Afecções do Trato Afecções do Trato Gastrointestinal Gastrointestinal Instrutoras: Jordânia Lumênia Tavares; Monalisa Cristina Caetano. Universidade Federal do Triângulo Mineiro
Afecções do Trato Afecções do Trato GastrointestinalGastrointestinal
Instrutoras: Jordânia Lumênia Tavares; Monalisa Cristina Caetano.
Universidade Federal do Triângulo Mineiro
Funções do Sistema Digestivo:Funções do Sistema Digestivo:
Mastigação e Deglutição: Saliva enzima ptialina (amilase salivar)
digestão dos amidos
Estômago: *Quebra partículas do alimento em
moléculas para a digestão; Secreção gástrica *Pepsina: digestão da proteína; (água, HCl, pespina, *Fator intrínseco: combina-se com a gastrina e eletrólitos) Vit B 12 (anemia perniciosa)
Intestino Delgado:
- Finalização da digestão alimentar;
- Ocorre a maior parte da absorção dos nutrientes;
- Ação de numerosas enzimas pancreáticas e intestinais (p.ex.:
tripsina, lipase, amilase, lactase, maltase, e sucrase) e a da bile.
Intestino Delgado: Absorção
Duodeno: ferro e cálcio.
Jejuno: lipídeos, proteínas, carboidratos, sódio, cloreto, vitaminas e
minerais.
Íleo: vitamina B 12.
Intestino Grosso:
O ceco e cólon ascendentes
absorvem água e eletrólitos;
O reto acumula as fezes para
eliminação;
Estomatite:Estomatite:
Inflamação e ruptura da mucosa oral
devido a várias causas, podendo se
localizar no lado interno do lábio,
bochecha ou língua.
Causas da Estomatite:Causas da Estomatite: Agentes tóxicos:
**Vírus: HIV, herpes simples
**Fungos: candida albicans
Trauma mecânico;
Produtos irritantes (creme dental, enxaguante bucal muito forte);
Estresse emocional ou mental;
Fatores hormonais;
Alergias;
Sucos e alimentos ácidos;
Deficiências nutricionais;
Grupos de Risco:Grupos de Risco:
Tabagistas;
Clientes que realizam quimioterapia e radioterapia;
Clientes que fazem uso de colutórios ou pasta de dente muito
forte e escova dental muito dura;
Clientes em deficiência de vitamina B;
Clientes com infecções virais;
Clientes com estresse;
Clientes com alergia;
Manifestações Clínicas:Manifestações Clínicas:
Herpética Aguda: vesículas pequenas e claras em erupção
únicas ou múltiplas, precedida de dor de garganta, cefaléia,
náuseas, vômitos e mal estar geral em torno de uma semana;
Candidíase: placas brancas elevadas e úlceras
podendo se espalhar por outras áreas do trato
gastrointestinal, pele ou sistema respiratório;
Assistência de Enfermagem:Assistência de Enfermagem:Prestar cuidados com qualidade;Conhecer as abordagens terapêuticas: nistatina (bochechar e engolir);Minimizar a ansiedade do cliente e dos familiares;Garantir ingesta alimentar e hídrica adequada;Minimizar a dor e o desconforto: analgésicos tópicos e sistêmicos; Higiene Bucal:
*Estimular o cliente, ou realizar no caso de o mesmo estar impossibilitado;
*Escovar os dentes, passar o fio dental, massagear a gengiva;
Cuidados relacionados ao registro:Cuidados relacionados ao registro:
•Sinais e sintomas;
• Queixas;
• Terapêutica instituída;
• Controle dos sinais vitais;
• Ingestão alimentar;
• Intercorrências (melena, hematêmese, ou
enterorragia);
Escavação que se forma na mucosa do
estômago, duodeno ou do esôfago por
evolução de uma gastrite, duodenite ou
esofagite.
Úlcera Péptica:Úlcera Péptica:
Considerações Especiais:Considerações Especiais:
• Relacionada à infecção pelo H. pylori, e é responsável por mais
de 95% dos casos de úlcera duodenal e 80% dos portadores de
úlcera gástrica.
• Pode ocorrer em 5 a 10% da população, sendo as úlceras
duodenais três vezes mais comuns do que as úlceras gástricas.
•30% a 40% das pessoas com úlcera péptica têm história
familiar.
A maior incidência das úlceras duodenais ocorre de 25 a 50
anos de idade;
maior incidência das úlceras gástricas, é acima dos 50 anos;
As úlceras pépticas estomacais podem ocorrer sem secreção
ácida excessiva;
A confirmação diagnóstica é realizada, principalmente,
através da endoscopia digestiva alta;
50% das pessoas com úlcera péptica são assintomáticas;
A dor é de caráter periódico, podendo durar vários dias ou
semanas, desaparecendo a seguir por várias semanas ou
meses, e reaparece meses ou anos depois;
Grupos de Risco:Grupos de Risco: Predisposição genética;
Alcoólatras e tabagistas;
Tipo sanguíneo O;
Níveis de ácido gástrico e gastrina séricas alterados;
Uso contínuo de aspirina e antiinflamatórios não-esteroidais
(AINES);
Pós menopausa;
DPOC ou IRC;
Imunodeprimidos;
Sedentários e com maus hábitos alimentares;
Estresse e ansiedade;
Causas:Causas:
•Infecção por Helycobacter pylori (G, D);
•Predisposição genética;
•Uso excessivo de bebida alcoólica, cigarro e café (E, G, D);
•Ansiedade crônica e estresse (E, G, D);
• Secreção excessiva de ácido clorídrico (E, G, D);
• Uso crônico de AINES e aspirina (E, G, D);
• Doença de Crohn (D);
• Síndrome de Zollinger-Ellisson (G);
Refluxo gastro esofágico (retorno do HCL) (E);
Trauma (E, G, D);
•Maus hábitos alimentares (ingestão de alimentos ácidos, gordurosos e condimentados) (E, G, D);
•Cirrose hepática ( D);
•Infecções fúngicas e bacterianas (E);
•Tecido pancreático ectópico;
Manifestações Clínicas:
Odinofagia e disfagia;
Pirose;
Regurgitação ácida;
Dor na região esternal;
Hematêmese (sangue cor viva);
Melena;
Sangue oculto nas fezes;
Úlceras esofagianas:
Úlceras gástricas:Úlceras gástricas:
Dor em queimação na região epigástrica, não se aliviando
após alimentação;
Desconforto, distensão abdominal e eructação;
Fraqueza;
Pirose;
Náuseas, anorexia e vômitos;
Intolerância à alimentos condimentados ou gordurosos;
Hematêmese com coloração vermelho “borra de café”;
Melena;
Cefaléia;
Úlceras duodenais:Úlceras duodenais:
Dor em queimação na região hipocôndrio direito, sendo
aliviada pela alimentação;
Desconforto abdominal e distensão abdominal;
Fraqueza;
Pirose;
Eructações, náuseas e vômitos.
Sangramento no TGI de forma lenta (melena) ou súbita
(hematêmese-sangue de coloração “borra de café”);
Intolerância à condimentos ou gorduras;
Cefaléia;
Complicações:Complicações:
Perfuração e/ou hemorragia;
Estenose ou obstrução do piloro;
Peritonite;
Neoplasia
(mais comum nas úlceras
gástricas);
Prevenção:Prevenção:
Redução de estresse físico e emocional;
Prática de atividade física regular;
Bons hábitos alimentares;
Evitar uso de cigarro e bebidas alcoólicas;
Não exagerar no café;
Assistência de Enfermagem:Assistência de Enfermagem:
Orientar:
*fatores predisponentes;
*modificação do estilo de vida;
Administrar antiácidos, antibióticos e anticolinérgicos,
inibidores da bomba de prótons ou outros, conforme
prescrição médica.
Observar as características dos vômitos e das fezes;
Mensurar o escore de dor, registrar sua localização, e fatores
de alívio ou intensificação;
Oferecer a dieta fracionada, leve e líquida/pastosa, de acordo
com a aceitação e tolerância do cliente;
Promover ambiente tranqüilo;
Minimizar os condicionantes de estresse para o cliente;
Manter a cabeceira da cama elevada;
Orientar o cliente a não deitar após as refeições;
Passar SNG ou SNE, se necessário, conforme prescrição
médica, promovendo cuidados com a manutenção da sonda
e com a infusão da dieta;
Ações frente à intercorrências:Ações frente à intercorrências:
Comunicar ao médico a presença de:
Dor persistente após medicação;
Melena e hematêmese;
Sinais de choque (taquicardia, hipotensão arterial, queda
dos níveis de saturação de O2, taquipnéia, oligúria, palidez
cutânea e cianose periférica);
Sinais de peritonite (dor abdominal intensa e súbita com
irradiação para ombro direito; abdome rígido, vômitos,
hipotensão arterial e taquicardia);
Cuidados Relacionados ao Cuidados Relacionados ao Registro:Registro:
• Manifestações clínicas;
• Queixas e sinais e sintomas;
• Terapêutica instituída;
• Escore da dor;
• Sinais vitais;
• Intervenções que aliviam ou causam dor;
• Intercorrências;
ConceitoConceito
Doença intestinal inflamatória crônica
que se estende por toda a espessura da
mucosa intestinal. É também conhecida
como enterite regional ou colite
granulomatosa.
Considerações especiais:Considerações especiais:
Mais comum na porção distal do íleo e no cólon ascendente;
O estresse emocional pode provocar uma alteração na
motilidade intestinal e no tempo de trânsito;
A prevalência é maior em ambos os sexos, e idade entre 20
e 40 anos (clientes jovens e economicamente ativos);
O aumento da incidência pode estar associado à hábitos
alimentares e tabagismo;
Acarreta alta morbidade;
Não é clínica ou cirurgicamente curável, e sua história clínica
é marcada por agudizações e remissões;
De difícil diagnóstico;
Grupos de risco:Grupos de risco:
Adolescentes e adultos jovens entre 10 e 30 anos de
idade;
Mulheres;
Tabagistas
Manifestações CínicasManifestações Cínicas• Dor abdominal em quadrante inferior direito;
• Dor do tipo cólica após as refeições;
• Diarréia crônica;
• Hipersensibilidade abdominal;
• Espasmo;
• Perda de peso, anorexia, anemia secundária e deficiência nutricional;
Obstrução intestinal;
Abcessos intra-abdominais e anais;
Febre;
Leucocitose;
Edema;
Febre;
Esteatorréia;
Complicações:Complicações:• Obstrução e estenose do intestino;
• Hidronefrite à direita;
• Nefrolitíase;
• Colelitíase;
• Artralgia;
• Doença perianal;
• Desnutrição por má absorção;
• Fístulas, abcessos e fissuras intestinais;
• Neoplasia;
• Sangramento maciço;
Intervenções de enfermagem:Intervenções de enfermagem:
Oferecer dieta hipercalórica, hiperprotéica com baixo
resíduo, pequenas e freqüentes, para satisfazer às
necessidade nutricionais, reduzir a inflamação e controlar a
dor e a diarréia;
Infundir soluções isotônicas IV e oral para a hidratação,
COM;
Realizar o balanço hídrico;
Pesar o cliente diariamente;
Administrar hemocomponentes e medicamentos como,
analgésicos, antidiarréicos, antiperistálticos, antiinflamatórios,
corticóides, COM;
Promover repouso;
Reduzir a ansiedade;
Estimular medidas de enfrentamento;
Aplicar terapia tópica em região perianal;
Estimular o autocuidado;
Estimular cessação do tabagismo;
Realizar os cuidados com a colostomia, se presente;
Ações frente à intercorrências:Ações frente à intercorrências:
Comunicar ao médico a presença de:
dor persistente pós medicação;
melena e hematêmese;
sinais de choque ;
Sinais de peritonite;
Cuidados Relacionados ao Cuidados Relacionados ao Registro:Registro:
• Freqüência e características das fezes;
• Manifestações clínicas;
• Queixas;
• Procedimentos realizados;
• Terapêutica instituída;
• Sinais vitais;
• Intervenções que aliviam ou causam dor;
• Intercorrências (melena, hematêmese);
Considerações especiais:Considerações especiais:
Compromete o retossigmóide estendendo-se por todo
cólon;
É de causa desconhecida (devido a fatores infecciosos,
psicossomáticos, auto-imunes, alérgicos e nutricionais);
O processo inflamatório tem origem sempre no reto, que é
a porção do intestino grosso logo acima do ânus, e pode
progredir para os outros segmentos do intestino;
Quando somente o reto é afetado é chamada de retite;
quando todo o intestino grosso é afetado, a forma é
designada de colite;
Ocorre nas camadas mucosa e submucosa do cólon e reto;
Afeta indivíduos jovens mais comumente a partir dos 15 anos
de idade;
Afeta homens e mulheres na mesma proporção;
História familiar: risco aumentado em até 20%;
10 a 15% dos clientes desenvolvem carcinoma de cólon;
Classificação: branda, grave e fulminante;
Caracteriza-se por múltiplas ulcerações, inflamações difusas e
descamação ou desprendimento do epitélio do cólon;
Evolução clínica com exacerbações e remissões;
Manifestações Cínicas:Manifestações Cínicas:
*Variam de acordo com a gravidade*Variam de acordo com a gravidade
Diarréia (10 a 20 evacuações, podendo conter pus, sangue e
muco);
Dor abdominal e hipersensibilidade em quadrante inferior
esquerdo;
Tenesmo intermitente;
Sangramento retal;
Anorexia e perda de peso;
Febre;
Vômitos e desidratação;
Lesões cutâneas e oculares;
Palidez cutânea;
Extra–intestinais (uveíte, artrite e doença hepática);
Taquicardia, hipotensão arterial, taquipnéia;
Cólicas;
Hipocalcemia e anemia;
Complicações:Complicações:
Megacólon tóxico (isquemia e dilatação);
Perfuração e sangramento do cólon;
Peritonite;
Pielonefrite;
Nefrolitíase;
Câncer de cólon;
Estenoses cicatriciais;
Abscessos peritoneais;
Intervenções de enfermagem:Intervenções de enfermagem:
Oferecer dieta hipercalórica, hiperprotéica com baixo
resíduo e com a terapia de suplementação de vitaminas e de
ferro, CPM, para satisfazer às necessidade nutricionais,
reduzir a inflamação e controlar a dor e a diarréia;
Infundir soluções isotônicas EV e VO para a hidratação,
CPM;
Realizar o balanço hídrico, e pesar o cliente diariamente;
Promover repouso;
Reduzir a ansiedade;
Administrar hemocomponentes e medicamentos como,
analgésicos, antidiarréicos, antiperistálticos, antiinflamatórios,
corticóides, CPM;
Estimular medidas de enfrentamento;
Aplicar terapia tópica em região perianal;
Estimular o autocuidado;
Realizar os cuidados com a colostomia, se presente;
Ações frente à intercorrências:Ações frente à intercorrências:
Comunicar o médico a presença de:
Dor persistente pós medicação;
Melena e hematêmese;
Sinais de choque ;
Peritonite;
Resultados Esperados:Resultados Esperados:
Reduzir o tempo de hospitalização;
Contribuir com a melhoraria da qualidade de vida
relacionada à saúde do cliente;
Conhecimento da fisiopatologia das afecções do trato
gastrointestinal;
“A enfermagem vai além de procedimentos
técnicos e terapia medicamentosa. É a arte
de cuidar, do toque, de um simples gesto
de carinho. É uma forma de humanizar
colocando-se sempre no lugar do próximo,
mas sem perder sua própria essência.”
Monalisa C. Caetano.
Referências Bibliográficas:Referências Bibliográficas:1- SMELTZER, S.C; BARE, B.G. Brunner & Suddarth – Tratado de Enfermagem Médico-Cirúrgica. 10.
ed. Rio de Janeiro, Guanabara, 2005.
2- HARGROVE-HUTTEL, R.A. Enfermagem médico-cirúrgica. 2ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. 1998. 606p.
3- Elia PP, Fogaça HS, Barros RGGR, Zaltman C, Elia CSC. Análise descritiva dos perfis social, clínico, laboratorial e antropométrico de pacientes com doenças inflamatórias intestinais,internados no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. Arq Gastroenterol, v. 44, n.4, p.332-339, out./dez. 2007. Disponível em: < http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0004-28032007000400010&script=sci_abstract&tlng=pt>. Acesso em 21 out. 2011.
4- Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas. Doença de Crohn. Portaria SAS/MS nº 858, de 04 de novembro de 2002. Disponível em: <http://www.opas.org.br/medicamentos/docs/pcdt/do_d10_01.pdf>. Acesso em 23 de out. de 2011.
5- Doença de Crohn. Colorretal.com.br. Disponível em: <http://www.colorretal.com.br/index.php/2011/04/14/doenca-de-crohn/> Acesso em 23 out. 2011.
6- Doença de Cronh. Wikpédia, a enciclopédia livre. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Doen%C3%A7a_de_Crohn>. Acesso em 23 out. 2011.
7- Rodrigues, SC; Passoni, CMS; Paganotto, M. Aspectos nutricionais na doença de Crohn. Cadernos da escola de saúde-nutrição. n. 1, p.1-8, jul. 2008. Disponível em: <http://apps.unibrasil.com.br/revista/index.php/saude/article/viewFile/81/74>. Acesso em 23 de out. de 2011.
8- COLORRETAL. Retocolite Ulcerativa. Disponivel em:< http://www.colorretal.com.br/index.php/2011/04/19/o-que-e-retocolite-ulcerativa/>. Acesso em: 21 Out. 2011