais. Dessa maneira, o Recôncavo emerge como representação, que, por sua vez, é definida e mediada pelas manifestações culturais. Definida porque é o resultado da construção das imagens regionais e mediada porque são os sujeitos que dela se apropriam, “ativando” essa representação com rebatimentos no cotidiano do grupo. Mas nem todo o Recôncavo se apresenta assim. Dividimos o Recôncavo em leste e oeste; no leste, o samba se mostra mais fortalecido; já no oeste, muito enfraquecido. Assim, buscamos investigar a influência do espaço vivido no sentimento topofílico regional, pois é a abrangência e a manutenção desse vivido que dá cara e cor ao Recôncavo por parte dos sambadores do leste. Em contraste, no oeste, a escala reduzida do espaço vivido tem por consequência a não identificação do Recôncavo com suas imagens regionais tão aclamadas no leste (a negritude afro-brasileira e suas manifestações). Neste sentido, a conjunção entre fenomenologia e espaço vivido para compreender o fenômeno estudado foi extremamente eficaz teórica e metodologicamente. Para finalizar, aclaremos nosso entendimento de espaço vivido (LEFEBVRE, 2000). Trata-se do espaço detentor de uma história arraigada a um grupo que vive e alimenta essa mesma história que se desenrola no espaço, daí seu caráter topofílico. Além de lugar da paixão, é também espaço da ação que, no nosso caso, ganha a forma de redes. No leste, a intensa relação entre numerosas cidades corroboram para o fortalecimento da imagem e feição regionais, enquanto no oeste, pela decadência dos grupos de samba, predomina apenas a relação rural-urbano intramunicipal, levando a um efeito oposto, de uma ausência de imagens que pudessem definir o Recôncavo. Dessa maneira, no oeste, o Recôncavo emerge enquanto mera estrutura que carece de representação. Palavras-chave: Recôncavo, Região; Espaço Vivido, Representação, Samba de roda.

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O CRESCIMENTO DA PRODUÇÃO CANAVIEIRA NO MUNICÍPIO DE DOURADOS E AS TRANSFORMAÇÕES NA INFRAESTRUTURA RODOVIÁRIA PARA O ESCOAMENTO DA

CANA-DE-AÇUCAR NO PERÍODO DE 2008 A 2010

-João Murcili Junior -Dr. Walter Guedes da Silva

O Brasil vem se destacando no cenário mundial quando o assunto é agronegócio, o fomento para o setor chega por meio de investimentos dos capitais privado e público, e neste cenário de interessante investimento ao longo das décadas de 1980 e 1990, principalmente com o incentivo do Programa Nacional do Álcool, o setor sucroalcooleiro vem ganhando destaque nas políticas de desenvolvimento regional no estado de Mato Grosso do Sul. Neste contesto, este estudo tem como objetivo compreender a relação do Estado com os capitais público e privado na modificação do território em prol do desenvolvimento da infraestrutura rodoviária, fazendo um breve resgate dos principais momentos do setor sucroalcooleiro e dos programas de desenvolvimento de infraestrutura rodoviária para melhorias da logística, com foco nas vias de escoamento da produção. Enquanto procedimentos metodológicos, foram realizadas leituras, fichamentos e discussões de textos, além de levantamento de dados em órgãos que auxiliaram na confecção de mapas como Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, Ministério dos Transportes, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e Companhia Nacional de Abastecimento, e contatos com a Associação dos Produtores de Energia do Mato Grosso do Sul. Enquanto considerações, foi possível concluir que no município de Dourados, mesmo sendo considerado um pólo de desenvolvimento para a região sul do estado de Mato Grosso do Sul, localizado de forma estratégica para a distribuição de produtos através das rodovias, escoando tanto para a região sudeste do Brasil quanto para os países do Mercado Comum do Sul, não foram encontrados planejamentos específicos para políticas de desenvolvimento da infraestrutura de transporte rodoviário, ficando a cargo dos governos estadual e federal os investimentos e as políticas de desenvolvimento regional, sendo este incluído conforme apresenta qualificação que justifique a inclusão do município nessas políticas de desenvolvimento. Para o município de Dourados restou uma pequena parcela de investimentos na infraestrutura rodoviária e o excesso de ações governamentais de planejamento, apenas para justificar os grandes investimentos em favor do capital privado. Hoje, a produção escoa por estradas que ainda necessitam de estruturação, em que disputam espaço os mais variados tipos de veículos. Os caminhões bi trens, que transportam a produção da cana-de-açúcar, causam inúmeros acidentes que não são contabilizados, indicando que um planejamento conjunto de ações direcionadas para o desenvolvimento do município de Dourados tem que considerar os mais diversos usos do modal rodoviário e não somente o escoamento da produção. Palavras-chave: Desenvolvimento, Infraestrutura, Transporte, Logística.

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CONFLITOS TERRITORIAIS NA ZONA DE LITÍGO ENTRE CEARÁ E PIAUÍ: DISCUTINDO O CASO DE PARAMBU (CE) E PIMENTEIRAS (PI)

-Francisco Kennedy Leite Felix

-José Levi Furtado Sampaio

No território da pecuária a ocupação da capitania do Ceará só virá a acontecer no final do século XVII, sendo considerada como tardia, ao ser comparada com a conquista da zona da mata, cuja ocupação foi no inicio do século XVI. Enquanto a produção açucareira avançava pelas terras litorâneas, desde a Paraíba até a Bahia, a pecuária expandia-se para o interior. Consolidando assim, a interiorização das capitanias do Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte, a partir da expansão da pecuária. Com o passar dos anos diversos distritos conseguiram emancipação política, passando à categoria de município, tomada muitas vezes por interesses políticos ligados aos latifundiários, onde não se tinha nenhum critério legal e jurídico para delimitação de fronteiras, criando assim áreas de litígio entre municípios do próprio estado quanto com municípios de estados vizinhos. Temos como exemplo de área de litígio do Ceará com outros estados do Nordeste, os ocorridos com o Rio Grande do Norte quanto à definição do limite da chapada do Apodi; e com o Piauí, quanto à definição do limite da Chapada da Ibiapaba. Sendo esse ultimo o objeto de estudo desse trabalho, mas precisamente na área de litígio entre os municípios de Parambu (CE) e Pimenteiras (PI), localizado na região dos Inhamuns do estado do Ceará. A criação e extinção de municípios por motivos em sua maioria políticos, que não levavam em consideração nenhuma base legal, fez com que fossem criadas diversas áreas de litígio no território destes dois estados. Gerando diversos conflitos que se refletem até os dias atuais, tendo como principais atores envolvidos os posseiros e latifundiários da região. A falta de uma solução para esses problemas aumenta ainda mais o clima de tensão entre os moradores, que sofrem com a falta de políticas públicas que supram seus anseios de posse pela terra e melhor qualidade de vida. De acordo com essa conjuntura, o objetivo geral dessa pesquisa é analisar os conflitos territoriais ocorrente da área de litígio entre Ceará e Piauí, com destaque para os municípios de Parambu e Pimenteiras. Para atingir esse objetivo buscou-se discutir os processos históricos, geográficos, econômicos e políticos que levaram a formação de litígio no território sob influência desses municípios, bem como analisar as propostas de intervenção dos dois governos na busca pela resolução dessa problemática. Dessa forma procuramos realizar um trabalho de natureza qualitativa, calcada no método dialético, para tanto foram realizados trabalhos de campo, revisão bibliográfica sobre a temática e entrevistas com os moradores e lideranças das áreas envolvidas. Podemos perceber um descaso por parte dos governos dos dois estados para a solução desse problema, ficando as famílias sem nenhuma infraestrutura que supra suas necessidades básicas, como: saúde, educação e segurança. Palavras-chave: Conflito, Território, Litígio, Posseiros, Latifundiários.

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NUANÇAS DO PLANEJAMENTO TURÍSTICO NO LITORAL OESTE DO CEARÁ, BRASIL: A PRAIA DA BALEIA, EM ITAPIPOCA

-Tiago da Silva Castro

A abordagem do planejamento no litoral do Ceará é basilar para a compreensão da dinâmica de inserção do estado na divisão territorial do trabalho, iniciada pós 1980. A ineficiência do processo desenvolvimentista de industrialização do Nordeste, com foco nas regiões metropolitanas, deixou clara a necessidade de pautar a economia nordestina em outras bases, buscando agregar o litoral à reestruturação produtiva do território por meio do turismo. Neste contexto são implementadas políticas públicas de turismo com foco na implantação de infraestrutura visando o desenvolvimento da atividade, o adensamento da cadeia produtiva do turismo, o crescimento dos fluxos direcionados às praias e o desenvolvimento econômico dos municípios litorâneos. O planejamento governamental contribuiu para conformação de imagem turística para o litoral cearense, apoiado, sobretudo, nas benesses das práticas marítimas modernas, na possibilidade de fruição espacial, nas intervenções urbanas nas capitais e na perspectiva de geração de emprego e renda às comunidades litorâneas. Passadas duas décadas da aplicação do PRODETUR I no litoral oeste do Ceará, esta parcela do território ainda não faz parte do mercado turístico global, apresentando fluxos turísticos sazonais de caráter autóctone, uso sazonal das infraestruturas turísticas e pouco desenvolvimento socioeconômico. Exemplo é o caso da praia da Baleia, litoral de Itapipoca. Neste sentido, busca-se neste estudo compreender os entraves ao desenvolvimento socioeconômico da atividade turística no distrito de Baleia, litoral de Itapipoca/CE. Metodologicamente, a utilização de entrevistas com o poder público e com a comunidade permitiu a constatação de algumas das dinâmicas do local, recursos tecnológicos como documentação fotográfica e mapeamento ilustraram a realidade pesquisada, associado ainda às constatações in loco, permitiram a apreensão dos resultados do planejamento nesta parcela do litoral. Constata-se diversos erros cometidos no planejamento turístico da praia da Baleia, sendo estes obras inacabadas, caso da praça João Cauby Paiva e dos acessos à praia, causando transtornos aos visitantes que buscam chegar à beira-mar; obras alocadas em espaços sem demanda turística, como o Centro de Promoção Turístico Ambiental da Lagoa do Mato, alocado a cerca de 5 quilômetros da praia e sem qualquer funcionalidade; não há qualquer serviço turístico disponível na praia, como passeios de buggy, passeios de barco, trilhas, etc.; ausência de qualidade em serviços gastronômicos e de hospedagem são fatores ressaltados pelo poder público como elemento que não atraem turistas; a criação da Secretaria de Turismo de Itapipoca (no ano de 2013) veio acontecer após quase duas décadas do PRODETUR I. As políticas de turismo, no litoral oeste do Ceará, incidem de forma verticalizada buscando fomentar o desenvolvimento turístico não pautado numa demanda solvável. Assim os rebatimentos destas políticas se aproximam da segregação socioespacial no litoral comprovada pelos conflitos territoriais com as comunidades marítimas pesqueiras, dos impactos ambientais causados pela ocupação desordenada de dunas e planícies fluviomarinhas, causando a supressão de manguezais e redução do aporte sedimentar para deriva litorânea, e da dependência de localidades em relação a um turismo sazonal e excludente. Palavras-chave: Planejamento territorial, Turismo, Políticas públicas, Desenvolvimento, Segregação socioespacial.

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A PRODUÇÃO DE ARROZ ECOLÓGICO NA REGIÃO METROPOLITANA DE PORTO ALEGRE/RS: INCLUSÃO SÓCIO ECONÔMICA E TRANSFORMAÇÕES TERRITORIAIS

-Michele Lindner

-Rosa Maria Vieira Medeiros A luta pela terra é uma temática bastante discutida no meio acadêmico, no entanto além da luta pela conquista da terra, há também posteriormente a luta pela inclusão sócio econômica dos assentados. Fernandes (2000, p.50), ao tratar da formação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra no Brasil ressalta que: “Os lugares e os momentos formam a realidade. As pessoas fazem os momentos, transformam os lugares e constroem a realidade”. È nesse sentido de construção da realidade e transformação de lugares que vem se destacando a experiência de assentados da Região Metropolitana de Porto Alegre (RMPA) no Rio Grande do Sul (RS), que encontraram na produção do arroz ecológico uma forma de inclusão sócio econômica. O Núcleo de Estudos Agrários da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (NEAG – UFRGS) vem acompanhando essa experiência desde o ano de 2010, podendo através de observações, análises de água e solo, entrevistas e reuniões com assentados e técnicos, identificar importantes transformações nesta região e na vida dos assentados envolvidos na produção do arroz ecológico. A RMPA, economicamente caracterizada pela predominância de atividades urbanas, apresenta um espaço rural amplo onde o destaque agrícola é para a produção de arroz. Esta produção tem participação importante na economia dos municípios além de ocupar uma área significativa de sua área rural. No entanto, os impactos ambientais decorrentes dessa atividade agrícola são em sua maioria avaliados como negativos e é justamente por essa razão que a produção de arroz ecológico dá uma nova dimensão a esses impactos. Nesse contexto, a produção do arroz ecológico trata-se de uma experiência inovadora tanto em termos tecnológicos quanto nas dimensões socioeconômica, cultural e ambiental. Segundo Medeiros et al (2013), em pouco mais de uma década, a área envolvida com a produção de arroz orgânico no estado do Rio Grande do Sul, passou de 07 hectares para mais de 3.400 hectares, e o numero de famílias envolvidas com a produção passou de uma dezena para 339 famílias. As motivações que levaram essas famílias a aderirem a produção ecológica, levam em conta tanto motivações econômicas quanto sociais, pois ao aderirem a essa prática produtiva, as famílias agricultoras rompem não apenas com um padrão de produção agrícola dependente de insumos externos, mas constroem novas relações socioespaciais, engendrando significativas transformações territoriais e ambientais nos assentamentos. Portanto, é nesse sentido que a pesquisa busca demonstrar como ocorreram as mudanças na vida das famílias assentadas envolvidas na produção do arroz ecológico e as transformações territoriais geradas pela cadeia produtiva do arroz ecológico, que segundo a Cooperativa de Prestação de Serviços Técnicos (COPTEC), representa atualmente não só como a maior experiência de produção ecológica em área de assentamentos do Brasil, mas também a maior experiência da América Latina. Essa experiência da RMPA possibilitou aos envolvidos a inclusão no sistema produtivo local e a conquista de um público consumidor que busca produtos diferenciados, transformando significativamente a vida desses assentados e servindo de exemplo para famílias assentadas em outras regiões do RS, que passaram a produzir arroz de forma ecológica. Palavras-chave: Arroz ecológico, Assentamentos, Inclusão social, Transformações territoriais.

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DAS GRANDES OBRAS ÀS PEQUENAS OBRAS HÍDRICAS: ANÁLISE PRELIMINAR DAS FORMAS DE CONVIVÊNCIA COM A SECA NA REGIÃO DA BACIA DO RIO PARAÍBA

-Francisco Vilar de Araújo Segundo Neto

-Maria Cecília Silva Souza -Camila Leite de Melo Ruffo

-Pedro Costa Guedes Vianna

A intervenção do Estado na região Nordeste do Brasil sempre foi marcada pela centralização e fragmentação de suas ações e políticas públicas, se concretizando pela criação de organismos de “luta” contra a seca, transformando-se em objeto de disputas políticas por parte da elite rural nordestina. Atualmente, o conceito da “convivência com a seca” busca alcançar o desenvolvimento social e econômico do Nordeste através de programas, tais como o programa “Uma Terra Duas Águas” e “Um Milhão de Cisternas” que, por meio das Tecnologias Sociais Hídricas - TSH, possibilitam à população local ter acesso à água para cozinhar, beber e plantar. Por outro lado, o Projeto de Integração do Rio São Francisco – PISF é visto por grande parte da população nordestina como “solução” para o problema da escassez hídrica. O projeto é apresentado para assegurar água a milhares de habitantes de pequenas, médias e grandes cidades do semiárido nordestino. O presente trabalho tem como objetivo realizar uma análise preliminar das formas de convivência com a seca da população da bacia do rio Paraíba, a partir de grandes e pequenas obras hídricas. A bacia do rio Paraíba é a mais importante bacia hidrográfica do estado da Paraíba, com uma área de 19,5 km2, abrangendo as cidades de João Pessoa e Campina Grande, maiores cidades do estado. A área que envolve a bacia possui diversidade de climas e características físicas, além de uma grande extensão geográfica, sendo dividido em Alto, Médio e Baixo Curso além da sub-bacia do rio Taperoá. A metodologia consiste em explicar a realidade posta a partir de uma análise espacial dos projetos e ações em execução e propostos para a região pelos órgãos do Governo do Estado, ONGs e entidades do Movimento Social. Os resultados preliminares apontam que o PISF proporcionará mudanças no ordenamento territorial, porém sem alterações nas condições de acesso a água pela população dispersa do meio rural da região semiárida da bacia do Paraíba. Todavia, a única garantia para as cidades da região semiárida, considerada a mais seca do Brasil, a partir do PISF, é que o abastecimento feito por meio de adutoras continuará o mesmo, podendo haver uma expansão na sua rede de distribuição. No entanto, as populações dispersas das zonas rurais da bacia do Paraíba não terão garantia alguma de usos destas águas. Por outro lado, as TSH vêm se integrando como uma medida emergencial de abastecimento e de suprimento de água em períodos de estiagem destas populações dispersas que não terão acesso às águas do PISF. Neste sentido, se grandes obras hídricas não atenderem as demandas sociais da população que carece de água, as desigualdades sociais e econômicas existentes na região tendem a aumentar, e as TSH sempre aparecerão como medidas compensatórias e emergenciais, mas por si só, não resolverão os problemas de escassez. Palavras-chave: TSH, PISF, Convivência com a seca, Bacia do rio Paraíba, Semiárido.

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ANÁLISE DOS USOS MÚLTIPLOS E IMPACTOS AMBIENTAIS EM ÁREA RURAL: AÇUDE DO RIO CAXITORÉ, CEARÁ

-Marília de Fátima Barros Damasceno

-Lucia Maria Silveira Mendes

O presente trabalho tem como objeto de estudo o açude do rio Caxitoré, o qual está inserido na sub-bacia do rio Caxitoré, a qual está localizada na porção oeste da bacia hidrográfica do Rio Curu. A bacia hidrográfica do Curu está localizada no Centro-Norte do Ceará, drenando uma área de 8.527 km², o que corresponde a cerca de 6% do território do estado. A nascente do rio Curu localiza-se nas serras do Céu, Imburana e Lucas. Tem como seu principal afluente o Rio Canindé à margem direita e o Rio Caxitoré à margem esquerda (CEARÁ, 2009). Nesta bacia hidrográfica encontra-se a sub-bacia do rio Caxitoré. Está sub-bacia tem uma área de aproximadamente 1.040 km². A sub-bacia abrange cinco municípios, a saber, Umirim, Pentecoste, Apuiarés, Itapajé, Irauçuba e Tejuçuoca. Nesta sub-bacia, há o açude do Rio Caxitoré, abrangendo os dois municípios: Umirim e Pentecoste. O açude do rio Caxitoré, de acordo com os dados de Ceará (2011), foi construído pelo Departamento Nacional de Obras Contra as Secas - DNOCS entre 1958 e 1962, barrando o rio Caxitoré com capacidade para 202.000.000 m³ e uma vazão regularizada de 2,470 m³/s. Por seguinte, esta pesquisa possui como principal objetivo reconhecer as formas de uso do açude e seus impactos ambientais sobre os recursos naturais da área. Foram realizados metodologicamente, a priori, a pesquisa bibliográfica e o levantamento cartográfico sobre objeto de estudo “Açude Caxitoré” e, posteriormente, o reconhecimento da área através do trabalho de campo. No trabalho de campo, foram feitos registros fotográficos e o uso do aparelho G.P.S. para localização dos tipos de práticas de uso identificadas na área do açude. As fontes bibliográficas correspondem aos autores: Aragão e Oliveira (2011), Botelho e Silva (2012), Santos (2004) e as fontes documentais: Ceará (2011) e Ceará (2009). Como resultados, podem-se identificar as características naturais da área de estudo e as principais formas de uso do açude Caxitoré, como estão referidas logo em seguida. A área referente ao açude possui características naturais como Tropical Quente Semiárido, apresentando regime de chuva irregular e deficiência hídrica de baixa. A geologia, no entorno do açude, está representada em quase sua totalidade por uma associação de rochas da unidade Canindé e da unidade Independência. A área de entorno do açude apresenta uma cobertura vegetal moderadamente preservada, na qual a mata tem sofrido com as ações antrópicas, como desmatamento para obtenção de lenha, cultivo de subsistência, pastoreio, ou ainda, para urbanização. Quanto aos usos do açude refere-se às atividades, como a piscicultura, pesca, cultura de vazante, as áreas de mata servem para a forragem aos animais e o abastecimento humano e animal. Conclui-se que o açude é uma principal forma de represamento e acúmulo do recurso hídrico no ambiente semiárido. Com essa ferramenta, podem-se obter diversas formas de uso para a sobrevivência das comunidades abastecidas pelo açude, ressaltando que um gerenciamento e monitoramento adequados são importantes para uso qualitativo do corpo hídrico. Palavras-chave: Açude Caxitoré, Usos Múltiplos, Impactos Ambientais, Área Rural, Semiárido.

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PLANEJAMENTO REGIONAL E POLÍTICAS PÚBLICAS DE TURISMO NO MACIÇO DE BATURITÉ, CEARÁ, BRASIL

-Paulo Roberto A. de Oliveira

O texto tem como objeto de análise, a gestão pública de territórios turísticos a partir da implementação de políticas públicas de planejamento da atividade turística na Macrorregião turística cearense, denominada de Serras úmidas/Baturité, à luz da realidade regional e nacional. Objetiva-se identificar as políticas e programas públicos voltados ao planejamento da atividade turística na Macrorregião turística cearense Serras úmidas/Baturité nos contextos, nacional, regional e estadual; descrever o planejamento da atividade turística já em curso e discutir a implementação de novas políticas públicas de turismo; analisar as ações públicas para o planejamento da atividade turística na área de estudo. Alguns conceitos chave são discutidos para embasar teoricamente o estudo como: políticas públicas, gestão pública, planejamento regional, planejamento estratégico, território e região. O estudo define-se pelo caráter exploratório, com abordagem qualitativa dirigida ao estudo de caso. Foram coletados dados e informações de órgãos públicos, assim como de biblioteca e hemeroteca digital. Na macrorregião turística de Baturité é explorado, em especial, o turismo de serra que se encontra segmentado em turismo de aventura, ecoturismo, turismo rural, turismo cultural e religioso, turismo de eventos e turismo de raiz. Estes segmentos de turismo estão ligados diretamente às condições naturais e culturais encontradas em regiões de serras, por este motivo denomina-se aqui turismo serrano. A gestão pública de territórios turísticos no Brasil se pautam no discurso da implantação de ações públicas que impliquem no planejamento estratégico capazes de fomentar o crescimento econômico e o desenvolvimento das regiões com inclusão social, geração de emprego e renda. Por vezes, a implementação dessas políticas públicas e planejamento são investidas em infraestruturas voltadas a atender as necessidades dos empreendimentos turísticos e ao próprio turista. No entanto, acaba por gerar efeitos “compensatórios” para a população residente dos lugares turísticos contemplados por essas políticas (CORIOLANO, 2001). As principais ações e políticas, com maior ou menor efeito, contribuíram para a gestão pública e planejamento da atividade turística na Macrorregião turística do Maciço de Baturité no contexto, nacional, regional e estadual foram desde o PRODETUR-NE, os Planos plurianuais federais e estaduais, os Planos Plurianuais Participativo e Regionalizado (PPA), os Orçamentos participativos (OP), Os programas de regionalização das regiões turísticas em Macrorregiões turísticas (MRT’s), elaboração de planos de ações como Plano de Desenvolvimento Regional (PDR) e Planos de subsídios para o planejamento do turismo no Maciço de Baturité. Conclui-se que a regionalização foi uma estratégia de planejamento encontrada por municípios potencialmente turísticos, mas desprovidos de maiores investimentos na área. A organização das ações políticas públicas em prol do êxito da atividade turística ocorre de “cima para baixo”, ou seja, numa ordem hierárquica de competências das esferas públicas, da escala nacional para estadual para macrorregional e que por fim chega à escala local. Seus resultados estão dispostos ao usufruto dos proprietários dos meios de produção a fim de investirem seu capital e empreendedorismo, o que leva algum crescimento econômico às regiões turísticas interioranas. Palavras-chave: Planejamento regional, Políticas públicas, Turismo, Macrorregião turística, Serras úmidas/Baturité.

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Eixo 5

REDES ECONÔMICAS, URBANIZAÇÃO E FONTES DE ENERGIA

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O PAPEL DE NOVA FRIBURGO NA REDE DE LOCALIDADES CENTRAIS FLUMINENSE: UMA ANÁLISE COMPARATIVA 1966 -2007

-Miguel Angelo Ribeiro

O artigo propõe-se a descrever e analisar as áreas de atuação das cidades fluminenses sob o comando de Nova Friburgo, Centro Subregional A, município localizado na região de governo Serrana Fluminense. Tal estudo tornou-se pertinente, em decorrência das transformações desencadeadas nos últimos quarenta anos no espaço fluminense e que de certa forma vieram contribuir para uma modificação na centralidade e no redimensionamento dos fluxos de deslocamentos de consumidores em busca de bens e serviços, das cidades fluminenses. Posto isto, podemos afirmar que a hierarquia e a área de influência dos centros urbanos fluminenses passaram por transformações significativas nestes últimos quarenta anos, fazendo com que novos centros emergissem, outros centros perdessem o seu papel e alguns outros centros se mantivessem na mesma situação. Porém, os resultados aqui apresentados de subordinação sucessiva e de relações de dependência hierárquica entre as cidades fluminenses indicam a crescente diferenciação entre as mesmas e, simultaneamente, a complexidade dessa rede urbana. A pesquisa fundamenta-se em uma base teórica calcada na teoria das localidades centrais de Christaller e sua respectiva adaptação a partir de autores, tais como Roberto Lobato Corrêa e Milton Santos, que lançam ideias críticas e renovadoras, sobre a referida teoria. Tal recorte temporal justifica-se em decorrência das transformações desencadeadas no referido espaço a partir de situações inovadoras, reconfigurando territorialmente tal espaço, com alterações significativas na dinâmica dos mercados de trabalho, locais e mesorregionais e com mudanças nas estratégias dos principais agentes gestores sobre o território, como os governos municipal, estadual e federal, e as grandes corporações e empresas relacionadas. A questão central a ser desenvolvida é: como, atualmente, encontra-se organizada a rede de distribuição de bens e serviços sob a influência de Nova Friburgo, no que diz respeito à hierarquia e centralidade de seus municípios? Como procedimento operacional, a pesquisa realizada pautou-se na análise da Rede de Distribuição de Bens e Serviços, a partir da metodologia elaborada pela Coordenação de Geografia (CGEO) do IBGE, segundo as obras Divisão do Brasil em Regiões Funcionais Urbanas – 1972 e Regiões de Influência das Cidades – 1993 e 2007. A partir desta metodologia foram elaborados quadros, mapas e esquemas, a saber: (1) Níveis de Centralidade/Região de Influência de Nova Friburgo 1966/1993/2007; (2) Interações Espaciais de Nova Friburgo 2007; (3) Hierarquia Urbana de Nova Friburgo 1966/1993/2007. Neste contexto, a pesquisa procurou focalizar uma das mais relevantes tarefas para os geógrafos, o estudo e entendimento das redes geográficas, mais precisamente a Rede de Distribuição de Bens e Serviços, enfatizando o centro subregional A – Nova Friburgo no contexto Fluminense. Palavras-chave: Rede Urbana, Níveis de Centralidade, Região de Influência, Nova Friburgo, Estado do Rio de Janeiro.

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AGRICULTURA URBANA EM PORTO ALEGRE: DINÂMICAS SOCIOECONÔMICAS NO ESPAÇO LOCAL

-Elvis Albert Robe Wandscheer

-Rosa Maria Vieira Medeiros

O presente trabalho aborda a agricultura urbana de Porto Alegre. O enfoque da pesquisa contemplou as dinâmicas, organizações e características desta atividade produtiva, uma vez que a mesma tem sido cada vez mais fomentada e visualizada enquanto alternativa de ocupação e renda nos espaços urbanos. Assim, o objetivo do trabalho foi expor a Agricultura Urbana do Município focando sua dimensão espacial e os seus papéis socioeconômicos. A metodologia utilizada foi a análise descritiva com abordagem qualitativa junto à amostra da população das áreas em estudo. A amostra foi aleatória e intencional por abarcar tão somente indivíduos que vivem nos limites urbanos e tem práticas agrárias neste espaço. O referencial teórico parte da compreensão de “urbano” e sua problemática de demarcação, pois atualmente no Brasil é considerada “[...] cidade todas as sedes municipais existentes, independentemente de suas características estruturais e funcionais (VEIGA, 2003, p. 63)”. Nesse sentido, Veiga (2003, p. 57) chama ainda a atenção para o fato de que: “[...] os perímetros urbanos de muitos municípios engolem plantações, pastos e até imensos projetos de irrigação [...]”. Diante dessa perspectiva o marco teórico compreende a Agricultura urbana como atividade de produção e/ou transformação de produtos agrícolas nas áreas urbanas das cidades, independente de sua finalidade, seja ela autoconsumo ou comercialização. Os resultados encontrados na capital gaúcha demonstram algumas problemáticas no tocante à delimitação do espaço urbano e o rural, o que faz com que muitos espaços delimitados como urbanos sejam na verdade configurações eminentemente rurais. Podem ser observadas muitas diferenciações em função da área e localização ao longo das localidades produtivas. São basicamente dois aspectos que impactam de forma mais marcante a produção local são os mercados e a especulação imobiliária. Em relação ao primeiro fator, os mercados constituídos como aviários integrados e fornecedores da CEASA se constituem em fontes de renda que mesmo não sendo de alta rentabilidade apresentam como benefício à proximidade aos consumidores e o rápido escoamento dos produtos. Ainda diante do quesito mercado, os mercados de produtos agroecológicos e orgânicos tem ganhado espaço e representam cada vez mais um potencial para os produtores locais. Quanto ao fator que afeta os locais e seus produtores é a especulação imobiliária, uma vez que essa vem sofrendo “pressões” pelo espaço físico de grandes projetos habitacionais. Assim, pode-se afirmar que a atividade possui relevância no contexto municipal, mas enfrenta dificuldades oriundas da disputa pelo espaço que podem acabar levando muitas áreas a extinção da produção ou deslocamento para outros municípios, sobretudo aqueles da região metropolitana da capital sul-riograndense. Palavras-chave: Agricultura Urbana, Porto Alegre, Atividade Produtiva, Produção Agrária no Espaço Urbano.

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A AÇÃO DO ESTADO E DA POLÍTICA HABITACIONAL NA PRODUÇÃO SOCIOESPACIAL DA REGIÃO METROPOLITANA DE ARACAJU (SE)

-Mário Jorge Silva Santos

-Ana Rocha Santos

Este artigo apresenta os resultados parciais de pesquisa de tese, construído com procedimentos metodológicos baseados em revisão bibliográfica e análise de documentos. O objetivo proposto é analisar as ações do Estado, através das políticas de habitação desenvolvidas pela COHAB/SE (Companhia de Habitação de Sergipe) avaliando sua contribuição e contradições no processo de metropolização da cidade de Aracaju (SE). O processo de metropolização de Aracaju (SE) é um reflexo de uma modelo de desenvolvimento proposto pela SUDENE (Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste) como estratégia para o desenvolvimento da Região Nordeste. Essa política dinamizou a atividade industrial no estado de Sergipe, tendo Aracaju como eixo, provocando um intenso processo migratório em direção à capital. A intensificação das migrações interior-capital provocou o aumento significativo da população de Aracaju, sua malha urbana foi empurrada para os municípios vizinhos integrando-se espacialmente através da construção de conjuntos habitacionais e de loteamentos que proliferaram e aumentaram a complexidade destes municípios (FRANÇA, 2005). Entre 1968 e 2002, a COHAB/SE, construiu 20.587 unidades habitacionais em Aracaju(SE) “contribuindo para interligar a malha interna da cidade, ainda não consolidada, produzindo o espraiamento, a valorização e especulação dos grandes vazios, mais tarde ocupados por loteamentos e também por empreendimentos do capital financeiro imobiliário”(CAMPOS, 2006). Com isso, a COHAB/SE passou a adquirir terrenos para construção de conjuntos habitacionais nos municípios vizinhos a Aracaju (SE) e neste período foram construídas 42.749 unidades habitacionais nos municípios de Nossa Senhora do Socorro (SE), Barra dos Coqueiros (SE) e São Cristóvão (SE), todos vizinhos a Aracaju (ADE/COHAB, 2003). Essas unidades habitacionais representaram 76,27% de todas as unidades construídas pela COHAB/SE no estado de Sergipe. Em 1982 o Governo de Sergipe cria a Região Metropolitana da Grande Aracaju (RGA) e em 1995 através da Lei Complementar nº 25, de 29 de dezembro de 1995 a Região Metropolitana de Aracaju (RMA), que é composta pelos municípios de Aracaju, Nossa Senhora do Socorro, São Cristóvão e Barra dos Coqueiros sendo considerada área de interesse especial, com dotação orçamentária própria para execução de interesse comuns aos municípios. Ainda que não configure uma região metropolitana completa (IBGE e IPEA, 2012), é certo que ela vem passando por grandes transformações, conduzidas especialmente pela interface Estado e capital financeiro imobiliário, que provocam problemas sociais resultados de uma política centralizadora e desarticulada, que acabam contribuindo para outros descompassos comuns na RMA, como a falta de abastecimento de água, esgoto, creches, saúde e geração produtiva. Isto se agrava ainda mais, visto que as políticas habitacionais existentes privilegiam ainda hoje, as camadas sociais inseridas socialmente em uma faixa de renda superior a 3 salários mínimos, negando a possibilidade de acesso à moradia e o direito a cidade as camadas mais humildes da população, a mesma população atingida por um déficit habitacional que só na RMA é de 31.995 domicílios (IPEA, 2012), o que corresponde a 13% em relação ao total de domicílio, uma realidade que expressa a carência de ações mais efetivas no tocante a integração e desenvolvimento social e econômico da população residente nessa região. Palavras-chave: Estado, Política habitacional, Região metropolitana.

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DINÂMICAS URBANAS NA AMAZÔNIA ORIENTAL: ELEMENTOS PARA PENSAR A REDE URBANA NA PORÇÃO LESTE DA ILHA DE MARAJÓ, PARÁ

-Adilton Pereira Ribeiro

Na Amazônia o sentido da conquista e ocupação do território se realizou através da via fluvial. Foi ao longo dos rios que surgiram os primeiros núcleos urbanos na região. Estes pequenos núcleos urbanos assumem papel de destaque na dinâmica espacial, política, econômica e cultural da Amazônia. Dessa forma, estudar a rede urbana na Amazônia, em particular nas cidades ribeirinhas, nos remete imediatamente à dinâmica fluvial, pois os rios são os mais importantes, quase únicos, meios de circulação de pessoas, produtos e serviços. A análise da rede urbana nos ajuda a entender como ocorrem os fluxos, as conexões dessas cidades entre si e com Belém, o papel dos rios e, consequentemente, do transporte fluvial na estruturação da respectiva rede urbana. Na Ilha do Marajó, localizada no extremo norte do Estado do Pará, os barcos são os promotores da circulação entre as cidades e destas com os maiores núcleos urbanos da região: Belém (PA) e Macapá (AP). Neste sentido, este trabalho tem por objetivo analisar as articulações, os fluxos e conexões das cidades que fazem parte da rede urbana da porção leste da Ilha de Marajó e destas com a cidade de Belém, bem como a importância dos rios nesse processo. Para a elaboração deste trabalho foi feito um levantamento de caráter bibliográfico. No segundo momento, procedeu-se ao levantamento documental de dados secundários. No terceiro momento foi feita a observação de campo sobre a importância do rio para a circulação de produtos, serviços e pessoas. Em seguida será feito o levantamento empírico de dados primários sobre aspectos da rede urbana, principalmente relacionados ao fluxo de pessoas, mercadorias e serviços entre as cidades e a importância dos rios nesse processo. Como procedimento de campo faremos o uso do formulário como instrumento de coleta de dados. Na porção leste da Ilha de Marajó o rio marca a vida e as relações entre os núcleos urbanos, pois é através deles que pessoas, produtos e serviços circulam entre as diferentes cidades. A rede urbana da porção leste da Ilha de Marajó corrobora a ideia de que na Amazônia podemos falar de uma urbanodiversidade (TRINDADE JR., 2010), pois nestas cidades os fluxos materiais ocorrem em sincronia com os rios. Há o predomínio de atividades econômicas simples e o rio continua sendo parte indispensável da vida dos citadinos. As cidades da porção leste da Ilha de Marajó caracterizam uma rede urbana do tipo dendrítica (CORRÊA, 2006), pois os núcleos urbanos localizam-se junto ao rio e Belém assume o papel de cidade primaz no comando da rede urbana. O fluxo de passageiros, de cargas e de serviços entre as cidades da Ilha é pouco intenso, em decorrência, principalmente, das precárias condições do transporte fluvial na região, das distâncias entre os núcleos urbanos e poucos investimentos no transporte hidroviário. Por outro lado, os fluxos e conexões são bastante intensos com a cidade de Belém, confirmando a primazia da metrópole paraense na rede urbana. Neste contexto, portanto, o rio é primordial e estratégico na rede urbana da região. Palavras-chave: Espaço, Rede urbana, Urbanodiversidade, Rio.

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O PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO E MEGAEVENTOS SUAS SEMELHANÇAS E CONSEQUNCIAS NO ESPAÇO URBANO DE FORTALEZA

-Rodolfo Anderson D. Gois

Esse trabalho é fruto da dissertação A Metrópole e os Megaeventos: implicações socioespaciais da Copa do Mundo de 2014 em Fortaleza. Defendida em agosto de 2013 no Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal do Ceará sobre orientação dos professores Dr. Luiz Renato Bezerra Pequeno (UFC) e da Drª. Maria Clélia Lustosa Costa (UFC). Há um jogo das cidades em busca dos megaeventos. Nos últimos anos no mundo as cidades que almejam destaque na economia globalizada recorrem à promoção dos grandes eventos e Fortaleza entrou nesse jogo. Tais eventos são vistos pelos gestores urbanos como um ótimo catalisador de prosperidade urbana, uma vez que as urbes passam a ter visibilidade no mundo pelas mídias que cobrirão o evento. Essa temática atrai a atenção de alguns pensadores como Harvey (1992) que visualiza os megaeventos como uma nova forma de investimento do grande capital nas cidades. Castells (1990) acredita que no mundo globalizado as cidades devem abraçar posturas de gestão empreendedoras como forma de se firmar internacionalmente. Por sua vez, Vainer (2000) interpreta negativamente uma gestão urbana empreendedora que priorize megaeventos em detrimento das demandas da urbe. Apesar dessas reflexões ainda existe uma carência de estudos voltados ao planejamento urbano e suas interfaces com os megaeventos e seus legados no espaço urbano das cidades-sedes. Os estudos existentes concentram suas analises nos dados econômicos do evento como: empregos, fluxo turístico, renda, investimentos públicos e privados. Porém, há uma lacuna nos estudos que abordam aspectos sociais e do planejamento. Assim indagamos: Quais as semelhanças do planejamento de caráter empreendedor com os megaeventos e suas consequências no espaço urbano de cidades como Fortaleza, uma capital de realidade complexa, segregada e multifacetada? Através de trabalhos de campo, acompanhando as construções dos projetos previstos para a Copa 2014 e da análise dos instrumentos urbanísticos vigentes em Fortaleza, com destaque para o atual Plano Diretor Participativo, principalmente a política de zoneamento, procurou-se verificar se havia obediência ao planejamento por parte dos projetos ligados ao mundial. Visualizou-se como isso que as consequências do megaevento no espaço urbano da capital cearense são que os agentes governamentais buscam uma imagem de Fortaleza renovada e moderna, uma capital que oferece múltiplos atrativos que vão além do sol e belas praias, uma metrópole que dispõe de oportunidades para os negócios de corporações e empresários, shows e eventos internacionais em seus novos e melhorados equipamentos urbanos como o Centro de Eventos do Ceará e Arena Castelão. Porém a busca dessa imagem renovada e moderna faz com que Fortaleza seja uma cidade gerida por projetos pontuais no espaço urbano da capital, voltados para uma lógica global e exógena deixando de lado suas diretrizes de planejamento urbano que em essência poderia ajudar a sanar as demandas da população de Fortaleza, principalmente a mais carente. Palavras-chave: Planejamento estratégico, Megaeventos, Fortaleza.

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A DINÂMICA DOS CIRCUITOS DA ECONOMIA URBANA NA INDÚSTRIA DE CONFECÇÃO EM FORTALEZA, CEARÁ

-Marlon Cavalcante Santos

-José Borzacchiello da Silva

Esse trabalho é resultado da dissertação A dinâmica dos circuitos da economia urbana na produção de confecção em Fortaleza-Ceará. Tal está presente em várias cidades de países de capitalismo tardio e é responsável pelo provimento de uma quantidade significativa de empregos para a população urbana, estruturando-se um modo de produção interescalar que alia o processo local ao global. Nesse contexto, são consideradas as modificações feitas nos modos de produzir, gerir e comercializar, proporcionadas pela Reestruturação Produtiva na década de 1970, momento de modificações das condições financeiras e produtivas do mundo capitalista, tendo como consequências diferenciações substanciais na produção, essa saindo de antigas cidades industriais e buscando novos espaços produtivos para a expansão da produção capitalista em países não desenvolvidos como Brasil, Índia, Bangladesh, entre outros, estruturando, portanto, novas relações espaciais no mundo globalizado. Procura-se entender através da teoria dos circuitos da economia urbana, a Indústria de Confecção na cidade de Fortaleza, capital do Ceará, como uma atividade que modifica as relações dos agentes produtores do espaço, esses inseridos na dinâmica dos circuitos espaciais da economia urbana. Destarte, este trabalho objetiva refletir sobre as relações dos circuitos superior e inferior na produção de confecções e, assim sendo, sobre suas repercussões em Fortaleza, onde são evidenciadas as indústrias de confecção. Embora esse aporte teórico tenha sido elaborado nos anos 1970 pelo professor Milton Santos, na atualidade essa analise se coloca como um meio que permite o entendimento de fenômenos relacionados à dinâmica econômica urbana, principalmente, em países de capitalismo tardio. Para tanto, foram feitas leituras pertinentes à temática deste trabalho, bem como a realização de pesquisas de campo em algumas indústrias de confecção em Fortaleza, como a Federação das Indústrias do Ceará (FIEC), o Sistema Nacional de Emprego-Instituto de Desenvolvimento do Trabalho (SINE-IDT), o Sindicato das Costureiras de Fortaleza, a Prefeitura Municipal de Fortaleza (PMF), entre outras instituições. Buscou-se relacionar teoria e empiria para o entendimento de uma dinâmica urbana pertinente para muitas cidades brasileiras e de outros países não desenvolvidos. O trabalho de campo foi fundamental para evidenciar a indústria de confecção, pois tal unidade produtiva, geralmente, não é percebida, posto que estar dentro da casa dos trabalhadores, não necessitando de galpões e estruturas produtivas evidentes. Entende-se, portanto, a importância deste trabalho para Fortaleza por ter uma significativa concentração de indústrias de confecções, estando essas no circuito inferior da economia urbana, possibilitando relações espaciais produtivas, trabalhistas e comerciais ligadas a dinâmica da economia urbana. Diante do exposto, o trabalho colabora para o entendimento das relações produtivas espaciais da Indústria de Confecção em diversas escalas, tendo Fortaleza como o locus de análise empírica analítica. O entendimento do fenômeno aqui estudado configura-se, portanto, como o aporte magno do presente trabalho. Palavras-chave: Espaço, Circuitos, Confecções, Facções.

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RELAÇÃO CAMPO CIDADE: UM ESTUDO DE CASO NO MUNICÍPIO DE PARINTINS-AM

-Dilson Gomes Nascimento -Thays Thyza de Oliveira Silva

O objetivo deste artigo foi compreender a relação campo cidade e a organização social da produção camponesa no ambiente de várzea do município de Parintins, extremo leste do Estado do Amazonas. O presente trabalho foi fruto de uma revisão da literatura e de levantamento de informações sobre a produção agrícola junto aos ribeirinhos por meio da observação direta, aplicação de questionários com questões abertas e fechadas e realização de entrevistas semiestruturadas. Para tanto, adotou-se como recorte espaço-temporal as relações estabelecidas pelos moradores da comunidade ribeirinha de várzea denominada “São Sebastião do Boto” com a cidade de Parintins-AM, compreendidas, sobretudo até o terceiro quartel do século XX. A escolha da comunidade ocorreu em função das peculiaridades que apresenta como o fato de ter sido local de produção extrativista desde o século XIX até meados do século XX e por ter recebido na década de 1960, um prêmio do governo brasileiro pelo destaque na produção de hortifrutigranjeiros. A comunidade localiza-se na margem esquerda do rio Amazonas, cerca de 20 km à montante da sede municipal. O texto apresenta as principais atividades produtivas praticadas pelos ribeirinhos até a década de 1970, quando ocorre a inversão populacional do município. As atividades predominantes até o período assinalado estavam relacionadas ao extrativismo da seringa, e ao cultivo de cacau e tabaco. No que concerne à relação campo cidade pode-se afirmar que até a década de 1970 a comunidade estudada mantinha poucas ligações com a sede municipal, pois a produção extrativista era comercializada diretamente com os regatões oriundos das cidades de Manaus-AM e Belém-PA, que subiam ou desciam o rio Amazonas nos navios a vapor. A produção dos ribeirinhos era “entregue” ao patrão, na casa de comércio. O patrão era uma figura importante nas relações sociais de produção, ligando-se ao ribeirinho por do sistema de aviamento. Ao estudarmos a situação dos camponeses-ribeirinhos, principalmente no que concerne às relações sociais de produção, vê-se que estes a princípio guardavam certa “autonomia” em relação à cidade, pois se encontravam altamente atrelados à figura do patrão. Posteriormente, com a ampliação da relação com a cidade o produtor rural livrou-se do patrão, tendo findado as atividades dos regatões a vapor com o surgimento do transporte local realizado pelos motores a diesel, porém novos intermediários surgiram como o atravessador/marreteiro, responsável pela mediação entre produtor e consumidor final, hoje presentes nos mercados e feiras da cidade de Parintins. Palavras-chave: Urbanização, Município de Parintins, Organização da Produção Camponesa, Relação campo cidade.

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O PAPEL DAS FRAQUIAS NA CONSOLIDAÇÃO DA CENTRALIDADE DAS CIDADES MÉDIAS: O CASO DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO-SP

-Priscila Estevam Engel

As mudanças nos padrões e no potencial de consumo das cidades médias ampliam-se conforme as interações espaciais interescalares, ao mesmo tempo, em que estas promovem mudanças profundas nas lógicas econômicas e nas práticas socioespaciais contemporâneas das cidades médias, alterando sua condição na rede urbana. As cidades médias têm passado por um processo de reestruturação e com isso pode-se observar transformações significativas na sua estrutura urbana, como por exemplo, a implantação de estabelecimentos comerciais que seguem a lógica dos sistemas de franquias, os quais priorizam instalar-se em grandes avenidas, centros e na sua maioria em shopping centers. Este trabalho busca compreender o consumo e seus efeitos

no espaço e no conteúdo das cidades médias, em especial São José do Rio Preto localizada na porção noroeste do Estado de São Paulo, tendo as interações socioespais como plano de fundo. São José do Rio Preto faz parte de uma rede urbana complexa que extrapola a escala regional e também os limites político-administrativos do estado de São Paulo, o que nos impede de fazer referência a um recorte para a rede urbana cujos limites são o da gestão do território administrativo e estatal. Assim, podemos inferir que esses empreendimentos seguem lógicas específicas para atrair fluxos intra e interurbanos.Com isso, propomo-nos como objetivo analisar as lógicas de localização das franquias no espaço intra e interurbano desta cidade,visto que, tais empresas apropriam-se de condições espaciais específicas para assegurar o sucesso da marca e a venda dos seus produtos, fato que revela a lógica territorial que lhe é inerente: a da busca pela centralidade, ou mesmo, no caso de franquias de competência espacial, a constituição de uma centralidade. Lançamos a hipótese de que a presença/ausência de franquias nas cidades da área de influência de São José do Rio Preto pode contribuir para a identificação de áreas centrais e expressões de centralidade na estrutura urbana da cidade. Para afirmar tal hipótese realizou-se: 1) levantamentos de todas as franquias instaladas em São José do Rio Preto, em especial nos shopping centers; 2) busca de informações a fim de saber se estas estão instaladas nas cidades

da hinterlândia; 4) Classificação de tais franquias; 3) Levantamento nos estacionamentos dos shopping centers da origem das placa; e , 4) Trabalhos de campo. Sendo assim, pelo viés do consumo elaboramos um conjunto de elementos para compreender o movimento de reprodução do capital, a partir das franquias instaladas nas cidades médias paulistas, consolidando os papéis desempenhados por ela, sendo o de maior destaque a forte centralidade regional, e suas singularidades no espaço intraurbano. Palavras-chave: Consumo, Cidades Médias, Franquias, Shopping Centers, Redes.

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DENTRO E FORA DOS MUROS: RESIDENCIAIS FECHADOS E SEGREGAÇÃO SOCIOESPACIAL EM CIDADES NÃO METROPOLITANAS

-Patrícia Helena Milani

Esse trabalho integra nossa pesquisa de doutorado acerca dos “novos padrões da segregação socioespaciais nas cidades de São José do Rio Preto e Catanduva: residenciais fechados e shopping centers”, que tem o objetivo de analisar como os moradores de residenciais fechados identificam os limites entre o interior e o exterior desses espaços delimitados por muros. Os muros são tanto uma barreira material, quanto um limite simbólico, que exerce influência nas práticas espaciais cotidianas dos moradores (abordadas nesse texto) e dos trabalhadores (não abordadas nesse texto) que entram cotidiana ou esporadicamente nesses espaços residenciais, o que alimenta o processo de segregação socioespacial, cujas dimensões objetivas e subjetivas são assim evidenciadas. Tendo o cotidiano como nossa escala principal de análise, e as práticas espaciais como dimensão que integra a produção do espaço urbano, nos embasamos principalmente em Lefebvre (1991), Certeau (1996), Lindón (2006, 2008) e Svampa (2001), a despeito da existência, não apenas de convergências, mas também de divergências entre eles. Quanto à metodologia, recorremos à linguagem do cotidiano que apreendemos a partir de roteiros (semi-estruturados) de entrevistas (gravadas) organizados por assuntos (perfil, motivação, cotidiano e cidade, lazer e cidade, vizinhança, visitas, serviços, regras e avaliação final), estratégia que favorece o tratamento do material produzido com a transcrição das mesmas. Porém, durante as entrevistas, procuramos dar coesão à conversa, sem evidenciar a delimitação dos assuntos. As respostas que mais subsidiaram nossa problemática foram àquelas referentes às atividades cotidianas, quando perguntamos sobre relações de vizinhança, lazer, consumo e, sobretudo, alterações dessas práticas depois da mudança para o residencial fechado. A partir desses assuntos, os entrevistados espacializam (dentro e fora) e temporalizam suas respostas (antes e depois da mudança), pois descrevem práticas internas ao residencial, mas também fora dele, principalmente para fazer compras. Assim, as continuidades e descontinuidades (rupturas) permeiam os relatos, tanto no que diz respeito à dimensão espacial quanto à temporal. Dessa forma, novos significados que pautam as práticas espaciais são elaborados, envolvendo relações contraditórias entre dentro e fora, antes e depois, mudança e permanência, espaço e tempo. Mas revelou-se importante atentar para a diversidade de práticas espaciais e relações sociais presentes nos relatos, reveladores da heterogeneidade que caracteriza o processo de segregação socioespacial, quando levamos em conta a escala do cotidiano em cidades não metropolitanas. Palavras-chave: Segregação socioespacial, Práticas socioespaciais, Residenciais fechados.

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CENTRO HISTÓRICO E CENTRO TRADICIONAL: NOVAS DINÂMICAS E O CASO DA CIDADE DE MARÍLIA-SP

-Heloísa Mariz Ferreira

Neste artigo, ao tratarmos acerca da produção do espaço urbano, damos atenção especial ao centro das cidades. Se numa primeira fase, correspondente ao seu período de auge, o centro sofria constantes renovações, no intuito de otimizar os usos, por meio do aumento das dinâmicas imobiliárias. Num segundo momento, de conformação de cidades policêntricas, o centro passou a exibir perda de importância frente as novas áreas centrais, quando benfeitorias e investimentos também foram realizados em outras porções das cidades. No momento atual, marcado por um contexto de valorização das formas materiais que remetem ao passado, as ações têm se voltado às recuperações do patrimônio e renovações, que embora incapazes de retomar as dinâmicas de outrora do centro, dão novos ritmos. Ao tratar dos centros históricos, o articulamos com a concepção de centro tradicional, entendendo que a perda de importância do último significou a degradação de imóveis com alto valor histórico, embora, em alguns casos, a renovação despreocupada implicou, ao mesmo tempo, na perda dos vestígios dos tempos pretéritos. As ações sobre os centros históricos são empreendidas, sobretudo, pelo planejamento urbano, cujas intervenções não geram consenso e demandam maiores debates. Além disso, a preocupação com a conservação das formas materiais se dá pelo privilégio quase exclusivo das formas antigas, que no Brasil tem se considerado as formas correspondentes ao período anterior ao século XX, de modo que deixa de contemplar cidades surgidas mais recentemente e dificulta as ações de preservação da memória destas cidades. No presente trabalho, abordaremos o caso de Marília, cuja formação remonta ao início do século XX. Nesta cidade, através da análise do plano diretor e da realização de trabalho de campo, verificamos que o poder público municipal tem conferido pouca atenção ao tema e os imóveis que exibem formas materiais que remetem às primeiras décadas de formação da cidade estão degradados e guardam vestígio do passado em função de estarem desocupados, quando ocupados, os vestígios não decorrem de preocupações sistemáticas quanto ao patrimônio arquitetônico da cidade. No que se refere ao governo estadual, o Conselho de Defesa Patrimônio Histórico Artístico (Condephaat) priorizou, inicialmente, o tombamento de imóveis que exibissem grande relevância arquitetônica e possível aproveitamento turístico e econômico, em detrimento da importância como parte da memória da cidade. A década de 1970 mostrou algumas mudanças a partir da ampliação da concepção de patrimônio e do tombamento de parcelas da cidade, como centros históricos. Ainda assim, os pedidos de tombamento aprovados foram aqueles que apresentaram importância para a história do estado de São Paulo. Os últimos anos, diferentemente, têm mostrado mudanças significativas, a partir de 1980, referentes à maior importância conferida à memória social, aos conflitos com o mercado imobiliário e a abertura à participação popular, mas contudo, o papel conferido à relevância arquitetônica permanece. Neste sentido, as intervenções realizadas sobre o centro das cidades primaram pela valorização do capital, em detrimento das populações residentes e da memória das cidades, sobretudo em relação a cidades de história recente. Palavras-chave: Formas, Memória, Centro histórico, Centro tradicional, Marília/SP.

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GENTRIFICAÇÃO DO ESPAÇO URBANO E SUA INFLUÊNCIA NA DINÂMICA ECONÔMICA DA CIDADE

-Gabrielle de Souza Frade

As cidades atualmente são resultantes e condicionantes de processos econômicos, sociais e políticos, em diferentes escalas, fato que reproduz e reforça as desigualdades na estrutura social. A Região Metropolitana do Rio de Janeiro, assim como outras, passa por transformações que atingem, não somente seu núcleo, mas também, os demais municípios que a compõem. Pensando dessa maneira, esta pesquisa tem como objetivo a reflexão sobre o processo de gentrificação que tem ocorrido na metrópole do Rio de Janeiro, retratando mais especificamente a cidade de Nova Iguaçu, onde por conta de investimentos públicos e principalmente privados, sua área central tem passado por um intenso processo de valorização imobiliária, sobretudo com a chegada de novos empreendimentos e a consequente atração da classe média e/ou empresários locais para áreas que há algumas décadas atrás eram ocupadas por uma população de poucos recursos, por conta dos módicos preços de aluguel e compra de imóveis, e tida principalmente como cidade dormitório, em função dos deslocamentos diários dos trabalhadores, para vários pontos do Rio de Janeiro. É de interesse, também, um aprofundamento acerca da presença do elemento denominado como gentrifiers, que seriam os agentes desse processo. Esse grupo pode ser composto pelos recém atraídos moradores, que tem um poder de atração de serviços especializados e de mais alto padrão, ou por investidores que fornecem bases e infraestrutura para reprodução desse grupo. No caso de Nova Iguaçu, poucos são os movimentos que tem se mostrado contrários ao processo. Existem duas possibilidades para esse fato. Em primeiro lugar, os grupos contrários a essa atração de novas classes sociais para a região central de Nova Iguaçu não estão tendo voz para expor sua insatisfação. Outra possibilidade é um real interesse de uma parcela dos moradores que esse processo se consolide. Esse grupo percebe a gentrificação como uma forma de elevar o status social do seu bairro, assim como de valorizar os seus imóveis, alheios aos impactos sociais do processo. Ressalta-se que tal fato compõe o processo de reestruturação urbana da metrópole do Rio de Janeiro, de uma nova espacialidade dos capitais e da divisão territorial do trabalho metropolitano intensificando o problema da desigualdade social. O rápido crescimento imobiliário além da mudança de perfil do morador tem causado transtornos freqüentes como falta de água, reflexos no trânsito e alagamentos por problemas na rede de drenagem de esgoto. Pelo discurso do desenvolvimento econômico, o poder público tende a atribuir o protagonismo das ações da produção do espaço às construtoras que ficam responsáveis pela produção da cidade, o que agrava o problema da segregação sócio-espacial. Como metodologia foram realizados levantamentos bibliográficos, trabalhos de campo para obtenção de informações acerca do processo, entrevistas com moradores novos e antigos para que se compreendessem os atrativos locais, quais seriam os motivos pela escolha da área e mapeamento das áreas identificadas como fazendo parte do processo de gentrificação. Esta pesquisa encontra-se em estágio de conclusão. Palavras-chave: Gentrificação, Região Metropolitana, Reestruturação Urbana.

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AL-QAEDA E ESTADO ISLÂMICO (EI): DA FRANQUIA AO CALIFADO? ESCALAS, REDES E TERRITÓRIOS

-Vivian Santos da Silva

-Frédéric Monié

Nenhuma definição delimita claramente o terrorismo, fenômeno multifacetado, variável no tempo-espaço, diverso nos objetivos, praticado por indivíduos ou grupos, selecionando ou não seus alvos, revolucionário ou reacionário, criminoso ou utópico. O estudo do terrorismo sofre de uma ambiguidade maior. Os protagonistas rejeitam a responsabilidade no inimigo: o terrorismo seria assim a violência praticada pelos outros. No geral os atentados têm dupla função: publicização de uma causa e provocação da reação violenta dos Estados atingidos, reação suscetível de facilitar posteriormente o recrutamento de militantes ou ativistas. Sendo o uso sistemático e inovador da mídia elemento central das estratégias dos indivíduos e grupos que praticam atos terroristas desde o final do século XIX. Depois da 2ª guerra mundial, a bipolarização da sociedade internacional e o enfrentamento entre Israel e países árabes contribuíram para disseminação da violência terrorista fora dos santuários territoriais poupados pela dissuasão nuclear. No contexto local regimes políticos e governos perdem crédito diante da falência das políticas desenvolvimentistas, crescimento das desigualdades sociais, corrupção e autoritarismo político (Kepel). Em sociedades que não oferecem perspectivas para juventude, os grupos islamistas, ampliam seu recrutamento. Os contextos regional e global constituem também terreno fértil para o islamismo radical. O surgimento e a consolidação rápida da Al Qaeda como internacionalista de muçulmanos que querem militar e combater a serviço de outros muçulmanos marca uma virada. A partir da vitória do Taleban, Al Qaeda consagrar-se na luta na periferia do mundo muçulmano e paralelamente multiplica atendados pelo mundo. Afirmando-se como movimento cosmopolita e internacionalista que articula escalas de ação, com uso intensivo das tecnologias da informação e controle de redes legais e ilegais de financiamento, com possibilidades operacionais proporcionadas pela sociedade em rede. Recentemente, o surgimento do movimento Estado Islâmico (EI) pode sinalizar uma nova bifurcação. Criado no Iraque por dissidentes da Al Qaeda, o grupo ampliou rapidamente sua capacidade de ação recrutando militantes e através do terror praticado nos territórios controlados. A expansão militar do movimento foi fulgurante em direção as regiões do Iraque e da Síria. Este trabalho constitui uma análise comparativa entre estratégias e escalas de ação da Al Qaeda e do EI. Como se articulam as relações de cada um desses grupos com os territórios onde operam? Quais fatores, nacionais, regionais e mundiais explicam as trajetórias diferenciadas dos movimentos? Nosso arcabouço teórico-metodológico está pautado nos seguintes conceitos: território e territorialidade (Lopes, Raffestin, Haesbaert, Sack,); território-zona e território-rede (Veltz); rede (Raffestin; Dias, Santos); escala de ação (Castro, Sack); islamismo-radical (Said, Costa, Fillul, Kepel) e terrorismo (Challiand). A operacionalização da pesquisa utilizou o método de análise dos conflitos em diversos níveis de análise proposto por Lacoste. Concluímos de forma previa que o surgimento e expansão do EI marcam uma nova virada geopolítica do terrorismo internacional cujo ator principal foi nas últimas duas décadas, um grupo que se organizou como franquia global composta por células. Frente ao território-rede da Al Qaeda, a estratégia seguida pelo EI no Iraque e na Síria aponta para formação de um território-zona mais tradicional objetivando construir uma forma de Estado. Palavras-chave: Terrorismo, Territórios, Redes.

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THE END GAME OF MEGA-EVENTS IN RIO DE JANEIRO

-Christopher Gaffney

Since the mid-1990s, urban administrations in Rio de Janeiro have pursued sports mega-events as a strategy to attract investment, tourists, and media attention to the city. In order to realize these events, governing coalitions have directed urban policy decisions in accordance with the principles of city marketing, urban managerialism / entreprenurialism, regimes of exception, and neo-liberalism. These policies have increasingly shaped the urban and social fabrics of the city. The repeated realization of mega-events has brought waves of statutory and infrastructure reforms to the city. While many commentators have noted these trends and investigated the impacts of policy in various fields, this work seeks to get at the larger theoretical and practical implications of these changes. By employing Foucault´s notions of governance, circulation, and bio-power (2009[1978]), I will investigate the possibility that the pursuit and realization of mega-events is an attempt to alter the ways that urban circulations are structured and managed with the goal of expanding and consolidating territorial sovereignty. Key words: Rio de Janeiro, Mega-events, Governance, Circulation, Sovereignty.

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O COMÉRCIO DO CIRCUITO INFERIOR E SUA ESTRUTURAÇÃO NO CENTRO DE FORTALEZA

-Eciane Soares Silva.

O centro da cidade de Fortaleza, ao longo dos anos, tornou-se o principal lócus do comércio popular de baixa capitalização no estado do Ceará. Não há em nenhuma parte do estado outro local com a concentração e importância desse comércio característico do circuito inferior da economia urbana, destacando-se o comércio de confecção e o comércio ambulante. A presença e a consolidação de tal atividade nessa área guardam relações estreitas com mudanças que abrangem desde as transformações macroeconômicas e os processos migratórios até as transformações urbanas pelas quais a cidade passa. Desse modo, embasar-se-á esta análise considerando a teoria da economia urbana de Milton Santos, desenvolvida na década de setenta, na qual o autor aborda os dois circuitos da economia urbana nos países não desenvolvidos – o circuito superior e circuito inferior –, os quais são “[...] responsáveis não apenas pelo processo econômico urbano, mas também pelo processo de organização espacial” (SANTOS, 2011). Levantamento documental relevante à pesquisa foi realizado na Prefeitura Municipal de Fortaleza (PMF), na Secretaria Regional Executiva do Centro (Secefor), no Sine/CE e na Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Fortaleza (SDE); trabalhos de campo; revisão bibliográfica e a utilização de informações do banco de dados sobre pesquisas no centro de Fortaleza, na plataforma do Metrowiki, da rede de pesquisa Observatório das Metrópoles (INCT/CNPq) – núcleo

Fortaleza, constituíram processos importantes na realização da pesquisa. Dessa forma, atentamos para a necessidade de compreender a influência do comércio de rua na configuração espacial e econômica do Centro de Fortaleza. Para o entendimento da consolidação do comércio típico do circuito inferior no Centro, a partir das transformações urbanas de Fortaleza, tem-se a contribuição de Dantas (1995), que constrói uma análise a partir da história da cidade, do processo de constituição da cidade moderna, considerando a reunião de condições espaciais propícias à sustentação do comércio ambulante no centro fortalezense. Fortaleza passou por um processo de urbanização centralizador, onde a monocentralidade, reforçada por um sistema viário radiocêntrico o qual norteou seu processo de consolidação como área hegemônica (DANTAS, 1995), levou a um constante fluxo de pessoas em direção ao Centro da cidade. Nas últimas décadas tornou-se preponderante a dinâmica do comércio de confecção destacando-se pelo caráter polarizador, o qual vem exercendo forte influência local e regional. Palavras-chave: Centro, Comércio, Confecção, Economia.

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TRANSPORTE AÉREO DE CARGAS EM SANTA CATARINA: PRINCIPAIS ENTRAVES PARA O DESENVOLVIMENTO LOCAL E REGIONAL

-Diogo Quintilhano

No estado de Santa Catarina, as regiões Norte, Vale do Itajaí e da Grande Florianópolis, são responsáveis por concentrarem as atividades de movimentação de cargas aéreas de alto valor agregado. Dentre os aeroportos do estado, o da capital Florianópolis e dos municípios de Navegantes/SC e Joinville/SC são responsáveis por movimentarem 98% de toda a carga aérea do estado. No entanto, as cargas aéreas internacionais, que deveriam desembarcar/embarcar nos aeroportos, são transportadas pelo modal rodoviário (aumentando o trânsito na BR-101). Neste sentido, este artigo busca compreender quais são os gargalos das infraestruturas aeroportuárias dos principais aeroportos de Santa Catarina e porque as cargas de alto valor agregado, tipicamente movimentadas por aviões cargueiros, são transportadas pelo modal rodoviário. Ademais, apresentaremos as principais características das estratégias logísticas entre os fluxos de cargas de alto valor agregado nos aeroportos catarinenses. É possível atribuir, entre outras discutidas neste artigo, o fator da proximidade com a BR-101 e dos principais portos públicos terminais portuários do estado. Consoante as reflexões expostas, o conceito de interações espaciais, isto é, as relações indissociáveis entre as ações humanas e o espaço geográfico que resultam em algum tipo de mobilidade em diferentes escalas geográficas, nos permite aprofundar as discussões acerca do desenvolvimento local e regional e suas distorções, neste caso, para o estado de Santa Catarina. As análises levam em consideração a intensidade e direção dos fluxos aéreos de cargas, as infraestruturas aeroportuárias e os setores que utilizam o modal aéreo para o transporte de cargas de alto valor agregado. Neste contexto, espera-se demonstrar o perfil de cargas movimentadas pelos aeroportos do estado (fluxos, intensidade, origem/destino, estratégias logísticas e tipologia das cargas) e; os principais gargalos do transporte aéreo de cargas de alto valor agregado (infraestrutura e gestão pública). Logo, para alcançar tais resultados a metodologia foi pautada em revisão bibliográfica, trabalhos de campo e entrevistas com os gestores dos termináis de cargas dos aeroportos estudados. Palavras-chave: Transporte aéreo, Cargas, Logística, Infraestrutura.

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A PRODUÇÃO DA EXCLUSIVIDADE: EMPREENDIMENTOS DE ALTO PADRÃO, CUIABÁ/MT

-Vânia da Silva

Os dados da produção imobiliária residencial da Cidade de Cuiabá-MT, entre os anos de 2000 a 2014, nos revelam um elevado número de empreendimentos imobiliários residenciais tanto verticais quanto horizontais, voltado ao segmento de alto padrão, o chamado AA, entregues ou em processo de construção. Os empreendimentos de alto padrão são voltados às frações de classe que detêm alto poder aquisitivo. Oásis particulares que, muito mais que habitação, são divulgados como conceitos de vida, em que a exclusividade e o luxo são palavras que se destacam na divulgação desses empreendimentos, que se incrustam na cidade, acirrando suas contradições. De acordo com informações coletadas em sites e revistas, especializados em incorporação e construção de empreendimentos imobiliários, para serem considerados de alto padrão, os empreendimentos precisam apresentar as seguintes características: localização nobre, arquitetura de grife, acabamento com material nobre, serviços e área de lazer diferenciados e inovadores, e contar com recursos de automatização. No que se refere à localização, para serem considerados nobres, precisam ser dotados de infraestrutura e estar articulados com as áreas da cidade que contam com a prestação de serviços especializados, bem como agrega valor, se o local oferecer alguns diferenciais, tais como parques, praias, áreas verdes, que os tornem “únicos” no mercado; e os empreendimentos residenciais que os circundam precisam apresentar o mesmo padrão. O que leva à concentração desses empreendimentos em bairros específicos, tradicionalmente considerados áreas nobres, bem como propicia a formação de novas áreas nobres que, em Cuiabá-MT, são marcadas pela expansão do perímetro urbano, via loteamentos murados de alto padrão. A arquitetura de grife, entendida inicialmente como a assinatura do projeto por um arquiteto renomado nacionalmente ou, ainda melhor, internacionalmente, também passa a ser projetada na dimensão do incorporador responsável. As incorporadoras vêm divulgando seu nome, sua razão social, enquanto marca, enquanto grife, de forma que o seu próprio nome seja um diferencial que ateste as características de alto padrão do empreendimento. Notam-se mudanças significativas na forma de atuação dos agentes que atuam na produção espacial. No que se refere às áreas de lazer, os empreendimentos de alto padrão exploram o que definem como diferencial, apresentam redários perfumados, pomar, espaço fitness, pety agility, trilhas lúdicas. Dentre esses atrativos, destaca-se, em Cuiabá-MT, um empreendimento que conta com uma praia artificial. Desvelar as características dessa produção imobiliária de alto padrão, que nos revelam a estreita relação entre o imobiliário e o capital financeiro, bem como analisar as implicações desse processo na dinâmica da produção do espaço urbano da cidade de Cuiabá, no qual a opulência e a miserabilidade são faces do mesmo processo e conduzem a um espaço cada vez mais fragmentado e segregado, é o nosso objetivo neste texto. Os apontamentos e análises, aqui delineados, articulam dados empíricos e discussão teórica e fazem parte da pesquisa que vem sendo desenvolvida no doutorado. Palavras-chave: Produção imobiliária, Capital financeiro, Cuiabá/MT.

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A REGIÃO METROPOLITANA DO CARIRI E OS PLANOS DE INTEGRAÇÃO DO GOVERNO DO ESTADO DO CEARÁ PARA O CARIRI CEARENSE

-Ivan da Silva Queiroz

No final da década passada, no que tange ao planejamento e a gestão pública do território cearense, emergiram ambiciosos planos de integração deste à dinâmica da economia global. Conforme o agora ex-chefe do executivo cearense, o que governou o Estado no interstício de 2007 a 2014, era “preciso preparar o estado para o Ceará dar um salto no seu desenvolvimento econômico”. Nesse sentido, o governo programou um conjunto de medidas de forte impacto no território cearense, mas não em toda a sua extensão. É nesse contexto que o Cariri, em especial o aglomerado Crajubar, emerge como território estratégico para Estado porque já o era para os agentes econômicos que operam nas escalas regional e global. A dinâmica social e econômica que anima esse recorte sub-regional chamado Crajubar, que por sua vez é fruto de uma já histórica relação de proximidade territorial e complementaridade de funções entre Crato, Juazeiro do Norte e Barbalha, já lhe confere a tempos uma posição de destaque na rede urbana cearense. Atualmente, essa aglomeração urbana é inegavelmente parte integrante da complexa e dinâmica rede urbana brasileira e, como tal, interage com o todo a partir das condições objetivas de produção locais e regionais que, por sua vez, refletem a forma contemporânea de organização produtiva em escala global (LENCIONI, 2008). Tal fato nos impõe, em face do interesse de refletir sobre esta realidade espacial, uma necessária superposição de escalas na análise dessa realidade. A esse respeito, pautamo-nos nas reflexões e recomendações de Castro (1995) e Racine, Raffestin e Ruffy (1983). Assim, optamos por focalizar o Crajubar a partir de dois recortes espaciais bem definidos, a saber, a escala estadual, em face de aí se configurar a arena política da qual é parte integrante, e a escala dos Sertões centrais do Nordeste, sua base principal de inserção social e econômica. Nesse sentido, concentramo-nos, de um lado, no esforço de analisar e repercutir a posição relativa da principal aglomeração urbana do Cariri no território cearense, em especial no que tange a sua participação nos “planos” do Estado. Por outro lado, levamos em conta a escala que compreende os Sertões centrais do Nordeste, uma compartimentação regional tradicionalmente tratada, hora como apêndice na rede de fluxos nacionais, hora como um conjunto de enclaves territoriais. Consideramos que essa, assim como as demais áreas dinâmicas do país situadas distantes dos grandes centros urbanos do país, apesar de territorialmente deslocadas, bem podem manter interações a partir de interesses sociais e econômicos a partir das condições técnicas atuais. A despeito do reconhecimento do papel e importância da aglomeração do Crajubar, ao ponto de se constituir alvo de uma política territorial específica – a institucionalização da Região Metropolitana do Cariri seria a expressão concreta desse propósito –, a sociedade regional ainda espera por sua efetiva implementação. Do ponto de vista das interações espaciais presentes no Crajubar, bem como entre este recorte espacial e sua área estendida, área compreendida pelos demais municípios integrantes da RMCariri, podemos afirmar que este conjunto vivencia um incontornável processo de integração territorial. Politicamente, porém, o que lhe asseguraria a energia necessária para o enfrentamento dos desafios locais e regionais, a integração aludida pela nova realidade institucional só existe como devir. Palavras-chave: Crajubar, Política territorial, Metrópole, Integração territorial, Região.

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DESAFIOS E POSSIBILIDADES PARA PENSAR O PLANEJAMENTO E A GESTÃO URBANA EM ÁREAS DE VULNERABILIDADE SOCIAMBIENTAL: REFLEXÕES A PARTIR DO

CONTEXTO DA COMUNIDADE DO MUTIRÃO EM CAMPINA GRANDE/PB

-Zenis Bezerra Freire

O período contemporâneo, marcado pelas contradições, tem feito emergir diversas inquietações na sociedade como um todo, dentre elas a qualidade de vida nas cidades, onde problemas ligados a precarização socioambiental estão cada vez mais evidentes, uma vez que a cidade se volta para uma prática mercadológica e consumista. Problemas diversos, como a questão do lixo, das enchentes/ inundações, falta de água, poluição do solo, das águas entre outros são cada vez mais intensos e tem atingido, sobretudo, os mais pobres, uma vez, que estes habitam os espaços com maior precariedade social e portanto, se tornam também vulneráveis a problemas ambientais. Este contexto remete a elaboração de algumas questões iniciais que orientam este estudo, entre elas, os elementos que levam a constituição das áreas precárias na cidade? Que problemas socioambientais podem ser encontrados nelas? É possível desenvolver uma proposta de planejamento e gestão urbana para estas áreas? E por fim, que recursos intelectuais e metodológicos podem ser utilizados nesta tarefa? Diante destas questões, este trabalho tem como objetivo, analisar os desafios e possibilidades da gestão e do planejamento urbano para áreas pobres, com enfoque na comunidade do Mutirão em Campina Grande/PB. Para tanto, se faz necessário refletir algumas questões teórico-conceituais que possam direcionar esta discussão, além de discutir a problemática ambiental em áreas pobres das cidades, sobretudo, no Mutirão, e por fim traçar algumas discussões a respeito do planejamento e da gestão urbana para esta área. É importante destacar que estas reflexões são contribuições iniciais e de caráter sobre tudo de discussão, contextualizados a partir do campo de análise e da percepção dos problemas elencados pelos moradores da comunidade do Mutirão, sendo assim, destaca-se a necessidade de aprofundamento na temática, para ações de possam contribuir efetivamente para melhoria da qualidade de vida na comunidade em questão.No contexto, metodológico, esta discussão se pauta, a partir das reflexões teóricas, evidenciadas na disciplina de Estudos Avançados em Urbanização, do Programa de Pós- graduação em Geografia da Universidade Federal de Pernambuco, bem como, a partir do contexto das pesquisas de campo já realizadas na comunidade do Mutirão em Campina Grande/ PB, além disto, os documentos legislativos, também se fazem importantes para o esta análise, que se direciona a partir da dialética onde as contradições e conflitos de pares, como o homem/natureza, pobres/ricos, rural/urbano se materializam no espaço da cidade. Por fim, o direcionamento deste trabalho se dá através das discussões de que permeiam a socionatureza, como uma possibilidade conceitual para além das dualidades existentes na Geografia, além de contextualizar os principais problemas socioambientais presentes na comunidade do Mutirão e por fim algumas perspectivas que possam direcionar possibilidades de melhoria no tocante, as formas de gestão e planejamento urbano na área de estudo. Palavras-chave: Planejamento, Gestão, Socionatureza, Comunidade do Mutirão.

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A AÇÃO DOS AGENTES PRODUTORES DO ESPAÇO URBANO EM TERESINA-PI: UM DIAGNÓSTICO A PARTIR DOS PLANOS DIRETORES URBANOS

-Rodrigo da Silva Rodrigues

-Francisco de Assis Veloso Filho

O espaço urbano é um produto social intencional e complexo. Intencional porque não é produzido de modo aleatório, mas sim com propósitos múltiplos pelos múltiplos agentes que o produzem. E complexo porque esses agentes (e propósitos) múltiplos ora corroboram ora entram em conflito, fazendo assim, o espaço urbano refletir esse jogo de forças diversas dos atores que constroem e reconstroem as cidades. Traçar um perfil (atuação e evolução histórica) dos agentes é, portanto, um caminho tortuoso, mas eficiente para diagnosticar a evolução urbana de uma cidade. Diante disso, este trabalho tem como objetivo traçar uma evolução histórica da ação dos agentes produtores do espaço urbano em Teresina-PI a partir da leitura dos planos diretores urbanos dessa cidade. Foram realizadas leituras de autores da geografia urbana na perspectiva crítica como Corrêa (1989) e Carlos (2011), para caracterizar a ação dos agentes produtores do espaço urbano de modo conceitual; Também foram feitas análises de autores como Mombeig (2004), Santos (1988) e Vasconcelos (2009), que discutem maneiras de se trabalhar dentro de uma perspectiva histórica e, especificamente, fazer uma geografia urbana histórica, no caso do último autor, na medida em que entre as principais diretrizes por esses autores está a necessidade de se elaborar periodizações para se traçar a evolução espacial, a análise dos agentes mais importantes que contribuíram na modelação das cidades e o levantamento de documentos históricos das cidades a serem analisadas, aspectos norteadores deste trabalho. Como trajetória metodológica, foi realizado o levantamento dos planos diretores urbanos da cidade (a saber: o Plano de Desenvolvimento Local Integrado, PDLI, elaborado em 1969; o Plano Estrutural de Teresina, I PET, elaborado em 1977; o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano, PDDU, elaborado em 1983, embora não concluído; o II Plano Estrutural de Teresina, II PET, concebido em 1988; e por fim, o Plano Diretor de Teresina, Plano de Desenvolvimento Sustentável – Teresina Agenda 2015, construído em 2002 e reinstituído em 2006) e, posteriormente, uma análise destes documentos para que se pudesse identificar nestes, o diagnóstico que os mesmos fizeram sobre a ação dos agentes que produziram o espaço urbano de Teresina. Também foram utilizadas fontes acadêmicas, como Façanha (1998) e Rodrigues (2013) para complementar a caracterização da evolução espacial da cidade no período abordado no trabalho. A pesquisa revelou que a partir do início da periodização proposta nesse trabalho, a cidade cresce primeiramente no sentido Leste e, principalmente, Sul, impulsionada em especial pela produção de conjuntos habitacionais, enquanto a Zona Norte da cidade que historicamente teve um crescimento mais tímido, por conta de barreiras físico-geográficas, passa a ser mais contemplada com a construção de unidades habitacionais só a partir da década de 1980. Fica evidente a grande quantidade de áreas não ocupadas no espaço urbano da capital, fenômeno causado pelo poder público quando, por exemplo, instala deliberadamente conjuntos habitacionais em áreas mais afastadas, mas também pelo poder privado. Isso é um aspecto muito negativo à capital na medida em que aumenta os custos com transportes e infraestrutura para se levar a esses espaços mais distantes. Palavras-chave: Agentes produtores, Espaço urbano, Planos urbanos, Teresina/PI.

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POTENCIAL ENERGÉTICO CONTENIDO EN LOS RESIDUOS SÓLIDOS URBANOS. REALIDAD BRASILEÑA

-Manuel Rolando Berríos-Godoy.

Este artículo analiza el potencial de energía contenido en la basura de las ciudades de Brasil, en virtud de que su producción es considerable, alcanza 130.00 ton/día, cantidad no despreciable, considerando que entre 40% y 60% de los restos son orgánicos y putrescibles productores de gas. Son aproximadamente 60.000 ton/día de materias ricas en substancias biodegradables, aunque difíciles de incinerar, que podrían tener reaprovechamiento energético, con alta posibilidad de generar biogás (metano). En los últimos años las autoridades del sector conmemoran los resultados alcanzados con la popularización de rellenos sanitarios, como gran conquista ambiental, a contramano de lo registrado en países industrializados que convierten casi 100% de los residuos en energía. Sin embargo, enterrar la basura, además de desperdiciarse su potencial energético, la escasez de áreas aptas en periferias urbanas para su disposición final coloca un grave problema a ser resuelto por los gestores, sin considerar los impactos ambientales de la disposición incorrecta. En Brasil, procesar residuos con recuperación energética, logísticamente es posible, principalmente en las grandes aglomeraciones urbanas (existen 17 ciudades con más de 1 millón de habitantes y otras 40 superan los 500.000), aplicando la economía de escala e implantando tecnologías apropiadas para obtener energía de la basura. Si bien es cierto que el precio del petróleo Brent se redujo a casi un tercio en los últimos 20 meses, no es menos cierto que esa coyuntura no permanecerá por mucho tiempo, subiendo en los próximos años. De aquí la necesidad de buscarse nuevas formas energéticas, como las ofrecidas por la basura doméstica, menos contaminante, abundante y renovable. La expansión de las manchas urbanas es otro punto aquí analizado. La creciente metropolización y el desarrollo horizontal de las ciudades determinan que cada vez sea más difícil contarse con locales aptos, abundantes y baratos para confinar la basura, debiendo ser transportadas a municipios cada vez más distante elevando los costos del servicio. En el actual período de sequía que atraviesa Brasil se discute, la posibilidad de cogeneración de energía termoeléctrica, ya sea aprovechándose directamente del gas emanado de los rellenos sanitarios, con o sin refinamiento, siendo una modalidad simple, sin tecnología cara. También pueden emplearse técnicas más eficientes y rápidas, como biodigestores acelerados, -método waste to energy- y conseguirse gas para producir vapor y mover generadores eléctricos, pudiéndose reutilizar el material remaneciente como buen abono orgánico u otra utilidad. A seguir se discute en este paper la inviabilidad en Brasil de aplicar el método mass burning, o incineración directa de la masa de residuos por las características de éste: cerca del 50% de la basura es orgánica, con alto contenido de humedad y bajo poder calorífico; aplicando este método se podría obtener 2.151 Mwh/ton de energía térmica, o 0,043 Mwh/ton de vapor. Son valores muy bajos, sin ser económicamente factibles, no totalizan ni 50% de lo que se consigue en los países desarrollados en que la masa orgánica alcanza 20%. Se concluye en la necesidad de implementar la recogida selectiva, en la fuente, y el cumplimiento de la ley que obliga a municipios su implantación. Palabras clave: Reaprovechamiento energético de basuras, Uso del suelo urbano, Resíduos sólidos, Contaminación por residuos, Reciclaje.

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MIGRACIÓN INTERNACIONAL LIMÍTROFE EN LA PROVINCIA DE ENTRE RÍOS, REPÚBLICA ARGENTINA: APORTES MIGRATORIOS, DISTRIBUCIÓN Y CARACTERÍSTICAS

SOCIODEMOGRÁFICAS DE LOS INMIGRANTES, 2001-2010

-Mariela Demarchi -Javier Castelnuovo

-Pablo Donadío . El trabajo tiene como objetivo realizar un estudio de la inmigración proveniente de los países limítrofes a la provincia de Entre Ríos, República Argentina, tomando como años de referencia el 2001 y 2010 en coincidencia con los datos estadísticos proporcionados por los Censos Nacionales de Población, Hogares y Vivienda, INDEC. Dicho estudio permitirá conocer ciertos parámetros generales respecto a la situación migratoria en el territorio provincial. Para tal estudio se tendrán en cuenta, por un lado, los países de origen de los migrantes, y por otra parte, la distribución de los mismos en la provincia a la escala departamental. Se pretende lograr un conocimiento acerca del comportamiento de la inmigración de Paraguay, Uruguay, Brasil, Chile y Bolivia a Entre Ríos en el marco de los antecedentes generales de la dinámica de estos movimientos poblacionales en la República Argentina. En efecto, el abordaje se contextualizará considerando las particularidades de la distribución de los flujos migratorios limítrofes en el país, especialmente en lo referido a la inmigración brasileña. En un primer momento se focalizará la atención en cuantificar el stock de la población inmigrante, su origen y localización según los departamentos de la provincia. Posteriormente, se abordarán las características sociodemográficas de los inmigrantes haciendo hincapié en temas como género, grupos etarios, condición, y rama de actividad y nivel de instrucción, entre otros. Para una mayor organización en cuanto al procesamiento de los datos estadísticos se tomarán como unidades espaciales de análisis las áreas establecidas por el Instituto Nacional de Estadísticas y Censos de la República Argentina (INDEC), en el cual agrupa a los departamentos provinciales en las áreas Costa Oeste, Costa Este, Costa Sur y Central.Se utilizarán principalmente como fuentes de información, el Censo Nacional de Población, Hogares y Viviendas, 2001 y 2010 (INDEC) y la base de datos ‘Redatam’ (CEPAL-CELADE) la cual permite procesar y mapear datos de censos y encuestas para análisis locales y regionales. Palabras clave: Migración limítrofe, Distribución, Características sociodemográficas, Entre Ríos.

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A AÇÃO DOS AGENTES SOCIAIS NA PRODUÇÃO DO ESPAÇO URBANO: ESTUDO DE CASO DO VETOR DE EXPANSÃO DA ESTRADA DE MADUREIRA, NOVA IGUAÇU - RJ

-Nathan Ferreira da Silva

Partindo da hipótese que as diferentes formas de produção da moradia interferem diretamente no processo de formação das cidades, na expansão do tecido urbano, bem como nos processos de segregação socioespacial, a pesquisa aborda questões fundamentais para conhecer a dinâmica espacial da cidade em relação ao fenômeno de expansão urbana através dos vetores que orientam a localização das novas habitações e empreendimentos, com a atuação dos agentes produtores do espaço urbano: Estado, corporações imobiliárias e grupos sociais. O objetivo geral da pesquisa busca compreender as lógicas e impactos gerados na configuração do espaço urbano de Nova Iguaçu a partir da atuação de diferentes agentes de produção da moradia, entendendo de que forma estes processos se materializam no território e no acesso da população às infraestruturas urbanas, incluindo-os ou segregando-os. O espaço urbano é transformado por diferentes agentes modeladores do espaço como os proprietários dos meios de produção, promotores imobiliários, o Estado e os grupos sociais excluídos, tendo como elemento comum entre si, a apropriação de uma renda da terra (CORREA, 1995). O espaço é condição, meio e produto das ações de natureza social. Por ser produzido socialmente e disputado por inúmeros usos, resultado cumulativo da ação dos agentes sociais concretos responsáveis por essa produção, entendemos que este espaço está em constante transformação, incorporando novas áreas, abandonando e/ou requalificando outras. As possíveis relações entre diversos atores e seus grupos são, em sua maioria, dissimétricas e multilaterais, envolvendo relações de poder e dominação entre os diversos grupos em questão (RAFFESTIN, 1993: 150). Souza (1995) reforça que o território deve ser entendido como um espaço definido e delimitado por e a partir de relações de poder. Sendo assim, o território pode ser entendido como um palco onde as relações dos diferentes agentes se materializam. A metodologia privilegia um levantamento documental sobre os agentes que fomentaram a sua ocupação. A delimitação da área de estudo que compreende o traçado da Estrada de Madureira e sua área de influência, com limites definidos em campo, é fundamental para a compreensão, não só das funções, mas também das diferenciações existentes neste espaço. A análise dos dados do IBGE nos ajuda a identificar de que forma a produção da moradia e os processos de complexificação neste espaço acentuaram a segregação urbana, verificando a relação estabelecida entre os indicadores socioeconômicos e os processos de constituição daquele espaço. A pesquisa pretende analisar o processo de formação dos loteamentos – alguns dos quais após regularização fundiária tornaram-se bairros oficiais, o processo de implantação dos conjuntos habitacionais e a evolução da mancha urbana para o período (1970-2010). Por fim, a análise das diretrizes da política municipal de habitação, nos revela tendências à manutenção da lógica de segregação e periferização estabelecida ao longo dos anos. Palavras-chave: Agentes, Expansão urbana, Produção da moradia.

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A URBANIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE PARINTINS-AM E AS IMPLICAÇÕES SOBRE AS RELAÇÕES CAMPO CIDADE

-Thays Thyza de Oliveira Silva

-Dilson Gomes Nascimento O intento deste trabalho foi analisar as mudanças ocorridas no decorrer do século XX na relação campo cidade no município de Parintins-AM, impetradas, sobretudo pelo processo de urbanização consolidado na década de 1980. Para tanto, foi selecionada a comunidade São Sebastião do Boto, localizada no ambiente de várzea, na margem esquerda do rio Amazonas, aproximadamente 20 km à montante da sede do município. Entre os critérios para a escolha da comunidade destacamos o fato de ter sido local de produção extrativa de seringa, cacau e tabaco até meados do século XX; local de produção da juticultura até por volta de 1980 e, ter se dedicado de forma mais intensa, após o enfraquecimento da economia da juta, às culturas de ciclo curto e à produção de hortifrutigranjeiros para o abastecimento interno da cidade. Para a compreensão das transformações ocorridas no âmbito da relação campo cidade no município de Parintins-AM, foi realizado o levantamento de informações junto aos produtores rurais da várzea acerca: a) das atividades agrícolas praticadas na comunidade estudada, e, principalmente, o destino de sua produção até meados dos anos de 1970; b) das atividades agrícolas praticadas e o destino de sua produção no período posterior, a partir de 1980. Procurou-se também conhecer os fatores que contribuíram para a inversão populacional do município e, quais as implicações decorrentes do crescimento da população urbana sobre a população residente no meio rural. Verificou-se que a partir de meados da década de 1980, marco do declínio da economia da juta em Parintins, as “condições ideais” para o estabelecimento de novas relações entre o campo e a cidade consolidavam-se. A cidade ao vivenciar um período de estagnação econômica e, de tal modo, ter reduzido suas relações com cidades regionais, ou mesmo nacionais para as quais se exportavam a fibra da juta, além de outros produtos extrativos animais e vegetais, passa a construir uma relação maior, tanto intra, quanto interurbana com as cidades do entorno e com o seu “interior” (as comunidades rurais). Tais aspectos corroboraram para a expansão do comércio e do setor de serviços na cidade. Tal entendimento foi construído por meio do reconhecimento da forma como o campo passou a ser organizado após a década de 1980, quais foram suas principais atividades econômicas, qual o seu principal mercado consumidor e como se organizava sua rede de comercialização. Palavras-chave: Cidade de Parintins, Urbanização, Relação campo cidade, Rede de comercialização.

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A ORGANIZAÇÃO DO AGRONEGÓCIO EM GOIÁS: ABORDAGENS A PARTIR DO PLANO NACIONAL DE LOGÍSTICA E TRANSPORTE - PNLT

-Leila Sobreira Bastos

Partindo do pressuposto que a logística diz respeito a grande parte do aparato criado para viabilizar a circulação é possível atribuí-la enquanto elo fundamental do movimento circulatório do capital e de sua reprodução. Deste modo, interpretar os planos e ações de um dos mais importantes agentes produtores do espaço na atualidade – o Estado – representa uma contribuição relevante. Diante desse desafio, o presente estudo representa a tentativa de abordar, a partir do Plano Nacional de Logística e Transporte (PNLT) quais as ações do Estado perante a organização do agronegócio em Goiás. O PNLT se trata de um planejamento de Estado, elaborado visando ações de curto, médio e longo prazo, com abrangência até o ano de 2031, desenvolvido pelo Ministério dos Transportes (MT) em parceria com o ministério da Defesa (MD). Considerar a territorialização do agronegócio em um país de grandes dimensões, em que pese a sua estrutura logística, ainda deficitária para suportar as demandas das commodities, características pelo reduzido valor agregado e grande volume, demandante de uma macroestrutura logística avançada, representa a influência deste setor da economia para com a esfera pública federal sentido de pressioná-la para sanar toda e qualquer limitação a circulação de capital. Assim, a interpretação do PNLT, tendo por referência as áreas em que a agricultura globalizada tem ditado suas regras é um exercício válido e pode fornecer uma visão integrada das redes técnicas voltadas a favorecer o agronegócio. Para tanto, buscar-se-á elencar o território goiano enquanto região com especializações funcionais à circulação, notadamente pela densidade logística, sobretudo a de transporte que vem sendo ampliada neste estado. Assim, a análise documental do PNLT contribuirá para entender em que medida a logística, organizada em rede, serve de ferramenta política para o controle do território e ao avanço da fronteira agrícola e econômica no país. Como resultado, pode-se adiantar que o estado de Goiás encontra-se inserido na região de intervenção do PNLT que apresenta o maior número de projetos, bem como o maior montante a ser investido. Pode-se afirmar, com segurança, que as ações visam articular diferentes modais de transporte, com ênfase no modal ferroviário, efetivamente o mais adequado às commodities. No entanto, mesmo com um plano de tamanha envergadura algumas porções do território goiano, ainda assim, não foram diretamente selecionadas para receber novas infraestruturas. Portanto a diferenciação intra-regional persiste e poderá vir a ser ampliada em suas áreas de exclusão. Com efeito, haverá implicações no espaço urbano regional de Goiás decorrentes da reorganização de sua estrutura logística. Por fim, há regionalizações que não constam no PNLT, mas que existem de fato e seguem variáveis econômicas a frente das variáveis sociais, o que merece ser relido em suas entrelinhas e debatido à luz da ciência geográfica. Palavras-chave: Logística, PNLT, Goiás, Agronegócio.

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ANÁLISE SOCIOESPACIAL DOS HOMICÍDIOS NA REGIÃO METROPOLITANA DE FORTALEZA

-Fabiano Lucas da Silva Freitas

É fato inquestionável que a criminalidade violenta, no atual contexto histórico e social, constitui grave problema para as regiões metropolitanas brasileiras. Estas áreas concentram população, centros de gestão administrativa e empresarial, unidades de produção, comércio, serviços, além dos efeitos mais visíveis da crise social brasileira, incluindo o aumento da violência urbana. Em 2010, ocorreram 52.260 casos de homicídios, 31.163 deles aconteceram nas regiões metropolitanas brasileiras, mais da metade do total de homicídios, ou seja, 59,63% (SIM/DATASUS, 2014). Na cidade de Fortaleza, capital do estado do Ceará, a realidade não é diferente, pois ela foi considerada a sétima cidade mais violenta do mundo com base nas taxas de homicídios, e a segunda do Brasil, conforme o Estudo global sobre homicídios 2013, realizado pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes (UNODC). Semelhante a outras metrópoles brasileiras, a violência na RMF cresceu a uma taxa superior ao incremento populacional. A partir de 2005 há um crescimento tanto nas taxas de homicídio em Fortaleza quanto na RMF, atingindo, em 2010, 47,7/100 mil e 46,4/100 mil habitantes, respectivamente. Neste artigo, analisaremos a criminalidade letal na escala metropolitana, relacionando as taxas de homicídios por grupo de 100 mil habitantes com os dados socioeconômicos. O artigo objetiva ainda discutir a violência no espaço intraurbano de Fortaleza, relacionando as taxas de homicídios por grupos de 10 mil habitantes com a tipologia socioespacial. A hipótese é de que os crimes letais guardam estreita relação com o adensamento populacional, a urbanização, a turistificação e a industrialização na RMF. Sendo assim, os municípios mais urbanizados e populosos e integrados a dinâmica metropolitana devem apresentar maiores taxas de homicídios do que aqueles com menor grau de urbanização e integração. Para compreender os fatores que influenciam o padrão distributivo da criminalidade letal na RMF e na cidade de Fortaleza, no período de 2000-2010, utilizaram-se dados do Relatório do Observatório das Metrópoles (2012) e registros de casos de homicídios da Cevepi e do SIM/Datasus. Foram utilizados os dados dos censos de 2000 e 2010, do Sistema de Informação de Mortalidade (SIM/Datasus) e da Célula de Vigilância Epidemiológica (Cevepi) da PMF. A construção hierárquica de sete tipos socioespaciais coube ao Observatório das Metrópoles, com base nas categorias sócio-ocupacionais levantadas no censo do IBGE (2010) e sua distribuição nas Áreas de Ponderação da RMF. No espaço intrametropolitano de Fortaleza, os homicídios atingem majoritariamente os bairros com população exposta a maior vulnerabilidade social. As taxas de criminalidade letal mais críticas foram registradas nas áreas com populações detentoras de menores rendas per capita, baixos níveis de instrução e altos índices de mulheres com filhos e chefiando a família. A expansão da metrópole também foi acompanhada pela extrapolação das formas de violência para os municípios mais integrados à dinâmica metropolitana, que atingiram taxas de homicídios bem superiores à média nacional. os municípios com maiores taxas de homicídios por 100 mil habitantes foram os mais urbanizados e industrializados como Fortaleza, Caucaia, Maracanaú e Eusébio. Palavras-chave: Homicídios, Desigualdade socioeconômica, Metrópole, Intraurbano, Tipos socioespaciais.

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DE VAZIO DEMOGRÁFICO À POLO REGIONAL: A FORMAÇÃO DO ESPAÇO URBANO DE CHAPECÓ-SC

-Crislaine Motter

-Vitor Ribeiro Filho

Considerada “pólo regional” dada sua importância econômica e sua gama de múltiplas atividades e funções capazes de atender à demanda de sua região, a cidade de Chapecó, localizada no oeste de Santa Catarina, possui cerca de 180 mil habitantes, entre os quais mais de 91% reside na área urbana (IBGE, 2010). Contudo, sua concentração populacional deu-se a partir da década de 1970, fundando-se basicamente na exclusão de pequenos agricultores do campo em função do processo produtivo agroindustrial em fase de expansão (PERTILE, 2007). A cidade, atualmente, constitui-se no maior produtor e exportador de carne de aves no país sendo, de tal forma, a atividade agroindustrial a principal responsável pelo desenvolvimento econômico e pelo processo de urbanização do município. A partir dessas considerações, o objetivo de nosso trabalho é analisar, por meio de revisão bibliográfica, as principais dinâmicas do uso do território do oeste de Santa Catarina e os principais atores envolvidos na origem do espaço urbano de Chapecó, principal cidade da região em questão. Para compreendermos a atual dinâmica urbana de Chapecó, trataremos aqui de relatar um breve histórico dessa cidade, buscando as “diferentes ações que foram sendo processadas no tempo e que deixaram suas marcas no espaço” (ALBA, 2002, p. 15). Assim, como recurso teórico-metodológico, buscamos, neste trabalho, encontrar períodos significativos que deem conta de compreendem desde a emancipação do município até os dias atuais. Pois, como propôs Milton Santos (1996) o espaço geográfico e é resultado de um conjunto indissociável de sistema de objetos e sistemas de ações. Esse espaço, que é solidário e também contraditório (SANTOS, 1996), implica na existência de uma localização material e relacional de eventos que dão conteúdo ao território. É desse modo que “Os eventos criam, de um lado, uma continuidade temporal, susceptível de ser cindida em períodos significativos e, de outro, uma coerência espacial que é dada pelos sistemas de eventos nos lugares. Constrói-se, a cada momento histórico, uma extensão dos fenômenos no lugar, que é uma manifestação da coerência do real” (SILVEIRA, 1999, p. 22). Essa manifestação do real expressa pela noção de evento permite analisar distintas situações geográficas, destacando períodos que tornam-se prevalentes para sua interpretação. Para entendermos a atual configuração territorial do Oeste do estado de Santa Catarina e a formação do espaço urbano de Chapecó, entendemos que é fundamental realizar um esforço de periodização, interpretando os diferentes eventos que resultaram na atual configuração territorial do município e da região. Os resultados, desse modo, apontam que o espaço urbano de Chapecó foi formado tendo por base uma região agrícola que aos poucos foi sendo equipada em razão das necessidades da agroindústria, com o auxílio de intervenções diretas do Estado, repercutindo no processo de urbanização além de permitir projetar a cidade de Chapecó no contexto regional, nacional e mundial. Palavras-chave: Regionalização, Urbanização, Chapecó/SC.

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O TERRITÓRIO DAS INDÚSTRIAS DE ALIMENTOS EM ARAPIRACA - AL

-Odilon Máximo de Morais

-Vinicius Ferreira Viana Nascimento

Localizada no Agreste alagoano, a cidade de Arapiraca teve sua formação ligada a pequena lavoura camponesa e a pecuária bovina. A cultura fumageira sempre foi destaque, sendo mais intensa a produção deste gênero a partir do meado do século XX, quando inclusive, existiam na cidade diversos armazéns compravam fumo para grandes indústrias nacionais, a exemplo, da Souza Cruz. Com a crise proveniente do combate ao tabagismo, parte dos capitais investidos nesta atividade passaram a ser direcionados para a criação de indústrias, lojas atacadistas e de varejo, empresas de transportes entre outras atividades de serviço. Assim, o objetivo deste trabalho é compreender como deu-se a formação, consolidação e expansão de diversas industrias arapiraquenses provenientes desta nova dinâmica territorial acelerado que a cidade de Arapiraca passa nestes últimos 30 anos, em especial, nesta última década, quando a cidade passa a cumprir o papel de centro regional na oferta de serviços e distribuição de bens de consumo no interior alagoano. Busca-se ainda compreender os circuitos espaciais de produção destes estabelecimentos, observando a interferência desta atividade na urbanização da cidade Metodologicamente, destacamos a grande contribuição de Santos (1977) com a categoria de formação socioespacial. Essa categoria nos obriga a pensar como indissociáveis o modo de produção, a formação social e o espaço. Ainda permite perceber que “as diferenças entre os lugares são o resultado do arranjo espacial dos modos de produção particulares. O ‘valor’ de cada local depende de níveis qualitativos e quantitativos dos modos de produção e da maneira que eles se combinam” (SANTOS: 1977, p.87). Desta maneira, Santos dá destaque as combinações das formas dos homens se reproduzirem nos estudos geográficos. Nos utilizaremos das observações feitas por Cholley (1964) que ver nas noções mais simples da realidade geográfica, a noção de combinações de complexos. A Geografia toma a própria combinação como objeto de seu estudo. Nesse sentido, como as combinações das diferentes formas de produção são complexas, envolvendo fatores naturais, biológicos e humanos, torna-se evidente a formação desigual e combinada dos territórios. Na compreensão do desenvolvimento econômico e social do Nordeste brasileiro, em especial, seu processo de industrialização, atrelado a dualidade da economia brasileira promotora de desigualdades regionais, sobretudo, no atual período de mundialização dos mercados, busca-se as contribuições de Andrade (1997, 2010), Oliveira (1977, 1984) Araújo (1984, 1995), Furtado (1986), Rangel (2005), Santos e Silveira (2006), Mamigonian (2000, 2009), Lima (1997), Diniz (2001), Cano (1977) e Smith (1981). Como resultados preliminares, pode-se observar que a cultura fumageira foi muito importante para o desenvolvimento da economia local. Grandes empresas instaladas em Arapiraca se destacam por terem sido financiadas, em sua origem, por grandes fumicultores ou comerciantes de fumo. Há outras criadas recentemente que são de propriedade de filhos ou netos destes produtores e comerciantes do fumo. Prova dessa origem é a indústria Coringa que iniciou suas atividades triturando fumo numa máquina forrageira e empacotando. Hoje é uma das maiores indústrias nordestina de alimentos na área de derivados do milho, em especial, a produção de massas para cuscuz. Dentro do seu portfólio, além do tradicional fumo, são produzidos focos de milhos os mais variados tipos, focos de arroz, colorífico, refrescos, leite de coco, café e, recentemente, uma moderna fábrica de plástico que produz para sua própria demanda e de outros estabelecimentos locais. A Coringa é líder nas regiões Norte e Nordeste na venda de massas de milho. O grupo ainda possui outras empresas como a Merconplas produzindo utensílios domésticos de plástico. Além da presença do grupo no setor industrial, este tem investimentos no setor de hotelaria, buffet e incorporadoras imobiliárias, possuindo mais 500 empregados em todo o grupo. Outro exemplo é a fábrica Camarão. Essa de menor porte, mas que teve também seus proprietários oriundos do comércio de fumo. Essa indústria produz vinagres e molhos de pimenta. O grupo é líder de vendas no Estado, penetrando ainda de forma tímida o Estado de Sergipe. A cidade conta ainda com o grande número de pequenas e médias indústrias, a maioria ligada ao ramo alimentício, construção civil e plástico. Conclui-se que esses industriais, em sua maioria, têm reinvestidos seus capitais na ampliação das unidades, quando não há ociosidade, ou em outras empresas de ramos distintos, seja fabril ou comercial. Esse fato tem fortalecido a oferta de empregos na cidade, acentuando a forte dinâmica

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do comércio e serviços. Contudo, apesar dos avanços na economia, esse crescimento não tem conseguido reduzir substancialmente os índices de pobreza e desigualdade presentes na cidade. Palavras-chave: Industrialização, Território, Arapiraca, Alagoas e Desenvolvimento.

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A ORGANIZAÇÃO PRODUTIVA E REGIONAL DO SEGMENTO UPSTREAM DA INDÚSTRIA PETROLÍFERA NA BACIA POTIGUAR

-Darllan Nunes de Sousa

Considerada como responsável por transformações na sociedade, na economia e no espaço dos países produtores no mundo em desenvolvimento, a indústria petrolífera chama atenção em escala global a partir da influência exercida pelo setor enquanto segmento econômico estratégico, capaz de gerar divisas, energia e matérias-primas, elementos cruciais para o processo de industrialização e crescimento econômico. Nossa escolha temática justifica-se a partir do recorte espacial em análise: a Bacia Potiguar. Delimitada pelas interfaces geológicas que apresenta, a região provocou o interesse da presente pesquisa por ser uma das fronteiras da exploração econômica de petróleo e gás no país, sendo destacada como a maior bacia de produção terrestre e por concentrar boa parte dos pontos de sucção instalados no território nacional. Nesse sentido, o objetivo da presente pesquisa é identificar elementos inerentes às dinâmicas produtivas do setor de petróleo e gás, especificamente no segmento upstream da produção (exploração, desenvolvimento e extração) e perceber o caráter regional de sua atuação. O recorte espacial pode ser reafirmado a partir da consulta à literatura, que aponta simultânea à instalação do referido setor industrial extrativo um processo de reestruturação econômica, urbana e regional de alguns dos municípios que apresentam campos de produção petrolífera, observados a partir da década de 1970. Tais dinâmicas são identificadas a partir da inserção da região nos novos circuitos da produção globalizada, destacando a indústria de petróleo e gás entre os agentes econômicos responsáveis pelos processos espaciais desencadeados pela presença de novas lógicas de acumulação ampliada. Os encaminhamentos metodológicos levantados foram sistematizados a partir da natureza de sua execução: a) a análise de referencial bibliográfico; b) o levantamento e elaboração de indicadores e imagens; c) trabalho de campo. A análise da atuação das atividades petrolíferas, especificamente do segmento upstream revelou que o referido segmento desencadeia interações em âmbito regional. O destaque da atividade é observado pelas dinâmicas dos sistemas técnicos da extração, dos vínculos ativos empregados, no volume dos investimentos e dos agentes vinculados. Os elementos indicados fortalecem o papel do circuito produtivo analisado enquanto um dos setores responsáveis por uma reestruturação econômica e urbano-regional dos municípios produtores na Bacia Potiguar. Palavras-chave: Indústria petrolífera, Segmento upstream, Bacia Potiguar.

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IMPACTOS SOCIO-AMBIENTAIS DA BR-365 NA CIDADE DE UBERLÂNDIA/MG (BRASIL)

-Flaviane Fernandes Bernardes -Igor Antônio Silva

O presente trabalho tem como objetivo destacar os principais impactos socioambientais da rodovia BR-365, no perímetro urbano da cidade de Uberlândia localizada no Estado de Minas Gerais (Brasil). As diferentes alterações ocorridas no espaço urbano podem ser identificadas pela fragmentação dos processos cíclicos e sistêmicos da natureza, provocadas por obras e grandes empreendimentos que se materializam nas paisagens com objetivos e interesses alheios ao local, através de discursos equivocados para justificar o progresso. Em 1958 foi construído o primeiro trecho BR-365 em Uberlândia, com o objetivo de integrar a cidade ao Pontal do Triângulo Mineiro e ao estado de Goiás, atualmente a rodovia possui extensão de 872 km, interligando o sul de Goiás ao norte de Minas Gerais, definida por uma rodovia diagonal. A metodologia empregada na realização deste trabalho consiste na leitura coerente com o tema e assuntos abordados, bem como uma análise empírica, coleta de dados de campo e dos órgãos federais competentes, fomentando uma análise da conectividade existente entre o homem e meio e suas consequências sociais na dinâmica desse espaço tão diferenciado. A rodovia BR-365 no perímetro urbano foi construída utilizando o curso do Córrego das Tabocas, ignorando completamente sua dinâmica hídrica, causando desequilíbrio por vários fatores, entre eles destacamos, a canalização ou drenagem artificial do curso d’ água; a impermeabilização do solo; a poluição visual e sonora, gerada pelo aumento da população e do fluxo de veículos; a poluição atmosférica; a poluição hídrica e ainda os impactos associados à mobilidade de pedestres; a acessibilidade; ausência de sinalização adequada e ao incremento do número de acidentes de trânsito da BR-365 em Uberlândia. A rodovia em tecido urbano causa impactos sociais inerentes a sua implantação, passam a ser sentido de forma silenciosa, em relação aos indivíduos que residem em sua proximidade, o seu cotidiano passa a ser alterado e muitas vezes suas vivencias com o lugar e com a vizinhança são inibidos ou até mesmo anulados, pela barreira que a rodovia trás a sua transposição ou deslocamento. Os conflitos gerados pela implantação de empreendimentos que buscam atender as exigências da produção e reprodução das condições gerais de acumulação capitalista, que é externa à região e que determina o ordenamento territorial, resultando na destruição das atividades sociais, culturais e econômicas preexistentes, causando uma desestruturação socioespacial e consequentemente a marginalização de grupos específicos, promovendo perdas humanas e materiais. Palavras-chave: Impactos Socioambientais, BR-365, Uberlândia.

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DA MIGRAÇÃO SERTANEJA AO SURGIMENTO DAS FAVELAS: A FORMAÇÃO SOCIOESPACIAL E VULNERABILIDADE EM FORTALEZA-CEARÁ

-Rachel Vieira de Araújo

-Maria Clélia Lustosa Costa

Fortaleza, até o final do século XVIII, tinha pouca expressão econômica, comparada a outras vilas da província do Ceará, desempenhando apenas funções administrativa e de defesa, ao contrário de Aracati, Icó, Sobral, vilas que possuíam maior relevância. Com a emancipação da província do Ceará, em 1799, e a política do império de fortalecer as capitais da província, Fortaleza começou a se destacar a partir da primeira metade do século XIX. As condições climáticas, com longos períodos de seca contribuíram para o aumento da população da capital, em razão dos migrantes procurarem o apoio do poder público. Nas grandes secas de 1877-79, 1888, 1915, para evitar a disseminação de doenças, esta população era alojada em abarracamentos a sotavento da cidade. Passado o período de estiagem, alguns voltavam à zona rural e outros permaneciam, o que contribuiu para uma expansão desordenada da cidade. Estes migrantes ocupavam, na época, áreas públicas ou privadas desvalorizadas pelo setor imobiliário, como as zonas de praia, dunas, entorno de lagoas e margens de riachos, dando originando as primeiras favelas em Fortaleza. Entre os anos 1930 e 1950 surgiram várias favelas, dentre elas destacam-se o Pirambu, nas dunas do litoral oeste, Mucuripe, na praia do litoral leste e o Lagamar, nas margens do rio Cocó. Na década de 1940-50, os dados do recenseamento apontam um crescimento de 90% da população de Fortaleza. Muitas dessas ocupações resistem até os dias atuais e se encontram nas chamadas áreas de vulnerabilidade social e/ou ambiental. A vulnerabilidade social de pessoas, famílias ou comunidade resulta da combinação de fatores que possam produzir a deterioração do nível de bem-estar de uma pessoa, família, grupo social, em consequência de sua exposição a determinados tipos de riscos, sejam naturais, sociais, econômicos ou políticos. O Estado, o mercado e a sociedade podem oferecer oportunidades, mas os mais vulneráveis, nem sempre estão aptos a aproveitá-las. Neste estudo, analisamos processo histórico de ocupação desordenada do espaço urbano de Fortaleza, buscando na paisagem as desigualdades socioeconômicas e os problemas ambientais. Com base nos dados do censo de 2000 e 2010 e do Índice de Vulnerabilidade Social (IVS), que utiliza as variáveis de renda, educação do chefe de família e qualidade da habitação, foram identificadas as áreas de mais alta vulnerabilidade social, que coincidem com áreas de vulnerabilidade ambiental. Com isso, podemos perceber que determinadas áreas de vulnerabilidade nos dias atuais são ainda, reflexos do processo de ocupação da cidade por meio dos movimentos migratórios. Palavras-chave: Vulnerabilidade social, Expansão urbana, Migração, Favela.

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DINÁMICA URBANA REGIONAL ARGENTINA DURANTE LA SEGUNDA MITAD DEL SIGLO XX Y COMIENZOS DEL XXI

-Mariano Varisco -Gustavo Peretti

El presente trabajo tiene como objetivo analizar las principales características del sistema de asentamientos de población concentrada de las diferentes regiones de Argentina según la definición establecida por Roberto Dromi (1997) entre 1947 y 2010, según los datos proporcionados por los Censos Nacionales de Población, Hogares y Viviendas realizados durante dicho período. El período escogido se contextúa en los cambios de relevancia que se dan en el sistema urbano nacional durante la segunda mitad del siglo XX (Lattes, A. 1980, 1993; Bertoncello, R., 1995; Sana, M. 1995; Vapñarsky, 1994, 1995). Entre 1950 y 2001, mientras la población argentina se duplicaba, el sistema de asentamientos experimentaba una profunda transformación, que en parte pasó inadvertida porque excluyó la disminución de su altísima primacía. Gran Buenos Aires continuó siendo diez veces más populosa que cualquier otra aglomeración. El aspecto a destacar se relaciona con la disminución de la macrocefalia, la cual se observa al reducirse la diferencia poblacional entre la aglomeración Buenos Aires y el resto del sistema urbano. Esta disminución de la macrocefalia se explica por el mayor dinamismo (crecimiento) de las llamadas ciudades medias (ciudades con población superior a los 50.000 habitantes excluida Buenos Aires) ya que mientras Buenos Aires duplicó su población, éstas triplicaron su crecimiento (Vapñarsky, C. 1995). En este contexto se analizan los cambios operados al interior de los subsistemas urbanos regionales (Norte Grande Argentino –este y oeste-, Nuevo Cuyo, Pampeano, Central y Patagónico –norte y sur-) haciendo hincapié en el rol desempeñado por las localidades más pobladas de cada subsistema en el dinámica urbana regional en lo que refiere al crecimiento poblacional y la estructuración espacial, teniendo en cuenta en este aspecto la concentración/dispersión de flujos comunicacionales que se dan en las mismas. El trabajo se dividirá en dos partes. En una primera, se realizará un análisis del comportamiento general del sistema urbano argentino durante la segunda mitad del siglo XX a la actualidad, en el cual se agruparán a las localidades en tres cohortes poblacionales según la cantidad de habitantes, a saber: a) Cohorte I: Gran Buenos Aires, b) Cohorte II: localidades que poseen entre 500.000 y 1.500.000 habitantes, c) Cohorte III: localidades que poseen entre 50.000 y 500.000 habitantes, y d) Cohorte IV: localidades con menos de 50.000 habitantes). En base a las cohortes definidas se calcularán: a) el ritmo de crecimiento poblacional, b) la representatividad poblacional de cada cohorte y c) los índices de primacía y de macrocefalia urbana. En una segunda instancia, se analizará al interior de cada subsistema urbano regional: a) el ritmo de crecimiento poblacional de la localidad principal en comparación con el resto de las localidades, b) la representatividad poblacional de la localidad principal en el marco de la región, c) la posición de la localidad principal en relación con el trazado de las vías de comunicación. El período considerado se dividirá para un análisis más exhaustivo, en los siguientes lapsos determinados por las fechas de los relevamientos censales: 1947/60, 1960/70, 1970/80, 1980/91, 1991/01 y 2001/10. Palabras clave: Sistema urbano, Subsistemas urbanos regionales, Ciudades medias, Primacía urbana, Macrocefalia urbana.

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PATRIMÔNIO E MEMÓRIA URBANA: REFLEXÕES GEOGRÁFICAS

-Cassia Santos Costa

A questão da preservação e conservação do patrimônio cultural dentro dos espaços urbanos ganhou importância no Brasil somente a partir do final do século XX surgindo a valorização do passado. O florescimento da importância do patrimônio cultural nas cidades está calcado na preservação da “memória urbana”. Segundo Isnard (1982) apud Corrêa (1995, p.10) o espaço geográfico é também um campo de representação simbólica, rica em signos que cumprem a função de expressarem as estruturas sociais em suas mais diversas dimensões. Diante do exposto a questão patrimônial é um vies importantissímo para os geógrafos e os cientistas sociais estudarem e refletirem sobre a temática dos conflitos de identidade, manifestos no espaço. Dentro da problemática em análise é fundamental a reflexão da lógica de tombamento, que vem a atender os princípios de modernização e legitimar uma memória representativa de todos, mas que gera aos habitantes do lugar um estanhamento e até o desconhecimento da sua existência, perante isso a pesquisa tem o objetivo de compreender como as políticas púbicas patrimoniais construíram uma identidade e uma memória coletiva espacial para a cidade de Fortaleza e seus habitantes, afim de alcançar nosso objetivo utilizamos da abordagem da geografia cultural renovada, visto que nas palavras de Corrêa (2003, p.175) ela “distingue-se por uma inerente abordagem, focalizada na análise dos significados que diversos grupos sociais atribuem, em seu processo de existência, aos objetos e ações em seus espaços temporalidades, delineada pelo conceito-chave dentro da ciência geográfica de paisagem para o direcionamento do nosso objeto empírico”. O recorte espacial do trabalho é a cidade de Fortaleza. Observamos que a lista dos bens tombados aumentam, em contra partida, grande parcela da população não se reconhecem nela, apesar de ser o patrimônio da cidade, representativo da memória, cultura e historia da população. Palavras-chave: Patrimônio, Cidade, Memória, Políticas públicas.

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PRAÇA PADRE CÍCERO: TERRITÓRIO DE APROPRIAÇÃO EM JUAZEIRO DO NORTE-CE

-Samara Souza Maciel -David Melo van den Brule

-Ângela Kerlhy Lima

O presente artigo objetiva entender como ocorre a apropriação territorial da Praça Padre Cícero (localizada na cidade de Juazeiro do Norte, no Ceará), a partir da experiência dos camelôs que trabalham neste espaço e dele provêm seus sustentos, a ênfase será dada ao uso comercial do local, durante os anos de 2012 e 2013. Para efeito de análise, buscou-se abordar o conceito de território, bem como centralidade. Apoiando-se, sobretudo, em autores como Roberto Lobato Corrêa (1993, 2010) e Rogério Haesbaert (2007). Localizada ao sul do estado Ceará, na região do Cariri, Juazeiro do Norte tem notório desenvolvimento econômico e constitui-se um dos maiores polos atrativos de investimentos do Estado. Juazeiro do Norte hoje é a sede da Região Metropolitana do Cariri, criada por uma Lei Complementar Estadual nº 78, sancionada em 29 de junho de 2009, sendo destaque pelo seu notório desenvolvimento econômico. Sua importância se dá principalmente pelo desenvolvimento da indústria, sobretudo a calçadista, bem como do comércio, haja vista ser Juazeiro do Norte o centro de abastecimento da região e adjacências, nos setores alimentício, calçadista, automobilístico, entre outros, além de concentrar uma enorme variedade de serviços. A Praça Padre Cícero sempre foi local dos grandes acontecimentos e manifestações públicas, e ainda o é nos dias atuais. Possui relevante significância histórica, pois é espaço de encontro e reunião, campo simbólico de lutas. Reconhecendo-lhe sua notoriedade inerente, a Praça Padre Cícero se constitui um cartão de visita da cidade, ponto de referência em Juazeiro do Norte, local de manifestações das práticas sociais e políticas. Como exemplo, podemos citar as manifestações artísticas no local, com os cantores peruanos, as apresentações de música e de teatro organizadas por grupos religiosos e também pelo Centro Cultural do Banco do Nordeste. Ainda que considerada central na vida cotidiana juazeirense, de tal modo que sua influência no devir da cidade seja algo salutar, atualmente não há no meio acadêmico, sobretudo na Geografia, um número considerável de estudos relativos à Praça Padre Cícero. As atividades comerciais exercidas no local são as mais diversas, desde a venda de produtos de gênero alimentício, como lanches, sorvetes, guloseimas, água de coco, batata frita, entre outros, até a venda de livros, jornais e revistas. Os agentes que modelam este território vão desde a representação da administração local até aqueles que estão ligados a ele por relação de identidade territorial, mediados por uma necessidade financeira, que não encerra em si mesma. Transcendendo os limites da materialidade, chegando à apropriação simbólica, imaterial. A metodologia utilizada consistiu-se em uma revisão de literatura de alguns dos principais autores que trabalham com os conceitos de território e centralidade, bem como da realização da observação no campo de pesquisa. Nesta investigação foram utilizados como recursos metodológicos fotografias, imagens retiradas do Google Street View e entrevistas abertas com os camelôs e ambulantes que trabalham na Praça Padre Cícero, realizadas durante o mês de julho de 2012. Palavras-chave: Juazeiro do Norte, Território, Camelô, Praça Padre Cícero.

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THE EFFECT OF LEGAL MARIJUANA IN THE US ON MEXICAN DRUG CARTELS

-Peter Belancsik

US states such as Colorado, Washington, Oregon, and Alaska have now legalized marijuana for recreational purposes. This has already had a major effect on Mexican cartels who are quickly seeing declining profits from trafficking the drug. However, the majority of these cartels are now diversifying their operations by putting a stronger focus on trafficking other drugs into the US: heroin, cocaine, and meth. The relative role of globalization cannot be underestimated, as cartels are already finding new ways to traffic their illicit drugs to foreign countries that had previously seen inconsequential rates of cocaine and methamphetamine consumption. With issues such as increased violence, narco-deforestation, and corruption from Mexico to Nicaragua directly linked to the illicit drug trade, it is very important to decrease the profits reaped by these cartels (Los Zetas, Sinaloas, Juarez, etc.). Due to the black market nature of the illicit drug trade, exact numbers are hard to come by, though new and increased drug trafficking routes, as well as arrest records, are just a few ways to correlate such a cause and effect. Key words: Trafficking, Globalization, Cartels.

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URBAN DEVELOPMENT, PUBLIC POLICY AND THE CONTRADICTIONS OF DECENT HOUSING: INSIGHTS FROM MEXICO

-James J. Biles

Decent housing (vivienda digna) remains a prominent social concern in much of the Global South. Indeed, recent data suggest that approximately two billion people in the developing world are relegated to “inadequate” housing, typically defined on the basis of some combination of structural characteristics, security of tenure, extent of overcrowding, and access to basic services,. In response, the United Nations and a host of international organizations have pursued an ambitious global campaign of promoting access to “inclusive, sustainable and adequate housing”. In the case of Mexico, access to decent housing is mandated in Article 4 of its (still) revolutionary Constitution of 1917. Nonetheless, about one-third of Mexico’s population occupies dwellings classified as inadequate based on international standards. The Mexican Constitution also accords the state with the primary responsibility for determining the means of providing access to vivienda digna. Accordingly, the Mexican government has implemented a number of initiatives in recent decades to address the country’s housing needs. The most recent policy agenda, the 2014-18 National Housing Plan, is premised on the prevailing international conceptualization of decent housing and seeks to improve the quality of urban and rural housing, reduce Mexico’s purported housing deficit, and use housing policy to control urban sprawl. This paper offers a critical appraisal of Mexico’s current urban development and housing agenda by focusing on two specific initiatives: the subsidized construction of mass-produced housing for low and moderate-income households as the primary means of providing vivienda digna and the introduction of “densification” as a strategy for combatting urban sprawl and promoting more sustainable urban development. In both cases, I conclude that policy interventions have failed to achieve their purported objectives and that housing built in response to the prevailing international conceptualization of “decent housing” and under the pretense of densification as a vehicle for sustainability is both indecent and unsustainable. Furthermore, instead of addressing the real needs of Mexico’s population for adequate shelter, the twin policy discourses of vivienda digna and densification actually allow the

Mexican government to achieve three distinct (and politically more critical) objectives: demonstration of unfettered and unrelenting progress towards “development”, in line with international standards and the expectations of multilateral organizations; generation of much-needed employment opportunities, in both construction and related industries; and assuring the profitability of a small group of national and regional construction firms that control the country’s homebuilding industry. Key words: Housing, Policy analysis, Mexico.

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203 Universidade Federal do Ceará - UFC, 26-30 de Maio de 2015, Fortaleza/CE, Brasil

O DESAFIO DA CONSTITUIÇÃO DE REDE DE CATADORES DE MATERIAIS RECICLÁVEIS NO OESTE PAULISTA

-Wesley Borges Costa

A problemática dos resíduos sólidos urbanos tornou-se alvo de interesse de pesquisas geográficas sob diferentes perspectivas teóricas, enriquecendo o debate acerca dos aspectos sociais e ambientais inerentes à temática em tela. A transformação dos recursos naturais em bens e serviços de consumo combinada com o descarte contínuo e veloz, característico do avassalador processo de consumo de bens industrializados da atualidade, tem acarretado a acelerada geração de resíduos sólidos. Neste sentido, os resíduos sólidos ocupam a atenção sob duplo aspecto: um grave problema socioambiental, um desafio colocado aos municípios e à sociedade contemporânea; e, em uma perspectiva de cunho econômico-político, alternativa e/ou possibilidade de geração de emprego, renda e negócio, cuja base reside em inúmeros catadores, elo importante da cadeia da reciclagem. O texto apresentará as reflexões realizadas junto ao Grupo de Pesquisa “Gestão Ambiental e Dinâmica Socioespacial” da Universidade Estadual Paulista, Campus Presidente Prudente, e visa apresentar uma discussão à luz da ciência geográfica acerca da construção da rede de catadores para a comercialização de materiais recicláveis no Oeste paulista. A priori, entende-se que este segmento social tem se constituído em um importante movimento na América Latina, com diferentes formas de organização e fortalecimento do trabalho. No entanto, parte-se da hipótese que a formação de redes é uma tendência ao fortalecimento da organização de empreendimentos econômicos solidários da cadeia da reciclagem, bem como tentativa de melhoria nas condições de coleta e comercialização final de materiais recicláveis a fim de diminuir o impacto do atravessador nesse mercado e articulação direta com o circuito superior composto por indústrias recicladoras e/ou que utilizam os recicláveis no processo produtivo, mas que há limitações e embates tendo em vista a fragilidade organizativa de algumas cooperativas e associações. Com base no materialismo histórico geográfico, no território e rede enquanto categorias geográficas centrais, este texto surge a partir da revisão e diálogo bibliográficos, coleta e sistematização de dados, representação cartográfica e da análise dos relatórios técnicos produzidos no âmbito do grupo de pesquisa. Em síntese, faz-se mister, o acompanhamento e discussão dos dados a nível nacional a fim de compreender a (in)evolução do mercado de reciclagem a partir das exigências e recomendações legais. Neste sentido, a proposta é congregar esforços teóricos para o entendimento da temática em tela, posto que a ciência geográfica tem a possibilidade de ser um importante aporte à obtenção de subsídios de intervenção e proposição de ações que potencializem a eficiência dos modelos de gerenciamento de resíduos sólidos urbanos e dos sujeitos que compõem a cadeia da reciclagem. Palavras-chave: Catadores, Oeste Paulista, Rede de Comercialização, Materiais recicláveis.

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REESTRUTURAÇÃO URBANA E SEGREGAÇÃO SOCIO-ESPACIAL

-Camila Pontin Novaes

-Adilson Toledo Bernardes

No espaço contraditório da cidade ocorrem diversas lutas sociais, sendo uma das principais lutas a de direito à moradia. Numa sociedade onde parcela significativa da população não tem acesso à casa própria ou mesmo não tem condições de pagar aluguel, entende-se que a habitação é um direito de acesso restritivo. Dessa forma, os grupos sociais excluídos desse direito têm como uma das possibilidades de moradia os assentamentos precários, como as favelas. Das diferenciações que podem ser refletidas no espaço a partir desse processo, os aspectos socioeconômicos têm dominância, devido à sua centralidade na definição da estrutura social e da organização do Espaço das Cidades, fazendo com que a segregação socioespacial se materialize nas contradições existentes na produção do Espaço. A crescente mercantilização do espaço para implantação de projetos urbanísticos relacionados à mobilidade, o atendimento das necessidades dos Megaeventos Esportivos sediados no Brasil, e dos interesses hegemônicos, superam os interesses populares relacionados ao direito à moradia. Seguindo a lógica de mercado, as necessidades de acumulação do capital superam em gênero e grau a importância do pertencimento do indivíduo ou do grupo no seu contexto social ao lugar em questão, desalojando os indivíduos sem se preocupar com as consequências ao cotidiano dos mesmos, nem mesmo com a realocação destes a um novo espaço. Para Whitacker (2013) a produção do espaço pode ser compreendida como processo constituinte e constituído da produção social e, portanto, econômica, onde a reestruturação é, ao mesmo tempo em que possui, uma dimensão espacial. Para o autor, a reestruturação produtiva, as mudanças profundas e pontuais na maneira como se organiza e reorganiza a produção (em seu sentido mais amplo) hegemônica, vem seguida por uma reestruturação do espaço. Dessa maneira a reestruturação do espaço engloba os espaços de produção (agora em um sentido mais restrito), os espaços de consumo e circulação, tanto quanto os espaços da reprodução. Existindo, assim, uma relação entre a reestruturação produtiva, iniciada a partir da crise do fordismo, e a reestruturação que se opera nos espaços intraurbanos e interurbanos. Nesse sentido, o presente trabalho parte da noção de reestruturação urbana para entender o processo de ruptura na ordem e na configuração da vida social, econômica e política na cidade. Implica, portanto uma dinâmica de fluxos e de transições, ações ofensivas e defensivas, em uma mescla complexa e irresoluta de continuidade e mudança dos espaços nas cidades. A reestruturação deve ser considerada originária de e reativa a graves choques nas situações e práticas sociais preexistentes, e desencadeadora de uma intensificação de lutas competitivas pelo controle das forças que configuram a vida material, sendo palco de intensas disputas territoriais em seus aspectos materiais e imateriais do espaço urbano. (SOJA, 1993) A partir das noções de segregação que a dinâmica capitalista de (des)apropriação do espaço urbano, e sua latente mercantilização, nota-se no presente cenário urbano brasileiro, sobretudo nas áreas de assentamentos precários, uma tendência à Reestruturação Urbana. Palavras-chave: Reestruturação urbana, Segregação socioespacial, Espaço urbano, Cidade.

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MUDANÇAS SOCIAIS E CONSTRUÇÃO DE CIDADES SAUDÁVEIS: ENTRE DESAFIOS E OPORTUNIDADES

-Lidiane Aparecida Alves

-Vitor Ribeiro Filho

Enquanto espaço materializado, a partir das relações de produção e sociais (SANTOS, 1996), ao pensar o espaço urbano é importante considerar, o espaço físico, mas, sobretudo seus os habitantes, os quais, em escala global, tendem a ser cada vez mais idosos. Considerar a população urbana a partir do início do século XXI, especialmente nos países em desenvolvimento, do hemisfério sul, implica em vários questionamentos inerentes às dimensões: sociais, ambientais e econômicas. É preciso assegurar a convergência das mudanças sociais e com a construção de cidades mais saudáveis. Neste sentido, embasa-se nos avanços, experiências e recomendações de organismos internacionais. Historicamente marcadas por modelos de reprodução socioespaciais excludentes. A complexidade torna-se maior ao considerar as mudanças que ocorrem na estrutura demográfica, pois o envelhecimento populacional apresenta-se segundo as Nações Unidas (UN, 2001) como um processo: inédito, generalizado, duradouro e com profundas implicações em várias facetas da vida. Na perspectiva do envelhecimento populacional, segundo as UN (2001), deve-se garantir que as pessoas de todos os lugares envelheçam com segurança, dignidade e que continuem a participar da sociedade como cidadãos com plenos direitos, os quais devem ser distintos daqueles de outras faixas etárias, além de ressaltar que as relações entre as gerações devem ser nutridas e encorajadas. Nos países em desenvolvimento, tais processos começaram mais tarde, porém com ritmos mais intensos do que nos países desenvolvidos, encurtando o tempo das cidades adaptarem. Nos ajustamentos, além das intervenções para assegurar àquelas condições essenciais à qualidade de vida, são importantes outras no âmbito: dos sistemas de apoio social; dos serviços de saúde, uma vez que as pessoas mais velhas são geralmente mais vulneráveis a doenças crônicas; e do sistema previdenciário, a fim de evitar que a PEA (população entre 15 e 64 anos) sofra os impacto de altas cargas tributárias para a manutenção do sistema, já que esta tende a ser menor que os idosos (principalmente aqueles com idade acima de 65 anos). Destaca-se a relevância dos investimentos em setores estratégicos como a educação. É consenso seu impacto para o desenvolvimento pessoal e social e, por conseguinte econômico. Dentre as questões que permitem vislumbrar oportunidades, têm-se em relação à conjectura de envelhecimento populacional, o Plano de Madri (UN, 2002) decorrente da Assembleia sobre o envelhecimento, que identificou as três áreas prioritárias para a superação dos desafios: desenvolvimento, saúde e bem-estar, e ambientes propícios e favoráveis, na mesma perspectiva a organização destaca a possibilidade de atividade, de contribuição à economia e da independência e autonomia dos idosos (UN, 2013). Já em relação aos espaços urbanos, conhecimentos relacionados à mudança da estrutura das cidades, como os preceitos do novo urbanismo, ou segundo os conceitos da construção de cidades sustentáveis, saudáveis ou para o pedestre ou para as pessoas idosas, conforme a propostas e iniciativas apoiadas e difundidas pela OMS “cidade amiga do idoso”.

Palavras-chave: Cidades, Envelhecimento populacional, Desafios, Oportunidades.

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O LUGAR DO CRATO NO SÉCULO XX: MORFOLOGIA E FUNÇÕES URBANAS DA AGLOMERAÇÃO EM ESTUDO

-Raimunda Aurilia Ferreira de Sousa

A dinâmica urbano-regional das cidades e o papel que desenvolvem na esfera do conjunto de cidades, tem sido uma questão relevante nos estudos geográficos. Esses espaços ganham novas formas e conteúdos, ao passo que passam a desenvolver e/ou perder novas atividades e funções urbanas. Nesse sentido, o presente trabalho discute o conjunto de funções e atividades urbanas desenvolvidas na cidade de Crato-CE, localizada na porção Sul do Estado do Ceará, na primeira metade do século XX. Nesse momento Crato se destacava pelas funções urbanas que exercia, notadamente a função comercial, educacional e de lazer. Destaques para os atributos naturais, econômicos e políticos de que dispunha em outrora, fazendo-lhe exercer papel de comando urbano-regional absoluto no Cariri e área de influência. Nesse sentido, vislumbrar o espaço intra-urbano do Crato permiti-nos perceber as formas da cidade e a importância desse centro urbano frente a rede urbana cearense. Através da morfologia de centros, podemos captar um conjunto de elementos que dão conta de perceber a complexidade do espaço urbano. Desse modo, comungamos da concepção de Encarnação Spósito ao considerar que o termo morfologia designa do que se concebe por forma, porém vai muito além da análise das formas urbanas em si, embora as contenha. Através das formas podemos inferir processos, ou ainda que dos processos se pode identificar formas. Para tanto, é necessário considerar as formas a partir de seus conteúdos, pautados na materialização da urbanização. O conjunto de atividades desempenhadas por Crato, notadamente a centralidade comercial de que exercia, lhe permitiu ser considerado enquanto centro urbano mais avançado no interior do Estado do Ceará na década de 1920. A influência que desempenhava lhe conferiu o título de “Capital econômica do Cariri” dado pelo raio de atuação e a diversidade de produtos que dispunha. O papel da Igreja católica enquanto provedora de instituições educacionais consistiu em importante participação no conjunto de atividades desenvolvidas. O conjunto arquitetônico da cidade mudava ao passo que novos sujeitos e processos sociais surgiam na aglomeração urbana. Compõe a metodologia utilizada na discussão material bibliográfico e documental sobre o Crato na escala intra e interregional, procurando sequencialmente realizar o processo de seleção, organização, leitura e análise do material coletado. Constatou-se que na primeira metade do século XX Crato já exercia destacadas funções urbanas, dadas pelo aumento da população, a incorporação de atividades e a chegada de novos equipamentos urbanos. A abertura de vias e o início do processo de industrialização no Cariri cearense permitiram maior abertura econômica e dinamismo urbano. Atrelado as transformações no tempo e espaço, o surgimento de Juazeiro do Norte passou a trazer novos elementos para a condição urbana de Crato no exercício de atividades ao longo de sua área de influência.

Palavras-chave: Crato, Morfologia urbana, Funções urbanas, Centralidade urbana.

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CIRCUITO ESPACIAL PRODUTIVO DA VITIVINICULTURA NO SUL DO RIO GRANDE DO SUL: TERRITÓRIOS EM FORMAÇÃO

-Bruno Freitas da Silva

-Rosa Maria Vieira Medeiro

No sul do Rio Grande do Sul, vinícolas da Serra Gaúcha estão investindo em projetos de expansão da vitivinicultura. A inserção dessa atividade provoca modificações na estrutura produtiva da região que, por muito tempo, foi dependente da atividade pecuária (gado bovino e ovino). Optou-se pela Mesorregião do Sudeste Rio-Grandense como área de estudo, constituída por vinte e cinco municípios que possuem condições edafoclimáticas favoráveis ao cultivo da vitis vinífera. O objetivo dessa pesquisa é compreender a formação do circuito espacial de produção vitivinícola e sua territorialização, analisando o papel do espaço geográfico na lógica de distribuição das atividades produtivas e na dinâmica dos fluxos vitivinícolas; as sucessões e coexistências das formas de produção que permitiram caracterizar a organização do circuito espacial vitivinícola e a formação dos territórios/territorialidades da uva e do vinho na área em estudo. Em uma primeira fase foram coletados dados quantitativos de instituições públicas e privadas e em uma segunda fase será realizado trabalho de campo para aplicação das entrevistas semi-estruturadas em uma amostra não-probalística, definida por tipicidade, registro de fotografias e coleta de dados para o mapeamento da área em estudo. Optou-se pelo conceito de circuito espacial produtivo para compreender a formação do território a partir da acomodação de novas atividades econômicas. Segundo Castillo e Frederico (2010, p. 468) o enfoque do circuito espacial produtivo “deixa de ser a identificação de gargalos [...] e passa a ser as implicações sócio-espaciais da adaptação de lugares, regiões e territórios aos ditames da competitividade”. Complementando esse raciocínio, Santos (1997, p. 61) afirma que “na produção de bens materiais ou imateriais, segundo as condições dadas de tecnologia, capital e tempo, o território tem de ser adequado ao uso procurado e a produtividade do processo produtivo depende, em grande parte, dessa adequação”. De acordo com Fonseca (2000, p. 22), as principais manifestações espaciais das mudanças que vêm ocorrendo na economia brasileira são: “[...] a reestruturação produtiva das economias regionais, a criação de novos espaços industriais e agrícolas altamente tecnificados, a maior mobilidade locacional da indústria, possibilitada pela flexibilização da produção”. Esse processo tem implicações no território, pois modifica o poder de grupos sociais locais, criando novas territorialidades. Ocorre assim a apropriação do espaço por novos atores que estabelecem um novo território. A cultura e a identidade terão implicações frente à nova estrutura produtiva que se instala. Palavras-chave: Território, Identidade, Vitivinicultura, Circuito Espacial Produtivo, Rio Grande do

Sul.

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208 Universidade Federal do Ceará - UFC, 26-30 de Maio de 2015, Fortaleza/CE, Brasil

A (RE)PRODUÇÃO DO ESPAÇO NO GRANDE MUCURIPE, EM FORTALEZA, CEARÁ, BRASIL

-Anna Emília Maciel Barbosa

A região Grande Mucuripe é constituída por um conjunto de bairros do setor leste de Fortaleza, habitados por população de níveis de renda diferenciados que vão desde os mais altos salários até um nível de miséria extrema. Esta porção da cidade que passou por um intenso processo de produção espacial durante o século XX, inicia o século XXI permeado de conflitos gerados por um processo contínuo de produção. Atualmente, trata-se de uma área industrial e portuária, envolta de praias destinadas ao turismo e a habitação de alta e baixa renda. Muitas favelas compõem a paisagem da Grande Mucuripe, revelando uma problemática habitacional bastante antiga. É nesta realidade de contradições que grandes intervenções da iniciativa pública e privada chegam ao local, na busca por legitimar esta região como área “nobre” da cidade ao promover remoções, diretas ou indiretas via Estado, das populações mais carentes. Assim, o objetivo deste trabalho é analisar as transformações do espaço da Grande Mucuripe, resultado de constantes reestruturações urbanas que ocorreram em Fortaleza. A habitação será o componente em destaque da pesquisa, percebendo no movimento do mercado imobiliário, bem como, dos moradores da área a dinâmica de produção e organização do espaço da cidade. A relevância deste estudo está na abordagem que se dá a temática habitação, entendendo como processo globais influenciam localmente o mercado imobiliário e afeta a vida de milhares de pessoas, em especial das que serão removidas em função dos grandes equipamentos e projetos que chegam a cidade. Para tanto, foram realizadas pesquisas em documentos e literaturas que abordem a temática, bem como visitas para reconhecimento, registro fotográfico e conversa informação com moradores e frequentadores. Palavras-chave: Cidade, Produção do espaço, Reestruturação urbana, Habitação.

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A CENTRALIDADE DO LAZER NOTURNO NA AVENIDA ALBERTO ANDALÓ: UM ESTUDO A PARTIR DOS LEVANTAMENTOS DOS ESTABELECIMENTOS COMERCIAIS

-Renata Sakura

O presente trabalho traz a intenção de articular a temática da juventude, ainda recente no âmbito das preocupações geográficas, mas que ultimamente vem despertando o interesse de muitos pesquisadores, em especial propomos a abordagem da centralidade, territorialidade e da diferenciação socioespacial, para a formulação do nosso artigo.Tal articulação entre as diferentes temáticas se justifica, visto que as práticas juvenis se encontram espraiadas pela cidade, nos remete ao estudo das localizações de atividades de caráter de lazer noturno, e é a partir do posicionamento destas (atividades), bem como dos fluxos (dos jovens) que estas áreas centrais se geram e sustentam. Nesta perspectiva, pretendemos relacionar estes pontos com o nosso objeto de estudo, sendo os jovens e a mancha de lazer noturna na Avenida Alberto Andaló, em São José do Rio Preto/SP. Sposito (2001) ao fazer uma análise da urbanização do século XX, argumenta que o acontecimento mais acentuado deste século foi a proliferação e diversificação de áreas centrais, deste modo a autora argumenta que o centro principal perde a importância em relação à oferta de determinados bens e serviços, percebemos que conforme a cidade vai crescendo há o aumento das desigualdades, com a emergência de conjuntos habitacionais em áreas carentes de equipamentos, e por outro lado há também a emergência de condomínios fechados de alto padrão. É nesta perspectiva da segmentação urbana a partir do estudo da vida noturna, com a conformação de novas áreas centrais de lazer noturno que chegaremos à confirmação ou negação que a cidade é segmentada. Para tal empreitada utilizaremos de algumas metodologias como o trabalho de campo, o levantamento dos estabelecimentos comerciais da mancha de lazer e a observação participante. Manter o contato é muito importante

nesta metodologia, participando dos seus contextos, neste caso, frequentar o ambiente boêmio da vida dos jovens, as idas aos bares, boates e restaurantes, ver como essa a dinâmica juvenil acontece. Devemos manter a relação de observador e pesquisado, uma relação sem hierarquia, sentir e viver as mesmas emoções que o jovem sente. Nesta metodologia não temos traços fixos, pois, cada campo possui suas particularidades, mas isso não significa que o pesquisador irá a campo sem arca bolso teórico, pelo contrário, é a partir das leituras, que serão sanadas alguns sentimentos de mal estar, estranhamento, de não pertencimento na hora de chegar ao campo. Do ponto de vista de Da Matta (1978), uma das fases da observação participante é exatamente esta, de nos equiparmos da base teórica sobre o tema a ser estudado. Palavras-chave: Centralidade, Diferenciação socioespacial, Juventude; São José do Rio Preto/SP.

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CIDADES X LOTEAMENTOS: A ASCENSÃO DO MERCADO DE TERRAS NAS PEQUENAS CIDADES DO RIO GRANDE DO NORTE

-Francisco Aracildo de Moura

-Ademir Araújo da Costa

Este artigo discute a cidade como uma construção social que historicamente vem se desenvolvendo, como também, mostra como o processo de industrialização, desenvolvimento econômico e distribuição de renda e a busca por uma melhor qualidade de vida da população vem contribuindo para que tenhamos a atual realidade urbana presente nas pequenas cidades. Como ferramenta metodológica, fez-se o uso de pesquisas e consulta em acervos bibliográficos que nos deram respaldo a realização desse estudo, como também, análise de informações de sites na internet, teses e dissertações a respeito desta temática. O artigo foi construído a partir do agrupamento de informações e ideias que geraram a subdivisão por temas específicos para cada sessão aqui proposto. Assim, faz-se uma analise da cidade como objeto de estudo perpassando pela categoria de pequena cidade, onde se faz uma analise de como estas vem se (re)configurando no contexto urbano do Rio Grande do Norte. Para tal, nos apropriamos da teoria da produção do espaço a partir do pensamento de Henri Lefebvre 2000, o que nos possibilita compreender de como vem ocorrendo à produção das pequenas cidades, uma vez que, estas também estão inseridas na lógica urbana do Estado, como também, damos ênfase à teoria da renda - David Harvey 2013, onde trabalhamos o valor de uso da terra, as formas de renda, a terra como base para a reprodução e a extração, a qual a partir do parcelamento do solo, os proprietários de terras realizam a renda absoluta. No entanto, sabemos que, mesmo consideradas como pequenas, estes centros urbanos possibilitam a reprodução da vida, a sobrevivência e permanência de seus citadinos na cidade. Assim, o parcelamento do solo através dos loteamentos é inserido na discussão como uma alternativa encontrada pelos proprietários de terras nas pequenas cidades potiguares para realizarem a renda da terra. Logo, vem sendo comum à subdivisão de terras em loteamentos. Todavia esse processo que vem se descortinando nas cidades do estado, vem contribuindo para que tenhamos um aumento da mancha urbana, uma vez que, os referidos loteamentos promovem crescimento do tecido urbano nestas cidades, fazendo com que mais pessoas adquiram um lote e construam em áreas até então não edificada. Palavras-chave: Pequena cidade. Loteamentos. Renda da terra.

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O DESAFIO DAS POLITICAS PUBLICAS DE HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL EM MUNICÍPIOS DE PEQUENO PORTE NA AMAZÔNIA: PONTA DE PEDRAS - PA

-Ivan Gomes de Oliveira

A questão da habitação pode ser considerada, na atualidade, um dos principais problemas sociais urbanos do Brasil, problema que não é exclusivo dos grandes centros urbanos, as cidades de pequeno porte também enfrenta déficit e precariedade habitacional, e que por suas especificidades muitas vezes não são contempladas pelas politicas publicas de habitação instituídas no âmbito federal, por não se enquadrar nos parâmetros estabelecidos, pois o déficit habitacional e a inadequação de domicílios são calculados para municípios com população urbana igual ou superior a 20 mil habitantes, os municípios que estão abaixo dessa expectativa são agrupados segundo as microrregiões definidas pelo IBGE e não são considerados os resultados individuais, o que já dificulta a implementação das politicas nesses municípios, e se considerarmos ainda outras especificidades principalmente ligadas à localização desses municípios as politicas publicas de habitação de interesse social se distanciam ainda mais da realidade. Na região amazônica observa-se o predomínio de municípios de pequeno porte, que para além dos números populacionais, apresentam especificidades ligadas ao domínio morfoclimático em que estão localizados, ao seu processo de ocupação, estão distantes uns dos outros e de grandes centros urbanos, parte dos seus territórios estão em área de influencia das marés, o que acirra ainda mais conflitos ambientais e agrários, especificidades não contempladas pelas políticas públicas federais instituídas, o que as tornam ineficientes nesses municípios. O objetivo desse artigo e apresentar e analisar as especificidades da precariedade habitacional do município de Ponta das Pedras – PA, e confronta-las com as diretrizes estabelecidas pelas politicas públicas de habitação de interesse social, destacaremos o programa minha casa minha vida, apontando os entraves e possibilidades da efetivação de fato do programa. Ponta de Pedras - PA localiza-se na Ilha de Marajó, região estuarina do rio Amazonas, sua população urbana 12,424 que vivem em 3.096 domicílios, desse montante aproximadamente 981 domicílios estão localizados em várzeas, nas quais nota-se a precariedade da infraestrutura e ausência de serviços urbanos o que promove inúmeros problemas sociais e ocasiona impactos ambientais, pois são áreas ambientalmente frágil, e como estão sob o regime da maré todo descarte de resíduos sólidos e esgoto sanitário de forma inadequada vão para os rios. As reflexões aqui delineadas fazem parte da pesquisa de mestrado que vem sendo desenvolvida e encontra-se na fase de revisão do texto para apresentação e tem como titulo: “Análise de percepção ambiental de moradores de área de várzea em pequenas cidades da Amazônia.”, e que de acordo com os dados coletados, nas pesquisas de campo, pesquisa bibliográfica e documental realizada nos revela a demanda habitacional e a ineficácia das politicas publicas de habitação de interesse social, programa minha casa minha vida (MCMV), para atender as reais necessidades dos pequenos municípios localizados na Amazônia. Palavras-chave: Politicas Publicas, Programa Minha Casa Minha vida, Pontal de Pedra/PA.

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33º Congresso da Conf. of Latin Americanist Geographers (CLAG) - “Interfaces do Espaço Latino Americano”

212 Universidade Federal do Ceará - UFC, 26-30 de Maio de 2015, Fortaleza/CE, Brasil

DO CAMINHO DA CANOA ÀS ESCADAS DOS ARRANHA-CÉUS: A AVENIDA EDUARDO RIBEIRO, MANAUS, AMAZONAS

-Lupuna Corrêa de Souza -José Aldemir de Oliveira

O lugar que é hoje uma das principais avenidas da área central de Manaus era no século XIX o Igarapé do Espírito Santo, por onde transitavam as canoas que vinham do Rio Negro e se internalizavam na Vila da Barra, nome primeiro da Cidade de Manaus. Na segunda metade do século XIX com o início do apogeu da borracha, vários igarapés da área central foram aterrados, dentre os quais, aquele que passaria a comportar a Avenida Eduardo Ribeiro. Aonde no período áureo da borracha, final do século XIX, vai se localizar lojas de produtos importados, comércio e alguns dos prédios mais importantes da cidade, como a alfândega, o Teatro Amazonas e o Palácio da Justiça em sua parte superior, terminando com o projeto do palácio do governo no final da rua. A avenida comportava o que havia de mais glamoroso na “Paris dos Trópicos”. Com a crise da borracha, a cidade Manaus passa por um longo período de estagnação, porém, a avenida não perdeu o seu glamour. Com restaurantes, comércios, jornais, rádios e os principais cinemas da cidade, clubes sociais e etc. Esse apogeu faz com que retomado o processo de crescimento da cidade com a implantação da Zona Franca de Manaus a avenida seja palco do início do processo de verticalização da cidade, onde prédios do século XIX são demolidos para dá origem a edifícios residenciais e comerciais. Nos primeiros anos da Zona Franca entre 1968 e 1970 edifícios de no mínimo 10 andares foram construídos. A partir de pesquisa bibliográfica e de estudos “in loco” busca-se nesse texto reconstituir o papel que a Avenida Eduardo Ribeiro teve na dinâmica da produção do espaço urbano na cidade, a partir da instalação da Zona Franca de Manaus. Palavras-chave: Zona Franca, Manaus, Verticalização, Prédios.

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213 Universidade Federal do Ceará - UFC, 26-30 de Maio de 2015, Fortaleza/CE, Brasil

INDÚSTRIA E MOBILIDADE DA FORÇA DE TRABALHO NA PRODUÇÃO DO ESPAÇO METROPOLITANO CEARENSE

-Glauciana Alves Teles -Zenilde Baima Amora

As mudanças pelas quais passam o estado do Ceará nas últimas três décadas aglutinam processos econômicos, políticos e sociais materializados na produção de riquezas. Este fato relaciona-se às transformações tecnológicas, organizacionais e “sóciometabólicas” por qual passou os setores produtivos no Brasil nesse mesmo período, imprimindo novas relações e interações socioespaciais que submerge capital e, sobretudo, mobilidade da força de trabalho. Harvey (2013) nos ensina que “a versatilidade e a mobilidade geográfica da força de trabalho são essenciais para a acumulação de capital”. No contexto de expansão geográfica do capital mais recente nos marcos da reestruturação produtiva e do neoliberalismo, entendemos que um novo período de acumulação se estabelece no Ceará desde a década de 1990, com base na atividade industrial que utiliza tecnologia moderna, investimentos massivos em indústria de base, e grande mobilização da força de trabalho com destaque para a implantação e funcionamento do Complexo Industrial e Portuário do Pecém - CIPP. O CIPP é um projeto em desenvolvimento assentado na função portuária e na atividade industrial conjugada, tendo por base a siderurgia e o refino de petróleo expressão mais recente da industrialização do Ceará. A implantação e o funcionamento desse empreendimento vêm imprimindo ao espaço metropolitano novas interações socioespaciais em múltiplas escalas com mudanças significativas nos fluxos e na economia urbana. Diante do exposto indagamos: Como a mobilidade da força de trabalho provoca transformações no processo de urbanização/metropolização no que se refere à economia urbana e aos fluxos na Região Metropolitana de Fortaleza? O objetivo de nossa pesquisa foi compreender as mudanças provocadas pelo CIPP na Região Metropolitana de Fortaleza, relacionada à mobilidade da força de trabalho e seus impactos na economia urbana e aos fluxos cotidianos. Como procedimentos metodológicos utilizamos dados secundários do Relatório Anual de Informações Sociais – RAIS do Ministério do Trabalho e Emprego - MTE e do Instituto Cearense de Pesquisas e Estratégias Econômicas do Ceará – IPECE. Além disso, realizamos trabalhos em campo com observações diretas, visita a algumas empresas do CIPP e aplicação de entrevistas aos proprietários de estabelecimentos comerciais e de serviços na região. Os resultados apontam mudanças expressivas na economia urbana da Região Metropolitana de Fortaleza, em especial nos municípios onde o CIPP está situado com alterações expressivas nos fluxos cotidianos de força de trabalho e mercadorias, bem como o aumento na quantidade e variedade de estabelecimentos comerciais e de serviço para atender a demanda dos trabalhadores e empresas ligadas ao empreendimento. Palavras-chave: Mobilidade, CIPP, Metropolização, Ceará, Produção do espaço.

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MINHA CASA, MINHA VIDA E MERCADO IMOBILIÁRIO: ANÁLISE DA PRODUÇÃO ESPACIAL DAS CIDADES DO CRATO, JUAZEIRO DO NORTE E BARBALHA- CE

-Thamires Machado Pessoa

-Luis Renato Bezerra Pequeno

Nos últimos anos observa-se um aquecimento do mercado imobiliário em âmbito nacional. Em grande parte é possível associar esse processo a implantação do Programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) do Governo Federal, lançado em 2009 como resposta a crise econômica que explodiu nos Estados Unidos no ano de 2008, porquanto desde o Banco Nacional de Habitação (BNH), que atuou entre as décadas 1960 a 1980, o Estado não investia no segmento de habitação de maneira tão contundente. Nesse contexto, este trabalho almejou investigar como o Minha Casa, Minha Vida contribuiu para a propagação do setor imobiliário nas cidades do Crato, Juazeiro do Norte e Barbalha – CE. Para tanto, o aporte teórico foi dividido em dois eixos temáticos, a cerca da produção do espaço e da moradia pelas práticas do setor imobiliário (MARICATO, 1982; RODRIGUES, 1991; BOTELHO 2007) e sobre o Minha Casa, Minha Vida nas escalas nacional, regional e intraurbano (CARDOSO e ARAGÃO, 2012; FERREIRA, 2012; PEQUENO, 2013). A escolha da metodologia se mostrou fundamental no alcance do intento pré-estabelecido sendo dividida em três etapas, levantamento bibliográfico e documental; trabalho de campo junto as prefeituras das respectivas cidades e ao Conselho Regional de Corretores de Imóveis (CRECI) do Cariri; organização e materialização do banco de dados. A escolha do recorte espacial advém do fato de as cidades do Crato, Juazeiro do Norte e Barbalha, que formam o popular triângulo CRAJUBAR, representarem uma importante parcela da economia da região sul cearense ao atraírem para si saúde, educação, comércio, indústria e turismo, suprindo as necessidades dos municípios circunvizinhos, pertencentes, inclusive, a outros estados, como Pernambuco, Piauí e Paraíba, já que as três cidades, principalmente Juazeiro do Norte se encontram em uma localização estratégica de interligação das principais capitais do Nordeste. As cidades em questão tem seu crescimento urbano ainda mais integrado nessa última década em decorrência da expansão imobiliária. De acordo com o Jornal Diário do Nordeste (2012), os Municípios de Juazeiro do Norte, Crato e Barbalha juntamente com Crateús e Iguatu apresentaram os maiores índices da construção civil no interior do Estado, reproduzindo, assim, a realidade nacional de efervescência do mercado imobiliário. Vive-se, pois, uma nova conjuntura econômica desde a escala nacional, cujos rebatimentos sobre o espaço intraurbano induzem à expansão do mercado imobiliário. Nota-se, com efeito, que o Programa Minha Casa, Minha Vida se mostra como importante ferramenta na dinamização do mercado imobiliário, visto que o MCMV se direciona a três perfis de renda, atuando diretamente na produção de unidades habitacionais de interesse social e de maneira inovadora na de até dez salários mínimos, superaquecendo a construção civil (FERREIRA, 2012). O programa, no entanto, reproduz o modelo segregador do BNH, pois a construção dos empreendimentos habitacionais populares se localiza distante das áreas mais dotadas de serviços e infraestrutura, em decorrência da alta nos preços dos terrenos, produto da intensiva especulação que tem ocorrido em Crato, Juazeiro do Norte e Barbalha. Constata-se, com efeito, uma íntima relação entre a produção imobiliária do CRAJUBAR e o Programa Minha Casa, Minha Vida, acarretando profundas transformações na estruturação interna das cidades. Palavras-chave: Minha Casa Minha Vida, Mercado imobiliário, Produção espacial, Moradia.

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A PRODUÇÃO ESPACIAL E O CIRCUITO PRODUTIVO DO BORDADO EM SAPUPARA, MARANGUAPE, CE

-Jacquicilane Honorio de Aguiar -Bheatriz Alves de Paiva Oliveira

O presente trabalho tem como objetivo analisar as relações sócio-espaciais existentes entre as bordadeiras no distrito de Sapupara, Maranguape-CE. Considerando a definição de espaço como um sistema de fixos e fluxos proposto por Santos (1988), trabalhou-se a relação das bordadeiras pertencentes a “Indústria do bordado sapuparense” com a construção do espaço local e como estas relações se encontram para a composição das relações entre trabalho e produção no espaço global. O trabalho traz em sua discussão relações dicotômicas, entre os ideais conceituais de indústria e artesanato, artesão e subcontratação, ou terceirização, inserção da mulher no mercado de produção de bens, formalidade e informalidade, necessários à compreensão do modelo de desenvolvimento capitalista atrelado a realidade abordada. Para atingir os objetivos propostos foram realizados trabalhos de campo, entrevistas aos agentes envolvidos e pesquisa bibliográfica referente ao tema. Entre a escolha do que e como trabalhar, foi visitado os seguintes atores da pesquisa: Banana Nanica Indústria de Confecções ME (Indústria de confecções); Dona Maria do Carmo (Bordadeira que terceiriza parte do processo produtivo) e Dona Jucineide (uma das bordadeiras terceirizadas); Senhoras Selma, Maria e Célia (Bordadeiras independentes e informais. Serão abordados aspectos históricos do bordado Richelieu, do Município de Maranguape, a valorização deste produto como constituinte atual da moda e como símbolo atrativo do turismo cearense. Incluem-se também nesse contexto os aspectos legislativos do bordado no contexto da formalidade da informalidade. Um terceiro momento será marcado pela apresentação dos trabalhadores do bordado propriamente dito, classificadas a partir de uma categoria por nós estabelecida, que leva em 7 conta as diferenças de estruturação das condições de trabalho ao longo do processo produtivo, nicho de bordadeiras, reconhecimento dos compradores e nichos de mercado, e do processo produtivo, inerente a substancialmente a todas, mas com graus de requinte diferenciados. O quarto e último setor trabalho é composto por reflexões sobre a conjuntura da Indústria do bordado sapuparense no contexto do mercado capitalista global. Verificou-se que esse conjunto de mudanças, atrelada a ressignificação do bordado no mercado global, alteram significativamente os modos de vida e a configuração espacial local, ligadas diretamente a condição global, que se expressa no aumento do consumo, na frequência de pequenas reformas nas residências, na ampliação da quantidade de pequenas confecções e dos preços dos aluguéis de imóveis, nas casas construídas em espaços não povoados, aumento das relações com pequenos comércios, circulação de dinheiro a nível local, dentre outros. Palavras-chave: Indústria, Espaço, Circuito Produtivo, Bordado.

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A CIDADE ILEGAL: ANÁLISE SOBRE AS PRÁTICAS COTIDIANAS NO USO DOS ESPAÇOS PÚBLICOS EM MANAUS

-Samara Lima Farias -Marcos Castro Lima

O espaço urbano é produto meio e condição da sociedade, de acordo com Santos (1996). Nesse sentido, sua análise é fundamental, da compreensão da cidade, na comunicação que ela transmite e como ela é produzida e apropriada coletivamente. Partindo desse raciocínio é possível observar os espaços públicos da cidade de Manaus através da percepção visual, e compreender o processo de construção dessa imagem que contribui para balizar políticas públicas urbanas juntamente com o plano diretor de Manaus, que permite o melhor uso dos espaços públicos. A leitura do espaço público e o uso no cotidiano refletem na ilegalização das legislações urbanísticas levando em conta o uso e ocupações de calçadas, de praças, de vias públicas, que tem por matriz a noção da cidade como palco da comunicação. Neste sentido conforme Berdoulay (2004) a ideia de uma ordem urbana remete à existência de códigos legais estabelecidos sobre a urbanidade e sobre as maneiras adequadas de utilizar o espaço urbano, que é, acima de tudo um espaço social. As condições de produção do espaço urbano trazem as características econômicas e sociais do espaço, mas nem sempre um atributo a classe social são as características dessa desigualdade. Dessa forma a pesquisa partirá de levantamentos fotográficos, observação visual e análise bibliográfica sobre a cidade e espaço urbano, para aferir a realidade dos usos dos espaços públicos, com objetivo de identificar áreas da cidade onde se possa perceber a ilegalidade no que se refere ao mau uso. Ao fechamento das análises, a partir dos métodos propostos e de toda a pesquisa prática executada é possível estabelecer algumas respostas para as questões levantadas na qual o crescimento demográfico acelerado que geralmente afeta a estrutura de habitação e o poder publico tem uma grande função no meio, como um dos principais responsáveis por colocar ordem nos espaços públicos, portanto essa desordem decorre parcialmente da incapacidade dos poderes públicos, pois eles têm o dever de manter a devida ordem conforme o plano diretor da metrópole de Manaus. A desordem urbana é produzida mediante as práticas cotidianas e trata-se da geração de informações sobre esse espaço que se refere ao envolvimento de cidadãos, a comunicação da paisagem urbana é o reflexo da realidade social, os agentes produtores deste espaço são os próprios habitantes. Palavras-chave: Espaço urbano, Comunicação, Ilegalidade, Praticas cotidianas.

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PRODUÇÃO TERRITORIAL DOS RESORTS NO LITORAL DO CEARÁ-BRASIL: CENÁRIOS E FANTASIAS

-Camila Freire Sampaio

No contexto mundial são relevantes as transformações socioeconômicas que ocorrem na América Latina nas últimas duas décadas. Como forma de inserção no mercado global, é comum países latino-americanos submeterem-se às mais perniciosas formas de exploração típicas do “capitalismo selvagem”. Porém, nos últimos anos, com a subida às presidências nacionais de governos ditos populares, propalam-se certas conquistas sociais, o que não impede o avanço do capitalismo neoliberal, desta vez também sob formas de exploração mais sutis e prazerosas, como é o caso do turismo. Este trabalho traz reflexões sobre as relações de poder expressas na produção do espaço pelos equipamentos turísticos do tipo resorts, com a formação de territórios. Tem como objetivo principal analisar as repercussões espaciais da venda ideológica da fantasia, que caracteriza o uso do espaço por esses empreendimentos. Karl Marx, em O Capital, mostra a intrínseca relação que há, no âmbito do modo de produção capitalista, entre mercadoria e fantasia, ao afirmar que as mercadorias servem para satisfazer necessidades humanas, sejam necessidades provenientes do estômago ou da fantasia. Nesse sentido, no processo de criação de novas (e muitas vezes falsas) necessidades, o capitalismo apropria-se do lazer, transformando-o em mercadoria, pelo turismo. Como uma das estratégias de dominação do atual sistema é entreter, iludir, surgem os resorts com a venda da fantasia da felicidade, do descanso no paraíso, oferecendo aos turistas o devaneio, o delírio, a simulação de uma vida perfeita. Para isso, os resorts reproduzem-se espacialmente estruturando cenários, formando territórios estabelecidos por relações sociais de poder vinculados à dominação simbólica e à manipulação ideológica do imaginário social, ou seja, constituindo o que aqui se denomina de territórios da fantasia. A opção metodológica é a da geográfica crítica que encara o objeto em estudo como um sistema de relações em contínua dinâmica construída pela sociedade. No litoral cearense, a crescente concentração de empreendimentos turísticos revela o crescimento da atividade turística, resultado de alianças entre poderes públicos e privados. Porém, o que prevalece é um modelo de turismo excludente e segregador, alimentado por ideologias a favor da reprodução do capital, que sobrevive da disseminação de fantasias, caracterizando-se como uma forma pérfida de lazer alicerçado na simulação, encenação, revelando a podridão do sistema social vigente, por promover o alheamento de si mesmo e do sentido de coletividade. Palavras-chave: Território, Fantasia, Resort.

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Eixo 6

NOVAS TERRITORIALIDADES QUESTÕES CULTURAIS CONTEMPORÂNEAS

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HORTO DE JUAZEIRO DO NORTE-CEARÁ E A CONSTRUÇÃO SIMBÓLICA DE UMA CENTRALIDADE

-Raimundo Freitas Aragão

Simbolismos religiosos construídos na esfera popular são quadros comuns, decisivos e importantes para a vida da cidade Juazeiro do Norte. O que se destacam nestes simbolismos religiosos é a produção de centralidades. O Horto é um dos lugares diferenciados e exemplares na cidade. O Horto está repleto de “micro territórios paralelos”, todos carregados de imaginários o que o torna uma centralidade peculiar. Para entender essa complexidade utilizaremos o conceito de centralidade simbólica. Por meio dessa reflexão, o texto tenta contribuir para tornar inteligível essa centralidade simbólica, fruto de uma dinâmica que, desde os primórdios do surgimento da cidade, mantém-se praticamente inalterada e imaginativamente poderosa. O Horto localiza-se na cidade de Juazeiro do Norte. Está consolidado no imaginário dos moradores como também, em sentido mais amplo, no imaginário nordestino e brasileiro. O Horto é, desde o começo de sua apropriação por moradores e romeiros, lugar sagrado e constitui-se em patrimônio social religioso por excelência, mas envolto em tensões os quais podem gerar conflitos em suas diferentes formas de apropriação e valorização. Verificaremos o desenrolar dessa problemática nas formulações dos itens propostos. A pesquisa usa o método qualitativo. É reforçado por bibliografia e trabalho de campo, com observação participante a partir da qual o autor mergulhou no mundo da fé popular de Juazeiro do Norte, no sentido de apreender os espaços da vida e do vivido dos lugares de romaria. Conhecer a analisar a cidade através de sua centralidade simbólica nos parece uma questão importante para a geografia. Mais ainda, analisar a centralidade simbólica remetendo à questão do afeto, da forma patrimonial e observando-a como Haut Lieu nos permite ir mais a fundo a determinados lugares onde simbolismo é uma de suas características urbanas principais. O caso do religioso popular de Juazeiro do Norte é uma fonte perene de produção de centralidades simbólicas em seu sentido mais amplo. Como nos chamam a atenção Beatrice Bochet e Jean-Bernard Racine (2002), conhecer e pensar a cidade, sua formas de afetos e emoções, explorar aquilo que queremos encontrar, manifesta uma geografia tanto sensível quanto rigorosa. Esta faz parte de uma geografia enriquecida, renovada pelo fato de que o mundo dos humanos é construído e vivido através das emoções. Eles lançam a hipótese de que as relações sociais são vividas através das emoções, mesmo se se constata que as qualidades emocionais da vida social são raramente aparentes no meio do léxico da pesquisa social. Estas questões das centralidades simbólicas são potenciais nas análises verificadas pelos estudos geográficos. Elas são essenciais para entendermos a complexidade da existência humana no mundo, pois estão em todas as escalas que a geografia propicia em explorar. Palavras-chave: Centralidade, Horto, Juazeiro do Norte, Afetividade, Forma patrimonial.

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HYBRID METHODS IN GEOGRAPHICAL RESEARCH: PLACING LATINO AND HISPANIC COMMUNITIES IN NEW ORLEANS

-Case Watkins

The forthcoming book—Hispanic and Latino New Orleans: Immigration and Identity since the Eighteenth Century—results from iterative, inclusive research methods that integrate archives, ethnography, census data, and GIScience to connect historical geographies with contemporary Hispanic and Latino communities in New Orleans. This paper details and discusses the book’s methods to demonstrate how the interaction of diverse approaches, sources, and techniques produces novel accounts of long-term social change in a dynamic North American port city. While the book abstains from methodological discussion and debate, it well illustrates the efficacy of hybrid methods. Presenting examples from the book, the paper illustrates how various data sources interact, blend, and emerge as novel documents different than the sum of their parts, grounded in the socio-spatial realities of the field site and the research process. It advances a concept of hybrid methods that builds on what others have developed as mixed, multi, and plural methods to emphasize methodological generosity, interaction, and integration in geographical research. Archival research interacts with census data, ethnography, and GIScience to create robust historical narratives and grounded contemporary accounts. Maps based on census and other data offer revealing perspectives of neighborhoods, communities, and socio-spatial relationships that variously stimulate, hone, contradict, or corroborate information collected in texts and ethnographies. Underwritten by an ecumenical epistemology, the book’s hybrid methods provide an accommodating research process of inter- and re-actions among collaborators, methods, and the field. The paper demonstrates how hybrid methods work to triangulate and verify knowledge claims while diversifying and reinforcing sources, perspectives, and conclusions. Key words: New Orleans, Immigration, Transnational communities, Sense of place, Cultural identity.

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221 Universidade Federal do Ceará - UFC, 26-30 de Maio de 2015, Fortaleza/CE, Brasil

LA COMUNIDAD LATINA DE NUEVA ORLEANS EN EL SIGLO 21: NUEVOS RETOS EN EL RESURGIMIENTO DE UN DESTINO DE INMIGRACIÓN

-James Chaney

La investigación desarrollada en el libro de próxima aparición, Hispanic and Latino New Orleans: Immigration and Identity since the Eighteenth Century (2015), demuestra la presencia influyente e histórica de las comunidades latinoamericanas y españolas en Nueva Orleans desde el período colonial. Con el inicio del presente siglo, sin embargo, la tendencia migratoria y el asentamiento latino han decaído significativamente en el contemporáneo Nueva Orleans frente a similares ciudades norteamericanas. No obstante, el repentino y perceptible aumento de los latinos atraídos inicialmente por las tareas de reconstrucción que siguieron al huracán Katrina (2005), revirtieron súbitamente la situación previa, ayudando una vez más a distinguir a la llamada “Ciudad Creciente” como un destino de inmigrantes. Esta ponencia extiende las contruibuciones académica de los panelistas presentes al examinar el resurgimiento de Nueva Orleans como un destino latino significativo, particularmente respeto al enfoque metodológico cualitativo implementado por los autores del libro señalado. Tal como ha sido sugerido por otros científicos sociales, las experiencias del migrante, los patrones de asentamiento y los procesos de adaptación de la última ola de latinos es disímil a la de los grupos antecesores. Así, esta investigación esclarece estas diferencias y centra las dinámicas sociodemográficas entre los recientes grupos migrantes y la comunidad anfitriona que tienen lugar en Nueva Orleans, además contextualiza la gran migración latina contemporánea en los Estados Unidos. Key words: Nueva Orleans, Migración, Comunidades Transnacionales, Sentido del Lugar, Identidad Cultural.

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LATINO SENSE OF PLACE IN NEW ORLEANS, LOUISIANA

-Annie McNeill Gibson

The following paper explores Latino sense of place in the city of New Orleans, Louisiana and is a portion of my research conducted for a collaborative book project entitled Hispanic and Latino New Orleans: Immigration and Identity since the Eighteenth Century. This paper will explore how the formation of cultural identity is created by complex mediation among the experiences and symbols from migrants’ home cultures, the global images of their nation, and, the local context in which they find themselves. Diverse Hispanic and Latino communities (most significantly Isleños, Mexicans, Hondurans, Cubans, and Brazilians) have both helped to create the Crescent City as a distinctive place and to shape themselves through the act of migration. Immigrants in the city of New Orleans learn their place within a fluid system of social, cultural, and economic interactions, reinventing themselves within this new context. The key to understanding how the Latino community has become a part of the cultural make up of New Orleans is to understand that a unified culture only exists as a convenient but sometimes misleading fiction. By reflecting on the historical experiences of Latin American migration to New Orleans, we will see that collective identity cannot exclude the diaspora experience from the homeland experience; they are intimately interconnected. Key words: New Orleans, Sense of place, Immigration, Cultural identity, Transnational communities.

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223 Universidade Federal do Ceará - UFC, 26-30 de Maio de 2015, Fortaleza/CE, Brasil

INTRODUCTION TO HISPANIC AND LATINO NEW ORLEANS: IMMIGRATION AND IDENTITY SINCE THE EIGHTEENTH CENTURY

-Andrew Sluyter

Our new book—Hispanic and Latino New Orleans: Immigration and Identity since the Eighteenth Century (forthcoming with LSU Press in September 2015)—provides the first comprehensive overview of how diverse Hispanic and Latino communities have helped to create the city as a distinctive place. It also, more broadly, contributes to the literature on ethnic change in the US and thereby informs the escalating debates about immigration and national identity. We—Annie Gibson, Jim Chaney, Case Watkins, and myself—first realized the need for such a book after Hurricane Katrina flooded much of New Orleans in 2005. As residents left, reconstruction workers arrived, many of them Latinos, and the reactions by many in southern Louisiana displayed an astounding ignorance of the complex history of the city and the roles of Hispanics and Latinos in creating it since the eighteenth century. When we subsequently came together to contribute a better understanding of Hispanic and Latino involvement in shaping the city over several centuries rather than merely as recent, post-Katrina arrivals, we shared that perspective but each of us added a distinct emphasis, as reflected in the contents of the book as well as the companion website that allows users to explore the change demographics. In the first paper of this session, I provide an overview of the impetus for the project, the contents of the book, and the companion website (https://sites.google.com/site/nolalatinobook). Key words: New Orleans, Immigration, Transnational communities, Sense of place, Cultural identity.

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224 Universidade Federal do Ceará - UFC, 26-30 de Maio de 2015, Fortaleza/CE, Brasil

“AQUI COMEÇOU A HISTÓRIA DO ESPÍRITO SANTO” SOBRE A POLÍTICA DAS IMAGENS E DA NARRATIVA COLONIAL FUNDADORA DOS LUGARES

-Vanessa Gusmão Silva

-Antonio Carlos Queiroz Filho

Anualmente, no dia 23 de maio, ocorrem no bairro da Prainha em Vila Velha/ES várias encenações. É o feriado que comemora a “Colonização do Solo Espírito-Santense”. Desfiles, exposições, missas, peças teatrais conjugam, a um só tempo, uma narrativa colonial fundadora: “Aqui começou a história do Espírito Santo”, “Vila Velha: berço da história”. É possível reconhecer ainda as diversas reverberações dessa narrativa, que territorializa modos de dizer e modos de agir nos museus, nos monumentos em referência aos portugueses (colonizadores) e nos símbolos e rituais católicos, como a Festa da Penha e a peregrinação dos Passos de Anchieta. Nestes discursos e práticas, o “início da história” está sempre em função da chegada dos colonizadores. Essa primeira constatação faz coro com os estudos pós-estruturalistas e pós-coloniais, que tem como uma de suas frentes reflexivas a problematização das meta-narrativas e das histórias únicas. Nesse sentido, nossa pesquisa tem por principal objetivo analisar as consequências de uma “política da espacialidade” (MASSEY, 2008) quando atreladas a constituição de uma imaginação espacial linear e eurocêntrica. Neste trabalho, discutiremos o agenciamento das memórias e narrativas do lugar, por meio da análise do acervo da Casa da Memória de Vila Velha. Para isso, tomamos como referência autores como Doreen Massey (2008), Queiroz Filho (2010), Michel Pollak (1989), Eduardo Pellejero (2009) e Deleuze e Guattari (2003, 2011), cujo mote conceitual nos permite refletir sobre o caráter ficcional das narrativas e imagens, tensionando o caráter de verdade inconteste, naturalizada e universal, bem como possibilidades outras de grafar e dizer sobre os lugares e suas imaginações espaciais. Palavras-chave: Imaginação espacial, Narrativa, Imagem, Pós-colonial.

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225 Universidade Federal do Ceará - UFC, 26-30 de Maio de 2015, Fortaleza/CE, Brasil

CORES CANTOS E RITOS DA CULTURA POPULAR: UM OLHAR FENOMENOLÓGICO SOBRE O ENCONTRO CULTURAL DE LARANJEIRAS

-Roseane Cristina Santos Gomes

-César Augusto França Ribeiro -Daniele Luciano Santos

O propósito da construção deste artigo é refletir sobre as nuances do Encontro cultural de Laranjeiras, atualmente em sua 40ª edição, tendo como aporte teórico-metodológico a fenomenologia, as categorias lugar, cultura e festa no sentindo de buscar nas cores, na dança, nos ritos e cantos o dinamismo do evento e sua importância para o município de Laranjeiras, localizado na mesorregião do Cotinguiba/Sergipe. O percurso metodológico foi construído com base nas observações in loco, registro fotográfico e coleta de relatos informais no período de 2012

a 2015, período em que Grupo de Pesquisa Sociedade e Cultura participa do encontro, mais precisamente da construção do simpósio que acontece dentro do encontro cultural, sendo de responsabilidade da Secretaria de Cultura do Estado (SECULT) e do município. O envolvimento do Grupo de Pesquisa Sociedade e Cultura a partir da construção do I Fórum Patrimônio e Festa, foi crucial para despertarmos um interesse mais aprofundado nas manifestações que se processam durante toda a festa. O encontro cultural, desde sua primeira edição no ano de 1976, faz parte do calendário festivo e cultural do município de Laranjeiras e de Sergipe. Pode-se considerar o evento como um agente fomentador das manifestações culturais, proporcionando a visibilidade de traços da identidade dos sergipanos. O mesmo ocorre na primeira quinzena do mês de janeiro, entre as comemorações de São Benedito e Santos Reis. Caracterizado por sua riqueza cultural que se manifesta por meio de varias atrações, desde a realização do simpósio, a cortejos de grupos folclóricos pelas ruas da cidade, o encontro cultural de Laranjeiras transforma o cotidiano do lugar envolvendo, encantando e aguçando os sentidos do imaginário tanto daqueles que fazem parte das manifestações que essencializam o evento, a exemplo dos grupos folclóricos quanto daqueles que prestigiam a festa. Isto posto, afirmamos que o Encontro Cultural de Laranjeiras, se constitui em um evento relevante dentro do calendário festivo do estado e atribui ao município de Laranjeiras a singularidade de ser o lugar do encontro e diálogo entre cores, ritos, cantos e sujeitos que têm algo em comum – o pulsar da cultura popular no contexto de sua pluralidade e riqueza. Palavras-chave: Encontro Cultural de Laranjeiras, Cultura, Festa, Lugar.

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226 Universidade Federal do Ceará - UFC, 26-30 de Maio de 2015, Fortaleza/CE, Brasil

TERRITÓRIO VIVIDO E MODO DE VIDA DOS PRODUTORES DE AÇAÍ DO BAIXO RIO MERUÚ EM IGARAPÉ-MIRI/PA

-Rosemildo Santos Lima

-Christian Nunes Silva -Milvio da Silva Ribeiro

O espaço amazônico em sua complexidade se apresenta de maneira multifacetado, tanto em seus aspectos naturais, quanto nas sociedades que fazem desse espaço os seus locais de vivência cotidiana e de produção material e imaterial de suas existências. As comunidades locais como os ribeirinhos, com suas marcas inconfundíveis nas paisagens amazônicas e suas territorialidades múltiplas, desenvolvem diferentes estratégias de sobrevivência e essas estão ligadas diretamente aos seus modos de viver. Este trabalho tem objetivo analisar as estratégias de sobrevivências, as territorialidades e o modo de vida da população ribeirinha do baixo rio Meruú, localizada no município de Igarapé-Miri, no estado do Pará. A população ribeirinha tem como referência o rio, porém, nem todos que vivem nesta condição compartilham do mesmo modo de vivência e lançam mão das mesmas estratégias de sobrevivência. O espaço amazônico deve ser pensado sob o prisma de sua complexidade. Este trabalho vem sendo construído metodologicamente, a partir de revisão bibliográfica, observação sistemática da realidade local a partir das incursões à campo, vivência cotidiana junto à comunidade e entrevistas junto aos ribeirinhos da comunidade. Percebemos que nesta comunidade, o modo de vida se relaciona com as estratégias de sobrevivências e estas estão intimamente ligadas à safra e a entressafra do açaí. O açaí (Euterpe olereacea Mart.) é um fruto nativo da Amazônia brasileira, sendo o estado do Pará o principal centro de dispersão dessa palmeira. Além de se constituir como um importante produto para o comércio, o açaí, também é um elemento que marca a cultura material e imaterial do paraense. É neste contexto que o açaí se torna um elemento formador de identidade, entendida antropologicamente como o “reconhecimento de si mesmo” em contraposição a alteridade, que se refere ao “reconhecimento do outro”. Assim a cultura do açaí no baixo Rio Meruú é um dos elementos que se constitui em uma identidade territorial materializada pelo modo de ser, de fazer e de trabalhar, intimamente ligados à produção, consumo e comercialização do fruto do açaizeiro. A estratégia da sobrevivência no período de safra volta-se quase que exclusivamente a produção do açaí. Já no período da entressafra, onde a produção do açaí não é totalmente nula, mas diminui bastante, a comunidade local adota outras estratégias para sobreviverem, neste caso elas são mais individualizadas, pois cada família busca a melhor forma de se manter. Pequenas criações, cultivos de algumas hortaliças, caça, carpintaria naval, pesca, principalmente para a alimentação, ou em pequena escala para o comércio como acontece com o camarão. A produção espacial gera um território carregado de significados, o que confere uma identidade, um sentido de pertencimento. Assim vemos que a produção material, não necessariamente, está desvinculada da produção imaterial e simbólica. Dentro desta perspectiva o espaço local pode ser pensado não apenas sobre lógica de sua produção desigual, mas também a partir de sua produção diferenciada. Palavras-chave: Açaí, territorialidade, Modo de Vida, Estratégia de Sobrevivência.

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TERRITORIALIDADE DOS JOVENS DE PERIFERIA NOS CIRCUITOS DE DIVERSÃO NOTURNA EM CIDADES MÉDIAS

-Élvis Christian Madureira Ramos

Este trabalho tem como enquadramento disciplinar uma interface entre as geografias urbana e cultural e integra nossa pesquisa de doutorado. Buscamos compreender como se definem as territorialidades e sociabilidades de jovens de baixa renda, que vivem em condição de “segregação socioespacial” na periferia - como promovem suas territorialidades na cidade, mesmo para além dos espaços segregados, no campo da diversão noturna. Nesse sentido, nos questionamos se, mesmo em condição de segregação socioespacial, tais jovens conseguem saltar as escalas geográficas na cidade? Estas questões têm orientado uma pesquisa comparativa em dois bairros da periferia pobre e distante de duas cidades médias paulistas, Bauru e Marília, cujos resultados contribuem para o entendimento dos processos socioespaciais, relacionados às redefinições internas de cidades médias. Para produção de informação, utilizamos entrevistas semiestruturadas, observações das práticas socioespaciais juvenis em campo, bem como as interfaces das redes sociais na Internet, tanto para buscar contatos e informantes, como na descoberta de gostos e interesses, locais de frequentação de práticas festivas e as formas de expressão identitária de grupos juvenis. A formação destas periferias pobres nestas cidades está relacionada ao fenômeno de dispersão do tecido urbano, iniciada nos anos de 1970, quando os bairros populares foram afastados do centro principal e de bairros de maior status social. Durante esse tempo, ampliaram-se e se diversificaram a oferta de diversão noturna nestas cidades, surgindo mais opções de consumo e lazer, como o surgimento de shopping-centers, fast-food franqueados a redes globais, também o aumento casas de show, bares e festas. Essa diversificação favoreceu aos citadinos destas cidades, mais opções para uso do tempo livre (cada vez mais mediado pelo consumo), sobretudo, aos citadinos próximos dos espaços onde esta nova oferta de diversão tendeu a se concentrar – normalmente, em áreas de maior status social, reforçando a centralidade de áreas e eixos centrais já importantes, ou mesmo criando novos. Entendemos o tempo livre, mais do que uma reposição e pausa de trabalho, como uma forma de compor as regras de sociabilidade e parte essencial do cotidiano da cidade no seu dinamismo. No caso dos jovens, é também um momento intersticial de maior autonomia para expressarem suas práticas, transgressões e jogos entre os pares. A princípio, para os jovens da periferia pobre era preciso enfrentar a distância e os investimentos de tempo e poder aquisitivo, constituindo-se em barreiras para a integração socioterritorial do seu direito ao uso do tempo livre. Em cada bairro estudado, seja no de Marília, ou no de Bauru, notamos a existência de jovens filiados a diferentes culturas juvenis e estilos estético-culturais, com diferentes práticas socioespaciais com alcance territorial amplo e difuso no conjunto da cidade. Ao analisarmos os grupos juvenis das periferias pobres, estamos tendo a oportunidade de descobrir que a vida social, apesar das barreiras, não equivale a uma vida pobre no âmbito da diversão noturna e práticas socioespaciais. Nestas periferias, há muitos grupos juvenis que apresentam forte protagonismo e relativa autonomia na composição de uma multiterritorialidade, que abrange espaços de lazer frequentados por outros estratos sociais, ou mesmo compõe seus próprios territórios na cidade, ou seja, revelam a capacidade de saltar escalas geográficas, o que também tem impacto na dimensão política, já que são grupos que se tornam mais visíveis nas áreas centrais e, portanto, acabam gerando novas representações sociais e conflitos. Palavras-chave: Geografia, Cidades Médias, Territorialidade, Periferia Urbana, Culturas Juvenis.

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O “NOVO BAIRRO” JÓQUEI CLUBE: MARCA, TRAÇO E RESISTÊNCIAS DE UM ESPAÇO DE LAZER IDENTITÁRIO EM FORTALEZA

-Helania Martins de Souza

O Jockey Club Cearense foi um importante equipamento de lazer para a cidade de Fortaleza, desde a sua fundação no ano de 1947, ao gradual processo de abandono até a sua desativação e consequente demolição que ocorreu em 2008. A presente pesquisa visa compreender quais foram os processos que propiciaram a demolição do equipamento, sendo que este se constituía como um patrimônio para a cidade e para o bairro homônimo. Em nossa análise objetiva-se reconhecer quais os sujeitos responsáveis pela concepção do equipamento, as dinâmicas ocorridas no lugar, a partir da sua instalação e após a sua demolição, bem como os interesses e conflitos que culminaram na sua demolição. É parte integrante deste trabalho, perceber como o Jockey Club Cearense enquanto equipamento urbano possuía importância no tocante ao lazer e ao simbolismo social para o bairro e para a cidade de Fortaleza, bem como a requalificação espacial do bairro o “novo bairro” que surge dentro do bairro, após a demolição. Para atender estas verificações utilizamos os conceitos de traço, marca e marcação, de acordo com VERCHAMBRE (2008) que permitem compreender como um patrimônio social, após sofrer os processos de abandono e demolição poderá se tornar um patrimônio imaterial, este é um dos principais questionamentos a ser respondido. Para a compreensão do objeto sua aproximação será norteada por um aporte teórico que permite o diálogo entre e a geografia e as disciplinas afins. Como sociologia, história e antropologia. Como técnicas de análise serão utilizadas entrevistas que são identificadas como o elo entre o pesquisador e os sujeitos pesquisados, visando apreender o que os sujeitos pensam, representam, sabem e como se relacionam com o tema em questão. As entrevistas não-diretivas, que permitem por meio do discurso livre a coleta de informações e percepções do entrevistado. Utilizaremos também as entrevistas estruturadas, afim de, garantir uma melhor categorização nas falas dos entrevistados. As entrevistas serão realizadas com os diferentes atores sociais: os atores econômicos e políticos, como eles compreendem o sentido atribuído ao urbano; os moradores mais antigos do bairro e os mais recentes, no caso dos moradores dos novos condomínios construídos no “novo bairro”, pois estes se caracterizam como agentes construtores de urbanidade. Os frequentadores do North Shopping Jóquei, que não moram no bairro, porém, utiliza-se desse para diferentes finalidades; grupos que utilizam a área como outras formas de lazer; e um grupo específico de pessoas que ainda praticam apostas acompanhando transmissões televisivas de corridas de cavalo. Depoimentos e história de vida dos sujeitos que trabalhavam diretamente com o equipamento. Nesta técnica utilizamos autobiografia, memoriais, com a intensão de expressar as trajetórias individuais. A utilização de questionários, com questões objetivas também se fez de extrema relevância, com a intenção de levantar informações descritas por parte dos entrevistados, tendo em vista em conhecer a relação dos mesmos com o JCC. A aplicação destes questionários será realizada em dois grupos distintos da comunidade, o primeiro composto pelos idosos que participavam das atividades desenvolvidas no JCC e o segundo em duas escolas das redes municipal e estadual, a escolha se deve ao fato da faixa etária e a percepção deste público com relação ao antigo hipódromo e aos novos equipamentos instalados. Trata-se de uma pesquisa qualitativa que prima pela experiência e intencionalidade dos fatos. Palavras-chave: Identidade, Patrimônio social, Demolição, Bairro.

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O BAIRRO SÃO GONÇALO BEIRA RIO E A COPA DO MUNDO 2014 EM CUIABÁ-MT

-Laura Cristina da S. Vasconcelos As exigências impostas devido à realização de megaeventos esportivos contribuem para o desenvolvimento do país/cidade sede, pois esses eventos atraem investimentos que fazem com que o local cresça e se desenvolva. Cuiabá foi uma das sedes da Copa do Mundo 2014, diversas obras de mobilidade urbana foram realizadas na cidade, com destaque para as obras com a finalidade de facilitar a interligação de Cuiabá com o bairro São Gonçalo Beira Rio, localizado à margem esquerda do Rio Cuiabá, bairro que faz parte do processo histórico da cidade, pois está entre os primeiros arraiais de Cuiabá e até hoje preserva a cultura da cidade. São famílias que sobrevivem como artesãos e pescadores batalham para cultivar suas raízes e suas crenças. O objetivo do artigo é analisar o bairro São Gonçalo Beira Rio no contexto da Copa do Mundo 2014. A pesquisa foi desenvolvida por meio da abordagem qualitativa, tendo como referência García Ballesteros (1998). Entre os procedimentos adotados destacam-se o levantamento bibliográfico, as visita às obras citadas, a conversa com os moradores e o registro fotográfico. O trabalho orientou-se pelo método da observação participante desenvolvido por Malinovisk, em 1922. Constatou-se que o Governo buscou melhorar o acesso à comunidade pela pavimentação da Av. Itaparica, ruas Camburiú e Cabeceiras, além da construção da interligação da Av. Beira Rio à Av. Antonio Dorileo e a construção da ponte sobre o rio Coxipó. Observou-se que as obras foram concluídas a tempo para o evento. Verificou-se que os artesões esperavam mais movimento, mais turistas estrangeiros, porém, vieram mais os moradores de Cuiabá, apesar de terem investidos em divulgação. Em relação às peixarias, durante a visita, um sábado na primeira fase dos jogos da Copa, momento em que Cuiabá sediou quatro jogos, observou-se um movimento baixo, poucos carros, as peixarias que possuíam maior movimento eram as da entrada do bairro. Com a realização do Megaevento – Copa do Mundo em Cuiabá – pretendeu-se aproveitar para estimular o turismo na cidade, assim, destacou-se, aqui, o bairro São Gonçalo Beira Rio, uma comunidade tradicional que ainda preserva elementos da cultura cuiabana. Contudo, durante a primeira fase da Copa em Cuiabá observou-se que, apesar de constar um aumento no número de turistas estrangeiros na cidade, esses visitantes não chegaram à comunidade. Outro ponto que se enfatiza é que só foram realizadas melhorias em termos de obras de mobilidade para facilitar o deslocamento no local devido à realização da Copa, pois, sem o megaevento, as obras poderiam nunca ter acontecido. Apesar dos problemas, nota-se que São Gonçalo Beira Rio, possui tradições marcantes e é fonte de preservação da memória cuiabana. A festa de São Gonçalo, o artesanato de cerâmica, as canoas de pescadores, as comidas típicas (o tradicional peixe cuiabano), as lendas sobre o rio Cuiabá, a viola de cocho e, as danças típicas de Siriri e Cururu, formam um conjunto de manifestações culturais que representam a memória cultural de Cuiabá. Mesmo com a Copa este fato não mudou. Palavras-chave: São Gonçalo Beira Rio, Cultura, Copa do Mundo.

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CORPO, FÉ E GLORIA: UMA DESCRIÇÃO FRAGMENTÁRIA DOS ROMEIROS DE SÃO FRANCISCO DE CANINDÉ, CEARÁ

-Francisco de Assis Francelino Alves

-Ivo Luis Oliveira Silva -Gláudia Mota Portela Mapurunga

A presente reflexão nasceu da necessidade de discutir antropologicamente os aspectos do corpo, sua representação, linguagem corporal, condições sociais e culturais dos sujeitos que dela fazem parte no município de Canindé. A cidade é considerada o maior santuário franciscano da América Latina e a segunda maior romaria franciscana do mundo (sendo a primeira, em Assis, na Itália, cidade de origem do santo). A idéia inicial era conhecer esses sujeitos o que eles representavam, quais suas histórias, a razão de suas atitudes e os significados determinantes dos comportamentos assumidos utilizando o próprio corpo como objeto de sentimento para expressar sua Fé e Graça alcançada ou a ser obtida. Pelo que já conhecemos a priori esses sujeitos, no período da romaria, chegam a se transformar em “super heróis” em busca de que seus pedidos e conseqüentemente suas curas cheguem a ser atendidos. Super heróis porque utilizam o próprio corpo como instrumento de ligação entre o ideal a ser alcançado ou já alcançado e a sua exteriorização espiritual. Metodologicamente faz uso da investigação histórica fenomenológica, buscando compreender o corpo e suas representações. Os sujeitos investigados se reflete no religioso, romeiro, visitante, morador, turista, no devoto de São Francisco de Assis, que por razões próprias dedicam parte do seu tempo a penitência e a devoção, utilizando seu próprio corpo com parte do sacrifício. Além do uso da reconstrução das falas e dos depoimentos a fim de conhecer, descrever e interpretar esse fenômeno social. Na análise e no confronto entre as teorias e as realidades observadas em cada sujeito singular. A intenção, aqui, é conhecer a imagem corporal, os símbolos e as representações, em outras palavras seus corpos vividos e seus significados, por meio dos sofrimentos e das condições humanas em que cada corpo é colocado, sem perder de vista os diversos saberes implícitos com suas respectivas subjetividades. Os devotos concretizam sua fé em gestos. Utilizam o próprio corpo como instrumento de holocausto, flagelo, esgotamento e obediência. Na realidade, são homens e mulheres, de várias idades e de vários lugares que trazem consigo o mesmo interesse em participar como produtores e consumidores da Fé em São Francisco. Nosso olhar investigativo foi para o corpo desses romeiros buscando compreender a imagem que se revelava, e a linguagem expressa nas falas. Dessa pesquisa constrói segmentos do corpo como o peregrino, abençoado, super herói, o que sofre, o corpo que agradece. É bom lembrar que a cultura popular não é ingênua como muitos imaginam ser. Ela revela o quem somos. Com efeito, todas as manifestações revelam um significado que transcende o entendimento racional. Portanto, em vez de tomar o sagrado como algo meramente ilusório, aquele que pratica o encara como algo real, permanente e pertinente ao mundo. Entendemos que o homem não tem, fundamentalmente, que compreender todo o significado estrutural de um símbolo, para absorvê-lo como símbolo, pois cada consciente capta a informação em um nível inconsciente imediato. Palavras-chave: Religiosidade, Cultura popular, Romarias, Fé, Devotos.

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231 Universidade Federal do Ceará - UFC, 26-30 de Maio de 2015, Fortaleza/CE, Brasil

GESTIÓN METROPOLITANA EN MÉXICO. ENTRE LO JURÍDICO Y LA VOLUNTAD POLÍTICA

-Luis Alberto Salinas Arreortua

El tema de la gestión metropolitana es muy controvertido por las distintas propuestas y experiencias que se han experimentado en ciudades en todo el mundo, y México no es la excepción. La concentración de población y de actividades económicas y culturales en tan sólo el 10% del territorio nacional, ha generado que en 383 ciudades se concentren tres cuartas partes de la población total, quienes generan el 97% del PIB nacional. Más aún, el 56.8% del total de la población nacional (63.8 millones de habitantes) se concentra en 59 zonas metropolitanas, las cuales están integradas por 367 municipios, lo que muestra que la población urbana de México es metropolitana. Esta situación representa un reto para la gestión urbana, lo que sugiere necesario aportar elementos para discutir las formas de gestión metropolitana en México.La discusión y análisis sobre la gestión metropolitana tiene larga data para diversas ciudades en todo el mundo. En México, distintos son los investigadores que han discutido la pertinencia de un gobierno para zonas metropolitanas, no obstante no hay un consenso sobre el modelo de gobierno metropolitano, lo que si se tiene presente, tal parecería ser, es la necesidad de una gestión metropolitana. Los distintos modelos de gobierno metropolitano se limitan básicamente a dos estructuras administrativas: consolidación y fragmentación. Para el caso México, el marco jurídico establece condiciones que conllevan a la fragmentación, dejando como mecanismo esencial la voluntad política. Revisando las deficiencias de la gestión metropolitana para el caso de la Zona Metropolitana del Valle de México (ZMVM), se aportan elementos para discutir propuestas, desde el análisis de la política de escala, que contemple la construcción de relaciones a diversas escalas, lo que conforma un reto para la gestión metropolitana. El objetivo de esta ponencia es aportar elementos para la formación de una gestión metropolitana para la ZMVM, a partir de considerar mecanismos para la construcción de relaciones y actores a distintas escalas, bajo las condiciones jurídicas actuales. En tanto no se produzca una reforma urbana a mediano y largo plazo que posibilite, jurídicamente, la creación de un gobierno metropolitano con plenas competencias, más que una propuesta, se discuten elementos que debe contener una gestión metropolitana a corto plazo. En este sentido, no se plantea como un tema cerrado, sino por el contrario, como elementos para discutir la complejidad de los gobiernos metropolitanos. Palabras clave: Gestión metropolitana, Consolidación, Fragmentación, Marco jurídico, Voluntad

política.

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VISUALIZANDO EL SUBTERRÁNEO: ESPACIOS MINEROS Y LA REPRESENTACIÓN CARTOGRÁFICA EN LOS ANDES DE LA ÉPOCA COLONIAL TARDÍA

-Heidi V. Scott

En años recientes las culturas cartográficas de la época colonial tardía en Hispanoamérica y Brasil han generado mucho interés entre historiadores y geógrafos. Sin embargo, muy pocos estudios analizan la visualización de minas y de otros espacios subterráneos en esta época. A pesar de que algunos políticos y administradores coloniales consideraran la minería dañosa para el bien de la sociedad, la extracción de los metales seguía siendo el enfoque principal de la economía en muchas zonas de América Latina durante la Ilustración. Además, la producción de mapas y planos de las minas más productivas acompañaba los esfuerzos de la corona y de los gobiernos coloniales para reformar la industria minera. Withers (2007) sugiere que la Ilustración consistió en un conjunto de ideas y prácticas que se moldearon en contextos locales pero que estuvieron vinculados también con la circulación de conocimientos a escala internacional. Siguiendo a Withers, esta ponencia analiza una selección de mapas que fueron elaborados en distintas zonas mineras de los virreinatos del Perú y del Río de la Plata. Demuestra cómo las ideas e las ideales de la Ilustración se expresaron a través de imágenes cartográficas del subterráneo y examina, además, la formación de estas ideas según las particularidades de lugares específicos y de los intereses de sus creadores. Palabras clave: Cartografía, Minería, Ilustración, Espacio subterrâneo.

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ESTABLISHING A NEW INDIGENOUS TERRITORY FOR THE MISKITU IN HONDURAS

-Peter H. Herlihy

-Taylor A. Tappan -Matthew L. Fahrenbruch

-John H. Kelly -Jerome E. Dobson

The indigenous Miskitu of Honduras have struggled for centuries for legal land tenure and territorial control over their ancestral homelands. The invasion of lumber barons, landless agricultural colonists, and even narco-traffickers has brought considerable damage to the environment and territorial integrity of Miskitu communities throughout the region. In response, Miskitu leaders opened dialogues with the Honduran government to acquire collective control over their lands and resources. In 2012 the Honduran government initiated remarkable changes to indigenous land tenure in the region, establishing the first “concejo territorial,” called KATAINASTA, a new legal territorial jurisdiction that recognizes customary Miskitu settlement and inter-communal subsistence patterns. A team of investigators from the University of Kansas (KU), the American Geographical Society (AGS), and the Muskitia Asla Takanka (MASTA) indigenous federation has led a pilot study, financed by the U.S. Department of Defense Minerva Initiative, to develop the baseline geographic information of communities within KATAINASTA. This presentation details Participatory Research Mapping (PRM) methodology that was employed to empower local indigenous investigators to work with researchers to produce the information that indigenous communities need for long-term management and governance of this new territorial jurisdiction. The project displays the baseline geographic information on the internet in innovative ways that include transparent digital maps (see www.prmapping.res.ku.edu). Key words: Honduras, Indigenous, Miskitu, Participatory Research Mapping (PRM), Territoriality.

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234 Universidade Federal do Ceará - UFC, 26-30 de Maio de 2015, Fortaleza/CE, Brasil

BIOSPHERE RESERVES ARE NOT ENOUGH: PROTECTING INDIGENOUS TAWAHKA TERRITORIALITY IN THE HONDURAN MUSKITIA

-Peter H. Herlihy,

-Edgardo Benítez Maclin - Taylor A. Tappan

This research looks back at 25 years of conservation and indigenous rights work in what was once the largest rainforest forested corridor in Central America that is the homeland of the indigenous Tawahka peoples in the Honduran Muskitia. Their ancestral territory also forms the core of the largest system of protected areas in the Central America Biological Corridor. Since 2013, a team of investigators from the University of Kansas (KU), the American Geographical Society (AGS), and the Tawahka Indigenous Federation of Honduras (FITH), financed by the U.S. Department of Defense Minerva Initiative, has worked to retake baseline geographic research published on and with the Tawahka communities to analyze the effectiveness of these conservation efforts in the Tawahka Asangni Biosphere Reserve. Our analysis of results from long-term ethno-geographic research and from participatory research mapping (PRM) show the ineffectiveness of the UNESCO Man and the Biosphere concept as a management strategy for protecting natural areas inhabited by indigenous peoples. Conclusions indicate how distinct land tenure and new territorial options, including the intercommunal land titles called concejos territoriales, offer possibilities for saving this most significant biological and cultural heritage of Central America. Key words: Indigenous, Tawahka, Territoriality, Biosphere Reserves, Honduras.

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IDENTIDADES E SÓCIOESPACIALIDADES DAS COMUNIDADES TRADICIONAIS DO SERTÃO ALAGOANO

-Angela Fagna Gomes de Souza

-Rodrigo Herles dos Santos

O Sertão de Alagoas é, ao mesmo tempo, fonte de riqueza e o cenário da adversidade entre migrantes de categorias sociais e espaciais diferentes. Uma geografia singular entre o vivido, o vivo, o imaginário e o simbólico, entre o espaço natural e lugar sociocultural do sertão. Ele abrange paisagens diferenciadas e apresenta um Brasil de desigualdades sociais e de riquezas naturais. Sertão de espaços, lugares e tempos onde sujeitos sertanejos são formadores e transformadores dos ambientes, dos lugares de vida e de trabalho. É onde os conflitos muitas vezes são latentes, onde a violência convive com a aridez da terra, com a falta de chuva e com a busca pela sobrevivência. Sertão onde as relações sociais baseadas na produção capitalista percorrem o viver sertanejo, provocando mobilidade espacial na busca por um lugar de trabalho. O cenário da pesquisa justifica-se pela necessidade de compreender melhor a relação entre uma paisagem pouco estudada, a Caatinga, sua diversidade e o seu habitante tradicional, sujeito muito retratado como uma caricatura, mas pouco compreendido em termos da espacialidade que produz. Encontramos nos territórios do sertão alagoano moradores com características peculiares de um viver entre a escassez hídrica e a fartura de alegria e generosidade. Analisamos as formas de manifestações da cultura tradicional vivenciado por estes sujeitos, como eles interagem com o ambiente, se organizam socialmente e produzem uma vida material e imaterial no território do Sertão Alagoano. Para os limites deste artigo estabelecemos como “lócus” de investigação quatro municípios do alto Sertão Alagoano: Delmiro Gouveia, Olho D’Água do Casado, Pariconha e Água Branca. Buscamos em nossa pesquisa estabelecer um diálogo sistêmico com algumas comunidades sertanejas dos municípios citados identificando, selecionando e analisando traços tradicionais da cultura tais como: comida, dança, artesanato, literatura, manifestações religiosas, etc. No levantamento de campo levamos em consideração a relação pesquisador/pesquisado na perspectiva de uma pesquisa participante (BRANDÃO, 1999 e 2007). Tivemos como ponto de referência situações do cotidiano, observações dos espaços e lugares da pesquisa, o ir e vir dos sujeitos, as falas, os gestos, em uma proposta de entendimento da ocupação regional das comunidades tradicionais alagoanas. No cenário da pesquisa identificamos paisagens naturais e culturais do sertão alagoano que evidenciam o enraizamento, o pertencimento e a singularidade que permeiam as comunidades tradicionais tipicamente sertanejas tais como: indígenas, quilombolas, assentamentos, núcleos rurais, etc. Identificamos que são as relações dos sujeitos, o vivido, o percebido e o imaginado que constroem os ciclos sociais que demarcam e delimitam espaços, lugares de vida e trabalho e o que provocam as transformações no território do sertão. Nas comunidades tradicionais do Sertão de Alagoas estudadas identificamos características culturais, modos de vida e saberes populares que configuram uma identidade cultural rica e diversificada construído pelos modos de vida desenvolvidos de acordo com as necessidades de adaptação à natureza, às condições sociais e à própria estrutura social organizada. Palavras-chave: Comunidades tradicionais, Identidade cultural, Sertão de Alagoas.

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ESTUDO GEOGRÁFICO NA LITERATURA REGIONALISTA BRASILEIRA

-Rose dos Santos Maia Nos dias atuais, trabalhos de cunho interdisciplinar têm ampliado espaço no meio acadêmico, pois os mesmos têm se mostrado de extrema relevância, uma vez que, busca um diálogo entre áreas, antes, sem afinidades aparentes. A relação entre Geografia e Literatura busca novas possibilidades de investigações, nas quais a visão positivista perde espaço. Alguns estudos de Geografia Cultural recorre ao texto literário como fonte de análise, com o objetivo de encontrar nas obras literárias informações sobre lugares ou épocas passadas, à exemplo das narrativas de viagens. Desde modo, temos como objetivo inicial estabelecer um diálogo entre Geografia e Literatura, com o intuito de perceber novas espacialidades subjetivas contidas na literatura regionalista brasileira. Para a experiência do diálogo entre Geografia e Literatura, teremos como base o romance “O Quinze”, escrito por Raquel de Queiroz e publicado pela primeira vez na década de 1930. O romance tem como pano de fundo a seca de 1915 e o sertão enquanto paisagem vivenciada e apreendida. Nesta perspectiva, escolhemos enquanto conceito-chave para a pesquisa o conceito de paisagem, que na concepção saueriana é resultado da relação entre cultura enquanto agente e a área natural enquanto meio para sua existência (SAUER, 1998). Neste sentido, nos informa Sauer (op. cit.) que a paisagem não é simplesmente uma cena real, mas é, sobretudo, uma generalização derivada de observações. A paisagem se caracteriza por ser, de um lado o resultado de uma dada cultura e de outro, constitui-se de uma matriz cultural (C, 1995), que, através de seus elementos, estabelece a mediação na transmissão de conhecimento, valores e símbolos. Para Cosgrove apud Corrêa (1995) a paisagem geográfica possui uma carga simbólica, uma vez que é produto da apropriação e transformação da natureza por um grupo humano, imprimindo sua linguagem, símbolos e traços culturais, tendo o geógrafo o papel de analisar a paisagem a partir da leitura de seu significado. Objetivando uma análise, tendo como base o conceito de paisagem, elegemos o texto literário enquanto modo de sentir o mundo. Busca-se uma concepção cuja dimensão entre texto literário e a paisagem esteja fundamentada em uma perspectiva subjetiva a partir da relação entre o romance e sua manifestação espacial. Para desenvolvimento da presente pesquisa, traçamos nosso caminho inicial a partir da definição de nosso aporte teórico metodológico, assim, elegemos enquanto filosofia de análise à fenomenologia, pouco usual na Geografia tendo estudos concentrados entre os geógrafos humanistas e culturais. Segundo Holzer (1997) fenomenologia e geografia possui objetivos comuns, o de estudar a constituição de mundo. Tal estudo é possível a partir das experiências concretas do homem no mundo e sua intencionalidade para perceber como se produz o sentido dos fenômenos, desde modo, incluindo o mundo na consciência estabelece-se uma nova relação entre sujeito e objeto, como ser-envolvido-no-mundo. Palavras-chave: Geografia e Literatura, Paisagem, Textos literários, Romance “O Quinze”.

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237 Universidade Federal do Ceará - UFC, 26-30 de Maio de 2015, Fortaleza/CE, Brasil

AS POTENCIALIDADES DAS FESTAS NA REPRODUÇÃO DO HISTÓRICO DA CIDADE: O PASSADO E O PRESENTE DE FORTALEZA-CE NA FESTA DE SÃO PEDRO DOS

PESCADORES -Lucas Bezerra Gondim

O presente artigo é parte integrante de uma pesquisa de mestrado sobre duas festas populares, o festejo de Nossa Senhora da Saúde e a festa de São Pedro dos Pescadores, ambas uma enquanto patrimônio social e outra patrimônio institucional, respectivamente. Ambas as festas ocorrem na cidade de Fortaleza. Com este trabalho, pretendemos apresentar o potencial que as manifestações culturais imateriais tem para a memória da cidade no imaginário dos habitantes, através dos rituais que compõe o acontecer festivo à partir da festa de São Pedro dos Pescadores. A escolha de apenas uma das festas consiste na especificidade da do festejo selecionado da influência da pesca no litoral fortalezense. A manifestação ocorre nos dias 26, 27, 28 e 29 de junho, sendo o último dia o auge da festa. Realizando uma reflexão sobre o potencial das manifestações para “contar sobre a cidade” e os festejos institucionalizados, observa-se que entre os anos de 1980 e 2010 ocorreu uma “corrida pela patrimonialização” dos patrimônios materiais da capital cearense. Enquanto isso, os bens imateriais caminharam vagarosamente para a sua institucionalização. Analisando os dados, no recorte temporal informado houve o tombamento (patrimonialização de bens materiais) de vinte e oito monumentos, enquanto que neste mesmo período apenas dois registros (patrimonialização de bens imateriais) pela prefeitura de Fortaleza. Pensemos se a memória e o sentimento de pertencimento que os patrimônios materiais abrigam se constituem apenas pelo seu valor arquitetônico, será que a imaterialidade impregnada nestes bens não tem nenhum efeito afetivo? Partindo desse pressuposto, afirmamos que as festas e manifestações culturais imateriais têm tanto valor quanto os bens materiais para a população que se relaciona com estas. Ao expor o potencial que as manifestações culturais imateriais detêm no histórico da cidade, discutiremos o a ausência de políticas públicas patrimoniais para estes bens, visto a discrepância entre a quantidade de patrimônios materiais e imateriais protegidos pela prefeitura de Fortaleza e os órgãos responsáveis pela salvaguarda dos bens culturais. Utilizamos questionários semi-estruturados e trabalhos de campo em três edições do festejo, analisando minuciosamente o simbolismo contido nos rituais da celebração e na iconografia das imagens presentes na Igreja de São Pedro dos Pescadores. Palavras-chave: Patrimônio imaterial, Memória, Festa de São Pedro dos Pescadores.

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LA ESPACIALIDAD DE LAS MIGRACIONES BOLIVIANAS: EXPERIENCIAS COTIDIANAS MATERIALES Y SIMBÓLICAS DE LA COMUNIDAD BOLIVIANA EN EL CINTURÓN

HORTÍCOLA SANTAFESINO, PROVINCIA DE SANTA FE, REPÚBLICA ARGENTINA

-Mariela Demarchi -Alicia Serafino

El presente trabajo analiza la migración boliviana al cinturón hortícola en torno a la ciudad de Santa Fe, focalizando la atención fundamentalmente en la construcción de la espacialidad de dicho lugar. En este sentido, la comunidad boliviana es considerada como una estructura social la cual se encuentra caracterizada por la presencia de una red de relaciones interpersonales construidas desde el mismo momento de la toma de decisión de migrar, pasando por la migración en sí misma y reforzada a lo largo de los años. Estas relaciones permanecen en el espacio y en el tiempo gracias a la consolidación de ‘la comunidad como comunidad’ y cuya consolidación es entendida en tanto se consideren aquellas prácticas socio-espaciales que forman parte de la vida cotidiana de los integrantes de dicha comunidad. Los aspectos materiales pero sobre todo los simbólicos son los que median en la construcción de una imagen e identidad de la comunidad y los que en definitiva forman parte de estas prácticas sociales y espaciales. Acorde a esta definición, la reminiscencia de compartir un origen por parte de los bolivianos en el cinturón hortícola santafesino no será la principal referencia que incluya una idea de unidad interna, homogénea y que dé cuenta de su conformación como grupo, serán las relaciones sociales desplegadas por sus representantes las que expresen el sentimiento subjetivo de conformarse como grupo. Esto nos lleva a plantear, en relación a las diversas prácticas que los migrantes desempeñan y a partir de la trama de relaciones que configuran la vida social, ciertos procesos de reorientación de nuevos modos de apropiación de espacios, acorde a la emergencia de significaciones que se establecen en torno al contexto migratorio. Del trabajo de campo realizado durante esta investigación basado fundamentalmente en entrevistas a los integrantes de la comunidad boliviana y en observaciones directas, fue posible detectar aquellas cuestiones que hacen a la construcción social del espacio y pensar en éste en tanto acción y relación social. En efecto, se descubrieron las relaciones sociales insertas en el espacio y de este modo, se consideró al espacio como una dimensión social, en el cual se inscriben prácticas y procesos que forman parte de una temporalidad histórica. Lo mencionado intenta fundamentar que es necesario estudiar al espacio geográfico construyendo una mirada que descubra las relaciones sociales de los migrantes en el marco de redes migratorias para no permanecer en el campo de lo abstracto, identificar dichos procesos y prácticas sociales que se dan en el espacio, permiten pensar más que en un espacio de las migraciones, en la espacialidad del fenómeno migratorio, y de esta manera pensar al espacio a partir determinadas acciones de apropiación y valorización. A medida que los bolivianos se fueron asentando en el cinturón hortícola, desplegaron diversas estrategias que, trascendiendo el plano meramente laboral, posibilitaron la concreción de lugares de encuentros y prácticas de identificación. En relación a esto, cabe preguntarse, ¿cuáles son aquellas prácticas sociales de los migrantes que intervienen en la espacialidad?; ¿cuáles son los materialidades y acciones participantes?; ¿cuáles son las representaciones simbólicas del espacio y los significados presentes en la construcción de la espacialidad por parte de la comunidad boliviana? En resumen, ¿cuáles son aquellas dimensiones y elementos que definen la vida cotidiana de los migrantes en el espacio? Para responder estos interrogantes entre otras cuestiones, se focalizará la atención en la Festividad de la Virgen de Chaguaya en el espacio en estudio, ya que la misma es una manifestación cultural de la comunidad boliviana la cual es considerada como una celebración representativa de la identidad de los bolivianos del lugar. Palabras clave: Espacialidad, Migraciones bolivianas, Redes sociales.

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TERRITÓRIO E TERRITORIALIDADE: UMA PROPOSTA GEOGRÁFICA PARA ANÁLISE DO PROCESSO CONSTITUTIVO DO TERREIRO DE CANDOMBLÉ

-Gisela Cardoso Alves

Este trabalho foi desenvolvido com a intenção de discorrer sobre a evolução dos conceitos de território e territorialidade na Geografia moderna, com o intuito de estabelecer a análise e compreensão do terreiro de Candomblé conforme a orientação analítica proposta CORRÊA, A. (2000) que identifica nesta dinâmica de territorialização estabelecida através de signos legados pela cultura afro-brasileira. Desta forma, os conceitos adotados para análise tem o objetivo de compreender como os signos presentes, dentro da cultura afro-brasileira, conseguem delimitar o espaço do terreiro de Candomblé, considerando a cultura como a principal fonte de compreensão espacial das coisas e das divisões simbólicas do espaço. A palavra território deriva do latim “territorium”, significando terra que pertence a alguém (GEIGER, 1993;CORRÊA, 1995; HAESBAERT, 1995; MESQUITA, 1995), sentido apropriado por RATZEL (1990), no final do século XIX, no campo do saber da Geografia Política como sinônimo de solo, estabelecendo uma conexão entre a constituição do Estado-Nação ao domínio territorial. Para o autor em tela, o território é um espaço concreto, determinado pelo solo e, apropriado por um grupo, propiciando a elaboração de sua identidade cultural. A Geografia atual não mais se atém à vinculação entre território e Estado, considerando que há territórios não subordinados diretamente a qualquer tipo de organização estatal, como podemos observar nos trabalhos dos geógrafos brasileiros que se dedicam a analisar o território de organizações criminosas, como o jogo de bichou ou o tráfico de droga, como SOUZA (1995); o território de grupos religiosos, CORRÊA (2000) ou de atuação de igrejas pentecostais, como MACHADO (1997) e, o território de grupos urbanos, como prostitutas estabelecido por RIBEIRO (2002) No momento atual do capitalismo, quando as fronteiras são cada vez mais recortadas por limites de atuação das empresas multinacionais, a cidade como ponto estratégico de controle territorial adquire maior importância. Não é de hoje que a cidade participa de uma dupla territorialidade no Estado (RONCAYOLO, 1986); desde a capital até as pequenas vilas com funções judiciais e administrativas, todas constituem nós estratégicos e necessários ao controle territorial. Assim, a cidade dispõe e controla um território, mas também é um território. As diversas territorialidades urbanas são, de certa forma, uma maneira dos diferentes grupos urbanos adquirirem uma identidade no contexto de fragmentação da cidade moderna. O território, ao mesmo tempo em apresenta a identidade do grupo, é base para afirmação do seu poder, sendo o controle do território, como já explicamos fonte de poder. Desta forma, os diferentes grupos urbanos, ao territorializarem certo espaço, estão demarcando os seus territórios de sobrevivência e convivência, além de estarem delimitando fronteiras que vão definir suas posturas sociais tomadas dentro da cidade. Esta foi a dinâmica empreendida pelos africanos de distintas etnias na constituição do território-terreiro no século XIX. Palavras-chave: Território, Territorialidade, Território-terreiro.

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PARA ALÉM DOS “CONDOMÍNIOS FECHADOS”: REFLEXÕES SOBRE MEDO, TERRITÓRIOS FORTIFICADOS E SOCIABILIDADE

-Hiram de Aquino Bayer -Eugênia Maria Dantas

Historicamente a geografia brasileira tem se debruçado sobre os estudos acerca dos chamados “condomínios fechados” e seus rebatimentos na dinâmica urbana, sobretudo, no que diz respeito a padrões de sociabilidade e em uma “negação da cidade”. Contudo, as dinâmicas atuais, cada vez mais complexas, nos pedem uma abrangência no olhar para ver essas situações além dessas formas de habitar. Tomando como ponto principal o medo, sobretudo aquele ao qual Zygmunt Bauman designou como “medo derivado”, e dois desdobramentos dele, a incorporação em larga escala de equipamentos de segurança a paisagem urbana das cidades formando espécies de “territórios fortificados” e uso progressivo de espaços privados em detrimento dos espaços públicos, nos propomos a refletir sobre essas dinâmicas para além dos condomínios fechados, considerando as formas mais “simples”, por assim dizer, de moradia. Assim, o objetivo do presente artigo é analisar a formação de territórios fortificados que não estão sob a forma de “condomínios fechados”, considerando ressignificações e enfraquecimentos de sociabilidade. Para isso, utilizamos como área de estudo o bairro de Candelária, situado no município de Natal-RN, Brasil. As discussões pautaram-se em uma leitura crítica de bibliografias referentes a temática que tratam, sobretudo, da dinâmica dos condomínios fechados para que, a partir disso, pudéssemos abranger um pouco mais a discussão. De forma empírica consideramos três praças do bairro (espaços públicos por excelência) onde realizamos observações sobre o uso desses espaços e conversamos com usuários. A análise da paisagem também foi de suma importância para considerar a incorporação de equipamentos de segurança, tornando as residências verdadeiros território fortificados. E, por fim, conversamos com vários moradores acerca da temática no qual íamos os encontrando em nossas próprias trajetórias no bairro. Desta feita, acreditamos que as discussões acerca da negação da cidade que consideram apenas a moradia em condomínios deve ser ampliada, considerado as residências que não estão incorporadas nessas formas de moradia. O discurso do medo e as estratégias que dele advém tornam essas residências verdadeiros territórios fortificados, restringindo a vivência de seus moradores cada vez mais ao espaço imediato da residência, tornando “anêmicos” espaços públicos e enfraquecendo a sociabilidade entre os indivíduos. Palavras-chave: Geografia, Medo, Sociabilidade.

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COSMOLOGIA XERENTE X (IR) RACIONALIDADE ECONÔMICA EM TOCANTINS: NOVAS TERRITORIALIDADES EM CURSO

-Rosemary Negreiros de Araújo

-José Levi Furtado Sampaio

O artigo tem como objetivo refletir sobre como os Akwẽ-Xerente percebem os impactos dos programas de desenvolvimento destinados à região — em especial a construção da Hidrelétrica de Lajeado — sobre seu território, considerando alguns aspectos de sua cosmologia. Esse povo junto com os Xavante e Xakriabá, são classificados como Jê Central e formam o povo Akwẽ, viviam entre os Araguaia e Tocantins, e atualmente vivem em duas terras demarcadas, situadas próximas a capital Palmas. São organizados em uma sociedade dualista, na qual o grupo é dividido em duas metades exogâmicas e interdependentes, cada uma delas com três clãs distintos. Esta forma organizativa estimula uma convivência de reciprocidade entre as metades (MATTOS & WAIKANARSE, 2011). O cosmo, segundo os Akwẽ-Xerente, está dividido em três níveis, a saber: a terra (tka), criada e transformada pelo sol, é local onde vivem o homem e alguns animais; o céu (hêwa), sustentado por uma grande árvore, é onde vivem as estrelas e um outro povo; o mundo subterrâneo (tka kamô), é o habitat dos animais ferozes como o porco queixada, um grande espírito xamâmico (MELO, 2010). Há interação entre corpos celestes e corpos terrestres, entre humanos e animais e entre seres animados e inanimados, conformando múltiplas territorialidades étnicas. Essa forma de ver e nomear o mundo rompe com a visão predominante da modernidade ocidental, que instaura as dicotomias como regras para pensar o mundo. Nesse contexto, esse pensamento integrado, que não separa a cultura da natureza, tem forte influência sobre a forma como esse povo pensa e institui seu(s) território(s). Nesse contexto, para além de um valor material, atribuem um valor simbólico a terra, a mata, ao rio. O que pensam, então, dos grandes projetos de desenvolvimento que operam sob a lógica mercadológica da cultura e da natureza, concebidas como dimensões desarticuladas? Que sentidos atribuem aos impactos potenciais desses empreendimentos sobre seus territórios e modos de vida? A perda, ou mesmo a alteração dos referenciais com os quais demarcam o território, matéria com que se tece a vida e a memória, certamente ocasionam desenraizamentos (PEREIRA & PENIDO, 2010) ou desterritorializações (HAESBAERT, 2004, 2006). Como esses desenraizamentos e/ou desterritorializações são vividos e compreendidos pelos Xerentes? Se natureza e cultura são, para esse povo, indissociáveis, como resiste a cultura frente à destruição da natureza pelos empreendimentos? Como a cosmologia xerente, enquanto forma própria desse grupo social elabora compreensões sobre o mundo e suas relações, está sendo reorganizada como contraponto nativo, a lógica e a racionalidade capitalista? Quais novas identidades territoriais se afirmam na perspectiva de garantir a existência física e simbólica desse povo? São essas algumas das questões que orientam a elaboração desse estudo. A partir de pesquisa de campo na região, orientada pela revisão de literatura e pesquisa em arquivos públicos e órgãos responsáveis pela implementação da política indigenista, caso da Fundação Nacional do Índio (Funai), essa investigação, realizada nos marcos da pesquisa qualitativa, tem utilizado a produção de caderno de campo e a realização de entrevistas (individuais e com grupos focais) como técnicas para produzir e sistematizar conhecimentos e dados para análise. A produção de material cartográfico que permita visualizar as transformações socioespacias no território xerente, tem sido, também, um importante recurso de pesquisa. Como resultados preliminares, apontamos: a partir das entrevistas se percebe um forte demarcador geracional quanto a valorização da cosmologia. Enquanto os mais velhos (anciões) recorrem a cosmologia para conceber e construir narrativas sobre o território, os mais jovens já recorrem a marcadores "mais modernos”, o desenvolvimento proposto pelos empreendimentos é para os mais velhos uma negação de uma importante dimensão de sua cosmologia - a indissociabilidade da natureza e da cultura - para os mais jovens existe o encantamento pela "promessa do emprego e do salário" que ganha força frente a desarticulação das atividades tradicionais. Uma importante chave de leitura diante desse paradoxo é a compreensão do desenvolvimento como aquele que "gera emprego" ao tempo que "destrói a natureza que permite a estruturação do trabalho e dos modos de vida do povo xerente", mas é importante frisar que essas diferenças de compreensão, marcadas pela dimensão geracional, não retira da juventude, o desejo de permanecer em seus territórios e a valorização de sua cultura, o que se quer demonstrar é que o discurso pós-moderno afeta e reestrutura mais as

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identidades territoriais dos jovens, mais imersos e em contato com a "sociedade nacional", com o urbano. Palavras-chave: Cosmologia, Território, Territorialidades étnicas, Identidades territoriais.

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DINÂMICAS DAS FEIRAS LIVRES CONTEMPORÂNEAS: UM ESTUDO SOBRE A FEIRA LIVRE DE SÃO BENTO EM CASCAVEL/CE

-Maria Regiane da Costa

-Dionys Morais dos Santos

A interpretação das feiras livres através de um olhar empírico e teórico revela a resistência destes mercados periódicos no contexto das mudanças econômicas e políticas no período atual. As feiras livres se apresentam como uma das atividades comerciais antigas que persistem no tempo e no espaço. Ocorrem tanto nos grandes e pequenos centros urbanos dos diversos continentes (BRAUDEL, 1998; BROMLEY, 1980) e são de grande importância para o desenvolvimento econômico e social das cidades. As feiras surgiram no momento que o homem produziu além das necessidades básicas, levando-o realizar a troca do excedente (HUBERMAN, 1981). Apesar das mudanças econômicas da sociedade, as feiras mantêm-se nos espaços públicos como receptoras de mercadorias, pessoas e ideias. Atualmente as feiras livres apresentam maior flexibilidade quanto à forma e função para que possa sobreviver às novas tendências socioeconômicas e culturais. Os seus agentes (pequenos agricultores, artesãos, produtores e consumidores) com poucas técnicas, qualificação e capital criam faces dessa atividade caracterizada pelo Circuito Inferior da Economia urbana dos países subdesenvolvidos (SANTOS, 1979). Este trabalho objetiva discutir essas dinâmicas a partir da feira livre de São Bento, no que diz respeito ao novo perfil e as espacialidades desse mercado periódico. A feira de São Bento está inserida na cidade de Cascavel/CE, no contexto da Região Metropolitana de Fortaleza, nela encontramos brinquedos de plástico, utensílios domésticos de alumínio e vidro, eletrônicos importados, vestuários e alimentos enlatados, ao lado de produtos artesanais em couro, barro, palha, bordados e rendas. Com a finalidade de identificar o atual perfil desta feira livre, foi necessário analisar os aspectos econômicos e socioespaciais que dinamizam vários gêneros comerciais e produtivos. Assim, a metodologia consistiu numa revisão bibliográfica, numa pesquisa estatística e documental e no trabalho de campo. Foi realizado um levantamento de produções acadêmicas e científicas com as palavras-chave: cidade (CARLOS, 1997; LE GOLF, 1998), feiras livres (MOTT, 1976; ARAÚJO, 2011; JESUS, 1992 e MAIA, 2011), comércio (PINDAUDI, 2005), espaço urbano (CORRÊA, 2012), RMF (AMORA, 1996; PEREIRA JUNIOR, 2014 e 2012, SILVA, 2005), Circuitos da Economia Urbana dos países subdesenvolvidos (SANTOS, 1974; MONTENEGRO, 2013), fixos e fluxos (SANTOS, 1988), produção e organização do espaço (SANTOS, 2005, LEFEBVRE, 2006 e HARVEY, 2005). Dados sobre economia, população, comércio, obtidos órgão municipais e estaduais ajudaram na análise da dinâmica do estudo. Em campo observamos os tipos de produtos, as estratégias de exposição e vendas; foram realizadas entrevistas com trabalhadores e consumidores. Nossas visitas mostraram que estas feiras convergem produtos e feirantes de diversos outros municípios do território cearense e de outros estados, ratificando uma abrangência regional desses mercados periódicos. Desse modo, percebemos que a feira de São Bento configura-se como espaço de movimentação comercial e sua dinâmica estimulam a sociabilidade local e outras atividades econômicas. O resultado é a organização de um espaço marcado pela convivência, cujos valores tradicionais e modernos revelam os conflitos entre o velho e o novo na construção do espaço urbano. Palavras-chave: Feiras Livres, Circuito Inferior, Espaço Urbano.

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VALORIZAÇÃO DO PATRIMÔNIO MATERIAL CULTURAL INDÍGENA ENQUANTO RIQUEZA A SER RECONHECIDA, VALORIZADA E PRESERVADA

-Ruth Künzli

-Janaina da Silva Lima A instituição de ensino UNESP – Universidade Estadual Paulista Júlio Mesquita Filho, possui no campus de Presidente Prudente –SP, um museu de antropologia indígena e patrimônio cultural, denominado CEMAARQ (Centro de Museologia Antropologia e Arqueologia). O museu tem seu espaço físico dividido em 3 partes, sendo uma delas um acervo de antropologia indígena, com várias peças e artefatos produzidos por várias etnias indígenas. Dentre as peças que entregam o acervo do CEMAARQ estão artefatos como vários tipos de fechas, cocares, mascaras utilizadas em rituais, urnas funerárias, cestarias, entre várias outras peças (de índios aculturados e ainda não aculturados). Cada peça produzida pelos índios, denota sua forma de viver em comunidade, a forma com que se alimenta, caça, habita, lida com os demais membros da tribo e os meios de relacionar-se com o próximo diferentes daqueles praticados pelo homem branco. Diariamente durante o ano letivo o museu atende a visitantes locais e de diversos locais da região, sendo uma grande parte das visitas recebidas, estudantes de várias faixas etárias. Desenvolve-se no museu projetos que procuram difundir ao público informações e conhecimento sobre o patrimônio cultural indígena que possuímos no Brasil. A metodologia utilizada consiste em pesquisas bibliográficas, aplicação de questionários, entrevistas, visita monitorada expositiva realizada por estagiários, entre outros. Observa-se que os indígenas ao longo do tempo foram sofrendo degradações de sua cultura e seu povo, sendo o índio hoje alvo de preconceito e desvalorização cultural. As pessoas demostram desconhecer cada vez mais o patrimônio cultural indígena bem como o processo de aculturação pelo qual passam os índios diariamente ao terem cada vez mais contato com a sociedade branca. O trabalho desenvolvido no museu estuda hábitos e costumes indígenas de várias tribos, dentre elas os Terena, Xingu, Yanomami, entre outros. Busca-se entender essas tribos, suas riquezas culturais e costumes, bem como difundir para a sociedade em geral a importância e diversidade enorme de riquezas do patrimônio cultural indígena que existe no país e deve sobre tudo ser conservado. Durantes as visitas ao acervo do museu, através da monitoria de estagiários, os visitantes tem um atendimento bastante atrativo variando de acordo com a faixa etária do visitante, sendo realizada para cada faixa de idade uma forma diferenciada de abordar o assunto, garantindo a compreensão do visitante. Por exemplo, quando se trata de crianças são realizados teatros de fantoches que relatam lendas indígenas, maquetes interativas onde as crianças podem montar uma aldeia indígena, bem como brincadeiras indígenas entre várias outras atividades que possibilitam facilitar a compreensão da criança a cerca do assunto. O resultado pode ser percebido através de fichas preenchidas ao final da visita ao museu, onde as visitas podem expor através de perguntas abertas e fechadas a sua compreensão sobre a riqueza do patrimônio cultural indígena e a situação atual em que se encontram os índios aculturados e não aculturados do país. Palavras-chave: Antropologia cultural, Indígena, CEMAARQ.

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A CIDADE DE MANAUS/AM ATRAVÉS DO OLHAR DO VELHO

-Mônica Farias Pinheiro

-Amélia Regina Batista Nogueira

A cidade como objeto de investigação possui a sua importância, sendo vista como um conjunto de percepções vividas e estabelecidas a partir de apreensões, valorações, decisões e comportamentos coletivos. Consideramos a percepção de quem vive no lugar como uma informação de grande importância no estudo da interação entre o homem e a cidade, pois é inegável que há uma profunda diferença entre um cenário descrito e estudado e um cenário experienciado e vivido. É a familiaridade em relação a tudo o que existe na paisagem que lhe confere um significado especial; onde os habitantes vivem se movimentam e se relacionam entre si com a cidade. O presente artigo integra uma pesquisa em andamento, cujo objetivo é compreender a cidade através do olhar do velho que frequenta o Centro Estadual de Convivência do Idoso – Aparecida, centro este localizado na zona centro sul da cidade de Manaus-Am. Dessa forma buscamos valorizar o olhar que o velho possui da cidade, pois este fala da cidade como era e de como ficou registrada a partir do que experienciou. Os fatos guardados na memória e narrados expressam momentos mais significativos dos lugares. Neste contexto, a cidade que procuramos destacar é aquela pensada pelo velho. Onde podemos compreender através da percepção do desse as relações espaciais simbólicas impressas pelos valores, sentimentos e lembranças, com o lugar. Investigamos a visão que o velho possui da cidade, sendo vivenciada por ele. A sua percepção que foi adquirida ao longo da sua existência através de sua vida cotidiana dentro do ambiente urbano, onde estão atrelados a sua relação com a cidade, ou seja, a origem de suas raízes. Na velhice as preocupações mudam quando o tempo que resta para viver diminui. É mais difícil a aplicação em projetos de longo prazo: não se poderá desenvolvê-los totalmente, outros deverão retomá-los. Antes mesmo que a participação na vida ativa termine, muda o espírito a qual é conduzida. Os consumos culturais, com seu caráter um pouco passivo, substituem frequentemente os comportamentos criativos. (Claval, 2007). O espaço para a velhice é normalmente vivido como um recuo há etapas que reconstituem em sentido inverso as conquistas infantis do lugar, que sofre mudanças psicológicas profundas, onde ocorrem várias rupturas, que marcam a passagem da idade adulta à do envelhecimento. Particularmente, a aposentadoria, a diminuição das aptidões físicas, a da sociabilidade e das qualidades de adaptação, a morte cada vez mais freqüente leva a muitos a diminuir a sua circulação pela cidade, esta aos poucos vai tornando-se desconhecida, distante. O velho tem na memória, uma cidade do “ontem”, a que foi construída e experienciada por ele. Todas estas rupturas afetam o espaço vivido. A memória por mais que diminua, guarda recordações da juventude, duplicam o espaço de vida por meio de um espaço mental dos lugares da infância e da adolescência. O passado vivido substitui o presente. O lugar, é melhor compreendido quando descrito por quem vive nele. A pesquisa resgatará através do olhar do velho a cidade de Manaus no passado, vivida e experenciada por quem fez dela o seu lugar. Palavras-chave: Lugar, Memória, Percepção, Cidade.

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PAISAGEM E LUGAR: A PERCEPÇÃO DOS COMERCIANTES DA PRAIA DA PONTA NEGRA/AM-BRASIL

-Valdelice Carvalho Sousa

Compreender as imagens que se tem de um lugar, é reconhecer o grupo que o habita e o experiência, isto é, que dão sentido para sua existência. Nessa perspectiva, o lugar aqui é compreendido para além de sua localização geográfica, pois o mesmo é o reflexo das relações culturais, vividas e experienciadas pelo homem. Assim, podemos afirmar que ao estabelecer a percepção dos que habitam esse lugar, têm-se nele a contemplação de diversas paisagens, pois cada indivíduo a interpreta de acordo com sua experiência. Neste sentido, Claval (2001) destaca que o homem afirma sua personalidade, suas convicções e suas esperanças ao representar uma dada paisagem. Nogueira (1995) nos coloca que para cada homem, ou até para cada grupo, existe uma imagem diferente do espaço, e esta imagem não é fantasia, sendo assim aprendida a partir do que o indivíduo percebe do mundo que o rodeia, a partir de sua experiência de vida, o espaço vivido, que é também concreto, pois é analisado por homens concretos, sujeitos inseridos no tempo e no espaço, sujeitos histórico-espaciais. Assim, a paisagem da Praia da Ponta Negra, que será aqui analisada, é aquela vivida pelos comerciantes, por apresentarem em sua maioria uma experiência de vida com esse lugar, ou seja, pensar esses homens como sujeitos construtores dos lugares que vivenciam. Cumpre destacar, que a metodologia empregada para relatar a percepção desses comerciantes foram as entrevistas semiestruturadas. As entrevistas foram conduzidas de maneira informal procurando deixar que os entrevistados discorressem livremente sobre os lugares importantes da Praia da Ponta Negra, e que diz respeito as suas experiências e vivências. Esse procedimento metodológico, nos dar suporte para investigar a experiência de quem vivencia o lugar, dos quais são atribuídas características afetivas, ou seja, compartilhando emoções conferidas ao espaço. O lugar é concebido pelos valores e sensações atribuídos a determinada localidade. As interpretações são caracterizadas por símbolos sociais unificados pelo comportamento social. Na Geografia o lugar em seu significado geral é uma parte ou porção do espaço terrestre, que são constituídos por diversos lugares diferentes, essa pesquisa apontou ainda a possibilidade de reconhecer que os lugares são construções cotidianas de quem os vivencia, por esse motivo partiu-se da percepção de cada sujeito. Na percepção do espaço urbano, a construção formada pelas vivências e experiências de cada um confirma a natureza singular da percepção, embora coexistindo com algumas tendências que favorecem a identificação de orientações comuns que soem encaminhar o processo perceptivo. (BAUZER apud RIO, 1989). Nesse contexto, a percepção de uma dada paisagem é construída tendo em vista as impressões que o indivíduo tem do mundo, o qual é carregado de simbolismo, onde possuem uma relação de identidade com os objetos descritos, sendo marcado pelas diversidades dos lugares. Portanto, assegura-se que por meio da experiência dos lugares foi possível demonstrar que a partir da Geografia podemos interpretar os lugares vividos, os quais são produzidos cotidianamente. Palavras-chave: Paisagem, Lugar, Ponta Negra, Geografia.

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IDENTIDADE E TERRITÓRIOS DO ROCK: UM OLHAR SOBRE O ESPAÇO URBANO DA CIDADE DE SOBRAL-CE

-Luis Carlos de Souza Lima

-Nilson Almino de Freitas

O presente artigo apresenta algumas discussões preliminares da pesquisa de mestrado em Geografia, pela Universidade Estadual Vale do Acaraú - UVA, buscando contribuir com a análise de construções de identificação territorial na cidade de Sobral-CE. O objetivo da pesquisa é compreender como grupos roqueiros da cidade de Sobral agenciam práticas e usos do espaço urbano desta cidade média cearense. Dizer que as reflexões estão em fase preliminar não parece demérito do artigo. É necessário romper com uma concepção corrente no campo acadêmico de que a pesquisa pode ter pretensões universalistas de racionalização do mundo e de que ela pode ser conclusiva em seus argumentos. Logicamente que esta ruptura não é um projeto novo, mas ainda faz parte da cultura acadêmica que não permite a demonstração de “fragilidades” no processo de pesquisa. Propõe-se, pois, uma reflexão acerca da formação de identidades e territórios, tendo como foco os grupos roqueiros, formados a partir do consumo deste gênero musical e realização de shows na cidade de Sobral. Assim, ressaltamos as lutas pela co-presença e a disputa de espaços que evidenciam o encontro e o confronto dos diferentes modos de (vi)ver a cidade. Dessa forma, as práticas dos grupos sociais no espaço urbano, evidenciam a definição de identidades e territórios, constituindo campos demarcadores de memórias e contribuindo, de forma significativa no entendimento da construção destas territorialidades. Visualizando o território como ponto de partida, pensaremos as transformações ocorridas, na cidade de Sobral, no período do ano dois mil aos dias atuais, sob uma leitura geográfica da atuação dos roqueiros em Sobral. O recorte temporal escolhido obedece as balizas de uma matriz periódica proposta, que será apresentada, de forma resumida, mais adiante. Esta periodização vem de acordo com as propostas de Milton Santos (2006), onde acreditamos que os processos na evolução da sociedade ocorrem pelos contextos, e as variáveis demonstram situações datadas no tempo e materializadas no espaço. Para além, em cada momento histórico é demonstrada a importância de se verificar o peso das novidades e das heranças no estágio do recorte espacial analisado. Entendendo o processo de transformação experimentado pela cidade de Sobral ao longo das últimas duas décadas, identificamos a formação e/ou evidenciação dos grupos roqueiros de gênero metal na cidade. Acreditamos que o processo de reestruturação territorial e a forte corrente migratória, são um dos principais fatores para o número crescente de indivíduos que se interessam pelo gênero metal em Sobral. Isso tem uma relação direta com as transformações ocorridas no território brasileiro e refletidas na política econômica local. Pensar a formação identitária de grupos no espaço urbano, é entender que esta identidade possui vínculos diretos com o seu processo de territorialização. A identidade requer um território, assim como o território constitui identidades. Para Haesbaert (2007), territorializar-se significa criar mediações espaciais que proporcionem efetivo poder sobre a reprodução enquanto grupos sociais. Palavras-chave: Identidade, Território, Rock, Espaço urbano, Sobral.

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248 Universidade Federal do Ceará - UFC, 26-30 de Maio de 2015, Fortaleza/CE, Brasil

MOBILITY AND SMALLHOLDER FOOD SECURITY: CIRCULAR SUBSISTENCE MIGRATION IN NORTHWESTERN NICARAGUA

-Lindsey Carte -Claudia Radel

The literature on the impact of labor migration on agricultural landscapes and household food security focuses largely on long-term South-North migration and the development and food purchase potential of remittances. Though it might produce fewer remittances, South-South mobility, including international and internal migration, is an enduring and important livelihood strategy used to meet basic household needs. We contribute to understandings of South-South migration through a case study highlighting the linked migration and cultivation strategies of residents in four villages in the northwestern Nicaraguan department of Chinandega. Residents here experience increasingly difficult agricultural conditions, due to both drought incidence and weak state support for smallholders. An analysis of data from in-depth interviews, surveys (n=80), and participatory workshops highlights the importance of the circular migration of villagers to El Salvador in maintaining semi-subsistence production of maize, beans, sorghum, and sesame. Rather than transforming semi-subsistence agricultural landscapes into remittance landscapes, as documented in other Latin American locations, local mobility strategies ensure food security by financing maintained cultivation. This type of “subsistence migration” is significant to discussions of food security and migration in the South because it re-frames often static conceptualizations of migration as instead continued mobility, and thus it allows us to broaden our understanding of the role of movement across national boundaries in the quest to simply survive in a given “sending” place. Contemporary migration as mobility is not just/always about getting ahead and moving out of semi-subsistence agriculture. It is also about persisting in semi-subsistence agriculture as conditions become increasingly hostile. Key words: Mobility, Migration, Nicaragua.

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NACIÓN POST-MORTEM: CINE Y TERRITORIALIDAD EN PUERTO RICO

-Enrique González-Conty Este trabajo explora la construcción de un territorio nacional en el cine puertorriqueño contemporáneo. Tomando prestado las ideas del Jorge Duany sobre la nación en vaivén además de teorías sobre territorialidad y cine nacional, este proyecto examina el discurso político en filmes como Seva Vive (2008) y video-musicales como Sonó, sonó Tite Curet (2011). Las coyunturas entre estas diferentes teorías posibilitan el análisis del cine puertorriqueño contemporáneo bajo un marco de poder e ideología que lo categorizan como uno de alta ambigüedad. Por ser territorio de los Estados Unidos de América cuyo gobierno se define paradójicamente como un “estado libre y asociado”, la isla de Puerto Rico presenta un caso único y particular en cuanto a la producción de un cine nacional. ¿Puede definirse el cine puertorriqueño hoy como uno nacional? ¿Puede existir un proyecto nacional de cine en un país que no es soberano? ¿Cómo afecta la connotación de “territorio” que le asigna el gobierno de EEUU a la isla en este discurso? El cine puertorriqueño contemporáneo parece ejemplificar los retos que enfrenta el caso de Puerto Rico en cuanto a un cine nacional y este trabajo indagará en estos desafíos para argumentar que en el cine la isla también es, como diría Carlos Pabón, una nación post-mortem. Palabras clave: Cine puertorriqueño, Nación, Territorialidad.

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SOCIAL MEMORIES, JUSTICE, AND FAVELAS IN RIO DE JANEIRO, BRAZIL

-Pamela Katia Sertzen In recent decades, memories in favelas have taken the form of museums, events, and books, but the production of social memory in informal urban areas has yet to be analyzed as an everyday practice. This paper explores how social memories are negotiated and/or reproduced from within and outside of the Complexo da Favela de Maré by favela residents, tourists, city officials and institutions, and local non-governmental organizations and how these instances of negotiation contribute to a larger debate on the right to memory. To examine the production of these social memories, the paper asks the following questions: How might social memories of informal urban areas be framed around justice? How do struggles over representation of the favelas link to a larger struggle of the right to the city? This paper draws from literature on memory studies, cities in the global South and informality, and the right to the city to map the production of social memory in favelas within the city of Rio de Janeiro. Bringing these three literatures together suggests that informal ways of claiming place via memory can be framed as an everyday practice of the production of space and as a critical component of the right to the city. Key words: Social memory, Right to the city, Urban, Favela, Rio de Janeiro.

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LAND INVASIONS AND INDIGENOUS RIGHTS STRUGGLES: CHALLENGES FOR COMMUNITY-BASED RESOURCE MANAGEMENT IN THE COLLECTIVE LAND OF ARIMAE

IN THE DARIÉN, PANAMA

-Marie-Line Sarrazin

In April 2014, the Emberá-Wounaan community of Arimae blocked the Pan-American Highway for several hours. This action served to press Panamanian authorities to intervene in the community’s legal struggle against land invasions by non-indigenous farmers. Arimae, established along the Pan-American Highway in the Darién province of eastern Panama, is fighting for the legal recognition of its Tierra Colectiva (collective land) in order to halt invasions by non-indigenous colonists. Invasions by colonists and the intensification of timber extraction contribute to forest degradation in the core of the Tierra Colectiva, an area designated by the community as a forest reserve. This case is representative of a broader trend: indigenous populations across Latin America are facing problems safeguarding their traditional territories and livelihoods, particularly in tropical forests. These struggles over land and resources are embedded in broader trends of cultural revival and social movements on one hand, and of national integration and capitalist expansion on the other. Escobar (2006) links neoliberal conflicts over natural resources to a triple conquest: a transformation occurring at the economic, ecological and cultural level. Using Escobar’s framework, land invasions appear as manifestations of broader cultural and economic forces pushing against collective ownership as a form of community resistance to land market speculation and cultural assimilation. Using Arimae as a case study, I examine these forces and their impacts on indigenous institutions for collective resource management in the Darién. Based on qualitative data collected over 3 months of fieldwork, from September to November 2014, I argue that the combination of widespread corruption and the expansion of markets, with discourses that devalue indigenous culture and practices, facilitates land invasions by securing implicit state support for invasion and weakening community governance institutions. Implicit state support translates in a lack of political will in engaging in land invasion prevention and indigenous collective land formal recognition. Internal challenges to community governance institutions include individual appropriation of common property resources and collaboration with invaders, leading to internal division and disenchantment. Internal defection in the face of time- and resources-consuming legal processes and the opportunity of rapid individual gain then further delegitimize collective claims. Yet, many community members retain a strong desire to fight for a legal recognition of their collective land in order to secure the future of the next generation of Emberá-Wounaan and to protect the forest from further devastation. In order to achieve its goal, the community of Arimae would benefit from recovering its unity by instating tighter mechanisms for community rule compliance and leadership accountability as well as by promoting indigenous culture internally. It would also benefit from reaching to other constituencies, locally and internationally, in order to increase the state’s interest in settling indigenous demands. Key words: Land conflict, Indigenous rights, Community-based resources management, Panama.

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GEOGRAPHIES OF MEMORY, NATIONALISM AND DEVELOPMENT IN GUATEMALA

-Rebecca Clouser

In May 2014 Guatemala’s Congress approved resolution 3-2014, officially denying that genocide occurred during the country’s civil war and calling for national reconciliation. The resolution frames social differences and social conflict as impediments to the ‘full development’ of Guatemala ‘as a nation.’ This echoes the long-standing argument that the lack of a coherent national identity is responsible for the lack of ‘development’ in the country. In this paper, I draw from works on memory studies, national identity formation, and critical development to examine the issuance of the resolution, the related trial of Rios Montt (which the resolution obliquely references), and the contestations surrounding both, in order to explore and problematize the motivations, contradictions and implications of such memory/forgetting-work in the country. Key words: Collective memory, National identity, Guatemala, Development.

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SOIL COMPANHEIROS AND GARDEN ‘COUPLES: AN INDIGENOUS PERSPECTIVE ON LANDSCAPE MANAGEMENT IN THE BRAZILIAN CERRADO

-Theresa L. Miller

For the Canela indigenous community living in the Cerrado biome in the interior of Maranhão, Brazil, the local environment consists of diverse land types including savannah, dense forests, woodlands, and riverbank areas. Formerly semi-nomadic hunter-gatherers with small garden plots, the modern-day Canela have become subsistence horticulturalists who maintain large, biodiverse gardens in forest and riverbank areas. Despite experiencing increasing threats to their local Cerrado environment from illegal logging, cattle ranching, and industrialized agriculture, the indigenous community continues to maintain and appreciate their territory’s wealth of biodiversity. This paper explores how the Canela community conceptualizes and engages with the environmental diversity of their territory, especially through gardening practices. It draws from ethnographic fieldwork involving qualitative methods such as participant observation and interviewing as well as quantitative ethnobotanical surveying conducted with the community from April 2012 to March 2013. The paper examines the Canela ethno-classification of nine local land types, which roughly correspond to Cerrado sensu lato eco-regions, of ten soil types that are grouped into pairs, and of two complementary types of gardens. In particular, it explores how the classification of soils into pairs of companheiros (‘friends’) and of garden plots into forest and riverbank garden ‘couples’ underscores how the concept of complementary, dualistic relationships (and perhaps triadic ones) are integral to Canela landscape management and to the larger indigenous ‘life-world’ as a whole. In addition, the paper examines how the Canela engage with their diverse local environment primarily through intimate, embodied encounters with a variety of nonhuman entities, including soils, cultivated and wild plants, and animals. It explores how hunting, gathering, and gardening are conceptualized as a series of meaningful relationships between and among humans, animals, and plants in the Canela territory. The relationships between humans and cultivated plants in particular shed light on the care and affection that Canela gardeners bestow on the plant ‘children’ growing in their garden plots. Thus, the paper posits that resource use and landscape management can perhaps be thought of as relational, affectionate activities for the Canela community. Whether the Canela emphasis on caring and affectionate relationships of interdependence – between and among people, plants, soils, animals, and even entire gardens – can be found in other lowland South American indigenous communities’ approaches to landscape management is briefly explored. To conclude, the paper suggests that the Canela case study can provide fresh insight into how indigenous and traditional communities understand and make sense of the diverse environments in which they live in Brazil and throughout Latin America and the world. With many Latin American eco-regions experiencing high rates of deforestation and biodiversity loss, the paper posits that documenting and understanding indigenous resource use and landscape management can provide new and innovative approaches to environmental conservation and biodiversity maintenance across the region. Key words: indigenous, Cerrado, landscape management, Biodiversity.

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A IDENTIDADE TERRITORIAL PORTUGUESA NO RIO DE JANEIRO E O CONTEXTO AMÉRICA LATINA

-Luiz Eduardo Maciel de Azevedo

As novas territorialidades da imigração portuguesa na cidade do Rio de Janeiro fazem parte do objetivo central deste trabalho que considera como elementos fundamentais a interpretação dos meios de comunicação e os aspectos da cultura, além da própria análise territorial do fenômeno. Portanto, essas questões apresentadas vão de encontro e são parte de um espaço maior de análise: A América Latina. Assim, a relação estabelecida entre os migrantes portugueses e o Rio de Janeiro não está inserida em um espaço qualquer, mas sim no Rio de Janeiro que, por sua vez inserido no contexto da América do Sul e da América Latina, distingue-se de comparações e torna-se única. A afirmação não pretende dificultar uma simplória migração de portugueses para o Rio de Janeiro, uma vez que percebemos que os dois momentos estudados: o primeiro momento representado pelas décadas de 1950/60 e o segundo momento, mais contemporâneo, as primeiras décadas do século XXI, ambos fazem parte de um contexto mais abrangente que não apenas o território carioca, fluminense ou brasileiro. Neste sentido, estabelecer a identidade territorial portuguesa no Rio de Janeiro é considerar que existe uma admirável relação com o contexto do Brasil na América Latina, já que os portugueses buscaram vários países latino-americanos, bem como ainda buscam atualmente, diante das particularidades contemporâneas. Estamos lidando com um emaranhado de territórios comunicantes e culturalmente comunicáveis, ou ainda, precariamente comunicáveis, conforme outra qualidade deste grupo de nações. A construção dos territórios e de qualquer identidade territorial no Rio de Janeiro ou no Brasil não deve estar ligada aos velhos elementos de sempre, mas sim ao novo contexto territorial do Rio de Janeiro e do Brasil no século XXI. Trata-se de uma questão de ampliar a escala geográfica. Neste sentido, a própria geografia mostra-se extremamente relevante nesta interpretação e algumas perguntas surgem: Quem é o migrante português na cidade? E como o migrante português relaciona-se na cidade brasileira de um mundo latino-americano? Por fim, tratamos por território os espaços utilizados para exercício de poder entre os migrantes e de reconhecimento pela sociedade como locus de determinado grupo. As territorialidades são também compreendidas não apenas através do substrato físico, mas também via meios de comunicação e expressões ou bens culturais. Referente à discussão sobre os territórios, ressaltasse a multidimensionalidade e a perspectiva integradora (HAESBAERT), além das noções de des(re)territorialização. Debate-se produção e (re)produção das identidades via mass media e através do poder da comunicação e as produções de cultura nos territórios, além de paradigmas e estereótipos em autores como (HALL),(CANCLINI), (HOBSBAWN) e (MORIN). Palavras-chave: Migração portuguesa, Territórios, Rio de Janeiro, Comunicação, Cultura, Identidade territorial.

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INTERAÇÕES ETNOECOLÓGICAS ENTRE COMUNIDADES TRADICIONAIS E AMBIENTE SEMIÁRIDO NO TERRITÓRIO QUILOMBOLA LAGOAS, PIAUÍ

-Ícaro Cardoso Maia

-Mônica Cox de Britto Pereira

As relações de convivência entre as comunidades quilombolas e seu ambiente biofísico sustenta parte significativa de seus saberes e tradições coletivas. Estas relações permeiam atividades como: a caça e a pesca; a produção de alimentos a partir de práticas agrícolas e de criação animal; a extração de vegetais nativos para inúmeras finalidades, englobando a alimentação animal e a própria alimentação humana, além da manufatura de medicamentos e de fibras e dos usos ritualísticos; a extração de madeiras e sedimentos para construção de fornos, cobertas e moradias; a elaboração de estruturas primitivas de captação de água, a exemplo das antigas barraginhas; as práticas recreativas; a concepção de diversos tipos de intelectos, envolvendo mitos, lendas, sacralidades, inspirações estéticas; dentre tantos outros elementos culturais de interação com a terra. Anjos (2009) menciona essas variadas técnicas construtivas que constituem as arquiteturas da África, relacionando-as a uma referência ancestral do território quilombola. É, portanto, este conjunto de relações diretas entre o ambiente biofísico imediato e as práticas cotidianas da comunidade que se caracteriza como objeto do presente estudo, que tem como recorte espacial as comunidades tradicionais pertencentes ao Território Quilombola Lagoas, localizado no Sudeste Piauiense. Além disso, é importante abordar neste trabalho os estudos da paisagem, que reforçam a geograficidade do mesmo a partir da análise das feições dinâmicas resultantes das diversas interações antroponaturais, tanto no viés físico-ecológico, quanto no viés arquitetônico e das formas do espaço construído. Os objetivos da presente pesquisa tem sido: catalogar as estratégias endêmicas de convivência com o semiárido, englobando principalmente as práticas agrícolas, hídricas, construtivas, educativas, religiosas, recreativas e de organização produtiva; identificar mudanças e incrementos recentes nos saberes e práticas das comunidades sobre suas terras, provocadas pelo aumento populacional e por trocas culturais com contextos de modernidade; cartografar as práticas agroecológicas de acordo com a funcionalidade específica de cada área e as conexões entre as mesmas, considerando as diferenciações de saberes entre as comunidades; e analisar os fluxos e dinâmicas geoecológicas desencadeados na paisagem pelas atuais interações antroponaturais que se realizam com as experiências agroecológicas das comunidades. Diante dessas questões, acredita-se que este trabalho pode contribuir com o mapeamento das riquezas materiais e imateriais (a citar como exemplos, respectivamente, as estruturas construtivas sustentáveis e os saberes agroecológicos e ambientais) das comunidades pertencentes ao Território Quilombola Lagoas, o que ajuda a reforçar a legitimação de sua territorialização, além de contribuir para o aprofundamento teórico-conceitual dos estudos de convivência com o semiárido, a partir da identificação de práticas de convivência endêmicas, envolvendo não apenas aquelas relacionadas à agricultura, mas a todos os aspectos já mencionados, desde o uso medicinal de raízes até as técnicas construtivas. Cabe destacar que o desafio de trabalhar este tema à luz da geografia também ajuda a inserir esta ciência no campo das argumentações jurídicas em defesa das comunidades tradicionais, o que a remete a uma função social mais objetiva e engajada, tendo ainda, como trunfo metodológico, a possibilidade de abordar tais questões pelo prisma das cartografias sociais. Palavras-chave: Etnoecologia, Paisagem, Semiárido, Quilombo, Territorialidade.

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256 Universidade Federal do Ceará - UFC, 26-30 de Maio de 2015, Fortaleza/CE, Brasil

AS FESTAS TRADICIONAIS RELIGIOSAS NO CONTEXTO DE MUDANÇAS NO USO E A APROPRIAÇÃO DO ESPAÇO PARA A PRÁTICA DO TURISMO NO DISTRITO DE GARDÊNIA,

MUNICÍPIO DE RANCHARIA-SP: ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE OS ASPECTOS ORGANIZACIONAIS E OS PERFIS DOS VISITANTES/TURISTAS

-Sueli Aparecida de Souza

-Rosângela Custodio C. Thomaz

Esse estudo tem como escopo debater a questão das manifestações culturais, notadamente as festas tradicionais de natureza religiosa (Festa de São Sebastião, Festa de São Benedito e Festa de Nossa Senhora), presentes no Distrito de Gardênia, Município de Rancharia – SP, o qual está inserido atualmente no contexto do uso e apropriação do espaço pela prática do turismo. O processo de reestruturação produtiva na agricultura iniciada na década de 1950 e consolidada nas duas últimas décadas do século XX implicaram transformações em suas mais diversas escalas geográficas (HESPANHOL, A.N; HESPANHOL, R.M., 2006). Assim, Souza (2012), tomando como recorte temporal as décadas de 1950 a 2012, observou que, consequentemente no Distrito, houve um contínuo processo de perda e envelhecimento populacional, seguido por fragilidade socioeconômica. Na concepção de Santos (1996), esse processo é fruto da terceira Revolução Industrial, ou terceiro período técnico científico iniciado após a Segunda Guerra Mundial. Assim, diante desses elementos, a desvelar quais os fatores que contribuem para que as festas populares perpetuem mesmo num cenário de mudanças nos diversos âmbitos. Buscou-se, identificar os aspectos organizacionais das festas, além de apresentar os perfis e opiniões dos sujeitos (moradores locais) sobre os elementos que envolvem as festividades. Assim, essa proposta se constituiu em uma pesquisa de ordem exploratório/descritiva, de cunho qualitativo e quantitativo do tipo estudo de caso. Os procedimentos metodológicos utilizados na pesquisa foram: a) revisão bibliográfica acerca de reestruturação produtiva, de turismo cultural, e festas populares; b) questionários e, c) observação in loco. Desse modo, foi constatado que as festas tradicionais religiosas, fazem parte do calendário de eventos do Município, e são distribuídas durante o ano de acordo com o calendário religioso, comemorando-se assim os respectivos personagens sacros (São Sebastião, São Benedito e Nossa Senhora Aparecida). Em síntese, no tocante ao número de vezes que participaram, predominam as pessoas que sempre participaram (68,3%), as motivações em participar mais citadas se refere a preservação da tradição (56%) e, que majoritariamente, (91,6%), consideram a festa um atrativo turístico.Por isso, observamos que as festas em questão, se configuram como um relevante atrativo turístico que, se devidamente planejado, simultaneamente contribuirá na preservação da cultura local. Palavras-chave: Reestruturação produtiva, Festas tradicionais religiosas, Turismo Cultural,

Planejamento Turístico, Multifuncionalidade do espaço.

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257 Universidade Federal do Ceará - UFC, 26-30 de Maio de 2015, Fortaleza/CE, Brasil

IMPACTOS TERRITORIALES DERIVADOS DE LOS PROCESOS DE REHABILITACIÓN DEL PATRIMONIO CULTURAL DEL CENTRO HISTÓRICO DE LA CIUDAD DE MÉXICO

-César Mauricio Salas Benítez

Este trabajo presenta un análisis de los efectos derivados de los procesos de rehabilitación del Patrimonio Cultural del Centro Histórico de la Ciudad de México (CHCM), a partir de la indagación de fuentes documentales y estadísticas, así como del posterior trabajo de campo.En este sentido, se presenta una aproximación teórico-conceptual de la construcción del patrimonio cultural en el seno de la producción del espacio, para las actividades relacionadas con el ocio y la recreación, en el contexto de una sociedad capitalista de consumo, que utiliza el territorio como medio y recurso económico a partir de su utilización selectiva y diferenciada. El CMCH representa un espacio con un potencial importante para el turismo y el consumo cultural, debido a que alberga una gran cantidad de edificaciones con valor histórico y a que cuenta con una oferta cultural polivalente de gran diversidad, lo que ha sido aprovechado por determinados empresarios y gobiernos locales, que lo han revalorado, refuncionalizado y promocionado en el mercado mundial. De esta manera, el espacio funge en una doble condición: como factor en el proceso económico productivo y como proyección de la sociedad, que materializa determinadas tendencias e imaginarios con el fin de atribuir significados al territorio para su consecuente usufructo. De esto se han derivado efectos in crescendo, tales como la tematización del patrimonio cultural, gentrificación y fragmentación del espacio. Así, el patrimonio cultural se ha

convertido en un recurso proclive a ser usufructuado, por lo que algunos gobiernos, instituciones y empresas han rehabilitado estos espacios. Sin embargo, en algunas ocasiones ha respondido a demandas externas o de determinadas clases sociales, lo que implica una determinada valoración, materializada en una especifica forma de organización espacial, donde se insertan cadenas de empresas de capital nacional y transnacional, lo que ha favorecido procesos de tematización o tergiversación de los destinos. Aunado a esto, los gobiernos y capitales eligen selectivamente los lugares provocando diferencias que fragmentan los espacios y los desconectan de su entorno local. De este modo, el CMCH en su fase de remodelación patrimonial y destinado al consumo y a los servicios puede verse como una construcción gestada en el seno del Estado, las empresas y de la economía global. Esta producción responde a una serie de supuestos que descansan en una lógica capitalista y le confieren cualidades de espacio homogéneo. De igual forma, fragmentan el espacio, ya que se desvincula de la región contigua y de las necesidades de la población local que en las zonas norte y oriente presenta carencias y problemáticas importantes ligadas con la habitabilidad del territorio y con los altos índices de pobreza y marginación. Todo esto basado también en una serie de imaginarios que emanan de las ideologías dominantes y le dan determinadas categorías de valor económico y estético a este lugar. Palabras clave: Espacio, Patrimonio cultural, Tematización, Gentrificación, Fragmentación espacial.

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258 Universidade Federal do Ceará - UFC, 26-30 de Maio de 2015, Fortaleza/CE, Brasil

MIGRAÇÃO E CAFEICULTURA: ANÁLISE DA REDE MIGRATÓRIA ENTRE A MICRORREGIÃO DA SERRINHA – BA E O SUL DE MINAS – MG

-Haroldo Junior Martins Cardoso

-Flamarion Dutra Alves

A cafeicultura corresponde a uma das principais atividades agrícolas presentes no Sul de Minas, a mesma é responsável pelo desenvolvimento histórico da região. Atualmente a oferta de trabalho durante os períodos da colheita do café, correspondente ao período entre os meses de maio até agosto, representa o fator principal de atração dos migrante. A origem dos migrantes, corresponde em sua maioria a microrregião da Serrinha – BA, constituindo a rede migratória entre as duas localidades, mobilizando um grande contingente de trabalhadores das pequenas propriedades e da produção sisaleira, para a colheita do café. Com base nessa exposição geral, o presente trabalho tem como objetivos apresentar os fatores que favorecem a atração e a repulsão da mão de obra entre o Sul de Minas, destacando o papel das desigualdades regionais na configuração da rede migratória, avaliada pelo papel dos principais produtos agrícolas e seus desdobramentos na configuração do espaço agrário regional. A Geografia, enquanto ciência, busca nos processos de produção do espaço e apropriação da força de trabalho as contribuições para análise dos processos migratórios, possibilitando a compreensão dos fatores econômicos, políticos, sociais e/ou culturais, que constroem cenários propícios para os deslocamentos populacionais. As formas de pensar a mobilidade populacional, acompanharam as perspectivas de análise das correntes do pensamento geográfico. Cada vertente privilegiou análises da mobilidade populacional sob uma ótica, proporcionando contribuições significativas para a análise do fenômeno e para o entendimento da sociedade (SILVA, 1999). Os procedimentos metodológicos para realização da pesquisa tem como base a análise de dados secundários disponíveis no IBGE e em referenciais teóricos que contribuem para compreender o processo histórico de formação de ambas regiões e os desdobramentos na contemporaneidade. Este procedimento tem como base a proposta de Póvoa (1999, p. 51), o autor também ressalta a dificuldade de dados exatos quando se trata da migração temporária e/ou sazonal, por não ser detectada nos recenseamentos. Os resultados demonstram que a rede se constitui pela necessidade de sobrevivência dos migrantes nos lugares de origem, mesmo que temporariamente o trabalho na cafeicultura é fundamental na manutenção dos pequenos agricultores e/ou trabalhadores assalariados. Ao mesmo tempo, que os contratantes dessa mão de obra, necessitam substancialmente da mesma para a manutenção na cafeicultura. Com relação a mecanização da colheita do café, a partir da implementação de maquinário, o meio natural dificulta este tipo de modernização, pela presença da cafeicultura em vertentes íngremes, que torna a utilização da mão de obra migrante uma necessidade para os cafeicultores. Portanto é perceptível uma relação próxima entre migrantes e cafeicultores, estabelecida durante o período da colheita do café.

Palavras-chave: Migração sazonal, Cafeicultura, Rede migratória.

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33º Congresso da Conf. of Latin Americanist Geographers (CLAG) - “Interfaces do Espaço Latino Americano”

259 Universidade Federal do Ceará - UFC, 26-30 de Maio de 2015, Fortaleza/CE, Brasil

A TERRITORIALIDADE GAÚCHA NO NORTE DO PARANÁ: APONTAMENTOS SOBRE IDENTIDADE, MIGRAÇÃO E CULTURA NOS CENTROS DE TRADIÇÕES GAÚCHAS

-Tatiana Colasante

Neste ensaio apresentamos algumas discussões referentes à nossa pesquisa de doutoramento que tem por objetivo principal fazer uma análise do fluxo migratório dos gaúchos para a região Norte do Paraná a partir do processo de territorialização-desterritorialização-reterritorialização (T-D-R), evidenciando os aspectos socioculturais que contribuem para a manutenção de uma identidade territorial gaúcha no norte paranaense. Nossa perspectiva analítica tem como base o conceito de território, uma vez que entendemos que este seja fundamental para compreender não somente as relações culturais e simbólicas, mas as relações políticas e de poder que se instauram dentro dos Centros de Tradições Gaúchas (CTGs). Este conceito central possibilita a articulação teórica entre migração e identidade, pois, quando os indivíduos se estabelecem territorialmente, criam vínculos identitários ou então recriam culturalmente antigos valores ancestrais. Este processo permite que os grupos sociais se tornem mais coesos do ponto de vista cultural e fortaleçam suas identidades, como ocorre nas reuniões de migrantes gaúchos nos CTGs. Assim, elencamos alguns aspectos que subsidiam a compreensão da formação da identidade territorial dos migrantes gaúchos no Norte do Paraná a partir de uma leitura sobre os CTGs enquanto expressão (i) material da territorialidade gaúcha. A metodologia utilizada envolve pesquisa bibliográfica e documental para aprimoramento do arcabouço teórico; pesquisa em campo em Londrina e Maringá, as duas maiores cidades no Norte do Paraná, onde foram realizadas entrevistas com migrantes gaúchos a fim de compreender a sua territorialidade nesta região e; registro fotográfico nos CTGs para mostrar alguns elementos culturais que estes sujeitos trouxeram do Rio Grande do Sul e que colaboram para a manutenção da sua identidade territorial. Como resultados principais, podemos apontar, primeiramente, a grande territorialidade dos gaúchos no Norte do Paraná, com a existência de aproximadamente 40 CTGs que funcionam como espaços de lazer e festividade da cultura gaúcha. Entretanto, estes espaços não são de uso exclusivo de migrantes gaúchos, o que nos permitiu verificar a existência de novos sujeitos sociais que resultam do hibridismo cultural entre paranaenses e gaúchos, os quais estamos denominando de paranaúchos, que são indivíduos nascidos no Paraná, mas que vivenciam a cultura gaúcha, participando ativamente dos CTGs. Assim, existe uma desconstrução do ser gaúcho, que está muito mais atrelado ao modo de vida do que ao local de nascimento dos sujeitos que originalmente designa os habitantes da Região dos Pampas e que engloba o estado do Rio Grande do Sul. Por fim, notamos que o vínculo territorial dos gaúchos com o Rio Grande do Sul é muito forte, já que todos os entrevistados procuram retornar às suas cidades de nascimento, ao menos uma vez por ano, para estreitar os vínculos familiares. Nesse sentido, os CTGs no Norte do Paraná são utilizados por estes migrantes como uma forma de manter a tradição até mesmo por indivíduos que não tinham como hábito frequentar CTGs no Rio Grande do Sul, demonstrando que o distanciamento pode trazer novos contornos para a formação da identidade territorial. Palavras-chave: Migração gaúcha, Identidade territorial, Territorialidade, Norte do Paraná, Centros de Tradições Gaúchas.

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DIMENSÃO CULTURAL DAS PRATICAS SÓCIO-PRODUTIVAS DOS PRODUTORES CAMPONESES E DO AGRONEGÓCIO EM UBERLÂNDIA-MG

-Angélica Borges dos Santos

-Jéssica Soares de Freitas

A produção no meio rural ocorre de maneira muito distinta da produção do meio urbano, a se diferenciar também em suas relações sociais. Na atualidade, o modo de vida camponês tem se transmutado a fim se aderir às práticas capitalistas desenvolvidas, preponderantemente, pelas agroindústrias. Nesse sentido, o uso da tecnologia, realizado, na maioria das vezes, por financiamento, é utilizado pelos produtores a fim de aumentar sua produção. No município de Uberlândia/MG, durante a pesquisa, foi possível observar durante os trabalhos de campo que os produtores rurais podem ser divididos entre camponeses e produtores do agronegócio. No município analisado é possível identificar que as feições do relevo exercem influência no tipo de produção praticada em cada porção do seu espaço rural. Nas áreas de chapadas, caracterizadas por um relevo de topo plano e altitudes elevadas (que podem chegar a 1.100 metros), a agricultura extensiva e mecanizada, ligada ao agronegócio encontrou terreno ideal para se instalar, se desenvolver e permanecer ate os dias atuais. Estas áreas tiveram sua ocupação produtiva intensificada a partir da década de 1970 com a modernização da agricultura no Brasil e com os incentivos governamentais a utilizar áreas que antes eram consideradas ruins para a produção. Os cultivos iniciais foram silvicultura, pastagens, e posteriormente, as culturas de grãos e, mais recentemente, a cana-de-açúcar. No Vale do Rio Araguari, que apresenta outra forma de relevo, com áreas dissecadas e de baixa altitude (variando entre 450 e 850 metros), a agricultura se desenvolve em pequenas propriedades com baixo uso de tecnologia e há diversificação dos cultivos. Nestas áreas é possível encontrar fazendas mais antigas que se dedicam a culturas diversas como de frutas, verduras, hortaliças, e à criação de frangos, porcos, perus e gado. Tais produções envolvem saberes e fazeres adquiridos ao longo do tempo e do espaço e que foram se modificando de acordo com as necessidades dos sujeitos. O produtor camponês tem como principal aspecto de sua identidade o modo de produção e o modo de vida intimamente ligado ao campo. Essa característica denota que para eles produção rural vai além do aspecto econômico, enquanto que para o produtor do agronegócio esse aspecto é tido como principal. O município de Uberlândia localiza-se a Oeste do estado de Minas Gerais na mesorregião do Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba, entre as coordenadas 19°14” e 18°34” de latitude Sul e 48°50” e 47°03” de longitude a Oeste de Greenwich. Nesse sentido, este artigo tem como objetivo compreender o espaço rural do município de Uberlândia/MG no contexto das diferentes formas de produção rural que nele ocorrem, bem como a importância do relevo para com o desenvolvimento das diferentes práticas existentes no território. Para tal, percebe-se que a paisagem é de relevante importância, pois é possível observar não apenas o presente, mas o passado e também o futuro, através da conversa com os sujeitos que nela estão inseridos. Além de revisão bibliográfica acerca da temática, tomando como partida a Geografia Cultural, realizou-se também diversas incursões em campo, para compreender melhor a pesquisa. Palavras-chave: Camponês, Modo de vida, Paisagem, Agronegócio.

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PEREGRINAÇÕES A PÉ: EXPERIÊNCIAS E A EXPRESSÃO ESPACIAL DO HORIZONTE

-José Arilson Xavier de Souza

“Nós vamos aqui devagarinho, sem pensar na distância completa. Vamos no passo a passo, sempre olhando pra frente. Desse jeito conseguimos chegar no nosso objetivo, que é o santuário do Senhor do Bonfim” (Aristides, 54 anos). Depoimentos como esse intrigam à reflexão sobre os significados do horizonte, constituinte da paisagem (BESSE, 2006), na experiência de peregrinos a pé; experiência que traduz um dos modos da busca do homem religioso pelo espaço sagrado. Entendendo que são plurais as abordagens sobre os estudos das peregrinações, neste ensaio, adotamos a noção de horizonte como uma expressão espacial constante no ato de peregrinar a pé. Em outros termos, simbolicamente, acreditamos que o horizonte pode funcionar como uma expressão espacial capaz de possibilitar a interação entre o homem e o cosmos. Metodologicamente, percorremos duas etapas principais: a) perscrutamos falas de peregrinos a pé no sentido de conhecer o entendimento de mundo desse agente no espaço-tempo em que exerce o ato próprio da caminhada; b) recorremos às leituras de geografia e filosofia para, do ponto de vista conceitual, gerarmos reflexões afins. Com efeito, compreendemos que o horizonte é “um espaço percebido e/ou concebido, logo, irredutivelmente subjetivo” (COLLOT, 2013, p.51) que parece convidar a imaginação a outros mundos (MERLEAU-PONT, 2006), o que na experiência do peregrino a pé faz daquele espaço uma forma simbólica que só se torna compreensível se levarmos em consideração o poder da fé como componente responsável por tais mobilidades humanas (ROSENDAHL, 2006). Para Carneiro (2013) a pesquisa sobre as peregrinações tem muito a avançar se valorizar essas experiências sociais e subjetivas de deslocamento religioso e os significados atribuídos a essa experiência. Mesmo com os avanços na geografia da religião, ainda são incipientes às pesquisas que se preocupam com as espacialidades da prática religiosa de peregrinar a pé, tornando-se necessárias novas propostas metodológicas. Do ponto de vista cultural, o estudo geográfico do fenômeno das peregrinações a pé deve considerar as motivações, os significados do itinerário, da paisagem e do horizonte que se projeta ao peregrino. Palavras-chave: Peregrinações, Geografia, Espaço sagrado, Horizonte.

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TERRITORIALIDADE DAS CATADORAS DE MANGABA NO LITORAL SUL DE SERGIPE

-Eline Almeida Santos

-Rosemeri Melo e Souza

De acordo com Drummond (1996), o extrativismo - ou uma economia extrativa – corresponde à maneira de produzir bens na qual os recursos naturais úteis são retirados diretamente da sua área de ocorrência natural. Em Sergipe, cerca de 2. 500 famílias (Embrapa, 2010) sobrevivem da extração de recursos naturais locais. Essas famílias compõem grupos tradicionais cujo modo de vida está pautado na intrínseca relação com o meio, no uso do território e dos recursos de forma a manter a sua reprodução social, cultural, econômica e religiosa e os saberes são construídos de forma empírica, na prática cotidiana. As catadoras de mangaba correspondem ao grupo tradicional que desenvolve a atividade extrativista em áreas de tabuleiros costeiros e restingas de Sergipe; que na sua maioria nunca tiveram a posse da terra onde coletam os recursos naturais, e que tem contribuído para a conservação dos remanescentes dessa cultura. A extração da mangaba é considerada importante para a segurança alimentar e juntamente com a pesca, a criação de animais, o artesanato forma a renda familiar. As populações tradicionais de Sergipe enfrentam problemas socioeconômicos, ambientais e culturais reflexo da intensa exploração dos recursos naturais, plantio da cana-de-açúcar, eucalipto e coco. Além da especulação imobiliária, turismo, carcinicultura, desmatamento de campos nativos e cercamento de terras.O quadro apresentado acarreta numa ameaça para o trabalho das mulheres catadoras de mangaba no litoral sul sergipano, especificamente, as do Povoado Pontal, localizado no município de Indiaroba, pois a pressão exercida por proprietários das áreas de mangabeiras poderá contribuir para a perda da sua principal fonte de renda. Diante disso, o presente artigo tece um debate sobre a territorialidade das catadoras de mangaba do Povoado Pontal, destacando a organização do trabalho feminino, os principais pontos de coleta do fruto e os conflitos que constituem um elemento de interferência no desenvolvimento da atividade. O estudo, em andamento, foi delineado a partir de levantamento bibliográfico e pesquisa de campo (observação, registro fotográfico e aplicação de entrevistas) enfatizando os processos inerentes ao trabalho das mulheres extrativistas do Povoado Pontal. Em Pontal a participação da mulher no extrativismo da mangaba é dominante, pois esta integra todas as etapas da atividade, desde o acesso a planta até a comercialização. Porém, o seu trabalho é visto como complementar mesmo constituindo uma parcela significativa da renda familiar. A complementaridade do trabalho feminino em comunidades tradicionais denota a construção social da invisibilidade da atuação mulher; a negação desta enquanto sujeito no espaço. Essa mulher enfrenta uma dupla invisibilidade: face ao ambiente (ser tradicional) e face ao gênero (ser mulher). Porém, essa mulher se faz rebelde ao construir uma identidade específica na sua territorialidade; ao se afirmar no território é que se fortalece e disputa poder. Poder que lhes é negado. Palavras-chave: Comunidades tradicionais, Extrativismo, Territorialidade, Trabalho feminino, Catadoras de mangaba.

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IMAGENS DO COTIDIANO BRASILEIRO EM LONDRES

-Ana Paula Archanjo Batarce O crescimento econômico, a construção e o enriquecimento cultural dos países, o desejo de inclusão econômica, a procura de melhor qualidade de vida, a aventura, o deslocamento forçado, a exacerbação do consumo, entre outros fatores, são alguns dos determinadores da migração internacional que intensifica-se no final do século XX e início do XXI. Os brasileiros tal como outros povos fazem parte deste processo, deste movimento migratório mundial. Desta maneira a Inglaterra país cosmopolita recebe grande contingente de migrantes internacionais, oriundos da Ásia, da África, da América do Sul, como também da própria Europa e da União Européia. A metrópole londrina destaque-se neste processo pela representação da concentração de riqueza e poder e talvez por isso chame a atenção de tantos migrantes, inclusive dos brasileiros. Londres é uma das principais cidades dos países europeus receptora de migrantes brasileiros conforme os dados do Ministério de Relações Exteriores, no entanto mesmo com a ampliação das pesquisas sobre brasileiros no mundo pouco se sabe sobre sua presença em Londres. O objetivo deste artigo é mostrar como são e onde estão os principais locais da presença de brasileiros na capital inglesa, criando assim registros desta realidade que poderão contribuir para pesquisas futuras. Para tanto utiliza-se imagens fotográficas e dados adquiridos da pesquisa empírica realizada durante o estágio de doutorado em Londres (2014). Constata-se a presença brasileira em diferentes distritos, alguns com maior representação como os bairros do distrito de “Brent”, outros com menor representação como os bairros dos distritos de “Lambeth, Southwak, Bromley, Hackney”. Esta intensidade de maior ou menor representação relaciona-se com a existência de estabelecimentos comerciais criados para atender principalmente a comunidade brasileira. Registrar estes locais a partir de imagens fotográficas e identifica-los significa difundir informações sobre os locais da presença cotidiana brasileira no território Londrino, informações resultantes dos processos sociais ocorridos pelo movimento migratório que constrói a trajetória do sujeito em uma nova espacialidade, em um novo território. Demonstra-se assim o processo de ocupação sócio-espacial do migrante brasileiro em Londres, questão de fundamental importância para a Geografia. Palavras-chave: Migração Internacional, Brasileiros, Londres, Imagens, Cotidiano.

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¿QUÉ QUEREMOS DECIR CUANDO HABLAMOS DE TRANSNACIONALIZACIÓN DE LOS MOVIMIENTOS SOCIALES? LA DIFERENCIA QUE LA GEOGRAFÍA PUEDE HACER

-Carlos M. Macías

Desde que en la década de los 90 la literatura dedicada a los movimientos sociales y la globalización recuperara la noción de lo transnacional, el crecimiento en su uso ha sido exponencial. Las problemáticas favorecidas en la mayoría de estos estudios versaron sobre las interacciones entre las movilizaciones y las organizaciones de un lado y los poderes públicos, nacionales o supranacionales, de otro, o bien se privilegió la cuestión de las influencias entre la escala local y las escalas supra-estatales para abrir el campo de las oportunidades políticas nacional a factores y agentes externos. Pero el significado teórico de lo que caracterizaba específicamente a lo transnacional no fue prioritario, y la diferencia cualitativa con otros términos como "internacional" o "global" no ha contado en esta literatura con una justificación explícita. Esto explica también su vulgarización al ser adoptado como un concepto “paragua” para denominar fenómenos muy heterogéneos. Fue en el campo de los estudios migratorios donde la noción de lo transnacional ha sido discutida en profundidad, alcanzando una complejidad teórica interesante pero no agotada. El objetivo de esta comunicación es demostrar y describir el potencial de la Geografía como disciplina para proponer una definición inequívoca del concepto de lo transnacional para demarcar claramente la diferencia entre éste y la simple internacionalización y/o mundialización de las protestas sociales. Se trata de problematizar geográficamente la definición que los estudios migratorios hacen de las diásporas y comunidades de migrantes como comunidades imaginadas para comprender un tipo especial de espacialización de los movimientos sociales; el de su territorialización como movimientos que pasan a tener presencia estable en más de un Estado-nación mediante la construcción de soberanía sobre un territorio discontinuo en red y la construcción de identidades desde lugares que se definen por su relación con otros. La Geografía puede fundar así un objeto propio que explica también las limitaciones de otras disciplinas sociales: estos movimientos son movimientos socio-territoriales — noción ampliamente explotada por la literatura de la Geografía agraria brasileña — que se reproducen desde territorios por y para la producción de nuevos territorios, sin cuestionarse por las fronteras políticas en el espacio geográfico. Mostraré el caso del proceso por el cual La Vía Campesina como organización internacional construye un sistema de formación política y educación técnica en América Latina, el cual representa un ejemplo de dinámicas transnacionales en relación con dinámicas internacionales. Esto permite entender la especificidad de la transnacionalización de los movimientos sobre otras formas de internacionalización de la protesta social con las cuales no es incompatible. Por último, mostraré que al consistir la transnacionalización en un proceso de construcción de comunidades territoriales en más de un país, comprobar su naturaleza transnacional significa metodológicamente rastrear las trayectorias e itinerarios de individuos, objetos e ideas que circulan por esos territorios en red. Palabras clave: Transnacionalización, Movimientos sociales, Movimientos socioterritoriales,

Territorio.

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(RE)EXISTÊNCIA CAMPONESA NOS ESPAÇOS HEGEMONIZADOS DO SUDOESTE GOIANO

-Natalia Lucas Mesquita Marcelo Rodrigues Mendonça

A modernização da agricultura nas áreas de cerrado ocorreu, principalmente, a partir da década de 1960, tendo como principal agente o Estado, que por meio de programas regionais, (POLOCENTRO, PRODECER) e nacionais (Sistema Nacional de Crédito Rural- SNCR), proporcionou condições financeiras para o desenvolvimento da agricultura moderna. Apesar dos programas representarem a possibilidade para o capital se instalar nessas áreas, a viabilização desse projeto demandaram estratégias de ordem espaciais, iniciadas anteriormente, como a construção de Goiânia (1937), o Plano de Metas de JK (1956-1961), a construção de Brasília (1960), etc. No estado de Goiás, uma das regiões que mais se destaca na produção agrícola moderna é a sudoeste. Nessa região, como no Brasil de um modo geral, o processo de modernização da agricultura teve como característica a expulsão dos camponeses de seus territórios e, consequentemente, de suas condições de existência. Por outro lado, essa expulsão do campo não impediu a existência dos camponeses, que se organizaram em movimentos sociais de reivindicação por terra e reforma agrária. É diante desse fato que este trabalho se apresenta. O objetivo é refletir sobre como se expressa a (Re)Existência dos camponeses no sudoeste goiano e o que pode ser feito para fortalecer seu território. Os procedimentos metodológicos adotados pautaram-se na revisão bibliográfica sobre a temática; Levantamento de dados em fontes secundárias como no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE); Levantamento de dados em fontes primárias através da realização de trabalho de campo em municípios da região sudoeste de Goiás. A partir da luta por reforma agrária na região sudoeste de Goiás, vários assentamentos rurais foram criados, materializando a (Re)Existência camponesa. Essa região possui 35 assentamentos rurais, atendendo, aproximadamente, 1.455 famílias. Esses assentamentos estão distribuídos em 11 municípios, dos quais se destacam Rio Verde (09 assentamentos) e Jataí (07 assentamentos). Considerando que esses são os municípios mais representativos da região sudoeste em termos de produção/produtividade agrícola, com bases modernas, é possível concluir que muitos/as camponeses/as não se deixaram “sufocar nos imensos mares de soja”. Dos 35 assentamentos, 34 são do tipo Projeto de Assentamento Federal (PA.), seguindo uma tendência nacional onde esse tipo de assentamento predomina. Apesar do movimento de (Re)Existência expresso na luta pela terra, nota-se grandes dificuldades de permanência desses camponeses em suas parcelas, conforme relatos de uma moradora do assentamento Rio Paraíso, no município de Jataí. Segundo ela, após o acesso à terra, muitas dificuldades surgiram relacionadas a falta de políticas públicas que permitissem que os assentados permanecessem ali e por isso muitos deixaram, novamente, o campo. Assim, percebe-se a necessidade do fortalecimento e instrumentalização dos camponeses assentados em sua luta cotidiana para (Re)existir. Para tanto, vê-se nas modalidades de agricultura de bases sustentáveis, como a agroecologia, uma estratégia política que possibilita a (Re)Existência camponesa, à medida que promove o resgate dos saberes e práticas desses grupos tradicionais, proporcionando uma relação de respeito com os recursos naturais e garantindo a autossuficiência e o fortalecimento do território desses sujeitos. Palavras-chave: Modernização da agricultura, Campesinato, (Re)Existência, Sudoeste goiano.

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RIBEIRINHO AMAZÔNICO E A PESCA: UMA ANÁLISE DOS ELEMENTOS QUE CARTOGRAFAM A CULTURA DAS FAMILIAS DE VÁRZEA NO MUNICÍPIO DE

ABAETETUBA-PA

-Amanda Sâmela da Silva Gonçalves -Sergio Cardoso de Moraes

A Amazônia, localizada ao norte do território brasileiro, assim como tantos outros espaços habitados, vive um processo de homogeneização cultural dominante adquirida por meio dos recursos tecnológicos que incitam a disseminação de uma humanidade cada vez mais globalizada e desenvolvida. A questão da Amazônia ser cobiçada, em função de seus significativos recursos naturais, deixam em segundo plano o fato da região como uma área habitada por diversas ações de grupos humanos representados pelas diferentes populações tradicionais, que além de produzirem seu território, também demonstram seus saberes em dialética com o ambiente que vivem proporcionando a dinâmica das práticas sociais em detrimento de suas técnicas junto aos elementos naturais que o meio ambiente proporciona à essas populações tradicionais. Dessa forma, este trabalho procura analisar e viabilizar uma cartografia dos saberes e representações das práticas, por meio da organização social, em especifico, das organização da pesca, focando as ações dos pescadores para defender a cultura ribeirinha nas áreas de várzeas no município de Abaetetuba no estado do Pará, trazendo até o meio acadêmico um olhar crítico e analítico dos desafios e o cotidiano do ribeirinho para manter a representação de seu modo de vida ainda vivo em meio a tantas influencias da cultura hegemônica capitalista nos arredores da ilha do Tucumanduba no município de Abaetetuba-PA. Diante dessa análise, esta pesquisa busca, por meio de apoio bibliográfico do sociólogo Wagner Berno de Almeida e autores da geografia como Yu-fi Tuan e Roberto Lobato Correa, bem como, a produção de pesquisa de campo, criar uma cartografia social que resgate e mostre a importante influência, bem como, os valores que o ribeirinho demostra a sua cultura, por meio das práticas, dos saberes, das relações e principalmente, da sua memória, pois é nela que eles guardam todos os métodos de vida que um ribeirinho precisa para viver. A questão da pesca é perceptível, quanto a sua importância para a famílias ribeirinhas, não só pelo fator econômico no período de safra, mas também pelo valor cultural. Constatamos que a cultura ribeirinha no rio Tucumanduba está arraigada ao espaço em uma via de mão dupla, pois da mesma forma que o espaço é criado por meio da manifestação de práticas sócio ambientais, as ações dos agentes se originam através de algum espaço habitado, criando assim um conceito de lugar. A ação ligada a pesca limita em sua própria atividade, mas a um derivado de elementos ligados a cultura ribeirinha, buscando manter sua identidade local, e seus direitos respeitados. Os elementos constituintes das ações e movimentos sociais estão diretamente ligados a formação da cultura ribeirinha do rio Tucumanduba, que possui especificidades altamente relevante a identidade dessa comunidade, bem como, o respeito que os agentes externos devem empregar aos conhecimentos locais de uma população possuidora de saberes e práticas as quais estão adequadas ao ambiente vivido e desconhecido para o olhar das culturas exógenas. Palavras-chave: Amazônia, Ribeirinho, Abaetetuba, Cultura, Pesca.

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PAISAGEM SONORA: A FORMAÇÃO DO PATRIMÔNIO IMATERIAL EVANGÉLICO NA REGIÃO METROPOLITANA DE FORTALEZA

-Luiz Raphael Teixeira da Silva

A presente pesquisa estuda a espacialização do fenômeno religioso contemporâneo de matriz protestante, analisando a expressão da religião no campo da percepção humana e das representações simbólicas, tendo as festas no espaço metropolitano como expressão maior de religiosidade consolidada e pujante. Identifica as formas de apropriação do espaço metropolitano e a influência desse movimento religioso sobre os espaços de vulnerabilidade da Região Metropolitana de Fortaleza, avaliando os caminhos para uma patrimonialização dessas práticas culturais. Discute a paisagem religiosa destacando enfaticamente à dimensão do significado e a análise das formas simbólicas, contribuindo com novas reflexões sobre o conceito de paisagem. Fundamentando a revisão do conceito nas temáticas e no cunho fenomenológico da corrente humanista da geografia incorporada e trabalhada na concepção de paisagem Augustin Berque. Geógrafo francês responsável pela discussão epistemológica da categoria e um dos expoentes da Geografia Cultural, defendendo que as ideias centrais em torno da relação homem-meio, tão importantes no entendimento da paisagem, adentram a filosofia. Utilizo o conceito de paisagem sonora como norteador da análise, para discutir a dimensão política e mediática do poder religioso evangélico presente no Estado laico contemporâneo. O conceito de paisagem sonora foi criado pelo compositor e ambientalista canadense R. Murray Schafer, em seu livro “The Tuning Of The World”, de 1977, neste trabalho o autor indica três elementos principais na paisagem sonora: sons fundamentais, sinais e marcas sonoras. Estes elementos são pilares desta pesquisa. A pesquisa busca explicitar a paisagem em sua primeira instância, onde o material é antes de tudo concebido do imaterial. Traz uma reflexão de como o patrimônio imaterial é concebido a partir da subjetividade intrínseca ao sujeito (coletivo e/ou individual) e que o conceito de patrimonialidade pode existir independe da patrimonialização. A paisagem é analisada como uma relação intersubjetiva dos sujeitos para manifestar a patrimonialidade de um fenômeno produzido e reproduzido por um determinado grupo social. O patrimônio cultural imaterial será abordado a partir das reflexões e considerações feitas na obra de Christian Dennys Monteiro de Oliveira e a relação de seus trabalhos com aspectos da religião contemporânea ibero americana. Sendo assim, a geografia da religião se revela um campo de investigação privilegiado, já que por meio dos espaços simbólicos podemos compreender aspectos submersos nas relações sociais coletivas. Palavras-chave: Patrimônio Imaterial, Paisagem Sonora, Evangélicos.

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USOS DO TERRITÓRIO EM CONFLITO NA AMAZÔNIA PARAENSE: OS TEMBÉS-TURÊ-MARIQUITA E A BIOPALMA EM TOMÉ-AÇU (PA)

-João Paulo C. Thury -João Santos Nahum

Analisamos uma situação geográfica de conflito que se estabeleceu na Amazônia paraense na aurora do século XXI. Partimos de um tempo inicial onde a reserva indígena Tembé Ture Mariquita foi titulada. Trata-se de uma área de aproximadamente 752 ha, localizada a quase 50 km do município de Tome-açu (PA), onde habitam há décadas, sendo atualmente uma população de 86 indígenas. O modo de vida que predomina na terra indígena se reproduz a partir de um intenso diálogo com a natureza por meio de atividades de criação de animais de pequeno e grande porte, cultivo de lavoura branca sobretudo mandioca, milho e extração de frutos, bem como caça de animais silvestres, além da produção de farinha. Nesse espaço, tal como menciona Alfredo Bosi, no seu livro Dialética da Colonização, cultuar, cultivar e cultura, constituem a tríade estruturante do lugar. Toda a atividade de cultivar é um ato de cultuar as bênçãos da terra, mostrando também a dimensão cultural presente no calendário agrícola que norteia a vida cotidiana. Podemos dizer que estamos diante de sociedades solares, posto que são orientadas pelas estações do ano e movimentadas por energia animal e humana. Este lugar, sua paisagem, configuração territorial e dinâmica social, enfim, os usos do lugar são ameaçados a partir da chegada de empreendimentos monocultores do dendê. Referimo-nos a um conjunto de condições politicas, normativas e institucionais que possibilitaram ao campo amazônico configura-se tal como um ponto no circuito mundial de produção do biodiesel. Na Europa, o biodiesel é uma realidade; temos o biodiesel 100, isto é, um combustível 100 % provenientes de fontes não fósseis. No entanto, a Europa não dispõe de terra e mão de obra capaz de sustentar grandes plantações de oleaginosas, componentes do biodiesel. Assim a divisão internacional do trabalho condiciona que a Ásia, África e América latina cumpram o papel de produtora de matéria-prima para o biodiesel europeu. Tendo isso em conta entendemos as motivações que levam um grupo eminentemente minerador a adentrar o campo de Tomé –açu. A Biopalma tem suas metas, segundo BASA (2012), plantar 80 mil hectares, sendo 60 mil próprios e 20 mil com associação a agricultura familiar, que para serem alcançadas precisam de área e mão de obra. A partir do zoneamento econômico ecológico do dendê, a Embrapa e o Governo Federal apontaram as áreas antropizadas e passiveis a se tornarem dendezais. Dentre estas encontra-se fazendas de gado, três das quais estão no entorno dessa Terra Indígena., Temos então enunciados os componentes da situação de conflito. O artigo fundamenta-se em pesquisa de campo e revisão de literatura. Compõe-se de três partes na primeira caracterizamos da terra indígena a partir de sua titulação, no segundo momento a chegada a Biopalma e o terceiro e central a situação de conflito. Palavras-chave: Território, Conflitos, Tembés, Biopalma, Amazônia.