Agrupamento de Escolas Egas Moniz Projecto de Intervenção Bernardina Maria dos Santos Cardoso Guimarães, Abril de 2009
A g r u p a m e n t o d e E s c o l a s E g a s M o n i z
P r o j e c t o d e I n t e r v e n ç ã o
B e r n a r d i n a M a r i a d o s S a n t o s C a r d o s o
G u i m a r ã e s , A b r i l d e 2 0 0 9
Bernardina Cardoso
ÍNDICE
1 Introdução
2 Enquadramento
2.1 Contexto e caracterização geral do Agrupamento
2.1.1 Contexto Físico e Social 5
2.1.2 População discente 6
2.1.3 População docente 7
2.1.4 População não docente 8
2.1.5 Pais e Encarregados de Educação 8
2.1.6 Associação de Pais/ Encarregados de Educação 8
3 Projecto Educativo 9
3.1 Identificação dos constrangimentos/ problemas
3.1.1 Constrangimentos gerais 12
3.1.2 Constrangimentos específicos
3.1.2.1 Escolas do Agrupamento 13
3.1.2.2 Instalações 13
3.1.2.3 Discentes 14
3.1.2.4 Pessoal docente 14
3.1.2.5 Pessoal não docente 14
3.1.2.6 Pais/ Encarregados de Educação 14
3.2 Estratégias/ Medidas de Intervenção
3.2.1 Estratégias gerais 15
3.2.2 Estratégias específicas
3.2.2.1 Escolas do Agrupamento 17
3.2.2.2 Instalações 18
3.2.2.3 Discentes 18
Projecto de Intervenção
Bernardina Cardoso 2
3.2.2.4 Pessoal docente 20
3.2.2.5 Pessoal não docente 21
3.2.2.6 Ligação comunidade/ Meio envolvente
3.2.2.6.1 Pais/ Encarregados de Educação 21
3.2.2.6.2 Autarquia 21
3.2.2.6.3 Instituições locais – Empresas, Instituições Sociais e Culturais 22
3.3 Gestão Escolar 23
4 Conclusão
Projecto de Intervenção
Bernardina Cardoso 3
1. INTRODUÇÃO
Portugal é um jovem país democrático. Nos últimos trinta e cinco anos
vivenciaram-se transformações profundas a todos os níveis: político,
económico, social, cultural e tecnológico. Passamos do “orgulhosamente sós”
para um país da União Europeia no mundo vasto da globalização.
A Escola não podia ficar imune a todas estas transformações, daí a
Educação constituir uma prioridade da política central desde a primeira hora e
ser vista como um instrumento fundamental para o desenvolvimento e a
consolidação da democracia. É um direito consignado na Constituição da
República onde se reconhece que “todos têm direito à educação e à cultura”
de modo que esta “…contribua para a igualdade de oportunidades, a
superação das dificuldades económicas, sociais e culturais, o desenvolvimento
da personalidade e do espírito de tolerância, de compreensão mútua, de
solidariedade e de responsabilidade, para o progresso social e para a
participação democrática na vida colectiva…” (cf. pontos 1 e 2, do artigo 73º.,
do Capítulo III, da Constituição da República Portuguesa).
A Escola Pública do século XXI é um espaço de desafios, pois o
alargamento da sua composição social vai implicar respostas educativas
inovadoras. As novas tecnologias e a Sociedade do Conhecimento requerem
uma população mais qualificada. Temos de vencer o combate ao insucesso e
abandono escolar, ganhar a batalha da qualificação, valorizando e
diversificando as respostas educativas e a formação ao longo da vida. Este
princípio vai de encontro ao espírito do Tratado de Lisboa, onde foram
definidas estratégias várias para a promoção da valorização e mobilidade dos
europeus, com o fim último de assegurar uma formação enquadrada nos
objectivos de qualificação pretendida num contexto de cidadania europeia.
À Escola pede-se que tenha um papel central e aglutinador destas
mudanças, que encontre soluções face aos complexos problemas que se lhe
colocam, exigindo para tal uma grande capacidade de inovação.
Projecto de Intervenção
Bernardina Cardoso 4
Claro que estas mudanças provocam “inseguranças” muitas vezes
“sofridas” pelos intervenientes mais directos no processo educativo. A
inovação educativa é indispensável para a escola responder aos tempos em
que vivemos e aos alunos que a frequentam; para isso temos de fazer um
grande esforço colectivo para que a transformação seja efectiva e de
qualidade. Esta conjuntura pressupõe uma mobilização e a sua convergência
de vontades entre todos os elementos da comunidade educativa que,
actualmente, se constituiu e trabalha em rede.
Hoje a Escola vive em permanente interacção no e com o seu meio
envolvente (de dentro para fora e de fora para dentro), ou seja, o trabalho de
quantos no seu quotidiano acompanham e apoiam os alunos, contribuindo
para a organização do espaço escolar (pessoal não docente) ou dos que têm
como grande responsabilidade ensinar, formar e educar os nossos jovens
(pessoal docente), têm que sentir como parceiros activos outras forças vitais
da Comunidade Educativa: Associações de Pais e Encarregados de Educação;
Autarquia; Centro de Saúde; Forças de Segurança (Escola Segura); a
Comissão de Protecção de Jovens em risco; a Universidade do Minho; as
Instituições de Solidariedade Social; as Empresas industriais e comerciais; e,
as entidades culturais e desportivas da região. Todos podem contribuir, de
forma significativa, para a melhoria do ambiente e dos resultados educativos.
A resposta às prioridades definidas pelo Agrupamento de Escolas Egas
Moniz implica, pois, a consolidação de parcerias activas estratégicas, de modo
a promover e a suprir lacunas reconhecendo-se que a abertura da escola ao
seu contexto exterior não só co-responsabiliza o meio onde está inserida como
promove e complementa o serviço público de educação que se deseja eficiente
e eficaz nos seus resultados – sucesso efectivo dos alunos.
Este imperativo de abertura da Escola ao meio está subjacente à
aplicação do novo enquadramento legal que aprova o regime de autonomia,
administração e gestão dos estabelecimentos públicos da educação pré-escolar
e dos ensinos básico e secundário – Decreto-Lei nº. 75/2008,de 22 de Abril.
Ou seja, por um lado cria-se um órgão colegial de direcção – Conselho Geral –
que garante a representação de toda a comunidade educativa alargada e por
outro reforça a liderança do Agrupamento, pois à figura do Director é confiada
a gestão administrativa, financeira e pedagógica.
Projecto de Intervenção
Bernardina Cardoso 5
Cada Escola/Agrupamento vai ter um rosto, um primeiro responsável
pela concretização dos grandes instrumentos de “política educativa” definida
pelos órgãos do Agrupamento: – Projecto Educativo, Projecto Curricular de
Agrupamento, Plano Anual de Actividades, Regulamento Interno e Orçamento.
Ao Director vão ser assacadas as responsabilidades pela prestação do
serviço público e pela gestão dos recursos públicos de que vai dispor. A ele é
igualmente conferida a responsabilidade de, internamente, designar os
responsáveis pelas estruturas pedagógicas, dentro do quadro legal aplicável,
cujo critério, considero que deverá assentar no mérito reconhecido pelos seus
pares, pelas competências evidenciadas de liderança e coordenação,
responsabilidade, iniciativa e criatividade.
Considero, assim, que o Director deve assumir uma clara liderança mas
que crie condições para o desenvolvimento das lideranças intermédias e a
consequente colaboração entre os diversos órgãos do Agrupamento, de modo
a que, colectivamente, se sintam comprometidos com “A Cultura do
Agrupamento”, que consubstancie a ideia de uma “ Escola de Todos e para
Todos”.
A participação democrática de todos os intervenientes é assim um valor
fundamental sempre presente na actuação e no clima de trabalho
desenvolvido, que deve alicerçar a participação social na vida do
Agrupamento, pautada pelo respeito institucional das funções adstrita a cada
um dos referidos intervenientes.
2. ENQUADRAMENTO
2.1 CONTEXTO E CARACTERIZAÇÃO GERAL DO AGRUPAMENTO
2.1.1 CONTEXTO FÍSICO E SOCIAL
O Agrupamento de Escolas Egas Moniz compreende três
estabelecimentos de ensino: EB1 da Pegada; JI/EB1 de Santa Luzia e EB2,3
Egas Moniz. Localizam-se no tecido urbano da cidade de Guimarães,
abrangendo uma população estudantil de uma área pedagógica alargada que
inclui, principalmente, as freguesias de Azurém, Creixomil, Fermentões,
Urgezes, S. Sebastião e S. Paio. Os alunos advêm de contextos sócio-
económicos e culturais heterogéneos.
Nos últimos anos e tendo em conta a conjuntura internacional e as suas
repercussões a nível económico e social na região do Vale do Ave, onde nos
Projecto de Intervenção
Bernardina Cardoso 6
inserimos, tem-se verificado que problemas como o desemprego, emigração e
consequentes repercussões no tecido familiar têm entrado e afectado também
a nossa população escolar. Assim, assistimos no último triénio a um gradual
aumento da percentagem de alunos subsidiados (não esquecendo que no
presente ano lectivo uma parte deste aumento resultou da política de
alargamento da acção social escolar); a um desinvestimento por parte dos
alunos e da família na escola, visto não reconhecerem nela um modo de
mobilidade social; e, ainda ao aumento de alunos em situação de risco
(abandono escolar precoce, desestruturação familiar…).
A realidade do nosso Agrupamento reflecte necessariamente a crise
global da sociedade portuguesa.
2.1.2 POPULAÇÃO DISCENTE
Nos últimos três anos verificaram-se alterações na composição do corpo
discente.
Os alunos distribuem-se da seguinte forma: uma turma do pré-escolar;
quinze turmas do 1º. Ciclo; onze do 2º. Ciclo; dezassete do 3º. Ciclo, sendo
duas delas do Curso de Educação e Formação (nível II); e, ainda, dois Cursos
de Educação e Formação de Adultos, um de nível B3 e outro Secundário.
Regista-se que há casos em que se observa que o elemento mais jovem da
família frequenta o ensino pré-escolar e o encarregado de educação o ensino
EFA Secundário.
No 1º. Ciclo a escola a tempo inteiro pretendeu responder à
necessidade social de assegurar a guarda das crianças ao longo do dia,
principalmente às famílias com menores recursos, que não dispunham de
capacidade financeira para pagar serviços de apoio (ATL) aos seus educandos,
visando, ainda, uma maior adaptação dos horários escolares às necessidades
das famílias.
A introdução das actividades de enriquecimento curricular e inscrição/
participação maciça dos alunos mobilizou as crianças para tipos de
aprendizagens complementares (inglês, música, educação física, expressões
ciências experimentais…).
A criação de Cursos de Educação e Formação e de Cursos de Educação e
Formação de Adultos demonstra a adaptação da escola e a sua resposta a
novas realidades emergentes:
Projecto de Intervenção
Bernardina Cardoso 7
- Prevenção do abandono escolar e uma preocupação constante com os
resultados educativos num sentido mais lato:
- Consciência da dimensão social da escola, e a assumpção de valores
da igualdade de acesso e de sucesso, bem como a valorização das
experiências e vivências de cada indivíduo e o seu reconhecimento e
validação.
Como a maioria dos formandos dos cursos EFA são pais e encarregados
de educação dos nossos alunos, esta situação tem constituído também uma
estratégia de reforço e ligação à escola dos filhos e à sua correspondente
valorização.
2.1.3 POPULAÇÃO DOCENTE
As escolas básicas do 1º. Ciclo beneficiaram de uma maior estabilidade
do corpo docente com reflexos muito positivos no acompanhamento dos
alunos e consequente aumento positivo dos resultados escolares.
Os docentes têm demonstrado grande capacidade de adaptação às
alterações introduzidas no 1º. Ciclo, nomeadamente:
- Desenvolvimento de práticas pedagógicas colaborativas;
- Partilha de material pedagógico – didáctico;
- Planificação conjunta das aulas;
- Menor isolamento dos professores: maior interacção entre os
professores Titulares de Turma com os professores das Actividades de
Enriquecimento Curricular, do apoio Sócio-Educativo e do Ensino Especial;
- Formação contínua na Matemática, Língua Portuguesa e Ensino
Experimental das Ciências.
O corpo docente dos 2º e 3º Ciclos é estável, sendo na sua maioria dos
quadros (Quadros de Escola e Quadros de Zona Pedagógica), com uma
elevada experiência profissional e um profundo conhecimento da realidade da
Escola e do Agrupamento. Este tem desenvolvido um trabalho de cooperação
nos Departamentos, assumindo estratégias específicas de apoio aos alunos
com maiores dificuldades de aprendizagem; partilhando materiais e
recorrendo à diversificação de métodos e processos de ensino/aprendizagem;
aderindo de forma crescente à inovação com resposta positiva a projectos
Projecto de Intervenção
Bernardina Cardoso 8
locais e nacionais; têm também desenvolvido a articulação curricular entre o
ensino pré-escolar e o 1º. Ciclo e entre este e o 2º. e 3º. Ciclos, bem como a
articulação entre os professores das Actividades de Enriquecimento Curricular
e os docentes das mesmas áreas do 2º. Ciclo.
2.1.4 POPULAÇÃO NÃO DOCENTE
O seu número tem sido insuficiente, contudo, têm-se constituído como
parceiros imprescindíveis na criação de condições para o desenvolvimento e
acompanhamento dos alunos e apoio aos professores.
Na sua maioria o pessoal não docente revela uma preocupação e um
investimento na formação pessoal, através do aumento da sua escolaridade.
Evidenciam um comprometimento com a cultura do Agrupamento apoiando e
participando em actividades nas escolas do Agrupamento. Pontualmente
referenciam casos de alunos em situação de risco ou com problemas de
disciplina, possibilitando uma análise e intervenção mais profunda dos serviços
competentes da Escola/Agrupamento no seu acompanhamento. Trabalham de
forma empenhada.
2.1.5 PAIS E ENCARREGADOS DE EDUCAÇÃO
Constata-se que o nível de formação académica dos pais/encarregados
de educação dos alunos dos primeiros anos de escolaridade é mais elevado
comparativamente com o dos pais cujos alunos frequentam a Escola Sede do
Agrupamento. A este facto poderá não ser alheia uma melhor qualidade de
participação dos mesmos na vida escolar dos seus educandos.
A sua participação em termos globais na Escola/Agrupamento e
acompanhamento dos seus educandos é satisfatória.
2.1.6 ASSOCIAÇÕES DE PAIS/ ENCARREGADOS DE EDUCAÇÃO
Destaco o importante papel das Associações de Pais e Encarregados de
Educação que têm acompanhado de uma forma activa e participada nas
transformações e os desafios que a Escola Pública tem conhecido nos últimos
anos.
No 1º. Ciclo deve-se às Associações Pais e Encarregados de Educação o
prolongamento de horário/componente de apoio à família, permitindo, assim,
que as crianças possam usufruir de acompanhamento antes e após o tempo
Projecto de Intervenção
Bernardina Cardoso 9
lectivo e durante as interrupções lectivas, possibilitando às famílias, que
necessitam, uma solução a baixo custo para o acompanhamento dos seus
filhos.
Tem suprido a falta de pessoal não docente com a colocação de
funcionários sob a sua responsabilidade.
Organizam e participam na consecução de actividades do Plano Anual,
quer por sua iniciativa quer em colaboração com as equipas de docentes na
organização de actividades conjuntas.
Na Escola Básica 2,3, a Associação de Pais e Encarregados de Educação
assume-se como um parceiro dialogante e colaborante em toda a dinâmica
inerente ao bom funcionamento de toda a actividade escolar: incentivo a uma
participação mais activa dos encarregados de educação; participação e
dinamização de eventos e acções visando uma interligação e conhecimento
mais atento e cuidadoso de toda a realidade escolar, no contexto da ligação
escola/ comunidade; disponibilidade e colaboração a todos os níveis na
promoção e dinamização das actividades integrantes do Plano Anual.
Em síntese, entendo que este conhecimento por mim acumulado, nestes
anos, nas várias vertentes mencionadas no ponto 2.1, como docente e na
gestão do Agrupamento, constitui-se um contributo imprescindível como meio
e forma para dar substância ao Projecto de Intervenção, pois neles estará
consubstanciado um capital de experiência acumulado de inegável valor.
3. PROJECTO EDUCATIVO
O Projecto Educativo, recentemente aprovado pelos órgãos competentes
do Agrupamento, é um documento que consagra as decisões estratégicas e de
planeamento definido para o Agrupamento de Escolas Egas Moniz, onde se
explicitam os princípios, os valores, as metas e as estratégias através dos
quais, colectivamente, se irá concretizar a sua função educativa.
Considerando que nele se encerra uma visão comum do Agrupamento
assente num diagnóstico previamente executado então é imprescindível que o
Projecto Educativo e o Projecto de Intervenção tenham uma confluência de
princípios e uma cumplicidade, de modo que a actuação do Director esteja
assente e consubstancie uma vontade colectiva e a Missão definida por toda a
comunidade educativa.
Projecto de Intervenção
Bernardina Cardoso 10
Contribuir para que todos acedam ao conhecimento, criem o gosto pelo
saber e hábitos de trabalho, numa perspectiva de formação ao longo da vida é
a força de “Crescer de mãos dadas…” pois é na união de quem traça este
rumo e percorre o caminho, depositando nele a certeza de que podemos “…
construir o futuro…”, promovendo uma educação para os valores
fundamentais, desenvolvendo nos alunos uma cidadania activa e crítica, de
forma a poderem intervir numa sociedade global e multicultural, em que a
diferença seja fonte de enriquecimento. Considero que é este o princípio
subjacente à Missão do Agrupamento de Escolas Egas Moniz, dando deste
modo substância ao lema “Crescer de mãos dadas, construir o futuro”.
No meu entender este documento constitui-se como a pedra angular
tendente à (re) valorização da Escola Pública. Mas hoje o ofício de ensinar não
é tarefa fácil, o exercício da actividade docente deve procurar orientar a sua
acção promovendo não só o “saber” mas o “saber aprender” e o “ saber
estar”, numa perspectiva de formação e desenvolvimento integral dos alunos.
Esta é uma “luta” diária com que se deparam os professores. Reconhecer o
trabalho, a persistência e o empenho do corpo docente é fundamental para
uma escola de qualidade.
Por outro lado, os nossos jovens têm cada vez mais objectivos e
centros de interesse divergentes dos da escola. Aprender exige esforço, é um
investimento. É um meio de desenvolvimento individual mas que corresponde
a um trabalho colectivo exigente e moroso.
A Escola Pública enquanto promotora de uma educação global tem de
partilhar esta responsabilidade com os demais parceiros: Pais/Encarregados
de Educação; Autarquia; Instituições/ Empresas representativas da
comunidade local. Enquanto organização não sobrevive sozinha mas é no
estabelecimento de parcerias, de protocolos que é possível capitalizar as
sinergias necessárias para que cada Agrupamento encontre a sua identidade.
Assim, com profissionais (professores e funcionários) valorizados,
alunos motivados, pais/ encarregados de educação cooperantes, autarquia e
forças vivas da comunidade participantes, construiremos os pilares
fundamentais da nova escola que queremos: que se frequenta activamente e
com prazer; onde se produz saber; onde se descobre permanentemente e
onde de inicia o caminho da inovação em todos os domínios.
Projecto de Intervenção
Bernardina Cardoso 11
A nível interno será meu propósito apostar na criação de condições
materiais e de estruturas de apoio onde a participação activa dos profissionais
na organização e gestão escolar seja efectiva. Seguir como lema “
reconhecemos como nosso aquilo que construímos”.
Quanto aos alunos, teremos de contribuir para a criação de uma Escola/
Agrupamento com o qual os nossos jovens se identifiquem. Temos de
promover novas formas de participação activa das estruturas que os
representam, para que se sintam (co)responsáveis pelas opções tomadas e
onde haverá lugar ao escutar e aceitar as suas preocupações, de modo a
desenvolver ideias e projectos que vão ao encontro das suas expectativas e
aspirações. Desse modo, torná-los-emos o centro de todo o processo de
ensino/aprendizagem em todas as suas envolvências.
Relativamente às estruturas representativas dos pais/ encarregados de
educação, a sua participação nos órgãos de gestão, conforme o consignado
nos dispositivos legais, é uma forma directa da sua responsabilização nas
tomadas de decisão que envolvam a comunidade educativa, mas também, e
não menos importante, é a sua intervenção diária na resolução dos
desafios/problemas com que o Agrupamento se vai deparando.
A nível externo e com a recente transferência de competências para o
poder local, as relações com a autarquia saem reforçadas nos vários campos
de actuação – acção social escolar, implementação das AEC’S, conservação e
manutenção dos edifícios, participação em actividades de índole cultural
propostas pela Câmara Municipal de Guimarães (de entre muitos outros
aspectos…). Todas as questões da educação e da cultura, no contexto da
actualidade, não sobrevivem de modo individual, antes pelo contrário, num
conceito e forma ampla, dinâmica e alargada à intervenção harmoniosa destas
duas entidades.
De igual modo, entendo de crucial importância o estabelecimento de
parcerias e protocolos com as entidades comerciais e industriais da região
que, não podem, nem devem, ser desinseridas de todo este processo, como
referenciais extremamente importantes para a inserção futura dos nossos
jovens no tecido social, profissional, cívico e cultural.
Só com a envolvência firme e activa de todos estes agentes
referenciados será possível dar ideia e concretizar em pleno toda a dinâmica
aqui exposta e levar a bom termo a realização e concretização da missão, dos
Projecto de Intervenção
Bernardina Cardoso 12
objectivos e consubstanciar as estratégias aprovadas e contempladas no
Projecto Educativo do Agrupamento de Escolas Egas Moniz.
3.1 IDENTIFICAÇÃO DOS CONSTRANGIMENTOS/ PROBLEMAS
3.1.1 CONSTRANGIMENTOS GERAIS
Enquanto instituição que representa uma célula da sociedade, o
Agrupamento de Escolas Egas Moniz, a curto e médio prazo, poderá reflectir
as consequências sociais e económicas derivadas da crise mais generalizada a
nível nacional e global. Tal considerando dimana da crise já observável e
constatada nos índices de desemprego e surtos de imigração a nível do país e,
muito em particular, da região do Vale do Ave, onde este Agrupamento se
insere. Tal realidade deverá merecer um olhar muito particular e atento às
consequências que este mesmo constrangimento acarreta em si, com reflexos
na vida diária dos nossos alunos, onde já se constata a existência de
problemas, nomeadamente: carências alimentares e de vestuário, falta de
material escolar necessário, etc. e seus reflexos na qualidade de vida dos
nossos alunos e no processo de aprendizagem.
Ao nível do Orçamento do Agrupamento, por força da situação
económica e financeira do país, vem-se sentindo um maior constrangimento
da gestão do mesmo, uma vez que este não tem acompanhado a inflação.
Neste cenário, proponho-me a continuar a efectuar uma gestão criteriosa dos
recursos financeiros, de acordo com as linhas orientadoras definidas pelo
Conselho Geral, de modo a concretizar o Projecto Educativo e as actividades
previstas no Plano Anual.
Numa época de crise de valores, difícil é também manter ou criar uma
identidade, algo que nos identifique como únicos, que nos personalize. Este
reconhecimento perante a comunidade onde nos inserimos deve assentar
numa organização clara e eficaz, baseada na adopção de boas práticas e na
capacidade de lidar com as dificuldades, tornando-nos uma referência de
qualidade. Este conceito só é concretizável se cada um dos seus elementos
sentir a Escola como sua, criando uma relação de afecto com ela, com o que
ela significa e com os demais actores que nela intervêm. Assim, sairão
reforçadas as relações interpessoais, num espaço que tem de ser reconhecido
como nosso. Desejo que nas Escolas do Agrupamento Egas Moniz os pais
confiem os seus filhos, os alunos desenvolvem a sua aprendizagem formal,
Projecto de Intervenção
Bernardina Cardoso 13
informal, de forma consistente e aprazível, e os docentes se reconhecem no
Projecto Educativo e o concretizam num clima de confiança. Esta é a Escola
Pública em que acredito e que me sinto em condições de ajudar a construir.
3.1.2 CONSTRANGIMENTOS ESPECÍFICOS
3.1.2.1 ESCOLAS DO AGRUPAMENTO
- Inexistência de uma biblioteca escolar na EB1 da Pegada.
- Insuficiente dinamização da biblioteca escolar da EB1 de Santa Luzia.
- Dificuldade de circulação da informação entre as escolas do agrupamento em
tempo real.
- Insuficiência de estruturas de apoio e monitorização aos casos de indisciplina
dos alunos.
- Inexistência de Serviço de Psicologia e Orientação Escolar.
- Insuficiente divulgação do trabalho desenvolvido pelo Agrupamento
(actividades, iniciativas, eventos, acções de formação, projectos, resultados
escolares…).
- Pouca consistência do processo de auto- avaliação implementado. Apesar de
se ter feito um esforço nesta área e em várias vertentes (avaliação dos vários
serviços prestados pelo Agrupamento e da consecução do Projecto Educativo)
entendo que: não lhe é dada a devida relevância, carecendo de uma melhor
reflexão sobre os resultados e sua consequente implementação na melhoria
das práticas.
3.1.2.2 INSTALAÇÕES
- Inadaptação das instalações escolares da EB1 da Pegada às novas exigências
(falta de um Polivalente e de um refeitório…).
- Degradação do edifício da EB 2,3 devido à infiltração de águas pluviais.
- Sobrelotação dos espaços/falta de mais e melhores espaços internos e
externos para os alunos, atendendo à limitação do recinto escolar da Escola
Sede do Agrupamento e da Escola EB1 da Pegada.
Projecto de Intervenção
Bernardina Cardoso 14
3.1.2.3 DISCENTES
- Existência de casos de alunos em situações de risco (abandono precoce,
desestruturação familiar, famílias de parcos recursos, casos de indisciplina).
- Desmotivação dos alunos relativamente ao processo de ensino/
aprendizagem.
- Divergência dos interesses dos alunos relativamente aos transmitidos pela
escola.
- Inexistência de uma estrutura formal, representativa dos alunos (associação
de estudantes).
- Insuficiente envolvimento dos alunos nos projectos da escola, locais,
nacionais, etc.
- Não utilização do cartão de estudante de forma a se tornar um instrumento
de identificação e controlo diário.
- Detecção de situações de bulling, principalmente no espaço exterior da
Escola Básica 2,3.
3.1.2.4 PESSOAL DOCENTE
- Sobrecarga do horário dos docentes.
- Inexistência de horas destinadas à articulação curricular dos professores
titulares de turma com os docentes das AEC’S.
- Insuficiência de professores de apoio educativo e do Ensino Especial.
- Não consolidação do processo de articulação vertical e horizontal (intra e
inter-departamental).
3.1.2.5 PESSOAL NÃO DOCENTE
- Escassez de propostas de formação específica.
- Aumento das exigências e conhecimentos em áreas diversas (jurídicas,
financeiras, de programas informáticos, etc.) para os técnicos operacionais.
3.1.2.6 PAIS/ ENACRREGADOS DE EDUCAÇÃO
- Diminuição da participação dos pais/encarregados de educação ao longo dos
anos de escolaridade, na vida escolar dos seus educandos.
Projecto de Intervenção
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3.2 ESTRATÉGIAS/ MEDIDAS DE INTERVENÇÃO
3.2.1 ESTRATÉGIAS GERAIS
No sentido de contornar o impacto da crise económica e social na
vivência dos alunos na Escola/Agrupamento e de minimizar os seus efeitos no
processo de aprendizagem proponho continuar/intensificar a despistagem
precoce dos casos detectados e observados, accionando de forma eficaz os
mecanismos da acção social escolar, no âmbito determinado e configurado
pela lei, bem como trabalhar em rede com as demais instituições de
prevenção, segurança e solidariedade social, nomeadamente: -
Autarquia/departamento de apoio social; Segurança Social; empresas
municipais – Casfig e Fraterna, etc., no sentido de com a família encontrar
soluções conjuntas para este tipo de problemas socioeconómicos.
A nível interno estaremos vigilantes a situações de carências de vária
ordem, no sentido de, no imediato, darmos resposta às mesmas.
Assim a Escola/Agrupamento assume e desempenha também o seu
papel social, criando condições de promoção do sucesso escolar educativo a
todos os alunos, contribuindo para a realização individual em harmonia com os
valores de solidariedade social, dando assim plena consistência aos princípios
e objectivos consignados na Lei de Bases do Sistema Educativo (Lei nº.
49/2005 de 30 de Agosto).
Quanto às verbas atribuídas ao Orçamento do Agrupamento, entendo
que devem ser geridas de modo muito racional, rentabilizando o melhor
possível os recursos materiais que passam também pela responsabilização de
cada um, individualmente, e de todos pela melhor utilização dos meios e
materiais colocados à disposição do processo ensino/aprendizagem,
combatendo o desperdício dentro de uma política de responsabilidade já em
curso na vivência da nossa Escola.
Esta política de contenção tem vindo a ser seguida nos últimos anos,
sem contudo colocar em causa o trabalho eficaz dos profissionais da educação.
Reciclagem, reutilização de materiais e muita criatividade é já uma prática do
nosso corpo docente e não docente que vêem na escola uma casa comum.
Como forma de captação de recursos financeiros, o aluguer das
instalações desportivas é uma prática a dar continuidade, apesar de esta fonte
de receitas ter sofrido uma queda acentuada, com a aplicação da
obrigatoriedade de aquisição de um seguro específico para cada instituição ou
Projecto de Intervenção
Bernardina Cardoso 16
grupo que proceda ao respectivo aluguer. Dar continuidade, incrementando a
candidatura/adesão a Projectos e Programas, pois tem sido, igualmente, uma
forma de captar verbas, nomeadamente: Plano de Acção da Matemática, Plano
Nacional de Leitura, Projecto Computadores e Redes Informáticas – CRIE,
Projecto “Criar é um vasto Mundo”, da Fundação Calouste Gulbenkian,
Projecto Ilídio Pinho, entre muitos outros.
Recorre-se, ainda, a patrocínios para a concretização de actividades de
grande envolvência económica ou para a aquisição de um material específico
de custo elevado (como foi o caso da instalação do Sistema SIGE – cartão
magnético). O papel das Associações de Pais/Encarregados de educação, neste
âmbito, é de fundamental importância. Como parceiros atentos e empenhados
que são, contribuem não só para a concretização de tais eventos, participam e
colaboram, muitas vezes, na dinâmica das actividades programadas, bem
como, no seu financiamento.
É nesta envolvência que damos corpo ao Projecto Educativo do
Agrupamento com a construção participada e o contributo de todos os
intervenientes da comunidade educativa. Isto só acontece porque esta
comunidade reconhece e valoriza a escola e ela própria se constitui como um
recurso.
Criamos uma identidade com o nosso local de trabalho quando sentimos
que são feitas apostas na qualidade e inovação dos espaços que utilizamos
(salas de aula, gabinetes de trabalho, biblioteca, etc.), quando participamos e
colaboramos no planeamento e nas grandes decisões estratégicas e quando
são valorizados os objectivos alcançados. Temos de criar uma cultura de
valorização de cada conquista, de cada meta alcançada, de cada desafio
vencido. Este espírito deve ser transversal a todos os elementos da
comunidade educativa e reforçado através da promoção de eventos, da troca
de experiências e fomentado através de situações de convívio entre os vários
elementos da comunidade educativa. Assim, estreitam-se laços afectivos e
melhoram-se as relações interpares. Considero que este será talvez o
contraponto necessário numa Escola/Agrupamento que está a entrar
definitivamente na Era Tecnológica, com a implementação do PTE - Plano
Tecnológico da Educação. Esta nova realidade vai sem dúvida trazer novas
ferramentas pedagógicas e possibilidades alargadas, que permitem estimular a
curiosidade e gosto pelo saber dos nossos alunos. Ao quadro negro e giz
Projecto de Intervenção
Bernardina Cardoso 17
junta-se-lhe o quadro interactivo e a “caneta electrónica”. Transformações
imediatas que vão exigir aos professores o recurso a materiais didácticos
específicos, o trabalho com programas informáticos adequados e a utilização
de novos métodos de trabalho.
A utilização das novas tecnologias em contexto da sala de aula,
diariamente, vai obrigar a uma reflexão colectiva sobre o novo funcionamento
deste espaço educativo.
No que estiver ao meu alcance e, em estreita colaboração com o Centro
de Formação de Professores Martins Sarmento, procurarei estar atenta às
necessidades prementes, de modo, a propor formação no âmbito da Formação
Contínua, dotando o corpo docente de uma formação adequada e específica
para o exercício da função docente e sua valorização pessoal e profissional.
O desafio é contudo estabelecer o equilíbrio entre a massificação destas
novas tecnologias e o respeito pela componente humana, que a escola deve
estabelecer, fomentar e respeitar.
3.2.2 ESTRATÉGIAS ESPECÍFICAS
3.2.2.1 ESCOLAS DO AGRUPAMENTO
- Utilização eficaz do sistema da intranet, diminuindo a distância
espaço/temporal entre as escolas do Agrupamento, na divulgação de
informações importantes e na comunicação entre a gestão e a coordenação de
estabelecimento.
- Reestruturar o Gabinete de Apoio ao Aluno, criando uma rede de professores
tutores e uma assessoria para monitorizar os casos mais graves de
indisciplina.
- Reforçar as parcerias com o Centro de Saúde para estabelecer um apoio
psicológico e de pedopsiquiatria aos casos dos alunos sinalizados como graves.
- Promover junto das tutelas a colocação de um Psicólogo, a tempo inteiro, ao
serviço do Agrupamento.
- Dinamizar a página da Escola, tornando-a num meio privilegiado de
divulgação da imagem do Agrupamento, com a publicação de informações
gerais e pertinentes (horários de funcionamento dos serviços, de atendimento
dos Directores de Turma, dos resultados escolares dos alunos, das ofertas
educativas da escola, horário das salas de estudo…) e ainda com a divulgação
Projecto de Intervenção
Bernardina Cardoso 18
da agenda cultural e de trabalhos de pesquisa de interesse geral. Criação de
uma equipa permanente (preferencialmente de professores e alunos) com
conhecimentos de informática, que transforme este espaço virtual num espaço
de renovação e actualização constante da informação mais relevante.
- Criação de uma equipa que ao longo dos próximos quatro anos possibilite a
consolidação do sistema de auto-avaliação, de modo a que regularmente
identifique as dificuldades (os pontos fracos) para, posteriormente, se
proceder a um trabalho de reflexão colectivo afim de serem traçadas
estratégias adequadas para a sua superação.
- Pugnar para que a partilha de recursos materiais, humanos e didácticos
existentes na EB 2,3 sejam disponibilizados e colocados ao serviço dos alunos
e dos docentes das escolas do Agrupamento.
- Reforçar com a Coordenadora da Biblioteca da Escola Básica 2, 3 as
dinâmicas já implementadas, no sentido destas valências se constituírem
como um pólo dinamizador de actividades e recursos escolares (digitais e em
suporte papel) de apoio a toda a comunidade educativa, com maior incidência
na escola EB1 da Pegada.
3.2.2.2 INSTALAÇÕES
- Solicitar às entidades competentes a consecução da obra de requalificação/
ampliação da EB1 da Pegada (Autarquia) e a manutenção/ requalificação de
alguns espaços do edifício da EB 2,3 (Dren).
- Executar pequenas obras de manutenção, utilizando os recursos humanos
existentes, de modo a evitar a degradação do edifício da EB 2,3.
- Reestruturar a sala de convívio dos alunos, tornando-o um espaço
multifuncional.
3.2.2.3 DISCENTES
- Continuar a funcionar em rede, estabelecendo parcerias com a Comissão de
Protecção de Crianças e Jovens em Risco e com a Escola Segura, de modo a
prevenir precocemente as situações de risco.
- Continuar a aumentar as ofertas educativas com a diversificação dos cursos
de educação e formação – CEF e/ou com a criação de turmas de percursos
Projecto de Intervenção
Bernardina Cardoso 19
alternativos, medidas destinadas aos alunos com menores expectativas
académicas.
- Implicar os alunos em projectos da escola e de âmbito local, nacional e
internacional, que correspondam aos seus interesses e expectativas.
- Reforçar o apoio educativo nas salas de estudo, biblioteca, laboratório de
matemática, etc. aos alunos com mais dificuldades.
- Incrementar o desporto escolar como uma aposta cativante para os alunos
mais desmotivados.
- Reforçar o sistema de segurança e controlo, responsabilizando os alunos e os
encarregados de educação pela utilização diária do cartão magnético de
estudante.
- Implementar o sistema da Escol@segura, com o objectivo da diminuição das
situações de bulling.
- Definição de regras claras que promovam um ambiente de disciplina e
respeito.
- Promover acções de formação de interesse dos alunos que contribuam para
a sua formação cívica, nomeadamente, educação sexual, educação para a
saúde, educação ambiental, para a cidadania, entre outras.
- Promover o intercâmbio com outras escolas e instituições de carácter cultural
e desportivo. Continuar a estabelecer protocolos para o ensino articulado de
música e da prática diversificada de modalidades de desporto escolar.
- Promover o envolvimento dos alunos em actividades da Escola,
nomeadamente: no Jornal Escolar, como jovens jornalistas; na página da
escola, etc.
- Valorizar o mérito, através da atribuição anual do diploma de mérito.
Simultaneamente, proceder à valorização dos “talentos”, em vários domínios,
do Agrupamento e da participação em projectos cívicos.
- Proporcionar uma nova dinâmica ao Conselho de Delegados e subdelegados
de turma, dando voz aos alunos através dos seus representantes, fomentando
assim a formação de cidadãos participativos e responsáveis, construtores do
seu percurso.
- Incentivar a criação de uma Associação de Estudantes.
Projecto de Intervenção
Bernardina Cardoso 20
3.2.2.4 PESSOAL DOCENTE
- Apostar e fomentar o trabalho colaborativo entre os docentes e a
partilha/elaboração de materiais didácticos.
- Apostar na constituição de equipas pedagógicas que acompanhem os alunos
ao longo de cada ciclo, bem como a manutenção dos Directores de Turma no
acompanhamento das turmas no Ciclo.
- Valorização do cargo de Direcção de Turma como um elemento nuclear na
ligação entre a escola/alunos/pais e encarregados de educação, criando
condições adequadas de trabalho em termos de espaço, de recursos
informáticos e de gestão pedagógico-administrativa do cargo.
- Integrar e acolher os novos docentes do Agrupamento, de modo a,
rapidamente, assumirem a cultura inerente ao mesmo.
- Constituição de uma bolsa de professores de todas as disciplinas/ áreas
disciplinares, com reforço daquelas que apresentam um nível de resultados
inferiores, para apoiarem os alunos com mais dificuldades na sala de estudo e
na biblioteca.
- Consolidar a articulação curricular vertical e horizontal (inter e
intradepartamental), com o estabelecimento de reuniões periódicas para o
efeito.
- Proporcionar um relacionamento estreito entre os diversos ciclos, através da
formação de equipas de trabalho com docentes dos diferentes níveis de ensino
(equipa PTE, Secretariado das provas de aferição, etc,).
- Continuar a apostar na elaboração de um horário comum destinado às
reuniões dos Departamentos Curriculares.
- Fomentar a organização de actividades inter ciclos que reforcem a unidade
do Agrupamento.
- Apoiar e estimular a continuação de candidaturas/ adesão a
Projectos/Programas que contribuam para o melhoramento das
aprendizagens, para a abertura do Agrupamento à inovação e seu dinamismo,
bem como à captação de verbas.
Projecto de Intervenção
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3.2.2.5 PESSOAL NÃO DOCENTE
- Nos serviços administrativos continuar a investir em programas informáticos,
de modo a manter o princípio da modernização administrativa.
- Rentabilizar os serviços prestados pelos assistentes operacionais, de modo a
permitir uma maior supervisão dos alunos e apoio aos docentes.
- Proporcionar a frequência de acções de formação para actualização de
conhecimentos, quer através do Centro de Formação, quer pela iniciativa da
própria escola.
- Manter a realização de reuniões periódicas, para dar voz às suas opiniões, de
modo a melhorar os serviços e a monitorizar a concretização dos objectivos
traçados.
3.2.2.6 LIGAÇÃO COMUNIDADE/ MEIO ENVOLVENTE
3.2.2.6.1 PAIS/ ENCARREGADOS DE EDUCAÇÃO
- Continuar a apostar na marcação de reuniões periódicas, em horário pós-
laboral, permitindo uma maior participação e acompanhamento dos seus
educandos.
- Manter os pais devidamente informados através da página electrónica da
escola.
- Aprofundar a cooperação com as Associações de Pais/Encarregados de
Educação, de modo a consolidar todo o trabalho desenvolvido durante a vida
do Agrupamento.
- Colaborar com as Associações de Pais/ Encarregados de Educação na
realização de acções de formação valorizadoras da sua acção educativa.
- Manter os Cursos de Educação de Adultos, no âmbito das Novas
Oportunidades, abertos à comunidade, em geral, e orientada para
proporcionar aos pais e encarregados dos nossos alunos uma nova
oportunidade de valorizar os conhecimentos resultantes das suas experiências.
3.2.2.6.2 AUTARQUIA
- Manter a colaboração com a Câmara Municipal de Guimarães nas actividades
por ela propostas.
Projecto de Intervenção
Bernardina Cardoso 22
- Estreitar a ligação com os serviços de Educação e Cultura do município e
com as empresas municipais (Casfig e Fraterna) para continuar a prestar
apoio de natureza social e educativo aos alunos de meios menos favorecidos.
- Na consolidação da implementação da Escola a tempo inteiro.
- Na prestação de serviços no âmbito da Acção Social Escolar.
- Continuar a privilegiar a colaboração com a Junta de Freguesia da área de
influência do Agrupamento.
3.2.2.6.3 INSTITUIÇÕES LOCAIS – EMPRESAS, INSTITUIÇÕES
SOCIAIS E CULTURAIS
- Estabelecimento de protocolos com as instituições locais para a inclusão pós–
escolar e preparação para a vida activa dos alunos com Necessidades
Educativas Especiais (Cercigui, Lar de Santa Estefânia…).
- Estabelecimento de parcerias e protocolos com entidades públicas (Câmara
Municipal de Guimarães, Juntas de Freguesia, …) e privadas (empresariais e
comerciais) para a colocação em estágio dos alunos dos Cursos de Educação e
Formação – CEF.
- Manter os protocolos com os Centros de Novas Oportunidades do Vale do
Ave - Amave e de Gil Vicente.
- Manter a parceria com a Delegação de Saúde, no desenvolvimento do
Projecto “ Saúde em Meio Escolar”, bem como na realização de Acções de
Formação para os docentes, não docentes e alunos, na promoção da Educação
para a Saúde.
- Continuar como membro do CLASS – Rede Social de Guimarães – Conselho
Local de Acção Social.
- Dar continuidade ao protocolo com o GAPED - Gabinete de Políticas
Educativas e Acção Organizacional, da Universidade do Minho, no âmbito do
Projecto “ Civismo, Indisciplina e Cidadania”.
- Manter uma ligação estreita com a Escola Segura e a Comissão de Crianças e
Jovens em risco, para a detecção precoce e a monitorização de casos mais
graves.
- Incremento de parcerias com a Biblioteca Raúl Brandão, Centro Cultural de
Vila Flor, Museu Alberto Sampaio, Sociedade Martins Sarmento, no
Projecto de Intervenção
Bernardina Cardoso 23
desenvolvimento de actividades ou Projectos, no âmbito da concretização dos
objectivos do Projecto Educativo.
- Manter os protocolos com Escolas Secundárias e outras Escolas Básicas, no
âmbito do Desporto Escolar e como Agrupamento acolhedor de estagiários de
alunos dos Cursos Profissionais.
- Manter o estatuto de um Agrupamento de referência no Ensino Articulado de
Música protocolado com a Academia de Música Valentim Moreira de Sá.
3.3 GESTÃO ESCOLAR
Considero que um dos grandes desafios do Director é criar um
compromisso seguro entre as directrizes emanadas do poder central –
Ministério da Educação - e os princípios do regime de autonomia, consignados
e plasmados no Decreto – Lei nº 75/2008, de 22 de Abril.
Esta autonomia assenta nos grandes instrumentos (Projecto Educativo,
Plano Anual de Actividades, Regulamento Interno e Orçamento) cuja coerência
e um fio condutor deve ser, não só, uma preocupação como a demonstração
da capacidade do Agrupamento de Escolas Egas Moniz de tomar decisões nos
vários domínios da organização pedagógica, curricular e de gestão dos
recursos humanos, patrimoniais, administrativos e financeiros. Assim, o
Agrupamento decide a organização das suas estruturas pedagógicas
intermédias, criando uma coerência no seu funcionamento.
No sentido de concretizar estes princípios proponho – me, enquanto
Director, a nomear as lideranças de topo e intermédias fortes e capazes de
mobilizar os diversos elementos da comunidade educativa. Todos são
incentivados a tomar decisões e a responsabilizarem-se por elas. Penso que é
de extrema importância a nomeação dos Coordenadores de Estabelecimento
para que as Escolas Básicas do 1º Ciclo do Agrupamento contribuam para a
unidade organizacional, com um funcionamento interno comum, enquadrando,
contudo, as especificidades de cada estabelecimento de ensino. Os
Coordenadores de Departamento, os Coordenadores de Directores de Turma,
os Directores dos Cursos EFA e CEF deverão garantir com o seu dinamismo,
iniciativa e capacidade de liderança que estas estruturas sejam dinâmicas e
apostem na reflexão sistemática das práticas quotidianas, no processo
ensino/aprendizagem e na articulação curricular. Temos que RECENTRALIZAR a
acção pedagógica no Aluno.
Projecto de Intervenção
Bernardina Cardoso 24
A gestão dos recursos humanos é uma das componentes de grande
responsabilidade e fundamental no bom funcionamento de uma organização,
devendo, por isso, ter particular sensibilidade na distribuição de serviço, a
elaboração dos horários, a constituição das equipas pedagógicas e de trabalho,
pois “ fazemos melhor quando nos sentimos respeitados”.
Assim, autonomia significa saber fazer escolhas, traçar directrizes,
construir um rumo e responsabilizarmo-nos por ele, dando contas do serviço
público prestado, tendo, para isso, a capacidade de reflexão, de auto- crítica
para continuarmos a ser um Agrupamento de Escolas reconhecido por um
nível de sucesso e de excelência.
4. CONCLUSÃO
Este Projecto de Intervenção representa a minha reflexão pessoal,
resultado do aprofundamento e consolidação do trabalho colectivo do Órgão
de Gestão, a que tenho presidido, ao longo dos últimos anos, desde a
constituição do Agrupamento de Escolas Egas Moniz.
Advém de uma construção onde todos os intervenientes foram
chamados a participar e cujo sucesso está patente nos resultados escolares já
alcançados.
Todas as estruturas e Órgãos de Gestão sustentaram as mudanças,
quer delineadas pelas políticas educativas, quer as sentidas como necessárias
em prol do desenvolvimento de um trabalho de qualidade.
Assim, só entendo esta candidatura a Director como a assumpção de
um papel agregador de vontades, numa organização onde todos os
intervenientes continuam a ser ouvidos e chamados a participar em estruturas
de reflexão e respectiva decisão.
Ao Director compete o exercício de liderança deste Agrupamento, ao
promover a prossecução dos objectivos delineados, através da implementação
e supervisão das estratégias de avaliação e de intervenção, numa actuação
pautada pelo rigor e transparência.
Guimarães, 17 de Abril de 2009
__________________________
(Bernardina Maria dos Santos Cardoso)