Foi encontrada uma elevada prevalência de sensibilização e alergia ao T. ur&cae, sobretudo em trabalhadores de estufas, o que poderá deverse a uma maior exposição ocupacional neste ?po de produção. Natacha Santos 1 , Fabrícia Carolino 1 , Ana Aguiar 2 , José Luís Plácido 1 1 Serviço de Imunoalergologia, Centro Hospitalar São João, E.P.E., Porto 2 Departamento de Geociências, Ambiente e Ordenamento do Território, Faculdade de Ciências da Universidade do Porto O Tetranychus ur&cae é um ácaro fitófago, praga em diversas culturas agrícolas e responsável por sintomas de rinite, asma e ur?cária. No entanto, a alergia a este ácaro não foi previamente avaliada em Portugal em contexto ocupacional. Objec’vos Avaliar a frequência de sensibilização e de alergia ao T. ur&cae em diferentes contextos de produção agrícola. Visita a locais de produção agrícola da região Norte, incluindo estufas, vinhos Verdes e vinhos do Douro e realização dos seguintes procedimentos: 1) Testes cutâneos por picada (TCP) com aeroalergénios, incluindo ácaros do pó e de armazenamento (Dermatophagoides pteronyssinus, D. farinae e Lepidoglyphus destructor)e T. ur&cae (Le?®), pólenes de árvores, gramíneas e ervas, e fungos, posi?vos para um diâmetro médio da pápula aos 15 minutos ≥3mm 2) Prova de provocação conjun’val (PPC) com T. ur&cae (Le?®) realizada em ocultação simples com concentração crescente (0,0020,020,22mg/mL) de extrato de T. ur&cae com 10 minutos de intervalo, posi?va na presença de hiperemia conjun?val, edema ou lacrimejo 3) Ques’onário de exposição ocupacional e sintomas alérgicos O presente estudo foi aprovado pela Comissão de É?ca do Hospital São João, E.P.E. e todos os par?cipantes assinaram consen?mento informado Acari Sarcop?formes As?gmata Pyroglyphidae Dermatophagoides Glycyphagidea Lepidoglyphus Acaridae Acarus Tyrophagus Trombidiformes Pros?gmata Tetranychidae Tetranychus 48 trabalhadores, 29 (58%) do sexo masculino, idade média 45±11,7 anos 12 em estufas 6 em vinhos Verdes 23 em vinhos do Douro 7 consultores/gestores agrícolas 25% 17% 43% 17% 4% 14%* 0 5 10 15 20 25 Estufa V. Verde V. Douro Consultores TCP e PPC posi?vos para T. ur?cae TCP posi?vo para T. ur?cae Não sensibilizados ao T.ur?cae *1 não realizou por xerolalmia Gráfico 1. Proporção entre trabalhadores sensibilizados e com alergia ao T. ur&cae, de entre os testados 10 (21%) trabalhadores (77% dos atópicos) 3 monossensibilizados 1 cosensibilizado exclusivamente a pólenes 4 cosensibilizados exclusivamente a ácaros 2 cosensibilizados a ácaros e pólenes Mediana da pápula = 3,5mm (34mm) 20 (42%) referiram clínica alérgica: rinite/conjun?vite (n=12), ur?cária (n=6) e asma (n=2) Figura 1. Área de trabalho e realização de TCP Figura 2. PPC posi’va para T. ur&cae Trabalho agrícola em média (desvio padrão) de 35 (13,5) horas por semana há 14 (11,9) anos 4 (8%) trabalhadores (44% dos sensibilizados) todos cosensibilizados apenas a ácaros 1 Engº Agrónomo consultor de produção em estufa com rinite sem relação ocupacional 2 trabalhadores com ur?cária de contacto com cultura de feijão na primavera/verão 1 trabalhador com rinoconjun?vite ocupacional na primavera Dos 5 sensibilizados a T. ur&cae com PPC nega?va, 3 eram assintomá?cos e 2 ?nham rinite sazonal na primavera (1 sensibilizado a pólenes de árvores e outro sem outras sensibilizações demonstradas)