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A experincia analtica, 'experincia do desejo', que s se d
sobtransferncia, leva um sujeito a enderear uma questo a um Outro
enquantolugar, e, na repetio das experincias vividas e laos feitos,
um sujeito seconstituir, forjar-se- uma superfcie, onde cortes so
operados. Nesse ponto,recorre-se afirmao de Lacan de que a
superfcie no vai porsi s. "a estruturano um toro simples, ela um
toro com uma marca. f- .. ] a marca no vem docu, ela vem do
Outro."?
Retornando ao seminrio A identificao, Lacan diz: "H uma
estruturatopolgica e se tratar de demonstrar em que ela ,
necessariamente, a dosujeito, estrutura que comporta que haja
alguns daqueles laos que no podemser reduzidos. Esse todo o
interesse do meu toro."
TORO
Estruturalmente, o toro uma superfcie sem margem, contnua e
orientvel.Sua bilateralidade nos impe uma barreira: no h como
passar do interiorao exterior sem que isso cause uma ruptura.
Trata-se, pois, de uma topologiaesfrica, mas que se diferencia da
esfera por comportar, em sua estrutura, umburaco central. Essa
superfcie organiza-se em dois vazios: um interior, tambmchamado de
'alma do toro' e um central, que lhe exterior. Esses dois vazios
soos que no podem ser reduzidos. So fundamentais na operao
subjetiva.
I1II
I inha cheia - Demanda Linha vazia - Desejo
1421143
Essa superfcie permite o traado de linhas, e duas delas vo
receber asseguintes denominaes: a linha meridiana ou linha cheia,
crculo da Demanda
e a linha longitudinal ou linha vazia, crculo do Desejo.
Circuito da Demanda
Ossignificantes fazem o circuito da demanda, que, por no se
complementar,nem haver possibilidade de ser atendida, desliza
infinitamente, engendrandouma espiral. Nesse percurso, o sujeito no
se d conta de que uma outra volta
se escreve. Esta volta a mais, notada como menos, aquela que no
se conta,
o qu da demanda se desprende como desejo: a volta ou o crculo do
desejo.A esse tempo, na superfcie trica, Lacan denomina o circuito
da demanda
conjugado ao circuito do desejo como o deslizamento da cadeia,
deslizamentodo objeto metonmico do desejo enquanto falta. A cada
volta da demanda, h
um encontro com o nada, chamado por Lacan de 'nada fundamental',
do qual
o sujeito nada sabe. O sujeito, achatado nessa superfcie,
representado pelossignificantes, tenta apreender, imaginariamente,
algo do que foi perdido por meiodos objetos metonmicos. Temos aqui,
portanto, nessa estrutura, a conjugao
dos trs registros: Simblico, Real, Imaginrio. O deslizamento do
significante
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>VloZo:::wCluc,w
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conta com os pontos de resistncia do Real, os laos irredutveis,
e, tamb 111,com o significante falo, elidido de toda
representao.
H um terceiro crculo no toro, proposto no seminrio A
identificao, qlllconjuga, em um traado, a demanda e o desejo.
Traado, aqui, l-se como IIcorte na superfcie, o qual deve ser
sempre pensado como uma linha fechada
Ele apreende do Outro, ento, nada mais que a falta nessa
exterioridadeentral. A falta no Outro o faz estruturar-se e
desejar. "O objeto do desejo ofeito da impossibilidade do Outro de
responder demanda."? H, aqui, uma
indicao clnica: no se responde demanda em nome de uma tcnica, H
aimpossibilidade de que isso se realize na prpria estrutura.
Oacolher demandaremete escuta do analista, uma escuta regida por um
desejo que no puro: "odesejo do analista aquele de estabelecer a
diferena absoluta.."" a lgica da(alta e do significante, sem
promessas e reciprocidade, ainda que em presenade um corpo. Est
posto o impossvel da intersubjetividade.
No centro exterior, no buraco central, localiza-se a Privao -
Real - ou,como dissemos anteriormente, o 'nada fundamental'. Nas
voltas da demandano atendida, a Frustrao - Imaginrio - apreendida
pelo deslizamento dossignificantes - Simblico.
(00'] justamente o crculo que nos interessa, concernente a
e~',,tipo de propriedade possvel que eu tento articular como
estruuu.ddo sujeito; que ainda que faa somente uma volta ele,
contudo,faz a duas, a saber a volta do crculo cheio, e, ao mesmo
ternpo,de um crculo vazio, e, como tal, essa volta que falta coni.i
Ijustamente o que o sujeito inclui nas necessidades de sua
prpu.:superfcie de ser infinitamente aplanada que a subjetividade
11,111
poderia apreender seno por um circuito: o circuito do utro.?
Crculo estrutural do sujeitoLacan nos traz, ainda, no seminrio A
identificao, a questo crucial de
corno o sujeito tenta enodar-se ao Outro. Denomina de 'abrao
trico' esseI~ngodoneurtico. porterum centro exterior, um buraco
central, que a estruturario neurtico, o toro, permite um enlaamento
com um outro toro, ou, como seriadito por Lacan, um abrao com o
Outro, tambm trico. "Nesta nodulao, oli sejo de um isomorfo demanda
no outro, e o vazio central somente serve
Para que se percorra dessa forma estes circuitos, h uma
anteriorid.uhlgica fundamentada neste "crculo estrutural do
sujeito", escrito na conjug ~111demanda/desejo. Esse circuito ,
portanto, mpar.
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amarrao dos dois toros.:" Se essa nodulao estruturante para o
sup IIrbeber na fonte do Outro, ela se mostra impossvel, pois a
conjuno que S 111'de dois vazios. No h reciprocidade, e o que se
colhe o prprio vazio. Forja pega dos significantes que vm do Outro
enquanto lugar. Nesse tempo, '.01transferncia, o sujeito se depara
com sua dissimetria: "".a dissimetria apau-na relao da demanda e do
objeto do sujeito em relao demanda e ao 01'1' Irno Outro."13
A partir do corte que conjuga a demanda e o desejo e do
'enodarru-unneurtico', Lacan prope o corte de dupla volta no tora,
um corte de 'oito int('1I111na superfcie biltera e orientvel do
qual resultar uma banda cilndrica de qlloltlfsemitores, estofo
duplo de uma banda de Moebius. Novazio deste 'oito inH'tllllno
vazio do estofo duplo, dobrado sobre si rnesmo.ei-la, a banda de
MO/'/IIIIcomo corte, ou seja, o sujeito como corte [ver: 'Da
esfericidade asfericidruh IEsta dupla volta nos dois toras mostrar
a impossibilidade da especularirl.uluma vez que esses toras, o
sujeito e o Outro, no so superponlv-tdemonstrando que no se
sustenta atender a demanda oferecendo um ollJl'1rpois este est para
sempre perdido. Otoro pe em evidncia, pelo corte d('
'1IIIrinterior', o efeito de toro que suporta essa dissimetria
radical.