1 AMBIENTES TOPOS E MICROCLIMÁTICOS URBANOS EM RONDONÓPOLIS (MT) 1-INTRODUÇÃO O presente artigo tem o objetivo de descrever o clima local e o clima urbano em Rondonópolis, considerando as unidades climáticas de topo e microclimas, e suas variações conforme a altitude, o relevo e a demografia. O clima é composto por atributos e fatores que devem ser analisados em conjuntos, com a temperatura, a umidade e a pressão atmosférica, que são elementos fundamentais para definir o tipo de clima de uma região. Segundo Nunes (2002) “o clima vem sendo influenciado cada vez mais pela ação antrópica principalmente nas escalas locais, como por exemplo, a ilha de calor humano.” O ser humano altera o meio ambiente numa velocidade maior do que qualquer outro processo natural, não existindo sincronia entre as escalas que governam os fenômenos naturais e as atividades humanas. O referido artigo está dividido em quatro momentos. No primeiro momento serão comentadas as observações sensíveis do tempo meteorológico em Rondonópolis, em seguida o experimento de campo: ambiente microclimático no campus universitário de Rondonópolis. O terceiro discorre sobre a viagem de campo realizada no dia treze de agosto ao município de Campo Verde, esse em escala regional e por último a aula de observação
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Ambientes Topos e Microclimáticos Urbanos Em Rondonópolis (2)
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AMBIENTES TOPOS E MICROCLIMÁTICOS URBANOS EM RONDONÓPOLIS (MT)
1-INTRODUÇÃO
O presente artigo tem o objetivo de descrever o clima local e o clima urbano
em Rondonópolis, considerando as unidades climáticas de topo e microclimas, e
suas variações conforme a altitude, o relevo e a demografia. O clima é composto por
atributos e fatores que devem ser analisados em conjuntos, com a temperatura, a
umidade e a pressão atmosférica, que são elementos fundamentais para definir o
tipo de clima de uma região.
Segundo Nunes (2002) “o clima vem sendo influenciado cada vez mais pela
ação antrópica principalmente nas escalas locais, como por exemplo, a ilha de calor
humano.” O ser humano altera o meio ambiente numa velocidade maior do que
qualquer outro processo natural, não existindo sincronia entre as escalas que
governam os fenômenos naturais e as atividades humanas.
O referido artigo está dividido em quatro momentos. No primeiro momento
serão comentadas as observações sensíveis do tempo meteorológico em
Rondonópolis, em seguida o experimento de campo: ambiente microclimático no
campus universitário de Rondonópolis. O terceiro discorre sobre a viagem de campo
realizada no dia treze de agosto ao município de Campo Verde, esse em escala
regional e por último a aula de observação noturna no perímetro urbano de
Rondonópolis, onde já se pode observar as mudanças no ritmo e as desigualdades
sociais.
1-Objetivos
O trabalho teve o objetivo de descrever as totalidades dos ritmos de cada
lugar, ou seja, o topo clima e o micro clima em Rondonópolis-MT. E também o
entendimento do clima por meio dos seus atributos e controles climáticos. Assim
sendo o topo clima refere-se aos fenômenos em escala local. O microclima se refere
a variações devidas à proximidade da superfície do solo.
1-2-Importância do Tema
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A importância deste tipo de assunto serviu para nos ajudar a identificar os
ritmos, as variações temporais, e as regiões topos e microclimáticas.
1-3-Porque fiz? Para que fiz? Para quem?
As pesquisas foram realizadas conforme orientação e pedido do professor.
Para entender os critérios de clima local e regional, ampliando nossos horizontes em
relação à climatologia regional. E aprender a perceber as diferenças dos climas, nos
vales, nas chapadas e no meio urbano. Essas pesquisas foram realizadas conforme
orientação do professor José Roberto Tarifa, para obtenção de notas da disciplina
de climatologia levando em consideração que o maior ganho do aluno é o
conhecimento.
1-4-Conceito de Ambiente
Segundo Rapoport, o ambiente pode ser definido como “qualquer condição ou
influência situada fora do organismo, grupo ou sistema que se estuda” (RAPOPORT,
1978,25). Tuan o define como: “As condições sob as quais qualquer pessoa ou coisa
vive ou se desenvolve; a soma total de influências que modificam ou determinam o
desenvolvimento da vida ou do caráter” (TUAN, 1965,6).
O que pode se entender por conceito de ambiente segundo (Rapoport e
Tuan) é que o ambiente pode ser analisado pelas condições do clima e pelas ações
antropicas e principalmente pela maneira de como se usa e se modifica um
determinado ambiente.
2- Áreas de Estudo
Duas das áreas de estudo foram delimitadas na cidade de Rondonópolis
(MT), que está localizada entre as coordenadas de 15º25” e 16º30”S e 54º33’ e
54º39”W, distante aproximadamente a 1440 km (em linha reta) a oeste da costa do
Oceano Atlântico, com altitudes que variam de 200 a 300 metros. Dentro do
município de Rondonópolis foram estudadas áreas urbanas, e o campus
universitário.
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2-1- A primeira área estudada foi no bairro Jardim Atlântico, na Rua Julio Ribeiro, Q7
num: 18, altitude de 285m, latitude 16º 28’10,39” S, longitude 54º 34’,35 87” O,
(dados tirados do Google Earth), próximo ao Campus Universitário que onde por 30
dias fiz as observações sensíveis. A próxima área se trata de um local institucional,
Campus Universitário de Rondonópolis. E ainda em Rondonópolis foi estudada a
área urbana passando pelo bairro Jardim Atlântico, shopping Center, vila aurora,
centro e distrito industrial.
2-2- A segunda área de estudo foi realizada no Campus da Universidade Federal de
Rondonópolis (UFMT), que se encontra localizada na Rodovia Rondonópolis-
Guiratinga, Km 06 (MT-270)- Bairro Sagrada Família.
2-3- A próxima área de estudo é no município de Campo Verde, localizado no
sudeste mato-grossense a 127 km de Cuiabá. Faz limites a leste com Primavera do
Leste, ao sul – Dom Aquino, Jaciara, Santo Antonio do Leveger, ao oeste Cuiabá e
Chapada dos Guimarães e ao norte – Nova Brasilândia. Possui 745 metros de
altitude, clima tropical, coordenadas geográficas 15º33’713” S e 55º09’919” W.
2-4- A última área de estudo foi na zona urbana de Rondonópolis, a cidade
localizada na região Centro-Oeste no estado do Mato Grosso, entre as coordenadas
16º25” e 16º30” S e 54º33’ e 54º39’ O, estando a uma altitude de 227 metros. Sua
população em 2011 é estimada em aproximadamente 200 mil habitantes. Possui
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uma área de 4.165km². O município é cortado pelas rodovias federal BR 364, que
liga Rondonópolis a Cuiabá e BR -163, que liga o Centro Norte do Brasil ao centro
Oeste e Sul do Brasil. Na região urbana de Rondonópolis, estivemos em seis
diferentes pontos da cidade, onde podemos observar diferenças na altitude e no uso
do solo.
Mapa da Área Urbana de Rondonópolis
Sturza, José Adolfo Iriam (2005)
3- O sitio urbano
Rondonópolis encontra-se localizada, numa área de clima tropical continental,
com períodos secos de (maio a junho) e a estação chuvosa (outubro a abril). O sitio
urbano, com altitudes que variam de 200metros a 300metros, ocupa
topograficamente a maior parte do vale e baixas colinas do Rio Vermelho, o quadro
físico da cidade estende-se num sitio convergente, de topografia plana a levemente
ondulada da confluência dos Rios Arareau e Rio Vermelho. O entorno próximo é
constituído por um anfiteatro de terras altas (chapadas e serras) cujos topos variam
entre 700 a 800 metros. As mais importantes encontram-se a sudeste da Serra da
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Petrovina, a noroeste a Serra de São Vicente, ao norte planalto de Campo Verde-
Primavera do Leste, e ao sul a Serra da Onça.
4-Área- População urbana e Rural
Rondonópolis possui pelos dados do IBGE de 2010 uma população de
195.476, densidade demográfica de 47.00 hab/km² e uma área de 4.195,122 km².
6- Vegetação
A vegetação é dividida em regiões de mata e cerrado, sendo que a área com
vegetação nativa corresponde a cerca de 30% do total do município, e a maior parte
da mata pertence a reserva indígena Tadarimana.
7-Metodologia
Para dar embasamento e consistência ao propósito deste artigo, foram
realizados levantamentos e dados em quatro locais diferentes no município de
Rondonópolis. MT. (1) Bairro Jardim Atlântico: Observações Sensíveis do Tempo
Meteorológico em Rondonópolis, durante o período de 23/03 a 23/04/11. O qual se
deu da seguinte maneira, durante os trinta dias observar nos períodos da manhã,
tarde e noite, a cobertura do céu, nuvens, vento, temperatura, umidade e chuva. As
técnicas usadas para o referido trabalho foram os órgãos sensoriais (órgão do
sentido) e a percepção, o que foi acompanhado por uma caderneta para as
anotações.
O segundo trabalho foi realizado no Campus Universitário de Rondonópolis
no período noturno, no dia 26/04/2011 foram estudados oito pontos, verificando
temperatura do solo, temperatura da água, o estacionamento, ambientes fechados.
As técnicas usadas nessa pesquisa foram o psicometro, o termômetro seco, o
termômetro úmido, a lanterna, a maquina fotográfica, caderno de anotações.
O terceiro trabalho, a viagem de campo ao município de campo verde,
realizado no dia 13/08/2011, foi direcionado para entender o clima local de cada um
dos municípios, com relação à altitude, relevo, vegetação, nuvens e espaço
ocupado. E entender o clima em escala regional. Para esse trabalho de campo além
da percepção, do companheirismo dos colegas foi utilizado o altímetro, termômetro
de solo, caderneta para as anotações e a maquina fotográfica para registrar.
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O último trabalho foi no perímetro urbano de Rondonópolis, (avenida limítrofe
do centro aos bairros) começando pelo ponto de ônibus da UFMT, passando pelo
Jardim Atlântico, shopping, Vila Aurora, Praça dos Carreiros e Distrito Industrial.
Onde se podem perceber nitidamente as ações antrópica, e o uso do solo mudam a
qualidade do ar e do clima. Para esse trabalho foi usado, o termômetro seco,
termômetro úmido, lanterna e a caderneta para as anotações.
No final, os dados coletados foram quantificados em tabelas e gráficos. Os
gráficos foram comparados com os dados do IBGE.
Considerações finais
Esse trabalho foi um estudo que trouxe uma compreensão para a
determinação de um ritmo climático, uma vez que as coletas de dados deram-se de
forma natural, sendo o próprio aluno instrumento climatológico, que registrara a
temperatura do ar, a nebulosidade, a direção e a velocidade do vento, por meio de
suas sensações; ou seja, com a ajuda dos órgãos do sentido e a percepção.
Também destacamos o período de outono austral, estação climática que começa no
dia 21 de março, uma transição de uma estação quente para uma estação seca.
Assim as observações do tempo sensível em Rondonópolis buscam acompanhar a
evolução da sazonalidade, da passagem do verão para outono e do outono para o
inverno, registrando o fim da estação chuvosa para o início da estação seca.
Dentro dos objetivos propostos para o trabalho de observações sensíveis
realizados durante o período de trinta de dias, onde buscamos entender as
diferenças entre o tempo e o clima, sendo que o tempo é uma combinação
passageira dos elementos do clima. E o clima é a sucessão habitual dos tipos de
tempo. Dentro dos ritmos climáticos procuramos entender as interações entre os
fenômenos, TARIFA, diz que “O ritmo é um dos caminhos possíveis para
compreender a interação dialética entre os fenômenos físicos, biológicos, humanos
e sociais no espaço de um determinado lugar da superfície da Terra.” (TARIFA, J.R.
2001, pag.29), assim acreditamos que cada lugar tem um ritmo e que nos
modificamos esse ritmo conforme interagimos com ele.
Nesse trabalho também buscamos conhecer um pouco das nuvens, como se
formam e como diferenciá-las. As nuvens são constituídas por gotículas ou cristais
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de gelo que se forma em torno de núcleos microscópicos na atmosfera. Há vários
processos de formação das nuvens e das suas conseqüentes formas e dimensões.
Todos os resultados obtidos contaram com dados meteorológicos e os estudos da
climatologia e estão contidos na tabela abaixo.
TABELA 01: O TEMPO METEOROLÓGICO EM RONDONÓPOLIS NO OUTONO DE
Como se pode observar na tabela a menor temperatura seca se deu próximo
a MT: 270 ocorrência de inversão térmica. E as mais altas ocorreram entre os
pontos (07,08, 10, 11) devido a estarem relacionados com o entorno da área urbana.
Nosso último trabalho foi na área urbana de Rondonópolis, onde podemos
visivelmente perceber as ocorrências causadas pelas ações do homem, onde o
ritmo não é dado pela natureza, estações do ano, nem pelo clima. A vida é
normatizada pelo uso do relógio e as atividades na e da cidade se desenvolvem no
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período de 24 horas, independente do clima, das condições físicas ou mesmo
biológicas: As cenas se sucedem em ritmo intenso e desumano. (CARLOS, 1994).
Assim para conhecer e entender os ritmos das áreas urbanas começamos
nossa pesquisa no campus (UFMT), local plano, com uma sensação térmica fresca,
logo a seguir entramos no bairro Jardim Atlântico, onde já sentimos a diferença, ruas
estreitas, pessoas andando e muitos carros em movimentos, tudo isso altera a
emissão de calor e por conseqüência altera as condições do ar, quanto mais
pessoas mais o calor aumenta, o calor latente se transforma em calor sensível.
Na Avenida Lions, no estacionamento do shopping, podemos notar que os
veículos e o asfalto influenciam na temperatura, o ritmo é acelerado. Os prédios
altos formam ilhas de calor que reduzem a velocidade dos ventos, e deixam o lugar
mais quente. Maior concentração de pessoas, de atividades de calor antropogênico,
os postos de gasolina são fontes de poluição do ar.
Na vila Aurora já se percebe a presença de prédios bem amplos e planejados,
casa de classe média alta, com grandes jardins gramados e quintais, áreas
arborizadas o que faz a temperatura no local ser fresquinha. Na praça do carreiros
as arvores impedem a entrada livre do sol, o que faz as manhãs serem fresquinhas.
Observa-se na Dom.Pedro a presença de nevoa seca, por causa da poluição dos
carros, a rua inclinada, o local é mais quente, trecho transversal da rua concentra
poluição, liberação de calor, e as veze acaba influenciando nas chuvas, por que
funciona como uma serra, verdadeiro Quênio urbano.
O ultimo ponto a ser visitado foi no Distrito Industrial, onde nos deparamos com
outra realidade, as indústrias e o grande movimento de caminhões pesados, as ruas
não possuem nenhuma infra estrutura cheias de buracos e a noite a emissão dos
gases poluentes a tendência é que partículas dessa poluição se espalhem pela
cidade durante a noite, provocando nuvens de gases poluentes e nuvens de
fumaças. O que provoca muitas doenças respiratórias em pessoas idosas e
crianças.
Tabela: 04 OS AMBIENTES TOPOS E MICROCIMÁTICOS
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Hora Alt Temp. seca Temp. úmida
P: 01 19:20 300m 23,6 26,3
P: 02 19:40 265m 23,6 26,6
P: 03 27,6 24
P: 04 20:35 27,7 23,6
P: 05 20:55 250m 28,6 23,8
P: 06 21:00 300m 26,2 24,2
Como podemos perceber na tabela as diferenças de temperaturas e umidade entre
as áreas urbanas são determinadas pelo próprio microclimas. O intenso fluxo de
pessoas e veículos, assim como do concreto dos prédios , do asfalto entre outros
materiais de construção, esse calor é liberado durante a noite.
CONCLUSÃO
Como podemos perceber o clima é um fator importante, e está presente no cotidiano
da sociedade, influenciando na vida dos seres humanos. Portanto cada ambiente
funciona de uma maneira diferente, como podemos observar devido às construções,
o asfalto e o uso do solo o clima urbano se torna quente, enquanto que nos locais
arborizados o clima é agradável.
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REFERÊNCIAS
NUNES, L. H. Discussão acerca de mudanças climáticas (notas). Terra Livre, São Paulo, n. 18, p.179-184.2002.http://www.revistaterritorio.com.br/pdf/03_6_holzer.pdf Acesso em 16/11/2011.
CARLOS, Ana Fani A. A Cidade. 2. Ed. São Paulo: contexto, 1994.
DOSSIÊ RONDONÒPOLIS. Geografia- Demografia- Economia. 2010. 4 ed. Acir- Rondonópolis.
SETTE, Denise Maria; TARIFA, José R. Clima e Ambiente Tropical: O caso de Rondonópolis. MT. Intergeo nº–. Revista do Departamento de Geografia. Rondonópolis. 2001
NUNES, L. H. Discussão acerca de mudanças climáticas (notas). Terra Livre, São Paulo, n. 18, p.179-184.2002.http://www.revistaterritorio.com.br/pdf/03_6_holzer.pdf Acesso em 16/11/2011.