UNISEB Centro Universitário Leitura, Interpretação e Produção de Textos 15/8/2013 Profa. Me. Rozangela Nogueira de Moraes
UNISEBCentro Universitário
Leitura, Interpretação e Produção de
Textos
15/8/2013
Profa. Me. RozangelaNogueira de Moraes
Retomada da aula anterior
UNISEBCentro Universitário
Módulo
UNISEBCentro Universitário
Sociolinguística
Unidade 2
2.1
Objetivos da sua aprendizagem nesta aula
1) Oferecer noções de estudos linguísticos, sociolinguísticos, pragmáticos e retóricos, adequados aos objetivos do curso de Administração.
A linguagem e suas funções
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O ser humano sofre compulsão natural de se agrupar em sociedade, um fato mais ou menos natural, como respirar ou piscar, razão por que é denominado enssociale.
A linguagem e suas funções
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Queremos colocar o discurso em comumcom o próximo. Colocar em comum é comunicar-se, é acomunicação, fazer uso da linguagem.
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Linguagem e Comunicação
Precisamos nos comunicar:A linguagem, contudo, não se limita a informar, não se reduz à função de comunicar dados e fatos, conhecimentos constituídos;A linguagem deve dar conta não só das necessidades objetivas, mas também das necessidades subjetivas;
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“Assim como a relação entre o homem e o mundo vem mediatizada pelo pensamento, a relação entre um homem e outro homem, dentro de uma sociedade, vem mediatizadapelos signos. Para que o pensamento transite de uma para outra subjetividade, deve ele formalizar-se em signos. Os signos são, por um lado, suportes exteriores e materiais da comunicação entre as pessoas e, por outro lado, são o meio pelo qual se exprime a relação entre o homem e o mundo que o cerca.”
(LOPES, 1991)
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Interpretação é...
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Apreender o sentido: capturar os significados expressos pelos elementos do texto, os seus sentidos. Para tanto precisamos...reconhecer o sentido das palavras;identificar as relações que existem entre elas, o modo como foram combinadas.
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Música
Palavras –TitãsComposição: Marcelo Fromer /
Sérgio Britto
Palavras não são más Palavras não são quentes Palavras são iguais Sendo diferentes Palavras não são frias Palavras não são boas
Os números pra os dias E os nomes pra as pessoas Palavras eu preciso Preciso com urgência Palavras que se usem em caso de emergência Dizer o que se sente Cumprir uma sentença Palavras que se diz Se diz e não se pensa...
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Linguagem X Cultura
SISTEMA SÍGNICO
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CULTURA
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Relacionando os Vários Tipos de Linguagem
Semiótica: ciência que estuda todas as linguagens (verbal e não-verbal);
As linguagens podem complementar-se;Ex.: história em quadrinhos linguagem
verbal (língua) e linguagens não-verbais;Linguagem mista = texto sincrético.
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Sociolinguistica
Linguagem, conhecimento e comunicaçãoconstituem fatos historicamenteInterligados.A história da humanidade é a história de seres organizados em sociedades, depositários de conhecimento e de uma língua oral.
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Sociolinguística
Ciência que se ocupa dos fenômenos variacionais da linguagem.(...) o contexto social envolve dimensões espaço-temporais constituintes de ações e interlocuções.O tempo e o espaço determinam quecertas ações e modos de interlocução sejam mais adequados e possíveis que outros. Thompson (1981, p. 150),
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Sociolinguística
Relaciona-se com: • a identidade social do enunciador, que
envolve dialetos de classes sociais, falas femininas e masculinas;
• a identidade social do receptor; • o contexto social; • os estilos formal e informal; • julgamento social distinto que os falantes
fazem do próprio comportamento linguístico e dos outros, as atitudes linguísticas.
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Contexto cultural
Dois amigos gaúchos estavam no aeroporto, fazendo tempo para ovoo de volta à cidade de origem, quando resolvem comer alguma coisa, pois estavam mortos de fome.
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Variação Linguística
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Variáveis sociais e variáveis linguísticas
A língua não pode ser homogênea, uma vez que o ser humano é diferente e as diferenças podem ser notadas a partir do sexo, da idade, da classe social, da região ou do território onde as pessoas moram eda própria evolução histórica da língua.
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Variações linguísticas
As variações podem ser agrupadas em:1. Geográficas – Envolvem as variações regionais.2. Sociológicas – As variações provenientes de idade, sexo, profissão,nível de estudos, classe social, localização, dentro da mesma região, raça. Podem determinar traços originais na linguagem individual.
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Variações linguísticas
3. Contextuais – Tudo aquilo que pode determinar diferenças na linguagem do locutor por influências alheias a ele: o assunto, o tipo de ouvinte, o lugar em que o diálogo ocorre e as relações que unem os interlocutores.
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Exemplos de variações
• Dialetos, isto é, variações faladas por comunidades geograficamente
definidas. Também denominados “falares”, por alguns linguistas.• Socioletos, isto é, variações faladas por
comunidades socialmente definidas, linguagem padrão ou norma padrão, padronizada em função da comunicação pública e da educação.
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• Idioletos, isto é, uma variação particular a uma certa pessoa, registros, o Vocabulário especializado e/ou a gramática de certas atividades ou profissões.
• Etnoletos, para um grupo étnico• Ecoletos, um idioleto adotado por uma
casa.
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Tipos de variação linguística
Na dimensão geográfica ou regional;
Dialetos na dimensão social;
Dialetos na dimensão de idade;
Dialetos na dimensão do sexo;
Dialetos na dimensão da geração;
Dialetos na dimensão da função.
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Samba do Arnesto (Adoniram Barbosa)
O Arnesto nos convidou pra um samba, ele mora no BrásNós fumos não encontremos ninguémNós voltermos com uma baita de uma reivaDa outra vez nós num vai maisNós não semos tatu!No outro dia encontremo com o ArnestoQue pediu desculpas mais nós não aceitemos
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Isso não se faz, Arnesto, nós não se importaMas você devia ter ponhado um recado na portaUm recado assim ói: "Ói, turma, num deu pra esperáAduvido que isso, num faz mar, num tem importância,Assinado em cruz porque não sei escrever"Arnesto
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E porque falamos a mesma língua Rubem Braga
...Pagar a renda do andar é pagar o aluguel do apartamento. O avião não decola, descola, e não aterrissa, aterra; e o sujeito que vem consertar a pia não é bombeiro, é canalizador. [...] Sua geladeira deve ser promovida a frigorífico e seu banheiro a casa de banho. [...] Caminhão é camião, e quando ele bate não bate, embate; seu motorista é camionista. A casa (mobilada e não mobilada) vende-se com “o recheio”. Oferecem-se marçanos e turbantes, e mulheres a dias. Lanterneiro é mais logicamente bate-chapas e cardápio é ementa; esquadra é a delegacia de polícia. [...]
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A língua varia
Quem fala?
Para quem se fala?
Quando se fala?
Como se fala?
Por que se fala?
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Variáveis sociais e variáveis linguistas
Temos no Brasil dois modos de colocar pronomes. O português só admiteum, ó modo duro e imperativo: “diga-me, faça-me”. Sem desprezá-los, criamos um novo: “me diga, me faça”, modo bom, modo doce, de pedido.
Gilberto Freire
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Para refletir...
Qual tipo de variação linguística encontramos
no poema?
PronominaisDê-me um cigarroDiz a gramáticaDo professor e do alunoE do mulato sabidoMas o bom negro e o bom brancoDa Nação BrasileiraDizem todos os diasDeixa disso camaradaMe dá um cigarro
29(Oswald de Andrade)
Noção de “erro” (Gramática Normativa)
Noção de “adequação
ao registro e à situação discursiva”
x
Correção x Adequação
Ao se considerar os usos da língua, os estudos linguísticos têm apontado para uma superação da noção de “correção”, apresentando o conceito de “adequação”.
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Leia as questões abaixo, retiradas do Enade, novembro de 2006, eresponda às questões.
1) Tendo em vista a construção da ideia de nação no Brasil, o argumento da personagem expressa:a) a identidade regional.b) a fragilização do multiculturalismo global.c) o ressurgimento do fundamentalismo local.d) o esfacelamento da unidade do território nacional.e) o fortalecimento do separatismo estadual.
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2) Analise o seguinte texto:
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a) O que você observou com relação à variante linguística neste texto?
b) Que variante linguística deve utilizar o acadêmico em sala de aula?
c) Para evitar o uso de variante popular em textos escritos, que cuidados você recomenda ao autor?
Vamos refletir juntos
“Não reparem que eu misture os tratamentos de ‘tu’ e ‘você’. Não acredito em brasileiro sem erro de concordância.”
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(Nelson Rodrigues, dramaturgo brasileiro